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Fichamento 1

Nome: x Turma: x

"Hoje em dia, mais do que em qualquer período de nossos tempos,os conceitos de história e
de jornalismo mantêm uma totalafinidade. Convivem tão intimamente que tentar separá-
losresultará em grave erro de avaliação histórica ou em imperdoávelfalha de compreensão do
fenômeno jornalístico. " (RobertoMarinho) (p.1).

“(...)A tendência do senso comum, assim como a dos dicionários e de alguns livros didáticos, é
pensara História como aciência que estuda os fatos do passado. Entretanto, a História não
estuda todos os fatosocorridos no passado, mas apenas osfatos históricos. Então, afinal, o que
são fatos históricos?” (p.1).

“(...)Qualquer manifestação da vida social do homem pode, em princípio, ser um fato histórico.
Otermo não se refere apenas a acontecimentos particulares da vida ("os grandes
acontecimentos", comocostumava a eles se referir a historiografia tradicional), mas a qualquer
categoria de fenômenos: umacontecimento singular (alguma coisa que aconteceu alguma vez),
um processo (no qual se manifestamcertas regularidades), uma instituição, um produto da
cultura, um costume, uma crença, etc. Ora, istosignifica que qualquer fato pode ser um fato
histórico, mas não responde a nossa pergunta: a queespecificamente o adjetivohistóricose
refere em um fato?” (p.1).

“(...)A relação que um acontecimento mantém com outros acontecimentos não é, no entanto,
dada, nãoé intrínseca. Nenhum fato é em essência histórico, porque nenhum traz consigo um
sentido já dado. "Écomum dizer que os fatos falam por si. Naturalmenteisso não é verdade.
(...) Acho que foi um dospersonagens de Pirandello que disse que um fato é como um saco–
não fica em pé até que se ponha algodentro" (p.2).

“(...)O conhecimento histórico jamais pode superar a dimensão subjetiva. As suas conclusões
são, por isso, sempre provisórias. Para Adam Schaff, isso não implica, entretanto, cair em um
relativismo, ou seja, em um ceticismo em relação às possibilidades de conhecimento objetivo
da realidade histórica. O conhecimento, para ele, é limitado enquanto reduzido a um único ato
cognitivo. Em contrapartida, como conhecimento da humanidade, caminha num processo
infinito para a formulação de verdades mais completas.” (p.2-3)

“(...)Toda ciência pressupõe uma "escritura". A disciplina História sempre cria relatos
escritos(descritivos e/ou explicativos): são as obras históricas, que produzem sentidos e
instauram inteligibilidadesobre o passado. A sua prática científica é, portanto, também uma
prática discursiva, na qual o sujeitoexerce um papel ativo. O sujeito semiológico não se refere,
aqui, meramente a subjetividades individuais,mas também a posições sócio-históricas. O
historiador (como qualquer enunciador) é um homem de seutempo e, por isso, dialoga com
certos "textos" e não com outros. No seu discurso estão presentes algumasvozes, organizadas
("orquestradas") de determinada maneira, por meio da qual certos efeitos de sentidosão
produzidos e ofertados.” (p.3)

“(...)O fazer histórico é também definido como umaprática. O historiador trabalha sempre a
partir deum objeto material (as fontes) para construir o seu objeto teórico: os fatos históricos.
Ele transforma asmatérias-primas (já socialmente trabalhadas) em produtos, obras da
historiografia. Desloca, assim, asinformações de uma região da cultura (os arquivos, as
coleções, as recordações pessoais, etc.) para umaoutra (a História).” (p.4)

“(...)A pesquisa científica organiza as suas estratégias de ação com base em alguns "aparelhos",
como,por exemplo, os arquivos, os museus e as bibliotecas. Ir ao arquivo é uma lei tácita da
História, que vemsofrendo, nas últimas décadas, profundas transformações, devido à
intervenção dos computadores. Oestabelecimento de redes internacionais de informação (do
tipo Internet) coloca o pesquisador frente anovas situações, cujas conseqüências (em termos
de arquivística) ainda não podem ser totalmenteprecisadas. O desenvolvimento tecnológico,
cada vez mais acelerado, promete provocar uma verdadeira"revolução" nas trajetórias
operacionais da História.” (p.4)

“(...)Mais do que aciência que estuda os fatos do passadoou aciência que estuda os fatos
históricos, aHistória deve ser definida comoa ciência que estuda o processo de transformação
da realidade social. Apartir da idéia de mudança,a História pode mostrar as diferenças entreo
que foieo que é, simbolizando oslimites e demarcando as fronteiras entre o passado e o
presente. É o que permite, inclusive, falar em umahistória do vivido, quando as mudanças
localizadas na atualidade apontam para o futuro (algo que já estáquase deixando de sero que
épara se tornaro que será).” (p.5)

“(...)A distinção entre passado-presente-futuro é, portanto, maleável e está sujeita a


múltiplasmanipulações. Essas referências não são próprias do tempo, mas resultantes de
umponto de vistasobreele. O tempo não é uma substância independente, mas uma forma de
existência da matéria vinculada àmudança. E a forma pela qual se percebe a mudança, ou a ela
se atribuem significados, determina amaneira de percepção da temporalidade.” (p.5)

“(...)O tempo social, concebido desta forma, permite ordenar–em uma seqüência causal
qualquer–asações passadas e as presentes. E é esse tempocheio de conteúdosque constitui a
substância da memória(Bosi, 1987). A temporalidade serve como ponto de referência que
estrutura a memória dos indivíduos eque os insere na memória da coletividade a que
pertencem. O passado é a referência comum que mantéma coesão interna dos grupos,
permitindo a formação de quadros de representação simbólica que lhespermitem significar o
presente, a atualidade.” (p.6)

“(...)Se os fatos históricos sempre resultaram dos investimentos semiológicos realizados pela
ciência histórica, nas sociedades contemporâneas isso mudou, pois a produção de significado
das transformações do social, realiza-se, hoje principalmente através das operações
lingüísticas e translingüísticas da mídia, sobretudo no âmbito do discurso jornalístico.” (p.8)

“(...)Os meios de comunicação, neste século, passaram a ocupar uma posição institucional que
lhesconfere o direito de produzir enunciados em relação à realidade social aceitos como
verdadeiros peloconsenso da sociedade. A História passou a ser aquilo que aparece nos meios
de comunicação de massa,que detêm o poder de elevar os acontecimentos à condição de
históricos. O que passa ao largo da mídia éconsiderado, pelo conjunto da sociedade, como sem
importância.” (p.8)

“(...)O fato jornalísticopassa a assemelhar-se aofato históricotal como este havia sido definido
pelahistoriografia positivista. Localizado em um tempo e um espaço determinados, o fato é
marcado pelaunicidade. O acontecimento único revela-se, então, como o fator da
transformação social, como o motorda história.” (p.9)
“(...)O jornalismo exerce um papel crucial na produção de uma idéia de história, não só porque
indicaaqueles que, dentre todos os fatos da realidade, devem ser memoráveis no futuro (ou
seja, aqueles queteriam relevância histórica), mas também porque se constitui ele mesmo em
um dos principais registros"objetivos" do seu tempo.” (p.10)

“(...)A mídia é elevada, assim, ao estatuto de porta-voz oficial dos acontecimentos e da


transformaçãodo social, o que lhe confere, enquanto registro da realidade, uma certa "aura".
O jornalismo não só retrataa realidade e as suas transformações, mas também as registra e as
deixa como legado às sociedadesfuturas. A mídia é atestemunha ocular da história.” (p.10)

“(...)Sabemos, entretanto, que nenhum registro é ingênuo ou descomprometido. Nenhum


registroapenas registra. Todo ele pressupõe o trabalho da linguagem, pressupõe uma tomada
de posição dossujeitossociais. Todo registro é discurso e possui, assim, um mecanismo
ideológico próprio, uma forma de funcionamento particular. Entender esse funcionamento,
conhecer as operações discursivas através dasquais o jornalismo atribui sentido aos fatos da
atualidade é essencial para dar conta de como os meios decomunicação produzem uma idéia
de história e como, no mesmo processo, constroem-se e legitimam-secomo lugar social.”
(p.11-12)

“(...)Somos incapazes de inventariar o imenso conteúdo histórico de um jornalde hoje, mas


nossos descendentes vão encontrar nele o seu melhor guia eauxiliar na reconstituição destes
tempos atribulados em que nos tocou viver.É nele, mais do que em qualquer outro
documento, que se apoiará oprocesso de nossa época”. (p.12)

“(...)A superação da noção positivista de história possibilitou um alargamento da concepção de


fonte.Se antes eram considerados válidos apenas os documentos escritos que o historiador
pudesse, através dacrítica interna e externa, certificar-se da sua autenticidade ou da sua
sinceridade e exatidão, agora,qualquer documento–falso ou verdadeiro, sincero ou não–é
passível de tornar-se uma fonte histórica.” (p.12)

“(...)É necessário desmistificar as categorias abstratasimprensaediscurso jornalístico. Estes


termos,na realidade, deveriam ser usados noplural. Cada órgão de comunicação (seja da
grande imprensa ou dadita nanica) possui um mecanismo ideológico próprio (entendendo
ideológico não como conteúdo mascomo forma de funcionamento discursivo). Cada um possui
uma economia discursiva própria e produzum campo de efeito discursivo também específico.
Mas, apesar de cada veículo construir um "real"diferente, é bom não esquecer que há neles
um fundo comum de referência. A coerência da mídia éexatamente o que lhes dá credibilidade
e aceitação.” (p.16)

“(...)Como se atribui sentido aos fatos? Através de quais operações se constrói uma idéia de
história nodiscurso jornalístico? Quais as diferenças relativas aos veículos? Estas são algumas
das perguntas que ohistoriador deve ter em mente ao se arriscar na fascinante aventura que é
ler a história através dos jornais.E para respondê-las, a semiologia, sem dúvida, poderia ser-lhe
de grande valia.” (p.16)

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