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Trabalho nº1

O pensamento funcionalista surge como uma resistência à matriz mecanicista e


atomista proposta pelo estruturalismo de Edward Titchener. Como seu mestre e
antecessor Wilhelm Wundt, Titchener definia a psicologia como uma ciência da
consciência ou da mente que abrangeria a somatória de todos os processos mentais. Esta
psicologia científica demonstrava a mesma preocupação que os filósofos da Antiguidade,
de visão elementista e atomista, uma vez que propunham encontrar esses elementos que
conformariam um todo (o quê?), associados e interagindo entre si (o como?), na tentativa
de explicação do funcionamento desse todo (o por quê?). Assim, essa matriz psicológica
via o objeto de estudo como uma máquina cujos componentes estariam estruturados (daí
estruturalismo) em um todo: os elementos seriam as sensações, as imagens, as afeições e
os sentimentos e o todo seria a vida psíquica (FREIRE, 1997).
Quanto à metodologia, o estruturalismo em psicologia se baseava na compreensão
dos fenômenos através da experiência e a observação humanas sobre os mesmos. Esta
“ciência pura”, para Titchener, não seria aplicada, uma vez que o propósito não seria o da
cura de problemas mentais, mas a simples e pura descrição dos mesmos. Seguindo a
tradição atomista, esta abordagem pretendia descobrir os “átomos” da mente, “analisar a
experiência consciente a partir das partes componentes, e não na síntese dos elementos”
(GONÇALVES, 2018). Para tal, propunha o método da introspecção, isto é, a reflexão
que o sujeito faz sobre o que ocorre no seu íntimo em suas experiências anímicas.
Porém, essa visão estruturalista começou a receber críticas que estabeleceram seus
limites. Um primeiro ponto consistiu justamente nas críticas a essa introspecção, feitas
principalmente pelo filósofo positivista Auguste Comte, quem alegou que “se a mente
fosse capaz de observar as próprias atividades, teria de se dividir em duas partes: uma
observadora e outra observada [...] obviamente, isso era impossível”. (SCHULTZ e
SCHULTZ, 2009, pág. 117). Uma segunda questão residia no fato de que a introspecção
seria uma espécie de retrospecção, “porque havia um intervalo entre a experiência e o seu
relato”. (SCHULTZ e SCHULTZ, 2009, pág. 118). Como seria possível descrever um
estado de ira, por exemplo, após este sentimento ter passado? Ainda, a noção de
inconsciente proposta por Sigmund Freud jogava para além da consciência as
experiências anímicas, pelo que não haveria nenhuma possível descrição introspectiva da
que o eu consciente pudesse dar conta. Finalmente, a crítica assinalava que não seria
possível um resgate da experiência consciente por meio da associação dos elementos da
mente, uma vez que as sensações e estados afetivos não ocorreriam em partes
individualizadas, mas em uma totalidade única.
Além disso, três fenômenos se contrapuseram à leitura mecanicista e elementista
calcada na observação das leis das ciências naturais. Figueiredo os resume da seguinte
forma:
Três fenômenos característicos dos seres vivos [...] desafiaram o poder
compreensivo do mecanicismo e os procedimentos analíticos atomicistas: a
reprodução, o desenvolvimento e a autoconservação. Nenhum ser animado
reproduz-se e nenhuma máquina constrói outra máquina que se lhe assemelhe;
uma máquina não se monta sozinha; finalmente, a máquina estragada não se
conserta nem tem a capacidade de se modificar de forma a se manter em
funcionamento apesar das variações do meio ambiente. (FIGUEIREDO, 1989,
pág. 73).

Esses três fenômenos observáveis nos seres vivos indicam que, diferentemente
dos seres inanimados, eles possuem uma outra característica diferente e exclusiva, de
regulação interna, o que será o objeto de estudo de uma nova ciência chamada biologia;
esta ciência introduzirá os conceitos de “organismo”, “função”, “evolução” e
“desenvolvimento”. Dentro desta nova ciência em ascensão, destacam-se dois nomes. O
primeiro é Jean-Baptiste de Lamarck, cuja tese considerava que “(1) mudanças no
ambiente (2) criam novas necessidades que (3) levam o animal a desenvolver novos
hábitos que (4) envolvendo o uso intensificado ou o desuso de órgão fazem com que (5)
estes se desenvolvam ou se atrofiem” (FIGUEIREDO, 1989, pág. 76), tudo de maneira
hereditária. O segundo nome é o de Charles Darwin, cuja teoria da seleção natural das
espécies exerce influência até os dias de hoje.1A biologia evolutiva, portanto, considera
os acontecimentos naturais e humanos em termos de adaptação: “explicar um fenômeno
biológico corresponde, em primeiro lugar, a identificar suas funções. A análise causal dos
mecanismos está subordinada à análise funcional voltada para os efeitos adaptativos”
(GONÇALVES, 2018).
Dessa maneira, podemos discernir dois grandes efeitos do funcionalismo na
psicologia. No plano ontológico, adota-se um modelo instrumentalista em que os
processos psicológicos básicos (atenção, percepção, memória etc.) estão orientados à
adaptação. No plano metodológico, objetiva-se a produção de conhecimento integrado
em função, estrutura e gênese.
Quanto ao movimento da assim chamada psicologia funcional, o mesmo
desenvolveu-se nos EUA em fim do século XIX e início do século XX. A principal
característica dessa teoria baseia-se na tendência intencional dos seres vivos para
conseguir adaptação ao meio, a diferença do comportamento mecânico dos seres
inanimados. O funcionalismo não teve a intenção de criar um novo modelo de
pensamento, mas criticava a visão estruturalista de Wundt e Titchener, sem, no entanto,

1
Falaremos um pouco dessa teoria em outro trabalho.
querer substitui-la; interessava-se, sobre tudo, nas pesquisas que explicavam como o ser
humano se adapta ao meio ambiente.

Referências

FIGUEIREDO, L. C. M. Matrizes do pensamento psicológico. Petrópolis: Vozes, 2017.


FREIRE, I. R. Raízes da psicologia. Petrópolis: Vozes, 1997.
GONÇALVES, G. R. Funcionalismo. 2018. 35 slides.
SCHULTZ, D.; SCHULTZ, S. E. História da psicologia moderna. São Paulo:
Cengage Learning, 2013.

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