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ISSN nº 2526-8031 Vol. 1, n. 2, Mai-Ago.

2017

MÍDIA, RELIGIÃO E GÊNERO: COMO O DISCURSO RELIGIOSO


CONTRA A HOMOSSEXUALIDADE É PROPAGADO NO FACEBOOK

Media, religion and gender: how the religious discourse against homosexuality
is propagated on Facebook

Media, religión y género: cómo el discurso religioso contra la homosexualidad


se propaga en Facebook

Vângela Maria Isidoro de Morais1


Josué Ferreira Gomes2, 3

RESUMO
Este artigo busca mostrar como os campos da Religião e Gênero se tencionam dentro da
mídia, especialmente na rede social, a partir da veiculação de uma cena de sexo gay da
telenovela “Liberdade, Liberdade”. Os Estudos Culturais e da recepção, pautados em Jesús
Martín-Barbero e outros teóricos da América Latina e Brasil, norteiam os resultados
apresentados. Partimos do princípio da convergência e como ele afeta os campos sociais.
Discutimos como a novela é um produto bastante consumido pela sociedade, como se
torna notícia para um portal de comunicação e, por fim, estendendo-se ao Facebook.
Mostramos a construção socioreligiosa, como ela interfere na decisão do receptor, bem
como o induz a propagar discursos discriminatórios e preconceituosos, ferindo a própria
essência da religião.

PALAVRAS-CHAVE: Mídia; Religião; Homossexualidade; Recepção; Facebook.

1
Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (2013), mestre em Ciências da Comunicação pela
Universidade de São Paulo (2003), graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará
(1993). Professora de jornalismo na Universidade Federal de Roraima. E-mail: vangela.morais@ufrr.br.
2
Estudante de Graduação em Comunicação Social/Jornalismo, na Universidade Federal de Roraima. E-
mail: josueferreiragomes1@gmail.com.
3
Endereço de contato dos autores (por correio): Universidade Federal de Roraima (Campus Paricarana),
Avenida Capitão Ene Garcez, 2413, Aeroporto – 69310000 – Boa Vista, Roraima, Brasil.

Aturá Revista Pan-Amazônica de Comunicação, Palmas, v. 1, n. 2, p. 185-203, mai-ago. 2017


ISSN nº 2526-8031 Vol. 1, n. 2, Mai-Ago. 2017

ABSTRACT
This article seeks to show how the fields of Religion and Gender are intended within the
Media, especially in the social network, from the placement of a gay scene from the
telenovela “Liberdade, Liberdade” ("Freedom, Freedom"). Cultural and reception studies,
based on Jesús Martín-Barbero and other Latin American and Brazilian theorists, guide the
results presented. We start from the Convergence principle and how it affects others social
fields. We discussed how the novel is a product very consumed by society, as it becomes
news for a communication portal and, finally, extending to Facebook. We show the
socioreligious construction, how it interferes in the receiver's decision, as well as induces it
to propagate discriminatory and prejudiced discourses, hurting the very essence of religion.

KEYWORDS: Media; Religion; Homosexuality; Reception; Facebook.

RESUMEN
Este estudio intenta mostrar como los campos sociales de la Religión e Género entran en
conflicto dentro de la media, especialmente en la red social, a partir de una escena de sexo
gay de la telenovela “Liberdade, Liberdade”. Los Estudios Culturales y de la recepción de
Jesús Martín-Barbero y otros teóricos de Latinoamérica y Brasil, nortean los resultados
presentados. Empezamos la discusión hablando acerca de la convergencia y como afecta
los demás campos sociales. Discutimos acerca de la telenovela como producto bastante
consumido por la sociedad brasileña, como ella se torna noticia al portal de comunicación
e, llega a las redes sociales. Mostramos la construcción socioreligiosa, como ella interfiere
en la decisión del receptor, así como lo conduce a propagar discursos discriminatorios y
prejuiciosos, rompiendo con la esencia de la religión.

PALABRAS CLAVE: Media; Religión; Homosexualidad; Recepción; Facebook.

Recebido em: 31.07.2017. Aceito em: 20.08.2017. Publicado em: 30.08.2017.

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A convergência da Mídia em se tratando de disseminação de


Em seu livro Cultura da informações.
Convergência (2009), Henry Jenkins Essa mudança tecnológica estaria
descreve um processo de transformação dentro do que Jesús Martín-Barbero
tecnológica que o universo começa a (1997) chama de tecnicidade, uma das
viver. São novas máquinas com poderes mediações que o teórico propõe para um
de propagação de informação não antes novo modelo de comunicação. Além do
vistos, mas presumidos por grandes emissor, mensagem e receptor, o autor
teóricos da comunicação. Os papéis do introduz a cultura no trajeto da produção,
produtor e consumidor de notícias do texto até o receptor, reinventando,
passam por readaptações. Convergir seria assim, os moldes da recepção a partir de
“a moda da vez”. São meios de uma visão voltada não mais aos meios,
comunicação dando espaço a novos como sempre havia sido, mas sim àqueles
meios. Outros se readaptando as que usufruem dos produtos midiáticos.
mudanças e delimitando ainda mais seu Nesse sentido, a tecnicidade não
público alvo. pode ser vista somente como
Os caminhos para transmitir uma possibilidade de fazer o agora de maneira
mensagem ao receptor têm ganhado mais rápida. Ela está além dos aparatos
novas formas. As ferramentas que da técnica, pois o que ocorre é uma
atingem um grande público em pouco “sedimentación de saberes y dimensión
tempo se impregnaram no jornalismo constitutiva de las prácticas”4. Não se
diário. A “transmídia” ganha destaque no trata pura e simplesmente da tecnologia,
cenário midiático, já que narra os fatos mas sim das alterações que as mídias
por meio de diversos mecanismos
comunicacionais, principalmente pela
internet, onde as mídias digitais têm sido 4
Texto de Jesús Martín-Barbero disponível em:
http://perio.unlp.edu.ar/seminario/bibliografia/Jesus-
tratadas como o diamante do jornalismo Martin-Barbero.pdf. Acesso em: 19 jul 2017.

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digitais provocam na produção de A convergência está ocorrendo [...] dentro


do cérebro do consumidor [...] A
sentido do receptor. convergência envolve uma transformação
tanto na forma de produzir quanto na
Compõem ainda o ciclo da forma de consumir os meios de
comunicação (JENKINS, 2009, p. 44).
comunicação a socialidade, isto é, a trama
de relações constituídas no cotidiano que Esse efeito “interconectivo”
fixa os processos de comunicação e provocado pelas mídias digitais cria uma
constituem os sujeitos e suas identidades; nova etapa no jornalismo e na sociedade:
a institucionalidade sendo o cenário, a democratização do acesso à
portanto, que constrói a relação mais informação. O conjunto da obra
próxima entre produção e recepção possibilita que a discussão de temas
(JACKS, 2008, p. 21); e a ritualidade como antes invisíveis na mídia, ganhe
construtora de rotinas dos sujeitos, ou notoriedade. Se detalharmos essa
seja, readaptação do campo da mídia,
conecta de maneira ambivalente os notamos que o produtor e consumidor de
formatos industriais às competências de
recepção, trata das rotinas, das regras notícias passaram a ter uma relação mais
construídas a partir da combinação dos
diferentes tempos nos distintos espaços
equilibrada.
(SANTI, 2016, p. 36). Para Jesús Matín-Barbero (1997), a
atividade do processo comunicativo não
Essa “entrada pela porta dos
está tendenciada somente ao emissor. O
fundos”, ou seja, entender a comunicação
receptor não é mais um simples
sob a ótica da recepção, partindo do
decodificador da mensagem. Ele é
receptor para os meios, levando em
também passa a ser produtor de sentidos.
consideração a alça cultural que envolve
Escosteguy (2009, p. 3) diz que essa
o indivíduo, faz o esforço de entrar na
dinâmica de “esmaecimento de
cabeça das pessoas e compreender um
fronteiras” entre produção e recepção
pouco do que é modificado na maneira
vem sendo adotada pelos próprios meios
de pensar, agir e se comportar.
de comunicação, através do chamamento

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cada vez mais crescente “dos receptores essa inter-relação entre os receptores que
para participarem da esfera da produção”. constitui os conflitos entre instituições
Assim, os meios não são mais eixo sociais.
central, mas sim fragmentos de um Sendo assim, é possível afirmar
processo em que a cultura torna-se a que o campo da Mídia, principalmente as
coluna vertebral da comunicação, mídias digitais, propicia o encontro entre
interligando diferentes instituições outros dois campos: da religião e de
sociais. A lógica comportamental, a partir gênero (homossexualidade), ênfase neste
de uma identidade cultural, leva a uma artigo. Para melhor discutirmos essa
ruptura com o tradicionalismo perspectiva, partimos do princípio da
comunicacional: emissor-mensagem- compreensão de que
receptor. um campo é um espaço social
estruturado, um campo de força – há
Esse ciclo vicioso da convergência dominantes e dominados, há relações
constantes, permanentes, de
dentro da comunicação nos remete a desigualdade, que se exercem dentro
desse espaço – que é também um campo
espaços de debates cada vez mais de lutas para transformar ou conservar
tensionados. As redes sociais, atualmente, esse campo de forças (BOURDIEU, 1997, p.
57).
funcionam como extensão dos veículos
de comunicação e recebem os mais Frente ao conceito de campo de
diferentes tipos de usuários. Todos na sua Pierre Bourdieu, entendemos que esses
esfera individual, utilizando os campos – mídia, religião e gênero – são
mecanismos que as redes apresentam. entidades sociais formalmente
Além de sanar a carência e dar atenção às constituídas e desenvolvem uma
pessoas, essas redes possibilitam os hierarquia ou organização. A participação
receptores falar o que pensam. Mais do do sujeito em uma ou mais instituições
que isso, produzem uma espécie de permite-lhe produzir diversos significados
feedback, o retorno das outras pessoas a de acordo com cada instituição. Segundo
partir do que foi exposto. É justamente Martín-Barbero, atualmente

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não podemos compreender a Essa rotina estabelecida na vida do


comunicação sem refletir qual sua relação
com a interpelação e constituição dos indivíduo religioso, leva à construção de
sujeitos, reorganização de sentidos e as
identidades cidadãs (MARTÍN-BARBERO, sua matriz cultural. Com isso, a rejeição
2002, p. 18, tradução nossa).
da homossexualidade no contexto
Com isso, a comunicação deixa de religioso dentro dos espaços de debates
ser vista somente como um lugar de públicos é recorrente. Entretanto, não
transmitir informações e torna-se parte deve ser naturalizado. No âmbito da
intrínseca cultura. religião, principalmente, onde valores
De fato, as redes sociais mais nobres e humanos poderiam se
democratizaram os meios. As redes estabelecer como princípios, a leitura
sociais funcionam como um campo pontual e fragmentada da Bíblia tem sido
minado habitado por seres que não se utilizada para reiterar estereótipos,
conhecem, mas são unidos por afinidade preconceitos e uma gama de situações de
de pensamento e, com isso, produzem e violência, simbólica e física.
reproduzem conteúdos.
Culturalmente, cada receptor Cena de Sexo Gay em “Liberdade,
reflete e decide seu posicionamento. Liberdade”
Sendo assim, o status de significação Essas mudanças possibilitaram o
passa a ser traçado por diferentes surgimento da Televisão e, com ela, as
concepções. O dia a dia é o ambiente telenovelas passaram a ser exibidas. O
central de toda a discussão, porque mercado de tal entretenimento cresceu
encontra-se desde a relação com o tanto que os horários nobres foram
próprio corpo até o uso do tempo, o ocupados por estórias que tratam temas
habitar e a consciência do que é possível sociais relevantes, como a
ser alcançado por cada um (BRITTOS, homossexualidade.
2002, p. 30).

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Orozco Gómez (2006, p. 12) personagens de André (Caio


argumenta que a telenovela tem se Blat) e Tolentino (Ricardo Pereira),
constituído como um dos espaços de deixando de lado as normas da sociedade
expresión, reconocimiento y recreación da época onde viviam.
cultural por excelencia, a la vez que uno
de los productos mediáticos masivos más Em seguida à transmissão da cena,
distintivos y reconocidos de la industria
televisiva (OROZCO GÓMEZ, 2006, p. 12). o portal GShow, vitrine de
entretenimento da Rede Globo,
Nos últimos anos, a telenovela se transformou a cena de sexo gay em
apropriou de novos discursos, deixando notícia; link posteriormente
de lado os clichês e temas não relevantes compartilhado na página oficial do portal
e abraçou polêmicas sociais, tomando no Facebook.
para si uma responsabilidade para além Esse caminho transmidiático
do entreter. Tais mudanças passaram a percorrido do entretenimento até o
enxertar cada vez mais conteúdos portal de comunicação GShow, isto é, a
considerados “não tradicionais” nas cena de sexo gay se tornando notícia, e,
telenovelas. por fim, sendo compartilhada para o
Por exemplo, a cena de sexo gay Facebook, nos leva, através dos Estudos
entre homens veiculada na telenovela Culturais e de recepção, questionar: em
“Liberdade, Liberdade”, da Rede Globo. A que medida a cena televisiva
trama das 23h da Rede Globo chegou às transformada em notícia mobiliza os
telas baseando-se a partir de outro campos da mídia, religião e gênero?
contexto histórico, século XIX. A novela Pois, se de um lado existem
consagrou-se como a primeira da pessoas que defendem a utilização deste
Televisão Aberta Brasileira a exibir uma canal para propagar tais ideologias, de
cena de relação sexual entre dois outro têm aquelas que se posicionam
homens. A cena foi exibida no dia 12 de contrárias e se manifestam por meio de
julho de 2016, numa atuação dos comentários nas páginas destinadas a

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esse conteúdo, sinalizando, portanto, o prática cultural a serem pensados de um


que Escosteguy (2004, p. 135) descreve ponto de vista histórico e político”.
como discurso comportamental, O campo religioso tem práticas e
entendido como o estudo dos diferentes discursos que cruzam com diferentes
impactos derivados dos meios, isto é, o representações e visões de mundo. Ou
produto midiático é considerado uma seja, a religião é um influenciador
incitação que desenvolve diversas reações determinante nas decisões individuais
nos públicos. Desta forma, quando que acarretariam em posicionamentos
falamos a respeito de homossexualidade, coletivos massivos e fortes.
despertamos valores, crenças e tradições A Bíblia é tida como “palavra de Deus” e
utilizada como um importante dispositivo
ligadas diretamente à religião. de saber/ poder nos discursos religiosos
cristãos. À medida que se configura como
verdade que faz ver e faz falar os
ordenamentos de uma divindade para os
Religião e Homossexualidade seres humanos, a Bíblia se torna
Martino (2016, p. 144) afirma que a efetivamente um dispositivo de poder na
docilização dos corpos (MESQUITA;
religião nunca esteve tão presente nas PERUCCHI, 2016, p. 111).

discussões dos Estudos Culturais, por isso, Percebe-se, assim, que as práticas
devido à evolução da religiosas ultrapassam as paredes dos
contemporaneidade, as práticas religiosas templos, deixando de serem discussões
precisam ser repensadas dentro do internas de um grupo e ganham forma de
âmbito desses estudos, “para além de práticas culturais que influenciam nas
qualquer consideração de ordem decisões políticas de toda uma
doutrinária, dogmática ou ritual”. comunidade.
Segundo ele, a religião pode ser [...] pode ser entendida como um vetor de
monta em muitos espaços e momentos
compreendida como “um fenômeno do cotidiano desde a discussão e a
tomada de decisões políticas,
social relacionado a outros elementos influenciando nas relações internacionais,
constitutivos da sociedade” e, por isso, até as práticas cotidianas, propondo
códigos de conduta social no espaço
constitui “dimensões como discurso e público e regulando os usos do corpo e

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das relações afetivas no âmbito privado as igrejas têm se adaptado à era


(MARTINO, 2016, p. 145).
tecnológica, investindo cada vez em
Em se tratando de comunicação, estruturas luxuosas e cheias de adeptos.
não há mudanças no processo de A fé se tornou um produto à venda.
midiatização da religião, mas sim na Como um campo, a religião tem
perspectiva da recepção do texto suas regras e leis, regidas pelas sagradas
religioso no ambiente individual. Uma escrituras e interpretações pessoais
formulação que direciona para a transmitidas aos seguidores religiosos.
circulação como um novo lugar em que Dentre esses discursos pregados, a
se encontram as técnicas de produção de homossexualidade sempre foi vista pela
sentido e aquelas produzidas pelos religião como algo contrário ao que Deus
receptores, enquanto atores sociais criou. “Só existe homem e mulher”, “Deus
(GASPARETTO, 2009, p. 215). abomina a relação sexual entre pessoas
É inegável que as igrejas, em do mesmo sexo”, “Adão e Eva foi criado;
especial a Católica, sempre tiveram um não dois Adão ou duas Eva”, são frases
papel social decisivo. Um exemplo é a pronunciadas por religiosos que proferem
colonização de terras brasileiras. Durante palavras que vão de encontro às
esse processo, os religiosos levaram orientações sexuais dos indivíduos.
estilos de vida a muitos lugares através Discursos alarmantes que condenam o
de ensinamentos bíblicos. Atualmente, as amor entre pessoas do mesmo sexo
igrejas cristãs continuam realizando seus entram em conflito com o “amar ao
trabalhos para se manter como próximo como a ti mesmo”, mandamento
instituições religiosas, políticas e deixado por Cristo para ser praticado.
essenciais para a sociedade. Esse discurso de “não à
Os templos religiosos parecem homossexualidade” ou quaisquer outros
acompanhar a cultura da convergência. temas que a igreja resolva abordar, tem
Assim como os veículos de comunicação, adentrado o campo midiático. Os

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púlpitos (local de pregação do Gênero: do feminismo à


ensinamento) estão presentes em homossexualidade
grandes canais de televisão, portais de Guacira Lopes Louro (2008)
notícias e redes sociais. Os ensinamentos enfatiza o termo gênero na perspectiva
religiosos são pregados às câmeras. Os que muitos teóricos dos estudos culturais
fiéis são desconhecidos. também fizeram: problematizar gênero a
Essa religião midiatizada aponta para partir do feminismo. A lógica de observar
mudanças estratégicas nos próprios
modos de funcionamento do campo pelas janelas dos estudos culturais o
religioso. Exemplo disso é que hoje os
templos são organizados e reestruturados gênero debruçando-a sobre o papel da
para munir e alimentar um complexo
sistema de produção de sentidos sobre os
mulher na sociedade nos instiga a
credos. No interior dos templos há telões, ampliar o tema de gênero,
alto-falantes, sistemas integrados entre
diferentes mídias: rádios, canais de desembocando a discussão sobre a
televisão, websites, etc. (BORELLI, 2010, p.
3). homossexualidade.

Se observarmos por uma Escosteguy e Sifuentes (2011, p. 4)

perspectiva midiática, a religião está mais dizem que tratar desse campo é remeter

presentes na sociedade e propagam “às noções de relação, diferença e

discursos discriminatórios e multiplicidade”, ao mesmo tempo em que

preconceituosos contra o campo de deve ser levada em consideração a

gênero, especialmente à procura por “desestabilizar o

homossexualidade. Com isso, diversas determinismo biológico, uma noção de

identidades estabelecidas culturalmente universalidade e de essência”.

entram em conflito com outras Ao aproximarmos essa vertente do

identidades, gerando as tensões entre gênero à religião, percebemos como as

esses dois campos. ideias de masculino e feminino estão


presentes no macrocosmo (BOURDIEU,
1997), ou seja, num campo maior que
abrange todos os outros. Os diversos

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estilhaços que remontam o caminho para respeitando às leis sociais [embora isso
compreender o campo de gênero a partir nem sempre aconteça], defendem esses
de uma visão cultural auxiliam na espaços. São movimentos sociais
interpretação e na circularidade que o aglomerados dentro desses espaços que
estudo da recepção reivindica. buscam defender ideais.
Estudar gênero sobre a perspectiva As redes, por serem multiformes,
aproximam atores sociais diversificados
da homossexualidade é permitir que a [...] – e possibilitam o diálogo da
diversidade de interesses e valores. Ainda
caminhada estenda-se além do superficial que esse diálogo não seja isento de
conflitos, o encontro e o confronto das
“homem e mulher”. São essas novas reivindicações e lutas referentes a diversos
hipóteses de ser humano que aspectos da cidadania vêm permitindo
aos movimentos sociais passarem da
caracterizam as pesquisam em gênero defesa de um sujeito identitário único à
defesa de um sujeito plural (SCHERER-
ainda mais interessante. Trata-se de uma WARREN, 2006, 115-116).

necessidade da sociedade
Nesse contexto, a figura do homem
contemporânea.
e mulher ultrapassa o campo da ciência e é
O campo de gênero é sempre
ensinada também a partir de uma
polêmico porque mexe com as estruturas
perspectiva religiosa. Entretanto, essa visão
sociais conservadoras e vão de encontro
começa a ser descontruída à medida que
com os princípios religiosos. Justamente
novas formas de relacionamentos vão
as redes sociais ampliaram essa discussão
surgindo. Tornou-se, assim, necessário
sobre gênero, buscando diminuir as
ampliar o leque de discussão sobre gênero
disparidades existentes entre os campos da
e seus mais diversificados ramos. É a árvore
religião e gênero. Ou seja, a democracia em
do gênero tendo os frutos modificados.
defender o seu campo está presente na
Não é preciso descontruir conceitos, mas
religião e na comunidade LGBT (Lésbicas,
sim readaptá-los.
Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e
Louro (2007) parte do princípio que
Transgêneros). Ambos os campos têm
essas discussões são provocadas a partir do
agentes sociais dentro das redes que,
intolerável, que muda de significado de

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indivíduo para indivíduo. O que para muitos explicações fundamentadas além do


seria intolerável, para outros estaria senso comum. Os meios de comunicação
confortavelmente dentro do campo da são os principais cenários para debater e
aceitação, no âmbito do comum ou compreender esses novos
“normal”. comportamentos, tendo em vista que
Bourdieu (1999), em seu livro A alcançam todas as classes sociais.
Dominação Masculina, descreve que a Os fatos imediatos do cotidiano
transformados em notícia são
maior diferença dos gêneros masculinos e compreendidos como “naturais”, e não
socialmente construídos através dos
femininos está no corpo, mais múltiplos discursos. [...] Essa perspectiva
naturalizante dos sujeitos e dos
especificamente nos órgãos sexuais. É a comportamentos sociais por parte da
força masculina como característica do mídia é o eixo que norteia a construção
de sentidos sobre a representação das
homem e a delicadeza definindo a relações de gênero e sexualidade na
sociedade contemporânea (DARDE, 2008,
mulher. Se antigamente não debatíamos p. 224).

sobre as novas formas de relacionamento


a partir de uma lógica midiática,
atualmente discutir tais assuntos é tarefa
Discussão e Resultados
fundamental para compreender o outro.
Nossa intenção é tentar mostrar
Esse processo histórico no qual
que, devido à cultura religiosa
estão inseridos padrões pré-estabelecidos
impregnada na sociedade brasileira,
que é destituído a partir das novas formas
existem tensões entre os campos de
de apropriação. É perceptível, assim, que
gênero, especificamente a
as discussões sobre gênero ultrapassam
homossexualidade, e a religião. A
as barreiras impostas pela psicologia e a
publicação na página oficial do Portal
medicina, buscando uma compreensão
Gshow, no Facebook, foi feita no dia 12
mais antropológica. É uma junção de
de julho. Por se tratar de um assunto
conhecimento sobre novas formas de
polêmico, o post ganhou notória
comportamento que resultam em
repercussão.

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comentários na própria rede social, o


Facebook.

Tabela 1 – Dados da publicação no Facebook

• Família Tradicional
Principais dados

Curtidas 16.510
Comentários 1.692
Compartilhamentos 1.359
Fonte: Autor Figura 1 – Deus criou homem e mulher
Fonte: Autor

Selecionamos quatro comentários De vinculação religiosa, o termo


com teor religioso apoiando e mais presente nos comentários feitos na
condenando a cena de sexo gay. postagem sobre a cena de sexo gay é
Trazemos algumas expressões que “família tradicional”. A ideia de que Deus
tomam peso de categorias baseando-as constituiu a família a partir da criação de
nos discursos predominantes nos Adão, feito do barro, e Eva, da costela de
comentários. É possível verificar como se Adão, está presente até hoje na
aproximam as lógicas da produção e da humanidade. O pensamento cristão é o
recepção dos conteúdos, como principal argumento para não aceitar a
característica de empoderamento do homossexualidade como constituição de
sujeito receptor no ciberespaço. relacionamento e, sobretudo, família.
Refletimos ainda sobre os limites e as A não procriação é artefato para
dificuldades dessa interação dizer que a relação entre pessoas do
proporcionada pela nova reestruturação mesmo sexo não traria ‘frutos’ para que a
da comunicação, a partir da análise dos descendência da humanidade
continuasse. Mesmo havendo rejeição das

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práticas consideradas não heterossexuais, cria uma imagem de um ser intolerante,


a homossexualidade “está rompendo com mal-educado, ignorante e homofóbico.
os limites convencionais definidores da
instituição familiar” (MELLO, 2005, p. 200).
Entretanto, é preciso lembrar que a
família tradicional brasileira, constituída • Amar a todos
por um homem (pai), uma mulher (mãe) e
os filhos, não deixa de existir. Mas não
pode ser vista como único modelo de
família. O argumento da não procriação é
válido. Afinal, a ciência é clara: homem Figura 2 – Colocando o amor em prática
Fonte: Autor
não pode ter filhos. Contudo, uma família
Usando da própria religião,
não pode estar dependente deste
diversos comentários trazem a passagem
requisito para ser família. Constituir-se
bíblica do livro sagrado de Marcos,
em um grupo familiar é uma decisão que
capítulo 12, versículo 31, que diz: “amarás
envolve diversos fatores diretamente
o teu próximo como a ti mesmo, não há
ligados à cultura.
outro mandamento maior do que estes”
O comentário exige respeito.
como respaldo para que a relação entre
Contudo, não saber respeitar o espaço do
pessoas do mesmo sexo esteja pautada
outro, em termos de lógica, é o caminho
no amor que Jesus Cristo pregou. O amor
para que não seja respeitado. Exigir algo
é descrito por centenas de pessoas como
que não está disposto a oferecer é
o sentimento mais importante acima de
contraditório. A partir do momento que o
qualquer denominação cristã e
sujeito religioso comenta na postagem
identidade de gênero. É propriamente o
sobre a cena e não possibilita que haja
amor que une as pessoas.
uma conversação, ele automaticamente
A ironia vinda do homossexual
para o religioso alimenta o campo de

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tensões (isso o conteúdo do comentário


• Coisa Diabólica
deixa evidente). Se por um lado temos o
religioso exigindo respeito, condenando e
distinguindo a cena como feia; por outro
Figura 3 – O Diabo como influência
o homossexual demonstra amor e sugere Fonte: Autor
ambientes “mais cristãos” (outro canal
A comparação das práticas
televisivo). Com isso, é perceptível que o
homossexuais com coisas malignas está
encontro das representações não é
presente nos comentários de forma
pacífico, tampouco consensual, mas sim
avassaladora. Religiosamente, como
conflituoso, pois se cada indivíduo se
discutido, ser gay é não usufruir da
compreende de uma determinada forma,
bênção de Deus. O Diabo seria, então,
“a legitimação de uma identidade passa
quem conduz as ações homossexuais, o
pela desqualificação de outras”
ser que monta o caminho para o pecado
(BELLOTTI, 2004, p. 104).
da prostituição. Logo, tudo que é
O questionamento “quando irão
diabólico é contrário a Deus. Com isso, os
colocar isso em prática?” diz respeito à
homossexuais são produtos diabólicos e
falta de amor que a religião, nesse
precisam de libertação.
contexto, tem para com os homossexuais.
A “endemonização” do comportamento e
Quando religiosos proferem palavras de da orientação sexual dos gays e lésbicas é
resultado da doutrina pentecostal que
condenação, eles estão ferindo a própria associa todas as expressões do mal,
particularmente os desvios morais às
doutrina. O amor nos permite pregar a influências de forças sobrenaturais
malignas. A atração por parceiros do
palavra de Deus sem ter que menosprezar mesmo sexo biológico é, portanto, um
desdobramento da interferência negativa
a imagem do gay. Fazer esse
do diabo na personalidade do indivíduo
questionamento é como se perguntasse: (MACHADO, 1998, p. 285).

“é assim que você se ama?”. Como


Sendo assim, a cena de sexo gay
poderia alguém amar ao próximo como a
contribuiria para o desaparecimento da
si mesmo denegrindo sua imagem?
humanidade, a destruição da terra. Como

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a homossexualidade é de ordem
pecadora, logo a proveniência maligna é
designada pelos religiosos. Logo, o gay
não é fruto de escolha, orientação sexual, Figura 4 – O evangélico que respeita
Fonte: Autor
identidade de gênero ou quaisquer
variáveis que não esteja vinculada a Neste comentário a explicação é
possessão de demônios. Ser gay é ter de cunho religioso para apoiar tanto a
seres malignos te acompanhando todo o cena de sexo gay quanto a
tempo e designando suas práticas. homossexualidade. “Sou evangélica”
Estereótipos e arquétipos mostra que a construção do discurso, por
construídos socialmente. Tudo aquilo que mais que seja enraizada na religião,
não condiz com os ensinamentos apresenta uma visão diferente do
religiosos são considerados desvios para tratamento do religioso para com o gay.
o mal. E, caso um indivíduo religioso Esse efeito mostra a diversidade cultural
cometa algum desses delitos, é que o Cristianismo na sociedade
disciplinado (afastado das atividades (MONTERO, 1996, p. 30). Neste
religiosas por determinado período de comentário, é notório que o processo de
tempo). Esta etapa disciplinar constitui significação parte de outra matriz cultural.
um sujeito mais resistente ao pecado. Por Mesmo o sujeito sendo evangélico, ele
essa vereda o homossexual teria que observa a homossexualidade diferente do
passar. Para ser totalmente aceito dentro tradicionalismo religioso.
da religião, o gay precisa renascer da Essa é uma das características do
água e do Espírito. É a única condição cotidiano, do espaço público. Ele
para que seja visto como normal e funciona como um fluxo constante de
aceitável. novas identidades e discursos pautados
na razão. Através dos produtos culturais,
• Deus não faz acepção neste caso a publicação sobre a cena de

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sexo gay, circulam modelos de realização, essas gravações ganham espaço no


a valorização de comportamentos, de webjornalismo, proporcionam
série de identidades (gay, negro, rural, repercussão nos diversos desníveis
mulçumano) a partir dos quais se operam, culturais (SANTI, 2016, p. 75) e causam
em uma mescla constante de conflitos entre os campos da religião e
“racionalidade e de afetos, processos de gênero. O jornalismo mudando conforme
construção de coletivos, de combinações a tecnologia e reinserindo temas como a
de ‘eu’ e de ‘nós’” (MATTERLART; NEVEU, homossexualidade nas suas entrelinhas.
2004, p. 110). As redes sociais como potencializadores
A matriz cultural do sujeito vincula desse modelo de comunicação,
a homossexualidade ao amor, e o amor a permitindo a manifestação de diversas
Deus. Logo, o homossexual também seria culturas por meio de seus agentes sociais.
amado por Deus. A própria relação de Os Estudos Culturais e da recepção
amor entre pessoas do mesmo sexo não são fundamentais para estudar tais temas,
é distinta a heterossexualidade. O pois a recepção, mais do que nunca,
significado criado a partir de uma cultura passa por modificações. São esses
mais aberta às transformações sociais é estudos que avaliam como esses campos
resultado de diferentes relações criadas se tencionam, bem como os receptores se
entre o sujeito e o meio social. Pode-se comportam e constroem
afirmar que, neste contexto, a sociculturalmente seus posicionamentos.
homossexualidade passa a ser vista como Com isso, a cultura torna-se não só o eixo
normalidade. central da moderna comunicação – em
especial a recepção –, mas também é um
Considerações Finais gigante social que influencia grande parte
Da telenovela para os portais. das decisões dos indivíduos.
Buscamos entender a transição de cenas Vimos que a religião é, sem
fictícias para a realidade social. Como dúvidas, uma instituição social que

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interfere na construção de sentido dos


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fraternos, de solidariedade e amor como 234, 2008.
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gays. Além disso, difundem uma cultura
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