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____ A ordem

ambiental
internacional
c i o n S í Ü S ? - ^ f ta ^ rel3ÇÕes intem a-
acordos entre países. Eles nasceram da tentativa í £ ° SUrglram os P ^ i r o s
que chegavam às terras e destruíam sua base n a tu ra l™ "'^ 2 ^ de COl° n ° S

falCanÇaram — A
também discutido neste c a p ítilo ' t se c o n i “ m ? Tratado A ntártico -
servação de uma área da Terra a nartir Hp gUIU p a Pn rneira vez ap re -
elaborado a p artir da iniciativ a de urna"da s ^ n '=? ,n tcrnacionaI' Ele foi
Guerra F n a e vigora até nossos dias O Trat i j',KArpott-'ncias do p erío d o da
participação da o n u , m uito e m L o ' ^ ! ! ! ? ^ ” fo/ cri]ado sem a
do a tem atica am biental desde os seus nrim ' h ac,onal tenlia discuti-
monstrado. ° S SCUS Pn m ordios, com o tam bém será de­
_____ Q crescimento da importânria rja tnmr-. • ... ______________________
W agner Costa Ribeiro nacional toi acom panhado pela onu . A tjnirV f
ação, passou a em pregar parte de seus esforenc Um
' ental no ce n ário inter­
SCUS orS anism os de
construir um sistem a de conservacão -imh i 6Ste fim ’ c o n seguindo
des, está sendo im plem entado. ‘ ‘ m blental que, apesar das difículda-

h- * ®
editoracontexto
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OS P R IM E IR O S A C O R D O S IN T E R N A C IO N A IS

As p rim e ira s te n ta tiv a s de se estab elecer tratad o s in tern acio n ais que
re g u la sse m a ação hum an a sobre o am biente rem ontam a 19001. A caça es­
p o rtiv a , a m p la m e n te p raticad a na In g laterra pelos p ro p rietário s de terras,
fo i le v a d a às c o lô n ia s african as. Os safáris são o m a io r exem plo de com o
esta p rática foi difundida. E ntretanto, os colonizadores, que não podiam ca­
çar em se u país d e o rig em por não p o ssu ir terras, exag eraram em seus no­
vos d om ínios, p rom ovendo um a m atança indiscrim inada de anim ais e pás­
saros. O u tro alvo d o s caçad o res foram os elefantes, nesse caso devido ao
valor eco n ô m ico d o m arfim . .
A C o ro a in g lesa reagiu realizando, em 1900, em Londres, um a reunião
internacional, com o objetivo de discutir a caça indiscrim inada nas colônias
africanas. F o ram co n v id ad o s a participar os países que possuíam terras no
c o n tin en te africano: A lem anha, B élgica, França, Inglaterra, Itália e P ortu­
gal. O resu ltad o d esse encontro foi a C onvenção para a Preservação de A ni­
m ais, P ássaros e Peixes da Á frica, que visava a conter o ím peto dos caçado­
res e m a n te r an im ais viv o s p ara a p rática da c aç a no futuro. Foram
sig n atário s d aq u ele d o cu m en to Alem an h a. C ongo B elga (atual R epública
D crhucráticã do C ongo), França, Inglaterra^ Itália e P ortugal2._____________
D entre as principais m edidas adotadas pela C onvenção estava a elabo­
ração de um calen d ário para a prática da caça. Inovador, o docum ento pre­
via a p roteção de anim ais, pássaros e peixes.
O seg u n d o en co n tro intern acio n al visando ao co n trole de seres vivos
foi a C o nvenção para a Proteção dos Pássaros Úteis à A gricultura. O acordo
firm ad o em 1902 por 12 países europeus protegia das espingardas de caça­
dores apenas os pássaros que, segundo o conhecim ento da época, eram úteis
às práticas agrícolas transportando sem entes. Cabe destacar que a Inglaterra
se recusou a p articip ar do acordo.
O s resultados não foram satisfatórios. Poucos países respeitaram as de­
term inações contidas nos docum entos form ulados e assinados. Isso levou a
um a o u tra iniciativ a d a Inglaterra, que convocou os países que m antinham
c o lô n ia s na Á frica p ara um novo encontro internacional, que ocorreu em
L ondres em 1933. D essa vez, os resultados foram m ais anim adores, já que se
-conseguiu, pela prim eira vez, elaborar um docum ento que alm ejava preser­
var não os anim ais individualm ente, mas a fauna e a flora em-seu coniunto.
à C o n v en ção p ara a Preservação da Fauna e da Flora em seu Estado Natural
foi assinada pelas potências européias que m antinham territórios na Á frica e
p rocu ro u estab elecer m ecanism os de preservação de am bientes naturais na
form a d e parques, conform e o modelo adotado nos Estados Unidos.
O I C ongresso Internacional para a Proteção da N atureza, realizado em
P aris e m 1923, foi outro m om ento considerado de destaque3. N a ocasião, a

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preserv ação a m b ien tal fo i d iscu tid a. A lém d e sse e n c o n tro , vários outros
oco rreram , g eran d o um g ran d e núm ero de d o cu m en to s, m as sem q u e se
chegasse a bons resultados práticos. A sim ples d ecisão de evitar o exterm í­
nio de seres vivos n ão era suficiente para conter os seres hum anos. Porém ,
um alento em ergiu p o r o çasião do T ratado A ntártico. F in alm en te, um am ­
biente natural foi preservado com o resultado de um a reunião internacional.
Não se pode negar q u e e sse docum ento inaugurou, por sua im p ortância, a
discussão referente às relações internacionais e ao am biente no período da
Guerra Fria.

O TRATADO A N T Á R T IC O

O T ratado A n tártico se rá an alisado a partir d a p ersp e ctiv a da G uerra


Fria. Veremos com o as superpotências conseguiram entrar no grupo de p aí­
ses que discutem o futuro d o continente gelado, m arginalizando a A rgentina
e o C hile - os principais países que reivindicavam a soberania sobre o terri­
tório da Antártida. A lém disso, apresentarem os alguns princípios que foram
utilizad o s gara su ste n ta r a reiv infliÕagSo-territorini de vário s países por
aquela porção do planeta.

Os onas, povo indígena que vivia no extrem o sul da A m érica do Sul e


na ilha cham ada Terra do Fogo4, costum avam fazer incursões na A ntártida,
conform e indicam vários registros. Com o eles viviam em u m a área p erten ­
cente aos territórios do C h ile e da A rgentina, esses países re iv in d ica ram o
controle territorial da A ntártida, utilizando com o argum ento o princípio da
precedência de ocupação. M as esse argumento, certam ente o m ais em prega­
do nas disputas territoriais, de nada valeu para o C hile ou para a A rgentina,
que aceitaram a pressão das forças hegem ônicas na época da G uerra Fria.
Em 1948, o C hile já cedia às pressões dos Estados U nidos e apresenta­
va a D eclaração E scudero, n a qual propunha um a pausa de cin co anos nas
discu ssõ es acerca da so b eran ia sob re a A ntártida. E sse docu m en to surgiu
em m eio a um a b atalh a de arg u m en to s, cada q ual baseado e m p rin cíp io s
distintos, em pregados p o r vários p aíses que reivindicavam a posse territo ­
rial de ao menos um a parte d a Antártida:
Com base no Princípio d a Proxim idade G eográfica, reivindicavam so ­
berania sobre a A ntártida aqueles E stados-nações que se localizavam pró x i­
m os ao continente antártico. Esse princípio excluía as duas superpotências
em ergentes do segundo p ó s-g u erra de sua presença na A ntártida e não lo ­
grou êxito.
O Princípio da D efrontação ou dos Setores Polares foi deixado de lado
por interferência dos países do H em isfério N orte. E le definia a soberania a
partir da projeção d o s m eridianos que tangenciassem os pontos extrem os da
costa de países que se encontram defronte da Antártida. A partir daí, se tra­
çaria um a reta em d ire ç ã o ao centro do continente gelado, definindo a faixa
territorial d e dom ínío de um determ inado país. A proxim idade dos países do
H em isfério Sul d a v a a eles um a vantagem em relação aos países do H em is­
fério N orte, levando à não-aplicação deste princípio.
O utros p rin cíp io s evo cad o s nas discussões que envolveram a so b era­
nia sobre a A n tártid a foram o P rincípio da E xploração E conôm ica e o Prin­
cíp io da S egurança. O p rim eiro foi definido a partir da tradição dos países
na e x p lo ra ç ã o e c o n ô m ic a da A n tártid a. A ssim , por exem plo, a ativ id ad e
pesqueira d o Japão — que pesca krill e baleias na região - seria considerada
qa- dsfin içãe das fron te ir as, fá o Principio da Segurança aplica o argum ento
de que se d ev e ev itar a q ualquer custo um novo conflito em escala m undial,
em especial na A ntártida, onde as conseqüências afetariam a dinâm ica natu­
ral da Terra e teria, po rtan to , conseqüências catastróficas (Conti, 1984).

A presen ça das sup erp o tên cia s

A prim eira reu n ião tsUffinãeional q u t fc v r com o pauta a A ntártida Foi ã


C o n ferên cia de P aris, re alizad a em 1955. N aquela ocasião, Á frica do Sul,
A rgentina, A ustrália, B élgica, C hile, Estados U nidos, França, Inglaterra, Ja ­
pão, N oruega, N o v a Z elân d ia e u r s s reuniram -se para discutir a edificação
de um a base cien tífica na A ntártida. Essa possibilidade já havia sido aventa­
da em 1945, m as não lograra êxito.
C om o resultado d a reunião de Paris, decidiu-se pela construção d a ba­
se A m u n d se n -S c o tt p elo s E stad o s U nidos. À o u tra p o tê n cia da ép o ca, a
u r s s , cou b e a co n stru ç ã o da base V ostok no Pólo da Inacessibilidade. A s­
sim , quase sem p e d ir licença, as superpotências instalaram -se no continente
branco. A G u erra Fria cheg av a à Antártida.
C om o ocorria em outras situações, a disputa entre os Estados U nidos e
a u r s s p e la so b e ra n ia A n tá rtid a foi d issim u lad a. N esse caso, ela g anhou
u m a roupagem cien tífica. P ou co tem po depois da reunião de Paris, o in te­
re sse por novas d e sc o b e rta s sobre a ú ltim a região sem fronteiras d a Terra
fo i utilizad o co m o argum ento para novos em preendim entos no continente
antártico.
C om o o b jetiv o de observar as explosoes solares que ocorreram na se­
g u n d a m etade da d écad a de 1950, os estudiosos do assunto optaram por ins­
talar pontos de o b serv ação em alguns lugares da Terra, entre eles a A ntárti­
d a, que foi a p o n ta d a com o o m elhor local para a observação do fenôm eno.
P ara registrar seu intento, os cientistas nom earam os trabalhos com o o Ano
G eofísico Internacional ( a g i ). Os trabalhos aconteceram durante 18 m eses,
e n tre 1957 e 1958.

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P o r o casião do a g i , o g o v ern o d o s E stados U nidos p ropôs —e m abril
de 1958 - um tratado p ara re g u la riz a r as açõ es an tró p icas no c o n tin en te
branco. C om o justificativ a, ap resen to u a necessidade de realizar m ais p es­
quisas p ara entender m elhor a d inâm ica natural naquela porção do m undo.
As negociações prom ovidas pelos Estados Unidos resultaram no Trata­
do A ntártico, que foi firm ado em 1- de dezem bro de 1959. A pós ser ratifica­
do pela Á frica do Sul, A rgentina, A ustrália, Bélgica, Chile, E stados U nidos,
F rança, Inglaterra, Japão, N o ru eg a, N o v a Z elândia e u r s s , d en om inados
m em bros consultivos, passou a ser aplicado5, em 23 de junho de 1961.
A lém dos países fundadores, fo ram incorporados ao T ratado A ntártico
a A lem anha O cidental. a A lem anha Oi icirrai t na epora q p ais ainda se en­
contrava dividido), o Brasil, a C hina, a ín d ia, a Itália, a Polônia e o Uruguai.
Todos esses países participaram com o m em bros consultivos. A nos m ais tar­
de, outros países foram aceitos, p o rém sem o status de m em bros co nsulti­
vos. São eles: Á ustria, B ulgária, C o réia do N orte, Coréia do Sul, Cuba, D i­
nam arca, E quador, E spanha, F in lâ n d ia , G récia, H olanda, H u n g ria , N ova
G uiné, Papua, Peru, Rom ênia, T checoslováquia (antes de seu desdobram en­
to em E slováquia e República Tcheca) e Suécia.
C o m o Tratado Antártico, estabeleceu-se im ^rtâm hin científico entre
asU ases instaladas na A ntártida. D eix ad a de lado a polêm ica da definição
de fronteiras nacionais no continente gelado, a ocupação foi direcionada pa­
ra a produção de conhecim ento, in stalan d o -se a in fra-estru tu ra necessária
para tal intento. A troca de inform ações científicas procurava g aran tir um a
“diplom acia A ntártica”, ao m esm o tem po que não se discutiam questões de
ordem territorial ou de aproveitam ento d os “recursos” a serem identificados
e estudados cooperativam ente.
A A ntártida representa um dos casos que justificam a discussão da ques­
tão da soberania envolvendo a tem ática am biental durante a G uerra Fria. Ao
abrir mão, m esm o que tem porariam ente, da reivindicação da soberania terri­
torial sobre a Antártida, o Chile iniciava um a ação que agradava sobrem anei­
ra os Estados Unidos. A D eclaração Escudero representou um a abertura para
que se iniciassem conversações sobre a ocupação daquela parte do mundo por
países que não tinham argum entos para reivindicar soberania territorial sobre
qualquer porção daquele am biente natural. A capacidade de produzir conheci­
mento a partir de bases científicas instaladas na A ntártida passou^a ser a m edi­
da para integrar-se aas países que tiveram o d ire ito de ocupa 1^
Esse precedente pode com plicar a questão da soberania so b re a A ntár­
tida. Tanto a A rgentina q uanto o C hile, q u e tinham razões h istó ric a s para
reivindicar a posse da A ntártida, recuaram diante das superpotências e ab ri­
ram um a possibilidade de os p aíses que se en contram lá reiv in d icarem d i­
reitos territoriais. O últim o prazo para se iniciar a exploração científica aca ­
bou em 1991, quando, em um a reu n ião d o s países envolvidos no T ratado
Antártico que aconteceu em M adri, d ecid iu -se pela m anutenção d as regras

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vigentes, sem p erm itir, porém , o ingresso de novos países até m esm o para a
realização de p esq u isas. N a verdade, adiou-se a discussão referente à sobe­
ran ia do continente branco.
A segurança am biental, tem a recorrente quando se trata de preservação
am biental e que se rá discutida m ais adiante, tem na A ntártida sua expressão
m áxim a. C onform e relata o cientista político Villa (1994), as conseqüências
d e um a exp lo ração eco nôm ica sem conhecim ento da dinâm ica natural são
im prev isív eis, p o d e n d o afetar to d o o p laneta. E sse é outro im p o rtan te a s­
p ecto a ser co nsiderado quando se analisa a Antártida.

A E M E R G Ê N C IA D A T E M Á T IC A A M BIEN TA L N A O N U

A p re se n ta re m o s aqui a ONU, d estacan d o alguns de seus m ecanism os


internos de decisão e de ação. A lém disso, discorrerem os sobre o surgim en­
to da preocupação em seus organism os com a tem ática am biental.

A s im agens d o s horrores p raticad o s d urante a S eg u n d a G uerra M up


dial ( 1939 iâáSJ: difflndidas jjof fotografias dns-cam pos de concentração
e d e cidades d estruídas - abalaram a opinião pública internacional. Era p re­
c iso e sta b e le c e r m ec a n ism o s que e v ita sse m a rep etição daq u elas cenas.
A lém disso, um a n o v a ordem internacional que contem plasse as aspirações
das duas su p e rp o tê n c ia s em erg en tes do c o n flito —os E stad o s U nidos e a
u r s s — tinha de ser construída.
N esse contexto, foi criada a o n u , organism o que tem por objetivo c e n ­
tral a m anutenção d a paz m undial. Sua história, porém, com eça antes de 24
de outubro de 1945, d ata da assinatura do protocolo que a estabeleceu. E sse
o rg a n ism o in te rn a c io n a l passou a c o o rd en ar a m aior parte das in iciativ as
q u e resultaram na o rdem am biental internacional.
A pesar do descréd ito inicial —resultado principalm ente d a experiência
d a L ig a das N açõ es (1919-1939), que não conseguiu im pedir a eclosão d a
S eg unda G uerra M undial - , os países aliados reuniram -se, em plena guerra,
p ara discutir a necessidade de instituir um organism o internacional que pu­
desse reg u lar as tensões m undiais. E m 12 de junho de 1941, assinaram um a
d eclaração na q u al se com prom etiam a trabalhar em conjunto tanto em p e ­
río d o s d e paz q u a n to d e guerra. Pouco m ais de um m ês d epois, em 14 de
agosto, surgia a C arta do Atlântico, por m eio da qual o presidente dos E sta­
dos U nidos, F ranklin R oosevelt, e W inston Churchill, então prim eiro m inis­
tro d a Inglaterra, estabeleceram o princípio da cooperação internacional p e ­
la paz e pela seg u ran ça no planeta.
E m 1 - d e ja n e iro d e 1942, 26 p aíses aliados assin aram a D eclaração
das N ações U nidas, em W ashington, Estados Unidos. N esse docum ento, foi

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em p reg ad a p e la p rim eira v ez a e x p re ssã o N ações U nidas, que v iria a ser
usad a anos m ais tarde para designar a ONU. Por meio dele, os países reforça­
vam a intenção de estabelecer um organism o que instituísse procedim entos
qu e viabilizassem a paz. E m 30 de outubro de 1943, dando prosseguim ento
à idéia de articular países para garantir a paz e a segurança m undiais, a C hi­
na, os E stados U nidos, o R ein o U nido e a U nião S o viética a ssin a ra m em
M oscou, u r s s , outro com prom isso que reforçava aquela intenção.
M enos de dois anos depois, durante a Conferência de Yalta - realizada
na C rim éia —antiga URSS —em fevereiro de 1945, Roosevelt, C hurchill e Jo-
seph Stalin, então secretário geral do P artido C om unista da u r s s . an u n cia­
ram ao m undo sua_decisã»-dc c riai1 u mxrorganfzaçãõ 3e países voltada para
a busca da paz. Entre 25 de abril e 25 de ju n h o daquele ano, cinqüenta p aí­
ses reuniram -se na C onferência de São Francisco, em São Francisco, E sta­
dos U nidos, e estabeleceram a criação da o n u .
Inicialm ente, a ONU operou p o r interm édio de com issões econôm icas e
pro g ram as especiais desen v o lv id o s por suas agências. As prim eiras ag ên ­
cias tinham caráter regional, com o a C om issão Econôm ica para a A m érica
L atin a e o C aribe (C epal). E las d e sen v o lv iam estudos que visavam a m e ­
lh o ra r as condições de "id a da p c p u la ç ã o d a fegtão-em que atuavam , mas
foram m uito criticad as devido ao fato de suas propostas não c o n seg u irem
m udar o cenário de desigualdade social presente em m uitos países.
Os program as patrocinados pela o n u são variados e podem ser v o lta­
dos p ara a educação de crianças, para a con servação do am biente, p a ra os
d ire ito s das m inorias, para a m e lh o r d istrib u iç ão de alim entos no m u n d o
com o objetivo de elim inar a fom e, entre outros. Para cada um desses p ro ­
gram as é definida um a sede, na qual trabalham técnicos e são realizadas as
reuniões de especialistas de todas as partes do mundo.
A lém de com issões econ ô m icas regionais, a ONU conta com agências
qu e estão voltadas para tem as específicos, com o a saúde e o trabalho, o que
resultou em uma grande estrutura, acusada de ineficiente e de servir apenas
com o provedora de em pregos para técnicos de vários países, em especial os
países periféricos.
O Conselho de Segurança é o principal órgão da ONU. Ao contrário dos
d em ais órgãos, q u e apenas reco m en d am aos governos que sigam su a s
orientações, as decisões aprovadas pelos m em bros do C onselho têm de ser
im plem entadas pelos países signatários d a C arta das N ações Unidas., q u e é
assinada por eles quando ingressam na ONU. Dos m ais de 180 países que fa ­
zem parte desse organism o internacional, som ente 15 participam do C onse­
lho d e Segurança, sendo que dez são esco lh id o s pela A ssem b léia G eral a
cada dois anos. Os dem ais países são a China, os Estados Unidos, a França,
o R eino Unido e a Rússia ( u r s s na época de sua criação), que são os m e m ­
bros perm anentes. Apenas esses cinco países têm o poder de vetar qualquer
decisão do Conselho. Esse instrum ento foi usado tanto pelos Estados U ni-

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dos quan to p e la então u r s s d urante a G u erra Fria, o que acabou p o r en fra­
q u ecer as decisões do C onselho de Segurança. Para um a m edida ser aprova­
da, são necessários no m ínim o nove votos. Ó‘nU I g i ™ a m a' 0 e " lb“ “ daS diStUSSfcS - « « l » *>
O g ran d e pap el do C o n selh o de S e g u ra n ça é d iscu tir e p o sicio n ar-se
so b re co n flito s entre países. E ntre as d ecisõ es que podem ser tom adas en ­
co ntram -se a intervenção das Tropas de Paz da o n u em áreas beligerantes e
o em bargo econôm ico, n o qual os p aíses-m em bro são proibidos de m anter
relações com erciais com o país que sofre a sanção. A lém disso, são atribui­
ções d o C onselho d e Segurança, o estabelecim ento de acordos de paz e de­
cretação de zonas livres de conflito m ilitar entre países em guerra, além da s i S S *
ap ro v ação d o in g resso d e novos países. C o m o este é o órgão m ais im p o r­ ve a indicação da pesquisa dc solos e florestas tropicais com o auxílio para o
ta n te da-ONtf,--muitos p aíses desejam p articip ar dele. Para tal, rn iclãíam um desenvolvim ento do pequeno p ro d u to r rins - ----------— ----- - J?----- -
m ovim ento q u e te m com o objetivo alterar a sua com posição, aum entando-
se o to tal fixo de participantes, além de retirar o poder de veto dos m em bros
perm anentes. O B rasil integra esse grupo de países.
O u tra e sfera d e d e c isã o da o n u é a A ssem b lé ia G eral, que oco rre
anualm ente e conta com a participação de representantes de todos os países- exploração dos recursos vegetais sem a degradação do solo e a am eaca à re
m em bro. N ela, um novo país é reconhecido e aceito com o m em bro a partir
da in d icação do C o n selh o e são tom adas d ecisões com o a escolha d a sede
de-c o n ^ ê n^ias-tem É tlcã^ põf exem plo, A pesar de contar com m aie i parti­
c ip a ç ã o de p aíses q u e o C o n selh o , as d e c isõ es tom adas pela A ssem b léia B d u c a t a u l . S c te w M c and
acabam tendo m enor im pacto do que as da outra instância de decisão. C : / , ' r Sal" “ 'Ça" das Na'.f c . Unidas p a r . a E ducação
A ONU realiza C onferências in ternacionais para diversos assuntos, se­ f n a m b ie „ « ' ações relacionada
gundo deliberação d e sua A ssem bléia G eral e/ou sugestão de um organism o
ou pro g ram a m ultilateral. Nelas são estabelecidas declarações, nas quais as
partes declaram princípios sobre os tem as em bora não estejam obrigadas a A UN ESCO
cu m p ri-lo s, e tam b ém C onvenções Intern acio nais que passam a reg u lar as
ações entre as partes. As P artes Signatárias são aquelas que ingressaram no
perío d o em que o docu m en to estava disponível para assinatura antes de en­ ^ Un“ C° ’ apresentando um histórico de sua atn
trar e m vigor. P ara q u e u m a convenção possa ser aplicada, é necessário que Ç ã° voltados para os temas am bientais
e com entar as visões d e ciência e de
um determ inado núm ero de partes a ratifiquem . E ste núm ero é definido pa­ teem ea que predom inaram na im plem entação de suas propostas Além dic
ra ca d a docum ento. D epois que um d ocum ento passa a valer, novas partes
Saçao.
t “ a“ ín s c c u srR‘r(U
u nited
T TNations
r in,e™a c io " ais C onference on the C onserva
S cientific
p o d em ad erir a ele. Q uando ocorre o ingresso, um a parte concorda com os
te rm o s defin id o s anterio rm en te, desde que a legislação nacional não obri­ Uon and U tih .atio n o f Resources) - C onferência das Nações Unidas para a
g u e o país a subm eter o docum ento ao C o n g resso. Nesse caso, além de ade-
n r, a parte deve ratifícá-lo, pois ele não terá v alor tanto in te r n a m e nte, q u a n tn £3 3 * 2 ? ' dos R“ ursos; * C onferencia * <• a
p e ra n te às dem ais in tegrantes da C onvenção Inlernacionaèr 3 -m esm o pode—
oco rrer com u m a P arte Signatária.
Q uando a ONU fo i criada, estavam entre as suas primeiras ações as que Fundada em 1946 e tendo com o sede Paris Franca ,, r r, - , -
v isa v a m a m in im iz a r os aspectos cap azes d e d esen cad ear con flito s entre decada de 19 7 0 , (, principal organism o d a o n u a abordar a questão a i b i e n -
países, com o a falta d e alim ento ou o acesso a recursos naturais. Para o pri­
t r V o s T a Í e r r n ^ r o aePr0T Ver ° Íntercâm bl° « e n tífic o e tecnológlco en­
m eiro caso, foi institu íd a, em 1945, a fa o —(Food and A griculture O rgani- tre os países-m em bro e im plem entar program as de educação a U nesco nas
zatio n ) - O rg anização das Nações U nidas para a A lim entação e a A gricultu- -o u a en cam in h ar as dem andas de o rg an ism o s m istos - c o m p o sto s n o r
estados, grupos p n v a d o s e o n g s - apoiando financeiram ente as in tó a tiv as
60
d a iu p n 6 (In ternational U nion for the Protection o f N ature) - U nião Interna­
cio n al para P roteção da N atureza - um a das m ais antigas organizações con- A C onferência d a s N ações Unidas p a ra a Conservação e
U tilização dos R ecursos
servacionistas do m undo, criada em 1948 em Fontainebleau, França.
O co n serv acio n ism o é um a das v ertentes do am bientalism o. Seus s e ­
guidores atuam n a busca do uso racional dos elem entos dos am bientes natu­ A p rim e ira açao v o ltad a p a ra o tem ário am biental de destaq u e d a
rais d a Terra. E m basados no conhecim ento científico e tecnológico dos sis­ E stados u Z Z Cm C° m 3 rCaIlZaÇã° da u n s c c u r , em Lake Success,
tem as n atu rais, e le s d efen d em u m a a p ro p ria ção h u m ana c a u telo sa dos stados U nidos, que contou com a p articipação de 49 países. C om o se po­
recursos n atu rais, q u e respeite a cap acid ad e de reprodução e/ou reposição d ia esperar, a grande ausente foi a u r s s . N aqueles tem pos, um encontro en-
natural das fontes dos recursos. im D ress^H SUPerP° tenClaS ” ° tem tó rio de Qualquer um a delas poderia dar a
im pressão de que o pais visitante capitulava ante o outro.
Os preservacionistas, por seu turno, radicalizam , propondo a intocabi-
lidade dos sistem as naturais. E ssa vertente do am bientalism o tem consegui­ A U nesco em conjunto com a f a o , a w h u (W orld H ealth O rganiza-
tiiíü k q u_qms_ .(.O rg an izaç ão M undi^l-do-Saúde j '
do , pui ex em p lo , im p lan tar reserv as eco ló g icas, defen d en d o Í r e ü r ã 3 a 3 ã ho.,r rv,r,, ■ „ 1 . ------------------- /,-e-a-eiT (JuiernaTíonaTLa-
p o p u la ç ã o q u e n e la s vive, com o rib e irin h o s e ind íg en as e a m o rató ria da O rgam zation ou O rganização Internacional do Trabalho), financiou a
p esca da baleia. O argum ento preservacionista sustenta-se com m aior facili­ reunião que, segundo M ccorm ick (1992), teve um papel inovador quanto ao
dade quando existe a am eaça de extinção de um a espécie. A ação preserva­ encam inham ento das discussões am bientais em escala internacional.
cionista em relação a um a espécie am eaçada de extinção representa a possi­ j dentre os resultados da u n s c c u r , podem os citar um diagnóstico da si-
tuaçao am biental que tratava dos seguintes aspectos:
b ilid ad e d e m a n tê -la no con ju n to de seres vivos do planeta. A s p rim eiras
entidades preservacionistas surgiram nos Estados U nidos. Elas foram orga­
[...] a crescente pressão sobre os recursos; a interdependência de recursos- um a análi-
nizadas com o objetivo de instalar parques nacionais que abrigassem fauna,
- daS carencias ^ ti£aj j e._alHI?ggt^'JlQIêgtas,_anúnai^^xombustfveKj--e-deseftVot-
flora-ou-aTe m esm o Tõeafc-áè^ . . " — : recurses-poi-mero J c Icuuulogia aplicada; técnicas de recursos edu­
tone, em W yom ing, Estados U nidos, foi o prim eiro a ser criado segundo es­ cacionais para paifees subdesenvolvidos; e o desenvolvim ento integrado de bacias
hidrograficas (Mccormick, 1992:52-53). oacias
sa orientação.
E sta v erten te te m sustentado, entretanto, ações m ais radicais, com o o
c h am ad o te rro rism o ecológico, q u e p asso u a atu ar a p a rtir d a década de cõ .s N ^ ) Se tm ha a exPectatlva de elaborar durante a u n s c c u r recom enda-
1990. Os ativistas passaram à ação direta, destruindo plantações de organis­ te de fs S T paises-m em bro da ONU- B uscava-se criar um am bien­
m os geneticam en te m odificados ( o g m ) e explodindo bom bas em ícones da te de discussão acadêm ica que pudesse indicar a direção a ser seguida pelos
socied ad e de consum o, com o as redes internacionais de alim entos. M uitos atores internacionais, dotando-os de um racionalism o conservacionista em-
p reservacionistas afastaram -se da sociedade de consum o, fugindo do m un­ basado no conhecim ento científico disponível até aquele m om ento A pre-
do u rb a n o e c o n stitu in d o co m u n id ad es altern ativ as, im p u lsio n ad o s pelo a COm° norteadora das diretrizes e políticas am bientais é uma
m o v im en to da con tra-cu ltu ra. Porém , à m edida que os estudos indicavam
sobre ” ™ b ie „,eaSSar“ ‘ w
que os p ro b lem as am bientais - com o as m udanças clim áticas ou o buraco
na ca m a d a de o z ô n io —têm escala internacional, eles perceberam que não
estav am abrigados em seus refúgios e q u e tam bém poderiam sofrer as con­
A Conferência da Biosfera
se q ü ê n c ia s d a q u e le s problem as, m esm o h ab itan d o locais distan tes dos
grandes centros urbanos. Os terroristas verdes - tam bém cham ados pela li-
tej5tura.de ecologistas radicais ou profundos - passaram a agir contra aque­ Foram necessanas quase duas décadas para que outra reunião in terna
les q u e con sid eram os m aiores responsáveis pela degradação ambiertUTl do— c.O [,ar,mpoj , a a !e M 5 1 E 3 E resp e,,» » , t ó S a r t i e n t, l o c o ^ “ a
planeta. teve lagar em Pa™ . em 1968, reunindo 64 palses. 14 organizações intenre-
E ev id e n te q u e a U nesco não apóia as iniciativas dos ecologistas pro­ vem am entais e 13 o n g s . A ssim com o na reunião anterior, um co n ju n to de
fundos. Suas ações, com o verem os a seguir, em basam -se no conservacio­ E S t * ' ? 7 UneSC° ’ ONU’ FAO’ OMS’ IUCN e o International
nism o. B iolog cal P iogram m e7 - d 1Spom bilizou recursos para financiar a C onfe-
rencia Intergovernam ental de E specialistas sobre as B ases C ientíficas para
U so e C onservaçao R acionais dos R ecursos da B iosfera, conhecida m un-
dialm ente com o Conferência da Biosfera.
62
63
ín aquele en co n tro , io ram discutidos os im pactos am bientais causados
na b io sfe ra pela ação hum ana. O d iscu rso cientificista dom inou a reunião,
na q u a l os tem as sociais e políticos ficaram em segundo plano. Seu produto
m ais im p o rtan te fo i o p ro g ram a in terd iscip lin ar O H om em e a B io sfera 8 -
c ria d o em 1970 - q u e p ro cu ro u reu n ir estudiosos dos sistem as n aturais, a
fim d e estudarem as conseqüências das dem andas econôm icas em tais am ­
bien tes.
O s m em bros da U nesco deveriam criar com itês nacionais q u e coorde­
n ariam os trab alh o s em ca d a país e p ropor tem as de pesquisa. E m seguida,
foi criad o um C o m itê de C oordenação9, que definiu os objetivos do progra­
m a, listados abaixo:

a) Identificar e valorizar as mudanças na biosfera que resultem da atividade humana,


e os efeitos dessas m udanças sobre o homem.
b) Estudar e com parar a estrutura, o funcionamento e a dinâm ica dos ecossistem as na­
turais, m odificados e protegidos.
c) E studar e co m p arar a estrutura, o funcionam ento e a dinâm ica dos ecossistem as
“ naturais” e os processos socioeconôm icos, especialm ente o impacto das m udanças
nas populações hum anas e m odelos de colonização desses sistemas.
d) D esenvolver sistem as e m eios para medir as mudanças qualitativas e quantitativas
no am biente para estabelecer critérios científicos que sirvam de base Dara uma_2 estãa
rsnrirmal HnsJrgHTiü-nr ni in r i i i in rlHinrffi a proteção aa n atnreza e para o estabeleci
m ento de fatores de qualidade ambiental.
e) A judar a obter uma m aior coerência global na investigação ambiental mediante:
1 . O estabelecim ento de m étodos com paráveis, com patíveis e norm atizados, para a
aquisição e o processam ento de dados ambientais;
2. A prom oção de intercâm bio e transferência de conhecimentos sobre problemas am ­
bientais.
f) Prom over o desenvolvim ento e aplicação da simulação e outras técnicas para a ela­
boração de ferram entas de gestão ambiental.
g) Prom over a educação ambiental em seu m ais amplo sentido por meio de:
1. D esenvolvim ento de m aterial de base, incluindo livros e complementos de ensino,
para os program as educativos em todos os níveis;
2. Promoção do treinam ento de especialistas das disciplinas apropriadas;
3. Acentuação da natureza interdisciplinar dos problemas ambientais;
4. Estím ulo ao conhecim ento global dos problem as ambientais através de m eios pú­
blicos e outros m eios de informação;
5. Promoção da idéia da realização pessoal do hom em e sua associação com a nature­
za e de sua responsabilidade para com a mesma (Batisse, 1973).

D esta c a m o s os itens d, e , f e g acim a citados. N o prim eiro, a ciên cia


em erge com o_provedora d a solução para os problem as am bientais. A racio­
n alid ad e seria o ele m e n to cen tral na b u sca de alternativas de d esen v o lv i­
m ento que p erm itissem a proteção do am biente natural. A creditando que o
conhecim ento cien tífico poderia resolver os problem as da espécie hum ana,
os c ie n tista s e n v o lv e ra m -s e na in v estig ação d a n atureza, buscando c ria r
um a nova m e d id a p ara a ação antrópica na Terra. E ssa m edida passaria pelo
conhecim ento d a d inâm ica de um sistem a natural, gerando teorias e tecno-

64
I

lo gias q u e em basariam a in stru m en talização dos recursos n atu rais. T o rn a ­


d as tam b ém um re c u rso p ara a re p ro d u ç ã o a m p liad a do c a p ita l (S a n to s,
1996), a ciência e a tecnologia serviram co m o legitim adoras da ex ploração
dos am bientes naturais, isto é, foram transform adas em um a ideologia (H a-
b erm as, 1989) que em b asaria outro tipo d e am bientalism o, o eco cap italis-
m o, expressão cu nhada p o r B osquet e G o rz (1978) e reafirm ada pelo fran ­
cês D upuy (1980). P ara os seguidores de tal v ertente do a m b ien ta lism o , a
ciência e a técnica podem trazer a redenção p a ra os problem as hum anos, as­
sim com o podem m over a reprodução do cap ital - se transform adas em seu
b em m ais valioso, o saber-fazer, que é com ercializado, inclusive o saber-fa-
_zeLambiental ou eeelo g ieam eate eerreto, c o im re le teriTsldò cham ado!
C om o decorrência dessas visões sobre a ciência, a técnica e o am bienta­
lism o, surge o capitalism o verde, que, em v ez de preconizar alterações nos
m odos de produção que geram im pactos, devastação am biental e problem as
de saúde, atua na direção de propor soluções técnicas para os problem as d e ­
correntes da produção industrial em larga escala, abrindo, na verdade, novas
o p o rtu n id ad es p ara a rep rodução do cap ital. D entre os novos n e g ó c io s e
oportunidades estão a venda de filtros de ar, de equipam entos para retenção e
de tratam ento de dejetos industriais e dom iciliares, sofisticados s istem as der
tratam ento de esgotos entre inúm eros outros, com o os que ficaram expostos
em São Paulo n a F eira de Produtos T ecn o ló g ico s para o M eio A m b ien te -
q u e ocorreu em p aralelo à realização da c n u m a d no Rio de Jan eiro, em
1992. O grande núm ero de expositores dessa feira internacional já apontava
que esse ram o do capitalism o estava em franco desenvolvim ento.
O espírito científico —que m arcou a c iê n c ia m oderna desde seu início
—tem na co n cep ção de p ro g resso um a de suas referências fu n d a m en ta is.
E la é adm itida com o constituinte do m odo de ser da espécie hum ana. C o m ­
b in a d a com um a v isão teleo ló g ica q u e b a liz a as ações hum anas, gera u m
falso fatalism o: o de que o ser hum ano contem p o râneo sem pre d isp o rá d e
novos conhecim entos para encam inhar as q u estõ es que se lhes apresentam
na vida. O ntem o m o to r à ex p lo são , h o je a b io te c n o lo g ia e a e le trô n ic a e
am anhã será um novo dia [...]
Suprir as necessidades por meio do conhecim ento científico e tecnoló­
gico passa a ser palavra de ordem , um a das m áxim as da civilização o cid en ­
tal. A ssim , conhecer o am biente natural significa nutrir ainda m ais a espécie
hum ana de inform ações, possibilitando o acúm ulo de conhecimeníõTTO es­
toque de inform ação necessário para a resolução dos problem as, que são re ­
criado s constantem ente, apresentando o u tra roupagem . A teleologia da e s ­
pécie hum ana im buída do espírito m oderno e staria contida neste ato: c ria r
problem as, reproduzindo as soluções de m odo a problem atizá-las.
A ssim , a “natureza” ou, com o preferim os, o am biente natural (R ibeiro,
1991) foi delim itado pela espécie hum ana, na cosm ologia m oderna, co m o
ex terio r aos seres hum anos, criando a idéia de um recurso disponível. M as

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e ssa delm ição teve, para citar apenas um exem plo, um a outra concepção na
G récia A n tig a . N aquele perío d o da civ ilização ocidental, a “n atu re za ” era Tratava-se d e ín ! 'h / m i 'T de c' x ta isa s :lreas lk‘ am hieníc natural.
ap reendida c o m o um todo que continha e articulava tudo, inclusive a espé­
çâo ° ° de desenv° i,e r n a
cie hum ana, c o m o já discutiram vários autores (Casini, 1979; C ollinpw ood ta do am hifn/p P - ~ Preservaci°n ista e/ou conservacionis-
1986; Leff, 1986; G onçalves, 1989; Vesentini, 1989; e Ponting, 1994). trata da ^ o se
Ao longo da tra je tó ria da esp écie h u m an a p erten cen te à c iv iliz aç ão consum ism o. praticam um m odo de vida pautado pelo
o cidental, o enten d im en to do am biente m odificou-se. Em nossos dias, ele é
m a rc a d o pelo d o m ín io científico-tecnológico alcançado e, principalm ente produção d e m a is d o p ro g ram a ° H om em e a B iosfera era prom over a
por um sistem a de valores que com põem a sociedade de consum o de massa.’ ca ,” cniinecim ento sobre a biosfera, catalisando a contribui-
E sse m odo de o lh ar o am biente foi em pregado em todas as reuniões interna­ o PCl° S PafSeS~m cnibro da ONU- É interessante
cionais o rganizadas pela o n u .
do m undocom o criicriõ p S a " g ^ tOU 08 grandes don,í,,i<,s f e t a i s
_ A concep ção -de natureza hegemOmca a dêfm e peTaTogTca de acum ula­ mnrppn “ — *F
ção do cap ital. N esse sentido, a natu reza não existe com o coisa p rim eira, cias A ssim f o r a m f H t ? ° S daHaÇá° h u m ana no am biente e suas decorrên-
e ssên cia das co isas e dos seres que com põem a Terra; ela é reproduzida nà trooicais e s u btroni! *^ a b o rd a v a ™ as form ações flo re s ta i,
fo rm a d e am biente natural, exterior à vida h u m ana e dotada de atributos de
o rd e m g e o m o rfo ló g ic a , veg etal, m ineral, d e p en d en d o do enfo q u e que se
d eseje dar. P o rém , a essas características são atribuídos valores d e troca e
se la n e ! m ontanhosas e em ilhas, ou seia. t r a t a v a , d ­
a*;*%£-
de uso, com o in d icam A ltvater (1995) e M oraes e C osta (1987) - os últim os
discutindo o espaço geográfico.
"J T te n re z e A1" -seTTõbjeii vo de norm alizar a colcia e-a disponibili­
dade de dados am bientais com o vital para a com paração das distintas situa­ a m b S ^ n S S r^ T ^ - '° T ° bjetivos do P^grama a conservação de
ções encontradas nos países-m em bro. É evidente que as prem issas científi­
dos d* : r r de - ^ c a i,a a •
cas adotadas v ieram dos países centrais, m ais avançados no conhecim ento estradas e renresas) miii - engenharia no am biente (principalm ente
dos am bientes naturais e que acabaram tendo sua visão de ciência e de natu­ o estudo I S ’ - Utll,ZaÇa° da CnerS,a elétrica nos am bientes urbanos
reza predom inando em relação à dos dem ais integrantes do sistem a interna­
cional.
O ite m /d e s ta c a a possib ilid ad e de se ap licar m odelos explicativos à
g estão am biental. Tal in iciativa passou a ser m uito em pregada tanto na re­ tes produzidos. ^ aS’ ° S eMudos cstavam dm gidos para os am bien-
cup eração de áreas degradadas, com o objetivo de reconstituir a vegetação
nativa, p o r exem plo, quanto na projeção de cenários para as m udanças c li­ cham adas R eservas d ^ B i n t f ^ p f° gran?a ° Horne™ e a B iosfera foram as
m á tic a s g lobais. E m que p esem as in ú m eras críticas feitas à ap licação de das pelos países m em h H PreservaÇao am biental distribuí-
m o d e lo s m atem ático s à fo rm u lação de p o lítica s públicas, com o as que
apontam p ara um enquadram ento da realidade em um sistem a pré-concebi- apontar áreas que fossem
do, eles continuam sendo am plam ente utilizados. C° “ e s I T qUe fOSSC e HUdada a dÍntoÜC» natin-a l^nclas presente.P° “
N o últim o item destacado, a educação am biental é entendida com o ba­ comitê d e ^
se p a ra o d esen v o lv imento de um a com preensão dos problem as am bientais
a_ p attir de um a ab o rd ag em m teFdisciphnar. E ste é um dos aáfcrntõs m ais
destacados pela U nesco, que realizou três reuniões internacionais sobre ele.
Tais reuniões serão abordadas m ais adiante.
telewILltfoS 6 Z q u ea p e?as detêm reservas naturais, ao m enos as
O utro item a ser com entado refere-se ao que previa o treinam ento de servas da Rincf^ro várias Estim a-se
Pr°gram as de cooperaçao. d° — ■«
que as Re-
esp ecialistas das disciplinas que trabalham co m a tem ática am biental C o ­
vegetais da Terra. ^ 90%h ***
m o decorrên cia, surgiram vários program as d e capacitação de pessoal que » » » parte delas « I a “" í " » * * P" * * *
foram inicialm en te financiados pelo B anco M undial e depois pelo p n u m a , m antê-las por falta d e recureos P e n fe n c o s , que n a o con seg u em

66
67
—?-------- Vp-e
—.........a C o pferê ncia da "Bliosfera,
,-,T.................... u ‘ » a n . uum
n iua sscrir.
c n r . nrirr i m m i/ w m ^ m a n T i in ': .

^ 2“SSnse
- n te g ra r a ordem dam
is c biental
n ,:; internacional. A seguir abordarem os que consiste
teresses de cada parte, ora obtendo v a n t
tra S T ’ ° ^ tCm° S assistid o >e
rabaIho’ e a Predom inância de in­
d e h p o Í S í n t e r f 8, “ f *1* 10 “ “ 3 C onvenÇão sobre Zonas Ú m idas
B rasil i;5 n In tern acio n al, q u e m erece d estaq u e pelo envolvim ento do d o internacional ora o b t e n S í S ^ S H ^ “ ais * < * * ao cená-
B rasil já q u e n o sso p ais está sob a in flu ê n cia do c lim a tro p ical ú m id o 7 A lem do realism o p o lític o elem entos h ^ P° tencias hegemônicas.
portanto, su jeito as determ inações desta convenção. global podem ser identificados nó objetivo centra?T * ^ lnterd ePendência
reconhecim ento da im portância das áreas úm H conven?ão, qual seja o
A C onferência de R am sar aquaticas e o fato de que estas não r c s p e ^ Í ^ 3 reProduÇã° das aves
gram e em estratégias de cooperação ? ^ qUand° m i'
intem ,” S asPectos scrvem para ilnsh-,. „ entIe a& partes­
cn I
R am sar (V.;
em R am sar r
K
VCnÇa^ - u ° br eI" ° naS t-fmidas de Im portância Internacional - espe
í lS^ rT K^ ld a c o m o Convenção de
f r ^ Ç destaque da Unesco. Ela ocorreu em 1971
. c|(>„ a .nao P °de ser enq.,aHra4 3_em: ; l ‘at_° uC <*uc a ordem ambiental
J o e s internacionais contem porâneas a coninT'."''^'
dos pela controvérsia científica am param intp C
teorias das feJa-
tem as, entrem ea-
em Ramsar, Ira, edchmu, em seu Artigo I, zonas úmidas como sendo as sas, indicando que as análises devem s n e ^ Z f ^ ^ allanÇas as m ais diver-
M ais um aspecto a ser com entado- ^ dlngldas a cada caso.

S £ S S 3= S S = S S = cou a cargo da uicn, conform e foi d e fin iH

reumOes ordinárias d a C o n ferên cia


’C positárla da convenção fi-
be a uma ONO a função * ^ d e „ í o s í a b ^ h o ? ^ *
~
»u-
«'
nao m aiores que três ano s” (São P a ulo ^ + qq- ' ‘" ^ tanles em intervalos
1ll''H
P ássaro s ,r. , ÓÕfetlV0 Cf ntral P ^ te g e r o s ãnffiientes em que vivem os
p á ssa ro s e c o lo g ic a m en te d ep en d en tes das zon as úm id as” . P ara que is
ISSO
Hí*™ ' T ~ , cuniratante in d icou áreas d e seu território aue afen
d tam as co n d .ço es d escrita, „o A rtigo Lda convenção. « 2 3 Internacional p f™ G u ^ p n í ^ de Im Portância
f r b‘e,,KS e a « P lo rá -lo s dentro de lim ites que „T a f e t a s s e ^ participantes foi m antido, com o ressaltam os ° PnnC1P10 da soberania dos
a reprodução das aves aquáticas (A rtigo 3). final do período da bipolaridade assistíam os e ta n to ’ an tes m esm o do
e m ~ - “- - g d<.StaC arq “ ° « * « ” »' c o n h e c e u ,u e “as a .e s aouáticas. integrante da ordem am biental internacional " 6S ha de um a ONG com o
graço es p en o d icas, podem atravessar fronteiras e nort into Hp
•^c o “f r c^nsiderada.s
i - • com o um recurso internacional
internacional”,, mas permP itia às ’nar
raCIOnaldaP°P“M « m ig r a n ted ca v es aoS,i™ s"em sc,i A s Conferências sobre
E ducação A m biental
tem ,ono. desde que ela não afetasse a reprodução das espécies
d, aP“ I ° . í eVa,,B ^ " n i n a d o pela convenção f o [i,a' m anutenção
form e in d ica H Z ^ T defmÍdaS para a c°nservacão, con-
rorm e in d ica o A rtigo 2. Esse artigo possibilita a alegação de soberania rnn
prim eira delas ocorreu em B e l g r a d f a u ,„ ,‘rt
m e de E ncontro de B elg rad o “S ê f b ? S " " “í "
' cd uca( ^ am biental. A
1 ' '“ *en „
* P° SS,yCIS m vestidas das partes no território nacional de um a das n a r te s qual destacam os os seguintes term os: 3 C arta de B eISrado, da
com o o b je tiv o de m a n te r as áreas úm idas nerm ile “nn m / ’
re sse n a c io n a l n, enfe a n „ .,r .... ‘:n i 6 perm ite Por motIV° de lnte- As desigualdades cntrc pobres e r
(S ã o P q u l. IT) rm lar - ^ t n n s , r ',3 Inim es das zonas unudas” M ^ e n u ,d ete^ ^ d-^ ^ { |^ ^ ^ _ cre^ Hde^ gvit^
embora causadas por um número r e M v a ^ t " n ^ Essas “ "^ ç õ e s
R a m s tr^ n c ^ n T a T ^ ° tCXt° flnal da C onvenção de manidade. t! am ente pequeno de países, afetam toda a hu ’
R am sar en c o n tra -se em basado na tradição do realism o político. A pesar de [ - ] Nos necessitamos de uma nova ética Plnhsi . •
reconhecer um objetivo com um
as partes, a convenção m antém a soberania comportamentos para indivíduos e sociedades n„ ■c C“ Ca QUe Prom ova atitudes e
humanidade dentro da biosfera; que reconher* ‘ ^ consonantes com o lugar da
c.a?dePq ? e T o rd e m ^ ^ ° S aCOrdantes‘ E sta é ™ das evidên­ plexas e dinâmicas relações entre a hum anidade'r“ P° nda COm sensibilidade às com-
cias de que a ordem am biental internacional é com plexa e perm eada de inte-
danças stgmficattvas devem ocorrer em t,-dav a s . n j|u re /a - e en'r e os povos. Mu-
po de desenvolvim ento1 racionat
racional n„~ Ç? es do m undo Para assegurar o ti-
que será orientado
68 por essa nova idéia global

69
-p ' ; ~ ------- *«« u.oinuui^dO cquuauva dos recursos da
l rra, e atender m ais as necessidades dos povos (IN: Dias, 1992: 65)
NOTAS
ra v , S : : fren ,e’ a edu,caçã0 am biental é apontada com o a alternativa pa­
ra v iab ilizar o p reco n izad o acima:
o dom ínio territoria/que o pápado^ossuía de alSunias espécies. Dado
[~ J G overnantes e planejadores podem ordenar mudanças, e novas abordagens de de nhando algum a relevância, o que c o n t r i b u i u Z L e v i t a r a T - T ° ** ^ aCabou ^
senvo vimento podem m elhorar as condições do mundo, mas tudo isso se c o n s ^ .i r í vo de caçadas. Nos escritos sagrados encontram 1 1 extinção de especies que eram al-
r “ emrUJ d eS,de CT tPraZ° Sf a juventude nâ0 recet>er um novo tipo de educacão r 1 pecie hum ana na Terra quanto para a proteção d a s ripJUSU 1í?aÜVas tanto Para ° domínio da es-
h Ph C° n X‘° qUC d6Vem Ser lanÇadas as fundações para um program a m un' cabena ao hom em reinar no planeta, já que é o único " ™ aS de VÍda' No Prim eiro caso.
1 d e educaçao A m biental que possa tornar possível o desenvolvim ento de novos teger anim ais decorreu do reconhecim ento de n X se'n d i**'<e a D eus- A decisão de pro-
rm n^no w*n----------■ . . c im e n to de que eles tambem têm direito à vida D o contrá
C Val° reS G aÜtUdeS’ ^ d° *m elhoria “ alidade am­ ParaDuma — - i*6" 3.criado’ «gum entavam os~q' p u n h a m a sobrevivência dos animais.
biental e, efetivam ente, a elevação da qualidade de vida para í
futuras (IN- Dias -I W>- « i F i as gerações presentes e da ^£rej a em* relação ao am bientalism o

Etn 1977 e m T bilisi (G eórgia), ocorreu a Prim eira C onferência Inter- 4 A ü h a T c ar t T etaÇã0 d6Ste Perí0d° ’ VCr H obsbawn (1995)
locahzada no extremo sul da América dr> <5„i „ .
governam ental e m E ducação A m biental. D essa reunião surgiram os pnncí- gueiras avistadas pelos navegadores que chegavam De l t f 6 n° me deVld° às inúmeras (o-
Canr»7-nii ^ 1 0 0 1 %^.____ . . gavam pelo <xeano a noite.
’ C apozoli (1991) apresenta uma d e t a l h a d a d e s c r i r ã n ' “ " U' ‘C'
(n te d S cn 5 l 0-T THblental aS erem aplicados den tre o s quais identificam os
Antártico. Expoe também as trajetórias ^ p r i ^ S 0- - ^ - - ” **880 ^ CulmÍnou no ^ a d o
re a a ,a ' - Peda8óê ica envolvendo o estudante em sua precisa. viajantes, em uma narrativa agradável <
re .iidace, e u m a atençao particular d everá ser dada à com preensão das re ­ 6 A
A MtPN foi criada com o objetivo de contribuir
m eto a m b iL t e aS e 'Ul o d esen volvh llen to socioeconôm ico e a m elhoria do de órgãos governamentais
e nao-goveniam nentais
i coA
rmr r. a_çí ° da rida na^ ap ** da
rt* ^ r Cam v-lst^-^P^S'bllkar-dOS-ednr,1nrlncr , ...... '
--- ...... ..■iviiifliiHM.ii n n ifin í Y_ ■ . 1-T.T . . -------- ’ 1 n-jfi
d ia n te a o s im passes am bientais. T a m b é m s e propunha uma prática ampla hoje uma das m aisirifluentes e Ituantes oreanízacõp s a" dN f uml ReTources (TUCN), até
dos e os divulga p o r interm édio de revistas e allj-, v li i ' mundo, que realiza estu-
a escolar’ vo,tada “a — - *>*“ * - ° Utr° ° rgâ° m Ísto destinado a gerar fundos nai-a Pm “ ° gFande Púb,ico- A lém da
Wíldlife Found ( wwf), criado em 1960. Embora concebido |’r0bletnas am b*entais foi o World
Passados d ez anos da C onferência de Tbilise, realizou-se, e m um a ini- passou a concorrer com ela, desenvolvendo prou-ios nr.mri r Jtr‘" r recursos Pani a íucn, ele
dores doadores ricos espalhados pelo mundo. a t w h “ nha ^ SeUS m antene-
S uc^ T Í UnC~C A d °KPNUMA 6 ^ ^ ° C ° ^ eSSO ^ H tern acio m d rucN e atua em várioss países do mundo, fi ; fm ptm ernando 1 ^ ° “ ^ a
S r e ventn™ aÇ' ° A m b ien tais’ em M oscou ( ^ s s i a ) , em agosto de ) projetos conservacionis
pT A ’u Sairam 25 estrategias internacionais para ações no cam ­
p o da E ducaçao A m biental para a década de 1990” (IN: Dias, 1992: 89)
* ■»“ P«— Oo . « - - r
■sobre os sistem as naturais e registrar as t L s f o r m n c ^ ! ^ pr° düZlr inf°nnação
te rn a d o n a lCT tUl° ’ “ tudam o! a s.Prim eiras etapas da ordem am biental in- açao hum ana, em especial devido aos grandes acidente ^ ? ° S Sofnam e m decorrência da
Antártir- 1 p e sa r a ln o p eran cia d os p rim eiros d o cu m en to s, o Tratado erram am ento de petróleo nos oceanos, a deposição dp e '-°I'',Slc°s, com o a chuva ácida, o
A ntártico alcançou seus objetivos. Um dos aspectos positivos da atuação do mp oue se m ant F“ ados em cursos d ’água etc.
O p ro b lem a surge quando analisam os a o n u . Das prim eiras decisões - pesquisadores de vários países do mundo Além disso ^0 ™ ' ^ ° , 4 ’ fol 0 intercàmt>io entre
c o m o os p ro g ram as de conservação de solos - a t é as reuniões õ r g S z a d a s bre am bientes até então pouco e s t u d a d o s í o q u e c ^ t r S f dlVCrSaS PUblica?ões so-
cientifico de processos naturais pouco conhecidos Durant K ' ° aVanço do c°nhecim ento
p ela U nesco, pouco se avançou. N a verdade, a tem ática am biental nhará contou com o apoio da Unesco, que o intesrou »„ n ' ^ Paite SUa existência, o ibp
escopo institu cio n al na o n u o m e n te após a reunião de E stocolm o 8 Não sena possível imaginar em n L sô s dfas ° Ê * BÍOS^
ou qualquer organismo vinculado a ela com este iitufo^r*3, lnternacional Promovido pela ON U
Ram ^ r; ^ . a° ^ f K w . ^ c ° nfCTê"c ia d ‘ Bi<” f^ ^ c ° ^ n ç ã i r a ^
ram n ' organizadas para tratar da educaçao am biental, envolvê: program a induz a pensar. e e nâo de gênero, como o nome dado ao’
s X ~ S h ní? ^ T gUr am d af à P°PulaÇão m undial visibilidade 9 lis te ----- -
sobre a q u estão am biental. Alem disso se pautaram em tem as que, apesar de Ch, l e; A u s t r á H a , Brasil,
afetar diretam ente a vida humana, não indicavam riscos na escala que os estu­ Nova Z elândia, Países Baixos, Reino Unido ReDÚhÍ,> ^ k r ‘a’ pã° ’ M alásia, N igéria,
d os am bientais vao tom ar publica nas décadas de 1980 e 1990 Pode-se afir Alemanha, Romênia, Suécia, Tthecoslováquú. Uganda e ürss ' " ’ RePÚbllca Federal da
m ar, entretanto, que elas foram a base que permitiu a realização da Conferên-
ia sobre o M eio A m biente Humano que ocorreu em Estocolm o e m 1972
A C O N F E R Ê N C I A D E E S T O C O L M O '

em que ela fo i> ,rg an izad aT ™ T O 0 c °n te x to


crescim ento zero, proposto n o r H „ f,V i() 2 U®n c i a r a m ’ C° m ° ° d o
abordarem os os principais aspectos d í ^ n S ' m a (CR)‘ T a® bém
poluição do ar e do crescim ento V o Z lr , C O n ferên cia: o controle da
féricos. to populacional, em especial nos países peri-

ração de E sto c o ln w ™ P l S o d ^ A ç ã ^ è T p C° ncluSÕ? s’ A ta c a n d o a D ecla-


o M eio A m biente ou U nited N ations F n ' r ° g r a m a as N ações U nidas para
qual fazem os uu, b<Ua„” „ ! apom ândo 1 3 “ " ' 'a m n “ (PNUMA> d »
das ale a década d e 1980. D epois desi» ,r .,;i a ^ i n T c S i ' “ desenvoIvi-
do pnum a confundem -se com as rP„ n ^ “ iniciativas m ais relevantes
nos próxim os capítulos. &S m tern a cio n ais que serão vistas

A C O N FER ÊN C IA D È ^ S T Õ c Õ r i u õ ----------- — ------ ----------------

u J z : * * * * " ^
de .968 que surgiu a idéia d e " i ^ u m
formas de controlar a poluição do 'u~ encontro de países para criar
bientais que m ais i S Í * * ’ " '* « • * ~
A ssem bléia Geral d a ONU. a in dicaçfc *
ano. N a m esm a reunião, definiu-se o a n o i w o dezem bro daquele
6 ° 3110 de 19 72 P a« sua realização. E stava

73
nasctíiiiiu & C onferencia que m arco u o am b ien talism o in ternacional e que
inaugurava um n o v o ciclo nos estudos das relações internacionais.
A prim eira grande conferência da o n u convocada especialm ente para a
discussão d e problem as am bientais ocorreu em E stocolm o, Suécia, e foi de­
nom inada C o n ferên cia sobre M eio A m biente Hum ano. Para organizá-la, foi
constituída u m a C om issão P reparatória da qual o B rasil participou por indi­
cação d a A ssem bléia G eral1. E sse grupo, com posto por 27 países,

[...] realizou quatro sessões. A primeira ocupou-se com a parte operativa e com a deft-
nição de com o o s estados-membro deveriam atuar; na segunda, foi adotada a agenda
provisória e decidida a natureza do docum ento a ser assinado em 1972; coube à
terceira sessão exam inar o progresso verificado na apreciação dos tem as substantivos
e apresenta? <»est*>v<> da 1 >erlamç;u > »>Meio”Ambieate; a quarta sessão, realiza­
da em m arço de 1972, ocupou-se da parte funcional da conferência, inclusive dos as­
pectos financeiros” (Nascimento e Silva, 1995:26).

A pesar d a m obilização alcançada pela C om issão P reparatória, outros


eventos e x e rc e ra m m aio r influência sobre a C onferência de E stocolm o. A
divulgação d o relatório do Clube de R om a foi um deles, com o verem os.
O u tro e v e n to fo i a M esa R ed o n d a de E sp ecialistas em D esen v o lv i­
m ento e M eio A m biente 2, realizada em Foune^, Suíça, e n t e 4 e 12 de ju n h o
d e t 9 7 T Surgiu nãqueTa reunião um a das teses discutidas em Estocolm o: o
estabelecim ento de m edidas diferentes para países centrais e países periféri­
cos que continua sendo em pregado, com o m ostram as negociações relacio­
nadas às m udanças clim áticas globais. A lém disso, com o verem os no capí­
tu lo “ A C o n fe rê n c ia das N ações U n idas p ara o M eio A m b ien te e o
D esenv o lv im en to ” , em Founex foram lançadas as bases do conceito de d e­
senvolvim ento sustentável.
A decisão da A ssem bléia Geral da o n u em realizar a Conferência de E s­
tocolm o decorreu da necessidade de discutir tem as am bientais que poderiam
g erar co nflitos internacionais. Esse assunto reuniu em E stocolm o “ 113 paí­
ses, 19 órgãos intergovem am entais e 400 outras organizações intragovem a-
m entais e não-g o v em am en tais” (M ccorm ick, 1992:105). Os núm eros indi­
cam a inclusão da tem ática ambiental na pauta dos países. Porém, apenas dois
ch efes de E stado com pareceram à reunião: O laf Palm e e Indira G andhi, re­
presentando respectivam ente a Suécia e a índia. A tem ática am biental só en­
traria na agenda de políticos vinte anos m ais tarde, quando da realização da
cn u m a b . na qual registrou se uma presença m arcante de chefes de listado.
A lem d ã p o lu ição atm osférica, foram tratadas a poluição da água e a
do so lo provenientes da industrialização, que avançava nos países até então
fo ra d o circu ito da eco n o m ia internacional. N este aspecto, o o b jetivo foi
ela b o ra r estratégias p ara conter a poluição em suas várias m anifestações.
O utro tem a abordado pelos participantes da Conferência de Estocolm o
foi a pressão que o crescim ento dem ográfico exerce sobre os recursos natu-

74
rais da Terra. O fim das reservas de petróleo, ponto central quando se abor­
da esse pro b lem a, e ra um fato já c o n h ecid o que só foi m assifica d o com a
crise, em 1973. N esse contexto, p ropostas de se lim itar o co n tro le popula­
cional e o crescim en to econôm ico de p aíses periféricos fo ra m apreciadas,
resultando em um intenso debate entre os zeristas e os desenvolvim entistas.
Vejamos com m ais vagar o tratam ento dado a estes tem as na C onferên­
cia de E stocolm o.

A poluição atm osférica

Ao longo do p rocesso de industrialização, p rincipalm ente na Europa,


cientistas co m e ç a ram a o b se rv a r a p re se n ç a de ele m en to s quím icos em
plantas. Isso d esp ertav a a curiosidade e levava ao questio n am en to das d e­
corrências deste fato. E ntretanto, a associação da poluição atm osférica3 ao
surgim ento e/ou agravam ento de pro b lem as respiratórios n a população só
foi confirm ada em 1930, quando por cinco dias consecutivos um a imensa e
espessa nuvem d e poluentes cobriu o vale do Rio M euse na B élg ica, então
-umar área in d u stria liz ada.- Qs h o sp itais Fogistiaiam úaquétff período um
grande aum ento de casos de internação e consultas de pessoas co m proble­
mas relacionados ao aparelho respiratório. Suspeitando de que havia algu­
ma relação en tre a fum aça que recobria a área e o quadro de saúde da popu­
lação, as autoridades resolveram suspender a produção industrial até que a
nuvem poluidora se dispersasse. A m elhoria das condições do ar foi paulati­
na e refletiu na redução das consultas aos serviços de saúde. A partir de en­
tão, passou-se a associar a em issão de resíd u o s industriais a problem as de
saúde pública, em especial ao agravam ento de doenças do aparelho respira­
tório na população afetada pelos resíduos.
O alerta ocorrido na B élgica não foi suficiente para que m edidas mais
austeras fossem adotadas no sentido de co ntrolar a poluição atm osférica. O
dram a vivido naquele país repetiu-se em cidades de outros países industriali­
zados com o, por exem plo, em Londres, em 1952. N aquela ocasião, o lança­
mento de m aterial particulado e de gases tom ou o ar da cidade extrem am en­
te poluído. D urante quatro dias, os hospitais foram ocupados pela população
que reclam ava de problem as no aparelho respiratório. N a sem ana seguinte,
entretanto, viria o pior. C erca de quatro m il m ortes aclm ã da m édiaToram re­
gistradas, todas relacionadas a doenças no aparelho respiratório.
Esse quadro levou à adoção de m edidas que buscavam conter a polui­
ção e evitar que ela atingisse outros países, com o ocorreu em 1979, ano em
que foi assinada a C onvenção sobre Poluição Transfronteiriça; em 1985, ano
da Convenção de Viena para a Proteção da C am ada de O zônio; e em 1987,
ano em que foi firm ado o Protocolo de M ontreal sobre as S ubstâncias que
Esgotam a C am ada de O zônio. Tais encontros serão abordados m ais adiante.
D e c l a r l r ^ Z T ^ * pm^ ' eiJ lã da PoluiÇão foi abordado em dois itens da
clarai:ao d a s N a ço es U nidas sobre o M eio A m b ie n te: pro cla m a çõ es e
" eCeSSá" a à ^ - '— a p a ra ,„ d a a p „ p u ,a çil„ do
nH n ?'*’ dOCUmento fínal q ue continha 26 princípios e que fo ^ u b s c rito
pelos países particip an tes. Os dois itens são:
va sozinho nessa em p reitad a Ídéias’ m as não esta"
6 Deve-se p ô r fim à descarga de substâncias tóxicas
ou de outras matérias e a libera- M assachusets In stitu te o f Technology P ° t0maC e o
çao de calor e-m quantidades ou concentrações tais que possam ser neutralizadas pelo
tueio am biente, de m odo a evitarem-s-“ ^ ~ -------- • - - aos ecossistemas ^ Ciou sobrem aneira as d i s c u s ^ ^ I X Í S s ^ e m e T e c f 'f ^ ^
rt „„ , --------" _se danos graves e irreparáveis durante a Conferênci;
cia de E stocolm o Tr,,,Z ’ sPecial as 9 u e ocorreram
e ser apoiada a justa luta de todos os povos contra a poluição
ra o crescim ento (M eadow s, 1973)5 publicação O s lim ites p a -
mares por substancias aque
d ° t a r t0 d a S “ m e d Í d a S P ° SSÍVeiS P a r a i m ? e d l r a P o l u i r ã o d o ,
possam por em perigo a saúde do homem, prejudicar os re-
rsos vivos e a vida m annha, causar danos às possibilidades recreativas ou interferir fazer as projeçõÜsq”úe su ílo n u v a m ' ' ^ ' 10 « “ Pregado para se
outros u so s legítim os do mar_(/JV.- Nascimento P Silva. 1995:163).
m a ic lo . imperfeito? sup“! s í ^ M c ado C° nClusões « » ■M » .
afirm am que é e in a c a b a d o ”, os au to res d a obra
Esses p rin cíp io s serviram para a criação de norm as de controle da
Iuicão m arí
b ate ,n h rp ? f f m ;ssao de poluentes pelas indústrias, retom ando o de
mos, é o único Pel° ^ «abe-
S urgia tam hó ° Ü° f nas grandes aglom erações urbano-industriais
S ' , , " ° V°n 6 lucratlvo neg ó« o : da pprodução
u u u ^ a u de
uc ín iro s e ae
filtros de ma- ipo, com um horizonte de tem
—tpo uiuiui
m aior aJ
que innca ..
tnnta <
anos e" a,nCntc
e que jncjuj Sloba! ™ seu esco-
1 vanaveis importan-
o n li; COntr° le dos eflu en tes in d ustriais, reafirm an d o o ecocapitalism o
a n te n o e m e n te discutido. 1 K J iiidepcndentes^nías com o^leniem ostlinllm ^os0^,,,1" £ £ 5 * ° " á° com o « & ■ £ «
do real (Meadows, 1973: 18). mteraçao, tal e com o são no raun-
.N.9 ^ r~ ~PÍ° 6 ’ a-a$sertlya “d ev e sce apoiada frtttste-luüi b Ht
p o v o s c o n tra a p õ lü içao ^ex p ressa um a leitura baseada na teoria da interde
C < ^ S n c i a ° d e Pp >I, 1C7 S ‘™ ^ poluiÇã o - Seg undo ° * x to final da cada f XP° “ ” d a ' S * ■
trabalho redigiu o seguinte diagnóstico: ^ ° S resultados>0 grupo de
uma bandeira c o n ^ m *110 “ “ * POlU,Ç5° ^ S“
U m vez que a produção industrial está c,
v o l v i m f n ^ f 0 d a P° luif l° tam bém é d a ta d a de m an eira geral, sem o en­ á crescendo a 7 %
v o lv im en to de seus p ro d u to res diretos. A recom endação é “p ô r fim à d e s­ ----- “ <•-/o,a p2u%,
somente u epoderia
n a parecer que os ciclos ™ c,v ' ' j 3° an° 6 a P °P ulaÇão cresce
constituíssem motivo de regozijo. Uma simples é f reaI‘m entaÇão dom inantes
sem se cite " Cí aS tox lcas ou de outras m atérias e a liberação de calor” , mento sugeriria que o padrão m aterial de vida da nonn^ ^ de cresci­
luidor Nn r ° S walSeS, resP ° nsavels Pela geração e em issão de m aterial po- dos próximos 14 anos. Tal conclusão, contudo m u ? ^ ^ 0 '" UndÍiil d° brará dentr°
cita de que a crescente produção industrial do mu H ' ‘ nClU1 3 su PosiÇã ° implí-
to no texfn fíSO|“ a PO|U' i a° : ‘(r ,<)S ° S paiSeS m ereceram ° m esm o tratam en-
se ratm d ^ distinção entre os países vai aparecer quando entre todos os cidadãos. A falácia dessa s u p o s i c ã o w r i ^ equ“ aüvam ente distribuída
nam as taxas de crescim ento econôm ico n e r c a n i ^ 7 aVaI'ada qUando se exa™ -
cun^o Í p ^ S r ^ 3 d ' SPOn,bÍIÍdadC d° S rCCUrS° S MtUraÍS e ° — vidualmente. A m aior parte do crescim ento nTh , l a.IgUmas naf ões tomadas indi-
ocorrendo nos países já industrializados, nos ^ i ‘ a t * ” T " * 0 •" J CStá realm ente
çao e relativamente baixa (Meadows, 19 7 3 3 7 ) ^ crescim ento da popula-

Populaç,ao v ersus recursos naturais?


Para eles, este fato confirm a
pobre ganha filhos” . a m áxim a: “O rico to m a-se mai s n co e o
A lé m d a poluição du ar, o crescim ento JopiüaciQ naL acaboiU nteiferin- E nr
vez de analisaiia^ ra-zQ e^ ^ e -k v -an rai
Sé at dl M Z °T 601 EstocoIm o- Baseadl)s em uma releitura das m o a transferência de recu rso s'n ara n n “ ConcentraÇão de riqueza, co-
ma o Q n e Ü Í q,UC ,° CresCÍmento P o p u lacional ocorre em escala cros ou de royal.ies, eles aerêdU am T * dfV‘d a * to-
su n a m o r a P rodução de alim entos, o que lev aria à lu ta por alim ento, al equdíbrio entre o crescim ento populacional e™? 1 deco' I e u da P c ^ a *
c o n s id e ra íd o Pr0r n ° C° ntr° Ie P°Pulacional. Eles argum entavam que, nuição do segundo indicador resultou d; m ih , m ortalÍdade- A dimi-
Uni do ■T n população,
~° param etro 0esül° de vidaemdaespecial da que
população dos vivia nas c i d a d í ^
Estados C° ndlÇÕes de vida da
U nidos, os recu rso s naturais da Terra seriam insuficientes para prover a ba-
A alternativa sugerida para elinfinar essa dtstorção é lacônica:

76

77
n u
a te te d a m a » o dcscquilfbim resultante:
natalidade, p a r a que ela se i .n a te à 3 ^ de
que esta ú ltim a tome a subir (Meadows, 1973:156). de’ mals baixa' ou delxar
mo ^ c o n d e n a ç ã o do colonial,s-
Ç o, ou seja, do controle populacional -m ' " ecessidade de planifica-
im p ltm lS a d T ^ m T a í Z f P 0 ,' tÍCaS ^ " « g r á f i c a s que foram e tratado de form a ainda m íis e x t ^ t a noT * ^ E ste últim o P °n to
p o ssib ilid ad e de in tro d u zir políticás dem n f J SegUIn,e- que rec o n h e ce a
e/ou areas densam ente povoadas. gráficas para e q u ilib ra r vazio s

- i S ^ w « K 5a a a i cos, com o o núm ero de h a b E e s ^ u m í á 001^ 2 ***** d° critérios técni-


e x erc er sobre os recursos naturaTs qUe P ossa v ir a
d e u r í ã s * " '' s l t a c l m o ° ^ “ “ ' ««"dações.
sg"sm
“d°* "Z xttjszissz;.
Sns sr"“r *—*»*>«»-
sencíal para a iniciação de n n v ^ maneiras d c n e ™ f ” d° S hmÍteS é eS“
Crescim ento versus desenvolvim ento
fundamental do com^ rtament“ ™ arlo e Z , T 3^
ciedade contem porânea [..] P ^ U v ‘n ' de ‘«da a estrutura da so-
Istamo», mais ci
•>'«vencidos de que a pressão demográfica no mundo já atingiu um ní-

fi^-síasssMssstssssssr
vel tão alto
re u n iã o ^ discussões n a
deve forçar
» f w v U>ui um b
Reconhecemos que o equilíbrio mundial .somem,- nnri.rf
m lado tínham os os que advogavam em fav &r t esf nvoIvim en tista. D e
:<<mai u ma rea i irtarte naco s c b ai:ra(. (- > - ^ tnTC[T nx-
tanto em term os absolutoT Iom ^ « T T * ™ Uma m eIh° ra sub“ aL “ SOSTTão-renováveis; do O U t n r ^ ^ H ^ e ^ s u m id ^ e ™
das; e afirm am os que es T ' 35 " aÇOeS econo™ ^ m e n te desenvolvi-
global [ ] progresso so pode ser alcançado por meio de uma estratégia d e se n v o lv im en to ” trazido p ela in d ú stria es que reiv in d ica v am o

ttspÊKSKíssírasr " e,°


r a um fap o ” * do status quo de
congelamento
desenvolvim ento econôm ico d e iodas as nações do muwfe.Se
em itida palas nações ricas, ela s e r i ^ ^ í l ^ - f , 68511 ProPos^ o fosse ticip áção 2 W 2 : , s ONGs. A par-
obtenção de um estado harmonioso e '■ -- neocolom alismo. A am bientalism o, deixando claro que as trmda cou novos rum os para o
>e global de equilíbrio econôm ico, social e ecoló-
gico deve constituir \UmH aventura ^oniunlíi ,, . _
benefício para todos (Meadows, “ convlcÇao comum, com m o ao longo dos anos 1970 m erecem ser m ° COn?das no am bientalis-
t„ij A te 3 Conferência de Estocolmo , , p- “ ^ nm anallsadas.
S ™ qAUe, . f nhavam A t a q u e m undial L S ! ^ d ? am b ie"-
cla ra cã » /fa* V 1 d e s ^as conclusoes aparece nos princípios 15 e 16 Ha n c ifism o A luta do m ovim ento a m b í l m mC,pientes e focadas no pa
para o desarm am ento das superpotências a in te rn a c io n a l e sta v a voltad í
' a segu ir:
f Z £ , G u e n a F ria’ m °m en to histórico ^ í ° ^ V,f ta que se vivia o a„
15 tos bélicos com capacidade e ^ “d e ^ ^ des- v o I v id o s a r te f ^
tru m a m o planeta. N ão fo ram T 0ucaS r , ” qf ’ 56 empregados’ des-
T b« eflcteS sociais, econômicos e ambientais nara tnH, maximo
Ç ^dêVt entidades ambientahsTas contra ^ p r ^ d cS ” anÍfestaÇtíes P^hUcàs de
am-ind..„da>r. u& :_i---------------*
p ,u jetos destinados A*£5B respeito. n 901 O utro F t.u ue arm as nucleares.
_____ * à dom inga, n » ra#i .In________ d e s p m a v ^ a atençJIbcia,
concentraç^^ex^essiv^is a(denLiro st' nienl° demográfico) oou as era o tem or de que ocorresse internacional
nas que processavam o urânio para l e í a r fadlaçao ru,c|ea r em usi-
m” nbK ^^ T h r e e M ile s í s l m i , „ « < * -? *
E stad o s U nidos, ocorridos
______ _ ^em 1979 e dp r h ! ’ P e n silvam a,
co n firm ârâm que
, esse
esse m
m edo
edo não era in f u n d a d o ™ ^ /’ ÜCrânia’ em 1986,
Com a e n se do petróleo: n^la jm e;ra ° j -^St6 c e n ario m udou em
publico a ,déia da escas!ez de » •>— .
78

79
O üi ros g ru p o s am bientalistas, porém , am param -se no preservacionis-
m o p a ra propor u m a ação radical: o abandono do m odo de vida urbano-in- vam s p ^ j i m p n r 10 dC G uerra F n a no t|u al as su perpotências re sp e ita ­
dustrial. P erten cen tes a essa corren te tem os a ch am ad a ecologia pro fu n d a do h lo ro assisüm ° s a m anifestação de seus satélites. Os países
o u radical, q u e p o ssu i seguidores nos Estados U nidos e na Europa. C om o já fnfluên ’Cla!!Sía q u e lrUe8ravam o en tão L este Europeu, à época á rea d e
dissem o s, m u ito s ativistas desses grupos têm o m esm o partido para a ação
!nte“ c to d « S r r i f " ’™ " ’ * c o n tra a
direta, in te rv in d o , p o r exem plo, em áreas de cultivo de m aterial transgêni- lal Se o ' , ' nai1 dar voto e v o z;àen lão A lem anha O rien-
co. C o m o p a s s a r do tem po, eles p erceb eram que não bastava abandonar a argum ento po lítico era forte, tam b ém é v erdade que o ch am ad o
cidade e o m o d o de v id a urbano-in d u strial. A po lu ição do ar e da água, as sa de S r ? ? regla° !Tlai<: lnclustr>alizada do bloco socialista. A rec u ­
m udanças c lim áticas globais ou m esm o a possibilidade de contágio p o r or­ ar e os lihr.,-' ■•vrava da adesao as norm as de controle de poluição do
g a n ism o s g e n e tic a m e n te m o d ificad o s ro u b a -lh es o p araíso . E ra p reciso ar e os liberava para continuar a poluir.
agir. C om o resu ltad o , assistim os, já n a década de 1990, a cenas de terroris- zava m ^ in te n ^ S rfrf n^rent|am en,° P™ta.g°nizado pela China, que sinali-
m o-eco ló g teo n a s q u ais a m b ien talistas d eto n am bom bas em redes de aff1 “Ãrü7iãnTTõ ã~ - ^ r -S u aln flu en Gia-s o bre-o -eené rit» rrrterrrarirrirat
m entos d e países centrais ou invadem e destroem plantações de organism os n< OSIÇa° °,S PaiS6S p C n fé n co s’ m anifestou-se a favor da au to -
geneticam ente m odificados. O pacifism o é deixado de lado quando a pala­ v ito rio sa e e s f T ^ ^ * ad0Çã0 de feStrÍÇÕes am bientais, tese que foi
vra de ordem é a m anutenção de um estilo de vida. duram enfr PnnCÍpi° 2 1 da declaraÇão. A lém disso, criticou
E m E stocolm o, as ONGs organizaram o M iljõforum (Fórum do M eio); m o nrinc L l r e / m Ç° ? S nf 0m althusianas e 8u8e r' u que se apontasse co-
que serviu de p a lc o para suas reivindicações. N ão houve unanim idade entre
seus participantes, pois parte deles alegava que o fórum desviava a atenção lista* protag o n izad a^elo s países c e n t ^ s ^ o ^ e ^ t o d ^ c o iffe rê n d ^ ^ \p e s a r (fe
d a opinião p ú b lic a para os tem as que estavam sendo tratados na reunião ofi­
cial Otrtres im aginavam e s ta r influenciandol ,as gfigsm ag K ex.crcenito prU> “ VCrSa0 nnal da D- Iara^ <>*
são sob re aqueles q u e decidiriam o futuro am biental do planeta. 'çasnas-discussões am bientais.
O s g ru p o s a m b ien talistas m ais rad icais usaram o fórum p ara p ro te s­ cou e C i E e ^ s o T a d° re? l)Sm0 POlíÜCO na C onferência de E stocolm o fi-
ta r c o n tra a p a u ta d e fin id a n a re u n iã o o fic ia l, q u e re strin g ia b a sta n te a S o - c o n í o l í . í , S° beram a dos_Paises foi salvaguardada e venceu a tese de
p articip ação das o n g s . Elas fo ram p roibidas de assistir às sessões, ficando riam v i r a " e m ° cm relação às políticas desenvolvim entistas que po d e­
à m arg em das discu ssõ es. E sses grupos alegavam tam bém que tem as que m vir a ser praticadas por cada país. E ntretanto, ainda que de m aneira tí-
d iz ia m re sp e ito à seg u ran ça am b ien tal do p la n e ta não estavam p resentes atores no m Z ' PartlClpaça° das ONGs’ CIUC indicava a presença de novos
no debate. ^ Z h T k' ° ' ESSa Part' ciPaVao cresceu quanto ao d esen­
E ste arg u m en to apoiava u m a leitu ra con serv ad o ra do am bientalism o volvim ento da ordem am biental internacional, com o verem os.
q u e c o n tin u a in flu en cian d o p arte do m o v im en to am b ientalista. P ara esse A lem da D eclaraçao, a C onferência de Estocolm o gerou um Plano de
segm ento, tam bém influenciado pelas idéias difundidas pelo C lube de R o ­ Açao que deveria ser im plem entado co m o objetivo de operacio n alizar os
m a, o m aio r p ro b lem a am biental d eco rre do aum ento da população. P arte princípios contidos na Declaração. N ele foram listadas 109 recom endações
das o n g s aderiu às teses do crescim ento zero. E ‘X r í ° d ‘ S| NaÇOeS Unldas TCKa"d° t e t T c o m ? ™
Os países da periferia insurgiram -se contra esse argum ento, pedindo o m S , de d S n a" l manejo do., recursos naturais e os im pactos'do
desenvolvim ento, ainda que com ele viesse a poluição. U m a frase do repre­ m odelo de desen v o lv im en to no am b ien te “h u m an o ” . T alvez devido à sua
se n ta n te d o B rasil n a ocasião é p arad ig m ática deste projeto: “V enham (as am plitude p r,o c a m e n te o Plano de Ação ficou no plano das i „ t < Z 5 «
-Mas j
indústrias) p ara o Brasil. Nós ainda hão tem os poluição”7. Acccm blcL c t Jl Est° r ° lmo f<>' a " K iie a;ao.
ç _ para.3
A ^ o s iç ã a d e se n v o lv im e n tista saiu vencedora do em bate de idéias. G a ­ s^ b te ta ^ e r a h d T O N u , da necessid ad ejie se criar o pnqma , S n a W if i
n h aram os países periféricos, que puderam “desenvolver-se”, isto é, receber S Ü ambieSÍ f 5 deJ ,ab. ÍU^ P la" ° ^ Ação. A institucionalização
investim entos diretos. M as este ganho não se deu sem conseqüências ao am ­ aa tem atica am biental nas N açoes U nidas am pliava-s
-se.
bien te. Ele corroborou a di visão internacional dos riscos técnicos do trabalho
(W aldm ann, 1992), que consiste na pro p agação de subsidiárias poluidoras
d e em presas transnacionais em países cuja legislação am biental não im põe
restrições. O s países periféricos ficaram com a parte suja do trabalho.

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81
O P R O G R A M A D A S N A Ç Õ E S U N ID A S
PARA O M E IO A M B IE N T E

servacionistas. ' pessoal para as práticas con-


E sta b e le c id o em dezem bro de 1972 pela A ssem b léia G eral da o n u , o
PNUMA p a sso u a fu n cio n ar em 1973. N um p rim eiro m om ento, ele operava
A p esar das d ific u ld ad e s iniciais „ n r , .
com o u m program a de ação voltado para a tem ática am biental e ganhou aos destacar-se no cenário internacional re ili/ . M" la c o n se ê u,u a° s p o u co s
poucos u m p e so institucional m aior na o n u , em bora ainda não tenha o pres­ m a R egional dos M ares foi o prim eiro déles" Van° S enCOntros- ° p rogra-
tígio de o rg an ism o s com o a U nesco ou a f a o . O p n u m a tam bém coordena o f.-.J reunindo 120pafses f* -» - . ,
F u n d o M u n d ia l para o M eio A m biente - que conta c o m a contribuição de lhados de poluição e degradaçâolKurin'-a em m''' fre“te 3 Problem as comparti-
vários p aíses filiad o s - sendo muitas vezes confundido com ele. um catalisador Uncial e, à m e d i d a ^ a®‘U
A c ria ç ã o do p n u m a não foi fácil. O s países p e riféric o s eram contra dos assum iram o financiam ento e a a d i m n X c ã o T ó CrCSCendo 08 PróP™ s esta-
-a c re d ita vai 11 qüe~<5le seria um instrum ento utilizado para frear o desen­
v o lv im en to , im p o n d o norm as de controle am biental adotadas pelos países
c en trais. P ara eles, essa seria uma m aneira de im p lem en tar o crescim ento
zero, q u e fora d errotado em Estocolm o.

ir :ses quc™a-
N a d a disso ocorreu. O p n u m a , entretanto, n asceu esvaziado e ganhou
fo rça c o m o p assar dos anos.
A p rim e ira d iscussão envolvendo o p n u m a fo i em relação à sua sede. inform ando a situação nacional, para que se n u d e ss'f Pa' S Um reIatóno
O s p aíses cen trais p referiam sua instalação em um país periférico, ju stifi- M onitoram ento G lobal do A m b ie n te Z J , f ***** m° ntar um de
1 9 7 ^ -r que ttcafroi i sendõ cria d a ir m
rarrcfo queT odos os organism os da o n u estavanj sediados Bm países centrais :°m o p arte do Earthw ã tch. O SMGA
do H em isfério N orte e que era chegada a hora de m udar este quadro distri­
b u in d o sed es p e lo m undo. D esejavam , com isso, liv rar-se das m an ifesta­ ligou centenas de organizações na.-in -
ções de oN G s. O s países periféricos, p o r outro lado, viam nessa localização James foram a FAO. who . w i |, Í0nf ’ das *»** « mais impor-
[ Em 1985, foi estabelecida
Ia aa B a s e de
Base d e SDados
l L l de
, Conservação
u m a am eaça ao seu próprio desenvolvim ento e im aginavam que sofreriam bais íMi.ni^ j . :.r.„ , »-->rmaçao para Pesquisas GIo-
um patru lh am en to em suas atividades econôm icas. P ara as o n g s . a localiza­ tais (Tolba^í 99^ 745T ' ^ SIS‘emaS de informaíçao à geográfica para estudos ambien-
ção do p n u m a em um país fora do eixo do poder in dicava o desprestígio da
te m a tic a a m b ie n ta l na o n u , além , o b v iam ente - e isso era um argum ento
n ão -confesso - do fato de ficar distante da mídia. cional de Substâncias Q uím icas p X c i í ° Reg,Stro
A pós m u ita polêm ica, a sede do p n u m a foi fixada em N airobi, Quênia. nacional de Referência. O prim eiro f m T " 10 6 ° SlStema Inte'-
E ra um m al com eço. L onge das atenções e dos recursos, o p n u m a ficaria re­ p o n am em risco o am biente a partir da contam? ^ 61110 d2S situaÇ°es que
legado a um p lan o secundário. Este fato ficou evidenciado pelo tem po que procurou organizar uma rede de inform ações ™ " dÇao clu,m ,ca e o segundo
se passou entre a determ inação de sua sede, escolhida em 1973, e a sua ins­ Se estas medidas alcançaram S u ^
talação definitiva, 1 1 anos depois - apesar dos esforços de M aurice Stron<* hzando inform ações am bientais miinrliai centralizando e disponibi-
seu prim eiro d ireto r executivo. Um das sobre D esertificação - que o c o m ^ e m V r ° " ferência d a s N a Ções
P ara ap licar o Plano de A ção definido em E stocolm o foram criados' m eira iniciativa global do pnuma - não oh “ v ° 19 77 e foi a Pri"
• o Program a_de A valiação A m biental Global um a rede de inforr de ter cof*eguido elaborar urn Plano d e S l T ? 5 «^ o s . Apesa,
ções destm adas-a acom parrhar o~dcscn vol vim ênfo de program as am ­ a falta de envolvimentõ' dos ^ ^ s ^ m ^ n ^ ! í aE:LCOmbate 3 Desertificação,
bientais internacionais e nacionais; log,co destinado , evitar o a , , t a o d o t e c o-
• o Program a de A dm inistração A m biental - baseado na falta de deter­ reunião. A m aior prova disso foi a n e r e s s M .d e T » S ! novf
m in ação d os países em adotar m edidas de conservação am biental, o sertificação em caráter internacional,1 , , . c u ístu u r novamente a de-
p n u m a b u scaria im plem entar convenções e norm as que os obrigas­ das N ações Unidas para C o m b X ^ S í T 0 " 4 , na
M Conferência
sem a atu ar buscando a conservação am biental; Afetados pela Seca e/ou D esertificacão em 'aíses Seriam ente
caçao no? 1'aíses
tratada no capítulo “A ordem a m b .c L l m u a d S ^ " ica
“ (( cd
a A), que será
1 apos a CNUMAD”.
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83
— — "Eni p a rc c n a c o m a iu c N e a WWK o P.Numa elaborou a Estratégia M un-
^•<al p a ra a C onserv ação , que tinha com o objetivos centrais:
m o de com bustíveis fó sseis peJa Donil. - .
a ) M anter o s processos ecológicos essenciais [...]. conseqüências am bientais deste f £ ? “ Ç 1 ° S países c e n tfais e sobre as
cussao
cussao amhipnfai _ ■ . *ato para o planeta. A liás, em 1982 a d is
am biental internacional
b ) P reserv ar a diversidade genética [...]. ainda estava voltada
c ) A sseg u rar o aproveitam ento indefinido das espécies e dos ecossiste­ conseqüências para a saúde da popuTacão T para a -p o lu iç.............._
ão e suas
mas (T am am es, 1985:196). ícas globais seriam introduzidos na C° m ° aS m udanças climá-
, essas Preocupações estavam ausentes ac' ,onal m ais adiante. Co-
A estrateg ia consistiu em um am plo p rogram a de capacitação de p es­ sa lv a r este novo d ia g n ó stico d a situ cão “ C, dlscussâo’ nada podia
soal voltado p a ra a d efinição de planos regionais e nacionais, que perm itis­ com a im pressão de que a C o n f e r i Sf N a ib ,c n ta í d o p la n e ta F icou s e
m esm o que foi dito L °
se a leitu ra in teg rad a dos problem as am bientais em escala global. A lém dis­
so, co n to u co m u m aporte ü n an cei ro.xazoável-^ ^ b tk fo -pri netp al m cnte-p e h r eram-bastante escassos no p n u m a . ' uulIlctnos ^ fin a n c e iro s, que
w w f - o q u e a tra iu g o v ern o s de todo o m undo. E les p assaram a seguir os
p asso s sug erid o s ’ p ela estratégia p ara a conservação am biental, que in d i­ N o docum ento final da reunião n
niento i
cava, entre o u tras coisas, a instalação de program as de educação am biental pam es reconheciam o fracasso do7 °— ■ aÇã° de N a,robi ~ «
e a m u d an ça d a le g isla ç ã o am b ien tal - com base em um a visão conserva- ao escrever:
A comunidade mundial de Estados 1 i
c io n ista dos recursos naturais.
C o m o p a s s a r d os anos, su rg ia um a in q u ietaç ão na co m u n id ad e am -
.!.S,la n lte r n ,aC' 0na1' ° NGS e .lid eranças v o ltad as p a ra a tem ática que- I... J o Plano de Açao só se cumpriu parcialm P Pr""--ge-lo e m elhorá-lo f 1
d as realizações siderados satisfatórios Dara a r L . f 1“ q u i t a d o s aâo p ^ . m r^ , L
n i„ , , _ j q ______ * -------------- —do p n i m a e. naou m esm o tenmn^-dá-
-.um i
FTãno u e A çao tra ç a d o em E sto co lm o . Para isso, foi organizado um novo " * “ Ju eom preensâo d o s ben*

evento internacional que ficou conhecido com o a C onferência de Nairobi. Por essas razoes, o Plano de
temacional í / a/ . t
------------"Ação
V - u não
u a o teve
t e v err me ^ , n
. , . , . e_ -r ycau “esigual
deSl gUal destes-
macional (/JV. Tamames, 1985:253-54)
noc , ~ - .. repercussâo suficiente na com unidade in-

A C onferência de N airobi
se, entre ao de N airobi, preconizou-
Sede do p n u m a , N airobi sediou, em maio d e 1982, um a conferência in ­
ternacional que avaliaria a atuação do programa. N a ocasião, elaborou-se um [•••1 urna metodologia anml-< r» »■<*«- .
novo diagnóstico da situação am biental m undial. D esta vez, porém tinha-se senvolvim ento so cio eco „ ô miCo a n S a i m '4 ' [ ~ ] P° de con d ^ ' a u,n de
( - 1 o s paises desenvolvidos e onrr,\ n^ tC raC,onal e durfvel.
E stocolm o com o referência, tendo perm itido um a com paração de resultado
desalentador. A m bientalm ente falando, o m undo estava pior do que em 1972. graves. O em prego de técnicas T com bater ° s proble-
das em outro.s i
^ In icialm en te avaliou-se o que fora im plem entado a p artir do Plano de
econam lco e s o CIal
A çao e confirm o u -se o j á sabido: m uito pouco tom ou-se realidade O plano 1985:254-55).
roí tran sfo rm ad o em exercício retórico. recursos naturais (!N: Tamames,

M as não foi só isso. A m áxim a de que a pobreza é a m aior fonte de de­


Na prim eira fra.se lê-se r la r ,m ___________________________________
gradação am biental, divulgada em Estocolm o, foi reafirm ada com todas as mento sustentável . . ente um dos princípios <lr> ,iec......... .
letras. M ais um a vez o s pobres e sen estilo de v id a eram responsabilizados | . • -*ra d .fc uiiüu ítiáis adiam * a u „ , . . . ; / . 9 n ' o K *-
íconôm ich
desenvolvim ento econôm ico êf scr.o.^1
o c ia l , ’ ^quai
uaJ Scj****au ;rnt ra asccãa fde
T uumm
pela devastaçao de am bientes naturais. Segundo essa visão, em países peri-
dade, pois este conceito já havia sido e s b o r ^ 0 ’ i nbem aclui não h á novi-
ré n c o s o crescim ento populacional ocorre principalm ente em áreas rurais, o
M exico, redigida etn reunião realizada em ,° ^ D e c l a r a Pã o d e C o y o c o c
que leva o s novos habitantes a ocuparem os am bientes naturais protegidos à
sua d evastação. ~
harm oniosa emre a sociedade e o seu ““ >«*>
M ais um a vez fo i poupado de críticas o estilo de vida opulento e con-
ao de aulodependêncla local" ( ,« . u .f f (••-] coneetado
surrusta d a sociedade de consum o. Pouco foi dito sobre o excesso de consu-
E m outro Irecho d a D eclara 4 3 1 9>
84 P“ “ S P e n fé riC 0 S ' K X n o s S u t Í

85
tos resu ltan tes das reuniões da o rdem am biental internacional. N esse caso,
O cre
tr e c h o a n te r io r c o n v id a ? r e l V » t i
entretanto, ex iste u m a novidade: reconhece-se que as técnicas desenvolvi­
n a u to p ia tr a n s fo r m a d o<n
ra d o a m b 3 ~ qU e n ã ° e d i t a m
das e aplicad as por países periféricos devem ser difundidas entre eles, o que
dem onstra q u e a sim p les im portação de pacotes tecnológicos estaria longe m is s a p o s - m o d e m a p a rra a a lg u n s (G u S T í * 7 ^ ’' ° * um a Pre '
m a-----—
n if e s to d^ a s o
onng
gss .. M
M as
a s seus represeniant,=
.... _ ’ 1 S 7 ) - e---------‘
s ta r ia ■s“"«•guazuaai
a lv a g u a rd a d o n o
de resol ver os pro b lem as am bientais dos países de baixa renda.
fú n 2 a v a n ç a ra m , r e c o n h e c e n d o q u e
As c rític a s m ais duras e diretas à falta de ação do p n u m a estão presen­ f u n d a m e n ta is p a r a se c h e g a r a u m q u a d r o
tes na M en sa g em d e A p o io à Vida, a declaração redigida pelas o n g s reuni­
das em N a iro b í. R ep resen tan tes de 55 países en contraram -se e discutiram
d a d e q u e m e r e c i se r d e s t t e a d a S a t m T la m b é m é u m a n o v i-
um a p au ta a lte rn a tiv a durante a realização da reunião oficial. Do resultado
deste trabalho, destacam os o que segue: a n te r io r , q u e re c o n h e c e a p o b r e z a c o m n u , n t r a d , f â o c n tr e e s te tr e c h o e o
a m b ie n ta l, e la te m d e s e r S S a l T u S S ? Sp° n s á v e l P e la ^ g r a d a ç ã o
-L- +Ntmca-ex rstiu~mir 11101ileimrda IriTtóriff êm que uma m uüança de 3iFeçâo se la z g ° ^ ês_Oftfqs.sãf>.ftnom ies,
tão presente quanto agora. Não podem os fechar nossos olhos diante da contínua de­ p o h t i c o c o m o a M ensage m d e A p o io T l T SC c h e g a r a u m te x to
gradação do m eio ambiente. O atual processo de desenvolvimento, no Norte e no Sul, ongs d e v á n o s p a ís e s, s e r ia p r e c i s o f a z e r a l í ^ r e u n i ã o <iu e r e u n i u
no L este e no O este, em todas as partes, nos coloca diante dos m esm os perigos, que
r e l ig i o s o , u m a d a s m a t r i z e s d o a m b i e n ta l . C o n c e s s õ e s - A té o c a r á t e r
c onstituem a c au sa fundam ental da degradação do m eio am biente (IN- Tamames
1985:275). ’ d e s s a s d if ic u ld a d e s , a s c r ític a s a o m ò d e lo d e T ’ * * * * * n ° te x t 0 ‘ A P e s «
s a o c o n tu n d e n te s e n ão d e ix a m d ú v id a s a u a m o ^ ™ ' 'I v im e n to e c o n ô m ic o
m o d o d e v id a h e g e m ô n ic o * n e c e s s id a d e d e s e a lte r a r o
N este trech o inicial do docum ento das o n g s vê-se um a clara acepção
in terd ep en d en te d a tem ática am biental. Para os seguidores desta prem issa, E sle aspecto pode ser üu s.rad o „a seguirrte Dassap, m .
cslarfatnoSTDdos d ian te d o m esm o p e rigo: um a degradação do am biente ta­
ãF uma altemai jva representa ,,m •
m anha que a fe ta ria a todos e que teria um a causa com um : o m odelo de de­ elaborar e articular um novo tipo de deSafío intelectual e político-
senvolvim ento adotado nos quatro cantos da Terra. desenvolvim ento como ura s i m p £ t Z t Z T ' *“ *' “ P° de Se^ r
M as m esm o as o n g s m antiveram o argumento que responsabiliza os paí­ n a,s e serviços. Ele deve ser definido c o m ü l " ™ 6 pm da* ío de b< ^ mate-
ses p eriféricos p e la degradação am biental, em bora reconheçam que o estilo
de vida dos países centrais tam bém causa impactos am bientais relevantes.
- g - _ „ a s s a a s - a s a s - »
No tempo em que os pobres não têm satisfeitas suas necessidades humanas de água potá­
vel, serviços sanitários, alimentos, combustível e moradia, as taxas de natalidade conti­
nuam sendo altas, favorecendo o crescimento da população. O aumento continuo do con­
sumo p er capita nas nações desenvolvidas e o rápido incremento da população mundial enr e s c a l a m ^ , '
originam um a pressão cada vez maior sobre os recursos alimentícios e dificultando nos­ “ criuca a onu e aos governos:
sos esforços para lograr um desenvolvimento sustentável (IN: Tamames, 1985:277). [.-] existem problemas urgentes fai« ™ n io . m . r
a atm osfera e o aumento de s u b s . â n c ^ a ^ a s e I 1 ^ “ ’ ^ ^ 05 danos
M ais ad ian te, encontram os a seguinte passagem: Ças, resultantes da introdução de tecnologias e c o n " Vas Pers^tentes. Estas araea-
m ensâo verdadeiramente global, e sua solução lCa'" 6nte Pe n g°sas, têm um a di-
govem o atuando de maneira isolada Mais n r e d s l P aIcan 9^ a por nenhum
O processo atual ataca a todos os com ponentes do meio am biente natural, desde os
blemas do melo ambiente global requerem i.nv „ ™ nte' no momento em que os pro-
passaros, as baleias e as arvores até os seres humanos degradação ambiental e a in­ mna escala sem precedentts „ ^ t T ° " ° ordena^ ° de arn p ll ^ '
ju stiç a social aãu, cvrno a conservação e o desenvolvim ento, as duas faces de uma
mesm a moeda. m ames, 1985:279). r inteniãcJõnáis está em
A cultura uniform e do alto consumo, que fa z ricos a uns poucos e pobres a muitos, de­
ve ser alterada p a ra criar as condições políticas, econômicas, tecnológicas e espiri­
tuais que estim ulem a coexistência de uma multiplicidade de culturas e seu conse­
A c r itic a à
qüente crescimento. Os problemas do meio ambiente não se resolverão somente com d ' s l» ^ « o s b a s ta n te o t)je „ v o ! :
m edidas tecnológicas, ainda que sejam necessárias novas tecnologias am biental e
socialmente sensatas, assim como outras mudanças sociais e políticas relevantes (IN: que merece-‘111. Têm contribuído com
■ - .................. -
Tamames, 1985:278) (o grifo é nosso). « „ .c , mci,
h o , ? r , ™ Z e X ‘N1
sistenfe as prioridades do r\i ,\IA ,,
« * — • ou seja, menos do
têm promovido de "■•mura
maneira con-
em outras agências da t -
s iicias na oni;. Tem autori/ado uma Se-
86
87
---- er-etaria^Hnenos de 200 pessoas, infeilõr em numero ao pessoal de vánis ongs indi-------
vidualm ente consideradas. D elegaram um a grande quantidade de tarefas sem garantir
os m eios para sua execução (IN: Tamames, 1985:283).
lum e de recursos e de atores que não nod T &COnseSuiu reunir um vo-
^ A p e sa r das duras críticas feitas ao pnuma , ele cresceu e envolve m uitas tícipa do G lobal E nvironm ental F aciíity ( gef ) ,:Il’ tam bém P " -
áreas. O d e se n v o lv im e n to de suas açõ es co n cen tra-se n a c a p acitaç ão de ras ongs e países com problem as e rV)tcnciais L h f f de m ú m e-
o B anco M undial e o Program a das , em p a rce ria com
pessoal e n a elaboração de p o líticas nacionais voltadas para a im plem enta­
to. A lém disso, c o m a A genda 21 u m d '1" ^ ,s para ° D esenvolym ien-
ção das convenções internacionais q u e prom ove.
cu ssõ e s da c n u m a d , te^ves ^ L Z Z h Pro v e™ s das dis-
m ais um a vez com o o responsável n l 1 , P 3’ P° ls fol d e sig n ad o
constam . responsável pela im plem entação das açõe açoes que nela
N este capítulo, vim os que a C o nferência de E stocolm o conseguiu e n ­
volver m uitos países a discutir pontos im portantes com o a poluição atm os- Sob seus auspícios foram realizadas
tal internacional a m uitas rodadas da ordem am hipn.
-feriua s a g e siã u dos recu rso s n atu rais. E la foi tam bém p alco de um a lu ta
entre as teorias desenvolvim entistas e a teoria do crescim ento zero, que ac a­ que suas realizações foram inúm eras e0^ ^ 3213^ 6 P° der’ ac^ i tamos
bou derrotada. Seu plano de ação não logrou êxito, e a D eclaração de E sto­ A pós a criação do p n Z v s r ? ” ° bje,ÍV° S relevan^ -
esp ecial a U nesco, deixaram as a „ » t ? T orSan ism os d a o n u , em
co lm o a in d a h o je é lem b rad a com o u m a im portante d eclaração de p rin c í­
p resen ça de um órgão específico inibi,f** anU’.letltais em segundo plano. A
p io s q u e ta m b é m n ão levou a re su lta d o s p ráticos. A decisão de m a io r ao assunto. g eSpec)hco m .b.u a iniciativa dos dem ais em relação
destaque, co m o ressaltam os, foi a criação do pnuma .
O saldo das ações do pnuma - não m uito positivo - talvez possa ser ju s ­
tificado pelo m al com eço e pela falta de recursos hum anos e financeiros, co- sou a c á E í a T d ^ a l r d a ^ e Í ^ ^ p a s -
sSOcreludo-pelas-ONGs-
o b re tu rln r - |a s íu e a c n s ^a Q a i6 f o l „aJdin
v o dge,,
e d u ra s c rític a s .
iuoi . O utros, com o
M cco rm ick (1992), advogam que o problem a é organizacional, pois o p ro ­ m ente - tendo em vista que não - n s i u i S n l í * l!ToPerantes Po litic a-
fin an ceiro s em quantidade necessário a " g a n a r recursos hum anos e
gram a deveria atu ar com o articulador de um a série de organism os da onu e
com o ocorreu na Conferência de N a i r o b i ^ ' m plem entar ° P lan° de A çã o ,
não dispõe de p o d er nem tem condições m ateriais e financeiras para isso. H á
ain d a os que c u lp a m a localização de su a sede em um país fo ra do circuito
m undial das grandes decisões, com o A dam s (1996:359) e parte das ongs . o PNUM^envolveu-se”com a^makvr parte d as & r^ é P° SSÍVel cscJue^ r que
zadas no se,o da onu a partir da década d í l ^ o " ' 0^ lntem acionais °rgani-
D iscordam os dessas interpretações; no nosso entender, o esvaziam en­
to do pnum a c o rro b o ra o arg u m en to cen tral já d efendido. U m organism o capitulo, no qual apresentam os as p rincinais re ,,m T ° n° próxlm o
m ultilateral constituído de pod er e de condições de atuar em relação a seus internacional ocorridas antes da cnum ad .' eum oes d a ord em am biental
afiliados levaria a um a perda de autonom ia e de soberania. Sendo assim , c o ­
m o salvaguardar o s interesses nacionais? Seria m uito difícil. notas
P o r isso, a h istó ria do pnum a tran sco rreu com o apresentam os acim a.
E le foi criado p a ra atender a um a pressão em ergente, principalm ente de a l­ N ascim ento e Silva (1995) anresenfa , -r ,
gum as ongs , e acabou não conseguindo exercer a função que poderia e que a Conferência de Estocolmo. ‘ Posl?ões defendidas pelo Brasil durante
dele se esperava p o r decisão dos gestores do sistem a das N ações Unidas, ou M aurice Strong, em presário canadense envnlvidr, - -
seja, pelos m em bros com poder de veto do C onselho de Segurança, que atu­ cas, incluindo o setor petrolífero, emergiu com o U d e ™ ^ ram ° S de ativldades econôm i-
foi seu organizador, sendo depois indicado w .» » .- ■ « “a, area ;lmbientaJ nesta reunião. Ele
am a parti r d e seu s próprios in te re sse s, baseados no re alism o p o l í t i c o : ^
tHJUpou também na Co nferènr,, .. H, Co,llgrencia Oe hstocolm o, car-
pnw-ma e edtrtcrdo-paradigrrra- da~Guerra FrTã. Com o passar dos anos, -PNUMA1(Mccormick, 1992:101). Apris a Conferência dó' R ? ° ° execM i™ do
tom ou em prestados postulados da teoria da interdependência, o que m elho­ de ser mdicado para Secretário Geral da ONU fato I f SUrgIram m m ° res de sua IntenÇão
rou parcialm ente se u desem penho. D esde a localização de sua sede até as 3 A poluição atm osférica é causada Z d Z e n " > »
ações que conseguiu im plem entar em sua prim eira década de operação, tu ­ processos industnais e da queima de com bustível fn « PC emiSsao de gases resultantes de
do le v a a crer que e le foi construído p ara não funcionar com o um a instância empregados em usinas termoelétricas ou em indústrias n ^ ° ° Veg6tal 6 ° gás natural
dos de oetroleo, principalmente o óleo diesel e a pi r ‘ m ovim entar caldeiras; e os deriva-
supranacional, tom ando parte da soberania de suas partes. que movimentam, também, veículos em áreas urbana em Pregad°s em m otores a explosão
>_lube de Roma nasceu da idéia de Aiirf.lir, p=ccei jnH„ ot , .
- , m dustnal italiano que reuniu em 1968
88
um grupo de trinta pessoas de dez países - cientistas, educadores, economistas, humanistas, in-
dustríais e funcionários públicos de nível nacional e internacional [...] para discutir [...] os dile­
mas atuais e futuros do hom em ” (Meadows, 1973: 9-10). Entre seus objetivos estava o de pro­ temperaturas mais haYxL^dmcuItln, i t s p e ^ s T ^ T ^ « T 3 Setembr° ’ que as
duzir um diagnóstico da situação mundial e apontar alternativas para os líderes mundiais. ram pro.b.dos de circular no período qu, ia das 7h \ s '“° " 5 C° m ° 05 *»■
5 Os lim ite s para o crescim ento é analisado criticam ente por Tamames (1985), que analisou U l da placa. A pesar da adesão da população em ^ “ “ d ' a da Semana’ c °nforme o fi-
também vários outros docum entos produzidos pelo Clube de Roma. Este autor condena o arti- P ra quem n3o respe.tasse o rodízio, ele foi su s™ , ,\ Ce^ " lente devid° às pesadas m ultas
ficialism o dos m odelos m atem áticos, que não dariam conta de conter todos os elem entos da ocom do uma renovação na frota, levando a <f,m Lm- , C° m - aleSaÇã° de que havia
realidade. Antes dele, um grupo de pesquisadores da U niversidade de Sussex, Grã-Bretanha, sao nla ,s econôm icos e consom em menos com h , ^ , U'Ç.a° d a pollliçSo- Pois <* carros novos
criticou as lim itações dos m odelos matemáticos em pregados pelos formuladores do Relatório fábricas com sistem as de controlee Mue os mais velhos, além des virem de
do Clube de Roma e foi além , ao apontar a pobreza como causa fundamental a ser comhatida. O rodízio só sena implementado quando a poluição , da com bustão nos motores,
Para eles, com o crescim ento zero, as diferenças regionais e de riqueza se perpetuariam nticado, pois a população certamente seria afetada n I * elevados, o que foi muito
(M ccorm ick, 1992:92). munu rp ,0 de Sao Paulo aproveitou-se da idéia e c rfo t? . T i C° ndlçoes do ar. A prefeitura do
6 Em Three Miles Island - por razões ainda não divulgadas - , o sistema elétrico deixou de fun­ trafego na area central expandida da cidade 6 veículos Para dim inuir o
cionar, causando o aquecim ento do reator e o aum ento de sua pressão interna. A lém disso, o
^ m e n t o ^ , lva(1995 )eMoraes(199?b
I COmpnhm
sistem a de válvulas de segurança também falhou, impedindo a vazão automática dos gases, até , - ao aus OCeanos es-eompronTÍssus llUemaciõnms db
que a pressão retom asse aos indicadores normais. Como resultado desta série de acontecimen­
tos, a radiação acabou escapando para a atm osfera e afetando diretam ente cerca de 20 mil pes­ *> Especialista nucrobiologia da
i a delegaçao do Egito
soas que m oravam nas proximidades, acarretando em doenças como câncer e leucemia. em Estocolmo (M ccormick, 19 9 2 : 1 1 7 )
Já em C hem obyl, além da m orte im ediata de trinte pessoas, a população local, estim ada em
cem m il pessoas, fo i afetada. Pior que isso: o transporte da radiação pelos ventos espalhou os
problem as, que chegaram até o centro do continente europeu, contam inando tam bém produtos
agrícolas e anim ais que seriam usados como alim ento. Consta que até o Brasil chegou a rece­
ber um navio cargueiro carregado com leite em pó contaminado.

LTa., um a subsidiária do grupo Sumítomo'KTetar M ining Co. Ltd., em Tokai, Japão. Na oca­
sião, a solução de urânio resultante do processam ento foi depositada em excesso em um dos
tanques destinados a abrigar esse refugo, gerando o primeiro acidente nuclear crítico no Japão.
C om o decorrência, foi preciso utilizar água fria para im pedir a explosão do referido tanque e o
aum ento da área sujeita à contaminação. A pesar de ter conseguido evitar a explosão, houve o
contágio dos operadores e de parte da população da região.
Em 1987, tivem os no B rasil um episódio que resultou na contam inação por radiação nuclear
de algumas pessoas em Goiânia, Goiás. Sem saber do que se tratava, m anipularam em um fer­
ro-velho um a peça de um equipamento hospitalar que continha Césio 137.
7 Os problem as decorrentes da poluição atmosférica, intensificaram -se no Brasil a partir da dé­
cada de 1970. O caso mais divulgado no mundo todo ocorreu em Cubatão, São Paulo, onde se
desenvolveu um dos mais im portantes pólos petroquím icos do país devido à presença da Refi­
naria Presidente Bem ardes. A ausência de controle ambiental gerou vários problemas de saúde
na população, principalm ente no período entre 1970 e m eados da década de 1980. Casos de
bronquite e de asm a eram comuns entre os habitantes do entorno das indústrias. Mas a conse­
qüência de m aior impacto junto à opinião pública internacional foi o elevado número de bebês
que nasciam com anencefalia (ausência de cérebro). Estudos indicaram que a aspiração de ga­
ses e de m aterial particulado expelidos pelas indústriais afetavam o desenvolvim ento dos fe­
tos. Como m edida contra o problem a foram criadas severas leis que im p u s e ra m a a d o ç ã o He
filtros e m o n itoram ento dos gases lançados na atm osfera pelas indústrias, o q ue, em parte
amenizou o problema.
Outras localidades tam bém registram índices preocupantes de poluição do ar, como a Grande
São Paulo. N esse caso, a concentração industrial - em especial no chamado abc e em São Pau­
lo - além da elevada concentração de veículos autom otores (ônibus, cam inhões e principal­
m ente carros, devido à priorização pelos governantes do desenvolvim ento de um sistema de
transporte q u e incentivou o transporte individual), levou as autoridades estaduais a propor um
sistema que restringe a circulação de carros quando os índices de poluição atingem proporções
que afetam ain d a mais a qualidade de vida d a população. Houve épocas em que o rodízio de

90
91
DE ESTOCOLMO À RIO-92

v õ m a criação do pnum a , hou


internacional com um d e s e n v o l V ' » ^ ° rdem *m b ™ l
Outros fatores, entretanto, devem ser con^iH ? í t6maS am bientais.
n e de novas reuniões, como o aum ento do conh P a a SC exP licar essa sé-
alteraçoes na atm osfera, em especial sobre a c m ^ ^ T ’ ClentíflC0 sobre as
apos a C o n ferên cia de E stocolm o Qe o zô n io - A lém disso,
m ais contundente e a m obilizar a o p in iã o ^ £ ? ? ,Sar am 3 e x e rc e r “ m a ação
m as am bientais. N a década de 1980 suas í l ,Ic a in te rn a c io n a l p a ra os te-
na preservação de espécies am eaçadas de e j Z ^ * " 6StaVam fo ca d ™
p ^ e suas conseqüências na atm osfera 6 n° Controle da P°lui-
Esse quadro estim ulou a organização
truturaram o sistem a internacional n o q S i í 1 ' ° * lm P ° rtan tes Que es-
S fT o pVerem° S a ConveriÇão sobre r 0m é rr.0P W ° 3 tem atlca am biental.
da Flora e Fauna Selvagens em Perigo dc F x rirrs I,n ternaciona] de Espécies
bre Poluição Transfronteiriça de Longe!Al , ° fC,ITES)’ a C onvenção so-
na para a Proteção da Cam ada de 3 C onvenção d e Vle-
bre
-- Substâncias que
que jje.stroem
D estrnpm -a-eam
, r n ^ arfa-rte-rr
, ° Protucolou ucde iV
MiontmaLso=.
ontreal
-asiT eia sobre o C ontrole de M ovim entos T r ^ T " C 3 C onvenção da
Perigosos e seu D epósito (era). T ran sfro n teiriço s d e R esíduos

93
A C O N V E N Ç Ã O S O B R E C O M E R C IO IN T E R N A C IO N A L
D E E S P É C IE S D E F L O R A E FA U N A SELVAGENS
8 6 de com ércio,
E M P E R IG O D E E X T IN Ç Ã O
ricos se recusarem a aceitar as norm as d e c o * ! " 1^ 10 de os Países perifé-
n v ad o s de animais e/ou plantas que constam 11 f° ° UC venda d e produtos de-
A paren tem en te, a idéia de preservar espécies am eaçadas de extinção é es ficou im p o ssib ilita d o de e x e rc e r su n "'" f neXOS' E sse ê ruPo d e paí-
um a d em o n stração de co n sciên cia am biental e de respeito à pluralidade de
. resses m ais am plos” da coletividade <-. e ra n ia ’ em fu n ção dos
m a n ife s ta ç õ e s da vida n o p lan eta. E sses pontos d ev em ser considerados beram nenhum a ajuda - coletlvldaríe am bientalista t - u *... v-
seja na fo rm a d am uicntalista. Tam bém nao rece-
quando se discute a preservação am biental, mas não são suficientes nara se perdido - para m anterem co o p eração té c n ic a ou a fundo
en ten d er o problem a.
USO futuro. Não se v e r i f i c r ^ S ^ n ó s ^ n n a ç ã o genética destinados" ao
U m a sp e c to q u e d ev e ser tra z id o à d iscu ssão é o da rese rv a de valor
que as e sp é c ie s vivas representam . D iante dos avanços alcançados e.m csm - P° r — P‘o, reduzm do ; disP ° siÇão
efeito estufa, guando e le s aefm ssã,, de_gases_quejjiteiisificaíH-(
pos co m o a en genharia g enética e a biotecnologia - principalm ente ao lo n ­ cruzilíiadas d a o rd e m d a s “e n -
go da d ecad a de 1990, com o v erem os m ais adiante - cada ser vivo passa a itulo usado pelo sociólogo Santos (1994a) ’^ t0m ar c n ,Prestado um
ser um re c u rs o natural. N a verd ad e, as espécies v iv as p assam a ser vistas
com o p o rtad o ras de inform ação genética capaz de, seguram ente m anipula­ cio da . s o b e r a n i a ° Plen° direito ao exercf-
da, reso lv er necessidades hum anas.
E ssa interpretação, em bora presente, não foi a de m ais destaque na dis­
cussão d a cit e s . O prin cip al argum ento n a época era o valor com ercial das
e sp e c ie s, em e sp e c ia l as c o n sid erad as e x óticas: fa to r qnp p tia v a lev an do àsi nc ocnJdui^í des
xos I. T) e. rn -oiLrUx,a,,-1_ „ _ .ranSí ’0íte de espcçi es_ a ^de ^- ^
m -o ^ p ie ^ -lo ^ ^ n re irã m e n r,- üTcrr -no-sn-ane^
fliuitas d e la s a cxtinçau. S egundo Elliott, b) üiedlüas internas
OU O transporte d e ^ p f e i ^ n ^ i° U|Pí®íb*ln ° com ércio, a captura
° COmércio leSal de anim ais selvagens é estim ado entre $US5 bilhões e Paulo b, 1997; 27). ncluidas nos anexos i, n e m (São
. . . . . . bilhões p or ano. O valor do comércio ilegal é bem mais difícil de determinar
mas estim ativas de agencias do governo dos Estados Unidos projetam em $US 100 mi­
lhões o com ercio de animais e plantas apenas nos Estados Unidos. [...] A Interpol esti­
m a que o com ercio ilegal é da ordem de $US5 bilhões anuais (Elliott, 1998: 30-31).
p a u l a t i r S « S à c i S “ mU1 9 8 ? 08 “ 0 ^ ^ ° 3* Uma am P Ja
1992:176). Este núm ero p a S o u oara ? “ te8ravam ( M c c ó r m i í !
A cites representa um a tentativa de im pedir a continuidade deste qua­ c n u m a d atingindo, no final de 1909 14 6 3 em ‘ ’ ano de re a liz a ç ã o da
dro b u scan d o co ntrolar as espécies am eaçadas de extinção, proibindo sua
v en d a. R e a liz a d a em W ashington, E stados U nidos, em m arço de 1973 a da c i t e s f e negociações
convenção p asso u a vigorar a partir de ju lh o de 1975, 90 dias após o décim o sos e n co s im puseram facilm enie sua vontade
registro de ratificação.
C o n sta m do texto três anexos que discrim inam as espécies im pedidas
de ser co m ercializadas (aquelas que estão em extinção), as que correm risco r,> ™ ™ N Ç Ã O SO B R E p {)(
e en trar em extin ção e as que exigem algum cuidado especial na sua mani- I g ^ r a o N T ^ ç A D E | ONf f i 4 ,
pulaçao. A lista d e espécies não é fixa e pode ser alterada segundo a recupe­
ração e u a d e g ra d a ç ae am biental e os avanços do conhecim ento sobre as es-
■pectes: dustriaJ
i a tiv id a d e
A c i t e s e stá v o lta d a p ara u m a am pla gam a de seres vivos - e m seus merco a1 em pregar o termo “chuva ácida” £ ■’ qU™ 1C° m glês’ foi 0 Pn-
anexos, as esp écies estão agrupadas em fauna e flora. A reunião das partes, vao, a direção dos ventos, a corrosão e os d dcI.o nou “a queim a d e car-
q u e ocorre a cada d o is anos, tem garantido agilidade a esta convenção. D es­ (M ccorrm ck, 1992:181). danos d a acidez à v e g e ta ç ã o ”
se m odo, tã o logo os estudos gerados por um a com issão especial designada
p elas partes indiquem a possibilidade de um a espécie ser extinta, ela torna- ™ .1 °, ° dm '
- P a ís e s ava a contam inarão de
' la * n / UÉf
w/ üc -' g o s pela chuva ácid a
94 outros trabalhos científi-

95
aos realizados p o r países due r e c e b i a m a c a r i n pnlnirlrvi^ ili M'.im Vi/mlii>~
— to ra m d iv u lg a d o s. As p rin cip ais áreas de ch u v a ácid a no m u n d o co n cen ­
tram -se no H em isfério N orte, em especial na Europa, nos E stados U nidos,
no C an ad á, no Jap ão , na C hina e na índia. Ao sul do Equador, as áreas mais
a fe ta d a s são a A m é ric a do Sul, em sua porção leste, no eix o B uenos A i­
res—São Paulo, e à oeste entre o Peru e o Equador, além de outros pontos lo­
calizados na fa ix a atlântica africana e na Indonésia.
A in sa tisfa ç ã o , em e sp ecial dos países escan d in av o s que receb iam a
carga de p o lu e n te s de seus vizinhos do sul m ais in d u strializa d o s, levou a
N oruega e a S u é c ia a reivindicarem à O rganização para a C ooperação E co­
nôm ica e D esen v o lv im en to ( ocde ) a form ação de um grupo d e estudos re­
ferentes à p o lu ição transfronteiriça. A p artir dos re lató rios d ivulgados por
g ru p e de p e sq u isa , iiouve a co n vocação, em 1979, para a C onvenção
sob re P o lu iç ã o T ra n sfro n te iriça de L o ngo A lcance ( c pt ). E la o co rreu em
G en eb ra e p a sso u a v ig o ra r a p a rtir de 1983. In icialm en te, seu cam p o de
ação foi c irc u n sc rito aos m em bros da C om issão E conôm ica E u ro p éia das
N ações U nidas, passando em seguida a envolver outros países, com o os da
A m érica d o N o rte. Países com o a C h in a e o Japão, altam ente poluidores,
não firm aram e ste acordo. N o final de 199 9 ,4 4 países o integravam 4.
O objetivo deste docum ento foi estabelecer m etas de reducáo da polui­
ção d o ar. 'e v a n d o a s p articipantes a c ria r program as que perm itissem a l­
cançá-las. C om o os integrantes da convenção são responsáveis p o r cerca de
80% d a c o n ta m in a ç ã o m un d ial pelo en xofre, ela foi m uito co m em o rad a,
principalm ente en tre os am bientalistas.
O entusiasm o, porém , durou poucos anos. E m 1985, reunidos em Hel­
sin q u e, F in lâ n d ia , os p articip an tes d a CPT d ecid iram d im in u ir em 30% a
em issão de óxidos sulfúricos (SO 2)5 - tendo com o base para avaliar a queda
o total em itido em 1980. E sse docum ento ficou conhecido com o Protocolo
de H elsin q u e p a ra a R edução das E m issões de E nx o fre e entrou em vigor
em setem bro d e 1987. N o entanto, a recusa dos E stados U nidos, do R eino
U nido e da P o lô n ia em seguir a determ inação do Protocolo acabou por es­
v a z ia r de p ro p ó sito seus conteú d o s; além de tornar-se outra ev id ê n c ia de
um a prática realista, considerando-se o fato de terem aceitado participar do
escopo geral q u e form atou a redução de substâncias nocivas à saúde hum a­
na na atm osfera. Esta atitude, principalm ente com relação aos E stados U ni­
dos, tom ar-se-á recorrente nos próxim os tratados internacionais.
Em o u tra rodada da 1 PT, firm ou-se m ais um protocolo. Ele ficou co-
n n ecid o co m o P ro to co lo d o s N itro g enados (N O xj 6. D essa vez, a reunião
o co rreu em S o fia , B ulgária, em 1988, e decidiu-se pelo congelam ento das
em issões de N O x aos níveis de 1987, tendo com o data-lim ite para os p arti­
cipan tes atin g irem este objetivo o ano de 1995. N o caso dos integrantes da
C o m issão E co n ô m ica E uropéia das N ações U nidas, a m eta foi ainda m ais
ousada: baix ar e m até 30% as em issões de N O x até 1998, tendo tam bém co-

96
mn parâm etro o total emitido em 1987. E ste protocolo passou a vigorar em
fevereiro de 1991.
Em 1991, reunidos em G enebra, os participantes da c p t decidiram que
seus m em bros deveriam reduzir em 30% as em issões de com postos orgâni­
cos7 até o final de 1999. E sta d ecisão só passou a vigorar em setem bro de
1997. D os p rotocolos que in teg ram a CPT, tornou-se o que m ais provocou
declarações de países. Cada parte integrante apresentou um a data com o b a­
se para efetu ar a red u ção em 30% d a em issão de com postos orgânicos. O
Canadá, p o r exem plo, decidiu p elo ano de 1988; a D inam arca, por 1985; e
os Estados U nidos, p o r 1984.
E m 1994, houve a revisão do P ro to co lo .d f Helsinque- em trova rodada
daXEXr^esta-^>ez-cnr0SlõrN ofuega, quando ficou acordado que, em vez de
se estabelecer um a dim inuição percentual com um às partes, cad a um a delas
teria um a cota de redução própria. E ste índice seria estabelecido em função
das condições geográficas de cada parte - considerando dinâm ica atm osfé­
rica e altitude - e da capacidade técn ica de controlar as em issões. E ste d o ­
cum ento entrou em vigor em agosto de 1998.
Em 1998, reu n id as em A arhus, D in am arca, as partes firm a ra m novo
protocolo envolvendo a c p t . Trata-se de um docum ento qne visa s redução
jde m etais pesadas_r - -■
O jo g o das relaçõ es políticas foi m ais equilibrado na c p t do que, p o r
exem plo, na c it e s . D ela participaram os países centrais e poderosos da E u ­
ropa e da A m érica do N orte e à exceção da C hina e do Japão, os principais
integrantes do sistem a internacional estiveram envolvidos nas negociações
que b u scaram regular a poluição tran sfro n teiriça. A pesar da c o n co rd ân cia
inicial em relação à necessidade de se red u zir as em issões de poluentes na
atm osfera e de con tro lar a m igração da po lu ição , as diferenças surgiram a
partir do m om ento em que se detalharam as norm as a serem seguidas pelas
partes. M ostra-se m ais um a evidência de que os interesses nacionais p rev a­
lecem a cada rodada da ordem am biental internacional.

A C O N V E N Ç Ã O D E V IEN A E O P R O T O C O L O DE M O N T R E A L

T anto a C o n v en ção de V iena p ara a P ro teção d a C am ada d e O zônio


(cv ) quanto o Protocolo de M ontreal sobre Substâncias que D estroem a C a­
m ada de O zônio ( e m ) versam , obviam ente, sobre o controle de substâncias
que destroem a cam ada de ozônio (O 3) e co lo cam em risco a vida hum ana
na Terra. E sses d o cum entos estão en tre o s q u e discutem a seg u ran ça am ­
biental global, aspecto que detalharem os no próxim o capítulo, por tratarem
de problem as de âm bito planetário. E les tam bém são citados co m o exem ­
plos a serem seguidos, pois atingiram seus objetivos, m obilizando países e
alcançando resultados im portantes (Elliott, 1998: 53).
ÍBW r x f i n ^ â d pãrã esse faio seriam as evidências c ie n titir:^ snhre a
d e stru iç ã o d a cam ad a, localizada a cerca de 50 km d a superfície teirestre
n a e stra to sfe ra , e suas c o n seq ü ên cias p a ra a saú d e h u m ana - co m o o a u ­
T T " « f -
m e n to dos caso s de câncer de pele e de catarata. N esta cam ada da atm osfera sultados do trabalho do Comitê Coorde— i - - - ~ OZOIU° ] eVena a«uardar os re-
s e co ncentra o o zô n io , um gás natural fo rm ado por m oléculas de oxigênio W - delegação ^
liv res e q u e filtra os raios ultravioletas em itidos pelo Sol. pno como controlar as emissões de c .o ro tla o re lo n o s (São p S J J ! W . T ^
S ubstâncias criadas pela espécie hum ana, com o os clorofluorcarbonos
( c f c ) , os hidroclorofluorcarbonos ( h c f c ), os brom ofluorcarbonos ( b f c ) e os A outra d e le g a ç ã o que se m an ifestou
h alons halogenados ( h b f c ) 8, ao chegarem à estratosfera, reagem com o ozô­ afirm ou que o protocolo destinado a co..
Ç * « I—
n io , elim inando-o, o que perm ite um a passagem m aior de raios infraverm e­ destroem a cam ada de ozônio deveria d irig ira
lh o s à superfície do planeta. Tal processo varia de acordo com a latitude; es­
tudos indicam que as radiações aum entam do E quador para os pólos.
A -dcvastaçao-do ©3 está telacioiíada tam bém ao êfêito estufã,Tenôm e- tais países (São Paulo c, 19 9 7 : 70 ) TgamzayOes regionais em relaçao a
n o natural que consiste na retenção de calor nas baixas cam adas da atm osfe­
ra a p a rtir da ação d e um a cam ad a de g ases, en tre os quais está o ozônio.
A lém disso, os gases à base de cloro e brom o citados no parágrafo anterior ,exto aprüvado em Viena Elas
in ten sificam o efeito estufa, podendo alterar o clim a na Terra, elevando as
tem peraturas e o nível dos m ares e alterando o regim e de chuvas.
Os problem as acarretados pela destruição d a cam ada de ozônio afetam
d
P~ s,zr
desde um executivo que trabalha em W all Street até um aborígene australia-
tadHCTsermns-si.ijei tos-a-Ea<&açaQ-sefar
- e ex ,postos-a o s riscos citados aci .'(t petav.uuyeiraçãO éntre ............ ^
m a. E ste aspecto foi reconhecido com o um problem a am biental global, que
dem anda um a discussão específica, ganhando corpo institucional na C onfe­
rên cia de Viena, Á ustria, em m arço de 1985.
M uitos p aíses, p o r m eio de seus representantes, expressaram dúvidas
quan to aos efeitos à saúde causados pela dim inuição d a cam ada de ozônio;
ex ig iam m ais ev id ên cias científicas, o q u e resultou na seguinte passagem
do Preâm bulo da c v :

Cientes também da necessidade de pesquisas m ais extensas e de observações sistemá­


do m undo rico - aquele aue r e - .lm .- n r , c dd E uroPa>ou seja,
ticas, a fim d e dar prosseguim ento ao desenvolvim ento do conhecim ento científico
sobre a cam ada de ozônio e dos possíveis efeitos adversos que resultem de sua m odi­ lâncias c a p a » * de a l S a c S L * <1. ? ‘""= P">duz as m,I„-
ficação (São Paulo c, 1997:44).

A pesar d a incerteza científica, decidiu-se pela tom ada de m edidas que


e v ita sse m a p ro p ag ação de substâncias que destroem a cam ada de ozônio
E ste p o n to n ão e stá co n tid o na versão final da CV, que deixou aberta esta A divulgaçao feita em julho de 1985
po^sibiíid.-^le no Q -rtivu 2 , sugerinao que tai i camada de ozônio aue dev^ria^ob r!!» A ^ S ^ 0 ' mgle- p S’ ^ L g u ea
chrum protocoto - crque acabou ocorrendo emM ontreaTdoTs anos depois.
A po ssib ilid ad e de estabelecer um código de conduta externo que re ­
g u le a ação d as p artes integrantes da C V gerou um a grande controvérsia.
D o is p aíses m an ifestaram -se isoladam ente a respeito. Para a delegação do
Japão,
Mo oei c« ^ i r os em

98

99
prf»r‘PÍtn pytr^m am nnfn in ip. n l i11N■ u tlKI inra n pnfrp nç paigpg r^nlraiç e OS
países periféricos, fixando m etas distintas para cada um desses grupos, con­
form e o A rtig o 5:

I . Q u alq u er parte que seja um país em desenvolvim ento cujo nível cal­
culado anual de consum o das substâncias controladas seja inferior a
0,3 q uilogram as p e r capita, na data da entrada em vigor do referido
p ro to c o lo p a ra a p arte em q uestão, ou a q u alq u e r tem po dentro de
dez an o s da entrada em vigor do referido protocolo, poderá, a fim de
s a tisfa z e r suas n ecessidades internas básicas, adiar o cum prim ento
das m edidas de controle estabelecidas nos parágrafos 1 a 4 do Artigo
2 , po r d e z an o s após os p razos esp ecificad o s naqueles parágrafos.
N o entanto, tal parte não poderá exceder um nível calculado de con­
su m o de 0,3 quilogram a p e r capita (São Paulo c, 1997: 33).

P ara os integrantes do outro grupo estabeleceu-se, no A rtigo 2 do PM,


um ríg id o cro n o g ram a de redução das substâncias que afetam a cam ada de
o z ô n io - d e te rm in a n d o com o m edida de co m paração os valores de 1986,
inform ados em relatórios enviados pelas partes à S ecretaria da cv. U m a das
criticas fe ita s ao p ro to colo se.baseia na inclusão d e apenas dcris srupos-Je
sdbstârrcias a serem controladas. É preciso insistir, entretanto, que o tempo
da p o lític a é m ais len to que o da ansiedade em reso lv er os problem as am ­
bientais. C om o im aginar a adesão de países com o os Estados U nidos se, de
repente, fosse p roibida a produção de toda e qualquer substância que destrói
a cam ad a de o zô n io ? E les se recusariam a ingressar, com o fizeram em ou­
tras situações em que seus interesses ficaram desprotegidos, e o docum ento
seria inócuo. A o rd em am biental internacional é um sistem a em construção,
m arcad o p ela d ificu ld ad e de subtrair soberania de potências econôm icas e
m ilitares e que têm , g o stem ou não seus críticos, garantido algum as vitórias
im portantes p ara os países periféricos.
O u tra novidade do PM, tam bém presente no A rtigo 2 foi a possibilidade
de um a p arte tran sferir ou receber à outra as substâncias em questão,

desde que o total conjunto dos níveis calculados de produção das partes em apreço
não exceda os limites de produção estabelecidos neste Artigo. Qualquer transferência
de tal produção será notificada ao secretariado, anteriormente a data de transferência
(São P aulo c, 1997: 29).

O argum ento em pregado é m atem ático. O que interessava era dim inuir
a p resen ça de su b stân cias destruidoras do ozônio na atm osfera, não im por­
tan d o o n d e elas tivessem sido geradas. N esse ponto, eles não consideraram
o s te rritó rio s n a c io n a is, tratan d o o problem a a p artir de um a p ersp ectiv a
G a ia , isto é, e n ten d en d o a Terra com o um organism o único que é afetado
p o r todas as ações d esen v o lv id as na superfície e na atm osfera (Lovelock,
L989). Este enfoque gerou m uitas críticas, em especial de parte de ongs do
N orte, as quais afirm avam que o privilégio dado aos países periféricos faria
com que os investim entos para a produção de substâncias que danificam a
cam ada d e ozônio m ig rassem p ara eles, reforçando a divisão internacional
dos riscos técnicos do trab alh o e elim inando o s esforços dos Estados U ni­
dos e d os países e u ro p e u s em atin g ir os índ ices acordados no protocolo.
Elas reiteravam que o crescim ento econôm ico verificado na índia e na Chi­
na m otivaria uma m aio r p rodução das substâncias. De fato, a ín d ia ingres­
sou no PM apenas em ju n h o de 199210 e a C hina um pouco antes, em ju n h o
de 1991. Se estes p aíse s g an h aram alg u m tem po, tam bém é ve'rdade"que~
subm eteram -se à o rd em am biental internacional. N ada im pede, por exem ­
plo, que novas rodadas baseadas em estudos científicos, com o tem sido, os
pressionem a reduzir os prazos de elim inação das substâncias.
O Protocolo de M ontreal foi ainda m ais longe: proibiu as partes envol­
vidas de co m ercializar co m E stados n ão-participantes. No A rtigo 4, ficou
acertado o seguinte:

1. D entro de um ano a contar da data de entrada em vigo: ã el ^ p r e te—


co lo ras partes deverão proibir a im portação de substâncias controla­
das de qualquer Estado que não seja parte deste protocolo.
2. A partir de 1 de jan eiro de 1993, nenhum a parte que esteja operando
nos termos do p arág rafo 1 do A rtigo 5 pod erá exportar substâncias
controladas para Estados que não sejam parte deste protocolo.
[...] 5. As partes d e se n c o ra jarã o a ex p o rtação , para q u a lq u e r E stado
q u e não seja p arte deste proto co lo , de tecn o lo g ia para p ro d u z ir ou
utilizar substâncias controladas.
6. As partes abster-se-ão de fornecer novos subsídios, ajuda, créditos,
garantias ou program as de seguro para a exportação, d estin ad a a E s­
tados que não sejam parte deste Protocolo, de produtos, eq u ip am en ­
to, instalações in d u striais ou tecnologia à produção de su b stân cias
controladas.
7. Os parágrafos 5 e 6 não serão aplicáveis a produtos, equipam entos,
instalações industriais ou tecnologia que m elhorem a contenção, re ­
cuperação, reciclagem ou destruição de substâncias alternativas, ou
qu e de outra m an eira coTTffibu am p a ra a red ução das e m issõ e s de
substancias controladas (São Paulo c, 1997: 32-33).

D iante de tam anha pressão, tivem os um m aior núm ero de partes signa­
tárias no Protocolo de M ontreal do que na C onvenção de Viena. E m bora o
núm ero de integrantes d o PM no final de 1999 seja m uito sem elhante ao d a
c v - 170 do prim eiro contra 171 da segunda - foram 46 signatários co ntra
apenas 28 do outro docum ento, indicando que ele entrou em vigência m uito

101
n o Sp v f ^ 0 ,d 0 (qU C ° SEU alUCCe'SSOr- F o i P r c « « > ano e quatro m eses pa­ e A fn c a do Sul ainda nao haviam ingressado neste protocolo.
ra o pm , contra tre s anos e seis m eses para a cv.
C om p aran d o os dados, o b serv a-se que P ortugal e Japão, que figuram das c Ü ep :r0 b l’ 38 partes ,ncluíram m ais substâncias a o grupo
das controladas. Entretanto, o resultado m ais relevante foi a d ivulgação do
com o parte na c v , firm aram o pm no prim eiro d ia em que foi aberto à assi
natura no q u e fo ram acom panhados por m uitos outros países. O país a S - n tlT 0,v ° a d, ^ t Vaím ção ClentlT|ca do Protocolo de M ontfeal. que
co, in clu siv e, m o stro u u m a atitu d e bastante d istin ta q u an d o c o m p a r s a à T ^ a 3 ?Im,nmÇa° d e aISum as substâncias na atm osfera e a necessidade
de cinqüenta anos para que a cam ada de
ua declaraçao n a c v , o m esm o ocorrendo com a E spanha, que tam bém se ozom o recubra a área que ocupava
antes das emissões das substâncias que a destroem .
S r — d° Z ° utras in d u sõ e s de destaq u es3 o a A ustrália, a M a Em 1997, novam ente reunidas em M ontreal, as partes decidiram banir
lasia, a in d o n ésia e a Venezuela.
Passados m ais de um a d écada da assinatura do pm , verifica-se um a efe- r Z r Ça° r ; e S1 ~ de nà° - partes de alSUmas das s u b s tâ n c ia s q u e d e s
199™ cam ada de ozom o. Este docum ento entrou emi vigor em ja n e iro de
r L h n r UÇa° emiSSà° dC substâncias que destroem a cam ada de ozônio.
... ° jg r ouj?ara_is_s_Q_a ..pnoi brç a.o. da-pr43 d n ção rfe -<:iFP-pH —
S egu n d oestim atiyas divulgadas p elo pnuma em 1997. o consum o m undial
rp n / r0t0íf0 ! jfde M ontreaL E m sua Pauta constava com o o b jetivo m aior
em r iS 60% (S e8a tto ’ 19 9 7 ■A 2 2)- M esm o entre os rever os aportes financeiros das partes com o objetivo de m anter em func o
. Pe n f e n c o s, a d im in u iç ã o foi v erificad a - com o no caso do B rasil
nam ento os grupos de trabalho que atuam com o fiscahzadores e q“ e subsi­
CFc dd oo Dpais,
à ísaan^r0 tOCOÍ ° Cm 6 defmÍU até 20 0 1 direito diam as reuniões, a partir de estudos científicos que realizam
CFG antecipando em !dez
i " °anos o prazoqUC
a que teria Vai banir ° uso de
N ao e possív el im aginar que com este docum ento os países consenti­
ria em p erd er parcialm en te sua soberania; ao contrário, ela foi reafirm ada
j e l p p rm £ im o da_ig_ua!dade_ ga » _ai_ parte ã. C-r,,, r de SI qS ^s í l é i a s q b r e o c o n t r o l e
os p rincip a i s p aíses d o
W e m a in te rn a c io n a l fo ram en v o lv id o s, seus d i r e d ^ f o r a Z r c Z z t a a D E R ESÍD U O S PE R IG O SO S R SFJT D E PO SIT O
v s ^ IT u e '6 ° T na° SlgniflCa Uma Perda real de autonorn'a tendo em
, taNf [l,gras d iscrim inaram todos os integrantes e os não-participan-
. verdade, isso so foi possível com a inclusão da cláusula que proibia r,v nr l i PHreSenÇa de substâncias de elevado im pacto am biental, com o as de-
adas de processos quím icos da indústria farm acêutica e quím ica e o lixo
o c o m e r c o com os países que não aderiram , além do ingresso d e V ís e s co-
05 nldoS- 0 JaPao e a m aior Parte dos países europeus. Nesses saiMe *Í£vi<H!Í SejadH T taÍj substâncias P°deni acarretar problem as de
aude. Devido ao grande fluxo de substâncias dessa natureza entre países -
casos, a o p in iã o p ü b lic a tev e u m a atuação im portante, p ressionando seus

e s s rm
cdidas ecrmo™
N ovas ro dadas envolveram as partes da c v e do pm . Em Londres Rei
* fho T e z T ' Partlr da lntensÍflcaÇã0 da divisão internacional d o " S a -
contam ina. 5? í eSSan° Cnar n° rmaS ^ regu |am entá-lo a fim de e v itar a
contaminaçao dos países que os recebem e daqueles pelos quais p assam ao
erem transportado. Com tal objetivo, foi convocada, em m arço de 1 9 8 9 11
no Unido, ju n h o de 1990, outras substâncias foram agregadas ao grupo con-
a C onvenção da B asiléia (S uíça) sobre o C ontrole de M ovim entos T r a n s ’
S l 0 S o T d a 61" 8 d ^ ^ 1,410,18 " COm praZ0S bem "g id o s: redu- frontem ços de R esíduos P engosos e seu D epósito ( ctr ).
2 0 0 0 Dp . 1 p r° duÇa° C1d° c o n su m ° até 1995 e elim in ação total em A ntes da ctr , ocorreram vários acidentes envolvendo a contam inacão
am eno? O ° S reSllltados não foram positivos quanto na reunião quím ica em especial em países periféricos. Esses países eram trad icio n ais
do a " S paises^ entrais questionaram o tratam ento diferenciado destina-
m u E S Além disso,_ ficou decidida a criação de um tu n d a f ,C“ * » P a ,S e ! riC“ r e “ b e „ d o d i n h e i r o em
m ultilateral p ara perm itir o intercâm bio lecnologico cnlrc as partes a lte rn a ? do socialism o e da i 'R s.^esta atividade passou a ser um a
-alternativa para os países do Leste Europeu, os quais passaram a con co rrer
a c rJ í m r ®Unldas em C °P en h ag u e, D inam arca, as partes decidiram com os países penfericos na busca de lixo de alto risco.
Í o n t nH SUbstanclas c o n f i a d a s aos anexos, com o outros tipos de ha-
e, p - a prim eira vez, substâncias hcfc . D essa vez, porém houve mais desdeEaa decada
década de
desde de S1980.
T Emp * i T “ Estados
1984, os S * PaUtad° Cm e,
U nidos fÓmns internacionais
depois a C om uni-
íesistencia p rin cip alm en te de Israel e da C om unidade Européia que utili­
zam parte d e s se s gases com o insum o para a produção de pesticidas. Com o sos O p T r E T CStabeleceram norm as Para o transporte de resíduos p erig o ­
resultado, até o final de 1999 países im portantes com o Rússia, índia, Israel sos. O pnuma por sua vez, organizou no Cairo, Egito, em 1987 um a reunfão
que elaborou a pubhcaçao N orm as e p rincípios p a ra o gerenciam ento am -
102
103
tucntaU ncnif .sadio t jo s jv suiuos sólidos, qnc. fír.oti conhecida com o N orm as
d o ( a iro, acom panhando um a iniciativa da o c d e datada de 1984.
O utro aspecto relevante
. E ssas in ic ia tiv a s nao foram suficientes para inibir o fluxo de resíduos as
perigosos. A té a realização dessa convenção, os países podiam exportar re ­ f *
ís estabelecerem , com pa
partes 1 i &A ° TR’
cerem . com partes e nao-partes. acordos qUe l,osslb,l,Ul
bilaterais, m ultilate
síduos livrem ente co m o faziam os países centrais para periféricos C om o o nas e regionais sobre o movimento derc^sTduos perigosos.
transporte d essa s substâncias é, n a m aior parte das vezes, m arítim o, surgiu
a preo cu p ação de q u e acidentes resultassem na contam inação dos oceanos ..... M .
atingindo p raias e contam inando a população. v e n çío . Esses —
A C tr p ro cu ro u regular não apenas o destino final do lixo, com o tam ­ am bientalm ente menos saudáveis nn<* n„ i cer dlsP °sitlvos que nao sejam
bém a passagem deste m aterial pelo território de outras partes que não o im ­ particularm ente levando-se em c o n s i d e r ^ o ' i n ^ S e s ’'do'* PreSente “ nVenÇâ° ’
m ento (São Paulo d, 1997:30). ' ses dos países em desenvolvi-
p o rta d o r e o ex p o rta d o r do resíduo; não im pede, no entanto, o “co m ércio”
de resíduos p erigosos.
_N .cL .O .n a .1 t L».. l .v>y y , inT
E ssa co n v en ção rfSo regula som ente a ação entre o im portador e o ex­ a úm ero de participantes a L 1 K - A Pe sar do elevado
p o rta d o r dos re síd u o s, abrindo a p o ssib ilid ade de um a parte vetar o trans­
porte p o r área de sua jurisdição. E stabeleceu o A rtigo 6: 500 situações de transporte de r e s í d u o ? S d « d e o a ^ 7* * ™ ™ ***** *
ses periféricos em 1994 A novidade P*>'ses centrais para paí-
do antigo bloco socialista. aum ento do fluxo para os países
4. Cada Estado de trânsito deverá acusar prontamente ao notificador o recebim ento da
notiricação. Subseqüentem ente poderá dar um a resposta por escrito ao notificador,
em um prazo de sessenta dias, perm itindo o m ovim ento com ou sem condições, ne­
gando perm issão para o movimento ou solicitando informações adicionais. O Estado
_ ,“ Ç°rtaçã° nâo deverá perm itir que o movimento transfronteiriço tenha in.Vin ,n . . D e p o is da reunião de Fw, rnm T i i
i n n íí •*“PeHBlDS“ 0 p o r escrito der Estado Tte Trânsito TSão Paulo
an íb ien tal ■assistimos a a fim ia ça o dã le m atic a
1997d: 24). ’
reuniões, «
C om o o P ro to co lo de M ontreal, a c t r proibiu o envolvim ento com er­
cial com Estados q u e não aderiram a ela.
A lém disso, a salvaguarda da soberania foi um a constante neste docu­
m ento. N o A rtigo 4, ficou acordado que:

12. Nada na presente convenção deve afetar em nenhum aspecto a soberania dos Es­
tados sobre seu m ar territorial, estabelecida de acordo com o direito internacional nais, com o vimos no c'ap to lo T S iT o s „o“™ 7 " “ *“
e os direitos soberanos e a jurisdição que os Estados exercem sobre suas zonas apresentamos a Iradiçso do realismo p S c n “ Parad'S ™ » ”. 1 >™do
econôm icas exclusivas e plataform as continentais de acordo com o direito inter-
nacronal, bem com o o exercício dos direitos e liberdades de navegação por parte
dos navios e aviSes de todos os Estados, conforme prevê o direito internacional e a ■'?í gana« ie“° raKnt°
1997° ? ^ abeIec,do em fnstrum entos internacionais pertinentes (São Paulo d, d , cnum ad e l , fo, “ *• T
vorável aos países periféricos discrim inados de ^ man61ra fa’

A lém disso, as partes podem indicar os resíduos que consideram peri­


g o s o s segundo sttas leis nacionais q a e não estejam na lista dos anexos e. fa ­
zer v aler p ara eTes —quando houver o m ovim ento e/ou depósito em seu ter­
ritório -a s norm as d a c t r . Foi dado, porém , um prazo de apenas seis meses,
a c o n ta r d a data d e adesao, p ara q u e a parte com unique ao secretariado o
acréscim o que d eseja fazer.

104 d .s .ensões am bien.a.s i n . e m .o io ^ m e r iS d T it^ S

105
protocolos discu tid o s acim a, ela v in a a patrocinar a reunião que difundm a
tem atica am biental p ara os quatro cantos do planeta, a CNUMAD.
A CONFERENCIA DAS NAÇÕES UNIDAS
N O TA S PARA O MEIO AMBIENTE
E O DESENVOLVIMENTO

* ; r - »

m otores de veículos m otorizados


ou em pregados em indústrias. Os danos por eles causados
sâo m aiores que os dos gases anteriormente
hum anos e, ao c o m h in n rp .... . ...... . n-.. _ tratados. Eles geram mutações e câncer em ;
□ffi?T7E vn»nr rncüiion

da sua x e a ü ^ a ' ^ ^ ^ T í >


vel nas discussões que ela abrigou. Antes H . ^ ^ a l T o s um b a l°

Setem bro de^ 1^ 9 ^ Un ° re/,<^e^,tS/treal^,^ ma'/tS2/neWf^IeS/^>art~bo0j,xxv*'*:,00^xx;vl1- hfrnl.

S etem bro^d?i 999',W Un ° I^ /,de^ tS/,treaty/^lnaly,tS2/neW^1*eS/,*:)art b ° 0/,xxv<iboo/xxvii_.html.


" O lixo radioativ
" £ ^, ! adÍ? " tÍV0.fiV exc,ufdü d«----- —“ • »wy««w |#ui
t a convenção porv-v.
contar com um organismo internacional
especifico: a Agencia Internacional de Energia Atômica.

^scolliâ-4e-pafs-estão-rrdeTH?tãcãõ da Am;r/finja e o assassinato H i vt


dical e ambientalista Chico Mendes em ]QR«i p ° assassindto do bder sm-
m anifestações dos grupos a m b ie n ^ s ^ a s q u e S ‘S fa to s’ aIlados às
dios, sensibilizaram os delegari™ i s e n t e s à \ I " ! 1 T ° S ,d ? 'S eP lsó -
1989. A ssim a esco lh i do Mr-.cii J re s e n le s à A ssem bleia G eral d a o n u de
à dim inuição das queim adas e p e l a r ã o e í i Z T fo n n a dc Pressão velada
morte do líder sindical. Igam ento dos m andantes da

106
107
A < m " - j A n r e p r ^ Cf>Tifr>n i i m m n m «Mi i n i n i j iM H Tn f p nr» a r r a n j o d a s re la­
ç õ e s in te rn a c io n a is sobre a tem ática am biental. C om ex trem a habilidade,
M au rice S tro n g —o S ecretário G eral da reunião —estabeleceu um discurso
alarm ista, a firm a n d o q u e a q u ela reunião seria a últim a o p o rtu n id ad e para
“salvar a Terra” . A m ensagem publicitária da reunião - “E m nossas m ãos” —
expressava a q u e le entendim ento, procurando cham ar à responsabilidade os
chefes d e E stad o e/ou seus representantes para os problem as am bientais tra­
tados na cnum ad.
Pelo m en o s d o ponto de vista da m obilização de lideranças políticas, a
c n u m a d foi u m su cesso : d ela p articip aram 178 E stados-nação, d o s quais
114 chegaram a se r representados pelos respectivos C hefes de Estado, den­
tre os quais Dodemos d estacar lid e ra n ç a - dos países cejitcaiscem o-G eorse
BuStr, FrançoTs M itte rra n d e Jo h n M ajor, na época resp ectiv am en te p resi­
dentes dos E stad o s U nidos e da França e prim eiro-m inistro da Inglaterra, e
expoentes da p eriferia, com o Fidel Castro, presidente de Cuba.
O objetivo d a c n u m a d foi o estabelecim ento de acordos internacionais
q u e m ediassem as ações antrópicas no am biente2. Eles trataram das m udan­
ças clim áticas g lo b ais e do acesso e m anutenção da biodiversidade, na for­
m a d e C onvenções internacionais. Tam bém foram elaboradas duas declara­
ções: a do R io, u m a carta de princípios pela preservação da vida na Terra e a
-ÉfiSsIairação oe F lo restas, que~estabeleceli intenção de m anter as florestas. A
A gen d a X X I, u m plan o de ação p ara a virada do século, visando a m inim izar
o s problem as am bientais m undiais, tam bém é resultado daquela reunião.
A preparação dos docum entos firm ados no R io de Janeiro ocorreu em
q uatro reuniões, cham adas de R euniões Preparatórias para a c n u m a d (Prep-
con): N airobi, e m ago sto de 1990; G enebra, em m arço/abril de 1991 e agos­
to /se te m b ro d o m esm o ano; e N o v a York, em m arço/abril de 1992. A lém
dos P repcon, várias reuniões regionais se realizaram antes do encontro no
Rio. O B rasil participou da reunião da Am érica Latina no M éxico, em m ar­
ço de 1991, o nde elaborou-se a Plataform a de Tlatelouco.
O utro dado im portante a ser considerado foi a participação da socieda­
de civ il o rg a n iz a d a p o r m eio d as ongs - pela prim eira vez na h istó ria da
ONU em um a reunião envolvendo C hefes de Estado. A influência deste seg­
m ento foi im portante, com o reconheceram alguns diplom atas, pois a pres­
são das ongs resultou n a inclusão de alguns tem as na pauta de negociações.
N a c n u m a d , b u scav a-se a c o n ciliação do binôm io con serv ação am ­
b ien tal e d esenvolvim ento, pau tad o na conferência a partir do conceito de
d e se n v o lv im e n to su sten táv el. O co n ceito de seg u ran ça am biental global
tam bém foi destacado no R io de Janeiro. Vejamos, pois, com mais vagar es­
ses dois conceitos.
SE G U R A N Ç A E D E SE N V O L V IM E N T O

Os conceitos de segurança am biental global e de desenvolvim ento sus­


tentável são centrais para o estabelecim ento d a ordem am biental internacio­
nal. O prim eiro deles nos faz refletir sobre a necessidade de m anter as condi­
ções da rep rodução da vida h u m a n a na Terra, posto que ainda não se tem
notícia da existência de outro planeta com condições naturais sem elhantes ao
que habitam os, não deixando outra alternativa senão aqui viverm os. E m sín­
tese, a Terra ainda é a m orada d a espécie hum ana - ao menos por enquanto. Já
o segundo, procura regular o u so dos recursos naturais por m eio do em prego
de técnicas de-m aneje am biental, de- com bate ao desperdício e à poluição. Se
fôssem os em pregar um a expressão tam bém para este conceito, diríam os que
ele define que as ações hum anas dirigidas para a produção de coisas necessá­
rias à reprodução da vida devem evitar a destruição do planeta.
E ntretanto, em que pese o reconhecim ento dessas duas prem issas e d e
que elas envolvem a prom oção de ajustes globais - nos quais os vários atores
do sistem a internacional certam ente devem contribuir para que m etas com uns
sejam alcançadas - os países, principais interlocutores na ordem am biental
internacional, por m eio de seus negociadores, têm procurado salvaguardar o
interesse nacional. A gindo dessa forma, transform am as preocupações com a
sustentabilidade do sistem a econôm ico hegem ônico e a possibilidade de que
ele nos encam inhe para um a situação de risco em m era retórica. As preocupa­
ções am bientais globais acabam se revestindo de um caráter d e divulgação,
enquanto na arena da política internacional as decisões de fato têm se encam i­
nhado para contem plar interesses nada difusos.
O q u e efetiv am en te tem p re v a le c id o são as vantagens ec o n ô m ic a s e
p o lític a s q u e os p aíses p o d em a u fe rir a ca d a ro d a d a de n eg o ciaçõ es. E, o
m ais interessante: eles se com portam de m aneira particular para cad a tem a
destacado no arranjo institucional da ordem am biental internacional.
O s conceitos que verem os a seguir influenciaram as reuniões interna­
cionais ao longo da década de 1990. E les foram criados para legitim ar a o r­
dem am biental internacional, procurando lhe garantir uma base científica.

O desenvolvim ento sustentável

U m dos problem as da vida co n tem p o rân ea é m edir a c ap acid ad e que


terem os para m anter as condições da reprodução hum ana na Terra. E m ou­
tras palavras: trata-se de perm itir às gerações vindouras condições d e habi-
tab ilid ad e no futuro, co n sid eran d o a h eran ça de m odelos tecnológicos de­
v astad o res e possíveis alternativas a eles. Os seres hum anos que estão por
vir p recisam dispor de ar, solo p a ra cu ltiv ar e água lim pos. S em isso, suas
agua, entre outras. " q u a l . v i d a . ..uvos conmtos por
da gravidade em função das desigualdades do relevo. Ele colabora com todas estas
anrn D u ran te a d6cada de 19 7 0, tom ou corpo um a discussão que procurava energias agrupadas e associadas segundo as condições do meio. O hom em entra no
jogo da natureza (La Blache, 1921:42).
s e r v a ç £ ^ r b i S alteFen tà° mUlt° dÍStanteS: 2 produ<í ão econôm ica e a con-
ervaçao am biental. E ssa aproxim ação ocorreu de m aneira lenta por meio
de reuniões internacionais e relatórios preparatórios A idéia de su stentabilidade é justam en te a de fazer a esp écie hum ana
cia de Rstocol mo° T * deSenvol^ m ento e am biente é anterior à C onferên­ entrar no jo g o da natu reza ’. E m outras p alav ras, Sachs v islu m b ra o am ­
cia de E sto co lm o . Os presságios de um a nova concepção são esboçados no biente rural com o o lugar possível para se desenvolver um m odo de vida ca­
E ncom ro P re p ^ a tó n o de Founex (Suíça), em 1971, onde m ic io u S u m ^ r e - paz de m anter e reproduzir as condições da existência hum ana sem com pro­
flexao a respeito das im plicações de um m odelo de desenvolvim ento basea­ m eter a base natu ral n ecessária à p rodução das coisas. A s com unidades
do exclusivam ente no crescim ento econôm ico, na problem ática am biental alternativas e os ecologistas radicais tam bém . Estes últim os chegaram m es­
Esto d ^ u s s a o ganhou destaque com 0 ecünum is[a Sacl^ ^ _ m o a condenar as cidades.
ouceito de écóclêsenvolvim ento na década de 1970. Se tom arm os a divisão do trabalho com o um aspecto a ponderar na di­
ric e w ' ! 73’ Prim eira reunia° d0 PNUMA, realizada em G enebra, M au- reção da sustentabilidade, verem os que M arx continua, neste aspecto, com
n c e S tro n g en tão d ireto r-ex ecu tiv o d o p ro g ram a, em p reg o u a ex nressão a razão. T rata-se da prim eira e principal divisão estab e lecid a p ela espécie
S ^ r IV,mT - E" " " P ° r é m - 4 r « o c Up a ç íí „ e m d S T c T
hum ana, com a agravante de que a cidade depende do cam po. C om o respos­
ta a esta form ulação surgem inúm eros program as na década d e 1990, dentre
“ rP ara3°ele,
; qU£ S6r!f f° rmUlad0’ P£laseria:
Prlm eira ve? Por Sachs, no
no seguinte. o ecodesenvolvim ento os quais se destaca o de cidades sustentáveis, que em alguns países, dentre
eles o Brasil, vem reunindo lideranças de vános segm entos para discutir al-
- r u;x 'ü^ ftstrFssrnrese (SacfiN. T97T, TN:
tem ativas p ara v iabiliza-las. O ra, com o s n s t e n t a r um rp^vio que, em si to­
I.EFF. 1994 : 317 ). m ando em prestada um a expressão de M arx —depende de energia e matéria-
prim a gerada fo ra dela para funcionar, se os h ab itan tes d a c id a d e não
produzem alim ento —em que p ese o caráter cada vez m ais u rb an iz ad o do
com entada dcTnnnr ™ ^aO’ em que pese seu caráter genérico, m erece ser cam po e a sujeição do pequeno produtor ao capital (O liveira, 1981). O utra
s n - -P r da geografia. A capacidade natural para a fotos- derivação do term o cidades sustentáveis” surgiu no cam po da saúde. Neste
cando i ' " l Pa' SeS p en ferico s era um a alusão à sua paisagem natural, desta- caso, a expressão que define os program as é “cidade sa u d á v e l” , rec o n h e­
sim ila g6nS, ,C'm e sPecial a dos europeus - de u m “m undo verde” A l20
sim ilar ao que e difundido sobre a A m azônia brasileira em nossos dias cendo, em bora não explicitam ente, que os urbanistas h ig ienistas m u ito em
voga no início do século x x tinham razão. N ão é agradável viver em um lu­
dos n a f t t d o T ? m e,\ t! rÍ° ,é a " ldÍCaÇã0 de ^ a ap licação no m eio rural gar com trânsito intenso, odores ruins, barulho excessivo, resp iran d o um ar
S eria Z Í , ^ ' ° qUC ° leVarÍa a tecer essa consideração? com binado com vários elem en to s quím icos, m uitos deles c a u sa d o re s de
m em o 9 n u L ^ se)seguida’ condenaria os países ao subdesenvolvi- doenças graves em seres hum anos.
S d a d e donde se p ode im aginaraSSÍCa
cidade, que a dlVÍSã°
cidade éd°insustentável?
trabalho entre « cam po e a M as voltem os ao histórico da form ulação do conceito de d esen v o lv i­
m ento sustentável. A fo rm u lação teve co ntinuidade com a D e c la ra ç ã o de
• u m nosso p o n to de vista, Sachs está refletindo - conscientem ente ou
C oyococ (M éxico), org an izad a pelo p n u m a e a C o n ferê n cia das N ações
nao u m c o n c eito g eo g ráfico . T rata-se da form ulação de gênero de vida.
p assagem de V idal de La B lache ilustra a m atriz de Sachs: Unidas sobre C om ercio e D esenvolvim ento, em 1974. N este d o cum ento,
lê-se que o ecodesenvolvim ento seria um a:
da ,uz e energias cujo jn^anismcLEias^sGapa^as-Rlartfas-absorveirr
e decom põem os corpos químicos; as bactérias fixam, em cerST^ P‘anta^ bsorvem relação harm oniosa entre a sociecTade e seu meio am biente natural legado à autode-
' vegetais, o azote da pendência local (IN: Leff, 1994:319).
a rãvés dr í^: u m lm a U id â o d rma<la “ ^ 0rga“ circu.a
ma muIt,dao de seres: uns elaboram a substância de que se alim entam os
N t ran? 0r t am germeS de doen5as V * podem destruir outras",especies O Relatório Que Faire, de 1975, atualiza o term o, grafan d o a expres­
tran sfo m a d ó ra H h “ aUXÍ1'° d° S agentSS m o^ n i c o s que se verifica a ação são que vai consolidar esta idéia: desenvolvim ento sustentado.
ansform adora do hom em ; este nao se contenta em tirar proveito, com o arado dos
niatenais em decom posição do subsolo, em utilizar as quedas de água, devidas à força
A consolidação do co n ceito de d s na com unidade in te rn a c io n a l virá
anos mais tarde, a partir do trabalho da Com issão M undial para o M eio A m ­
110 biente e D esenvolvim ento ( c m m a d ), criada em 1983 devido a um a delibera-

111
yão dii A s s e m b lé ia U eral da ONU. Ficou d efin id a a p resença de 23 países-
m em bro d a C om issão, que prom oveu entre 1985 e 1987:

[.-■] m ais de 75 estudos e relatórios, realizando tam bém conferências ou audiências


públicas em dez países e acumulando assim as visões de um a seleção impressionante
d e indivíduose organizações (M ccormick, 1992:189).

E sta C o m issão foi presidida por G ro H arlem B rundtland, que fora pri-
m e ira -m in istra d a N o ru eg a e p reten d ia d a r um tom m ais prog ressista aos
trabalhos d o grupo que coordenava. O docum ento m ais im portante produzi­
d o sob seu co m an d o foi o relatório N osso fu tu ro com um 3, no qual encontra-
se a d efin ição m ais em pregada de d esenvolvim ento sustentável, reproduz'
da STs e g u ir-

[...] aquele que atende às necessidades do presente sem com prom eter a possibilidade
de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades (cmmad , 1988: 46).

E ste conceito tom ou-se referência para inúm eros trabalhos e interesses
d os m ais diversos. Se de um lado existe os que acreditam que o planeta em
q u e v ivem os é um sistem a único, que sofre conseqüências g cada alteração
de um de seu s com ponentes; de outro e stao os que acreditam que o modelo
hegem ônico pode ser ajustado à sustentabilidade. E ste é o debate: m anter as
condições que p erm itam a reprodução da vida hum ana no planeta ou m anter
o sistem a, b u scan d o a sua sustentabilidade. O prim eiro grupo, que pensa a
T erra com o um sistem a holístico, tem em Jam es L ovelock (1989) o seu re­
p re se n ta n te m aior. J á o segundo grupo, possui represen tan tes espalhados
por todo o planeta.
S ão aq u eles q u e bu scam tecn o lo g ias altern ativ as e n ão -im pactantes
sem questio nar o padrão de produção vigente.
A pesar d a adoção do conceito de desenvolvim ento sustentável em ati­
vidades de planejam ento, inclusive do turism o ecológico, ele não é entendi­
do de m aneira consensual. D estacam os as idéias de H erculano, que afirm a o
desenvolvim ento sustentável ter dois significados:

[...] é um a expressão que vem sendo usada com o epígrafe da boa sociedade, senha e
resum o da boa sociedade hum ana. N este sentido, a expressão ganha foros de um
substituto pragm ático, seja da utopia socialista tom ada ausente, seja da proposta de
introdução de valores éticos na racionalidade capitalista meramente instrumental. [...]
Ma sua-segunda-aeepfão, desenvolvim ento su sten táv cle [...] um conjunto de meca­
nism os de ajustam ento que resgata a funcionalidade da sociedade capitalista [...].
Neste segundo sentido, é [...] um desenvolvim ento suportável - medianamente bom,
medianam ente ruim - que dá para levar, que não resgata o ser humano da sua aliena­
ção diante de um sistem a de produção formidável (Herculano, 1992:30).

O u tro autor que trabalha o assunto é G onçalves, afirm ando que o d e ­


senvolvim ento sustentável

112
[...] tenta recuperar o desenvolvim ento com o categoria capaz de integrar os desiguais
(e os diferentes?) em tom o de um futuro comum. Isso demonstra que pode haver mais
continuidade do que ruptura de paradigm as no processo em curso (G onçalves,
1996:43). ,

P or seu tum o, R ibeiro et a l sugerem distinguir

[...] o conceito de Desenvolvim ento Sustentável de sua função alienante e justificado-


ra de desigualdades de outra que se am para em prem issas para a reprodução d a vida
bastante distintas. D esenvolvim ento Sustentável poderia ser, então, o resultado de
um a m udança no modo da espécie hum ana relacionar-se com o am biente, no qual a
ética não seria apenas entendida num a lópica instrnmental, rn o ia -'imt-H
menco ecocapttalísta, mas em basada em preceitos que ponderassem as temporalida-
des alteras à própria espécie hum ana, e, porque não, tam bém as internas à nossa pró­
pria espécie (Ribeiro et al, 1996:99).

H erculano (1992) faz p arceria com G onçalves (1996) quando não vis­
lum bra nenhum a ruptura a p artir da alm ejada sustentabilidade. Entretanto,
não deixa de reconhecer que ela pode, ao m enos, viabilizar um a reform a do
capitalism o.
_______ R ib e iro et al. ( 19961 p o n d eram q u e o d e se n v e lv im e n to sa ste n tá v e f
p o d eria v ir a ser um a referên cia, desd e q u e serv isse para c o n stru ir novas
form as de relação entre os seres hum anos e destes com o am biente. A pon­
tam que o grande paradoxo do desenvolvim ento sustentável é m anter a sus­
, ten tab ilid a d e - u m a noção das c iên cias da n a tu re z a - co m o p erm anente
avanço n a produção exigida p elo desenvolvim ento, cu ja m atriz está na so­
ciedade.
T endo com o princípio conciliar crescim ento e conservação am biental,
o co n c e ito de d esen v o lv im en to su sten táv el, por sua vag u id ad e, p a sso u a
servir a interesses diversos. D e n ova ética do com portam ento hum ano, pas­
sando p ela proposição de um a revolução am biental até ser considerado um
m ecanism o de ajuste da sociedade capitalista (capitalism o soft), o desenvol­
vim ento sustentável tom ou-se um discurso p o deroso prom ovido p o r orga­
nizações internacionais, em presários e políticos, repercutindo na sociedade
civil internacional e na ordem am biental internacional.

A segurança am bienta1 gJ<ibaJ

D iferente do que ocorreu co m o desenvolvim ento sustentável, que foi


sendo elaborado ao longo de várias reuniões internacionais e está servindo
com o base para a im plem entação de políticas, a idéia de segurança am bien­
tal g lo b al n ão e stá co n fig u rad a com o um co n c e ito que lev a à ação, mas à
im plem entação de estratégias p o r um a unidade política. E la evolui de m a­
neira m ais lenta, encontrando m uito m ais resistência que o conceito anterior

113
(E lliott, 1998:239). M as não deixou de cum prir a função de ju stificar “cien­
tificam en te” a p o lítica extem a dos países.
Pensar o s p ro b le m a s am b ien tais g lo b a lm en te e x ig e co n h ecim en to
cien tífico e p ersp ic á c ia política. U m a das grandes dificuldades encontradas
e m reuniões in tern acio n ais é a de que m uitos dos representantes dos países
p a rtic ip a n te s fic a m div id id o s en tre estes dois grupos de p ersonagens - os
c ie n tis ta s e o s to m a d o re s de decisõ es - e raram en te co n se g u e m ch e g a r a
b o m termo, m esm o quando representam o m esm o país.
Uma das evidências mais claras desse com portam ento decorre da críti­
c a co n tu n d en te que m uitos cientistas fazem aos docum entos oficiais resul­
ta n te s de discussões p o líticas. E com um d izerem que o co nceito está errado
OU S tíin base cTentíhca que o sustente. D este m odo, tendem a desconsiderar
to d o o esforço de elaboração do docum ento e a verdadeira “ alquim ia” polí­
tic a em p re g a d a - às vezes ao longo de anos e por m eio de discussões apa­
rentem ente interm ináveis —em sua construção.
D e outro lado, os políticos, que têm ganhado esta batalha com os pes­
q uisad o res, ressen tem -se de inform ações m ais precisas sobre determ inadas
q u e stõ e s ou, o q u e é m ais freqüente, e n co m en d am con clu sõ es científicas
q u e “ ex p liqu em ” suas decisões. E sse descom passo, à luz d a opinião pública
—f f l t f ã d i ^ ê l a ^ NOs c pelas grandes em presas de co m u n icação - , resulta
em u m a série d e reu n iõ es dispendiosas que aparentem ente servem apenas
p ara gerar diárias p ara delegações im ensas conhecerem o m undo e seus paí­
ses com p ro m eterem -se a gastar recursos em questões inócuas.
E sse p reâm b u lo foi necessário, pois, no caso da segurança am biental
global, se ajusta ao q u e se verifica na realidade.
V ejam os o p roblem a da cam ada de ozônio. Seu com prom etim ento co­
loca e m risc o to d a a esp écie hum ana? N ão. Os m ais ricos podem com prar
proteto res de rad iação solar e continuar a expor-se ao Sol. Porém , e aqui o
tem p o é um fa to r d eterm in an te, co n firm ad as as p o ssib ilid ad es apontadas
por estudiosos, vai chegar um m om ento em que não vai adiantar m uito pro­
teger-se dos raios solares.
E as m u d a n ç a s clim áticas? Suas c o n seq ü ên cias afetarão d a m esm a
m an eira a tod o s? C ertam en te não. M as n ovam ente os estudiosos apontam
riscos, co m o por e x em p lo a m udança dos ciclos de vida d o s v eg etais que
produzem alim ento e um a eventual crise alim entar. Á reas úm idas podem se
transform ar em áreas sem i-áridas. Pontos do litoral em todo o m undo serãr>
alagados. Esses problem as, qflfe afetariam com m aior ênfase países periféri­
cos, exigem um rearranjo do m odo de vida de m uita gente, acarretando em
novos b eneficiários e em novos despossuídos.
P ara e v ita r um a catástro fe em escala m undial ou, com o fic a ria m ais
claro, p ara m anter o atual estado das coisas e da divisão do poder mundial,
estabeleceram -se regras internacionais p ara im pedir que as ações hum anas
d e se n c a d e iem processos com o os apontados acim a. E ssa é um a das bases
d a ordem am b ien tal in tern acio n al. E n tretanto, com o estam o s vivendo um
dinâm ico processo de ajuste internacional de interesses envolvendo a tem á­
tica am biental, surgem novas oportunidades e novos países podem ser alça­
dos a posições de destaque no cenário internacional.
Villa aponta um conceito para ajudar a com preensão da conjuntura at­
ual. Trata-se da segurança global m ultidim ensional, que para o autor

[...] reflete a nova natureza preponderante da segurança internacional: esta já não po­
de mais ser almejada em termos de acréscim o de poder A preservação de [um] Estado
nacional diante dos novos fenômenos transnacionais - explosão populacional, m igra­
ções internacionais e desequilíbrios ecológicos globais - não se dá pela im posição da
sua vontade unilateral ou pelo apelo à últim a ratio, a violência insHfnrinnal E m -otu-----
-teafrpalavfasrquestiona-seu pano de fundo genérico realista que vê na legalidade e le­
gitim idade da guerra o elem ento específico das relações internacionais. Nesse senti­
do, pode-se afirmar que a singularidade da segurança global m ultidim ensional é que
os conflitos que podem derivar dos fenôm enos transnacionais não adm item a guerra
como m eio de solução (Villa, 1997:209).

Para o cientista político Villa, a im posição de tem as transnacionais im ­


pede ou tira o efeito da força, já que todos sofrerem os as conseqüências dos
eventos am bientais globais. Sua indagação seria: de a u e ad ian ta teF arm as e
im por © use de autom óvel, se com as m udanças clim áticas a base nacional
d a agricultura vai transform ar-se, exigindo um a adaptação custosa até mes­
m o para os países centrais?
A essa pergunta poderíam os responder que é preciso insistir em apreen­
der as diferenças entre países e suas populações. Os custos e os im pactos são
diferentes conform e a preparação dos países para enfrentar os problem as am­
bientais, sejam eles gerados pela sociedade ou pela natureza. O bservando as
condições de vida dos agrupam entos hum anos em suas diversas m aneiras de
organização social, vem os que, por exem plo, um terremoto que ocorre em um
país rico, ainda que de m aior intensidade e, portanto, potencialm ente causa­
d o r de m ais destruição, gera m uito m enos vítim as e estragos m a teria is que
outro de m enor intensidade ocorrido em um país periférico.
Os dados a seguir confirm am este aspecto. Em K obe (Japão), ocorreu
um terrem oto que chegou a 7,2 graus de intensidade na escala R ichter. Este
evento natural p ro v o co u cerca de 6000 m ortes e deixou algo e m to rn o de
300 m il desabrigados em 1995. D ois anos antes, na índia, d eu -se u m terre­
m oto que chegou a 6,3 graus na escala Richter; portanto, de m enor intensi
dade que o do Japão. C om o resultado registraram -se cerca de 10 m il m o r­
tes, apesar de ter o c o rrid o a ap ro x im ad am en te 700 q u ilô m etro s d e N ova
D elhi em um a área m enos povoada, portanto.
Elliott tam bém discute a segurança am biental, apontando q u e m uitos
autores refutam essa concepção por associarem tal conceito ao pensam ento
estratégico m ilitar (Elliott, 1998:220). Esses puristas entendem q u e a q u es­
tão am biental em caráter internacional não pode ser vista dentro de um a di-
m cnsao estrateg iea, p ara esses antores, apenas os proce ssos naturais baslzF
ria m p a ra fo rn e c e r elem entos à com preensão dos fenôm enos e suas conse-
q u e n c ia s para as unidades políticas.
S . 'S nne
evidente S ;f^ l™
„ m „ 0;u
' ruma
T
a ddsSe“ "Sissas
Prem 0deí°rç a
do realism o político. E
E llio tt (1 9 9 8 ) ap o n ta tam bém u m a outra interp retação que asso cia o
m ilitarism o a q u estão am biental e à segurança. T rata-se da visão estratégi­ para ‘7 » sua -
c a , que ad m ite os recursos naturais com o vitais à sobrevivência da popuía- com o as que foram propostas „ a f ‘ “P * * m M eira s.
ç a o de u m a u n id ad e política e que, portanto, reforça o conceito de soberania se seguiram a e la , com o s a^ego “ ' P™ *
d a s unidades na gestão de seus recursos. Se lem brarm os que Cline (1983) e
R a tte s tin (1993) d efin em os recursos naturais com o um dos elem entos que
d e v e m se r ponderados na definição do poder, verem os que esta m atriz oode AS D E C ISÕ E S N A c n u m a d
a irigar m u ito s adeptos. O caso da gestão dos recursos hídricos nos parece o
m a is em b lem ático p a ra ilustrar esse entendim ento: c o ra o a s b acias m uitas
-v tz c s U an sp assam os lim ites te rrito ria is dos países, eles podem fica r em a ê d Í ^ u f s ^ ÍCcornoeSad a CN' }gs^ ^ ^ -RP-v-o l-vj dos-&m-di-versas-frentes‘
ae discussão, com o. a conservaçao da biodiversidade biológica as m udan
u m a situação de depend ên cia de outro país para obter água e abastecer sua
p o p u lação . Tal situ ação pode ser o b serv ad a na disputa entre Israel e Síria
£ d is c u tir a m p o ré m , o m o d e l o d e d e s e n v o lv im e n to < U
e n v o lv e n d o a s c o lin a s de G olã, o n d e estão os m ananciais que p rovém dé
a g u a a habitantes dos dois países.
s s
de Biológica
, t .xn '/ S I , (CMC)’ cmc^a C r onvençao
dutos-dasobre
cnum ad - a c o n ­
a D iversida-
_ Entretan to a autora, que tam bém é cientista política, defende um a posi­
ção m uito próxim a à de Villa (1997): A g e n d a S i râo r e f e r i raÇa° í ° R ' ° ’ * D eclara? ã ° sobre Florestas e a
AM u referenclas na ordem am biental internacional.
A an alised o sp ro to co lo s fum ados.
^ KT t-m lngi r a ^ a f i S ^ i^e ^p uiavau
ulagao n3o pudem ser
sei seguros
segurosle
se oo ecos­
ecos-
sistem a e seguro. N em um nem outro vai ajudar a identificar o inimigo que objetiva pré eu n t-o ' p u l a d a s ao lo n g o do p ro ce sso de negociação
11 '"tegndade tem tor.al e a soberania do estado. O “inim igo” não é o ambiente
mas as atividades cotidianas humanas e de corporações (Elliott, 1998: 238) 3^ d ° CUment° Pr0duzid0’ um a dinâm ica
com o blocos de ^ OU
A autora esq u ece-se de que as atividades hum anas e das corporações^ Florestas, da c m c e da A genda xxi. ' * D e c la ra ^a o sohre
com o bem apontou, causadoras dos problem as am bientais em escala nacio­
nal estão circu n scritas geograficam ente. Segundo dados do p n u m a , cerca
de 25% do total da populaçao m undial g era os problem as am bientais na es­ A Convenção sobre a D iversidade B iológica e a D eclaração d e Florestas
cala que en contram os atualm ente. E sta é a parcela inserida no universo dos
consum idores. C om o este índice já chegou a cerca de 30% no início da dé­
res v iv a s Í ,r m w n T ,r tr’ qUe " T * tecnoI° g ,as Passaram a se utilizar de se-
cada de 1990, conclui-se que é cada vez m enor a parcela da população que
so E sses avanços n / p n m a ’ ez ' sc necessária um a regulação ao seu aces-
causa p roblem as am bientais devido ao m odo de vida que adota, o que in d i­
g e n ft c r r w Z n o . n a h SObr,e tUd° na b io tec n o lo g ia e n a engenharia
ca, entre tantas outras coisas, um a m aior concentração da riqueza. genética. A biotecnologia pode ser definida com o o em prego d e todo e a u a l
P a [ a os s e re ® hum an o s (d em asiad am en te hum anos, para lem b rar quer processo biológico que altere as condições de um ser vivo "
N ietzsche) q u e estão usufruindo do m undo do consum o - e que vivem em sopo â m í !!!! ^ ? :)meÇ0U 3 fcnnentar ^ a para produzir vinho na M e-
.determ inada unidade política, perm anece o interesse nacional. Eles querem Pr S ™ de !in h em prega-se co n h ecim entos em bio tecn o lo g ia.X "
salvaguardar vantagens PSpecífoasraue garantem a ^ proaiiçao-de-ym ho o H-ntesTrio ~pao
, ____ , .___,______________ ~ - p raticas UUC n^orrpm hó I __
do de vida negociadas para cada aspecto discutido na ordem am biental in­ enquadradas demrc) da cham ada biotecnologia tradicional ’‘
ternacional.
b io tecnologia i n t e i T l ^ COnheCÍmento b io te cn o ló g ico - d e fin id o com o
N esse sentido, p ro telar o abandono da queim a de com bustível fóssil é
um a atitude esperada quando se obtém vantagens com sua venda, com o d e­ S è se7 e " s t™ 2 T , a ,™ i T ? e Ó E a ? '
dessa situação «-ria o 7 * ^ de se obter algum a vantagem . U m exem plo
fen d eram os países árabes na C onvenção de M udanças Clim áticas. O inte-
t í a g S s ° US<> ** ^ V,VOS no CO" troIe P™gas que a t a c L

116
117
------- A partir d ã d é c a d a d e 19 70, p assu u -se a p ia tic ar a b io te c n o lo g ia re-
com b in an te, ta m b é m ch am ad a de en g e n h a ria gen ética, que c o n siste na
com binação d e genes de seres vivos.
I s s o só fo i possível graças aos pesquisadores ingleses Jam es W atson e
Francis Crick q u e , em 1953, divulgaram a estrutura do dna (ácido desoxir-
ribonucléico - m aterial genético dos seres vivos) com o um a dupla hélice.
Essa estru tu ra c o m b in a-se de m aneira singular em cada ser vivo, definindo
suas características a partir de pares de crom ossom os. Os crom ossom os c a r­
regam a inform ação g en ética e têm a cap acid ad e de ser rep ro d u zid o s, g e ­
rando seres sem elhantes. A engenharia genética consiste na identificação da
seqüência ad equada d e genes e na m anipulação d a estrutura genética com o
intuito d e adaptar as características do ser vivo ao interesse d o pesquisador
e7õu em presário.
E ssa inovação tecn o ló g ica é m uito prom issora. A lim entos m ais protéi-
cos, rem éd io s n o v o s p a ra doenças graves com o o câncer e a aids e novos
m a te ria is fe ito s a p a rtir de v eg etais vêm sendo p esq u isad o s ao red o r do
m undo e podem estar próxim os, em um futuro não m uito distante, da reali­
dade. T udo isso se conseguiria com a m anipulação genética, ou seja, a iden­
tificação das características dos genes e seu processam ento.
E ssa possibilidade, porém , tem sérias im plicações éticas. U m a delas diz
re sp e ito à m an ip u laçao d o código genético de seres hum anos; pode-se, em
tese, m odificar as características físicas de um ser hum ano e até m esm o d e ­
term iná-las antes do nascim ento. Esses procedim entos já são feitos em espé­
cies v eg etais e an im ais e os cham ados de “aprim oram ento g e n é tic o ”. A
am eaça é, com o já desejaram alguns na história recente, em pregar esta técni­
ca para p rom over o surgim ento de um a “super-raça” , ou para a produção de
seres hum anos “ in ferio res” que seriam usados em tarefas m enos nobres. O
ponto m ais co n tro v e rso n este d ebate é o que p erm ite a reprodução de um
m esm o indivíduo. A p artir do código genético, pode-se reproduzi-lo para ge­
rar um ou m ais seres idênticos ao que forneceu o código.
E ssa p ossibilidade foi confirm ada em 1997, quando um a equipe de pes­
q u isadores d a E scócia apresentou D olly, um a ovelha que continha as m es­
mas características d e su a matriz. E ssa experiência pode viabilizar o desejo
de reproduzir seres vivos iguais - o que perm itiria, por exem plo, clonar um
g ra n d e n ú m ero d e vacas que produzem m uito leite. O aspecto negativo da
clo n ag em d eco rre ju sta m e n te da sua vantagem : m uitos pesquisadores aler­
tam para o fato de que gerações de anim ais e plantas idM íicos ficariam m ui­
to suscetíveis a doenças. U m a sim ples bactéria que venha a ter contato com
um indiv íd u o causando um a doença poderia se proliferar am eaçando toda a
população.
O utro asp ecto a ser ponderado nas pesquisas sobre diversidade bioló­
gica é a p o ssib ilid ad e de expor a espécie hum ana a m icroorganism os ainda
c o m p letam en te desconhecidos. Os pesquisadores alertam para o perigo de-

118
les pod erem gerarem novas doenças p ro v o can d o a m orte em larg a escala.
E sta seria uma am eaça à segurança am biental global.
Tam bém n ão são co nclusivos os estudos sobre a inserção de o rg a n is­
m os transgênicos em áreas protegidas. P or isso é preciso cau tela e ev itar o
contato, pois um eventual desequilíbrio no am biente natural poderia levar à
sua destruição.
Porém , a m aior co n seqüência do uso e desenvolvim ento da b io te c n o ­
lo g ia co m b in ad a à en g e n h a ria g en ética é a p o ssibilidade de liv ra r-n o s da
d e p en d ên cia dos recu rso s naturais não-ren o v áv eis. E ntraríam os, em tese,
no “rein o d a liberd ad e, nos lib ertan d o da n e c essid ad e” de lid a r co m um a
base m a tr i.il restrita para_pnoduzir os-bens ttsados em nossas vÍctãs.~A1 íbef-
dade viria da oportunidade de reproduzir seres com características que per­
m itissem seu uso pela espécie hum ana - seja para produzir m ateriais, c o m ­
bustível ou chips, com o indicam as pesquisas m ais recentes.
A renovação da m atéria-prim a é algo que preocupa os industriais. P es­
quisas em andam ento indicam que, em breve, será possível p ro duzir em es­
cala in d u strial novos m ateriais a partir de fibras vegetais. E sses m ate ria is
poderão ser usados na confecção de carrocerias de autom óveis, entre outras
aplicações. Q uso de ó leo de castanlia-do p ará em pregado em e h ip s com er
Tubrilicãnte é um exem plo de com o essa possibilidade fica a cad a d ia m ais
próxim a de ser alcançada.
O utra fonte de preocupação é a proxim idade do fim do petróleo. E sp e­
cu laçõ es afirm am que as reserv as d ev em a cab ar em cerca de trin ta a c in ­
qüenta anos. Será necessário em pregar outras alternativas energéticas com o
fonte de com bustível; o q u e se vislum bra é um am plo leque de opçõ es, al­
gum as delas baseadas no consum o de b iom assa, com o o álcool pro d u zid o
da cana-de-açúcar. A vantagem , nesse caso, é a renovação da p la n ta a cada
safra, o que perm ite planejar a produção e o consum o do com bustível.
As projeções de crescim en to p o p u lacio n al e o aum ento do te m p o de
v id a da população in d icam que será p re c iso am p liar o total d e a lim e n to s
disponíveis no inundo. A aplicação da engen h aria genética pode co n trib u ir
na resolução dessa questão com a invenção de alim entos m ais p ro té ico s, o
que dim inuiria a quantidade de alim ento consum ido. A lém d isso, e la pode
aum en tar a produtividade da agricultura. C om o conseqüência, seria neces­
sário em pregar um a área m enor para prover alim entos a todos, p erm itin d o a
- recuperação am biental de algumas_partes. do planeta^—
T io cam po da saúde, novos rem édios e substâncias certam ente surgirão
a partir da m anipulação genética de seres vivos. N esse caso, a asso ciação ao
conhecim ento das populações tradicionais facilita e agiliza a d esco b erta de
espécies que contêm princípios ativos capazes de com bater nossos m ales4.
D iante dessas perspectivas, fica difícil não concordar que essa te cn o lo ­
g ia pode trazer inúm eros benefícios, cu ja rep ercussão ainda não p o d e ser
totalm ente dim ensionada. N inguém iria con tra esses benefícios que ajuda-

119
ria m a m elh o rar o padrao de vida da hum anidade, m esm o que na agricultu­ D á-se hoje um a polêm ica envolvendo a b io tecnologia. A utores com o
ra, para citar u m exem plo, estudos da fao indiquem que a produção fam iliar R ifkin, acreditam que ela configura um novo paradigm a, causando uma re-
já consiga p ro d u z ir tanto quanto as grandes fazendas m onocultoras, com a voluçao tecnológica que
vantagem d e n ão em pregar agrotóxicos.
S e esse arg u m en to pode ser contraposto aos defensores da engenharia [ 1 afetará cada um de nós mais direta, substancial e intimamente que qualquer outra
genética, é p re c iso am pliar a discussão considerando quem produz as tecno­ d!reto g l Ha “ P° r raZa° ’ Cada Ser hum ano já tem interesse
logias que p e rm ite m m anipular os genes dos seres vivos. Com o apontam os tZ ? nTh T Ça° qUe 3 blotecnol°S ia tomará no próxim o século. Até o pre-
ente, o debate sobre essa questão envolveu um limitado grupo de biólogos molecula-
no capítulo “ D os prim eiros tratados à C onferência de E stocolm o”, a ciência d id ^ ^ n t emT S^ planej!adores- Políticos e críticos. Com a grande quanti­
e a tecnologia são geradas para resolver os problem as de quem pode finan­ dade de novas tecnolog.as que estâo sendo introduzidas no m ercado e em nossa vida.
c iá -la s . N o c a s o d a p ro d u ção da b io te c n o lo g ia e de en g en h a ria genética, chegou o m om ento de estender o diálogo aos benefícios e riscos dessa nova ciência
L- .J mciuindo a sociedade como um todo (Rifkin, 1999:247).
constitu em -se em m ercadorias bem caras.
E ssa p iu d u v ãu está ibSUila a poucos grupos transnacionãTs - destacan­
do-se a M onsan to e a N ovartis - , o que não chega a surpreender. O proble­ C ontra essa visao, temos autores que advogam que a biotecnologia e a
en g e n h aria g en e tica n a o c o n fig u ram um a ru p tu ra de p a ra d ig m a. D entre
m a é q u e eles tê m desenvolvido tecnologias no m ínim o curiosas com o, por
eles, destacam os B uttel, que, em bora reconheça a im portância deste proce-
exem plo, sem en tes que resistem a determ inados defensivos agrícolas - pro­
aim ento tecnologico, escreve que a biotecnologia
du zid o s, aliás, p elo m esm o grupo que conseguiu tal inovação tecnológica.
D o ponto de vista da hum anidade, seria m uito m ais interessante que se pro­ [...] e uma tecnologia embrionária; poucos produtos biotecnológicos têm alcançado o
duzissem sem entes resistentes às pragas, mas isso certam ente nos levaria ao mercado o que e m erente a dificuldade em elaborar m odelos de pesquisa e desenvol­
fim d a p ro d u ção d e d efensivos agrícolas e d im in u iria a gam a de produtos vimento de uma tecnologia incipiente p or muitos anos à frente (Buttel, 1995:30).

O utro tip o de m ercadoria “engenheirada”, com o são cham adas aquelas Outro autor considera que
q u e so freram alteração de suas características pelo em prego da engenharia
genética, são as sem entes transgênicas. N elas são introduzidas característi­ A biotecnologia não const.tui de modo algum uma ameaça, mas produzirá ganhado-
cas externas à sua form ação natural p o r m eio da transferência de genes de (Kennedry,ef e 8 ^ . t0daS “ reV° 1UÇÕeS a n te n ° reS Proraovidas ^ n o lo g ia
o u tro ser e c o m o objetivo de dotar-lhe de algum a propriedade. A pesar dos
estudos ain d a não serem conclusivos acerca de possíveis problem as de saú­
E ste e, em nosso entendim ento, o ponto central. T rata-se de identificar
de que p ossam surgir nos consum idores, esses grupos em presariais desejam
quem vai ganhar e quem vai perder diante de um a inovação tecnológica im ­
c o m e rc ia liz á -lo s sem co m u n icar ao clie n te a o rig em do produto. O ra, o
portante, com o e a biotecnologia. A c b é um a tentativa de organizar este jo­
c o m p ra d o r tem o direito de sab er a orig em daquilo que está com prando e
go político, reunindo os principais países envolvidos - com o os que dom i­
m u ito s - por razões religiosas e/ou p o r p recaução contra possíveis p ro b le ­
nam as tecnologias em b io tecn o lo g ia e e n g e n h a ria g e n é tic a e os que
m as de saúde - podem decidir não adquirir tais m ercadorias. possuem as m atrizes naturais in situ.
Q ual é o lim ite de tais pesquisas? E le tem sido estabelecido apenas p e ­
A o longo do processo de discussão e im plem entação d a cb , os Estados
los interesses de quem as financia. É preciso regular este cenário, definindo
U nidos m an tiveram -se iso lad o s e não con seg u iram se n sib iliz ar c o m suas
n o rm as q u e d irecio n em as descobertas p ara interesses m ais am plos da so ­
teses os dem ais com ponentes do g-7 e da C om unidade Européia, tradicio­
cie d a d e in ternacional. N esse cam po, não é m ais possível esquecer a ética.
nais aliados. E um a evidência de que, em alguns casos, as arm as não im por­
a tradição sobre a ética em uma írasc, di__ tam quando se vm to m afd ecisõ es em caráter intem ácionaT.
ríam os q u e e la e um a foFma de conduta cujos valores foram acordados entri
D urante a R io -9 £ os Estados U nidos não firm aram a c b , alegando que
as partes envolvidas. É preciso avançar na direção de se discutir e estabele­
m antem a liderança na pesquisa e no desenvolvim ento em biotecnologia em
c e r p ro ced im en to s éticos no trato com as tecnologias que envolvem seres
nível m undial. Eles estavam afirm ando os “interesses nacionais”, neste ca­
v iv o s - co m o é o caso da biotecnologia e da engenharia genética. Do con­
so ilos geradores de tecnologia nas áreas de engenharia genética e biotecno-
trá rio , su rg irã o não apen as novas form as de m onopólios, o que não seria
ogia. Para isso, não se intim idaram diante da grande quantidade de países
p ro p ria m e n te uma novidade, m as, eventualm ente, um a fonte de problem as que a assinaram j á durante a reunião do Rio.
d e saúde e ambientais em larga escala.

121
Os F.s lado.-' I i 111(T<>s recusavam-se a [)íii’iir pelos seres vivos tj11<* < . ri
rem fora d e seus d om ínios territoriais. R ecusavam -se a reconhecer, portan­
B rasil viu sair o pau-brasil, o ouro e, m ais recentem ente, a bauxita, o m iné-
to, a au to n o m ia te rrito ria l e o uso dos recursos naturais de cada E stado n a ­
cio n al - m esm o q u e este uso se dê na form a da preservação. P or outro lado, nafo H a nH ^.n° Vam? te ° T ™ 6 ° S recursos genéticos que são retirados do
pais clandestinam ente - pratica conhecida com o biopirataria.
n ecessitam dos seres vivos p ara viabilizarem suas pesquisas.
A d efin ição d o q u e é recurso natural está vinculada ao patam ar tecno­ I ,c f pr° curou frear o fluxo de m ão única que assistim os até então, re-
ló g ico e x iste n te : é o esto q u e de conh ecim en to acum ulado p elo s seres h u ­ ^ o acesso as tecnolog.as desenvolvidas pelos países centrais
m anos q u e vai d ita r o q u e é ou deixa de ser um recurso natural. Ao trabalhar ÍS g S u a: PaiSCS ° reS d£ reCUrS° S genéÜCOS’ ^omo “ tá escrito ™
c o m seres vivos, o p aradigm a tecnológico da biotecnologia m uda consubs-
ta n c ia lm e n te o c o n c e ito de recu rso n atural. G an h am d estaq u e a fau n a e a Cada Parte Contratante deve adotar medidas legislativas, administrativas ou políticas
flo ra . O ra, neste se n tid o , os p aíses q u e d etêm um esto q u e d e seres vivos
qUe eSS3S - 6m aS * * ™ desenvol-
p assam a o cu p ar u m a posição relevante na ordem am biental internacional, í lü S J t tt f t a L s L .....garantido O acesso a tecnologia-
p o is p o d íjrrrfo rn ecer a-base m ateria1-q n e vat permíTír a realização cias p e s­ * J s-sua-teaaefefên eiarde com um acordo incluindo tecnologia
quisas. E ste é o c a rá te r estratég ico de se p ossuir e m anter am bientes natu­ s” s„p:: s s s ' s
rais. D aí a reivindicação, p o r parte dos países periféricos, de algum tipo de
rem uneração p ara viabilizarem a conservação das espécies vivas.
E ssa tese e ra ra d ic a lm e n te co n trária aos in teresses dos E stados U n i­ ISJ t T f reSPdL° à s? berania- f,“ “ a g u a r d a d o às p a n e s. „o arú g o
15 da c b que dispõe sobre o “Acesso a R ecursos G enéticos” :
dos, que in sistiram , n a fig u ra de G eorge B ush - então presidente do p a ís-,
em p atentear os seres vivos, bem com o os possíveis desenvolvim entos ad ­ 1 Em reconhecim ento dos direitos soberanos
dos Estados sobre seus recursos natu-
v in d o s d a p esq u isa biotecnológica. E m outras palavras: caso um a em presa rais. a autoridade para determinar o acesso a recursos genéticos penence
aos governos
^ ro á ü T õ li parTir de um scr vívcTque U&T.2Y,.
só e x iste n a A rgentina, n ão pagaria nada àquele país, ficando com a totali­
d ad e dos ganhos que viesse a ter. A propriedade intelectual seria da em p re­ Nao bastasse essa passagem , a soberania foi destacada com o um prin­
sa, ainda que a A rgentina m antivesse vivo aquele ser em seu hábitat natural, cipio nos seguintes term os do artigo 3 :
q u e pertence ao território argentino.
P ara qualquer ser vivo da Terra (que não seja da espécie hum ana), não Os Estados, em conform idade com a Carta das Nações Unidas e com os princípios do
Direito Internacional, tem o direito soberano de explorar seus próprios recursos s e ­
há lim ites adm inistrativos que o im peçam de ir e vir - a não ser para aqueles gundo suas políticas ambientais e a responsabilidade de assegurL que ativTdades sob
q u e fo ram d o m esticad o s e vivem em zoológicos, resid ên cias ou qu alq u er sua jurisdição ou controle não causem dano ao m eio am b.ente d e S “
o u tro tipo de confm am ento, com o a lim itação do seu am biente natural pro­ de areas alem dos limites da jurisdição nacional (São Paulo e, 1997:17).
m o v id a pela d evastação. As lim itações que evidentem ente existem são d e­
correntes de aspectos do am biente natural e de possíveis predadores. Assim , O disposto acim a representou uma vitória dos países detentores de re­
alg u m as espécies n ã o o co rrem em determ inadas partes do planeta por res­ cursos geneticos em especial para aqueles que integram o grupo dos países
trições am bientais naturais. M as a tecnologia já equacionou este problem a: periféricos. Em levantam ento da C onservation International de 1997 iden-
atualm ente é possív el reproduzir as condições naturais de um am biente em a n e n tr detentores de grande d iv ersid ad e b io ló g ic a
o u tro lugar, desde q u e se ten h a inform ações dos am bientes e inform ações ap enas os Estados U nidos e a A ustrália são desenvolvidos. A m bos os p aí­
genéticas das espécies. ses, e em esp ecial o prim eiro, defenderam um a gestão in tern acio n al sobre
■,S(r g f i i n t y n centrais j á consum iram grande parte-de sei- os recursos geneticos que ocorrem em^ ç a s naturais, o quo acabaria co m a
a m b ie n te natural <e su as m atrizes g enéticas), o m esm o não acontece com
p arte dos países periféricos. A questão passa a ser, agora, o acesso à biotec­ r- f N ° Processo verificado na D e claraçao de F lorestas, o c o rre u um en-
nologia pelos países periféricos em troca das m atrizes para as experim enta­ frentam ento entre a M alasia e os Estados U nidos. Tradicional fornecedor de
ções pelos países centrais. c io dTs‘n t a M alásia firm ava posição na direção da não-preserva-
Os países periféricos, p o r seu passado colonial, já têm experiência acu­ r^ s í, ,UStlflCaní ^ e ’ os Países Periféricos não poderiam alte­
m u lad a sobre a dilapidação dos seus recursos naturais pelas m etrópoles. O rar seu modelo econôm ico, dadas as condições da crescente p o b re za in ter­
na. A pontava, ainda, para o fato de que, ao não alterarem seu p a d rã o de
122
123
rn n su m o , e, po rtan to , do co n su m o dos rc cu iso s n atu iais e eirergéliCQs, õs
países c e n tra is m a n tin h a m os níveis de em issão d e gases poluentes na a t­
m osfera, não contribuindo para a redução dos problem as referentes ao pos­
sível aquecim ento do planeta.
Os E stad o s U nidos, preocupados em m anter as fontes para d e se n v o l­
v er p esq u isas em b io tecn o lo g ia, in sistiam em m edidas m ais rígidas para a
preservação das florestas, pressionando na direção de se criar um a conven­
ç ã o so b re o tem a. N o v am en te vim os um a ten tativ a de regulam entar o uso
d os recursos n aturais desses E stados-nação pelos E stados Unidos. Tratava-
se de m anter o estoque genético dos países periféricos, que ainda está longe
de ser co n h ecid o nas suas características e possíveis aplicações.
N esse m o m ento, a e stratég ia dos E stados U n id o s torna-se ex p lícita
T ío c u ra n d o dem onstrar força externa para o público interno - num a conjun­
tu ra eleitoral —o presidente daquele país firm ava a posição da sua h egem o­
nia no planeta. N ão assinou a convenção que o obrigaria a pagar —ainda que
na form a de repasse de conhecim ento científico e tecnológico pelas m atrizes
q ue utiliza, ao m esm o tem po que procurou determ inar o uso dos am bientes
naturais d os países im pondo a preservação —tam bém sem rem uneração. Foi
d erro tad o , no en ta n to , em sua p o lítica ex terna. O iso lam en to dos E stados
U nidos n a cb , que não fo ram acom panhados pelos dem ais integrantes do 6 ­
7, e a n ão reg u lam en tação dõ uso das flo re sta s na form a de convenção são
m ostras disso. A lém disso, B ush perdeu a eleição para Bill Clinton, cujo vi­
ce, Al G ore, tinha um a im portante base eleitoral no m ovim ento am bientalis­
ta do país, a qual pressionou a nova adm inistração a assinar a CB. Os Estados
U nidos, em bora tenham se tom ado parte em 4 de ju n h o de 1993, últim o dia
para assiná-la na sede da onu , —e no prim eiro ano da adm inistração C linton
— ainda não a ratificaram ; passados seis anos de sua adesão.
N o arranjo interno ao G-7, assistim os a posições m ais avançadas que a
dos E stad o s U nidos ex pressas pelos países europeus, que se tornaram sig­
natário s da cb no R io de Janeiro. O Japão, apresentou-se de m aneira au tô ­
nom a ao seu tradicional aliado e firm ou a declaração.
O u tro com ponente presente na convenção foi a concepção de um de­
senvolvim ento sustentável, com o aparece no A rtigo 2:

“ Utilização sustentável” significa a utilização de com ponentes da diversidade bioló­


gica de modo e em ritm o tais que não levem, a longo prazo, à diminuição da diversi­
dade biológica, m antendo assim seu potencial para ate n d erà s necessidades e aspira=
ções das gerações futura s e presentes (São Paulo e, 1997:12).

A CB entrou em vigor em 29 de dezem bro de 1993. Em julho de 1996,


c o n tab ilizav a-se 152 p aíses signatários, chegando a 175 no final de 1999,
dos q u a is 168 a ratificaram .

124
1

A C onvenção de M udanças Clim áticas

N o início da d écada de 1990, a A ssem bléia G eral da o n u encom endou


ao Intergovernm ental P anei on C lim ate C hange ( i p c c ) um estudo so b re as
m udanças clim áticas. O IPCC envolveu cerca de 300 cientistas de vinte p a í­
ses neste trabalho e divulgou algum as conclusões im portantes.
A p rim eira d elas fo i a co m p ro v ação d e q u e a tem p eratu ra m é d ia d a
Terra está se elevando. Os dados do ip c c indicavam que a variação positiva
d a tem p eratu ra do p la n e ta e stá oscilan d o e n tre 0,3°C e 0,6 C por décad a.
M ais que isso, os cientistas detectaram dois períodos de aquecim ento m ais
intenso da Terra: de 1920 a 1940 e de 1975 até 1990. ______
-----segunda conclusão surgiu em tom o das conseqüências desse au m en ­
to da tem peratura: será afetada a dinâm ica dos sistem as naturais, resultando
em um a elevação do nível do mar, a partir do derretim ento das calotas p o la­
res, pondo em risco os interesses de países insulares, com o o Japão, e as c i­
dades que se localizam à beira-m ar. A lém d isso, a d istribuição das chuvas
p assará por alterações, transform ando áreas atu alm en te úm idas em áreas
m ais secas e eventuais áreas sem i-áridas em áreas úm idas (M intzer e Leo-
nard, 1994:5-6). .
O un o consenso rói a constaTação de um a m áíõr presença de gases que
intensificam o efeito-estufa (gases estufa) na atm osfera5. A partir deste pon­
to com eçaram a ficar explícitas as divergências que ocorreram (e perm ane­
cem ) em função das causas do aquecim ento da Terra.
Duas correntes científicas procuram explicar o aum ento da tem peratu­
ra apresentando argum entos diferentes. U m a delas destaca a ação antrópica,
identificando na sociedade industrial o elem ento desencadeador do aum en­
to da intensidade das m udanças clim áticas: a civ ilização do com b u stív el
fóssil seria a responsável pela intensificação do CO2 na atm osfera, principal­
m ente devido ao uso de autom óveis.
O utros pesquisadores argum entam que não há conhecim ento científico
suficiente sobre a dinâm ica clim ática da Terra capaz de sustentar a posição
anterior. Segundo eles, o aum ento da tem p eratura pod e estar v in culado a
processos naturais. E sse debate, tendo na ciên cia sua base de sustentação,
influencia as negociações internacionais sobre as m udanças climáticas.
A o longo dos Prepcon duas posições centralizaram o debate: a que de­
sejava estabelecer um índice p e r eapita de em issão de gases na atm osfera.
ta?.ande-e-país qae u ltrap assasse tal índice e crian d o assim um fundo para
pesquisas am bientais; e a postura contrária a esta - vencedora no em bate -
que procurou esvaziar a am eaça das m udanças clim áticas em função da ine­
xistência de dados m ais objetivos sobre a questão, em bora reconhecendo a
necessidade de m anter os níveis de em issão d e gases na atmosfera.
A ssistim os a u m a p o larização entre os E stad o s U nid os e a M alásia,
respectivam ente o país que m ais em ite gases estufa na atm osfera e um dos

125
m aiores d eten to res de florestas no m ando, liderança do G-7. A M alásia ad­ se s e stu fa deveria ser im plantado ao m enos com o um a atitude p re v e n tiv a .'
vogava n a direção de se in tro d u zirem índices de em issão de gases estufa N os term os acordados no Rio de Janeiro, os países centrais, ao congelarem
p e r capita, taxando os p aíses que o ultrapassassem , gerando com isso fundo o s índices de em issão de gases estufa segundo aqueles de 1990, adquiriram
p a ra pesq u isas am b ie n ta is. Ao m esm o tem po, o país q u eria recursos para o direito de m anter seu padrão de consum o. Ao m esm o tem po, restringiram
m anter as florestas, q u e servem com o sum idouro do c o 2. q u a lq u e r p o ssib ilid a d e d o s países p erifé ric o s de im p lem en tarem um au­
A M alásia co n tav a com a apoio dos países das ilhas do Pacífico e estes m ento de em issão de gases estufa na atm osfera.
a rtic u la ram -se em to rn o d e T uvalu, in d icad o p o rta -v o z do grupo. A té o Esse fato foi questionado pelas o n g s nas reuniões do C om itê de N ego­
Prepcon d e N ova York, o últim o antes da cnumad , o Japão esboçava um tí­ ciações Intergovernam ental - com posto pelos países signatários d a CMC e
m id o a p o io às te se s da M alásia. Os d eleg ad o s d aq u ele país foram porém o n g s - que se deram após a c n u m ad . A s prim eiras conclusões do C om itê
convencidos p e lo s argum entos da delegação dos E stados U nidos de que as foram de que a CMC é inadequada, pois perm itiu aos países signatários con­
m udanças clim áticas não representavam tanto perigo quanto indicavam am- g elarem seu privilégio de em itir gases estufa. As pressões para m udar esse
h ifnM liílqf ... _ _ ce n ário , oriundas D rincioalm enle das orçjnnizarnps n ãn .n n iip rn .im ^m iii'
Os E stados U n id o s tinham com o aliados os países exportadores de pe­ b u scav am a revisão da CMC j á n a P rim e ira C o n ferên cia das P artes que
tróleo, q u e não a d m itia m a fixação de índices de e m issão de po lu en tes a ocorreu em ab n l de 1995, em Berlim , A lem anha.
partir de d erivados d e p etróleo sem que se aprofundassem ainda m ais os e s­ As am eaças à segurança am biental global que as m udanças clim áticas
tudos. N o G-7, a p o siç ã o era de se estab elecer um índice para o ano 2000, acarretam foram sim plesm ente negligenciadas pelos Estados U nidos, neste
tese que o p resid en te G eorge Bush não considerava, tendo em vista que d e­ caso em aliança com os países exportadores de petróleo. Se o país perdeu
fendia o con trole de em issão de m aneira autônom a, segundo m etas estabe­ no debate em relação ao acesso aos recursos genéticos, ganhou com am pla
lecidas p o r cada signatário. vantagem na discussão sobre as m udanças clim áticas.

via divulgado os resultados de seu trabalho. Com o não havia a confirm ação
A A g enda X X I
c ie n tífic a do a q u e c im e n to da Terra, elaborou-se um texto tênue. D e m ais
concreto, a CMC in d ica a am pliação das pesquisas sobre as conseqüências da
ação antrópica na d inâm ica da atm osfera. A posição vencedora, capitaneada A A genda X X I pretendia ser um plano de ação para os problem as am ­
pelo s E stados U nid o s, não representou m udanças n a sociedade de consu­ bientais de aplicação im ediata; foi nela que se decidiu sobre os recursos pa­
mo. ra as m edidas n ecessárias ao rearran jo proposto, n a d ireção do b in ô m io
A CMC não significou a solução para os problem as advindos do aqueci­ conservação am biental e desenvolvim ento. E ssa reorganização foi orçada
em US$ 600 bilhões.
m ento global. A d ecisão de m aior destaque entre seus participantes está no
artigo 4, que estabeleceu para as partes a m anutenção dos níveis de em issão Pautada de m aneira indireta, a pobreza apareceu na A genda XXI6. O do­
de 1990 dos gases estufa a partir do ano 2000 para os países desenvolvidos. cum ento dispõe do repasse de recursos para viabilizar os projetos am bientais
Esses países d evem apresentar e de com bate à pobreza, pois assum e que ela leva à ocupação de novas áreas
naturais e à degradação do am biente. Tam bém conceitua as com unidades lo­
inform ações porm enorizadas sobre [...] a projeção resultante de suas em issões antró- cais, nom e dado pela o n u aos povos que vivem sem a organização d e E sta­
p icas por fontes e de rem oções por sumidouros de gases de efeíto-estufa não controla­ dos, reconhecendo sua im portância e a necessidade de m antê-los vivos. E s­
dos p e lo Protocolo de Montreal [...] com a finalidade de que essas em issões antrópi- sas com unidades rep resen tam form as alternativas de repro d u ção d a vida
cas de d ió x id o d e carbono e de outros gases de efeito estufa não-controlados p elo
P rotocolo de M ontreal voltem , individual ou conjuntamente, ao? n íveis de 1 QQD rssn
pt iâ ò í ,p e c ie nuiuana, bem com o dispõem de um saber que interessa ao O ci-
P aulo f, 1997 :26J.
A discussão com eçou com um resgate de uma resolução d a C o n ferên ­
D e tal decisão, cab e interrogar: os índices de 1990 são suficientes para cia de E stocolm o, na qual os países centrais repassariam 0 ,7 % do seu pib
im p ed ir o agravam ento das condições clim áticas e a elevação da tem peratu­ p a ra os países periféricos. A inversão d e fluxos de capital e ra o o b je tiv o
ra do planeta? d e sta m edida, tendo em v ista que, tradicionalm ente, os p aíse s p e rifé ric o s
A in d a que não tenham os um consenso na com unidade científica sobre são exportadores de capital, na form a de rem essa de lucros, p agam ento de
as o rig e n s do aquecim ento do planeta, um m aior controle de em issão de ga- dívidas e tecnologia.

I
126 127

1
f3 u as jjd siçífes' surgiram : os p a ís e s cen trais gue assina vam o r n m p m -
n u sso , m as não lixavam data para im plem entá-lo; e os que assinaram e que­ U Fórum Internacional das o n g s e M ovim entos Sociais
ria m o início o m ais breve possível, insistindo em estabelecer um a data que no âm bito do Fórum G lobal
g irav a em to m o de 1995. A tese alem ã acabou sendo a vencedora, reconhe­
ce n d o o co m p ro m isso do re p a sse a p artir do ano 2000, sem fixar, porém ,
seu início. A au sên cia desses recursos esvaziou a A genda XXI, que ficou c o ­ Fórum rin h ü l f * 01" ! CÜlS ° NGS 6 M ovi" ’entos Sociais no âm bito do
m o um plano de intenções, sem recursos para sua im plem entação. do m ais de três m i/' ^ ■ Um m arco na realização da cnumad . R eunin-
nos u o n Jo Pf ' C' PameS qUC orSanizaram m ais de dois m il sennná-
E m bora com pequena dotação orçam entária para ser operacionalizada,
na A g e n d a X X I tem os aspectos im portantes para a regulam entação das rela­ ticas à ™ f u A n F ? mtenSO trabalh° ’ d6le S3Íram as mais duras c rí-
çõ es am bientais m undiais. É lá que estão os referenciais sobre m ecanism os nas L V o c ^ õ é s : ’^ ^ ^ - ^ e a r a m re su ltad o s ex p ressiv o s
de g estão d os recursos naturais, de participação d a sociedade civil e de re­
conhecim ento d a im portância das com unidades locais, para citar alguns. atéé a foi;
^ ^ tcm aticair,c° r raç ãoP’ epJâ
am bjcntal. ei°p m
mnenos
Êka
M as-eia-fe)-csqucerda. O s re e irrsü sn ã írC h eg aram : õbtev e-se p o u co
na° 3penas entre representantes do B rasil - de
m ais q u e U S $ 15 bilhões do to tal previsto. T am pouco houve m obilização
política p ara atraí-los. tal Era u m a ’ , COmunltanos e religiosos discutindo a questão am bien-
N a p rim e ira p arte da A g e n d a X X I co n stam recom endações so ciais e entre “v e rd L ” è n Ç3° ^ prOVOCava a esp eran ça de um a possível união
firm ar m ovim entos sociais que, infelizm ente, não conseguiu se
econôm icas. N a lista de tarefas encontra-se a m udança dos padrões de co n ­
sum o, a busca do desenvolvim ento sustentável e o com bate à pobreza, den­
tre outros tem as. A atuação das ongs n a cnumad foi intensa, sem cheg ar porém a r e -
su tados expressivos. A pnncipal orientação era a d e exercer a função de lo-
N a seg u n d a parte, têm -se m edidas p ara a conservação dos am bientes : Pr0CUrand0pCrSLlad,r rep resen tan tes das d eleg açõ es a votarem n as
~ . . . -|ue propostas o rtainad- u^s en tre as o n g s . A lemdTscussõcs c n f mde
^
io m disso os cerca
vação d a d iv ersid ad e biológica, a proteção da atm osfera e dos oceanos e a
elaboração de form as de intervenção em am bientes m uito sensíveis à degra­ legaçí5 T ^ * h « ™com
- oreU-n-0 °c ofíCial
tarefa n seg^
“u irParte del6S
in form integrand°
ações re lev ande
tes
dação, visando a m inim ização dos im pactos am bientais. N esse item, alguns para repassá-las ao f ib o n g s
avanços podem ser notados, em especial no que diz respeito à conservação
m uito^rèstrita o pam lelo, a situação era outra. Prevendo que a cnumad seria
dos r.ecursos g enéticos. N o caso do B rasil, tivem os a criação do Program a
N acional da B iodiversidade, na esfera federal, e do Program a Estadual para c T b o ra^se t? ;rI Í n ^ anÇaS a,nlr : ltal,StaS P ^ P ^ e r a m que a sociedade civil
u, t ' A ' ' > j p a ra esta b clec er c o m p ro m isso s e m b u sc a de u m am
a C onservaçao da B iodiversidade (Probio), no estado de São Paulo. saudável e de um a sociedade m ais justa. C om o resultado de reuniões
N a terceira p arte da A genda X X I, propõe-se a participação das m ulhe­
res, das crianças e das com unidades locais nas decisões. Seria um a m aneira 5 T : S ; RBOT V hegOU-Se a m ais de tn n ta t n J . s T a duas de-
laraçoes a D eclaraçao do Povo da Terra e a D eclaração do Rio - e à C a r ­
de aten d er às d em an d as de grupos sociais que têm sido m arginalizados ao t a d a T eira . C ada o n g poderia firm ar até três tratados, em b o ra pudesse se
longo dos anos. com prom eter a im plem entar a todos. puaesse se
A ú ltim a se ç ã o da A g e n d a X X I dispõe fo rm as que v iabilizariam as A s o n g s discutiram a pobreza, o estilo de vida, a questão urbana o ra­
ações sugeridas anteriorm ente. O repasse de tecnologia dos países centrais cism o, a ed u caçao am biental, entre outros tem as. E n tre tan to quase n ad a
para os pobres é apontado com o fundam ental para ajudar a encam inhar a re­
solução dos d esajustes dos últim os. Tam bém indica o alívio da dívida extern o T m õ b m " a r lZ T '" ’ T , 4 CNUMAD‘ S e “ f u n d a m e n ta l fo i
n a dos países em d esen v o lvim ento com o estratégia para conduzi-los ao de
sen v o ly im e n to su ste n tá v e l. As d u as reeo m en d aço es não foram apM cadas1
pelos países credores e/ou geradores de tecnologia.

- . A lguns países isolaram -se, m arcando


128
129
suas m tcnçB cs na. d ireção d o deseuvulvuneiTtrsinu ou do d istn b u tiv iy in o ;
indício de um a m aior abertura à sociedade. D epois dela, ocorreriam novas
outros, re iv in d icav am m edidas urgentes na direção de u m a sociedade p la ­
rodadas, das quais tratarem os a seguir.
n etária m ais eq uânim e socialm ente e am bientalm ente responsável. N ovos
alinham entos deram -se, produzindo arranjos geopolíticos próprios à tem áti­
ca am biental. N O TA S
A lguns países do Sul voltaram -se para um a atitude desenvolvim entis-
ta, indo atrás de tecnologia. O utros, preocupavam -se apenas em conseguir
1 D urante o debate em torno da elaboração da C onstituição de 1988, m uitos proprietários de
recu rso s p ara a preservação am biental. terras n a Am azônia —im aginando que suas propriedades estavam am eaçadas diante de um a
Q uanto ao N o rte, as posições dos Estados U nidos na direção dos seus possível reform a agrária estabelecida no texto constitucional —passaram a realizar queim adas
interesses d estacaram -se dos dem ais. Entretanto, eles não foram alcançados na mata, tentando com isso configurar suas terras com o produtivas e escapar da desapropria­
p le n a m e n te . N a c b , o texto fin al afrontou a p ro p o sta do país. Já na c m c ção para fins de reform a agrária. Isso aum entou enormemente os focos de fogo na mata, des­
pertando a atenção internacional para o problema. Para um a análise da devastação dos recursos
ocorreu justam ente o contrário, com a adogão quase que integral Has suges­ minerais c iW s ia is da A n u /u m a, ver <>1 IVHIKA ( IV>X7), VAI V l k l >1 f l ' W ) e S ABI R
tões d os Estados U nidos. (1996).
A C om u n id ad e E uropéia firm ou os protocolos pois possui internam en­ ■A posição do govem o brasileiro nesta reunião foi publicada na obra O desafio do desenvolvi­
te instrum entos d e gestão am biental ainda mais avançados que os estabele­ mento sustentável ( b r a s il . Presidência da República. Comissão Interm inisterial para Prepara­
ção da Conferência das N ações U nidas sobre M eio A m biente e D esenvolvim ento, 1991) na
cidos. O Japão, o ra atuou de m aneira autônom a, ora ju n to u -se aos Estados
qual encontra-se uma descrição dos problem as ambientais do país e um balisamento das posi­
U nidos. ções externas do govem o nas negociações preparatórias.
E stes foram alguns dos ecos da c n u m a d . N este caso, o am biente natu­ 3 O N osso Futuro Comum,, que tam bém ficou conhecido como Relatório B rundtland (Com is­
ral foi entendido pelos países envolvidos com o um instrum ento a serviço da são M undial sobre M eio A m biente e D esenvolvim ento, 1988) é p roduto do trabalho de um a
internacional, o am biente a in ­ com issão de 2 1 membros de diversos países que, entre 1983 e 1987, estudaram a degradação
da e tid o com o aTgo exterior à representação da vida. M ais que isso, a socie­ do desenvolvimento sustentável. Para uma interpretação deste relatório, ver Berm ann (1992),
d ad e h eg em ô n ica (de base ocidental) recria a própria vida, reproduzindo-a H erculano (1992), M alm on (Coord. 1992), O liveira (1992), W aldm ann (1992 a),G onçalves
em laboratórios d e pesquisa. P ensa e produz o am biente com o recurso natu­ (1996), Ribeiro eta l. (1996), Sachs (1993), Cavalcanti (org. 1995), C hristofoletti et al. (orgs.
ral. M esm o com a consciência da lim itação dos recursos, não se propôs, na 1995), Viola e t al. (1995), Vieira e W eber (orgs. 1997) e Castro e P in to n (orgs. 1997). U m a
idéia alternativa ao desenvolvim ento sustentável é apresentada por A lier (1998): para o econo­
c n u m a d , a transform ação das relações que reproduzem a vida - inclusive a
m ista espanhol, a população carente é am bientalista sem afirm ar-se co m o tal, dado seu baixo
h u m an a —com o fo ra veiculado por seus organizadores. consum o de produtos.
C ertam en te, a m aior co n trib u ição da c n u m a d foi d ifu n d ir a tem ática 4O bjeto de estudo dos antropólogos e geógrafos, o im aginário de o utros grupos sociais não
a m b ien tal pelo m undo. D epois da sua realização, a pauta política incorpo­ ocidentais é um contraponto interessante para a concepção hegem ônica do ambiente, cujo ca­
rou o am biente. S e isso ainda não representa um a possibilidade de transfor­ ráter essencialm ente utilitarista com eça a ser questionado. Assistim os o estudo de outros gru­
pos sociais com o objetivo d e apreender as técnicas de manejo do am biente em que vivem, nu­
m ação —o que seria difícil se lem brarm os que a m aior parte d a ordem am ­ m a tentativa de ganhar tem po na corrida para descobrir as potencialidades d e seres vivos até
bien tal internacional opera segundo as instituições das N ações Unidas - ao então não valorizados. A o aprender com povos indígenas da Am azônia, por exemplo, a prepa­
m enos e stá sendo construído um sistem a para regular as ações hum anas e os ração de rem édios ou alim entos, m enos que um intercâm bio cultural, objetiva-se incorporar
im pactos que elas geram no am biente. aquele saber-fazer para produzi-lo na escala da sociedade de consum o de massa.
Porém, olhar para esses modos de vida hum ana alternativos à sociedade de consum o pode in­
A pesar de se divulgar que “o m undo estava em nossas m ãos” e que era dicar caminhos no necessário recriar das relações humanizadas, colocadas em questão a partir
a d errad eira oportunidade de salvar a Terra para as gerações futuras, as po­ do momento em que os conhecim entos científico e tecnológico indicam problem as que envol­
siçõ es dos p rin cip ais países basearam -se no realism o político. O s Estados vem a própria subsistência da espécie hum ana. Na viagem da história hum ana, a civilização
U n id o s, p o r ex e m p lo , assinaram apenas os docum entos que salvaguarda­ -Q etdental-volta^se-para os selvagens que com bateu e catequisou a a lg u n s séculos atrás [...)
buscando novas “ velhas” fèfeíênciaíTpara a reprodução da vida.
vam seus interesses, com o a D eclaração de Florestas e a CMC. Entre os paí­
A procura pelo conhecim ento das com unidades locais —como os povos indígenas, os quilom -
ses periférico s, a posição realista foi reafirm ada na CB, quando conseguiram beiros, os caboclos e os caiçaras —tem aberto uma nova frente de luta p ara este segm ento da
g rafar o direito às tecnologias e aos processos advindos de suas m atrizes de sociedade. Trata-se do reconhecim ento de seu “saber fazer” e do pagam ento pelo seu uso no
info rm ação genética. desenvolvim ento de qualquer produto. E ntre as lideranças políticas envolvidas neste debate,
A c n u m a d n ão foi o com eço nem o fim da ordem am biental interna­ destaque-se a professora de história e senadora Marina Silva, do Partido dos Trabalhadores pe­
lo Acre, j á foi hom enageada mesmo fora do país por esta luta.
cio n al, m as ao m enos garantiu a participação das o n g s , o que pode ser um

130
131
? 0 efeito Cim f a ocorre naturalm ente n d l b n a e e i r respúnsã veT peTõ surgTmento da víHa, pòis~
m antém as condições clim áticas nos níveis atuais. Ele ocorre devido à presença de uma cam a­
d a de gases que absorve parte da radiação solar e impede que ela retom e à atmosfera. Se esse
efeito f o r intensificado a partir da concentração elevada dos gases estufa, a tem peratura terres­ A ORDEM AMBIENTAL INTERNACIONAL
tre poderá elevar-se a ponto de impedir a reprodução da vida humana. Os principais gases-es-
tufa são: o gás carbônico (c:o2) produzido a partir da combustão de combustíveis fósseis ou da
APÓS A CNUMAD
queim a d e áreas naturais como ocorre na Floresta Amazônica; o metano ( c r ,) produto das ati­
vidades agrícolas; os com postos de Clorofluorcarbono (cfc), gás que não se encontra no am­
biente natural, sendo produzido em escala industrial e em pregado em máquinas usadas para re­
frigerar, com o geladeiras, freezers e condicionadores de ar. Com m enor participação tem os o
óxido nitroso (N2O), o ozônio (03 ) e o vapor d'água (H2O).
6 Para um a interpretação da Agenda XXI, ver Barbieri (1997).
7 O s tratados foram publicados em Tratados das ONGs, 1992.

Após a c n u m a d , outros organism os para a regulação de relações in te r­


nacio n ais so b re o am b ien te foram p ro p o sto s, in terv in d o d ire ta m e n te na
construção d a ordem am biental internacional. R eferim o-nos à reu n ião que
resu lto u na criação da O rganização M undial do C om ércio — o m c , às R e u ­
niões das Partes da c b e d a c m c e à instalação de um sistem a de qualidade
am biental, instituído por m eio da série ISO 14000. O utro ponto de destaque
foi a realização da C onvenção para o C om bate à D esertificação C o nferên­
c ia das N ações U nidas p a ra C o m b ater a D ese rtifica ção nos P aíses S e ria ­
m ente A fetados pela Seca e/ou D esertificação, em especial na Á frica — c d ,
em Paris, em 1994. Todos estes elem entos configurarão um a com plexa rede
de ações internacionais, com o verem os a seguir.

O U TR O S O R G A N ISM O S IN T E R N A C IO N A IS E O A M B IE N T E

U m a_das .e.v idencias-d a m p o rta n & i a da-te m átiea-am brental-é -a-s u a -trr-
corporação p o r outros organism os in tern ac io n ais, com o a o m c , que será
destacada a seguir.

132
133
A Organização frfundiahlo Cuméiúv ---------- ------------------* - sos genéticos: im aglna-se que eles possam sacar os argum entos d a Conven­
ção, reivindicando o acesso à tecnologia usada no aprim oram ento genético
A OMC, o rig in ária das rodadas de negociação do g a t t , foi gestada para­ de seres vivos que ocorrem em seu território. Tam bém especula-se que va­
le la m e n te às re u n iõ e s da c n u m a d . E sse organism o m u ltilateral tem com o leria o princípio da precedência, o que privilegia as norm as da CB que foram
o b je tiv o e sta b e le c er m ecan ism o s q u e facilitem o co m érc io internacional. geradas antes da OMC.
D iv erso s in teresses fizeram porém , com que ela abrigasse, entre suas atri­
b u içõ es, o co n tro le so b re serv iço s e, prin cipalm ente, sobre a propriedade
industrial, na fo rm a de patente e C o p y r i g h t (Prim o B raga, 1994:283). A série iso 14000
O aum ento d a v e n d a de te cn o lo g ia levou à reg u lam en tação das rela­
ções com erciais em escala internacional. E evidente q u e os países m ais in­ O utra referência m ultilateral é o sistem a de qualidade e gestão am bien­
teressados em estab elecer um ajuste no com ércio eram os produtores de co­ tal que ficou conhecido com o ISO 14000. N a verdade, trata-se d a im plem en­
n h e c im e n to a p lic a d o , co m o os E stad o s U nidos. E les tiveram um papel tação de lim ad as resoluções .ria A g e n da. X X L que. r.r.ioi.i-o gc-ipa -de-trabalhei
d ecisiv o no co n certo das nações envolvidas nas rodadas do g a t t . M as não tc -2 0 7 . Este grupo, com posto p o r diversos países, p asso u a se reu n ir para
pararam aí. E n v o lv eram países na adoção de leis internas de propriedade in­ estabelecer norm as de certificação de qualidade am biental para grupos em ­
te le c tu a l1. presariais.
C o m o fo rm a de p re ssio n a r os p aíses a ad o tarem leis bran d as, isto é, A certificação o co rreria a p artir de um a em presa ho m o lo g ad o ra, que
que servissem a seus interesses, os Estados U nidos am eaçavam utilizar um fiscalizaria as em presas certificad as. Para p leitear um certificad o da série
d isp o sitiv o in te rn o q u e im põe sanções a parceiros com erciais. T rata-se da ISO 14000, um a in d ú stria deve to m a r m edidas p a ra re d u z ir os pro b lem as
O m n ib u s Trade a n d C o m p etitiven ess A ct, co n hecida m u n d ialm en te com o am bientais causados pelos processos produtivos que em prega. A lém disso,
J_£LS p ecia l 3Q1. de 1988. C om esse m ecanism o, os Estados U nidos estabe­ -os-im p actos am bientais do o ro d u io têm de ser an alisad o s d esde as fo ntes
leceram a p o ssib ilid a d e de in stitu ir m edidas,com o o blo q u eio de im porta­ energéticas que vai consum ir, passando pelos m ateriais, sua vida útil e des-
ção ou ex ig ên cias técnicas im possíveis de serem alcançadas, aos seus par­ tinação após o uso. O u tra in o v ação im portante da série ISO 14000 é que a
ceiros com erciais (G oyos Jr., 1994:132). resp o n sab ilid ad e ju ríd ic a d e p o ssív eis problem as a m b ie n tais fica para o
A lém disso, os E stados U nidos enfraqueceram a O rganização M undial proprietário (ou acionista m ajoritário) da em presa, em vez de recair isolada­
d a P ro p rie d a d e In telectu al ( w i p o ) , criada em 1967. A principal razão para m ente sobre um técnico.
isso é o fato d esse organism o m ultilateral não prever sanções aos países que A série ISO 14000 gerou novas especulações. U m a delas diz respeito à
se re c u sa m a c u m p rir o aco rd ad o . N a verdade, a w i p o acab o u sendo útil po ssib ilid ad e de se cria r m ecan ism o s p ro tecio n istas, c o m os p a íse s e x i­
a p en as p o r p e rm itir o reg istro m un d ial de m arcas e desig n s, sem avançar gindo certificação para a entrada de produtos im portados.
m u ito no cam p o da p ro p ried ad e intelectual. Tal brecha foi aproveitada p e­ O utra especulação decorre de um a brecha na legislação que criou a sé­
lo s E stados U nidos p a ra forçarem a inclusão do tem a, de acordo com seus rie. D ecidiu-se que a c ertificaç ão vai se v aler das n o rm as a m b ie n tais do
interesses, na o m c . O país obteve total êxito em sua iniciativa. Ao contrário país. Assim, um país que im põe um m enor controle am biental po d eria certi­
d a ex p e riê n c ia da c n u m a d , na o m c o peso dos países periféricos nas deci­ ficar um produto que, em outro país, seria desclassificado. P ara a em presa,
sões foi b a sta n te reduzido. D isso resultou, por exem plo, o reconhecim ento a principal vantagem seria o selo im presso na em balagem , pouco im portan­
d o patenteam ento de m icroorganism os - posição contrária à da CB e aos in­ do se ele foi conseguido a partir de leis mais ou m enos exigentes.
teresses dos países detentores de grande estoque genético, com o o Brasil.
A con seq ü ên cia m ais grave deste confronto de acordos é jurídica. N e­
n h u m ju rista d o m u n d o até o m om ento"opinou sobre õ seguintélTrõblema: A S C U I N r Ü K fcm J lA S D A S P A R T E S
quan d o o c o rre r uma d ivergência entre países signatários da C onvenção so­ D Á S C O N V EN Ç O ES DA c n u m a d ___________________________________________ _
b re a D iv ersid ad e B iológica e da o m c , qual dos textos terá validade ju ríd i­
c a ? A re s p o sta está p o r vir, q u ando surgir um a situ a ção concreta. P or en­ E m 1997, chefes de E stad o reunidos em N ova Y ork re a liz a ra m um a
q u a n to , e x is te m ap en as esp ecu laçõ es. E spera-se q u e um país deten to r de avaliação das decisões da c n u m a d , procurando quantificar o q u e h av ia sido
tecn o lo g ia ap ó ie suas teses na OMC, o que o desobrigaria de cum prir o acer­ im plem entado. Os resultados foram desanim adores. Q uase n ad a h av ia sido
ta d o na C onvenção. O contrário é esperado para um país detentor de recur- realizado e as perspectivas eram ainda piores. O E arth Sum m it, com o ficou

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nfiirhf.c rd o , rt'.si il \ 1.11 iiu&nsihcaiaoH ‘s na a ie a um l rt..! c im p lem entai
novos fin an ciam en to s p ara os países sem recursos para aplicar um m anejo bro e dezem bro de 1994, estabeleceram -se as norm as de funcionam ento das
sustentado e m su a s reservas. reuniões das partes.
J á no R io d e Janeiro ocorreu, tam bém em 1997, a R io+5, evento orga­ Na segunda reunião das partes da cb , realizada em Jacarta, Indonésia,
n izad o por o n g s , fech ad o ao p úblico para av aliar o que havia sido im p le­ em novem ro de 1995, definiu-se pelo estabelecim ento de um protocolo es-
m e n tad o da c n u m a d . N esse caso, as c o n clu sõ es foram p ratica m en te as p e c ih c o p a ia a biosegurança. P a ra in ic ia r os estudos que su b sid iariam os
m esm as que a d o g ru p o oficial. Q uase nada do acordado havia ganhado ca­ elaboradores do protocolo, foi criado um G rupo de Trabalho para B iosegu­
ráter o p eracional. A p esar disso, lentam ente encontram -se avanços n a d ire­ rança. ( >s objetivos deste grupo eram vistoriar a m anipulação de o rg a n is­
ção de co n stru ir u m a m edida internacional que garanta a todos as condições mos, seus riscos e sucessos, procurando im pedir que algum a falha possa g e ­
de h ab itabilidade. C onform e estabelecido em docum entos firm ados no Rio rar am eaças à vida na Terra. P ara tal, ele reuniu especialistas de todas as
de Jan eiro , o c o rre ra m várias reu n iõ es entre as p artes da cb e da CMC, que partes do m undo, que se dedicam a estudar o desenvolvim ento de o rg an is­
verem os a seguir. Iniciarem os com as discussões sobre b io segurança. trava - mos geneticam ente melhorados.
dãs pêlãs P artes d a c b . Depois, abordarem os as discussões sobre m udanças -Btienos A nes,"A rgentina, seria a terceira reunião das partes da cb , em
clim áticas envolvendo as partes da CMC. novem iro de 1996. N a ocasião, a pauta esteve voltada para o acesso ao co ­
nhecim ento das com unidades tradicionais e ao uso sustentado das reservas
naturais.
A í discussões sobre biosegurança Na Q uarta C on ferên cia das P artes d a C onvenção sobre D iv ersid ad e
B iologica, realizada em B ratislava, E slováquia, em m aio de 1998, as d is­
O conceito de biosegurança tam bém com põe a ordem am biental inter­ cussões foram a respeito da biosegurança, do turism o ecológico com o a lter­
n a c io nal, q liando e s t u d a m o s a b io d iv ersid ade. C om o vim os, por biosegu- nativa e p reservação am biental, da p a rticipação das co m u n id ad e s locais
= stn rg aia n lia de que as condições dettaTõTlaT)iTidade da espé­ em projetas, d e m an u ten ção d t c sm q u c gen ético e ® tnoaTW Tsidade em
cie hum an a na T erra sejam m antidas. Isso en v o lv e um a in fin id ad e de aguas interiores (lagos, rios e rep resas) no m ar e na costa. E stiveram p re ­
cam p o s, com o, p o r ex em p lo , o da p ro d u ção de alim entos. N esse caso, os sentes nesta reunião mais de cem países signatários da cb .
cuidados são direcionados para evitar o surgim ento de pragas que am eacem D entre as decisões da reunião de B rastislava, cabe d e stac ar o reforço
as culturas e os anim ais produzidos para o abastecim ento hum ano. da atividade turística com o p o ssibilidade de uso sustentado de áreas n a tu ­
A questão ética perm eia todo o debate sobre biosegurança. E la envolve rais. A R eunião de M inistros, ocorrida nos prim eiros dias d a C o n ferência,
a clonagem (reprodução) de seres vivos e de seres hum anos, bem com o pro­ apontou a im portância de se envolver a com unidade local em atividades tu­
c u ra restringir as pesquisas científicas e tecnológicas para evitar que d esli­ rísticas e recom endou-se que as experiências nacionais sejam relatadas n a
zes gerem seres incontroláveis. E ste é seu aspecto m ais controverso, tendo C onferencia das Partes de 2000, em N airobi, no Quênia.
p o is m uitos c ie n tista s se opoem a ter suas ativ id ad es vigiadas, alegando D ecidiu-se elaborar um protocolo que regule a cooperação técnica en-
u m a possível queda no núm ero de descobertas científicas. vo ven o países que possuem estoque genético e os que dispõem de tecno-
O utro asp ecto étic o d iz respeito ao d ireito dos seres hum anos altera­ ogia em engenharia genética e em biotecnologia. Incentivou-se tam bém a
re m os dem ais seres vivos de acordo com suas necessidades. N a verdade, realização de parcerias m ultilaterais.
em bora isso j á ocorra há muito tempo, a possibilidade de projetar um ser vi­ A discussão do tem a da biosegurança não dem onstrou avanços. D eci-
vo é algo rela tiv a m e n te novo que, com o aleg am os que tentam im p ed ir a dm -se acatar a sugestão de m uitos países para realizar mais d u as reuniões e
m anipulação genética, pode gerar riscos à dinâm ica planetária. um a onlerència das Partes E xtraordinária para deliberar so b re o co ntrole
For fim, m as nfto m enos im portante, surge _ a . quee —a nianipu ação genética. E sse é um d o s m ais relev-antes-asstmtos^danefi,
realm ente um a inovação tecnológica quando se Frata de engenharia genética. p o sl^ q u e vai regular a coleta, o transporte e o uso dãs m atrizes genéticas e
A lterar o código genético consiste em inovação? A té que ponto aquilo não i as técnicas de en genharia g en ética e b io tecn o lo g ia de m a n e ira que n ã o
ocorreria por interm édio da evolução natural ou em uma m utação genética? am eace a reprodução da vida hum ana n a Terra. Seu o b jetiv o é evitar, p o r
E stas questões alim entam o debate, que deverá ser muito aprofundado. exem plo, a contam inação de culturas com o o trigo, a soja, o arro z e a batata
P aia tratar deste rol de temas, as partes da cb realizaram um a série de base alim en tar do m undo - por novos m icroorganism os ou pelo su rg i­
reuniões. N a prim eira delas, que ocorreu em N assau, Bahamas, em novem ­ m ento e a gum a praga desenvolvida a partir do uso inadequado das técn i­
cas de m anipulação genética.

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-------- A quc3tão que nos parccc-mais substauli va, puiém, advém da lelação eu- C onferencia das Fartes d a c m c . R esolveu-se ainda, fortalecer e am pliar o
tre a CB com outros tratados internacionais sobre o am biente. O grupo de tra­ prazo para q u e o grupo d e trabalho realizasse o trabalho de aprofundar as
balho q u e abordou este aspecto percebeu ser a tem ática abarcada pela C on­ pesquisas sobre as m udanças clim áticas.
v e n ç ã o som breada por outro s instrum entos, entre eles o que regula a Em K yoto, ao contrário das reuniões anteriores, assistim os a um a das
propriedade intelectual. E ste último, reconhece o patenteam ento de m icroor­ m ais im portantes rodadas da ordem am biental internacional.
g anism os, o que não consta da CB. C om o j á vim os, isso pode representar um Os dados divulgados pelo ip c c eram preocupantes. O C anadá e os E s­
problem a: quando países signatários dos dois docum entos estiverem envolvi­ tados Unidos aum entaram as em issões de gases estufa cerca de quatro vezes
dos e m um a controvérsia, qual será usado para julgá-la? O debate prossegue. m ais que todos os países d a A m érica L atin a (R osa, 1997:1-3). E ra preciso
D ecidiu-se c ria r um grupo de trabalho para averiguar m elhor a questão, em ­ conter este ritm o. Ao m esm o tem po, o m undo capitalista passava por m ais
bora j á tenha sido discutida a tese da precedência da CB sobre o outro tratado. um a de suas crises cíclicas: dim inuir a em issão significaria reduzir a ativi­
dade econôm ica, acarretando mais desem prego.
Em Kyoto duas-novas 4dcias ganharam ndestaq u e.'U nia delas p ropunha
A i d iscu ssõ es sobre m udanças clim áticas transform ar a em issão de gases estufa em um negócio. A outra, visava a cn -
ar um fundo para pesquisas am bientais, tendo com o parâm etro os índices de
A pós a c n u m a d , um a série de reuniões alteraram as negociações inter­ poluição dos países desenvolvidos. A prim eira indicação foi feita pela dele­
n acio n ais sobre as m udanças clim áticas. A prim eira C onferência das Partes gação dos E stados U nidos. A outra, pela do Brasil.
d a CMC ocorreu em B erlim , em 1994. A segunda teve lugar em G enebra, em Os Estados Unidos propunham abrir m ais um a frente de negócios, que
1996; a terceira em K yoto, em 1997 - quando se estabeleceu o Protocolo de poderíam os cham ar de “negócios cin za”. Tendo com o base os indicadores
K yoto ( p k ); a quarta em B uenos Aires e a quinta deu-se em Bonn. de em issão de gases estufa de 1990, apresentados em relatórios pelas Partes
O m aior objetivo da Prim eira C n n fp .ré.n r.ia das Partes da CMC foi irople- pt»18. r lp se n v nI vTdo ftã o
r fis fa h e l e r^ r n s e g u i n lfe, s ê u m qaíí
rnentar ajustes m ais rígidos em relação ao controle da em issão de gases es­ atingisse o que foi estabelecido com o m eta de redução de em issão de gases
tu fa na atm o sfera. E n tre ta n to , nem m esm o o co n sen so dos pesquisadores estufa ele, poderia “com p rar” de outro país a d iferença entre o lim ite esta­
e m to rn o do a u m en to da te m p e ra tu ra no p lan eta perm itiu que propostas belecido e a efetiv a redução, introduzindo técnicas de co n trole am biental.
m ais avançadas fossem discutidas - com o por exem plo, a dos países insula­ Tal princípio já fora acertado no Protocolo de M ontreal, com o vimos no ca­
res e da A lem anha. Tais países advogaram pela redução de 20% dos índices pítulo “De E stocolm o à R io-92” . O argum ento é que não im porta da onde
d e c o 2 até 2005, tendo com o base o total em itido em 1990. saem os gases, mas sim a quantidade que chega à atm osfera. E sta proposta,
Em B erlim aprovou-se que, para o ano de 2000, fossem m antidos pe­ caso im plem entada, resultaria na com pra do direito de p o lu ir e não c o n tri­
los países desenvolvidos os m esm os níveis de em issão de CO 2 m edidos em buiria com a m udança do m odo de vida, prim eira razão a ser ponderada na
1990. A lém disso, in stituiu-se um grupo de trabalho para elaborar um plano dim inuição dos efeitos d a devastação am biental.
d e controle efetivo das fontes que contribuem para o aquecim ento global. A A proposta brasileira tinha com o base evidências científicas: os gases
d isc u ssã o d o re la tó rio fin al d este grupo o co rreu em K yoto, no Japão, na estufa perm anecem na atm osfera por cerca de 140 a 150 anos, segundo in ­
Q uarta C o nferência das Partes da CM C, em 1997. dicam as pesquisas. D esta m aneira, as conseqüências atuais das m udanças
D entre o s form adores de opinião da sociedade civil mundial, a insatis­ clim áticas - se confirm adas as especulações de que elas tê m com o causa a
fação com os resultados do encontro em B erlim foi geral. Eles se defronta­ em issão de gases estufa n a atm osfera —são resultado das em issões p retéri­
ram com os opositores a m edidas mais rígidas para o controle de gases estufa tas. Sendo assim , o B rasil propunha que os países em issores gases no passa­
n a atm osfera, com o parte dos países desenvolvidos e os países produtores de do. aqueles que realizaram a 1? R evolução Industrial, fo ssem responsabili­
petróleo. O u seja. h o u v e u m a aliança entremos que produzem e co n so m em zados pelas m ud an ças clim áticas e pagassem pelos danos. O prin cíp io do
carro s - c o m todo o peso q u e possui a indústria autom obilística na geração poluidor pagador era sugerido com o m edida para regular as relações sobre
d e divisas, d e im postos e de em pregos, em um quadro de desem prego estru­ as mudanças clim áticas. Os poluidores deveriam , então, p ag ar um a taxa que
tural e m u n d ialização da p rodução - aqueles que extraem a m atéria-prim a iria para um fundo - o qu al recebeu o nom e de F undo p a ra o D esen v o lv i­
para produção do com bustível queim ado pelos motores. m ento Limpo - com o objetivo de financiar o desenvolvim ento de técnicas
Em G enebra, as negociações foram ainda piores do que em Berlim . A capazes de reduzir a em issão de gases estufa e de criar m aneiras de absorver
decisão de m aio r d estaque foi a aceitação de K yoto com o sede da Terceira aqueles que estão na atm osfera.

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N esse cam p^tom faém -i?^rm?rak?TrterTegis-t rar-a-tdéía-dc-vá rtos-p e sq u í^ TABELA 1 - — -
sad o res b rasileiros, dentre eles o p rofessor A ziz N acib A b'sáber, para se in­ Em issão de CO2 —Total nacional de países selecionados em gigagramas
tro d u zir o reflorestam ento em grande escala para que as árvores, ao cresce­
rem , absorv essem CO2 e servirem com o sum idouro. Tal program a, cham ado País 1990 1994 1997
d e Projeto Florestas para o M eio A m biente (Floram )2 foi reconhecido inter­ Alemanha 1014501 904112 894000
nacionalm ente, recebendo prem iações de organism os da o n u . Estados Unidos 4928900 5 1 46100 5455553
E ra a p rim eira vez que o B rasil apresentava um a sugestão d e fato nas Japão 1124532 1213940 1230831
Total 7067933 7 2 64152 7580384
ro d ad as d a o rd e m a m b ien tal internacional, tendo essa, de im ediato, apoio
d a C olôm bia e d a A lem anha. Ela acabou sendo acatada pelas Partes, em bo­ Fonte: http://www.unep.org. Novem bro de 1999.
r a ainda não te n h a m o s um a d efin ição do Fundo p a ra o D esen v o lv im en to
L im po, que fico u para ser acordado nas próxim as reuniões das partes.
_____ O s E sta d o s U nidos, en tretan to , tiv eram um a no v a d e rro ta n a esfer-a E m outubro e n o vem bro d e 1999 o correu m ais um a ro d a d a da CMC.
a m b ien tal in tern acio n al. S ua su g estão não foi acatada em K yoto, em bora D esta vez a reunião foi em B onn, A lem anha. A C om unidade E uropéia p ro ­
não tenha sido totalm ente descartada. E spera-se que ela venha a ser im ple­ pôs q u e o p k entrasse em v ig o r até ju n h o de 20 0 2, no an iv e rsário de dez
m entada d entro das próxim as rodadas da CMC. anos da c n u m a d , a qual foi aplaudida pelos am bientalistas.
Ficou determ inado no p k um tratam ento diferenciado para as partes na O utro destaque da reunião de B onn foi a posição dos “E stados-ilhas” ,
definição das m etas de redução da em issão dos gases estufa, conform e o ar­ que divulgaram um m anifesto por m eio da A liança dos E stados-ilhas - que
tigo 3: congrega 43 países insulares a pequenos arquipélagos do Pacífico - em que
afirm am já estarem sentindo os efeitos das m udanças clim áticas. S egundo
As Partes incluídas no Anexo !(...) devem reduzir sua emissão de gases em 5% sobre in d icaram , a elevação do n ív el do m ar a tin ge já índices p reo cupantes, e x i­
o que om itiam cm 1990 no período de 2008 a 2012 (http://w ww.un.org/dcpts/trcaty/ gindo um a m udauça 11a atitude dos principais em issores de gases estufa.
final/ts2/new files/part-boo/xxviiboo/xxvü_7.htm l- Setembro de 1999).
Entre os países asiáticos tam bém surgiram m anifestações pela m u d an ­
ça de atitude dos países cen trais. A d elegação do C am boja, p o r ex em p lo ,
A s partes d o A nexo 1 to talizam 39 países desenvolvidos, incluindo a
afirm ou que o aum ento da intensidade das cheias nos últim os anos tem rela­
C om unidade E uropéia. O índice de redução de 5,2% é um a m édia do total a ção direta com a em issão de gases estufa.
ser reduzido: países com o o Japão, por exem plo, tiveram a determ inação de
Os E stados U nidos co n tinuaram decididos a não ratificarem o p k en ­
6% de redução. P ara a C om unidade E uropéia e seus m em bros ficou deter­
quanto os países periféricos não tiverem que reduzir sua em issão de gases
m inada um a dim inuição em 8% e para os Estados U nidos coube um a dim i­
estufa, e insistiram n a proposta de transferir cotas de poluição entre as p a r­
nuição d e 7 % 3.
tes. E m tal decisão continuam praticam ente sem apoios significativos.
Estes resu ltad o s p recisam ser ratificados por 55 partes, dentre elas as
que em item ju n ta s 55% dos gases estufa que constam do p k . A qui surgem
as d ificuldades. N o final de 1999, 84 países faziam P arte do p k , dos quais A C O N F E R E N C IA D E D E S E R T IF IC A Ç A O _________________________
apenas 13 o haviam ratificado. Eles não podem ser “vistos” no m apa 9, pois
são “E stados-ilhas” . Seu interesse na im plem entação do protocolo é eviden­
Não faltam polêm icas quando o assunto envolve a tem ática am biental.
te: podem desaparecer, se forem confirm adas as m udanças clim áticas.
Nas d iscu ssõ es sobre m ud an ças clim áticas, ela ocorre n a e x p lica ção d a s
A m a io r dificuldade para a im plem entação do p k é de ordem econôm i­
causas da ocorrência do fenôm eno. E m relação à desertificação, com eça na
ca. Os principais p aíses poluidores, com o os Estados U nidos e o Japão, con- definição do conceito.
M uitos autores acreditam qüef a desertificação é u m a conseqüência das
m uito sua e co n o m ia para atingirem as m etas acordadas em K yoto. No pri­
m udanças clim áticas. Para C onti (1998) o conceito só pode ser aplicado p a ­
m eiro caso , o C ongresso vem insistindo que não é ju sto o tratam ento dife­
ra regiões sem i-áridas. Suertegaray (1992) entende por desertificação a d e ­
ren ciad o co n ced id o às partes em desenvolvim ento e se recusa a ratificar o gradação de am bientes os m ais diversos tendo com o força m otriz a ação an-
p k enquanto tais partes não forem tam bém incluídas entre as que devem re­
trópica. Para D rew
duzir a em issão de gases estufa na atmosfera.

140 141
A ^ s e rtífío a ç ã o l llugar r i m argens c >focalmente t Em 1999, trDrasil sediuu em Recife a terceira reurrfao tfasTaries tfa
cunscritas do q ue em extensões uniformes. [...] O fator desencadeante da desertifica-
ção é o excesso d e população, pelo fato de o povo abandonar o nom adism o para se
cd N ela buscou-se o estab elecim ento de políticas efetivas para os vários
.
instalar em determ inado local. O financiamento de sistemas de abastecimento de água países afetados por este problem a, com o é o caso do Brasil.
por organism os internacionais tem sido causa involuntária do fator desencadeante, à No final de 1999, 159 países participavam da CD, dos quais 115 signa­
m edida que isso reúne gado e com unidades hum anas instáveis. Essas zonas concen­ tários (ver m apa 10 ).
tradas são as m ais propensas à desertificação (Drew, 1994:40).

A desertificação não pode ser associada sim plesm ente à falta d'água ou Após a reunião do R io de Jan eiro oco rreram novas rodadas de n e g o ­
a prolongadas estiagens. Ela tem com o causa m ais am pla a m á utilização do ciação envolvendo a tem ática am biental. A s C onferências das Partes esta­
solo e suas conseqüências são notadas co m m ais clareza em áreas com o as vam previstas nos docum entos firm ados durante a cnum ad e alteraram a l­
descritas por Drew. gum as de suas resoluções. E ntretanto, outros organism os tam bém tiveram
As áreas sujeitas à desertificação n em sem pre circunscrevem -se a de­ de tratar da tem ática am biental. Rste fato deve ser v isto soh Hnis ânaulng-
sertos - com o apontou D rew —estendendo-se por outras partes da Terra que no prim eiro, é um a evidência da im portância que os problem as am bientais
não são d e sé rtic a s —aqui enten d id as do p o n to de v ista clim ático sujeitas, adquiriram , sejam como fontes de novos negócios, sejam com o fonte de ris­
portanto, a prolongadas estiagens, ainda que recebam grande quantidade de cos am bientais globais; o outro ângulo indica que as Partes derrotadas estão
ág u a na form a d e chuvas torrenciais. A lém disso, o b serva-se grande parte procurando c ria r alternativas para a discussão dos problem as am bientais,
do continente africano sendo afetada pelo avanço da desertificação. com o é o caso do patenteam ento de seres vivos. N este caso, o.s Estados U ni-
—E ste asp ecto m otivou a realização, pelo p n ü m ã de uma reunião in ter­ dos, perdedores na cb , estiveram m uito em penhados em certificar, durante
n acional p ara d e b a te r a d esertificação . O s p a rtic ip an te s deste ev en to não as rodadas da OMC, a garantia de que poderiam cobrar p o r material genético
c o n se g u iram no e n ta nto, a v an çar e p ro p o r m ed id as para ev itar o agrava- patenteado.____
ilienlo da situação.---------- Ã atuação de vários organism os na tem ática am biental pode acarretar
Foi preciso convocar um a nova reunião internacional para tratar do te­ dificuldades para sua im plem entação. D iferenças têm prevalecido e as for­
ma. A o p o rtu n id a d e su rg iu p ela in tro d u ção d a d e se rtific ação n a A g en d a ças reaglutinam -se a cada docum ento discutido, com o vim os. D iversos or­
X X I, despertando a atenção de m uitos países para o problem a. A lém disso, ganism os estão sem recursos para atuar, com o era esperado, o que reforça a
estabeleceu-se u m Plano de A ção de C om bate à D esertificação, que deveria posição dos q u e acreditam serem to dos esses ev entos nada além de m ero
buscar recursos p ara serem im plem entados em países atingidos pelo proble­ ex ercício retó ric o , dos quais nada se ap ro v eita. O utros entendem q u e se
ma. avança, a passos lentos, para o estabelecim ento de um a nova m edida para a
P or p ressão de o n g s , a d e se rtific a çã o entrou n a pauta da ordem am ­ reprodução da vida hum ana na Terra.
biental internacional. D esse modo, Paris, em 1994, recebia a visita de espe­
cialistas rep resen tan tes de países, p ara tratar do te m a na C o n ferência das
N ações Unidas p ara C om bater a D esertificação nos Países Seriam ente A fe­ NOTAS
tados pela Seca e/ou D esertificação, em especial na Á frica - CD. N ela ficou
estabelecido que: 1 Uma boa análise das posições dos Estados Unidos pode ser encontrada em Tachinardi (1993).
Em seu livro, ela dem onstra as vantagens e os problem as de um sistem a internacional de pa­
‘desertificação’ significa terra degradada em áreas áridas, semi-áridas e subúmidas re­ tentes.
sultantes de vários fatores incluindo variação clim ática e atividades hum anas 2 Para mais informações sobre o Floram ver A b'sáber (1990 e 1997).
(http//www. un.org/depts/treaty/fm al/ts 2 /new m es/part boo/xxvnbooxxvii 10 .html 3Fonte: (http://w w w .un.org/depts/treaty/final/ts2/new files/part_boo/xxviiboo/xxvii_7.htm l
Setembro de 1999). Seembro rle 199‘J)

O o bjetivo m aior da CD era com bater a desertificação nas áreas afeta­


das. No artigo 7, fica estabelecida a opção preferencial pelos países africa­
nos. E sta opção ainda não repercutiu em m edidas práticas e, apesar de pre­
conizar acordos e um a cooperação en tre as partes, pouco se avançou para
com bater a desertificação.

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