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Exercite a ênfase pronunciando as frases a Você viu aquele sujeito sair daqui?
seguir, dando ênfase às palavras Você viu aquele sujeito sair daqui?
destacadas: Você viu aquele sujeito sair daqui?
Você viu aquele sujeito sair daqui?
(PASSAR NO QUADRO) Você viu aquele sujeito sair daqui?
Você viu aquele sujeito sair daqui?
Eu absolutamente não permito que você
viaje! Entonação
Fique certo de que não há outra saída!
Gosto das coisas claras! Entonação é a música da linguagem.
À minha custa, ele não vai! Entonar bem é falar no tom certo, como se
Ponha-se na rua! cada palavra, cada sílaba, representasse
Isto é mentira! uma nota musical.
Assim como há um tom certo para cada Aglae lava a gleba do globo que havia
palavra, há um ritmo certo para falar bem. levado à galáxia do glabro e galante
gigante.
Para haver uma boa emissão da voz é Flamengo inflama, Fluminense influi.
preciso equilibrar bem o volume, e o Quem a flama inflama flui e reflui.
timbre da voz. Para ter bom timbre: não
fale de boca fechada, não fale com o nariz,
não fale com o peito, não fale com o fundo
Textos para treino
da garganta e não fale com a flor dos
lábios.
Lá vem o pato
A articulação é que dá claridade e nitidez à Pato aqui, pato acolá
palavra. A boa articulação faz ressaltar Lá vem o pato
todas as qualidades da voz. Articular bem é Para ver o que é que há.
indispensável a todo aquele que fala em O pato pateta
público. Pintou o caneco
Surrou a galinha
Nos exercícios de articulação é preciso Bateu no marreco.
duplicar e triplicar cada consoante. Para Pulou do poleiro
uma boa articulação é necessário No pé do cavalo
desenvolver a musculatura do céu da boca, Levou um coice
a língua e os lábios. Criou um galo
Comeu um pedaço
Os “trava-línguas” são ótimos exercícios
de jenipapo
de articulação. Palavras difíceis, ditas de
Ficou engasgado
forma exagerada, também constituem um
com dor no papo
bom exercício, além de falar com uma
Caiu no poço
caneta entre os dentes.
Quebrou a tigela
Exercícios com trava-línguas. Não deixe Tantas fez o moço
de fazer esses exercícios, pois eles são Que foi pra panela.
O TEMPO
(Vinicius de Morais)
"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer
em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Ivo viu a neve. Quando se vê, já terminou o ano...
Ivo viu a nave. Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Ivo viu a ave Quando se vê, já se passaram 50 anos!
mais leve que o ar. Agora é tarde demais para ser reprovado.
Viu a belonave Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu
nem olhava o relógio.
sozinha no mar. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo
Ivo viu a abelha caminho a casca dourada e inútil das horas.
fabricando mel Desta forma, eu digo: Não deixe de fazer algo que
e escutou a ovelha gosta devido à falta de tempo,
balir no vergel. a única falta que terá, será desse tempo que
Ivo viu a moça infelizmente não voltará mais."
colhendo romã MÁRIO QUINTANA
e depois o tempo
saltar como rã. O ROUBO DO ELEFANTE
Ivo viu a festa
debaixo da ponte Você tinha que roubar logo o elefante?
e ouviu na floresta -Pois é...
a canção da fonte. -Tanta coisa no circo para roubar logo o elefante?!
-Agora está feito...
-Podia ter roubado os cachorros amestrados.
(Lêdo Ivo) -Verdade.
-Roubava um por um. Passava pelo guarda com
um cachorro de cada vez, pela coleira. Quem ia
adivinhar que o cachorro não era seu?
- Ninguém.
LEIA COM ATENÇÃO: -Podia ter roubado um macaco. Saia com ele no
colo.
- É, se o guarda me visse?
O CAVALINHO BRANCO
-Dizia que era seu irmãozinho, que tinha
À tarde, o cavalinho branco começado a passar mal.
está muito cansado: -É e se o guarda dissesse. “ele está parecendo um
mas há um pedacinho do campo macaco”?
onde é sempre feriado. - Você gritava: meu Deus, é mesmo! Preciso levar
O cavalo sacode a crina ele num hospital, rápido!
loura e comprida
- Certo.
e nas verdes ervas atira
sua branca vida. - Podia ter roubado a foca.
Seu relincho estremece as raízes -A foca?
e ele ensina aos ventos - Vestia ela com uma capa, enterrava um chapéu
a alegria de sentir livres na cabeça, quem ia dizer que não era um parente
seus movimentos. seu com pé chato e bronquite?
Trabalhou todo o dia, tanto!
-É...
desde a madrugada!
Descansa entre as flores, cavalinho branco, - Podia ter roubado o leão
de crina dourada! -Sei não...
-Era só mudar o penteado e ele passava por um
CECÍLIA MEIRELLES cachorro grande. E o tigre?
- Passava por gato?
-Não seria fácil, mas o guarda acabaria
convencido. Você está entendendo?
-Sei.
- Podia ter roubado o cavalo. Passava pelo guarda
montado nele, dizendo que tinham acabado de
roubar o tigre e que você estava perseguindo o
ladrão. Também daria para conversar o guarda. //
No Brasil, o limite do que pode e do que não pode
é a capacidade de se conversar o guarda.
Conversar-se, enrola-se, paga-se uma cerveja, dá-
se um jeito e tudo acaba passando. Agora; o
elefante não. O elefante ultrapassou o limite.
- Sim.
- Não há nada a dizer pro guarda quando se é pego
roubando um elefante. E muito menos o que você
disse.
- Que elefante?
- Exato. O guarda se sentiu ofendido. Você estava
chamado ele de burro. Como “que elefante?” O
elefante estava ali. Aliás, nunca nada está tão ali
como um elefante. O elefante é está,
inegavelmente, ali e sobre a qual nenhuma
conversa é possível. Você não foi pego só
roubando um elefante. Isso já seria grave,mas
houve o pior. Você foi pego sem uma explicação.
-É...
- Por quê? Me diga: por que elefante?
- Sei lá. Tudo parecia tão fácil...
-Foi o desafio, é isso? Você queria testar sua
própria ousadia e a elasticidade da tolerância
brasileira? Foi pesquisa sociológica, é isso?
- Não, não..
- Foi um impulso suicida, um mecanismo
autopunitivo, você queria ser descoberto e
castigado, é isso?
- Não ,não..
-Então o que você queria roubando o elefante?
- Acho que queria o elefante.
- E olho no que deu..
- Mas aprendi minha lição.
-Nunca mais roubar elefantes?
-Não. Na próxima vez, arranjar uma boa
explicação.
-Acho que não vai haver uma próxima vez para
você.
-Vai. Ah. Vai.