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FACULDADE DE ENGENHARIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
JUIZ DE FORA
2018
UM EXEMPLO DE DOSAGEM DE CONCRETO ASFÁLTICO POR MEIO DA
METODOLOGIA SUPERPAVE
Juiz de Fora
Faculdade de Engenharia da UFJF
2018
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço aos meus pais, Paulo e Luciana, que desde o início me deram muito
amor, esforço e apoio, proporcionando para que tudo ficasse mais fácil ao longo do caminho
para chegar até aqui. À minha irmã Milena por estar sempre comigo. À minha namorada
Letícia, pelo companheirismo e carinho. E aos meus avós, todos os familiares e amigos que de
certa forma contribuíram na minha formação.
Ao Professor Geraldo, orientador deste trabalho, por seu esforço e dedicação durante o
desenvolvimento do mesmo, ao Marcos, coorientador deste trabalho e aluno do mestrado, e ao
Victor, laboratorista, que auxiliaram na realização dos experimentos.
Asphalt pavements can be classified as flexible, semi-flexible and rigid according to the
nature of the materials used in their granular layers and their surface course, which is also
called the bearing layer, in other words where vehicles travel. This layer, which is the noblest
of the structure of a pavement, has the function of providing good rolling conditions, comfort,
economy and safety for it’s users, in addition to resist the efforts generated by vehicular
traffic and climatic actions. There are several types of coatings that can be used for this
purpose, among them are rigid, concrete cement and cemented macadam; and flexible,
asphaltics and paving stones. The asphaltics are those derived from asphalt materials such as
binders, which can be prepared on the track, or even in fixed or mobile plants. For the
production of such materials, asphaltics mixtures, a dosing procedure is required to obtain the
optimum ratio between the mineral aggregates and the asphalt material so as to have as
product a mixture meeting certain requirements and presenting a satisfactory performance.
Over time, several dosing procedures have emerged, such as Hveem, Marshall and finally
SUPERPAVE, which has some advantages over the others, however, in Brazil, the last is still
more restricted to the academic community. Therefore, this work aims to obtain a dosage by
weight using the SUPERPAVE methodology of asphalt concrete, presenting as a result the
composition of the mixture, besides strengthening the use of this procedure. At the dosage
three compositions of aggregates were proposed, but only one met the necessary requirements
and after all subsequent steps the final result for the asphalt concrete measured was 5.9%
asphalt binder (CAP 50/70), 23.53% of gravel 1, 23.53% of gravel 0 and 47.05% of stone
powder. The design parameters determined were: VAMproj = 13.0%, RBVproj = 68.0%,
Gmbproj = 2.410g/cm3 and Gmmproj = 2.511g/cm3, meeting the requirements specified by the
SUPERPAVE methodolog.
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 12
1.2. JUSTIFICATIVA............................................................................................................ 12
d) Gap-graded .................................................................................................................. 20
4. RESULTADOS ...................................................................................................................... 53
5. CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 70
1. INTRODUÇÃO
O revestimento é a camada superior de rolamento dos veículos, por isso deve resistir
diretamente a ação do tráfego. Geralmente é formado por uma mistura de ligantes asfálticos e
agregados, sendo estes correspondentes a cerca de 90% a 95% em peso e de 70% a 85% do
volume e são destinados a resistir a grande parte da carga que solicita o pavimento, tendo sua
participação como fundamental ao desempenho do pavimento (ASLPHALT INSTITUTE,
1989 apud MENDES, 2011).
1.2. JUSTIFICATIVA
ao longo da história. O primeiro procedimento foi o Hubbard-Field, que em meados dos anos
1950, foi substituído pelos métodos Hveem e Marshall, e este último, nos anos de 1990 pelo
método SUPERPAVE, nos Estados Unidos e alguns países da Europa (BERNUCCI et al.,
2008).
1.3. OBJETIVOS
2. REVISÃO DA LITERATURA
Cabe salientar que além dessa classificação apresentada Figura 1, nos últimos anos
surgiram também outros tipos de revestimentos especiais como o Stone Matrix Asphalt
(SMA), a camada porosa de atrito (CPA) e o Gap-Graded, que são destacadas no item 2.2.1.
16
O foco dado neste trabalho é o concreto asfáltico (CA), então a preocupação maior é
com as misturas asfálticas. Dessa forma, cabe diferenciar os revestimentos por penetração e
mistura.
Ainda de acordo com Bernucci et al. (2008), as misturas a quente podem ser
classificadas conforme a graduação dos agregados e fíler como:
• Graduação densa: possui curva granulométrica bem graduada e contínua, sendo assim
o esqueleto mineral apresenta poucos vazios, devido os agregados menores
preencherem os vazios deixado pelos maiores. Um exemplo é o concreto asfáltico
(CA).
• Graduação aberta: curva uniforme com agregados de tamanho semelhante,
apresentando insuficiência de material fino, o esqueleto mineral possui vazios
interconectados, o que torna a mistura tendo seus vazios preenchidos por ar e
altamente drenante. Um exemplo é a camada porosa de atrito (CPA).
• Graduação descontínua: a curva possui os grãos de dimensões maiores em quantidades
dominantes em relação aos grãos intermediários, além de uma determinada quantidade
de finos. Isso proporciona uma curva descontínua em certas dimensões, promovendo
um esqueleto mineral com maior resistência a deformação permanente. Exemplos
18
desta mistura são a matriz pétrea asfáltica (Stone Matrix Asphalt – SMA e a mistura
sem agregados de certa graduação (Gap-graded).
a) Concreto asfáltico
Ainda de acordo com Bernucci et al. (2008), o CA é caracterizado por ser uma mistura
com composição bem-graduada, na qual não é necessária uma grande quantidade de ligante
asfáltico para preencher os vazios, pois após a compactação ainda existem vazios na ordem de
3 a 5% nas camadas de rolamento e 4 a 6% em camadas de ligação ou intermediárias. O teor
de asfalto em peso está na faixa de 4,5 a 6%, dependendo de características como a forma e
massa específica dos agregados, viscosidade e o tipo do ligante.
Para Bernucci et al. (2008), a CPA tem uma capacidade de aumentar a aderência entre
pneu e pavimento em dias chuvosos devido ao fato de sua estrutura permitir a percolação
rápida de água em seu interior até a sarjeta. Isso promove também a redução da lâmina d’água
sobre o pavimento, das distâncias de frenagem, do borrifo de água causado pelos pneus, da
reflexão da luz dos faróis noturnos, além de aumentar a distância de visibilidade.
De acordo com Bernucci et al. (2008), Stone Matrix Asphalt traduzido para o
português significa matriz pétrea asfáltica, começou a ser utilizado em larga escala nos países
europeus como reabilitação de pavimentos rígidos, a partir dos anos 80. Atualmente vem
sendo aplicado em vias com tráfego alto de caminhões, áreas de carga e descarga, rampas,
pontes, paradas de ônibus, pista de aeroportos, entre outros.
Segundo Marques (2006), o SMA é projetado para aumentar o contato entre os grãos
graúdos devido a uma elevada proporção desses agregados, que forma uma estrutura
descontínua com seus vazios preenchidos por ligante modificado por polímeros, fibras e fíler.
Ainda conforme Bernucci et al. (2008), como vantagem, este tipo de revestimento
carrega consigo boa resistência ao desgaste, estabilidade a altas temperaturas, flexibilidade a
baixas temperaturas, resistência a derrapagem, além de redução do nível de ruído do tráfego e
da cortina de água em períodos chuvosos.
d) Gap-graded
De acordo com Bernucci et al. (2008), a Gap-graded (graduação com intervalo) foi
introduzida no Brasil recentemente e é composta por uma faixa granulométrica especial que
apresenta uma macrotextura em sua superfície aberta ou rugosa, entretanto o seu teor de
vazios não é elevado. Em alguns casos vem sendo utilizada associada ao asfalto-borracha e
tem sido empregada também como camada de revestimento estrutural.
21
e) Pré-misturado a quente
Ainda existem outros tipos de misturas, podendo elas serem realizadas em uma usina a
frio ou até mesmo preparadas no leito da rodovia. Cabe destacar o pré-misturado a frio, que
consiste na mistura entre ligantes (emulsões ou asfalto diluído) e agregados e aplicação em
temperatura ambiente; areia asfalto a frio, revestimento composto por asfalto diluído ou
emulsão misturada com agregado miúdo a frio; misturas graduadas, na quais o procedimento
é feito na pista associando produtos betuminosos líquidos com agregados de granulometria
definida; e areia asfalto preparada no leito, que é uma espécie de mistura graduada contendo
apenas o agregado miúdo e material betuminoso (MARQUES, 2006; BERNUCCI et al.,
2008; DNIT, 2006a).
Para Bernucci et al. (2008), a dosagem de uma mistura asfáltica consiste basicamente
na determinação do teor ótimo de ligante para o projeto, considerando uma composição de
agregados definida previamente. Como para este material é difícil se falar em teor ótimo,
devido a vários parâmetros a serem considerados, o tipo de metodologia e avaliação adotada,
usualmente nomeia-se o teor de ligante como sendo o teor de projeto.
forma, e a compactação pode ser executada por impacto, amassamento, vibração ou rolagem
(HARMAN et al., 2002 apud MENDES, 2011).
Segundo ANTT (2014), o método Marshall foi criado em 1930, pelo engenheiro Bruce
G. Marshall do Mississipi State Highway Department, com a finalidade de encontrar o teor de
projeto com as ferramentas que detinham na época. O método foi difundido no mundo a
partir de inúmeros estudos e testes nas pistas experimentais de aeroportos localizadas no
estado do Mississipi pelo Waterways Experiment Station (WES) sob solicitação do corpo de
engenheiros do exército americano.
Conforme o NCHRP (2011) apud ANTT (2014), o método consiste, ainda nos dias
atuais, da seleção do ligante asfáltico e dos agregados de forma que atenda a especificações de
projeto definidas. Os corpos de prova cilíndricos são compactados por meio de impactos
consecutivos aplicados por um soquete padrão e devem atender determinados requisitos
relativos ao teor de vazios, a porcentagem de vazios do agregado mineral e a porcentagem de
23
vazios preenchidos com ligante. Ainda devem apresentar bom desempenho quanto aos
ensaios de estabilidade e fluência Marshall.
Segundo Bernucci et al. (2008), a dosagem por meio do método Marshall de forma
resumida segue os procedimentos listados abaixo.
com a média dos valores para os cinco teores de ligante asfalto. Em seguida, são
adicionadas as linhas de tendência e os limites estabelecidos em norma e a partir da
interseção desses valores são determinados 4 teores, sendo que o teor ideal é a média
entre os dois valores centrais, como mostra a Figura 3.
De acordo com Bernucci et al. (2008), um método de dosagem que tenha como
premissas parâmetros como energia de compactação, tipo de mistura e temperatura, influencia
diretamente na obtenção do teor de ligante asfáltico. Desde 1940, destaca-se no cenário
mundial o emprego do método Marshall para a dosagem de revestimentos asfálticos.
Entretanto, foram observadas patologias prematuras em algumas rodovias nos Estados Unidos
devido à presença de um alto teor de ligante nas misturas. Nesse contexto, constatou-se que a
densidade obtida por meio da compactação dos corpos de prova por impacto não correspondia
à de campo. Então, o Strategic Highway Research Program (SHRP) desenvolveu o estudo que
passou a considerar de maneira mais próxima à forma de compactação em campo, no qual os
CP’s são moldados por amassamento.
Segundo Marques (2004), uma variável importante que define a aplicação do sistema
SUPERPAVE é o volume de tráfego ou outro método de classificação funcional da rodovia.
Nesse contexto, foram desenvolvidos 3 níveis de projetos de misturas. O nível 1 é destinado
ao tráfego com carga de eixo equivalente (ESAL – Equivalent Axle Loads) menor que 106 e
necessita de avaliação dos parâmetros volumétricos para CP’s cilíndricos. Já o nível 2,
compreende a carga entre 106 e 107, sendo necessária a execução de ensaio para análise do
desempenho de forma complementar aos parâmetros volumétricos. Por fim, o nível três
corresponde ao tráfego com carga acima de 107, que além dos ensaios realizados para os
níveis 1 e 2, precisa de testes adicionais com uma variação de temperatura maior.
As propriedades de consenso são aquelas que foram consideradas críticas e que devem
ser atendidas em todos os casos para gerar um concreto asfáltico com desempenho
satisfatório. Estas propriedades são as seguintes:
Além das propriedades de consenso, especialistas dizem que outras propriedades são
críticas, porém não houve consenso nessa definição, pois depende da origem destes materiais.
Estas propriedades de origem são as seguintes:
• Granulometria
a incorporação do ligante. A curva de Fuller abaixo propõe uma faixa granulométrica para a
densidade máxima:
𝑑 𝑛
𝑃 = 100 X ( ) (1)
𝐷
Onde:
P = porcentagem de material que passa na peneira de diâmetro d;
d = diâmetro da peneira em questão;
D = tamanho máximo do agregado, definido como uma peneira acima do tamanho nominal
máximo, sendo este último definido como o tamanho de peneira maior que a primeira peneira
que retém mais que 10% de material.
n = 0,50 (segundo Fuller) e n = 0,45 (segundo a Federal Highway Administration dos Estados
Unidos).
A massa específica real (Gsa) é determinada através da relação entre a massa seca e o
volume real. Dessa forma, o volume real é formado pelo volume dos sólidos, desconsiderando
o volume dos poros na superfície. A expressão abaixo fornece a Gsa:
𝑀𝑠𝑒𝑐𝑎
𝐺𝑠𝑎 = (2)
𝑀𝑠𝑒𝑐𝑎 − 𝑀𝑖𝑚𝑒𝑟𝑠𝑎
Onde:
Mseca = massa seca do material;
Mimersa = massa imersa em água do material, medida na balança hidrostática.
𝑀𝑠𝑒𝑐𝑎
𝐺𝑠𝑏 = (3)
𝑀𝑠𝑠𝑠 − 𝑀𝑖𝑚𝑒𝑟𝑠𝑎
Onde:
Msss = Massa do material saturado com a superfície seca.
33
𝑀𝑠
𝐺𝑚𝑏 = (4)
𝑀𝑠𝑠𝑠 − 𝑀𝑠𝑠𝑠𝑠𝑢𝑏
Onde:
Msss = massa de corpo de prova compactado na condição de superfície saturada seca, g, que
corresponde ao corpo de prova com os poros superficiais saturados, sendo eliminado o
excesso de água;
Mssssub = massa de corpo de prova compactado na condição de superfície saturada seca e
posteriormente submerso em água, g.
A massa específica máxima medida (Gmm) é obtida através da razão entre a soma das
massas dos agregados mais o ligante asfáltico e a soma dos volumes constituídos por
agregados, vazios permeáveis, impermeáveis e o total de asfalto. Este parâmetro pode ser
determinado por diversos ensaios, o descrito abaixo é o procedimento realizado por vácuo
definido na norma ASTM 2041, empregado em vários países (BERNUCCI et al., 2008).
𝐴
𝐺𝑚𝑚 = (5)
𝐴+𝐵−𝐶
34
Onde:
A = massa da amostra seca em ar, g;
B = massa do recipiente com volume completo com água, g;
C = massa do recipiente + amostra submersa em água, g.
Figura 6 - Massas consideradas para o cálculo da Gmm.
c) Volumetria da Mistura
A Figura 7 mostra que a mistura, após compactada, é constituída de ar, asfalto, vazios
do agregado preenchidos com asfalto e o agregado.
𝐺𝑚𝑚
𝑉𝑣 = 100 × (1 − ) (6)
𝐺𝑚𝑏
𝐺𝑚𝑏 ×𝑃𝑠
𝑉𝐴𝑀 = 100 × (1 − ) (7)
𝐺𝑠𝑏
• Relação betume-vazios
Relação que indica a porcentagem de vazios do agregado mineral que é preenchida por
betume, dada pela expressão:
𝑉𝐴𝑀 − 𝑉𝑣
𝑅𝐵𝑉 = 100 × ( ) (8)
𝑉𝐴𝑀
CP’s com teores diferentes, sendo o teor estimado ±0,5% e +1%. São compactados
novamente no número de giros de projeto e obtidos os novos parâmetros volumétricos. O teor
de projeto final é o que corresponde a um volume de vazios de 4%.
De acordo com Bernucci et al. (2008), inicialmente são escolhidas três composições
de agregados, uma graúda, uma miúda e uma intermediária para misturas enquadradas dentro
do critério da metodologia. Além disso, fixa-se o teor de ligante em 5% em todas elas. Dessa
forma, são moldados 6 corpos de prova, sendo dois por mistura, no mínimo.
Em seguida, deve-se determinar o teor de ligante inicial, que é aquele que os vazios
dos agregados não absorvem mais ligante, implicando em que as quantidades de ligantes
maiores ou iguais a este teor irão compor uma mistura de agregados que tenha massa
específica efetiva constante.
38
De acordo com Bernucci et al. (2008), o teor inicial de ligante (Pli) é estimado
conforme os cinco passos a seguir:
𝑃𝑎𝑔 𝑥 ( 𝑙 − 𝑉𝑣 ) 1 1
𝑉𝑙𝑎 = 𝑥 ( − )
𝑃𝑙 𝑃𝑎𝑔 𝐺𝑠𝑏 𝐺𝑠𝑒 (10)
(𝐺 + 𝐺𝑠𝑒)
𝑙
𝑃𝑎𝑔 𝑥(𝑙 − 𝑉𝑣 )
𝑀𝑎𝑔 =
𝑃 𝑃𝑎𝑔 (12)
(𝐺𝑙 + 𝐺𝑠𝑒)
𝑙
𝐺𝑙 𝑥(𝑉𝑙𝑒 − 𝑉𝑙𝑎 )
𝑃𝑙𝑖 = [ ] 𝑥 100 (13)
[𝐺𝑙 𝑥(𝑉𝑙𝑒 + 𝑉𝑙𝑎 ) + 𝑀𝑎𝑔 ]
Onde:
Mag = massa de agregado, g;
Gsb = massa específica aparente da composição de agregados, g/cm3;
39
𝜋𝑑 2 ℎ𝑥
𝑉𝑚𝑥 = 𝑋 0,001𝑐𝑚3 /𝑚𝑚3 (14)
4
Onde:
d = diâmetro do molde (150 ou 100mm);
hx = altura do corpo de prova no molde durante a compactação, mm.
40
𝑊𝑚
𝑉𝑚𝑥
𝐺𝑚𝑏 (𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑜) = 𝑔 (15)
1000
𝑐𝑚3
Onde:
Mm = massa do CP, g, que independe do número de giros;
Vmx = volume do CP no molde durante a compactação, cm3.
Como este cálculo considera que o corpo de prova é um cilindro perfeito de laterais
sem rugosidade, o que de fato não acontece, porque o volume do CP é menor, procede-se com
a correção utilizando o fator C, que é a razão entre a densidade aparente medida e a densidade
aparente estimada a Nmáx:
𝐺𝑚𝑏 (𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜)
𝐶= (16)
𝐺𝑚𝑏 (𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑜)
Onde:
C = fator de correção;
Gmb (medido) = massa específica aparente medida a Nmáximo segundo a norma DNER ME
117/94;
Gmb (estimado) = massa específica aparente estimada a Nmáximo.
Onde:
Gmb(corrigido) = massa específica aparente corrigida do corpo de prova a qualquer giro n;
Gmb(estimado) = massa específica aparente estimada a qualquer giro n.
𝐺𝑚𝑏 (𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑜)
% 𝐺𝑚𝑚 = 𝑋 100% (18)
𝐺𝑚𝑚 (𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜)
41
1) Com o valor da porcentagem de Gmm para o Nproj calcula-se o volume de vazios (Vv)
para cada corpo de provas:
Onde:
Gsb = massa específica aparente da composição de agregados, g/cm3;
Pag = 1 – Pli.
42
Onde:
Pl,estimado = teor de ligante estimado, em %;
Pli = teor de ligante inicial (tentativa), em %;
Vv = vazios no Nprojeto, em %.
Onde:
VAMinicial = VAM do teor de ligante inicial tentativa;
C = constante igual a 0,1 se Vv < 4,0% e igual a 0,2 se Vv > 4,0%.
5) Cálculo do RBVestimado:
𝑉𝐴𝑀𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑜 − 4,0
𝑅𝐵𝑉𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑜 = (23)
𝑉𝐴𝑀𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑜
𝐺𝑠𝑒 − 𝐺𝑠𝑏
𝑃𝑙𝑒,𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑜 = −(𝑃𝑎𝑔 − 𝐺𝑙 ) 𝑥 ( ) + 𝑃𝑙,𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑜 (24)
𝐺𝑠𝑒 𝑥𝐺𝑠𝑏
Onde:
Gsb = massa específica aparente da composição de agregados, g/cm3;
Gse = massa específica efetiva da composição de agregados, g/cm3;
Gl = massa específica do ligante, g/cm3;
Pag = percentual de agregados na mistura, % em massa.
𝑝𝑎𝑠𝑠𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑁° 200
𝑃/𝐴 = (25)
𝑃𝑙𝑒,𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑎𝑑𝑜
43
Em seguida, com todos esses parâmetros calculados para as três misturas tentativas,
procede-se com a comparação dos valores de Vv, VAM, RBV e proporção pó/asfalto com os
requisitos de projeto para a mistura nominal. A Tabela 8 mostra estes requisitos:
Requisitos
Vv 4%
Com a finalidade de determinar o teor de ligante final, são moldados mais oito CP’s,
no mínimo, utilizando a composição granulométrica escolhida por meio dos passos descritos
anteriormente.
Por fim, com os valores obtidos de Gmm, Gmb e Gsb procede-se com os cálculos para
encontrar o teor de vazios (Vv), a relação betume vazios (RBV), os vazios do agregado
mineral (VAM). Em seguida, com esses parâmetros calculados para os oito CP’s nos quatro
teores diferentes, plota-se esses valores em gráficos de Vv x teor de ligante, RBV x teor de
ligante, VAM x teor de ligante, e Gmb x teor de ligante.
Com os gráficos prontos, primeiramente, encontra-se o teor de asfalto correspondente
a um volume de vazios de 4% e verifica se os demais parâmetros estão dentro dos requisitos
estabelecidos pela Tabela 8, dessa forma é obtido o teor de ligante de projeto.
46
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. MATERIAIS
3.1.1. AGREGADOS
2) Ensaios de massa específica real e massa específica aparente de acordo com a norma
NM 53/2003 (ABNT), explicada no item 2.5.6. deste trabalho.
a) Brita 0
A brita 0 utilizada foi fornecida pela Pedreira Santo Cristo, localizada no Bairro
Linhares em Juiz de Fora. Os resultados obtidos para os ensaios descritos são:
• Análise Granulométrica
Brita 0
Peneiras
% Passante
Pol/no mm
1 1/2" 38 100,00
1" 25 100,00
3/4" 19 100,00
1/2" 12,7 100,00
3/8" 9,5 94,52
nº 4 4,8 11,70
nº 10 2,0 0,37
nº 40 0,42 0,31
nº 80 0,18 0,30
nº 200 0,075 0,21
Fundo 0,00
Fonte: Autor.
Curva Granulométrica
n.o n.o 80 n.o 40 n.o 10 n.o 4 3/8"1/2" 3/4"
100
90
80
70
60
% Passante
50 Amostra X
40
30
20
10
0
0,01 0,10 1,00 10,00 100,00
Aberturas (mm)
Fonte: Autor.
48
Fonte: Autor.
b) Brita 1
A brita 1 utilizada foi fornecida pela Pedreira Pedra Sul, localizada no Condomínio
Empresarial Park Sul em Matias Barbosa-MG. Os resultados para os ensaios descritos são:
• Análise Granulométrica
Brita 1
Peneiras
% Passante
Pol/no mm
1 1/2" 38 100,00
1" 25 100,00
3/4" 19 95,02
1/2" 12,7 44,29
3/8" 9,5 15,62
nº 4 4,8 1,76
nº 10 2,0 1,11
nº 40 0,42 1,03
nº 80 0,18 0,62
nº 200 0,075 0,20
Fundo 0,00
Fonte: Autor.
49
Curva Granulométrica
n.o n.o 80 n.o 40 n.o 10 n.o 4 3/8"1/2" 3/4"
100
90
80
70
60
% Passante
50 Amostra X
40
30
20
10
0
0,01 0,10 1,00 10,00 100,00
Aberturas (mm)
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
c) Pó de Pedra
O pó de pedra utilizado foi fornecido pela Pedreira Santa Mônica, localizada no Bairro
Granjas Santo Antônio em Juiz de Fora. Os resultados para os ensaios descritos acima são:
50
• Análise Granulométrica
Pó de Pedra
Peneiras
% Passante
Pol/no mm
1 1/2" 38 100,00
1" 25 100,00
3/4" 19 100,00
1/2" 12,7 100,00
3/8" 9,5 100,00
nº 4 4,8 97,71
nº 10 2,0 71,76
nº 40 0,42 41,63
nº 80 0,18 19,65
nº 200 0,075 7,82
Fundo 0,00
Fonte: Autor.
Curva Granulométrica
n.o n.o 80 n.o 40 n.o 10 n.o 4 3/8"1/2" 3/4"
100
90
80
70
60
% Passante
50 Amostra X
40
30
20
10
0
0,01 0,10 1,00 10,00 100,00
Aberturas (mm)
Fonte: Autor.
51
Fonte: Autor.
O valor de massa específica aparente (Gsb) para o pó de pedra foi considerado igual a
2,59 g/cm3 com base em ensaios anteriores realizados pelo Laboratório de Pavimentação da
UFJF.
d) Material Asfáltico
O material asfáltico utilizado foi o CAP 50/70, fabricado pela Refinaria Duque de
Caxias-REDUC localizada na cidade de Duque de Caxias no estado do Rio de Janeiro.
3.2. MÉTODOS
3.2.2 A DOSAGEM
4. RESULTADOS
Fonte: Autor.
54
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
56
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
57
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Após ter sido definido o Pli, é feita a compactação de dois corpos de prova para cada
uma das três misturas no Compactador Giratório SUPERPAVE do Laboratório de
Pavimentação (Figura 21), obedecendo a calibragem descrita em 2.5.6. É determinado
também a densidade máxima medida (Gmm) para cada mistura pelo procedimento do vácuo
definido pela norma ASTM 2041 (Figura 22).
Fonte: Autor.
59
Fonte: Autor.
Gmm (g/cm3)
Mistura 1 Mistura 2 Mistura 3
A 2621,5 2599,2 2618,5
B 7745 7745 7745
C 9330 9321,4 9330
T° 20,4 20,4 20,7
Gmm 2,529 2,541 2,534
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Vv 4% 4% 4% 4%
Fonte: Autor.
65
• Pli, assumido;
• Pli, assumido ± 0,5%;
• Pli, assumido +1%.
Dessa forma, como o valor de Pli, assumido é de 5%, os demais teores adotados foram
de 4,5%, 5,5% e 6%. A Tabela 27 apresenta os parâmetros calculados para os oito CP’s para a
mistura 2.
Pelo procedimento descrito em Motta et al. (1996) o correto seria adotar o teor
assumido como sendo aquele obtido com o parâmetro Ple,estimado (Tabela 25) e não o Pli.
Entretanto, esta mudança não altera em nada os resultados finais, pois caso o Ple tivesse sido
utilizado, a única diferença seria que os corpos de prova iriam ser moldados nos teores de
5,5%, 6,0%, 6,5% e 7,0% de ligante. Portanto, com base em experiências anteriores do
Laboratório de Pavimentação, julgou-se mais conveniente trabalhar com a faixa de teor de
ligante de 4,5 a 6,0%, conforme a Tabela 27:
Fonte: Autor.
66
Fonte: Autor.
A Tabela 28 fornece a média dos parâmetros para cada teor de ligante adotado:
Fonte: Autor.
• Vv x teor de ligante
67
Fonte: Autor.
O teor ótimo de ligante é aquele para o qual a mistura possua 4% de vazios, sendo
assim pode-se encontrar este valor pela equação apresentada na Figura 24 ou pelo método
gráfico, que fornece um valor de 5,9% de ligante asfáltico (Pbproj).
Fonte: Autor.
68
O RBV está dentro dos limites estabelecidos pela Tabela 8 e o valor encontrado foi de
RBVproj = 68%.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Ligante
CAP 50/70 6,25 5,90 Gmbproj= 2,410
Fonte: Autor.
70
5. CONCLUSÕES
Este trabalho teve como finalidade principal desenvolver uma dosagem em peso de
concreto asfáltico, utilizando os materiais empregados para a produção do material na cidade
de Juiz de fora, seguindo os procedimentos da metodologia SUPERPAVE.
Como sugestão para pesquisas futuras fica a realização dos ensaios mecanísticos como
módulo de resiliência, fadiga e deformação permanente para análise do desempenho da
mistura asfáltica dosada.
71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASTM, 2000, Standard Test Method for Theoretical Maximum Specific Gravity and
Density of Bituminous Paving Mixtures. American Society for Testing and Materials,
ASTM D 2041-00, USA.
ASTM, 2000, Standard Test Method for Bulk Specific Gravity and Density of Non-
Absorptive Compacted Bituminous Mixtures. American Society for Testing and Materials,
ASTM D 2726-00, USA.