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MUITA COISA SOBRE

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ÀS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS........................ 2

Conceitos básicos ........................................................................................................... 2

Componentes de uma instalação elétrica ................................................................... 6

CAPÍTULO 2 - DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES E ELETRODUTOS


........................................................................................................................................ 16

Dimensionamento de condutores fase ..................................................................... 16

Dimensionamento de condutores neutro e terra .................................................... 24

Dimensionamento de eletrodutos ............................................................................. 25

Exemplo prático ........................................................................................................... 26

CAPÍTULO 3 – ENTENDA O QUE É LUMINOTÉCNICA .................................. 31

Conceitos básicos ......................................................................................................... 31

Cálculo da iluminação ................................................................................................ 35

Método dos lumens ................................................................................................. 35

Método do ponto a ponto ....................................................................................... 43

CAPÍTULO 4 - LUMINOTÉCNICA: EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO ........................ 45

Exemplo de cálculo pelo método dos lumens ......................................................... 45

Exemplo de cálculo pelo método do ponto a ponto ............................................... 51

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Muita coisa sobre Instalações Elétricas
Autor: Dandara Viana

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ÀS INSTALAÇÕES


ELÉTRICAS

Você alguma vez já fingiu que sabia a diferença entre um condutor e um


eletroduto quando, na verdade, não tinha ideia?
Pelo menos o Guia tem uma boa notícia para você! A gente sabe e vai te ensinar
isso de uma vez por todas, preparado?
Neste capítulo, falaremos sobre instalações elétricas, alguns conceitos
fundamentais, além disso, mostraremos seus principais componentes.
E não é só isso! Sabe o número e a potência mínimos de tomadas e pontos de
iluminação para determinados cômodos de uma instalação predial? Não?
Vem com a gente.

Conceitos básicos
Para iniciarmos nosso estudo, precisamos conhecer alguns conceitos
fundamentais relacionados à eletricidade, são eles:

Carga elétrica

A carga elétrica é uma propriedade elementar que compõe todos os átomos, ou


seja, está por toda parte. Dessa forma, convencionou-se a existência de dois tipos
de cargas: positivas (componente dos prótons) e negativas (componente dos
elétrons). Sendo assim, observou-se que cargas opostas se atraem e cargas iguais
se repelem.
Sabendo disto, uma unidade de carga elétrica, em módulo, equivale a:
|e|=1, 6.10-19 coulombs

Sendo a carga de um corpo dada em função da quantidade de carga elétrica,


temos:

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Q=n.e

Onde:
• Q: carga de um corpo (coulomb);
• n: quantidade de elétrons;
• e: carga elétrica (coulomb).

Tensão elétrica

Também chamada de diferença de potencial (ddp), a tensão elétrica é a diferença


entre os potenciais elétricos de dois pontos de uma região de um campo
eletrostático.
A unidade de tensão é o volt e equivale a:
joule
1volt=1
coulomb
4

Corrente elétrica

É simplesmente o deslocamento de cargas no interior de um condutor quando


existe uma diferença de potencial entre suas extremidades. Esse deslocamento
ocorre com o intuito de reestabelecer o equilíbrio desfeito pela ação de um campo
elétrico.

CORRENTE ELÉTRICA

A unidade de corrente é o ampère e equivale a:


coulomb
1ampère=1
segundo
A corrente elétrica pode ocorrer de duas formas: contínua e alternada. Vejamos:

2
Tipos de corrente

• Contínua: na corrente contínua, seu valor e direção não se alteram ao


longo do tempo.
• Alternada: na corrente alternada, há oscilação que cresce de amplitude em
relação ao tempo, segundo uma lei definida, mostrada na imagem abaixo.

GRÁFICO DE UMA CORRENTE ALTERNADA AO LONGO DO TEMPO

Resistência elétrica

A resistência elétrica é originada da dificuldade à passagem das cargas dentro


dos condutores, ou seja, da oposição interna do material à circulação das cargas.
Dessa forma, a depender do material condutor, essa resistência pode ser maior
ou menor. Por exemplo, em maus condutores, como o vidro e a madeira, essa
resistência é bem maior devido às forças que mantêm os elétrons livres agregados
ao núcleo.
A resistência é, então, calculada pela seguinte expressão:
L
R=
A
Onde:
• R: resistência (ohm);
• ρ: resistividade do material (ohm.mm²/m);
• L: comprimento do condutor (m);
• A: área da seção (m²).
A resistência também varia com a temperatura de acordo com:

3
R t =R 0 [1+a(t 2 -t1 )]

Onde:
• Rt: resistência na temperatura t (ohm);
• Ro: resistência a 0 ֯C (ohm);
• α: coeficiente de temperatura (C-1);
• t: temperatura (֯C).
Lei de Ohm
A Lei de Ohm estabelece uma relação entre a resistência elétrica, a tensão e a
corrente elétrica, já estudadas, e é dada por:
V
R=
I
Onde:
• V: é a tensão (volt);
• R: resistência (ohm);
• I: corrente elétrica (ampère).

Potência elétrica

A potência, de maneira simplificada, é que a energia aplicada por segundo para


a realização de atividades, como, por exemplo, a produção de luz, calor e
radiação.
A unidade de potência é o watt é equivale a:
joule
1watt=1volt.ampère=1
segundo

Energia elétrica

Por fim, a energia elétrica engloba todos os conceitos citados anteriormente e


caracteriza-se por ser a forma de energia oriunda da geração de diferenças de
potencial elétrico entre dois pontos, que permite estabelecer uma corrente
elétrica entre eles.
A energia é expressa por:
E=Pot.t
Onde:
4
• E: energia (kWh);
• Pot: potência (kW);
• t: tempo (hora).

Componentes de uma instalação elétrica


Os componentes essenciais de uma instalação predial de baixa tensão são os
seguintes: alimentação pública, quadro de distribuição, condutores e eletrodutos,
tomadas, interruptores, lâmpadas e sistema de proteção. Vejamos abaixo cada
um deles:

Condutor e isolamento

Condutor é todo material que possui a propriedade de conduzir energia elétrica.


Os fios e os cabos, que são os principais tipos de condutores utilizados nas
instalações de baixa tensão, podem ser de cobre ou de alumínio com isolamento
de PVC (cloreto de polivinil) ou de outros materiais previstos por normas, como
EPR ou XLPE.
Neste caso, o fio difere do cabo pois ele é um condutor isolado, sólido, maciço,
provido de isolamento e usado diretamente como condutor de energia elétrica,
enquanto o cabo é um condutor constituído por vários fios encordoados, isolados
uns dos outros ou não.

EXEMPLO DE CONDUTORES PROVIDOS DE ISOLAMENTO

5
Tipos de condutores

• Condutor neutro: é o condutor que apresenta tanto corrente elétrica (i)


como diferença de potencial elétrico (ddp) nulos (possui cor azul claro na
isolação);
• Condutor de proteção PE: também conhecido como terra, é um condutor
ligado a hastes cravadas na terra e que acompanha todos os circuitos com
a função de proteger os equipamentos contra sobrecargas elétricas e os
usuários contra possíveis choques (possui coloração verde-amarelo ou
somente verde);
• Condutor fase: é o condutor que possui tensão de 127V ou 220V, ou seja,
é o que possui carga elétrica (possui isolação de cores variadas);
• Condutor retorno: nas instalações de iluminação, é o condutor que liga o
ponto de luz ao interruptor (também possui isolação de cores variadas).

Eletroduto

Os eletrodutos são tubos metálicos ou de PVC, rígidos ou flexíveis, cuja função é


proteger os condutores contra ações mecânicas, corrosões ou proteger o ambiente
contra incêndios resultantes do superaquecimento dos condutores ou de arcos
elétricos.

EXEMPLO DE UM ELETRODUTO FLEXÍVEL DE PVC

Iluminação

A iluminação, em uma instalação elétrica, está representada sob a forma de


luminárias, lâmpadas e refletores. Sendo assim, na determinação das cargas de

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iluminação incandescente para um projeto elétrico, adotam-se os seguintes
critérios, de acordo com a NBR 5410:2004:
Quantidade e potência mínimas
• em cada cômodo ou dependência de unidades residenciais e nas
acomodações de hotéis e similares: deverá ser previsto, no mínimo, um
ponto de luz fixo no teto, com potência ≥100 watts;
• em cômodos ou dependências com área ≤6 m²: deverá ser prevista uma
carga de pelo menos 100 watts;
• em cômodos ou dependências com área >6 m²: carga mínima de 100 watts
para os primeiros 6 m², acrescida de 60 watts para cada aumento de 4 m²
inteiros.

Interruptores

Interruptores são dispositivos usados para abrir e fechar circuitos elétricos. São
utilizados na abertura de redes, em tomadas e entradas de aparelhos eletrônicos,
basicamente na maioria das situações que envolvem o ligamento ou
desligamento de energia elétrica.
Seu uso mais comum em residências está no ato de acender/apagar lâmpadas.

Tipos de interruptores

• Interruptor simples: é utilizado para acionar lâmpadas em um único


ponto. Esse tipo de instalação é indicado, principalmente, para ambientes
pequenos que possuam apenas uma porta de acesso.

7
ESQUEMA DE UM INTERRUPTOR SIMPLES

• Interruptor paralelo (three-way): são os de instalação mais complexa,


indicados para ambientes grandes e que precisam de luzes acesas em dois
pontos distintos, pois permite ligar e desligar a luz em cada uma das
extremidades.

ESQUEMA DE UM THREE-WAY

• Interruptor intermediário (four-way): o interruptor intermediário é


utilizado em circuitos com três ou mais pontos diferentes e deve ser
sempre utilizado em conjunto com interruptores paralelos. Sua utilização
é ideal para locais com grandes espaços, como depósitos, ginásios, grandes
lojas, entre outros.

8
ESQUEMA DE UM FOUR-WAY

Tomadas

As tomadas são peças permanentemente energizadas e servem para ligações de


equipamentos, principalmente eletrodomésticos.
Existem dois tipos de tomadas, as de uso de real e as de uso específico. Abaixo,
algumas especificações para cada um dos tipos de tomadas.

EXEMPLO DE UM CONJUNTO COM DUAS TOMADAS

Tipos de tomadas

Tomadas de uso geral (TUGs)


São pontos de tomadas destinados à ligação de equipamentos gerais, não
específicos, móveis ou fixos, cuja corrente é de até 10 ampères.
Quantidade mínima

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• Nas unidades residenciais ou similares, o número de TUGs deve ser
fixado de acordo com o seguinte critério:
• se a área do cômodo for < 6 m², pelo menos um ponto de tomada; se não,
pelo menos um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração de perímetro,
espaçados tão uniformemente quanto possível;
• em banheiros: pelo menos um ponto de tomada junto ao lavatório;
• em cozinhas, áreas de serviço, lavanderias ou similares: no mínimo um
ponto de tomada para cada 3,5 m, ou fração de perímetro (acima de cada
bancada com largura ≥0,30 m, deve ser previsto pelo menos um ponto de
tomada);
• em subsolos, garagens, sótãos, halls de escadarias e em varandas ou
similares: deve ser previsto no mínimo um ponto de tomada (no caso de
varandas, quando não for possível a instalação de ponto de tomada no
próprio local, este deverá ser instalado próximo ao seu acesso).
Potência mínima
Nas unidades residenciais e nas acomodações de hotéis e similares, aos pontos
de tomada de uso geral devem ser atribuídas as seguintes potências:
• em banheiros, cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e similares: no
mínimo 600 watts por ponto de tomada (quando for até 3 pontos) e 100
watts por ponto (quando houver mais de 3 pontos), para os excedentes,
considerando cada um desses ambientes separadamente;
• nos demais cômodos ou dependências: no mínimo 100 watts por ponto de
tomada.
Tomadas de uso específico (TUEs)
Já as TUEs são pontos de tomada que alimentam uma corrente nominal superior
a 10 ampères. São usadas, por exemplo, para a ligação de aparelhos ar
condicionados ou chuveiros elétricos.
Quantidade e potência mínimas
Os pontos de tomada de uso específico devem ser instalados, no máximo, a 1,50
m do local previsto para o equipamento a ser alimentado.

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Aos pontos de TUE deverá ser atribuída uma potência igual à potência nominal
do equipamento a ser alimentado. Porém, quando não for conhecida a potência
do equipamento, deverá ser atribuída a potência nominal do equipamento mais
potente com possibilidade de ser ligado.

TABELA 1 - POTÊNCIA MÉDIA DE REFERÊNCIA DOS APARELHOS ELÉTRICOS (WATTS)

Disjuntores

Disjuntores são dispositivos eletromecânicos que funcionam de maneira similar


aos interruptores, só que de forma automática.

Tipos de disjuntores

• Disjuntor unipolar: é indicado para circuitos com apenas uma fase, como
os circuitos de iluminação e tomadas de sistema monofásico fase de 127
ou 220 volts;
• Disjuntor bipolar: é indicado para circuito de duas fases, como chuveiros
elétricos com sistemas bifásicos de 220 volts cada fase;

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• Disjuntor tripolar: indicado para circuitos de três fases, com 220 ou 380
volts cada fase.

EXEMPLO DE UM DISJUNTOR UNIPOLAR

Quadros de distribuição

É um equipamento destinado a receber energia elétrica de uma ou mais fontes de


alimentação e distribuí-las a um ou mais circuitos, podendo também
desempenhar funções de proteção, seccionamento, controle e medição.
Ou seja, o quadro de distribuição, como o nome já sugere, distribui a energia
elétrica que chega até ele através da concessionária para os vários locais da
instalação por meio dos circuitos elétricos.

EXEMPLO DE UM QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO COM 16 CIRCUITOS

12
Simbologia

Para a representação de um projeto de instalação elétrica, a ABNT NBR


5444/1989: Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais recomenda
algumas simbologias padrão. Embora a norma citada esteja atualmente
cancelada e substituída pelos símbolos do database das I EC 60417, por costume
ou convenção ainda é largamente utilizada na prática.
A simbologia está mostrada na tabela abaixo.

13
TABELA 2 - SIMBOLOGIA USUAL

14
CAPÍTULO 2 - DIMENSIONAMENTO DE
CONDUTORES E ELETRODUTOS

Por acaso você aí quer aprender a dimensionar os componentes de uma


instalação elétrica de forma bem simples?
Pois bem, neste capítulo aprenderemos juntos como é feito o correto
dimensionamento dos condutores e também dos eletrodutos.
Vale ressaltar que, devido às dimensões, apresentaremos partes de algumas
tabelas retiradas da NBR 5410:2004. Caso você queira ver as tabelas na íntegra,
elas estarão disponíveis no final desse capítulo.
Vamos lá aprender?

Dimensionamento de condutores fase


Conforme Creder em Instalações Elétricas, as etapas para o dimensionamento de
um condutor são as seguintes:
1. Antes de decidir como abastecer os pontos de utilização de energia,
devemos escolher a maneira de instalar os condutores (tabela 3);
2. Uma vez escolhida a maneira de instalar e conhecida a potência dos
pontos de utilização, devemos calcular a corrente em ampères;
3. Assim, estamos em condições de escolher a bitola do condutor
pela capacidade de condução de corrente, aplicando-se os fatores de
correção conforme as temperaturas ambientes e o agrupamento de
condutores;
4. Após isso, as seções mínimas, conforme a NBR 5410:2004, devem ser
atendidas (tabela 4);
5. Depois de escolhido o condutor pelos critérios anteriores, devemos
verificar se ele satisfaz quanto à queda de tensão admissível.
6. Por fim, o condutor a ser escolhido é o de maior seção.

15
TABELA 3 - MÉTODO DE INSTALAÇÃO DOS CONDUTORES

TABELA 4 - SEÇÃO MÍNIMA DOS CONDUTORES

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Simplificadamente, o dimensionamento de um condutor pode ser feito de duas
formas complementares:
A primeira delas leva em conta o aumento de temperatura do condutor devido à
corrente elétrica que passa por ele e a segunda forma leva em conta a queda de
tensão devido ao percurso percorrido pela corrente até chegar aos pontos de
utilização.
A seguir, conheceremos esses dois métodos.

Método da capacidade de condução de corrente

O primeiro método de dimensionamento de um condutor tem o objetivo


principal de evitar danos aos condutores e às suas isolações em razão dos efeitos
térmicos provocados pela circulação da corrente.
Dessa forma, a corrente transportada por qualquer condutor deve ser tal que a
temperatura máxima para serviço contínuo (tabela 5) não seja ultrapassada.
É simples, não é?
Para isso, a corrente nos condutores não deve ser superior aos valores da tabela
4, submetidos aos fatores de correção de temperatura e agrupamento das tabelas
7 a 11.
TABELA 5 - TEMPERATURAS CARACTERÍSTICAS DOS CONDUTORES

17
TABELA 6 - CAPACIDADE DE CONDUÇÃO DE CORRENTE, EM AMPÈRES, PARA OS MÉTODOS DE
REFERÊNCIA A1, A2, B1, B2, C E D

TABELA 7 - FATOR DE CORREÇÃO PARA TEMPERATURAS AMBIENTES DIFERENTES DE 30 °C PARA


LINHAS NÃO SUBTERRÂNEAS E DE 20 °C PARA LINHAS SUBTERRÂNEAS

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TABELA 8 - FATOR DE CORREÇÃO DE TEMPERATURA PARA CABOS CONTIDOS EM ELETRODUTOS
ENTERRADOS NO SOLO, COM RESISTIVIDADES TÉRMICAS DIFERENTES DE 2,5 K M/W

TABELA 9 - FATOR DE CORREÇÃO PARA AGRUPAMENTO DE CIRCUITOS OU CABOS MULTIPOLARES

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TABELA 10 - FATOR DE AGRUPAMENTO PARA MAIS DE UM CIRCUITO — CABOS UNIPOLARES OU
CABOS MULTIPOLARES DIRETAMENTE ENTERRADOS

TABELA 11 - FATOR DE AGRUPAMENTO PARA MAIS DE UM CIRCUITO — CABOS EM ELETRODUTOS


DIRETAMENTE ENTERRADOS

Método da queda de tensão

Você já deve ter observado que os aparelhos de utilização de energia elétrica são
projetados para trabalharem a determinada faixa de tensão.
Dessa forma, é necessário que a tensão elétrica que chega até eles seja compatível
com essa faixa para que possam funcionar corretamente e para que não ocorra
nenhum dano a esses aparelhos.

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Para tanto, é necessário sempre considerar a queda de tensão, que ocorre em
função da distância entre a carga e o medidor e também em função da potência
da carga. Essa queda de tensão é dada em percentual da tensão nominal e é
calculada pela expressão abaixo:
tensão de entrada-tensão de carga
e= 100
tensão de entrada

Onde:
• e: queda de tensão percentual.
Essa queda de tensão, segundo a NBR 5410:2004, é admitida como sendo:
• 5%: para instalações alimentadas diretamente por um ramal de baixa
tensão, a partir da rede de distribuição pública de baixa tensão;
• 7%: para instalações alimentadas diretamente por uma subestação de
transformação a partir de uma instalação de alta tensão ou que possuam
fonte própria.

QUEDAS DE TENSÃO ADMISSÍVEIS

Dessa forma, é possível calcular a seção do condutor levando em consideração a


queda de tensão pela seguinte expressão:
1
S=2  (P.l)
e.V 2

Obs.: Para circuitos trifásicos, substitui-se 2 por √3 e V pela tensão fase-fase.


Onde:
• S: seção do condutor (mm²);
• P: potência consumida (watts);
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• ρ: resistividade do cobre no trecho = 1/58 ohms.mm²/m;
• l: comprimento do trecho (m);
• e: queda de tensão percentual (decimal);
• V: 127 ou 220 (volts).
Para facilitar, a tabela abaixo dá a seção do condutor em função do produto
potência-distância e a queda de tensão.

TABELA 12 - SOMA DAS POTÊNCIAS EM WATTS × DISTÂNCIA EM METROS V = 127 VOLTS

22
TABELA 13 - SOMA DAS POTÊNCIAS EM WATTS × DISTÂNCIA EM METROS V = 220 VOLTS

Dimensionamento de condutores neutro e terra


O dimensionamento dos condutores neutro e terra depende do condutor fase. O
processo é bem simples e se dá pela escolha da seção por meio das tabelas 14 e 15
abaixo, em função do diâmetro do condutor fase do circuito.

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TABELA 14 - SEÇÃO REDUZIDA DO CONDUTOR NEUTRO EM CIRCUITOS TRIFÁSICOS A QUATRO FIOS

TABELA 15 - SEÇÃO MÍNIMA DO CONDUTOR DE PROTEÇÃO (TERRA)

Dimensionamento de eletrodutos
Você sabia que, para dimensionar um eletroduto, devemos levar em
consideração um percentual de “folga” na área da seção transversal para que seja
possível passar a fiação?
Ou seja, as dimensões internas dos eletrodutos e de suas conexões devem
permitir que, após montagem da linha, os condutores possam ser instalados e
retirados com facilidade. Para tanto, a área máxima a ser utilizada pelos
condutores, incluído isolamento, deve ser de:
• 53% no caso de um condutor;
• 31% no caso de dois condutores;
• 40% no caso de três ou mais condutores.

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Vale lembrar, engenheiros, que para eletrodutos não é permitida a utilização de
produtos inadequados para tal fim, inclusive, segundo a NBR 5410:2004, são
apenas admitidos eletrodutos não propagantes de chama.
E em qualquer situação, os eletrodutos devem suportar as solicitações mecânicas,
químicas, elétricas e térmicas a que forem submetidos nas condições da
instalação.
Pois bem, para determinar o diâmetro do eletroduto e, assim, escolher a seção
comercial mais adequada para a sua situação, o simples cálculo a seguir deverá
ser feito.

4.A cond
Di=
f
Onde:
• Di: diâmetro interno do eletroduto (mm);
• ∑Acond: é soma das áreas externas dos condutores a serem instalados (mm²);
• f: é o fator preenchimento e vale 0,53 no caso de um condutor, 0,31 no caso
de dois condutores e 0,40 no caso de três ou mais condutores.

Exemplo prático
Agora, iremos absorver o que foi aprendido com os exemplos resolvidos abaixo.

1) Um circuito trifásico a 4 fios tem os seguintes dados:


• P = 65000 W;
• V= 220 V e 127 V entre fase-neutro;
• Fator de potência= 85%.
Utilizando condutores isolados com PVC/70, em ambiente a 50 ºC, qual a seção escolhida
pelo critério da capacidade de corrente e a maneira de instalar nº1?

RESOLUÇÃO:
Passo 01: Método de instalação

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Primeiramente, devemos conhecer a maneira de instalar número 1, que é,
segundo a tabela 3, condutores isolados em eletroduto de seção circular
embutido em parede termicamente isolante.

ESQUEMA DO MÉTODO DE INSTALAÇÃO 1

Sabendo disto, precisaremos agora determinar a corrente que passará pelos


condutores. Para isso, temos que corrigir a corrente considerando os fatores de
correção, abaixo.
Passo 02: Fator de correção em relação à temperatura (FCT)
Nesta situação, a temperatura ambiente é diferente da temperatura usual de
30ºC. Dessa foram, será necessário encontrarmos um fator de correção para este
caso, usando a tabela abaixo.
TABELA 16 - FATOR DE CORREÇÃO PARA TEMPERATURAS AMBIENTES DIFERENTES DE 30ºC

26
De acordo com a tabela acima, o fator de correção de temperatura para o PVC a
50 ºC é FCT = 0,71.
Passo 03: Fator de correção de agrupamento (FCA)

TABELA 17 - FATOR DE CORREÇÃO PARA CIRCUITOS AGRUPADOS EM FEIXE

De acordo com a tabela acima, o fator de correção de agrupamento para 1 circuito


em feixe: FCA = 1,00.
Passo 04: Corrente de projeto
Para determinar a corrente de projeto total, usaremos a tensão nominal fase-
neutro pela expressão abaixo.
P
Ip =
f p .V

65000
Ip = = 602,131A
0,85.127
Passo 05: Corrente corrigida
Como a corrente de projeto representa uma situação ideal, precisaremos
recalcular a corrente usando os fatores de correção para a situação real pela
expressão abaixo.
Ip
Ic =
FCT.FCA
602,131
Ic = = 848, 071A
0, 71.1

S = 24 mm 2

27
2) Agora, para a situação do exemplo 1, qual será o condutor escolhido pelo critério da
queda de tensão, para 2%?
Distância entre o último circuito e o quadro elétrico: 30 m.

RESOLUÇÃO:
Passo 01: Cálculo da seção
1
S= 3  (P.l)
e.V 2
1
S= 3(1/58)  65000.30
0, 02.2202

S = 60,158 mm 2

Como a seção 60,158mm² não é comercial, devemos utilizar um condutor de


seção de 70mm².
Passo 02: Seção pela tabela
Como o método pela queda de tensão avalia a influência da potência e das
distâncias no desempenho do circuito, devemos calcular o produto da potência
pela distância para aplicarmos na tabela abaixo:

 3
Potência x distância=65000.  30. 
 2 

TABELA 18 - SOMA DAS POTÊNCIAS EM WATTS × DISTÂNCIA EM METROS PARA V = 220 VOLTS

Como o valor calculado e a tabela acima, usando a queda de 2%, temos:

S = 70 mm 2

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3) Admitindo-se o circuito do exemplo 1, com 3 condutores Pirastic Antiflan de 240 mm²
e 1 neutro de 120mm², qual será o eletroduto adequado?

RESOLUÇÃO:
Passo 01: Soma das áreas externas dos condutores a serem instalados
Acond = 3.240+120 = 840mm2
Passo 02: Diâmetro do eletroduto
Como a área útil do eletroduto é dada por:

4.A cond
Di=
f

4.840
Di=
0, 40
Di=51, 709 mm

TABELA 19 - SEÇÕES COMERCIAIS DOS ELETRODUTOS RÍGIDOS, GALVANIZADOS

Então, o diâmetro comercial do eletroduto será de 2 1/2″.

Para fazer o download de todas as tabelas desse capítulo, clique aqui!

29
CAPÍTULO 3 – ENTENDA O QUE É LUMINOTÉCNICA

Você já tentou ler algo no escuro?


Se você conseguiu, provavelmente não foi muito agradável.
Então, você com certeza já sentiu o desconforto de estar em um ambiente com
iluminação inadequada, seja no trabalho ou até mesmo no seu quarto, e sabe que
uma boa iluminação é imprescindível para a realização das tarefas mais simples
do dia a dia.
Pois bem, engenheiros, vamos agora aprender sobre luminotécnica, que
simplesmente é o estudo da aplicação de iluminação artificial em ambientes.
Nesse capítulo, descobriremos como calcular a iluminação de um ambiente e
também como dispor as luminárias de maneira eficiente.
Ficou curioso para aprender como iluminar? Então continue com a gente!

Conceitos básicos
Já sabemos que iluminação deve assegurar, além do conforto visual, a realização
de tarefas de forma rápida e precisa. Mas para que isso seja possível, é preciso
que alguns parâmetros sejam considerados, como:
• A escolha do nível de iluminância mantida;
• A adequada distribuição da luminância;
• A limitação do ofuscamento;
• A avaliação da manutenção;
• A avaliação da luz natural.
Mas o que é iluminância e luminância?
Se você não sabe, não se preocupe. Para iniciarmos nosso estudo, precisamos
conhecer alguns conceitos fundamentais relacionados à luminotécnica, são eles:

Intensidade luminosa

30
É a intensidade luminosa na direção perpendicular, dada em candela (cd), de
uma superfície plana de área igual a 1/600000 m² de um corpo negro à
temperatura de fusão da platina, sob a pressão de 1 atm.
Ficou confuso? É a intensidade de luz que sai de uma pequena superfície escura
e muito quente.

Fluxo luminoso

É o fluxo luminoso, dado em lúmen (lm), emitido no interior de um ângulo sólido


de 1 esferorradiano (sr), por uma fonte pontual de intensidade igual a 1 candela,
em todas as direções.
Caso tenha ficado difícil de entender, para facilitar a vizualização do conceito de
um lúmem, observe a imagem abaixo.

CONCEITO DE UM LÚMEM

Iluminância

Iluminância, dada em lux (lx), é a relação entre o fluxo luminoso, que incide
perpendicularmente sobre uma superfície plana, pela área dessa superfície.

31
Ou seja, a iluminância é um termo que descreve a medição da quantidade de luz
que incide sobre uma determinada área de superfície e é dada pela expressão
abaixo:

E=
A
Onde:
• E: iluminância (lx);
• Φ: fluxo luminoso (lm);
• A: área (m²).

Luminância

Primeiramente, luminância é o fenômeno que permite a visualização de objetos,


quando iluminados.
Em temos técnicos, luminância é a quantidade de luz, dada em nit ou cd/m²,
emitida por uma fonte de área emissiva igual a 1 m², em uma determinada
direção, com intensidade luminosa de 1 candela (nessa mesma direção).

Curva de distribuição luminosa

É um tipo de diagrama polar pelo qual os fabricantes de luminárias representam


a distribuição da intensidade luminosa nas diferentes direções.

32
CURVA DE INTENSIDADE EM FUNÇÃO DE Θ

Eficiência luminosa

É a relação dos lumens emitidos pela lâmpada para cada watt consumido,
portanto é dada por lm/W.

Agora, observe a imagem a seguir com um pequeno esquema do que foi


apresentado.

33
INTENSIDADE LUMINOSA X FLUXO LUMINOSO X ILUMINÂNCIA X LUMINÂNCIA

Cálculo da iluminação
Indo ao que interessa, veremos agora os dois métodos de cálculo de iluminação
mais usados em projetos de iluminação de áreas de trabalho: o método dos
lumens e o método do ponto a ponto.

Método dos lumens

O método dos lumens consiste na determinação do fluxo luminoso total,


necessário para atender ao nível de iluminância adequado para a atividade a ser
executada no ambiente.
A determinação do fluxo luminoso é dada pela expressão abaixo, mas para isso
devemos antes atender as etapas apresentadas a seguir.
S.E m
=
u.d
Onde:
• Φ: fluxo luminoso total (lm);
• S: área do recinto (m²);

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• Em: nível de iluminância mantida (lx), tabela 20;
• u: coeficiente de utilização, tabela 21;
• d: fator de manutenção, tabela 23.

1 – Seleção da iluminância mantida

Para iniciarmos o método dos lumens, devemos selecionar a iluminância


mantida, representada por Em, a partir da atividade a ser exercida dentro do
ambiente.
Para isso, usaremos os valores contidos na tabela 20 abaixo para posteriormente
usarmos para o cálculo do fluxo luminosos total.

35
TABELA 20 - NÍVEL DE ILUMINÂNCIA MANTIDA PARA ALGUMAS ATIVIDADES

36
2 – Escolha das luminárias e lâmpadas

A próxima etapa consiste na escolha das luminárias e lâmpadas, que depende de


diversos fatores:
• objetivo da instalação (comercial, industrial, domiciliar);
• fatores econômicos;
• razões da decoração;
• facilidade de manutenção, etc.
Para tanto, é necessário a consulta do catálogo dos fabricantes de luminárias e
lâmpadas para auxiliar nessa escolha.
Para exemplificar do que se trata um catálogo, observe a tabela 21 abaixo,
fornecida pela Philips.

37
TABELA 21 - COEFICIENTES DE UTILIZAÇÃO

38
Neste catálogo, também é possível encontrarmos o fator de utilização (u) das
luminárias, que será usado posteriormente para o cálculo do fluxo luminosos
total. Mas para isso são necessárias duas informações: o índice do local (k) e a
refletância, que veremos nos passos seguintes.

3 – Determinação do índice do local

Este passo dá subsídio para a escolha do coeficiente de utilização (u), juntamente


com a etapa seguinte. Dessa forma, o índice do local relaciona as dimensões do
ambiente, comprimento, largura e altura de montagem de iluminação (direta,
semidireta, indireta ou semi-indireta) e é dado por:
cl
k=
h m (c+l)

Onde:
• c: comprimento do local (m);
• l: largura do local (m);
• hm: altura de montagem da luminária, que pode ser a distância da fonte
de luz ao plano de trabalho ou distância do teto ao plano de trabalho (m).

4 – Determinação da refletância

Nesta etapa, para a determinação da refletância dos tetos, paredes e pisos, é


necessário apenas observar os índices contidos na tabela 22 abaixo.
Vale ressaltar que a refletância é composta por 3 números XYZ, onde:
• X: representa a superfície do teto;
• Y: representa a superfície da parede;
• Z: representa a superfície do piso.

39
TABELA 22 - ÍNDICE DE REFLEXÃO TÍPICA

5 – Determinação do coeficiente de utilização

Pois bem, de posse do índice do local (k) e da refletância, estamos em condições


de buscar o coeficiente de utilização (u) na tabela 21, que relaciona o fluxo
luminoso inicial emitido pela luminária (fluxo total) e o fluxo recebido no plano
de trabalho (fluxo útil).

6- Determinação do fator de manutenção de referência

Neste passo, determinamos o fator de manutenção, que relaciona o fluxo emitido


no fim do período de manutenção da luminária e o fluxo luminoso inicial da
mesma. Para isso usaremos os valores contidos na tabela 23.

TABELA 23 - EXEMPLOS DE FATORES DE MANUTENÇÃO PARA SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO DE


INTERIORES COM LÂMPADAS

40
7 – Espaçamento entre luminárias

Por fim, o espaçamento máximo entre luminárias, que depende da abertura do


feixe luminoso (direto, semidireto, semi-indireto, difuso ou indireto) e está em
função da altura de montagem, está indicado na tabela 24.

TABELA 24 - ESPAÇAMENTO DAS LUMINÁRIAS ENTRE SI COM RELAÇÃO ÀS ALTURAS DE MONTAGEM

8 – Quantidade e disposição das luminárias

O número necessário de luminárias é calculado em função do fluxo total,


calculado nos passos anteriores, e do fluxo da luminária escolhida no passo 2,
pela expressão abaixo:

n=

Onde:
• n: número de luminárias;
• Φ: fluxo luminoso total (lm);
• φ: fluxo por luminária (lm).
Conhecido o número total de luminárias necessárias, basta agora distribuí-las
uniformemente no ambiente, de acordo com o esquema abaixo.

41
DISTRIBUIÇÃO TÍPICA DE LUMINÁRIAS

Método do ponto a ponto

O segundo método para o cálculo da iluminação é baseado na lei de Lambert,


que afirma que:

“A iluminância produzida em um ponto de uma superfície é proporcional à intensidade


luminosa da fonte na direção da superfície, proporcional ao cosseno do ângulo de incidência que
o raio luminoso faz com a normal ao plano e inversamente proporcional ao quadrado da
distância da fonte à superfície”.

Neste método, o processo ocorre de maneira um pouco diferente do método


anterior, já que antes é necessário decidir quantas luminárias serão utilizadas,
seus tipos e disposição para, então, ser possível prever se o nível de
iluminamento em um ponto desejado é suficiente para determinada tarefa.

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EXEMPLO DE UM ESQUEMA DO MÉTODO DO PONTO A PONTO

Sendo assim, o iluminamento em um dado ponto é calculado de acordo com a


expressão abaixo:
I
Ep h = 2
 cos3 (plano horizontal)
h
I
Ep v = 2
 (sen 2 .cos ) (plano vertical)
h
Onde:
• Ep: iluminamento em um ponto P (lm/m²);
• I: intensidade luminosa da fonte na direção de P (cd);
• h: altura de montagem da luminária, que pode ser a distância da fonte de
luz ao ponto ou distância do teto ao ponto (m).
• θ: ângulo entre a vertical à superfície receptora e a fonte de luz (graus).

43
CAPÍTULO 4 - LUMINOTÉCNICA: EXERCÍCIO DE
FIXAÇÃO

No nosso capítulo anterior sobre Luminotécnica, explicamos como calcular a


iluminação de um ambiente e também como dispor as luminárias de maneira
eficiente.
Agora, vamos solidificar o que foi aprendido sobre iluminação até o momento.
Para tanto, propomos alguns exemplos resolvidos de cálculo de iluminação,
tanto pelo o método dos lumens quanto pelo método do ponto a ponto.
Confira abaixo!

Exemplo de cálculo pelo método dos lumens


Desejamos iluminar uma marcenaria de 10,50 × 42 metros, pé-direito 4,60 m. A
marcenaria destina-se ao polimento e pintura de móveis, operação esta realizada em mesas
de 1,0 m. Desejamos usar lâmpadas fluorescentes em luminárias industriais, com 4
lâmpadas de 32 watts — 127 volts cada. Dessa forma, calcule o número e a disposição
dessas luminárias.

RESOLUÇÃO:
Para resolver este exercício basta apenas seguirmos o passo a passo dado pelo
método dos lumens, que é o seguinte:
Passo 1: Seleção da iluminância mantida
Tomando por base a informação sobre o ambiente de trabalho e a tabela abaixo,
a iluminância mantida (Em), neste caso, é de 750 lux.

44
TABELA 25 - NÍVEL DE ILUMINÂNCIA MANTIDA PARA ALGUMAS ATIVIDADES

Passo 2: Escolha das luminárias e lâmpadas


A partir do catálogo abaixo, a luminária escolhida foi: industrial, com 4 lâmpadas
de 32 watts (TMS 500 c/RA 500 – K).

TABELA 26 - CATÁLOGO DA PHILIPS

Passo 3: Determinação do índice do local


Sabemos que a altura da superfície de trabalho é 1m e que o pé direito é 4,6m,
então podemos admitir que a luminária será montada a 0,80m do teto, logo:
h m =4, 60-1, 00-0,80=2,80 m

Sendo assim, o índice do local é dado por:


c.l
k=
h m (c+l)

45
10,50.42
k=
2,80(10,50+42)
k=3
Passo 4: Determinação da refletância
Como trata-se de uma marcenaria, podemos considerar o teto branco e as paredes
e o pisos escuros.
TABELA 27 - ÍNDICE DE REFLEXÃO TÍPICA

De acordo com a tabela acima:


7: teto de superfície branca
3: parede de superfície média
1: piso de superfície escura
Logo, a refletância do ambiente será 731.
Passo 5: Determinação do coeficiente de utilização
Como já determinamos o índice do local e a refletância, o fator de utilização é
facilmente localizado pela tabela abaixo.

46
TABELA 28 - COEFICIENTES DE UTILIZAÇÃO

Coeficiente de utilização: 0,78.


Passo 6: Determinação do fator de manutenção de referência
Consideraremos a carga de poluição ambiente normal e luminárias com pequena
tendência de coleta de poeira.

47
TABELA 29 - EXEMPLOS DE FATORES DE MANUTENÇÃO PARA SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO DE
INTERIORES COM LÂMPADAS FLUORESCENTES

Fator de manutenção: 0,67.


Passo 7: Cálculo do fluxo luminosos total
Após seguirmos todos os passos anteriores, estamos aptos a calcular o fluxo
luminoso total pela expressão a seguir:
S.E m
F=
u.d
(10,5.42).750
F=
0, 78.0, 67
F=632893 lumens

Passo 8: Espaçamento entre luminárias


Pela tabela abaixo, considerando iluminação semidireta, o espaçamento máximo
entras as luminárias será:
emáx =0,9.h m

emáx =0,9.3,8?3, 42 m

48
TABELA 30 - ESPAÇAMENTO MÁXIMO ENTRE LUMINÁRIAS

Passo 9: Quantidade e disposição das luminárias


Sabemos que as lâmpadas utilizadas serão de 32 W, dessa forma o fluxo luminoso
de cada uma será de 2 950 lumens, conforme a tabela abaixo.

TABELA 31 - VALORES TÍPICOS DE FLUXO LUMINOSO DE LÂMPADAS

Dessa forma, o fluxo por luminária será de: φ = 4.2950 = 11800 lumens.
De posse dessa informação, podemos calcular o número de luminárias
necessárias por:
n= /
n = 632893/11800 = 53, 63

n = 54 luminárias

49
Conhecido o número total de luminárias necessárias, basta agora distribuí-las
uniformemente no ambiente, de acordo com a regra abaixo.

DISTRIBUIÇÃO TÍPICA DE LUMINÁRIAS

A disposição resultante para a marcenaria foi a seguinte, com 14 fileiras de 4,


totalizando 56 luminárias.

DISPOSIÇÃO RESULTANTE DAS LUMINÁRIAS

Exemplo de cálculo pelo método do ponto a ponto


Em um escritório responsável por arquivamento e cópia, calcular o iluminamento em um
ponto P, na horizontal, iluminado por quatro fontes A, B, C e D, com as seguintes
distâncias d da vertical que passa pelas fontes ao ponto P, conforme imagem abaixo. As
luminárias são de vapor de mercúrio, de 400 W, com fluxo inicial de 20 500 lumens.

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ESQUEMA DE UM GALPÃO INDUSTRIAL ILUMINADO POR 4 FONTES

RESOLUÇÃO:
Passo 1: Cálculo da distância d4
Primeiramente, devemos calcular a distância d4 (cateto oposto do ângulo θ4),

conforme abaixo:

d 4 = d 2 2 +d 32

d 4 = 32 +22 =3, 6m

Passo 2: Cálculo dos ângulos θ e dos cos³θ


Para calcular os ângulos, faremos uso da trigonometria pela da seguinte
expressão:

 cateto oposto 
 =arctg  
 cateto adjacente 
1 =0, pois A está imediatamente acima de P

3
2 =arctg   =26,56º
 
6

51
2
3 =arctg   =18, 43º
 
6

 3,6 
4 =arctg   =30,96º
 6 
Portanto:
1 =0º  cos³(1 )=1, 00

 2 =26,56º  cos³( 2 )=0, 72

3 =18, 43º  cos³(3 )=0,85

 4 =30,96º  cos³( 4 )=0, 63


Passo 3: Cálculo da intensidade luminosa na direção de cada ponto
Para o cálculo da intensidade luminosa podemos fazer uso da curva de
intensidade (imagem abaixo) para a luminária em questão, usando os valores dos
ângulos calculados no passo 2.
Vale ressaltar que a curva fornece a intensidade luminosa para 1 000 lumens,
porém a luminária em questão possui fluxo de 20 500 lumens, ou seja, 20,5 vezes
mais. Desse modo, o resultado obtido pela interseção das linhas radiais com a
curva do diagrama deverá ser multiplicado por 20,5, conforme abaixo:

52
CURVA DE INTENSIDADE EM FUNÇÃO DE Θ

I(1 )=208.20,5=4264 cd

I( 2 )=200.20,5=4100 cd

I(3 )=205.20,5=4202 cd

I( 4 )=196.20,5=4018 cd

Passo 4: Cálculo do iluminamento fornecido por cada ponto


Sabemos que o iluminamento no ponto P, no plano horizontal, é dado por:
I( )
Ep h = cos3
h2
Como supomos as luminárias situadas a 6 m de altura em relação ao piso, então:
4264
Ep h1 = 1=118, 4 lx
62
4100
Ep h2 = 0, 72=82, 0 lx
62

53
4202
Ep h3 = 0,85=99, 2 lx
62
4018
Ep h2 = 0, 63=70,3 lx
62
Eph,total =118, 4+82,0+99, 2+70,3

Eph,total = 369, 9 lx

Agora, observe a tabela a baixo:

TABELA 32 - NÍVEL DE ILUMINÂNCIA MANTIDA PARA ALGUMAS ATIVIDADES

Conforme a tabela, é possível verificarmos que o nível de iluminamento


fornecido pelos pontos de luz é suficiente para atender às necessidades do
escritório no ponto P.

Esse e-Book baseou-se, entre outras fontes, no livro Instalações Elétricas Prediais
de Hélio Creder, indicamos para você que tem interesse em se aprofundar mais no
assunto.
Se gostou, não deixa de seguir o Guia da Engenharia no blog e também no
Youtube!

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