jovens muito amigos d'Ele: Lázaro, Marta e Maria. O papo devia estar gostoso, as companhias eram agradáveis, os discípulos se deliciavam com os ensinamento do mestre. Mas, de repente, Ele se retirou para estar a só com o Pai.
Observamos nessa passagem que Jesus tinha
uma vida de oração. Ele orava porque não queria lançar mão de sua divindade para realizar Sua obras. Preferia buscar a Deus e orar, para que Deus O usasse em sua própria humanidade para nos dar exemplo.
A vida de oração chamava a atenção das
pessoas. Depois que o Senhor acabou seu momento de devoção particular, naquele dia em Betânia, um dos discípulos lhe suplicou: "Senhor ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos" (Lc 11.1b). E Jesus sempre está disposto a ensinar, pois ele mesmo declarou: "Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração" (Mt 11.29). Ele desenvolveu um método simples e eficaz de vida de oração, a partir do qual quer nos ensinar a orar. Vejamos então de acordo com os ensinamentos do Senhor Jesus como devemos orar.
PRIVILEGIANDO A INTIMIDADE COM DEUS
Jesus nos ensina que precisamos dar
exclusividade aos momentos de oração e ficarmos a sós com o Pai. Ele determinou: "Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará". O mestre nos educa mostrando que mesmo as atividade da obra de Deus não podem atrapalhar nossa vida de oração: "Logo em seguida obrigou os seus discípulos a entrar no barco, e passar adiante d'Ele para o outro lado, enquanto Ele despedia as multidões. Tendo-as despedido, subiu ao monte para orar à parte. Ao anoitecer, estava ali sozinho" (Mt 14:22, 23). Por certo havia mais cegos, surdos, mudos, leprosos, e possessos para serem atendidos por Cristo, mas diz o texto que o Senhor obrigou os seus discípulos a pararem com os trabalhos porque Ele queria ficar sozinho com Deus no monte.
O Senhor nos mostra que não adianta muito
trabalho, sem oração; muita retórica e palavras bonitas, sem oração; horas e horas de ensaio, sem oração; muito culto sem oração. É preciso ter intimidade particular nossa com Deus.
Certo pastor muito envolvido com a obra do
Senhor: construções, visitas, pregações, estudos bíblicos, conferências, aconselhamentos, resolução de problemas no ministério. Só tinha tempo para a obra de Deus; obra de Deus; obra de Deus; obra de Deus; obra de Deus. E não tinha tempo para o Deus da obra. Um dia, acabou se acidentando. Foi parar no hospital. E bravo, lá, questionou Deus do porquê daquela luta, já que ele estava tão envolvido com a obra de Deus. Deus lhe respondeu, quando ele passou a orar: "Quero você envolvido primeiro Comigo para depois envolver-se com a Minha obra".
Não vamos esperar vir a luta para procuramos
ter intimidade com Deus!
ESTABELECENDO UM HORÁRIO ESTRATÉGICO
Lemos em Mc 1:35- "Sendo já tarde, tendo-se
posto o sol, traziam-lhe todos os enfermos, e os endemoninhados; e toda a cidade estava reunida à porta; e ele curou muitos doentes atacados de diversas moléstias, e expulsou muitos demônios; mas não permitia que os demônios falassem, porque o conheciam. De madrugada, ainda bem escuro, levantou-se, saiu e foi a um lugar deserto, e ali orava".
Novamente vemos aqui que nosso Mestre não
permitiu que seus trabalhos na obra de Deus roubassem d'Ele a oportunidade de orar. Por isso, Ele escolheu um horário estratégico para conversar com Seu Pai.
Apesar de a madrugada ser um horário gostoso
e produtivo para oração, não se trata de regra. O que importa é criarmos uma disciplina do tempo para a oração. Não podemos permitir que as 24 horas do dia se acabem sem que selecionemos uma parte delas para o diálogo com o Pai. Por mais atarefados que sejamos, precisamos estabelecer e de preferência até sistematizar em nossa agenda diária o tempo para Aquele que quer ter comunhão conosco. Faça um teste: dê pelo menos quinze minutos por dia do seu tempo em um horário determinado (é bom que você não fique mudando) para conversar com o Pai. E perceba o resultado depois de um mês.
O teólogo Walter B. Knight conta uma história
interessante sobre o hábito de estabelecer um tempo específico para oração.
Em um hospital infantil, uma menina
tinha que ser submetida a uma melindrosa cirurgia. Ela foi carinhosamente colocada na mesa operatória por uma gentil enfermeira, enquanto era preparada a respectiva anestesia. Antes, porém, do início da operação, o médico cirurgião aproximou-se dela e, carinhosamente, disse ao seu ouvido: "Minha filhinha, você vai tomar um remédio para dormir, mas quando acordar já estará bem boazinha", ao que a garota pediu:
"Bem, doutor, então, antes de pegar
no sono, o senhor me deixa orar, como de costume, a minha oração de todas as noites". Assim, ajoelhou- se e balbuciou um rápida suplica a Deus. E em seguida disse: "Agora, já posso 'ir dormir' ". O médico, contando o emocionante episódio em uma reunião com seus colegas de medicina, declarou: "Naquela noite, antes de deitar-me, ajoelhei-me e orei ardentemente a Deus, coisa que não fazia havia mais de trinta anos".
ESTABELECENDO UM LUGAR COSTUMEIRO
Vemos na Palavra que Jesus não somente tinha
o hábito da oração mas Ele estabelecera um lugar apropriado para a orar: "Então saiu e, segundo o seu costume, foi para o Monte das Oliveiras; e os discípulos o seguiam. Quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação. E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e pondo-se de joelhos, orava" (Lc 22:39-41).
O melhor lugar para orar é na "casa de oração"
(Mt 21.13). Mas podemos separar um cantinho em nossa casa, uma cadeira, uma poltrona, um tapete, consagrando esse lugar para nossos instantes de comunhão com o Todo-Poderoso. Quando escolhemos e definimos um lugar apropriado o próprio ambiente nos motiva a orar.
INTENSIFICANDO A ORAÇÃO PARA TOMAR
DECISÕES IMPORTANTES
Quando estamos em dúvida ou receosos para
tomar decisões, às vezes, pedimos conselhos para inúmeras pessoas. E acabamos por nos esquecer de nos aconselhar com a pessoa mais importante: Aquele que nos criou, que domina sobre todas as coisas.
Jesus quando teve que escolher seus discípulos,
intensificou seu período de oração. Ele está nos ensinando que, quando vamos tomar decisões, precisamos aumentar o nível de oração, principalmente quando nossas opções vão envolver a vontade das outras pessoas.
Vejamos como o evangelista Lucas nos conta o
fato: "Naqueles dias retirou-se para o monte a fim de orar; e passou a noite toda em oração a Deus. Depois do amanhecer, chamou seus discípulos, e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos" (Lc 6:12,13).
Mas cuidado: Intensificar a oração não significa
fazer ladainha, pois nosso Senhor nos alerta: "E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios" (Mt 6:6,7). Essa passagem bíblica revela é preciso a objetividade na oração.
PEDINDO PODER
O Senhor Jesus revela que a oração é fonte de
autoridade espiritual e de poder: "Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que crê em mim, esse também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas; porque eu vou para o Pai; e tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu a farei (Jo 14: 12-14)".
Esse texto deixa claro que Jesus não fazia
milagres por ser Deus. As obras maravilhosas que operava as fazia em Sua própria humanidade. Se não fosse assim, não teria dito que qualquer um de Seus seguidores poderia fazer obras igual aquelas que Ele operava, e ainda poderia fazê-las muito maiores.
O Senhor Jesus cumpriu Seu ministério sem
lançar mão da Sua divindade. Não usou sua deidade para se eximir de problemas e dificuldades. Operava maravilhas como homem. Entretanto, como homem ungido pelo Espírito Santo. Ele leu na sinagoga em Nazaré o que o profeta Isaías vaticinara a Seu próprio respeito: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos" (Lc 4.18).
O Espírito Santo está a disposição para ungir o
povo de Deus para obra do Senhor. E quanto mais o cristão pede essa unção mais ele a terá. E não há outra forma de pedir esse poder a não ser pela oração. Se quisermos produzir frutos para o reino de Deus precisamos orar.
Quantos pregadores que pregam "bonito", mas
sem efeito; quantos cantores demonstram uma técnica excepcional, mas não alteram nada com seu canto no reino espiritual; quantos grupos musicais lindos de se ouvir, mas que não encorajam a alma aflita e muito menos amedronta Satanás. Por que esse fracasso? A resposta é simples: porque não oram; preocupam-se com a aparência e esquecem da essência; dedicam-se a técnica e abandonam a comunhão; prendem-se ao material e rejeitam o espiritual. Que Deus nos guarde disso!
Supliquemos a todo dia como aquele discípulo
em Betânia: "Jesus ensina-nos a orar". Com certeza, Ele irá nos atender.