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1. ORGANIZAÇÃO ................................................................................................. 3
6. DA DOACAO ................................................................................................... 29
9. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.............................................................................. 45
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011. ORGANIZAÇÃO
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02 2. CONTRATOS – DISPOSIÇÕES GERAIS
a) Princípio do Consensualismo;
b) Princípio do “pacta sunt servanda”;
c) Princípio da Função Social do Contrato;
d) Princípio da Boa-Fé Objetiva;
e) Princípio da Autonomia Privada.
Gabarito: A
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2.2 Contratos de adesão: Artigos 423 e 424.
Art. 423 do Código Civil: “In dubio pro aderente”.
Art. 424 do Código Civil: Proibida renúncia antecipada de direitos.
QUESTÃO: (01/2012 - FGV) Marco Antônio, solteiro, maior e capaz, resolve lavrar
testamento público, a fim de dispor sobre seus bens. Tendo em vista que os seus
únicos herdeiros são os seus dois filhos maiores e capazes, Júlio e Joel, ambos
solteiros e sem filhos, e considerando-se que o patrimônio de Marco Antônio
corresponde a dois imóveis de igual valor, dois automóveis de igual va*5lor e R$
100.000,00 em depósito bancário, ele assim dispõe sobre os seus bens no
testamento: deixa para Júlio um imóvel, um automóvel e metade do montante
depositado na conta bancária e, de igual sorte, deixa para Joel um imóvel, um
automóvel e metade do montante depositado na conta bancária. Logo após ter
ciência da lavratura do testamento público por seu pai, Júlio decide imediatamente
lavrar escritura pública por meio da qual renuncia expressamente apenas ao
automóvel, aceitando receber o imóvel, bem como metade do montante depositado
em conta bancária. Para tanto, afirma Júlio que há diversas multas por infrações de
trânsito e dívidas de impostos em relação ao automóvel, razão pela qual não lhe
interessa herdar esse bem. Tomando conhecimento da lavratura da escritura pública
de renúncia por Júlio, Marco Antônio e Joel decidem consultar um advogado.
Na condição de advogado(a) consultado(a) por Marco Antônio e Joel, responda aos
itens a seguir, utilizando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação
legal pertinente ao caso.
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A) Poderia Júlio renunciar à herança no momento por ele escolhido?
B) Independentemente da resposta dada ao item anterior, poderia Júlio renunciar
exclusivamente ao automóvel, recebendo os demais bens?
- Lugar de celebração de um contrato: Onde ele foi proposto – Artigo 435 CC.
- Quando está perfeito o contrato entre pessoas ausentes? Quando se expede a
aceitação. Leitura do artigo 434 “caput” do CC. Aplicação da teoria da expedição.
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aceitação da proposta, deixa de respondê-la imediatamente. No dia 16/07/2015,
Maria responde a João, via mensagem por celular, informando ter interesse em
comprar o veículo, desde que o preço fosse parcelado em sete vezes. Contudo,
João informa a Maria que o veículo fora vendido na véspera. Tendo em vista o
enunciado, responda aos itens a seguir.
A) A oferta de João foi feita entre pessoas presentes ou ausentes?
B) A resposta de Maria, a partir do momento em que envia mensagem via celular a
João alterando as condições do que fora originalmente ofertado, poderia qualificá-la
como mera proposta?
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não tenha obtido êxito, envidara todos os esforços no sentido de convencer o seu
irmão a comparecer.
A respeito da situação narrada, é correto afirmar que Sandro
a) não está obrigado a efetuar o pagamento a Danilo, pois a obrigação por este
assumida é de resultado, sendo, ainda, autorizado a Sandro obter ressarcimento por
perdas e danos de Danilo.
b) não está obrigado a efetuar o pagamento a Danilo, por ser o contrato nulo,
tendo em vista que Reinaldo não é parte contratante.
c) está obrigado a efetuar o pagamento a Danilo, pois a obrigação por este
assumida é de meio, restando a Sandro o direito de cobrar perdas e danos
diretamente de Reinaldo.
d) está obrigado a efetuar o pagamento a Danilo, pois a obrigação por este
assumida é de meio, sendo incabível a cobrança de perdas e danos de Reinaldo.
Gabarito: A
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QUESTÃO: (XVIII – Exame) Guilherme efetuou a compra do televisor de seu amigo
Marcelo, que estava em dificuldades financeiras. Todavia, após 02 (dois) meses de
uso por Guilherme, o referido bem passou a apresentar problemas. Registre-se,
ainda, que, no momento da venda, Marcelo já tinha ciência da existência do
problema, tendo-se omitido quanto ao fato, eis que sabia que o mesmo só seria
conhecido por Guilherme em momento posterior. Em face da situação apresentada,
responda, de forma fundamentada, aos itens a seguir.
A) Quais as medidas cabíveis na presente hipótese e quais as pretensões que
poderão ser deduzidas em juízo por Guilherme?
B) Suponha que Guilherme tenha ingressado com a medida judicial cabível logo
após o aparelho apresentar defeito e que Marcelo, ao apresentar contestação,
alegue a decadência do direito invocado por Guilherme, uma vez que foi
ultrapassado o prazo de 30 (trinta) dias previsto no Código Civil. No caso ora
analisado, o argumento de Marcelo procede?
2.9 Evicção
Evicção é a perda total ou parcial de um bem por sentença judicial. Essa
sentença judicial atribui a outra pessoa o bem.
Funda-se no mesmo princípio da garantia em que se assenta a teoria dos
vícios redibitórios.
❖ Partes na evicção:
a) O alienante, que transferiu a coisa de forma onerosa.
b) O evicto (adquirente ou evencido), que perdeu a coisa adquirida.
c) O evictor (ou evencente), que ganhou a ação judicial.
❖ Requisitos da evicção:
a) Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada;
b) Onerosidade da aquisição;
c) Ignorância, pelo adquirente, da litigiosidade da coisa. Se sabia que a coisa era
litigiosa, não pode demandar evicção;
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d) Anterioridade do direito do evictor/aquele que ganhou a ação judicial:
O alienante só responde pela perda decorrente de causa já existente ao tempo da
alienação.
- Diz o art. 447 do Código Civil: “Nos contratos onerosos, o alienante responde pela
evicção, subsistindo esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em
hasta pública.”
- A responsabilidade decorre da lei. Independe, portanto, de previsão contratual.
Mesmo que o contrato seja omisso, ele existirá de acordo com a lei.
- Ocorre em todo o contrato oneroso, pelo qual se transfere domínio, posse ou uso.
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FIXAÇÃO:
1. Isenção do alienante de toda a responsabilidade = cláusula expressa de exclusão
da garantia + ciência específica do risco pelo adquirente.
2. Responsabilidade do alienante apenas pelo preço relacionado com a coisa evicta
= cláusula expressa de exclusão da garantia – ciência do risco pelo adquirente ou ter
assumido o risco.
3. Omissão da cláusula de “non praestaenda evictione” = responsabilidade total do
alienante + perdas e danos.
❖ Evicção parcial:
Se houve evicção parcial e não total da coisa? Poderá o evicto optar: entre a
rescisão do contrato e a restituições da parte do preço do desfalque.
- Se não for considerável, pode apenas pleitear a indenização e não a rescisão do
contrato.
OBS.: Prescrição: Pelo que prevê o art. 199, III, do novo Código Civil, não
corre a prescrição entre evictor, evicto e alienante, pendendo a ação de evicção.
Somente após o trânsito em julgado da sentença a ser proferida na ação em que se
discute esta, com a decisão sobre a destinação do bem evicto, o prazo volta a
correr.
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seus esforços no plantio, tendo comprado sementes de excelente qualidade e
preparado a terra de forma adequada.
Também durante o crescimento da plantação, Jacinto, diligentemente, tratou
de observar todas as medidas adequadas para afastar as pragas. No entanto, dias
antes da entrega da safra de milho à Distribuição de Milho S.A., uma nova praga
surgiu no Brasil e devastou quase toda a plantação de Jacinto. Na data prevista,
Jacinto entregou à sociedade empresária Distribuição de Milho S.A. apenas o que
restou após a praga, 1/3 do total da safra de milho. Em contrapartida, a sociedade
empresária negou-se a efetuar o pagamento da outra metade do preço, alegando
que a quantidade entregue da safra de milho era menor do que a necessária para
cumprir com seus compromissos perante seus clientes.
Em virtude do não pagamento da segunda metade do preço, o
microempreendedor Jacinto alega ter sofrido, além do dano material, dano moral.
Sobre a situação descrita, responda aos itens a seguir.
A) Assiste razão à sociedade empresária Distribuição de Milho S.A. em não ter
efetuado o pagamento da segunda metade do preço a Jacinto? (Valor: 0,60)
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Considerando essa situação hipotética, redija, na qualidade de advogado de
Cláudia, texto argumentativo acerca dos fundamentos invocados por Carlos para se
recusar à celebração do contrato definitivo.
2.12 Contrato com Pessoa a Declarar: Art. 467- 471 do Código Civil
Uma das partes pode reservar-se (desde que acordado no contrato) o direito
de colocar outra pessoa em seu lugar na relação contratual.
O prazo legal é em caso de inexistência de outro prazo no contrato. Caso o
terceiro que ingressar no contrato seja insolvente, etc., o contrato irá vigorar entre as
partes originais.
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c) Direito de arrependimento: Deve estar expressamente previsto no contrato,
autoriza qualquer das partes a rescindir o ajuste, mediante declaração unilateral de
vontade.
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Por outro lado, prevê o art. 477 NCC a “exceptio no rite adimpleti contractus”,
para os casos de descumprimento parcial do negócio. Vale lembrar ainda o conceito
de cláusula “solve et repete”, aquela que afasta a aplicação dessas duas regras.
Entendemos que essa última cláusula não terá validade para os contratos de
adesão, pelo que consta no art. 424 do CC.
❖ Resolução por onerosidade excessiva: evento extraordinário e imprevisível,
que dificulte extremamente o adimplemento do contrato, gerando a extinção de
contrato de execução diferida ou continuada (trato sucessivo). Utilização da teoria da
imprevisão (cláusula “rebus sic stantibus”), agora, para a extinção do contrato.
Provadas as condições pode haver a rescisão ou revisão das prestações.
Quanto ao art. 478 do CC, foram aprovados os seguintes enunciados na III Jornada
de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal:
“Enunciado n. 175 – Art. 478: A menção à imprevisibilidade e à
extraordinariedade, insertas no art. 478 do Código Civil, deve ser interpretada não
somente em relação ao fato que gere o desequilíbrio, mas também em relação às
consequências que ele produz”.
“Enunciado n. 176 – Art. 478: Em atenção ao princípio da conservação dos
negócios jurídicos, o art. 478 do Código Civil de 2002 deverá conduzir, sempre que
possível, à revisão judicial dos contratos e não à resolução contratual”.
Vale lembra que, antes da resolução (extinção do contrato), os arts. 479 e 480
do CC possibilitam a revisão da avença, o que deve sempre ser buscado pelo juiz e
aplicador do direito, tendo em vista o princípio da conservação contratual, que é
anexo à função social pactos.
Pode ser:
❖ Resilição bilateral ou distrato: mediante a celebração de um novo negócio
em que ambas as partes resolvem, de comum acordo, pôr fim ao contrato anterior
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que firmaram. Submete-se às mesmas normas e formas relativas aos contratos e
está previsto no art. 472 do CC.
❖ Resilição unilateral: há contratos que admitem dissolução pela simples
declaração de vontade de uma das partes. Só ocorre excepcionalmente, como na
locação, no mandato, no comodato e no depósito. Opera-se mediante denúncia
notificada à outra parte (art. 473 do CC). São modalidades de resilição unilateral
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TITULO VI – DAS VARIAS ESPÉCIES DE CONTRATO
❖ Natureza jurídica:
a) Contrato bilateral
b) Consensual – se aperfeiçoa com o acordo de vontade independente da entrega
da coisa. É o que diz o art. 482: “A compra e venda, do pura, considerar-se-á
obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço”.
c) Oneroso
d) Em regra comutativo – porque as prestações são certas e as partes podem
antever vantagens e sacrifícios. Podem se transformar em aleatórios quando tem
por objeto coisa futura ou coisas existentes, mas sujeitas a riscos.
e) Em regra não solene. Exceção: compra e venda de imóveis.
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E se der um objeto? Não é compra e venda, mas permuta! Se não for determinado,
deve ser ao menos ser determinável.
Ha vários modos que o preço pode ser estabelecido.
• A fixação do preço pode ser dada a taxa de mercado ou bolsa, em certo e
determinado dia e lugar.
• Que terceiro fixe o preço. Se o terceiro não quiser a incumbência, fica sem
efeito o contrato, salvo quando designar outra pessoa.
• Pode ser fixado em função dos índices ou parâmetros, desde que suscetíveis
de objetiva determinação.
• Pode ser convencionado o preço quando não há fixação dele, se entende
então que as partes se sujeitam ao preço corrente nas vendas habituais
daquele produto.
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❖ Efeitos da compra e venda:
a) Gerar obrigações reciprocas para os contratantes.
b) Acarretar a responsabilidade do vendedor pelos vícios redibitórios e pela evicção.
c) Responsabilidade pelos riscos: até o momento da tradição a coisa é de
responsabilidade do vendedor.
d) Repartição de despesas: as despesas com escritura e registro ficarão a cargo do
comprador. As despesas com a tradição ficarão a cargo do vendedor.
e) Direito de reter a coisa ou o preço: Na compra e venda à vista, as obrigações são
recíprocas e simultâneas. Mas, cabe ao comprador SEMPRE o primeiro passo:
pagar o preço. Antes de receber o pagamento, o vendedor não é obrigado a
entregar a coisa.
Sendo a venda a crédito, pode o vendedor sobrestar a entrega, se antes da
tradição o devedor cair em insolvência, até obter dele caução de que pagará o preço
ajustado.
OBS.: A coisa deve ser entregue, na falta de estipulação expressa, no local
em que se encontrava ao tempo da venda.
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• Pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a
que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
• Pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros
serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar
em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender
a sua autoridade;
• Pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam
encarregados.
c) Venda de parte indivisa em condomínio: o condômino não pode alienar sua parte
indivisa a estranho, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condomínio aqui é
pro indiviso porque se for para o diviso não há direito de preferência.
O condômino que quiser pode exercer seu direito de preferência ou
preempção, ajuizando ação no prazo decadencial de 180 dias contados da data em
que teve ciência da alienação.
No momento do ajuizamento, deve o condômino, efetuar a consignação do
valor que deseja pagar.
Mas e se mais de um condômino quiser comprar? Se dará preferência ao
condômino que tiver benfeitorias de maior valor, e na falta dessas, o condômino de
quinhão maior.
Se as partes forem iguais todos que quiserem poderão adquirir a parte
vendida, depositando o preço.
d) Venda entre os cônjuges: é possível a venda entre cônjuges com relação aos
bens excluídos da comunhão.
Enunciado 152, CJF: É possível a venda entre cônjuges no regime da comunhão
universal? Sim, pois há bens excluídos dessa comunhão, como os de uso pessoas e
os utensílios de trabalho.
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❖ Vendas especiais
a) Venda mediante amostra: Diz o art. 484, CC: “Se a venda se realizar a vista de
amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a
coisa as qualidades que a elas correspondem. Prevalece a amostra, o protótipo ou o
modelo, se houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a
coisa no contrato.”
Nesses três casos a venda ocorre sob condição suspensiva – fica suspensa
até a entrega da coisa conforme a amostra, o protótipo ou o modelo.
Se a coisa não for entregue conforme o prometido, funcionará como condição
resolutiva.
Art. 484, parágrafo único, CC – havendo divergência entre a amostra, o
protótipo ou o modelo e o contato, prevalecerão os primeiros. Corresponde ao art.
30 do Código de Defesa do Consumidor (lembrar sempre do Diálogo das Fontes).
O meio de oferta prevalece sobre o contrato.
Se a mercadoria entregue não for toda igual ao da amostra, se caracteriza
inadimplemento. O comprador deve protestar imediatamente, sob pena de o seu
silencio ser interpretado como aceitação.
b) Venda “ad corpus” e venda “ad mensuram”: O art. 500, CC apresenta regra
aplicável somente a compra e venda de bens imóveis: “Se na venda de um imóvel,
se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e
esta não corresponder, em qualquer dos casos, as dimensões dadas, o comprador
terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de
reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional do preço.”
É a venda “ad mensuram”. O preço é estipulado com base nas dimensões
do imóvel. Ex.: preço por hectare.
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Se em posterior medição, se vê que a área é menor, o comprador tem 2
saídas: 1. Exigir complementação; 2. Se não for possível, então pode optar pela
resolução do contrato ou abatimento.
OBS.: Presume-se que a referência as dimensões eram somente enunciativas,
quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da área total
enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias,
não teria realizado o negócio.
-1/20 é 5%. Diferença tão pequena não justifica o litígio. Contudo, é presunção juris
tantum, cabe ao comprador provar que precisava da área de 5%.
Venda “ad corpus”: Na venda “ad corpus” o vendedor aliena o imóvel como
corpo certo e determinada; logo, o comprador não poderá exigir o implemento da
área, pois adquiriu o bem pelo conjunto e não em atenção a área declarara da que
assume caráter meramente enunciativo. “Não haverá complemento de área, nem
devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada,
tendo sido apenas enunciativa a referência as suas dimensões, ainda que não
conste, de modo expresso, ter sido a venda “ad corpus”.
-é venda “ad corpus” porque não leva em consideração a medida, mas sim a coisa
em si.
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SEÇÃO II – DAS CLÁUSULAS ESPECIAIS DA COMPRA E VENDA
❖ Da retrovenda: Está em desuso. Constitui um pacto adjeto, pelo qual o
vendedor reserva-se o direito de reaver o imóvel que está sendo alienado, em certo
prazo, restituindo o preço, mais as despesas feitas pelo comprador. Ex.: A venda
para B. Em certo prazo, A pode ter o imóvel de volta, se pagar tudo a B mais
despesas.
Tem a natureza jurídica de um pacto acessório, adjeto ao contrato de compra
e venda. Caracteriza-se por uma condição resolutiva expressa.
Traz como consequência o desfazimento da venda. As partes retornam ao
“status quo ante”. Não constitui nova alienação. Somente bens imóveis.
Qual é o prazo máximo que o vendedor pode exercer esse direito? 3
anos.
Se as partes ajustaram período maior reputa-se como não escrito. Mas e se o
comprador não quiser mais devolver? O vendedor pode depositar em juízo.
E se mais de uma pessoa pode exercer o direito de resgate? Se só uma
exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem, prevalecendo o
pacto em favor de quem haja efetuado o deposito.
O direito de resgate – retrovenda – pode inclusive ser cedido a terceiros,
transmitido a herdeiros e legatários.
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O negócio jurídico vai se perfectibilizar quando o comprador aceitar. Depende
de seu gosto, portanto. Não pode o vendedor dizer que a recusa é por mero
capricho.
Vencido o prazo sem manifestação do comprador, entende-se que ele
aceitou.
Mas e se não há prazo? O vendedor terá direito a intimar o comprador, tanto
judicialmente como extra, para que a faca em prazo dado pelo juiz. Esse direito é
simplesmente pessoal. Não se transfere a outras pessoas.
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OBS.: Retrocessão: Consiste ao direito de preferência atribuído ao expropriado.
Art. 519: “Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou
por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for
utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de
preferência, pelo preço atual da coisa.”
Quando na desapropriação não for dada a destinação legal que deveria ter
sido dada, cabe ao que perdeu a terra o direito de preferência pela terra.
e) Da venda sobre documentos: Diz o art. 529: “Na venda sobre documentos, a
tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros
documentos exigidos pelo contrato, ou no silencio deste, pelos usos”.
Achando-se a documentação em ordem, não pode o comprador recusar o
pagamento, a pretexto de defeito de qualidade ou do estado da coisa vendida, salvo
se o defeito já houver sido comprovado.
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ATENÇÃO:
• Tem uso no comércio marítimo, na venda de praça a praça e entre países
distantes.
• O vendedor, entregando o documento se libera das obrigações e tem direito
ao preço.
• O comprador, na posse justificada de tal documento, pode exigir do
transportador a entrega da mercadoria.
• Estipulado o pagamento por intermédio de banco, caberá ao banco efetuá-lo
contra a entrega de documentos, sem obrigação de verificar a coisa vendida,
pela qual não responde. Nesse caso, somente após a recusa do
estabelecimento bancário a efetuar o pagamento, poderá o vendedor
pretendê-lo diretamente ao comprador.
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044. TROCA OU PERMUTA
A troca é o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra,
que não seja dinheiro. Difere da compra e venda apenas por isso. Na compra e
venda a prestação é dinheiro, aqui é uma coisa.
Como ocorre com a compra e venda, a troca é contrato oneroso, bilateral e
consensual.
Não tem caráter real, mas apenas obrigacional. Gera para os permutastes a
obrigação de transferir, um para o outro, a propriedade de determinada coisa.
Diz o art. 533:
Aplicam-se a troca as disposições referentes a compra e venda, com as
seguintes modificações:
I – Salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por
metade as despesas com o instrumento da troca;
II – É anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e
descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge
do alienante.
Ex.: se o objeto que o ascendente vai trocar com o filho é de valor maior que o filho
vai dar par o pai, os outros filhos devem ser ouvidos, bem como a esposa. Devem
consentir expressamente.
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05 5. CONTRATO ESTIMATÓRIO
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066. DA DOAÇÃO:
❖ Características:
a) Natureza contratual
b) Intenção de doar
c) Transferência de bens para o patrimônio do donatário
d) Aceitação da doação pelo donatário.
❖ Natureza jurídica:
a) Unilateral: Só gera obrigações para uma das partes, apesar de precisar de 2
para que o contrato se perfectibilize.
b) Consensual: Só se aperfeiçoa com o acordo de vontades entre o doador e o
donatário, independente da entrega da coisa, contudo, a doação de bens moveis de
pequeno valor é real.
c) Solene: a doação deve ser feita por escritura pública ou instrumento particular,
contudo, em bens móveis de pequeno valor admite-se a doação verbal, se no
momento posterior, a coisa lhe for entregue.
d) Gratuito: Não é oneroso para a outra parte. É necessário aceitação do donatário,
já que é um ato unilateral? Sim, é indispensável. A aceitação pode, assim, ser
expressa, tácita ou presumida:
- Expressa: no próprio instrumento.
- Tácita: Quando revelada pelo comportamento do donatário. Ex.: começa a usar a
cosia
- Presumida: Ha vários casos:
# Quando o doador fixa o prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não. Se não
se manifestar, entende-se que aceitou. Isso só se aplica nos casos de doação pura
em que não há ônus para o donatário.
# Quando a doação é feita em contemplação de casamento futuro com certa pessoa
e o casamento se realiza.
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Ex.: vou te dar uma casa se tu se casares com fulano de tal. Há o casamento. O
casamento gera a presunção de que foi aceita a doação.
Pode a aceitação se totalmente dispensável? Sim, em casos de doação pura
e quando o donatário for absolutamente incapaz. Entende-se que só pode trazer
benefício ao incapaz.
❖ Espécies de doação:
Ha várias espécies de doação:
a) Pura e simples ou típica: quando o doador não impõe nenhuma restrição ou
encargo ao beneficiário.
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Deve-se verificar qual é o negócio preponderante, para se aplicar as regras a
ele destinadas.
f) Feita ao nascituro: é valida, desde que aceita pelo seu representante legal.
Sendo titular de direito eventual, uma condição, caducará a doação se não nascer
com vida.
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l) Doação oficiosa: É a que excede o limite de que o doador dispõe, no momento
da liberalidade, poderia dispor em testamento. Declara-se nula somente a parte que
exceder tal limite e não toda a doação. Havendo herdeiros necessários, o testador
só poderá dispor da metade de seus bens, já que a outra metade pertence aos
herdeiros – Artigo 549.
o) Feita para entidade futura: a doação a entidade futura caduca se, em 2 anos,
está não estiver constituída regularmente. A existência legal das peças jurídicas de
direito privado começa com a inscrição do ato constitutivo no registro.
❖ Restrições à doação
a) Doação pelo devedor já insolvente: Ou pela doação, ficou reduzido a
insolvência. É uma fraude contra credores, podendo ser impugnada pela ação
paulina.
c) Doação de todos os bens do doador: Não pode todos os bens do doador serem
doados. Tem que haver uma reserva de parte, ou renda suficiente para a
subsistência do doador. A lei tenta impedir que o doador seja reduzido à miséria.
d) Doação do cônjuge adultero a seu cúmplice: Ex.: homem que tem amante e
doa bens para a “outra”. Pode ser anulada a doação pelo cônjuge ou pelos herdeiros
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necessários. Prazo de 2 anos depois de dissolvida a sociedade conjugal. – Artigo
550, CC.
A doação é anulável. Mas e se o casamento não foi dissolvido? Pode propor,
não tem problema.
❖ Revogação da doação:
O direito de se revogar a doação é de ordem pública e, portanto, irrenunciável
antecipadamente. Ex.: no contrato de doação diz que renuncia ao direito de revogar
a doação. Não pode.
b) Por descumprimento de encargo: Diz o art. 555 que “a doação pode ser
revogada por ingratidão do donatário ou por inexecução do encargo”.
Para que a doação possa ser revogada por descumprimento do encargo, é
necessário que o donatário tenha incorrido em mora. Se o doador fixou prazo para
cumprimento do encargo, e o donatário nada faz, está em mora.
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Quando o ofendido não for do doador, mas cônjuge, ascendente,
descendente, ou irmão do doador, ou descendente adotivo, também pode o doador
pleitear a revogação da doação.
Qual é o prazo para que se peça a revogação? Dentro de um ano, a contar de
quando chegue ao conhecimento do doador, um dos fatos acima elencados.
Quem pode ajuizar a ação de revogação da doação? É personalíssima,
somente o doador. Contudo, se a ação foi iniciada, e o doador morreu os herdeiros e
sucessores podem prosseguir com a ação.
Mas e no caso de homicídio doloso? Se morreu, como vai ajuizar? É uma
exceção, nesse caso, os herdeiros podem ajuizar a ação de revogação da doação.
De qualquer forma, só se admite a revogação da doação, por ingratidão, nas
doações puras. Não se admite, portanto: nas doações puramente remuneratórias,
nas oneradas com encargo já cumprido, nas que se fizerem em cumprimento de
obrigação natural, e nas feitas para determinado casamento.
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077. LOCAÇÃO DE COISAS
❖ Sendo bem móvel: a locação de bem móvel é regida pelo CC (art. 565 e
seguintes) ou pelo CDC (Lei nº. 8.078/90), que é uma sobrestutura jurídica (mais do
que um microssistema, como o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei
nº.8.069/90).
O conceito está no art. 565 do CC: “Na locação de coisas, uma das partes se
obriga a ceder a outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não
fungível, mediante certa retribuição.”
❖ Natureza jurídica:
Contrato bilateral – envolve prestações recíprocas;
Oneroso – Ambas as partes obtêm proveito;
Consensual – aperfeiçoa-se com o acordo de vontades;
Comutativo – Não envolve risco;
Não solene – a forma é livre;
Trato sucessivo – Prolonga-se no tempo.
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❖ Elementos fundamentais da locação
São 3 os elementos fundamentais: objeto, preço e consentimento.
a) Objeto: Pode ser coisa móvel ou imóvel. O bem imóvel é sempre infungível. Já o
bem móvel deve ser infungível.
b) Preço: O preço aqui é chamado de aluguel ou remuneração. É também elemento
fundamental, se não houver preço a ser pago não haverá locação e sim comodato.
O Preço deve ser determinado ou ao menos determinável. Pode o pagamento ser
feito em espécie ao invés de dinheiro? Em regra, o pagamento é feito em dinheiro,
mas nada impede que se convencione de outro modo.
c) Consentimento: Pode ser expresso ou tácito.
❖ Obrigações do locador
Quem é que pode locar? Somente o locador? Não, todo aquele que tiver
poderes de administração, como, por exemplo, inventariante em relação aos bens
do espólio, os pais que possuem o usufruto dos bens dos filhos. Estão no art. 566 do
Código Civil:
36
c) Garantir o uso pacífico da coisa durante o tempo do contrato: isso envolve o
fato de que o locador não pode perturbar o locatário e também garantir que terceiros
não perturbem a locação para com o locatário.
Tal disposição está na primeira parte do art. 568: “O locador resguardara o
locatário dos embaraços e turbações de terceiros, que tenham ou pretendam ter
direitos sobre a coisa alugada…”
❖ Obrigações do locatário:
Estão no art. 569 do Código Civil:
a) Servir-se da coisa alugada para os usos convencionados e tratá-la como se sua
fosse. A coisa alugada destina-se a algo e não pode o locatário mudar essa
destinação a seu livre arbítrio. Ex.: Não pode o locatário de um automóvel de
passeio usá-lo para disputar corridas de velocidade.
Nesse caso, além de ser hipótese de rescisão do contrato, pode o locador
também exigir perdas e danos:
37
b) Pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados e, na falta de prazos, de
acordo com o costume do lugar. Na falta de convenção em contrário, a dívida é
“quérable” e deve ser paga, pontualmente, no domicilio do devedor.
c) Levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros, que se pretendam
fundadas em direito.
d) Restituir a coisa quando a locação terminar no estado em que recebeu. Salvo as
deteriorações naturais ao uso regular.
E se o locatário não devolve quando acabou o contrato? Caracteriza esbulho
E se a coisa se encontra em estado deplorável? Pode o locador se recusar a
receber as chaves, não dando quitação.
❖ Prazos da locação
As regras relativas aos prazos não se aplicam aos prédios urbanos, tem
regulamentação própria.
A locação de coisas pode se ajustar por prazo determinado ou indeterminado.
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Pode o locatário devolver antes de findo o contrato? Somente se pagar,
proporcionalmente, a multa prevista no contrato.
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No final do prazo o locatário deve devolver o bem locado com a opção de o
locatário adquirir o bem por um preço residual, que já foi estipulado no momento em
que se celebrou a avenca.
Partes no contrato: arrendador-financiador/locatário-financiado/alienante do bem
almejado.
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088. EMPRÉSTIMO
Empréstimo é o contrato pelo qual uma das partes entrega uma coisa à outra, para
ser devolvida posteriormente.
Duas são as espécies de empréstimos: mútuo e comodato.
❖ Características do comodato:
a) Gratuidade do contrato: se fosse oneroso, iria se confundir com a locação.
b) Infungibilidade do objeto: restituição do mesmo objeto recebido como empréstimo.
Tem que devolver a mesma coisa. É um contrato real.
c) Aperfeiçoamento do contrato com a tradição.
d) Contrato unilateral: após a tradição, só há obrigações para o comodatário de
restituir a coisa.
e) Contrato temporário. Tal ajuste pode ser por prazo determinado ou indeterminado,
como na locação.
f) Contrato não solene: Obs.: Tutores, curadores e administradores de bens alheios
não podem dar em comodato, sem expressa autorização, os bens que estão sob
suas guardas.
❖ Obrigações do comodatário:
a) Conservar a coisa – art. 582, CC: o comodatário deve conservar a coisa como
se fosse sua. Deve evitar desgastá-la. Não pode alugá-la, nem a emprestar. Deve
responder pelas despesas de conservação.
O comodatário não pode nunca tentar cobrar do comodante as despesas
comuns, feitas com o uso e gozo da coisa emprestada.
Mas e se houver despesas extraordinárias que devem ser feitas? Devem ser
comunicadas ao comodante, para que autorize.
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Como possuidor de boa-fé, o comodatário tem direito a retenção de
benfeitorias.
b) Uso da coisa de forma adequada: Responde por perdas e danos se usar o bem
inadequadamente. Também pode ser causa de resolução do contrato.
Ex.: empresta trator para colheita. Acaba a colheita se entende que acabou o prazo.
Mas e se o comodante quer antes? Pode pegar antes do prazo?
Somente se decorrer de uma situação imprevista e urgente, desde que reconhecida
pelo juiz.
E se não devolve?
-Caracteriza-se esbulho. Está sujeito a reintegração de posse.
-Também incide em sanção: responderá pelos riscos da mora e terá de pagar
aluguel arbitrado pelo comodante durante o tempo de atraso.
->Em regra, o comodatário não responde pelos riscos da coisa, não responde pela
deterioração ou caso fortuito. Mas se estiver em mora, irá responder, ainda que
decorrente de caso fortuito.
❖ Extinção do comodato
a) Pelo final do prazo dado, ou não havendo prazo, pela utilização da coisa de
acordo com a finalidade para que foi emprestada.
b) Pela resolução por iniciativa do comodante, em caso de descumprimento do
comodatário de suas obrigações. Ex.: aluga o terreno emprestado.
c) Por sentença, a pedido do comodante, se provada a necessidade de restituição
do bem antes do prazo acordado.
d) Pela morte do comodatário, se o contrato foi celebrado “intuito personae”. Se não
foi personalíssimo, se transmite aos herdeiros.
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8.2 SECAO II – DO MÚTUO:
Empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário se obriga a restituir ao mutante o
que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. Ex.: dinheiro.
Neste tipo de empréstimo, o mutuante transfere o domínio do bem ao
mutuário. Isso não acontece no comodato.
Como o mutuário se torna PROPRIETÁRIO, corre por conta desse todos os
riscos da tradição.
É empréstimo para consumo, pois o mutuário não está obrigado a devolver o
mesmo bem, do qual se torna dono. Sendo dono, pode consumir, vender, etc.
Mutuo é diferente do comodato:
# É empréstimo de consumo, enquanto que o comodato é empréstimo de uso.
# Tem por objeto coisas fungíveis. Já o comodato tem por objeto coisas infungíveis.
# Mutuário desobriga-se restituindo coisa da mesma espécie, qualidade e
quantidade. Já o comodatário só se exonera restituindo a própria coisa emprestada.
# O mútuo acarreta a transferência de domínio. O comodato não.
# Mútuo permite a alienação da coisa emprestada, ao passo que o comodato não
pode fazer isso.
❖ Características do mútuo:
-a) gratuito, real, unilateral, não solene e temporário.
b) o contrato de mútuo surge como um ato para socorrer um amigo. Daí se presume
que ele seja gratuito. Permite, contudo, que se convencione expressamente, a
onerosidade do contrato.
c) O mútuo é tratado como um contrato gratuito. Mas na verdade, quase a totalidade
dos casos de mútuo, uma taxa de juros é fixada, que é a remuneração pelo uso do
capital.
d) Mutuo é temporário. Não existe mútuo para sempre. Se for para sempre será
doação. Mas e se não houver prazo para a restituição do bem? O CC determina
que: 1) Até a próxima colheita, se for de produtos agrícolas; 2) De 30 dias, pelo
menos, se for de dinheiro; 3) Do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for
de qualquer outra coisa fungível.
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❖ Mútuo com fins econômicos:
Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os
quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406,
permitindo-se a capitalização anual – Taxa que estiver em vigor para a mora do
pagamento de impostos devidos a fazenda nacional.
E se faz um mutuo para um menor sem autorização dos pais?
Regra:
No intuito de proteger o menor, a lei nega ao mutuante o direito de reaver o
dinheiro emprestado, quer do próprio menor, do pai, mãe, avo ou fiadores. Por isso
que, quando se empresta dinheiro, o mutante deve verificar se a pessoa é capaz
para ser mutuário.
Exceção:
Contudo, o mutuante terá direito ao reembolso se:
a – O representante do menor ratificar o empréstimo;
b – se o menor, estando ausente essa pessoa se viu obrigado a contraí-lo para os
seus alimentos habituais;
c – se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho, caso em que a execução do
credor não lhes poderá ultrapassar as forças;
d – Se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
e – Se este obteve o empréstimo maliciosamente.
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099. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
9.2 Características
❖ Remuneração
Se qualquer das partes não souber ler ou escrever, o instrumento poderá ser
assinado a rogo e subscrito por 2 testemunhas.
A remuneração é paga por aquele que contrata o prestador ou locador de
serviços.
Se as partes não estipularam ou não chegaram a um acordo sobre a
remuneração, esta será fixada por arbitramento, segundo o costume do lugar, o
tempo de serviço e a sua qualidade.
Quando que se deve pagar a remuneração/retribuição? Deve ser paga, de
regra, depois de prestado o serviço. Contudo, se convencionaram o contrário ou se
o costume do lugar for o de pagar antes, paga-se então antes de prestado o serviço.
❖ Prazo
Nunca pode o contrato de prestação de serviços ultrapassar 4 anos – art. 598
do Código Civil. Mesmo se para o que foi contratado não terminou, exemplo, para
construir algo, findo os 4 anos, acaba o contrato.
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Sem prazo certo ou sem obra determinada: quando contratado sem prazo
determinado pode ser objeto de resilição unilateral. É o que diz o art. 599:
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Tem esse direito também se for despedido sem justa causa ou se tiver algum
outro motivo para deixar o trabalho.
Como acaba o contrato de prestação de serviços?
a) Morte de qualquer das partes;
b) Conclusão da obra;
c) Término do prazo;
d) Rescisão do contrato mediante aviso prévio;
e) Inadimplemento de qualquer das partes;
f) Impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior.
9.5 Serviço prestado por quem não possua título para tanto
Se o serviço foi prestado por quem não possua título de habilitação, ou não
satisfaça outros requisitos estabelecidos em lei, não poderá quem prestou esses
serviços cobrar a retribuição normalmente correspondente ao trabalho executado.
Contudo, se deste trabalho resultar benefício para a outra parte, o juiz
atribuirá a quem prestou uma compensação razoável, desde que tenha agido de
boa-fé.
Tal compensação não será dada do a proibição da prestação de serviço
resultar de lei de ordem pública.
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9.7 Prédio agrícola
A alienação de prédio agrícola, onde a prestação de serviços se opera, não
importa a rescisão do contrato, salvo ao prestador opção entre continuá-lo com o
adquirente da propriedade ou com o primitivo contratante.
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1010. EMPREITADA
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10.4 Efeitos da distinção entre empreitadas
FIXAÇÃO:
# Se a empreitada for de mão-de-obra, o dono da obra sofre o prejuízo pelo seu
perecimento e o empreiteiro perde os salários. Nesse caso, se o empreiteiro provar
que a perda resultou de defeito dos materiais ele não perderá a sua retribuição.
Observação: Presunções
Se o dono recebe e paga o que é devido ao empreiteiro, presume-se que está
tudo em ordem.
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O que se mediu presume-se verificado se, em 30 dias, a contar da medição,
não forem denunciados vícios ou defeitos pelo dono da obra.
E se o empreiteiro não cumpriu exatamente o que o dono da obra queria? O
dono da obra pode rejeitar ou pedir abatimento do preço se o empreiteiro se afastou
das instruções recebidas e dos planos dados, ou das regras técnicas.
c) Não tem o empreiteiro direito de exigir acréscimo no preço, ainda que haja
modificações no projeto. Entende-se que o empreiteiro deveria ter previsto isso.
Mas e se as modificações foram propostas pelo dono da obra? Então, sim, pode
o empreiteiro pedir mais dinheiro. É o que diz o art. 619:
Mas o que acontece se o preço dos materiais cai? O dono da obra pode pedir a
diferença, desde que ocorra uma diminuição no preço do material ou da mão-de-
obra superior a 1/10 do preço total.
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Essa garantia excepcional vale para edifícios e outras construções
consideráveis.
Vincula o construtor a responder pela solidez e segurança do trabalho
realizado pelo prazo de 5 anos. Contudo, tais defeitos devem ser de tal monta que
possam ameaçar a solidez e a segurança do prédio.
E os outros defeitos que não dizem respeito a solidez e segurança? Demais
defeitos se regem pelos princípios da responsabilidade normal, e não a essa regra
excepcional.
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c) As modificações exigidas pelo dono da obra, por seu vulto ou natureza, forem
desproporcionais ao projeto aprovado, ainda que o dono se disponha a arcar com o
acréscimo no preço.
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11
11. DEPÓSITO
11.1 Características
É um contrato real. Aperfeiçoa-se com a entrega do bem ao depositário.
Exige-se a tradição.
Deve o bem ser móvel.
Obrigação de restituir.
Caráter de temporariedade: “Depositário recebe o objeto para guardar até que
o depositante o reclame”.
Gratuidade.
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Aliás, para usar o bem, necessita expressa permissão do depositante. Mas e
se sem permissão, usa a coisa depositada ou repassa a terceiro? Responde por
perdas e danos.
Pode o depositário repassar a terceiro? Sim, mas se não for
expressamente autorizado, responde por perdas e danos.
Aliás, o depositário se devidamente autorizado, der a coisa para ser
depositado por terceiro, será responsável pela coisa se agiu com culpa pela escolha
do terceiro.
❖ Obrigações do depositário
São 3 as obrigações: de guardar a coisa, de conservá-la e de restituí-la – art.
629 do Código Civil.
A) Guardar a coisa: deve guardar a coisa como se sua fosse. Contudo, se por
motivo forte, não puder mais guardar a coisa, e o depositante não queira recebê-la,
pode o depositário depositar judicialmente a coisa. Se a coisa se entregou colada,
lacrada, selada…deve entregar de volta do mesmo jeito.
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Mas e se a coisa se perde ou se deteriora por culpa do depositário? Cabe a ele,
obviamente a responsabilidade.
Mas e se a coisa se perde ou se deteriora sem culpa do depositário (caso fortuito e
força maior)? Não é sua responsabilidade, mas para que seja válida tal desculpa,
tem que provar. Assim, a lei prevê, juris tantum, a culpa do depositário. Ele é que
tem que provar a ocorrência do Caso fortuito ou força maior.
OBSERVAÇÃO: Depositário que perdeu a coisa por força maior, mas recebeu outra
em seu lugar: É obrigado a entregar a segunda coisa ao depositante, e ceder-lhe as
ações que no caso tiver contra o terceiro responsável pela restituição da primeira.
Ex.: Se o automóvel dado para guardar perece por incêndio na garagem. O
depositário deve transferir ao depositante a indenização recebida e as ações que
porventura tiver contra os causadores do sinistro.
C) Obrigação de restituir a coisa: não importa se tenha ou não prazo, pois como o
depósito se presume feito em benefício do depositante, este pode reclamar a
qualquer tempo. Pode inclusive, requerer antes do prazo determinado.
Contudo, há alguns casos em que o depositário pode se valer para não
entregar a coisa quando imediatamente solicitada pelo depositante:
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a) A restituição da coisa deve se dar no lugar em que tiver de ser guardada, salvo
disposição em contrário. As despesas de restituição correm por conta do
depositante.
b) Venda da coisa depositada pelo herdeiro do depositário: a obrigação de restituir
passa, obviamente, ao herdeiro do depositário. Se este a vendeu, o depositante na
reivindicação de posse. Também é obrigado a restituir o dinheiro ao comprador.
❖ Obrigações do depositante
a) De reembolsar as despesas feitas pelo depositário na guarda da coisa. Ex.:
depósito de um animal, os gastos com ração.
b) A de indenizar o depositário pelos prejuízos que do depósito advierem. Ex.: dano
decorrente de um defeito oculto da coisa, que provocou deterioração em bens de
propriedade do depositário – Vazamento de óleo. Vaca doente que contaminou as
demais.
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11.3 SEÇÃO II – DO DEPÓSITO NECESSÁRIO
É aquele em que o depositante, não podendo escolher livremente a pessoa
do depositário, é forçado pelas circunstâncias a efetuar o depósito com pessoas
desconhecidas.
Diferentemente do depósito voluntario, não se trata de negócio fundado na
confiança.
Há 2 espécies de depósitos necessários:
a) Depósito que se faz em desempenho de obrigação legal.
Ex. Dívida vencida do vários credores disputam a titularidade.
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1212. MANDATO
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Se o mandato for oneroso, caberá ao mandatário a retribuição prevista em lei
ou no contrato. Sendo estes omissos, será ela determinada pelos usos do lugar, ou,
na falta destes, por arbitramento.
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12.6 Espécies de mandato
a) Pode ser expresso, tácito, verbal ou escrito. O mandato tácito só vale quando a lei
não exigir o mandato expresso. Da mesma forma o verbal só vale quando a lei não
exigir o escrito. Art. 659: A aceitação do mandato pode ser tácita, e resulta do
começo de execução.
b) Pode também ser gratuito, remunerado, geral ou especial. Art. 660: O mandato
pode ser especial a um ou mais negócios determinados ou geral, a todos os do
mandante.
Mandato em termos gerais só confere poderes de administração.
Mandato com poderes especiais e expressos pode-se realizar outros negócios,
como: hipoteca, alienação, etc.
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Em qualquer hipótese, tratando-se de responsabilidade contratual, cabe ao
mandatário o ônus de provar que não teve culpa no descumprimento do contrato.
Compete mostrar a ausência de qualquer comportamento doloso de sua parte.
Mas e se o procurador substabeleceu sem estar autorizado? Responderá
pelos prejuízos que o mandante sofrer por culpa sua ou do novo substabelecido.
E se havia proibição do mandante para substabelecer? Se houve
substabelecimento, o mandatário responderá pelo prejuízos ocorridos quando o
substituto atuou, até mesmo decorrente de caso fortuito, salvo provando que o fato
teria ocorrido, mesmo que não tivesse substabelecido.
Aliás, havendo proibição, de substabelecer, os atos praticados pelo
substabelecido não obrigam o mandante, salvo ratificação do mandante.
E se a procuração for omissa com relação ao substabelecimento? O
procurador será responsável se o substabelecido agir com culpa.
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12.8 Obrigações do mandante
a) Dever de satisfazer as obrigações assumidas pelo mandatário dentro dos
poderes conferidos no mandato. Ainda que o mandatário não atenda as instruções
do mandante, se agiu dentro de seus poderes. Só resta ação regressiva ao
mandante contra o mandatário.
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ser comunicado para eles também, a troca de mandatários. Isso pode ser feito
diretamente, ou através de editais.
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c) Quando foi conferido um mandato em causa própria: a procuração em causa
própria é outorgada no interesse exclusivo do mandatário e utilizada como forma de
alienação de bens. Recebe este poderes para transferi-los para o seu nome ou para
o de terceiro – finalidade mista. Dispensa-se nova intervenção dos outorgantes e
prestação de contas.
Se o mandato foi dado com essa espécie de cláusula, a sua revogação não
terá eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes. Fica o
mandatário dispensado de prestar contas, e podendo transferir para si os bens
móveis ou imóveis objetos do mandato.
A procuração em causa própria, dispensa o procurador de prestar contas,
pois encerra uma cessão de direitos em proveito dele. É, por isto mesmo, irrevogável
e presta-se à transmissão do domínio mediante transcrição no Registro Imobiliário,
desde que reúna os requisitos fundamentais.
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1313. COMISSÃO
c) Comissário é obrigado a pagar juros em caso de mora na entrega dos fundos que
pertenceram ao comitente.
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Aliás, o comitente também é obrigado a pagar juros pelo que o comissário houver
adiantado para cumprimento de suas ordens.
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a) Ainda assim terá o comissário direito a ser remunerado pelos serviços úteis
prestados ao comitente.
b) Contudo, o comitente tem também direito a exigir do comissário os prejuízos
sofridos.
Direito de retenção:
O comissário tem direito de retenção sobre os bens e valores em seu poder
para reembolso das despesas feitas, bem como para pagamento das comissões
devidas.
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1414. AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO
14.1 Conceito
Configura-se o contrato de agência quando uma pessoa assume, em caráter
não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, a conta de
outra, a realização de certos negócios, em zona determinada.
O agente atua como promotor de negócios em favor de uma ou mais
empresas, em determinadas praças. Não é corretor porque não efetua a conclusão
dos negócios jurídicos. Não é mandatário nem procurador. Fomenta o negócio do
agenciado, mas não o representa nem com ele possui vínculo. Promove o negócio,
mas nada o obriga que conclua o negócio. Prepara o negócio em favor do
agenciado, mas não o conclui.
As partes são chamadas de agente e de proponente.
Exemplos de agentes: agentes de seguros, de aplicações financeiras, de
atividades artísticas, agentes de futebol.
Configura-se a distribuição quando o agente tiver a sua disposição a coisa a
ser negociada.
O proponente pode conferir poderes ao agente para que este o represente na
conclusão dos contratos. Nesses casos, será caracterizado o contrato de
representação autônoma, regulado pela Lei 4.886/65. Isso porque a função do
representante autônomo é, ao contrário da agência, concluir o negócio.
Diz o art. 721 que: “Aplicam-se ao contrato de agência e distribuição, no que
couber, as regras concernentes ao mandato e a comissão e as constantes em lei
especiais.”
69
14.3 Direitos e obrigações do proponente
Sempre se não for, no contrato, o contrário estipulado:
a) Não pode constituir, ao mesmo tempo, mais de um agente, na mesma zona com
idêntica incumbência.
b) Não pode assumir o encargo de tratar de negócios do mesmo gênero, a conta de
outros proponentes.
70
Mas e se o agente não puder continuar o trabalho por motivo de força maior?
Terá direito a remuneração correspondente aos serviços realizados, cabendo esse
direito aos herdeiros em caso de morte.
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1515. CORRETAGEM
15.1 Conceito
O contrato de corretagem também chamado de mediação. Por esse contrato,
uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou
por qualquer outra relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou
mais negócios conforme as instruções recebidas.
O corretor aproxima pessoas interessadas na realização de determinado
negócio. Se o negócio se concretizar, ele ganha retribuição da outra parte. Essa
outra parte é chamada de comitente (o que contrata a intermediação do corretor).
A obrigação assumida pelo corretor é de resultado. Somente fará jus a
comissão se houver resultado útil, ou seja, se a aproximação entre o comitente e o
terceiro resultar na efetivação do negócio.
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Se o negócio foi concluído diretamente entre comitente e terceiro, sem
intervenção do corretor, nenhuma remuneração será a ele devida. Contudo, se por
escrito for ajustada a corretagem por exclusividade, terá o corretor direito a
remuneração integral, ainda que realizado o negócio sem a sua mediação, salvo se
comprovada sua inércia ou ociosidade.
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1616. TRANSPORTE
16.1 Características
Gera, para o transportador, obrigação de resultado: o de transportar a coisa
ou pessoa.
Tem características próprias, mas rege-se, no que couber, pelas disposições
relativas ao depósito, quando a coisa é guardada nos armazéns do transportador.
É bilateral ou sinalagmático: gera obrigações recíprocas.
Consensual: muitas vezes, simples aceno do passageiro já se aperfeiçoa o
contrato.
Em regra oneroso: carona pode ser gratuita.
Comutativo, não solene e; de adesão.
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16.2 Espécies
O transporte é de pessoas e coisas. Pode ser terrestre, aéreo, marítimo.
E de bagagens? É acessório ao contrato de transporte de pessoas. O
viajante, ao comprar a passagem assegura o direito de transportar consigo a sua
bagagem.
❖ Do transporte de pessoas
A partir do momento em que um indivíduo acena para um veículo de
transporte público, já o contrato teve início, diante da oferta do passageiro.
Mas quando se inicia a responsabilidade pelo passageiro? Como é uma
execução rodoviária, a responsabilidade inicia no momento em que o passageiro
embarca e só termina com o desembarque.
E se o passageiro for clandestino? Não há responsabilidade da empresa,
eis que não há contrato entre eles.
Art. 734: “O transportador responde pelos danos causados as pessoas
transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula
qualquer cláusula excludente de responsabilidade.
É licito ao transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim de
fixar o limite da indenização.”
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DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO TRANSPORTADOR
O transportador está sujeito aos horários e itinerários previstos, sob pena de
responder por perdas e danos, salvo força maior.
Não pode recusar passageiros, salvo os casos previstos em regulamentos, ou
se as condições de higiene e saúde do interessado assim justificarem.
Se a viagem foi interrompida por qualquer motivo alheio a vontade do
transportador, ainda que decorrente de evento imprevisto, fica a transportadora
obrigada a concluir o transporte em outro veículo da mesma categoria ou com a
anuência do passageiro, por modalidade diversa, a sua custa, correndo também por
sua conta as despesas de estada e alimentação do usuário, durante a espera de
novo transporte.
Há direito de retenção sobre a bagagem do passageiro, se o transportador
realizou o transporte o passageiro não paga.
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OBSERVAÇÃO: Art. 731: O transporte exercido em virtude de autorização,
concessão, permissão, rege-se pelas normas regulamentares e pelo que for
estabelecido para aqueles atos, sem prejuízo do disposto neste código.
Art. 733: Nos contratos de transporte cumulativo, cada transportador se obriga a
cumprir o contrato relativamente ao respectivo percurso, respondendo pelos danos
nele causados a pessoas e coisas.
❖ Do transporte de coisas
A coisa, entregue ao transportador, deve estar caracterizada pela sua
natureza, valor, peso e quantidade, e tudo mais que for necessário para que não se
confunda com outras. O destinatário deve ser indicado, ao menos, como nome e
endereço.
Quando receber a coisa, o transportador deve emitir CONHECIMENTO de
transporte.
Mas e se houver falsa descrição dos bens e produtos que foram entregues? O
transportador deve ser indenizado pelo prejuízo que sofrer. Tal ação deve ser
ajuizada nos 120 dias a contar do ato de falsificação, pena de caducar.
Pode o transportador recusar a coisa? Sim, se a embalagem for inadequada,
bem como possa por em risco a saúde das pessoas, ou danificar o veículo e outros
bens. Alias, coisas que são proibidas de serem transportadas, gás, ácidos…, devem
ser expressamente recusadas pelo transportador. Também devem ser recusadas
aqueles em que não há autorização para transporte, ou nota fiscal…
OBRIGAÇÕES DO TRANSPORTADOR.
Deve conduzir a coisa até o seu destino. Entregar no prazo. Tem a
responsabilidade limitada ao valor constante no conhecimento. Tal responsabilidade
começa quando a coisa é entregue e termina quando ela é recebida, ou depositada
em juízo, se o destinatário não foi encontrado.
Mas o que acontece se o transporte não puder ser feito ou sofrer longa
interrupção? O transportador deve cuidar da coisa. Aliás, o transportador responde
por perecimento e deterioração, salvo força maior.
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Mas e se a interrupção continuar? Se não for por culpa do transportador. Se o
remetente não se manifestar, pode o transportador depositar a coisa em juízo ou
vende-la, depositando o valor.
Mas e se a interrupção perdurar por culpa do transportador. Deve depositar a
coisa, mas só poderá vende-la se a coisa for perecível.
Se o transportador mantiver a coisa em seu armazém, continua a responder
pela guarda. Pode, contudo, receber uma remuneração para tanto.
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1717. DO SEGURO
SEÇÃO I – DISPOSICOES GERAIS:
17.1 Conceito
Considera-se contrato de seguro aquele pelo qual uma das partes,
denominada segurador, se obriga a garantir interesse legitimo da outra, intitulado
segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados.
17.2 Partes
Segurado e seguradora/segurador.
Somente pode ser parte, no contrato de seguro, como segurador, entidade
legalmente habilitada. Será necessariamente uma sociedade anônima, uma
sociedade mutua ou uma cooperativa com autorização governamental.
Firmas individuais não podem exercer habitualmente a exploração da
atividade de seguros.
17.3 Procedimento
O segurado paga o prêmio – prestações – ao segurador, que assume o risco
do segurado. Assim, a seguradora deve pagar ao segurado uma indenização para a
hipótese de se concretizar um fato aleatório – o sinistro.
O risco é o objeto do contrato. O sinistro é eventual: pode ou não pode
ocorrer. Se não ocorrer, o segurador recebe o prêmio sem ter que desembolsar
nada.
79
17.5 Resseguro
Consiste na transferência de parte ou de toda a responsabilidade do
segurador para o ressegurado. A finalidade é distribuir para mais de um segurador a
responsabilidade pela contraprestação.
80
17.8 Seguro de coisas
O seguro de coisas se divide em:
a) Seguro de coisas próprias. Ex.: seguro contra incêndio, seguro de transporte,
segura contra roubo.
b) Seguro de responsabilidade: O segurado se garante contra indenizações que
deva pagar a terceiros, resultantes de atos por que deve responder.
b) Segurado: contratante que paga o prêmio e com isso transfere o risco para o
segurador.
81
d) Prêmio: é a contraprestação devida pelo segurado, ao segurador, em troca do
risco por aquele assumido. O prêmio é composto de uma importância + encargos
destinados a administração + lucro.
O prêmio é fixo e em geral vem determinado no contrato.
Quem estabelece o prêmio é o segurador.
Art. 764: Salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado o risco,
em previsão do qual se faz o seguro, não exime o segurado de pagar o
prêmio.
E se está em atraso com o prêmio e o sinistro ocorre? Não, diz o art. 763:
“Não terá direito a indenização o segurado que estiver em mora no
pagamento do prêmio, se ocorrer o sinistro antes de sua purgação.”
82
17.12 Prova do contrato de seguro:
O contrato de seguro será provado com a exibição da apólice ou do bilhete de
seguro.
E se não tiver esses doc.? Poderá ser provado por documento
comprobatório do pagamento do respectivo prêmio.
# Antes da apólice ser emitida, ela deve ser precedida de proposta escrita com a
declaração dos elementos essenciais do interesse a ser garantido e do risco.
Os riscos cobertos pelo segurador são exclusivamente os constantes da
apólice. Contudo, sendo o contrato de adesão, a interpretação deve se dar a favor
da parte aderente.
83
17.14 Obrigações do segurado
a) Pagar o prêmio estipulado no contrato. Não pode tentar se exonerar, alegando
que o risco não se verificou.
b) Não pode agravar intencionalmente o risco. Se fizer, perdera a garantia – art. 768.
Ex.: o segurado vai e faz assalto a mão armada e morre. Não há indenização ao
segurado.
c) Deve comunicar o segurador, logo que saiba, todo incidente suscetível de agravar
consideravelmente o risco, pena de perder a garantia. Essa perda ocorrerá se o
segurado sabia e não comunicou o segurador, ou seja, agiu de má-fé.
Se houver agravamento de riscos, sem culpa do segurado, poderá o
segurador, desde que faca nos quinze dias seguintes ao recebimento do aviso, dar
ciência ao segurado por escrito, de sua decisão de resolver o contrato.
A resolução do contrato só será eficaz 30 dias seguintes ao recebimento do
aviso. Nesse caso, o segurador deve restituir a diferença de prêmio ao segurado.
d) Comunicar o sinistro ao segurador, logo que saiba. Também deve tomar todas as
providencias para amenizar as consequências do sinistro.
Correm pelo segurador as despesas de salvamento consequentes do sinistro,
até o limite fixado no contrato.
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b) Os agentes autorizados do segurador presumem-se seus representantes para
todos os atos relativos aos contratos que agenciarem.
d) O segurador, ao tempo do contrato, sabe não haver mais risco para o segurado,
e, mesmo assim, expede a apólice, pagará em dobro estipulado pago pelo
segurado.
85
Entende-se por vicio intrínseco o defeito próprio da coisa, que se não
encontra normalmente em outras da mesma espécie.
O segurador só responde pelos riscos assumidos, particularizados na apólice.
Contudo, salva expressa disposição em contrário, o risco do seguro compreenderá
todos os prejuízos resultantes, caso sejam estragos relacionados para evitar o
sinistro/minorar o dano ou salvar a coisa.
86
É proibido ao segurado reconhecer sua responsabilidade ou confessar a
ação, bem como transigir com o terceiro prejudicado ou indenizá-lo diretamente,
sem anuência expressa do segurador.
Intentada a ação contra o segurado, dará o segurado ciência da lide ao
segurador.
Contudo, o segurado ainda irá responder perante terceiro, se a seguradora for
insolvente.
a) Considerações Gerais:
Indenização: nos seguros pessoais, a indenização será paga pela
importância constante na apólice, porque os bens cobertos pelo seguro são
inestimáveis.
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Falta de beneficiário: Na falta de beneficiário, ou por qualquer motivo, não é
possível que aquele beneficiário receba a indenização, o capital segurado será
pago:
1 – Metade ao cônjuge não separado judicialmente;
2 – Metade aos herdeiros do segurado, obedecida a ordem de vocação
hereditária.
-Na falta de cônjuge/herdeiros serão beneficiados aqueles que provarem que
a morte do segurado os privou dos meios necessários a subsistência.
Dívida do segurado:
->No seguro de vida/acidentes pessoais para o caso de morte, o capital
estipulado não está sujeito as dívidas do segurado, nem se considera herança para
todos os efeitos do direito.
->Tanto que é nula, no seguro de pessoa, qualquer transação para
pagamento reduzido do capital segurado.
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Suicídio: O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o
segurado se suicida nos primeiros 2 anos de vigência inicial do contrato. Também
não tem direito nos 2 anos depois de sua recondução quando suspenso.
Ressalvado tal fato, é nula a cláusula contratual que exclui o pagamento do
capital por suicídio do segurado.
Quem pode estipular o seguro de pessoas: Tanto pode ser estipulado por
pessoa natural como jurídica em proveito de grupo que a ela, de qualquer modo se
vincule.
O estipulante não representa o segurador perante o grupo segurado, e é o
único responsável para com o segurador, pelo cumprimento de todas as obrigações
contratuais.
As modificações da apólice em vigor dependerá da anuência expressa dos
segurados que representes ¾ do grupo.
89
18
18. CONSTITUIÇÃO DE RENDA
18.2 Espécies
Pode ser a título gratuito ou a título oneroso.
90
Mas e os credores do beneficiário? Os credores não podiam contar com
aqueles rendimentos para pagamento de seus créditos, já que esses rendimentos
não se encontravam no patrimônio do devedor. Eles apenas entraram como uma
liberalidade de terceiro.
ATENÇÃO: Pode ser feito por ato Inter vivos ou causa mortis.
Mas e se morre logo depois do contrato, de mal que não padecia? O contrato
será valido.
91
d) Oneroso ou gratuito.
Com relação ao contrato, quando oneroso, temos o art. 805:
f) contrato solene, porque exige escritura pública para sua validade – Art. 807.
92
1919. JOGO E DA APOSTA
Tolerado Proibido
93
A dívida de jogo/aposta constitui obrigação natural: o ganhador não dispõe,
no ordenamento, de ação para exigir seu pagamento.
Não haverá, todavia, obrigação natural, quando a importância perdida foi
ganha por dolo, ou quando quem perdeu é menor ou interdito.
Mas isso vale para todo o tipo de jogo e aposta? Sim, ainda que se trate
de jogo não proibido.
Excetuam-se somente:
# Os jogos e apostas legalmente permitidos. Ex.: turfe, diversas loterias.
# Prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em competição de natureza
esportiva, intelectual ou artística, desde que os interessados se submetam as
prescrições legais e regulamentares.
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2020. FIANÇA
A fiança é uma espécie do gênero garantia.
A garantia pode ser real: quando o devedor fornece um bem móvel e imóvel
(penhor ou hipoteca) ou pode ser pessoal, quando terceira pessoa se propõe a
pagar a dívida do devedor, se este não o fizer.
A garantia pessoal ou fidejussória chama-se fiança. É definida pelo art.
818:
Art. 818: “Pelo contrato de fiança uma pessoa garante satisfazer ao credor
uma obrigação assumida pelo devedor, se este não a cumpra.”
20.1 Características
Caráter acessório e subsidiário: depende da existência do contrato principal.
Também é contrato solene. Diz o art. 819: “A fiança dar-se-á por escrito, e
não admite interpretação extensiva.”
É unilateral, porque uma vez ultimado, só gera obrigações para o fiador para
com o credor.
É negócio também gratuito: fiador nada procura receber em troca.
É também contrato personalíssimo ou intuitu personae.
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20.2 Espécies e requisitos
A fiança pode ser: convencional, legal e judicial.
a) Convencional: Resulta de acordo de vontades.
b) Legal: Imposta pela lei.
c) Judicial: Determinada pelo juiz.
96
20.5 Valores da fiança
Se não foi estipulado até quando que a fiança alcança, se entende que a
fiança se estende a todos os acessórios da dívida principal, mais as despesas
judiciais, desde a citação do fiador. Mas para que o fiador responda pelos aluguéis e
pelas custas e despesas processuais, ele deve ser CITADO, juntamente com o
devedor. Se o credor não promover a citação do fiador, só poderá depois cobrar do
fiador os aluguéis atrasados, bem como a multa. Não pode, obviamente, cobrar as
despesas judiciais da primeira ação.
Pode o credor recusar o fiador? Sim, pode. Se não for pessoa idônea,
domiciliada no município e não possua bens suficientes para garantir a obrigação.
20.6 Efeitos
Dois são os maiores efeitos: benefício de ordem e solidariedade entre os
cofiadores.
97
Estipulado este benefício, cada fiador responde unicamente pela parte que,
em proporção, lhe couber no pagamento.
O benefício da divisão afasta a solidariedade, tornando divisível a obrigação,
da forma que eles quiserem.
Portanto, se houver especificação - benefício da divisão – cada fiador paga
somente o que afiançou. Se não houver, presumem-se fiadores solidários.
OBSERVAÇÃO: É admitido, portanto, que cada fiador pague uma parte da dívida.
Admite-se também, que sendo vários fiadores, cada qual especifique, a parte da
dívida que toma sob sua responsabilidade. Contudo, se um dos fiadores pagar tudo
ficará sub-rogado de pleno direito nos direitos do credor. Mas só poderá demandar a
cada um dos outros fiadores pela respectiva quota. A parte do insolvente será
distribuído pelos outros.
98
Ele pode opor, portanto, não só as dele, mas também as que dizem respeito
ao devedor principal.
A lei coloca 3 hipóteses em que o fiador se desobriga da garantia:
a) A moratória concedida ao devedor, sem o consentimento do fiador:
Moratória é a concessão expressa de mais prazo ao devedor. O fiador pode,
portanto, exigir que o devedor satisfaça imediatamente a obrigação. Ele não quer
ficar mais tempo como fiador e a moratória permite isso.
-Através da moratória a dívida se torna inexigível. A lei, assim, libera o fiador da
garantia.
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2121. TRANSAÇÃO
100
-Bilateral.
-Oneroso
-Solene, depende do caso.
❖ Extrajudicial
Será feita por escritura pública nas obrigações em que a lei o exige ou por
instrumento particular nas obrigações que a lei assim o admite.
Dispensa-se a homologação, uma vez que sua eficácia entre as partes,
independe deste ato judicial.
Dispensa-se também a intervenção de advogado.
❖ Judicial
Será feita por escritura pública ou por termo nos autos, assinado pelos
transigentes e homologado pelo juiz.
A homologação é indispensável apenas para efeitos processuais, ou seja,
para a extinção do processo.
O que caracteriza se uma transação é judicial ou não é se há pendenga
judicial com relação a direitos de ambos. Se há: judicial, se não há: extrajudicial.
101
Tal parágrafo admite a validade de determinada cláusula da transação,
mesmo sendo nula uma outra. Isso ocorre quando a cláusula for nula e
independente das outras.
❖ Interpretação restrita
A transação interpreta-se restritivamente. Isso porque toda a transação
envolve renúncia de direito.
102
c) Se entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue a dívida em relação
aos codevedores. É a solidariedade passiva.
103
2222. COMPROMISSO E DA ARBITRAGEM
104
23
23. ATOS UNILATERAIS
a) Considerações gerais
Uma vez emitida a promessa, dirigida a pessoa indeterminada, o promitente
fica vinculado obrigatoriamente se não revogar essa promessa com a mesma
publicidade com que a fez.
b) Requisitos
Para que a promessa se torne obrigatória, é necessário que preencha 3
requisitos:
105
Quem quer que faça o serviço ou satisfaça a condição imposta, ainda que não
tenha agido visando a recompensa, poderá exigir a recompensa estipulada. É o que
diz o art. 855:
“Quem quer que, nos termos do artigo antecedente fizer o serviço ou
satisfazer a condição, ainda que não pelo interesse da promessa, poderá
exigir a recompensa estipulada.”
106
Se ambos fizeram ao mesmo tempo, a cada um tocará igual parte na
recompensa.
Mas e se o prêmio não for divisível? A coisa será sorteada e aquele que for
sorteado deve dar ao outro o valor correspondente ao seu quinhão.
e) Concursos
Nos concursos que se abrirem – apresentação de trabalhos literários,
científicos e artísticos – com promessa de recompensa, é necessário, para a sua
validade a fixação de um prazo.
Enquanto este prazo não se escoar a promessa é irrevogável.
No concurso várias pessoas se propõem a realizar uma tarefa ou revelar
qualidades pessoas em busca de um prêmio que só será conferido ao melhor.
Desse modo, para o concorrente, é um contrato aleatório, pois de seu esforço
pode resultar vitória e prêmio. Ex., arquiteto que concorre para que seu projeto
ganhe.
Quando entram no concurso os participantes devem concordar em se
submeter ao veredicto, ao pronunciamento dos juízes.
Tais nomes – dos juízes – devem constar no edital do concurso.
E se não houver pessoas designadas? Entende-se que o promitente se
reservou essa função a si próprio.
107
23.2 CAPITULO II – DA GESTÃO DE NEGÓCIOS
A) Conceitos
Dá-se a gestão de negócios quando uma pessoa, sem autorização do
interessado, intervém na administração de negócio alheio. Faz isso presumindo-se
que está fazendo de acordo com o interesse e a vontade do dono.
Assim, o mandatário que excede os poderes do mandato atua como “mero
gestor de negócios”.
Assim, a gestão de negócios ocorre quando alguém age em nome alheio sem
ter mandato para tal.
Na maioria das vezes se trata de um ato de altruísmo. O gestor, com o intuito
de evitar um prejuízo para o dono do negócio, porventura ausente, toma a iniciativa
de intervir nos interesses do dono do negócio.
b) Pressupostos:
Do próprio conceito, decorrem os seus pressupostos:
1 – Trata-se de negócio alheio
2 – Faltar autorização do dono
3 – Atuação do gestor no interesse e vontade presumida do dono
4 – Limita-se a ação de atos de natureza patrimonial, porque os outros exigem
sempre a outorga de poderes
5 – Intervenção motivada pela necessidade ou utilidade
108
6 – Intenção de trazer proveito para o dono.
c) Natureza jurídica
-Não é contrato, é ato unilateral de vontade.
-Sempre gratuito
-Depende de aprovação/ratificação pelo dono do negócio.
d) Obrigações do gestor
São em regra, as mesmas do mandatário.
109
❖ Reembolsar, quando obrigado legalmente a fornecer alimentos a alguém e
estiver ausente, ao gestor que os prestas, ainda que não tenha ratificado o ato, bem
como as despesas de enterro feitas por terceiro.
Art. 871: Quando alguém, na ausência do indivíduo obrigado a alimentos, por ele os
prestar a quem se devem, poder-lhes-á reaver do devedor a importância, ainda que
este não ratifique o ato.
Art. 872: Nas despesas de enterro, proporcionadas aos usos locais e a condição do
falecido, feitas por terceiro, podem ser cobradas da pessoa que teria a obrigação de
alimentar a que veio a falecer, ainda mesmo que esta não tenha deixado bens.
£U – Cessa o dispositivo neste artigo e no antecedente, em se provando que o
gestor fez essas despesas com o simples intento de bem-fizer.
g) Ratificação do negócio
A ratificação pura e simples do negócio retroage ao dia do começo da gestão
e produz todos os efeitos do mandato.
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23.3 CAPITULO III – DO PAGAMENTO INDEVIDO
a) Considerações gerais
Constitui um molde de enriquecimento sem causa. É o que preceitua o art.
876: “Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir.;
obrigação que incumbe aquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a
obrigação.”
b) Requisitos
1 – Pagamento efetuado voluntariamente e com erro. Quem efetuou esse
pagamento deve provar que houver erro. O erro pode ser de fato e de direito.
d) Boa e má-fé
Aquele que recebe de boa ou má-fé vai ter o mesmo tratamento legal do
possuidor de boa e de má-fé.
111
# Boa-fé: Aquele que recebe, de boa-fé, pagamento indevido, sendo obrigado a
restituí-lo é equiparado ao possuidor de boa-fé. Faz assim jus aos frutos da coisa
recebida, faz jus as benfeitorias necessárias e uteis, ao direito de retenção. Artigo
1219 CC.
# Má-fé: Não tem direitos aos frutos e será ressarcido somente pelas benfeitorias
necessárias, sem direito de retenção. Artigo 1.220 CC.
112
credor não está obrigado a restituir a importância, porque não poderá mais cobrar a
dívida do verdadeiro devedor.
A mesma coisa ocorrerá quando o aceitante de boa-fé deixou prescrever a
pretensão que poderia deduzir contra o verdadeiro devedor ou se abriu mão de suas
garantias.
Contra o verdadeiro devedor então é que o solves/pagador deve direcionar a
ação de regresso, para evitar enriquecimento ilícito do verdadeiro devedor.
2 – Art. 882: Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou
cumprir obrigação judicialmente inexigível.”
Quem paga obrigação natural, judicialmente inexigível, como dívida de jogo
não pode ser repetida.
Embora inexigível ou prescrita, a dívida paga existia.
3 – Art. 883: Não terá direito a repetição aquele que deu coisa para obter fim ilícito,
imoral ou proibido por lei.”
Ex.: alguém contrata alguém para que cometa um crime e paga. Se este não
cometeu o crime não pode querer a repetição de indébito.
Há enriquecimento ilícito do criminoso mas não pode pedir de volta.
Nesse caso, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de
beneficência, a critério do juiz
113
23.4 CAPITULO IV – DO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA
O princípio que veda o enriquecimento sem causa é fundado na equidade.
Hoje, são várias as ações que tem como objetivo evitar o enriquecimento ilícito,
todos constituem espécies da ações “in rem verso”, como:
❖ Relação de causalidade
Significa que enriquecimento e empobrecimento são resultantes do mesmo
fato. O lucro de um equivale ao prejuízo de outro
114
É o requisito mais importante. Configura-se locupletamento ilícito apenas
quando não existe contrato ou lei. Diz o art. 885:
115
PEÇA PROCESSUAL
AÇÃO..., em face de
1. DOS FATOS:
Narrar o que ocorreu no mundo dos fatos que ensejou a propositura da ação,
conforme problema fornecido pela FGV.
2. DO DIREITO:
Trazer a fundamentação legal da ação.
3. DOS PEDIDOS:
Diante do exposto, requer o Autor:
a) O recebimento da presente demanda;
116
b) Requer a concessão da tutela provisória de... para o fim de... (verificar se é o caso
de tutela provisória conforme enunciado);
d) Requer a distribuição por dependência aos autos do processo nº... (caso seja
pertinente);
e) Nos termos do art. 319, VII do Código de Processo Civil, manifesta o Autor o seu
... na realização da audiência de conciliação ou mediação (de acordo com o
enunciado da FGV);
h) O benefício da gratuidade da justiça, por ser o Autor pessoa pobre nos termos da
lei, consoante previsão dos artigos 98 e 99 do Código de Processo Civil ou o
recolhimento das custas iniciais, consoante previsão do art. 82 do Código de
Processo Civil (conforme previsão do enunciado).
117
k) A intervenção do Ministério Público (verificar se é caso de pedir, em uma das
situações do artigo 178 do Código de Processo Civil);
m) protesta por provar o alegado por meio de todos os meios de prova em direito
admitidos, em especial pela produção de prova documental, depoimento pessoal,
testemunhal, pericial e inspeção judicial, além da juntada de novos documentos e
demais meios que se fizerem necessários, sob pena de confesso, na forma do art.
319, VI, do Código de Processo Civil;
Termos em que,
Pede deferimento.
Local... Data...
Advogado...
OAB...
118
119