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Revisão textual: Shirlei Neves

“Ninguém consegue subir a escada do sucesso sem se esforçar muito”

“Nem o céu é o limite, para quem quer realizar” (Parte da


Cao Benassi é formado em música pela Universidade
Federal de Mato Grosso, mestre em Estudos de Cultura
Contemporânea, sob a orientação do Professor Doutor
Roberto Victorio e doutorando em Estudos de
Linguagens, sob a orientação da professora Simone de
Jesus Padilha. Estudou flauta doce com a professora
Marília Cortez e, atualmente, estuda com a flautista Renata Pereira,
integrante do Quinta Essentia Quarteto. Estudou composição com os
professores Ticiano Rocha, Cristina Dignart e Roberto Victorio. Publicou, em
2011, no álbum de partituras “Duo Brasil, música erudita brasileira para
flauta doce e piano”, duas obras inéditas. Tem atuado na área musical,
participando de vários eventos, com publicações sobre as técnicas
expandidas da flauta e seu ensino complexo, crítica da gênese musical pela
abordagem do discurso bakhtiniano. É professor de Libras, além de ser um
exímio estudioso dessa língua, pesquisa sua gramática e tem várias
publicações nessa área. Criador dos sistemas musical Harmônico
Numerológico Pitagório e da Escrita da Língua de Sinais VisoGrafia.
PRÉFACIO/
PRIMEIRAS PALAVRAS/
PARTE I – A FLAUTA, SUA ORIGEM E O RENASCIMENTO/
A FLAUTA E SUA ORIGEM/
O RENASCIMENTO/
A DIFUSÃO DA FLAUTA POR MEIO DO ENSINO E AS IMPLICAÇÕES DE
SEU USO INDISCRIMINADO/
PARTE II - A FLAUTA MODERNA, PERSONALIDADES E A MÚSICA
CONTEMPORÂNEA PARA FLAUTA E AS TÉCNICAS EXPANDIDAS DA
FLAUTA/
A FLAUTA MODERNA/
PERSONALIDADES/
A MÚSICA CONTEMPORÂNEA PARA FLAUTA/
AS TÉCNICAS EXPANDIDAS DA FLAUTA
GRUPO 1 – Do dedilhado nãopadrão/
GRUPO 2 – Da articulação/
GRUPO 3 – Do vibrato/
GRUPO 4 – Dos efeitos especiais/
ÚLTIMAS PALAVRAS/
REFERÊNCIAS/
FIGURA N.º 01 – A FLAUTA DE DORDRECHT/
FIGURA N.º 02 – A FAMÍLIA DA FLAUTA/
FIGURA N.º 03 – ARNOLD DOLMETSCH/
FIGURA N.º 04 – A FLAUTA DE DOLMETSCH/
FIGURA N.º 05 – FLAUTA QUADRADA DE PAETZOLD/
FIGURA N.º 06 – FLAUTA DE SINO/
FIGURA N.º 07 – A FLAUTA ELETRÍCA/
FIGURA N.º 08 – FLAUTA ALTO HARMÔNICA/
FIGURA N.º 09 – FLAUTA ALTO MODERNA COM DUAS CHAVES/
FIGURA N.º 10 – FLAUTA ALTO MODERNA COM TRÊS CHAVES/
FIGURA N.º 11 – A FLAUTA DE STRATHMANN/
FIGURA N.º 12 – ROB DU BOIS. /
FIGURA N.º 13 – JÜRG BAUR. /
FIGURA N.º 14 – LOUIS ANDRIESSEN. /
FIGURA N.º 15 – LUCIANO BERIO. /
FIGURA N.º 16 – LUCIANO BERIO. /
FIGURA N.º 17 – Dedilhados não padrão para variar a dinâmica da nota Dó4/
FIGURA N.º 18 – Dedilhados não padrão para variar a timbre da nota Dó4/
FIGURA N.º 19 – Dedilhados não padrão para o Dó4 harmônico. 1) registro
aberto; 2) registro fechado e 3) registro semifechado/
FIGURA N.º 20 – Dedilhados não padrão para obter micro tons/
FIGURA N.º 21 – Multifônico com fundamental G 3/
FIGURA N.º 22 – Imagem da tela de análise do AudioSculpt 3.0/
A flauta doce é um instrumento musical fascinante para os
afortunados que foram bem orientados, ou que de alguma maneira,
apaixonaram-se pelos mistérios desse instrumento. Mas é também
aterrorizante para aqueles que não tiveram a mesma sorte, para os que não
foram conduzidos pelo caminho do encontro com a beleza que só a
simplicidade nos oferece.

Assim é para tudo. Assim é para a vida. Quando temos a


oportunidade mágica de encontrarmos pessoas que nos inspiram, um novo
universo se apresenta diante de nós.

O universo da flauta doce brasileira é carente de inspiração, de


formação e de informação.

Para mim, que já fui descrita como uma apaixonada por flauta doce
por diversas vezes, é uma alegria sem fim olhar para este livro que surge
para nos auxiliar neste trabalho árduo e gratificante de manter viva a prática
da flauta doce em nosso país.
Precisamos de mais. Precisamos ter caminhos, práticas e
pensamentos diferentes a percorrer, a escolher, a recorrer.

Este texto sobre a flauta doce hoje traz informações sobre o que
chamamos da prática contemporânea para o instrumento, em nossa língua
materna, com o objetivo de aproximar os estudantes e flautistas brasileiros
de uma literatura que só é acessível em língua estrangeira. Isso torna mais
simples o caminho daquele que deseja conhecer mais profundamente a
prática da flauta doce.

Um início para que o autor possa contribuir ainda mais para esse
instrumento musical tão especial.

Quanto maior for a nossa familiaridade e conhecimento em relação ao


nosso objeto de estudo, de trabalho, maior será a nossa motivação. Há quem
diga que a flauta doce é um instrumento musical para iniciar o estudo da
música, mas essa afirmação é sempre pejorativa. Se a simplicidade é divina
e a complexidade humana, talvez eu possa dizer que não há porta mais bela
para uma linguagem sublime como a da música, do que a simples flauta
doce.

Por Renata Pereira

09 de janeiro de 2017
O presente livro originou-se do meu trabalho monográfico de
conclusão do curso de música, orientado pelo professor doutor Ticiano
Rocha. É fruto de muito estudo e de um árduo, porém prazeroso trabalho
que envolve um instrumento que é o centro de uma delicada discussão: a
flauta doce1, também conhecida como flauta de bisel. Esse instrumento tão
peculiar originou-se de um apito folclórico, presente em culturas muito
remotas (O’KELLY, 1990). No princípio, era apenas um apito num tubo
escavado em um galho ou num vaso moldado na argila, o qual produzia um
som que fascinava o homem pré-histórico.

É possível que, desde as primeiras incursões do homem pelo


fascinante mundo dos sons, a flauta tenha estado presente no cotidiano dos
povos mais primitivos, mesmo que de forma bastante rudimentar. Com a
evolução da espécie humana e do aprimoramento de suas tecnologias, o

1
Para não tornar o termo “ ” ou “ ” (como prefiro) muito repetitivo, toda referência ao
instrumento será feito apenas como flauta. As demais formas desse tipo de instrumento serão
acompanhadas de sua designação. Ex.: flauta transversa, ocarina e assim por diante. Vale
ressaltar que toda a experimentação foi desenvolvida com a flauta alto.
instrumento começou a ser refinado e ocupar lugar de destaque em diversas
culturas ao redor do mundo. O tempo passou, o instrumento modificou-se,
desapareceu e ressurgiu no cenário musical, em meados do século XVIII,
depois de passar 150 anos esquecido e ofuscado pelos instrumentos mais
conhecidos (HAUWE, 1984). Contudo, a flauta nunca deixou de fascinar o
homem. Embora informações mais recentes nos levem a acreditar que a
flauta tenha sobrevivido até a metade do século XIX na forma do ,
uma curiosa flauta em Lá@, podemos dizer também que esse instrumento
permaneceu, no cenário musical, na forma do francês, até o início
do século XX (KÜFFER, 2016).

No mundo ocidental, a flauta foi amplamente utilizada, mas também


esquecida pelo desenvolvimento da flauta transversa e as inovações
estéticas da música barroca (ARAÚJO, 1999), que exigia maior tessitura,
potência sonora e flexibilidade em sua dinâmica. Para que o instrumento
flauta pudesse figurar à frente da orquestra que se tornava cada vez maior,
modificações deveriam ser feitas, o que não aconteceu. Obviamente, a flauta
transversa obteve maior atenção dos estudiosos da época, lançando ao
esquecimento a flauta de bisel.

A flauta reapareceu graças ao trabalho de um grupo de musicólogos,


estudiosos de música arcaica, colecionadores de instrumentos remotos e
apreciadores de música antiga. Contudo, ela ficou ofuscada pelos
instrumentos musicais mais conhecidos que reapareceram na mesma época
como, por exemplo, o clavicêmbalo, a viola da gamba e, supostamente, o
alaúde.

O’KELLY (1990) afirma que a flauta, após seu reaparecimento


( ), foi bastante difundida na Europa. Segundo a autora, na Alemanha,
é muito difícil encontrar uma residência que não tenha ao menos uma flauta.
Seu uso massivo possibilitou um aumento no seu padrão de desempenho, e
logo surgiram propostas para baratear os custos de sua produção. Essa
massificação deu a esse instrumento notável popularidade, passando a ser
utilizado na educação musical, fato que lhe trouxe alguns benefícios
(HAUWE, 1984; O’KELLY, 1990).

Em decorrência de seu uso contínuo de modo massivo no ensino e,


geralmente, de seu ensino equivocado, a flauta é encarada no cenário
musical como um instrumento sem credibilidade artística e, o que é pior, sem
potencial para a musical (CUERVO, 2008). A educação
musical, que antes contribuiu para o desenvolvimento da flauta, hoje, faz
com que ela seja encarada com preconceito e descrédito, mesmo havendo
registros do seu desenvolvimento.

Na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 1936, em Berlim,


houve uma exibição de ginástica que foi acompanhada por crianças tocando
uma música para flauta e outros instrumentos, composta por Carl Orff,
especialmente para a ocasião. Isso demonstra que o uso da flauta já havia
sido consagrado na educação, no entanto, somente a partir de 1960 que
surgem as primeiras obras de vanguarda para a flauta (O’KELLY, 1990).

O volume de obras cresceu rapidamente em número e qualidade


graças aos esforços de alguns dos mais importantes intérpretes e
compositores da época. Logo se viu que era necessário desenvolver um
instrumento que atendesse às necessidades performáticas desse novo
repertório. Várias propostas surgiram, algumas nem chegaram a serem
produzidas, outras foram desenvolvidas e fabricadas e, apesar do alto custo
e da complexidade do dedilhado de alguns modelos, todas as ideias na
tentativa de construir um instrumento moderno foram exitosas.

Dentre as muitas propostas podemos destacar a flauta quadrado de


Paetzold, a qual foi desenvolvida baseada nos tubos de um órgão. Temos,
ainda, a flauta moderna, os naipes soprano e alto. Essa flauta possui timbre
potente e tessitura compreendendo três oitavas de extensão. Pode ter pé em
com duas chaves ( e ) ou pé em com três chaves ( e ), no
caso da soprano. Já a contralto pode ter pé em com duas chaves ( e )
ou pé em com três chaves ( e ). Vale destacar que a flauta
harmônica, uma contribuição de Martin Helder, implementa um bloco com
canal removível e lábio ajustável, chave de piano e pé em , no caso da
contralto e pé em , na tenor.

Desenvolveu-se então uma flauta realmente moderna, e as técnicas,


que a tornaram conhecida como um instrumento para melodia lírica, dão
espaço para outras que descortinaram o “santuário”, permitindo o seu acesso
ao mundo da música contemporânea. As principais técnicas expandidas da
flauta, aqui apresentadas, estão fundamentadas no catálogo de O’KELLY
(1990) e nos métodos de Hauwe (1984, 1987, 1992). Outras surgiram com a
experimentação, tendo descrição dos procedimentos e, para alguns,
exemplos de digitação ou composição sonora.

Assim, este trabalho teve por objetivo levantar e catalogar as


possibilidades de técnicas expandidas da flauta. Algumas digitações foram
apresentadas, no entanto, a fim de se evitar o autodidatismo. Não foi
adicionado, neste livro, como em outros que tratam deste assunto, um
capítulo com as digitações do instrumento.

Realizar este diálogo seria impossível sem tocar em questões


relacionadas ao ensino e o tratamento que este dá à flauta. Obviamente,
alguns aspectos da origem e do reaparecimento ( ) terão de ser
abordados.

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