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Universidade de São Paulo


Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Departamento de Economia e Administração

Os impactos sociais e econômicos da mecanização da colheita da


cana-de-açúcar

Élton Luís Morato

Trabalho apresentado na disciplina de economia e


administração dos sistemas de produção
agroindustriais.

Piracicaba
2014
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ÉLTON LUÍS MORATO


GRADUANDO EM ADMINITRAÇÃO

Os impactos sociais e econômicos da mecanização da colheita da


cana-de-açúcar

Trabalho apresentado na disciplina de economia e


administração dos sistemas de produção
agroindustriais.

Piracicaba
2014
3

SUMÁRIO

RESUMO......................................................................................................................4
LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................5
LISTA DE TABELAS....................................................................................................6
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.......................................................................7
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................8
2 A MECANIZAÇÃO DA COLHEITA DA CANA-DE-AÇUCAR....................................9
2.1 ANTECEDENTES HISTÓRICOS...........................................................................9
2.2 PANORAMA ATUAL............................................................................................10
2.3 “DEUS EX MACHINA” .........................................................................................11
2.4 PANORAMA FUTURO.........................................................................................12
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................13
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RESUMO

Os impactos sociais e econômicos da mecanização da colheita da cana-de-


açúcar

A cultura canavieira é de ampla importância social e econômica para o país e


tem sido caracterizada por um intenso processo de mecanização, tal processo
desencadeou uma série de eventos e modificações inevitáveis. Os produtores
protegem a redução do tempo da colheita, a ampliação da produtividade e a
diminuição do custo gasto com contratação de mão de obra, os ambientalistas dizem
que há a redução do impacto por dispensar a queima de resíduos e os sociólogos
observam o crescente implemento de equipamentos que substituem e expulsão o
grande contingente de cortadores de cana, logo, é facilmente percebido o quanto
uma alteração de paradigma de colheita influencia em todo um sistema social,
econômico e ambiental. A mecanização proeminente tende a majorar o índice de
desemprego rural no Estado, o que afeta a saúde do trabalhador nos âmbitos
orgânico, psicológico, familiar e social, sendo assim, são indispensáveis medidas do
Governo e de iniciativas privadas que capacitem os trabalhadores para outras
funções.

Palavras-chave: Mecanização, cana-de-açúcar, desemprego, índice de


mecanização, setor sucroalcooleiro, emprego
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Evolução da produção brasileira de cana-de açúcar nas safras 1948/1949
a 2006/2007 .................................................................................................................9
Figura 2 – Colheita de cana mecanizada (2008-2013) .............................................11
Figura 3 – Maquina de corte em terreno acidentado .................................................11
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Cronograma de Eliminação da Queima da Cana-de-Açúcar no Estado de


São Paulo, Segundo Lei 11.241/2002 .........................................................................8

Tabela 2 - Cronograma de Eliminação da Queima da Cana-de-Açúcar no Estado de


São Paulo, Segundo Protocolo Agroambiental ...........................................................8
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

UNICA União da Indústria da Cana-de-açúcar


CTC Centro de Tecnologia Canavieira
IEA Instituto de Economia Agrícola
8

1 INTRODUÇÃO

Em 2002, o Governo Estadual de São Paulo editou a Lei


11.941/2002 que estabeleceu prazos para a erradicação da queima: 2021 das áreas
mecanizáveis e 2031 das áreas não mecanizáveis (TABELA 1) e em 2007, visando à
proteção ambiental, a Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento e a
União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA) firmaram o Protocolo Agroambiental
que reduziu ainda mais os prazos para a eliminação da queima (TABELA 2).

Tabela 1 - Cronograma de Eliminação da Queima da Cana-de-Açúcar no Estado de


São Paulo, Segundo Lei 11.241/2002

Área mecanizável onde não se pode efetuar a queima da cana-de-açúcar


Ano
Percentagem de eliminação
1o Ano (2002) 20% da queima eliminada
5o Ano (2006) 30% da queima eliminada
10o Ano (2011) 50% da queima eliminada
15o Ano (2016) 80% da queima eliminada
20o Ano (2021) Eliminação total da queima
Área não mecanizável, declividade superior a 12% e/ou da queima menor de
Ano 150ha
Percentagem de eliminação
1o Ano (2011) 10% da queima eliminada
5o Ano (2016) 20% da queima eliminada
10o Ano (2021) 30% da queima eliminada
15o Ano (2026) 50% da queima eliminada
20o Ano (2031) Eliminação total da queima
Fonte: Lei n. 11.241, de 19 de setembro de 2002.

Tabela 2 - Cronograma de Eliminação da Queima da Cana-de-Açúcar no Estado de


São Paulo, Segundo Protocolo Agroambiental

Área mecanizável onde não se pode efetuar a queima da cana-de-açúcar


Ano
Percentagem de eliminação
2010 70% da queima eliminada
2014 Eliminação total da queima
Área não mecanizável, declividade superior a 12% e/ou da queima menor de 150ha
Ano
Percentagem de eliminação
2010 30% da queima eliminada
2017 Eliminação total da queima
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Fonte: Protocolo Agroambiental, 2007.


Sendo assim 2014 o ano limite estipulado pelo Protocolo
Agroambiental para a eliminação total da queima pre-colheita, é válida a realização
de um balanço prévio a fim de analisar o comprometimento do setor para com a
extinção dessa prática nociva a ambos: seres humanos e meio ambiente.

2 A MECANIZAÇÃO DA COLHEITA DA CANA-DE-AÇUCAR

2.1 ANTECEDENTES HISTÓRICOS

A cultura da cana de açúcar em São Paulo se intensificou a partir de


1950, com a valorização do açúcar no mercado nacional, aliado a incentivos para
implemento de novas usinas e compra de terras para o plantio de cana. No decorrer
de 1960, iniciou-se uma expansão do setor, devido a sansões dos Estados Unidos
ao açúcar cubano, visto que Cuba estava passando por uma revolução de cunho
socialista em 1959. Com isso, o Brasil foi favorecido, pois expandiu suas
exportações ao mercado norte-americano, logo, a produção por essa cultura só
aumento nas últimas décadas (FIGURA 1).

Fig. 1 - Evolução da produção brasileira de cana-de açúcar nas safras 1948/1949 a 2006/2007.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Dessa maneira, se pode perceber que ambas, demanda e produção,


vem aumentando ao longo dos anos, sendo assim, existe por parte nacional e
internacional, pressões por safras maiores, logo, havendo demanda e oferta, a
produção irá aquecer e foi isso aconteceu no início da década de 1970, a ampliação
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e a modernização do setor foram estimulados por ações governamentais através de


subsídios, como os Programas de Racionalização e Apoio da Agroindústria
Açucareira (1971/1972), do Planalsucar e do Programa Nacional do Álcool
(PROÁLCOOL - 1975), sendo assim, a partir da década de 1980, ocorreu grande
aporte de tecnologia que aumentou a produção por hectare plantado, como novas
espécies de cana, técnicas de cultivo e o início da mecanização da lavoura, dessa
forma, paulatinamente, a mão de obra humana, que naqueles tempos era
abundante, começou a ser substituída pelo sistema de corte mecanizado.

2.2 PANORAMA ATUAL

Segundo Macedo (2005), o advento de máquinas no corte ocorreu


“inicialmente por uma necessidade das usinas em atenderem seus cronogramas em
épocas em que a mão-de-obra tornou-se escassa, crescendo motivada pela redução
de custo e pela pressão ambiental para o fim das queimadas”, dessa forma, todas as
mudanças de paradigma culminaram no elo mais frágil de toda essa corrente de
produção: o trabalhador rural.
A socióloga da Universidade Estadual Paulista - UNESP, Maria
Aparecida de Moraes Silva, estuda o dia-a-dia dos “boias-frias” há mais de 30 anos e
concluiu que a cobrança mínima de produção de cada trabalhador é de em média 10
toneladas/dia. Conforme a especialista (apud TOLEDO, 2007), “nesta região o total
cortado é maior porque a área foi a que sempre apresentou desenvolvimento
científico-tecnológico maior que as outras”, dessa maneira, além de lidarem com
adversidades climáticas, os cortadores de cana passam por uma rotina cansativa de
pressão da produção em larga escala, além é claro, do caráter insalubre da tarefa
em si.
A mecanização do corte não é um movimento que não pode ser
impedido, visto que diminui custos, tempo e ajuda na extinção de duas práticas
insalubres ao meio ambiente e ao homem, respectivamente, as queimadas e o corte
manual de cana.
A Figura 2 mostra a predominância no uso de máquinas em colheitas
nos estados de maior produção da cana-de-açúcar no Brasil, assim como uma visão
mais microscópica do estado de São Paulo
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Fig. 2 – Colheita de cana mecanizada (2008-2013)

2.3 “DEUS EX MACHINA”

Impossibilitado de rivalizar com as máquinas de corte em uma tarefa


extremamente degradante fisicamente e psicologicamente, o trabalhador rural é
posto em xeque. Em terrenos com declive superior a 12% o uso de máquinas já é
viável.
“as máquinas que apresentaram o melhor resultado foram uma escavadeira
hidráulica japonesa acoplada com um equipamento francês que pode cortar
até 80 toneladas de cana por dia – em áreas de ladeira com declividade de
mais de 30 graus – e outra japonesa que colhe 200 toneladas diariamente
numa área com declive de até 15 graus.” (CLIMACO, 2011).

Fig. 3 – Maquina de corte em terreno acidentado


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2.4 PANORAMA FUTURO

Segundo a ex-secretária da Fazenda, Tânia Bacelar (apud CLIMACO,


2011) ela avalia positiva o início da mecanização e adiciona que “a atual conjuntura
ajuda as novas gerações a conseguirem oportunidades em novos setores”, como é o
caso da ex-cortadora de cana Ivani Custódio Correia, que ao ter seu emprego
substituído por máquinas de corte, ingressou no curso gratuito de culinária da
secretaria de Ação Social de Igaraçu do Tietê – SP e hoje tem como renda a venda
de alimentos, o que resulta em mais que o dobro de salário na comparação com o
trabalho no canavial.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A modernidade, a demanda e a preocupação ambiental levaram as


máquinas para os canaviais. Geraram a princípio o desemprego que mudou a rotina
de vida de muitos trabalhadores e agora surgem como oportunidade de melhorar a
vida do trabalhador rural, desde que ações conjuntas entre o Estado e o Setor
Privado auxiliem na realocação do contingente de ex-cortadores de cana.
Afirmar que os trabalhadores rurais dispensados do corte de cana não
conseguem ser realocados socialmente é generalização infundada, visto que em
diversos municípios do estado de São Paulo, já se verificam uma série de programas
sociais públicos e privados voltados para a especialização em novas práticas
assalariadas, as quais, diferentemente do corte de cana, não implicam em danos
físicos e psicológicos.
Retrato de um Brasil que não existe mais, os “boias-frias” não são mais
necessários na lavoura e aos que trabalharam nessa tarefa, só resta buscar por
novas alternativas de trabalho.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MACEDO, I. C. A energia da cana-de-açúcar: doze estudos sobre a


agroindústria da cana-de-açúcar no Brasil e a sua sustentabilidade. São Paulo:
UNICA, 2005.

CLIMACO, F. Mecanização: o relevo não é mais obstáculo na Mata. 2011.


Disponível em: < http://pedesenvolvimento.com/2011/02/20/mecanizacao-o-relevo-
nao-e-mais-obstaculo-na-mata/>. Acesso em: 06 jul. 2014.

FERNANDES, S. Mecanização do corte de cana facilita trabalho, mas aumenta

desemprego e jornada exaustiva. 2014. Disponível em:

<http://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2014/04/mecanizacao-do-corte-de-cana-

facilita-trabalho-mas-aumenta-desemprego-e-jornada-exaustiva-6062.html>. Acesso em:

06 jul. 2014.

MARTINS, M. S. R. Os impactos sociais e econômicos da mecanização da colheita

da cana-de-açúcar. Disponível em: <http://www.portaldoagronegocio.com.br/artigo/os-

impactos-sociais-e-economicos-da-mecanizacao-da-colheita-da-cana-de-acucar>. Acesso

em: 06 jul. 2014.

PORTO, G. Colheita mecanizada deixa 159 mil desempregados em SP. 2007.

Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,colheita-mecanizada-

deixa-159-mil-desempregados-em-sp,58970>. Acesso em: 06 jul. 2014.

RAMOS, P. A agroindústria canavieira de São Paulo e do Brasil: heranças a

serem abandonadas. 2007. Disponível em:


14

<http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=23&id=255>. Acesso em:

06 jul. 2014.

TOLEDO, M. Para ganhar mais, boia-fria eleva corte de cana em SP. 2007.

Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2808200742.htm>.

Acesso em: 06 jul. 2014.

VIALLI, A. O nº 1 do açúcar orgânico do mundo aboliu a queima da cana. 2009.

Disponível em: <http://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral,o-n-1-do-

acucar-organico-no-mundo-aboliu-a-queima-da-cana,382346>. Acesso em: 06 jul.

2014.

COLHEITA de cana de açúcar. 2004. Disponível em:

<http://www.feagri.unicamp.br/unimac/produtos_canadeacucar.htm>. Acesso em: 06

jul. 2014.

COLHEITA mecanizada de cana produz queda nas emissões de gases

causadores do efeito estufa. 2013. Disponível em:

<http://www.unica.com.br/noticia/38156175920320868796/colheita-mecanizada-de-

cana-produz-queda-nas-emissoes-de-gases-causadores-do-efeito-estufa/>. Acesso

em: 06 jul. 2014.

ÍNDICE de Mecanização na Colheita da Cana-de-Açúcar no Estado de São

Paulo e nas Regiões Produtoras Paulistas. 2007. Disponível em:

<http://www.iea.sp.gov.br/out/verTexto.php?codTexto=9240>. Acesso em: 06 jul.

2014.
15

USINAS de cana disputam operadores para novas máquinas high-tech. 2008.

Disponível em: <http://www.cnmcut.org.br/conteudo/usinas-de-cana-disputam-

operadores-para-novas-maquinas-high-tech>. Acesso em: 06 jul. 2014.

MECANIZAÇÃO atinge 81% da safra de cana no Estado de SP. 2014. Disponível

em: <http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ribeiraopreto/1210877-mecanizacao-

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MECANIZAÇÃO do campo muda rotina de ex-cortadores de cana-de-açúcar.

2014. Disponível em: <http://g1.globo.com/sp/bauru-

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em: 06 jul. 2014.

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