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CENTRO DE APOIO OPERACIONAL

DOS DIREITOS HUMANOS COORDENAÇÃO DE APOIO


E DO CIDADÃO TÉCNICO PERICIAL

QUESITAÇÃO

INTERDIÇÃO

Elaboração: Médica Jaqueline Luvisotto Marinho


(Técnica em Medicina da Coordenação de Apoio
Técnico Pericial – CATEP/MP-GO)
Colaboração: Promotora de Justiça Dra. Melissa
Sanchez Ita (Coordenadora do Centro de Apoio
Operacional dos Direitos Humanos e do Cidadão –
CAODHC/MP-GO)

A sugestão de quesitação apresentada, relacionada à interdição,


compreende uma possibilidade de caminho em contínua (re)construção para a promoção
de avaliações mais interligadas com a complexidade dos contextos, situações e aspectos
relacionados ao processo de interdição, que enfatizem a proteção e a autonomia dos
interditandos, e que propiciem a interação entre as áreas envolvidas.

Considerações preambulares

Na interdição total1, acabam por ocorrer restrições ao interdito 2 para a


realização de todos os atos da vida civil, patrimoniais e não patrimoniais (incluindo os
existenciais), o que se relaciona a uma intensa privação de autonomia deste, tendo suas
opiniões e participações substituídas pelas do curador.
Entretanto, diretrizes fundamentadas na Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência (promulgada pelo Decreto nº 6.949/2009) vem propiciando que
se considere a possibilidade de transição do modelo de substituição (da decisão do
interdito pelo curador) para um modelo de tomada de decisão apoiada, enfatizando-se a
promoção da autonomia e proteção do interditando 3.
1 A interdição pode ser total ou parcial. Na interdição total, são atingidos todos os atos da vida civil, sejam patrimoniais
ou não-patrimoniais, incluindo os existenciais, ficando assim estabelecido o apoio de curador para a realização de
todos estes atos. Já na interdição parcial, os atos da vida civil atingidos ficam circunscritos aos determinados no
processo de interdição, estabelecendo-se portanto o apoio de curador apenas para a realização dos atos
circunscritos. Desse modo, na interdição parcial, este apoio de curador pode, conforme o caso, se limitar a atos
patrimoniais, preservando-se os não-patrimoniais.
2 Utiliza-se aqui o termo “interdito” em virtude da compreensão no campo jurídico de corresponder a uma designação
atribuída à pessoa que já se encontra em interdição (SILVA, 2005).
3 Utiliza-se aqui o termo “interditando” em virtude da compreensão no campo jurídico de corresponder a uma
designação atribuída à pessoa que esteja sendo avaliada na intenção de ocorrência do processo de interdição
(SILVA, 2005).

1
Seguindo este posicionamento, faz-se necessário que, no processo de
interdição, seja assegurado o direito de o interditando ser ouvido, de ser devidamente
informado e de suas opiniões serem consideradas, incluindo em relação à escolha do
curador, de acordo com seu modo de compreensão e de expressão de sua vontade, e
que o curador figure principalmente no sentido de apoio ao interditando, e não de modo
absolutamente substitutivo.
Nesse sentido, deve-se dar preferência, quando necessária, para a
interdição parcial, especificando-se exatamente os atos da vida civil em que se
estabelecerá o apoio de curador para sua realização, buscando-se preservar os direitos
não patrimoniais/existenciais, e devendo a interdição ocorrer de modo proporcional e
apropriado às circunstâncias do interditando, em atendimento ao melhor interesse deste,
pelo menor tempo possível e com revisões periódicas 4.
A avaliação da capacidade para a realização de atos da vida civil deve
considerar não unicamente a detecção de uma doença, um transtorno ou um agravo à
saúde, mas também a verificação de comprometimento na capacidade de discernimento
e/ou de expressão da vontade para a realização de atos da vida civil, e para quais destes
se configuraria este comprometimento. Portanto, salienta-se que não deve bastar a mera
constatação de algum transtorno mental ou de deficiência intelectual ou de uso de drogas
psicoativas para considerar o interditando incapaz para os atos da vida civil 5 6.
Faz-se essencial que a avaliação da capacidade para a realização de atos
da vida civil seja realizada de modo criterioso e considerando as diversas dimensões
envolvidas (biológicas, psicológicas, familiares, emocionais, sociais, culturais, espirituais),
no sentido de primar pela autonomia e proteção do interditando.
Assim, uma avaliação adequada pode demandar tempo e exigir diversos
encontros/consultas/sessões para sua realização, inclusive porque determinados
aspectos, para serem devidamente avaliados, necessitam de um acompanhamento e a
criação de vínculo, e que esta avaliação abrange uma complexidade de fatores e
aspectos a serem analisados e considerados, de modo singularizado, não havendo como
ser compreendida como conjunto de conceitos fechados que possam ser simplesmente
padronizados e mensurados a partir de porcentagens ou graus de comprometimento, a
uma simples contraposição entre “sim” e “não”, a enquadramentos classificatórios, sob o
risco de se apresentar a complexidade de modo superficial e reducionista.
Depreende-se, portanto, diante das complexidades envolvidas, a
importância de que a avaliação seja realizada preferencialmente por uma equipe
interprofissional7.
Sabendo-se que o ser humano está em interação com o meio ambiente e a
sociedade, e que estas interações interferem na constituição do sujeito, compreende-se
que comprometimentos para a realização de determinados atos, dependendo dos
aspectos envolvidos, poderiam ser atenuados ou minimizados com auxílios, apoios,
recursos, suportes, adaptações apropriadas do ambiente e do contexto em que o
indivíduo se apresenta.
4 Referências: Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (promulgada pelo Decreto nº 6.949/2009);
Declaração de Montreal sobre a Deficiência Intelectual (OMS, Canadá, 2004); CNMP (2014); MP-RJ (2014).
5 Em relação à prodigalidade, a avaliação da capacidade para realização dos atos da vida civil também precisaria ser
considerada no sentido de verificação de apresentação de transtorno mental associada à verificação de
comprometimento no discernimento e/ou na expressão da vontade. Nesse sentido, ressalta-se que, em uma
variedade de transtornos mentais, o comportamento pródigo pode se apresentar como sintoma, não devendo,
entretanto, ser compreendido como um transtorno mental em si, sendo que a prodigalidade não pressupõe
necessariamente a associação com um transtorno mental (TABORDA et al, 2004; COHEN & FONTANA-ROSA,
2006; TEIXEIRA & BARROS, 2015; CHAVES & CAMPOS, 2015).
6 Referências: TABORDA et al (2004); COHEN & FONTANA-ROSA (2006); ABDALLA-FILHO et al (2011); CNMP
(2014); MP-RJ (2014); TEIXEIRA & BARROS (2015); CHAVES & CAMPOS (2015).
7 Esta equipe interprofissional poderia incluir profissionais médicos, da área da psiquiatria (nas localidades em que
houver) e de outras áreas médicas de atuação (conforme a necessidade de cada caso), profissionais psicólogos,
assistentes sociais, entre outros profissionais que se considerar importantes em cada caso e situação.

2
Portanto, na avaliação da capacidade para a realização de atos da vida civil,
faz-se essencial que os comprometimentos no discernimento e na expressão da vontade
em relação à realização de atos da vida civil sejam avaliados no sentido não apenas de
verificação de possíveis prejuízos e dificuldades e de impedimentos, mas também no
sentido de avaliação dos auxílios, apoios, recursos, suportes e adaptações que forem
necessários para que estes prejuízos ou dificuldades sejam minimizados ou atenuados de
modo a buscar a ampliação da autonomia da pessoa, de sua capacidade de
discernimento e de expressão de sua vontade, de sua capacidade de realização de atos
da vida civil e de sua capacidade de participação na realização destes atos.
Nesse sentido, nessa avaliação, faz-se também importante considerar a
capacidade de participação do interditando na realização de atos da vida civil, ainda que
seja necessário o apoio de outra pessoa para a execução desses atos, de modo a
promover a participação do interdito, e proporcionar ampliação de sua autonomia,
valorizando sua vontade e sua opinião, sendo então auxiliado conforme suas
necessidades8.

Quesitos

1. Condições da avaliação:

1.1. Quais as condições de realização da avaliação do interditando (datas, períodos,


número e tempo das sessões/ encontros/ entrevistas/ consultas, local, equipe
multiprofissional, etc.)?
1.2. Quais pessoas foram entrevistadas (interditando, familiares, amigos, etc.)?
1.3. Quais instrumentos foram utilizados para realização da avaliação do interditando
(entrevistas, relatórios de saúde, prontuários médicos, exames físicos, exames
complementares, etc.)?

2. Relações do interditando com o processo de interdição e o possível curador:

2.1. Qual a opinião do interditando em relação ao processo de interdição e a preferência


em relação ao(s) possível(is) curador(es)?
2.2. Como são as relações interpessoais entre o(s) possível(is) curador(es) e o
interditando?

3. Condições de vida do interditando:

3.1. Quais as condições de moradia do interditando (local, tipo de habitação, se mora


sozinho, na companhia de familiares, em situação de rua, etc.)?

8 Referências: Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (promulgada pelo Decreto nº 6.949/2009);
Declaração de Montreal sobre a Deficiência Intelectual (OMS, Canadá, 2004).

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3.2. O interditando vem conseguindo realizar suas atividades de vida diária sem auxílio de
outras pessoas? Quais? Em que circunstâncias e como ocorre este auxílio? (tabela a
seguir sobre atividades de vida diária).
Tabela. Atividades de Vida Diária9 10
Atividade Sem Com necessidade de Com necessidade de Não
necessidade apoio de recursos ou ajuda de outra pessoa? consegue
de dispositivos**? (De quais? (Como ocorre a ajuda?) mesmo com
ajuda/apoio? Como ocorre este apoio?) (Assinalar e descrever) ajuda/apoio?
(Assinalar) (Assinalar e descrever) (Assinalar)
Banho tomar banho
Vestuário pegar a roupa e se vestir
Higiene ir ao banheiro, usar o
Pessoal banheiro, e realizar a
higiene pessoal
Alimentação alimentar-se
Transferência deitar e se levantar da
cama, e sentar e levantar
da cadeira
Continência controle da micção e da
defecação
Deambulação deambular
Uso de subir e descer escadas
escadas
Utilização do utilizar o telefone
telefone
Transporte a ir a locais distantes por
locais meio de algum transporte
distantes
Uso de sair da condução (ônibus,
transporte táxi, etc.)
Realização de fazer compras
compras
Preparação de preparar as próprias
refeições* refeições
Arrumação da arrumar a casa
casa*
Trabalhos fazer trabalhos manuais
manuais domésticos (como
domésticos* pequenos reparos)
Cuidado com lavar e passar as próprias
as roupas* roupas
Cuidado com cuidar do jardim
o jardim*
Administração tomar os medicamentos
de na dose e no horário
medicamentos adequados
Cuidado com cuidar das próprias
finanças finanças

9 Informações adaptadas de FREITAS et al (2006); MACHADO & FELIPE (2007); COSTA et al (2009).
10 Outros instrumentos podem ser também utilizados para a avaliação do estado funcional da pessoa (FREITAS et al,
2006; MACHADO & FELIPE, 2007; COSTA et al, 2009).
** Incluem-se nos recursos ou dispositivos de apoio: equipamentos, materiais, suportes, objetos, adaptadores, etc.
* Determinadas atividades podem precisar ser adaptadas para o contexto pessoal, familiar, cultural e social da
pessoa, em decorrência de falta de experiência anterior com a realização das atividades (FREITAS et al, 2006;
MACHADO & FELIPE, 2007).

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3.3. O interditando necessita de adaptações em sua moradia para auxiliar na realização
de suas atividades de vida diária? Quais e por quê?
3.4. O interditando necessita morar na companhia de outras pessoas? Por quais motivos?
3.5. O interditando necessita de cuidadores? Por quais motivos?
3.6. O interditando dispõe de cuidador(es)? Quem tem atuado como cuidador(es) do
interditando? Como vem ocorrendo a atuação deste(s) cuidador(es) em relação ao
cuidado do interditando?
3.7. Como são as relações interpessoais entre o interditando e seus familiares? Que
suporte familiar o interditando apresenta?
3.8. O interditando vem realizando atividades laborativas e/ou educativas 11? O
interditando já realizou essas atividades? Quais?
3.9. O interditando poderia realizar atividades laborativas e/ou educativas caso
dispusesse dos recursos, adaptações, suportes ou auxílios necessários? Exemplifique.
3.10. O interditando vem realizando atividades artísticas, culturais, comunitárias e/ou
sociais? O interditando já realizou essas atividades? Quais?
3.11. O interditando poderia realizar atividades artísticas, culturais, comunitárias e/ou
sociais caso dispusesse dos recursos, adaptações, suportes ou auxílios necessários?
Exemplifique.

11 As atividades educativas podem corresponder a atividades de formação escolar, formação universitária,


capacitação, atualização, educação permanente, etc.

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4. Condições de saúde do interditando:

4.1. O interditando apresenta no momento:


Apresentação? Especificação dos diagnósticos
(sim/não)

➢ deficiência
intelectual12?

➢ transtorno mental?

➢ transtorno mental
relacionado ao
uso de drogas
psicoativas13 14?

➢ doença
neurológica?

➢ outras
doenças/agravos?

12 Os Decretos 3.298/99 e 5.296/2004 e a Lei Estadual n.º 14.715/2004 utilizavam o termo “deficiência mental”, no qual
eram anteriormente consideradas apenas as pessoas com deficiência intelectual. Portanto, determinadas pessoas
definidas com o diagnóstico de “retardo mental”, termo este constante da CID-10, eram consideradas como pessoas
com deficiência mental, no lugar de se utilizar o termo “deficiência intelectual”. Entretanto, de acordo com o disposto
pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, há a “deficiência intelectual” e a “deficiência
mental”, sendo esta última referente a pessoas com transtorno mental, conforme critérios a serem estabelecidos,
distintamente da deficiência intelectual, que se refere aos aspectos relativos ao intelecto (Referências: Declaração
de Montreal sobre a Deficiência Intelectual - OMS, Canadá, 2004; Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência, promulgada pelo Decreto nº 6.949/2009; SASSAKI, 2005; OMS, 2007; OMS, 1993).
13 Inclui os “Transtornos Mentais e Comportamentais devidos ao Uso de Substância Psicoativa”.
14 O termo “drogas psicoativas” é utilizado aqui para designar as substâncias psicoativas lícitas, como o álcool, e
ilícitas.

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4.2. Quais as condições/características de apresentação pelo interditando das
doenças/agravos/transtornos verificados? Quais as condições de saúde do interditando?
4.3. Quais critérios foram considerados para a determinação dos diagnósticos
apresentados pelo interditando?
4.4. O interditando tem histórico de apresentação de outras doenças/agravos/transtornos
anteriormente? Quais?
4.5. As condições de saúde apresentadas pelo interditando no momento podem ser
relacionadas a unidades terminológicas e codificações da CID-10 15 e da CIF16? Quais?
4.6. No momento de realização da avaliação, o interditando estava em tratamento e
acompanhamento de saúde para as doenças/agravos/transtornos que apresenta? Quais
tratamentos e acompanhamentos de saúde vem sendo realizados, há quanto tempo e em
quais serviços de saúde?
4.7. Quais tratamentos e acompanhamentos o interditando já havia realizado
anteriormente e qual foi a resposta terapêutica a estes?

15 CID-10: 10ª Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde.
16 CIF: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde.

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5. Condições de capacidade de discernimento e de expressão da vontade:

5.1. A doença/agravo/transtorno apresentado pelo interditando gera no momento


comprometimento na capacidade de discernimento e/ou de expressão da vontade para a
realização dos seguintes atos da vida civil?
Para quais? (assinalar/ e, Especificações consideradas necessárias
caso necessário, descrever)

➢ Atos relacionados a Direitos Patrimoniais


● atos de mera administração
(como comprar produtos para uso pessoal ou para
a residência; pagar contas de água, luz, telefone,
condomínio, entre outras da rotina da residência;
para uso cotidiano, utilizar cheques, cartões de
débito e de crédito e fazer saques de dinheiro, etc.)
● atos de disposição patrimonial
(como vender, trocar, doar, alugar e comprar bens,
hipotecar, emprestar e fazer empréstimos, dar
quitação, etc.)

➢ Atos relacionados a Direitos Não-patrimoniais


● direito ao corpo (como esterilização,
participação em pesquisas, doação de órgãos ou
tecidos)

● direito à sexualidade e ao matrimônio


(como casar-se, estabelecer família, planejamento
familiar)

● direito à privacidade/intimidade (como


mudança de nome, utilização da imagem,
liberdade de crença e de não crença)

● direito à educação (como participar de


atividades de formação escolar, formação
universitária, capacitação, atualização, educação
permanente, etc.)

● direito ao trabalho (como exercer atividades


laborativas, assinar recibos e contratos, dar
quitação das verbas rescisórias do contrato)

● direito eleitoral (como votar e ser votado)

● direito à saúde e à vida (como direito de


escolha em relação à avaliação de saúde,
tratamento, intervenção clínica ou cirúrgica)

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5.2. Quais as condições/características de apresentação pelo interditando do
comprometimento na capacidade de discernimento e/ou de expressão da vontade
verificado?
5.3. Quais critérios foram considerados para a indicação de comprometimento no
discernimento e/ou na expressão da vontade apresentado?

6. Prognóstico e possibilidades de alterações de apresentação

6.1. Qual seria o prognóstico provável relacionado ao modo de apresentação da


doença/agravo/transtorno? Haveria variabilidade no modo de apresentação da
doença/agravo/transtorno pelo interditando?
6.2. De acordo com o prognóstico provável e as características da apresentação da
doença/agravo/transtorno, o interditando poderia apresentar melhorias ou outras
alterações em sua capacidade de discernimento e/ou de expressão de sua vontade para
a realização de atos da vida civil? Em que sentido? Por que?
6.3. As doenças/agravos/transtornos que o interditando apresenta poderiam ser resolvidos
ou seus sintomas e condições melhoradas se fossem disponibilizados tratamentos e
acompanhamentos de saúde ou outros tipos de tratamentos/acompanhamentos para o
interditando, caso este já esteja em tratamento/acompanhamento? Por que? Quais seriam
as possibilidades de resolução ou melhoria no caso de realização dos tratamentos e
acompanhamentos de saúde adequados?
6.4. O comprometimento na capacidade de discernimento e/ou de expressão da vontade
para a realização de atos da vida civil apresentado pelo interditando poderia ser resolvido,
atenuado ou minimizado:
 com a realização dos tratamentos e acompanhamentos adequados?
 com auxílios, suportes, recursos ou adaptações ( como assistência de algum profissional,
ajuda de determinadas pessoas, disponibilização de algum instrumento/material/objeto/adaptador,
ou formas diferentes de abordagem)? Quais seriam necessários?

7. Aspectos referentes ao apoio de curador

7.1. Sendo o caso de comprometimento na capacidade de discernimento e/ou de


expressão da vontade para a realização de atos da vida civil, e considerando-se a
disponibilização de auxílios, suportes, recursos, adaptações, tratamentos e
acompanhamentos adequados, como poderia ocorrer o apoio do curador na realização
dos atos da vida civil especificados?

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7.2. Sendo o caso de comprometimento na capacidade de discernimento e/ou de
expressão da vontade para a realização de atos da vida civil, seria possível promover,
quando do apoio de curador, a participação do interditando na realização destes atos,
com recursos, adaptações, suportes ou auxílios? Quais seriam necessários? Para quais
atos?
7.3. O(s) possível(is) curador(es) apresentam condições para exercer o apoio ao
interditando na realização de atos da vida civil? Para quais atos?
7.4. Quais critérios foram considerados na apresentação das condições do(s) possível(is)
curador(es) para exercer o apoio ao interditando na realização de atos da vida civil?

8. Aspectos temporais da interdição

8.1. Sendo o caso de comprometimento na capacidade de discernimento e/ou de


expressão da vontade para a realização de atos da vida civil, e considerando-se o apoio
de curador, qual a sugestão de prazo para duração deste apoio ao interditando, conforme
os atos da vida civil especificados?
8.2. Após quanto tempo seria importante a realização de uma reavaliação das condições
de saúde do interditando para verificação da capacidade de discernimento e/ou de
expressão da vontade para a realização de atos da vida civil?

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10
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