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PROCESSO Nº TST-Ag-E-RR-1277-02.2014.5.03.

0180

A C Ó R D Ã O
(SDI­1)
GMMEA/mab  

AGRAVO INTERNO EM EMBARGOS EM RECURSO
DE   REVISTA   –   C&A   MODAS   LTDA..
TERCEIRIZAÇÃO   LÍCITA.   OPERAÇÃO   DE
CARTÃO   DE   CRÉDITO.   DIVERGÊNCIA
JURISPRUDENCIAL. ARESTO INESPECÍFICO.
Correta a invocação da Súmula 296, I,
do   TST   porque  não   se   revela
específico o aresto paradigma que não
emite   qualquer   tese   jurídica   de
mérito,   limitando­se   a   invocar   o
óbice da Súmula 126 do TST, porquanto
"os   trechos   do   acórdão   recorrido,
transcritos   no   recurso   de   revista,
não   delimitam   quais   as   atividades
exercidas   pela   reclamante   nem   qual
tipo de contrato foi firmado entre os
reclamados".   No   acórdão   embargado,
contudo, partiu­se da premissa fática
diametralmente   oposta,   qual   seja,   a
de que houve o expresso registro das
atividades exercidas pela "empregada
contratada   por   conhecida   loja   de
departamento (C & A) que desempenhava
atividades   de   venda   de   produtos   do
banco reclamado, realizando operações
de   crédito   de   financiamento   de
veículos, crédito pessoal, inclusive
com utilização do sistema do próprio
banco   reclamado".   Agravo   interno   a
que se nega provimento. 

Vistos,   relatados   e   discutidos   estes   autos   de


Agravo   em   Embargos   em   Recurso   de   Revista   n°  TST­Ag­E­RR­1277­
02.2014.5.03.0180,   em   que   é   Agravante  VANUSA   FERNANDES   DA   SILVA  e
Agravado C & A MODAS LTDA..

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VANUSA FERNANDES DA SILVA  interpõe agravo interno
(fls. 1437/1442), contra decisão monocrática proferida pelo Ministro
Presidente   da   Quarta   Turma   do   TST   (fls.   1433/1435),   que   denegou
seguimento aos seus embargos.
Foram apresentadas contrarrazões (fls. 1445/1453).
É o relatório.

V O T O

1 ­ CONHECIMENTO

Conheço   do   agravo   interno,   porquanto   satisfeitos


os pressupostos recursais.  

2 – MÉRITO

DIVERGÊNCIA   JURISPRUDENCIAL   NÃO   CONFIGURADA.


ARESTO INESPECÍFICO

O   Ministro   Presidente   da   Quarta   Turma   denegou


seguimento aos embargos interpostos pela reclamante sob os seguintes
fundamentos:

"De plano, é de se descartar a pretensão ao conhecimento dos


embargos à SBDI-1 do TST por contrariedade à Súmula 126 do TST, a
menos que esteja em discussão a interpretação da própria Súmula quanto ao
seu exato conteúdo, o que não é o caso.
Assim, não se divisa nenhuma contrariedade à Súmula 126 do TST,
tendo a 4ª Turma decidido com base na moldura fática delineada pelo
Regional, ou seja, pelas premissas retratadas no acórdão, sem reexame de
fatos e provas.
Ademais, tal verbete ostenta natureza processual. Isso porque diz
respeito à pretensão de se buscar, por via oblíqua, a revisão de decisão
turmária desta Corte Superior quanto ao conhecimento de seu recurso de
revista, o que não atende à finalidade dos presentes embargos, como já dito,
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que visam precipuamente à uniformização da jurisprudência sobre questão


de mérito, a teor do art. 894, II, da CLT, e não ao controle de legalidade de
decisões colegiadas quanto ao preenchimento dos pressupostos intrínsecos
da revista.
O julgado apresentado para o confronto de teses afigura-se
inespecífico, pois trata de hipótese distinta em que se aplicou o teor da
Súmula 126 do TST. Desatendido, assim, o disposto na Súmula 296 do
TST.
Mesmo que assim não fosse, a decisão embargada foi proferida em
consonância com a jurisprudência atual desta Corte Superior, tanto pela
decisão do Pleno desta Corte, como por diversos julgados da SBDI-1 do
TST, portanto descabe analisar o aresto trazido nas razões de embargos.
O Pleno desta Corte Superior, em sessão realizada em 24/11/15, ao
apreciar o processo TST-E-RR-210300-34.2007.5.18.0012 (Rel. Min. Dora
Maria da Costa, cujo acórdão foi publicado em 13/05/16), consolidou o
entendimento de que os empregados da Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos (ECT) que trabalham em banco postal não fazem jus à jornada
de 6 horas prevista no art. 224, caput, da CLT, tampouco ao enquadramento
sindical na categoria dos bancários. No mesmo sentido, colhem-se
precedentes atuais da SBDI-1 do TST: TST-E-RR-2297-18.2011.5.11.0016,
Rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, DEJT de 22/04/16; TST-E-RR-
1299-48.2011.5.12.0040, Rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, DEJT de
22/04/16; TST-E-RR-2515-46.2011.5.10.0801, Rel. Min. José Roberto
Freire Pimenta, DEJT de 22/04/16.
Por fim, a decisão embargada, em que se reconheceu a licitude da
terceirização, revela-se em perfeita consonância com a jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal (Tema 725), de Repercussão Geral no RE
958.252 (Rel. Min. Luiz Fux), conjuntamente com a ADPF 324 (Rel. Min.
Roberto Barroso), cuja observância é obrigatória em relação a todos os
processos em curso que versam a respeito da matéria, dado seu efeito
vinculante.
Assim sendo, o aresto colacionado e a alegação de contrariedade a
Súmula do TST não impulsionam o conhecimento dos embargos." (fls.
1434)

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A   reclamante,   ora   agravante,   entende   comprovada


divergência jurisprudencial e que demonstrou contrariedade à Súmula
126 do TST. 
Não assiste razão à reclamante.
A   Quarta   Turma   do   Tribunal   Superior   do   Trabalho
conheceu   do   recurso   de   revista   interposto   pela   reclamada,   por
divergência   jurisprudencial,  e,   no  mérito,   deu­lhe  provimento   para
reconhecer   a   licitude   do   contrato   de   trabalho   celebrado   com   a
segunda   reclamada   (C&A   Modas   Ltda.)   e,   por   conseguinte,   julgar
totalmente   improcedente   a   reclamação,   adotando,   para   tanto,   os
seguintes fundamentos:

"A egrégia Corte Regional, ao examinar o recurso ordinário, decidiu


aos seguintes fundamentos:
‘No caso, segundo entendeu a Turma Julgadora houve
prova de que a autora realizava a venda de cartões de crédito,
pagamento de faturas, saques de dinheiro, consulta ao SERASA
e SPC, antecipação de parcelas, dentre outras, através do
sistema de dados dos bancos reclamados, serviço essencial à
atividade empresarial destes.
A questão já é conhecida deste Regional envolvendo a
reclamada, C & A MODAS e os próprios BANCOS
reclamados. (...)
O preposto do 1º reclamado (BRADESCO) informou que
na C & A são impressos os cartões do banco por meio dos
sistemas do próprio banco, pois na C & A não existem estes
sistemas; que na reclamada são negociados os produtos do
banco, como empréstimos, cheques (fl. 945).
O preposto do 2º reclamado (BANCO MÚLTIPLO)
informou que a reclamante oferecia cartão do BANCO
BRADESCO, 1º reclamado (fl. 945-v). A testemunha da
reclamante de fl. 945-v revela que ela ofertava produtos dos
BANCOS reclamados e negociava produtos destes; que possuía
metas de vendas de cartões de crédito e empréstimos; que ela
trabalhava no caixa do setor de vestuário da loja.
A celeuma envolvendo bancos e suas terceirizações já é
conhecida no que diz respeito ao procedimento do BANCO de
„terceirizar‟ parte de suas atividades à outra empresa que figura
como empregadora formal e que, na verdade, funciona como
um setor do próprio BANCO.

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Ao contrário do que sustentam os BANCOS, a prova oral


confirma que a reclamante exercia atividades tipicamente
bancárias, conforme já consignado acima: ela trabalhava com a
venda de produtos do BANCO, realizando operações de crédito
de financiamento de veículos, crédito pessoal, inclusive com
utilização do sistema do próprio BANCO.
Pontuo que as instituições bancárias, já há muito tempo,
expandiram sobremaneira a gama de atividades originalmente
exploradas. Já vai longe o tempo em que os bancos se
limitavam a manter contas bancárias e cadernetas de poupança,
e a realizar empréstimos e receber pagamentos.
E como bem pontuou o juízo de origem, „[...] é
importante perceber que a reclamante não precisa exercer todas
as funções de um bancário para ser considerada como tal, mas
apenas demonstrar que seu labor se dava em benefício direto do
banco, com subordinação, pessoalidade, onerosidade e não-
eventualidade (art. 2º e 3º da CLT), ou ainda, se provar que sua
atividade estava inserida na essência da estrutura econômica do
banco, ou seja, ligada à sua atividade-fim, e que os reclamados
promoveram típica terceirização ilícita‟ (fl. 587).
Trata-se, portanto, de exercício de atividade própria do
Banco-réu, desmembrada à outra empresa do mesmo grupo com
subordinação direta. Em verdade, a empresa „terceirizada‟ não
é terceira, mas, de toda sorte, é patente a ilicitude da
intermediação da mão de obra, impondo-se a correção do
vínculo empregatício para reconhecê-lo com o BANCO, bem
como o tratamento isonômico para reconhecer a condição de
bancária à autora, e ainda, a condenação solidária dos
reclamados.
A terceirização é o ato pelo qual a empresa produtora,
mediante contrato, entrega a outra empresa certa tarefa não
incluída nos seus fins sociais para que esta a realize
habitualmente com empregados desta.
Transporte, limpeza e restaurante são exemplos típicos.
Repita-se: quando não fraudulenta, é manifestação de
modernas técnicas competitivas. A terceirização, quando não
fraudulenta, é manifestação de modernas técnicas competitivas.
Não é uma prática ilegal por si só; é hoje uma necessidade de
sobrevivência no mercado, com a qual a Justiça precisa estar
atenta para conviver. Contudo, a sua utilização de forma a
impedir a formação correta do vínculo empregatício não pode
ser prestigiada. Evidenciada a fraude, a correção da titularidade
da relação de emprego é uma das medidas de direito, bem como
a condenação solidária das empresas envolvidas.
Isto porque tal qual aqui se verifica, há labor em prol
direto da instituição bancária, por meio de empresa partícipe do
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conglomerado, cujos empregados, obviamente, não se


beneficiam dos direitos privilegiados da categoria.
Lembre-se que à exceção dos trabalhadores pertencentes à
categoria diferenciada, o enquadramento sindical é definido
pela atividade preponderante do empregador, a qual retrata a
sua inserção em uma dada categoria econômica e concretiza a
sua vinculação à entidade sindical que o representa. Ora, no
caso, os réus integram o mesmo grupo econômico que explora a
atividade bancária, inserindo-se o reclamante nessa categoria.
Ressalto ainda que, as empresas financeiras e os bancos
têm objetos sociais similares, e esta similitude, inclusive, é o
que justifica um tratamento jurídico-trabalhista também
semelhante, no que tange ao regime de jornada dos empregados.
É o que se constata na Súmula 55 do Col. TST.
E a presente situação não é aquela captada pela Súmula
117/TST para não reconhecer como bancário o empregado de
estabelecimento de crédito.
As instituições bancárias podem realizar, e efetivamente
realizam, atividades das empresas financeiras. Verificando-se,
contudo, a situação de irregularidade como se extrai da
subordinação direta com o banco que faz parte do
conglomerado e que, inclusive, dirige todo o processo de
admissão do trabalhador e, também, efetivamente que realiza
operações de crédito, como no caso, a fraude é evidente.
Enfim, acompanho o entendimento do juízo de origem de
que a atividade desenvolvida pelo autor se encontrava
umbilicalmente atrelada às atividades-fim do BANCO tomador
dos serviços, inseridas, sim, na dinâmica empresarial bancária.
E assim, tem-se a irregularidade da terceirização.
(...)
E, com efeito, a hipótese é de subordinação estrutural, que
se manifesta pela inserção do trabalhador na dinâmica da
atividade econômica do tomador de seus serviços, pouco
importando se receba ou não ordens diretas deste, mas, sim se a
empresa o acolhe, estruturalmente, em sua dinâmica de
organização e funcionamento, caso em que se terá por
configurada a relação de emprego.
(...)
Portanto, se apenas em um contexto de subordinação
estrutural não há falar em violação dos artigos 2º e 3º da CLT,
menos ainda no caso em questão, onde constatada a fraude, em
que além da evidência da subordinação estrutural caracterizado
o grupo econômico, além da prova da ingerência do BANCO na
atividade desenvolvida pelo reclamante.
A conduta dos reclamados não passa pelo crivo do art.
9º/CLT. Neste sentido, a responsabilidade dos reclamados é
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solidária para correção da titularidade empresarial da relação


empregatícia, forma judiciária de sanar o vício. O cerne da
questão „sub judice‟ é de ilegalidade da terceirização, da
interposição de mão de obra para mascarar a relação de
emprego, daí porque, trata-se de responsabilidade solidária, em
face do art. 9º e do art. 2º, § 2º da CLT, e art. 927 do Código
Civil c/c art. 8º/CLT. E dentro do contexto de uma terceirização
que não é tolerada, emerge para as empresas envolvidas a
responsabilidade solidária pelo ilícito praticado.
Pontue-se que a responsabilidade não depende de
contrato, ela decorre da lei. Contrata-se a obrigação, sujeita-se à
responsabilidade.
Cabe também a isonomia salarial pretendida em respeito à
garantia constitucional, bem como a aplicação, por analogia, do
art. 12 da Lei 6019/74. A isonomia salarial não se acomoda
mais nas barreiras clássicas do art. 461, havendo situações em
que se tem de adotar como fonte de direito o princípio
constitucional que preconiza o tratamento salarial equitativo,
isto é, o salário equânime e justo; o salário na sua verdadeira
dimensão social e que deve ir ao encontro da valorização do
trabalho humano, importante valor para a incorporação do
empregado no estado democrático de direito.
A Reclamante faz jus às diferenças salariais decorrentes
do piso salarial da categoria dos bancários, previsto nas CCT´s,
bem como a todas as demais vantagens asseguradas naquela
norma coletiva, tais como auxílio alimentação, cesta
alimentação, PLR E mais: em face da ilicitude e da fraude aqui
apontada, nos termos dos artigos 166, VI, art. 167 e 169 do
Código Civil c/c artigo 8º da CLT, não cabe sequer a tese
consubstanciada no precedente n. 55 da SDI-1/TST, hoje,
convertido na Súmula 374/TST. Não há, pois, qualquer risco de
afronta aos artigos 570 e art. 611/CLT. Não cabe a invocação da
Súmula 374/TST, porque mesmo que a 2ª ré não tenha sido
signatária da norma coletiva aplicável aos empregados do
BANCO, ela e este último praticaram a fraude, juntos. A fraude
afasta a incidência daquela súmula, pois se está diante de um
ato ilícito, cuja responsabilidade não é contratual, decorre de
lei, da responsabilidade civil, o que gera o dever de reparação,
com fulcro no art. 927 do Código Civil, aplicável no âmbito do
Direito do Trabalho, por força do art. 8º consolidado.
Enfim, como corolário do reconhecimento da reclamante
como pertencente à categoria dos bancários, reconhece-se as
horas extras, a incidência das diferenças salariais decorrentes do
piso previsto na CCT dos bancários, ajuda alimentação, PLR,
direitos previstos nos respectivos instrumentos coletivos, uma
vez que o desvirtuamento do correto vínculo empregatício
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implica descumprimento da norma coletiva aplicável ao


contrato de trabalho.
Nego provimento." (fls. 1206/1213 – numeração
eletrônica – grifos nossos).
Trata-se de controvérsia envolvendo empregada contratada por
conhecida loja de departamento (C & A) que desempenhava atividades de
venda de produtos do banco reclamado, realizando operações de crédito de
financiamento de veículos, crédito pessoal, inclusive com utilização do
sistema do próprio banco reclamado.
O egrégio Tribunal Regional consignou que as funções acima
referidas são tipicamente bancárias, razão pela qual concluiu haver ilícita
intermediação de mão de obra e, com base na subordinação estrutural,
reconheceu o vínculo de emprego diretamente com os bancos reclamados.
Ocorre que este colendo Tribunal Superior do Trabalho, em demandas
semelhantes, possui entendimento em sentido oposto, qual seja, o
empregado de loja de departamento que exerce funções relacionadas à
venda de produtos de instituição bancária não se enquadra como bancário e
não há qualquer ilicitude no contrato de trabalho celebrado com a
empregadora loja de departamento. Esta conclusão fundamenta-se na
similitude entre o caso concreto e a situação dos correspondentes bancários,
questão já pacificada, pelo Tribunal Pleno desta Corte Superior, por meio
do julgamento do processo E-RR-210300-34.2007.5.18.0012, na sessão de
24 de novembro de 2015.
Nesse sentido, transcrevo os seguintes precedentes, sendo o primeiro,
oriundo da colenda SBDI-1, envolve os mesmos reclamados:
"(...) OPERADOR DE CARTÃO DE CRÉDITO.
ENQUADRAMENTO COMO BANCÁRIO. Na sessão do dia
30/11/2017, a SbDI-1 desta Corte, no julgamento do E-ED-RR-
11266-31.2013.5.03.0030, sob a relatoria do Ministro
Alexandre Agra Belmonte, apreciando controvérsia idêntica ao
caso dos autos, constando do polo passivo os mesmos
reclamados, afastou, por maioria, o enquadramento da autora
como bancária. Filio-me ao entendimento firmado no âmbito
daquela Especializada, pois as atividades exercidas pela
reclamante atendem preponderamente aos objetivos da C&A e
não da instituição financeira Reclamada. Recurso de revista
conhecido e provido." (Processo: RR - 230-03.2014.5.03.0112,
Data de Julgamento: 28/2/2018, Relator: Ministro Márcio

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Eurico Vitral Amaro, 8.ª Turma, Data de Publicação: DEJT


5/3/2018.)
Diante do exposto, dou provimento ao recurso de revista para
reconhecer a licitude do contrato de trabalho celebrado com a segunda
reclamada (C & A Modas Ltda.) e, por conseguinte, julgar totalmente
improcedente a reclamação trabalhista. Custas inalteradas e invertidas, a
cargo da reclamante, das quais fica dispensada em virtude da concessão dos
benefícios da justiça gratuita (fl. 1.054 – numeração eletrônica)." (fls. 1409)

Não  se  divisa  contrariedade  à  Súmula  126  do  TST,


que adviria da desconsideração pela Turma de que o Tribunal Regional
consignou que as funções exercidas pela reclamante "são tipicamente
bancárias".   A   Turma,   ao   decidir   que   o   empregado   de   loja   de
departamento que exerce funções relacionadas à venda de produtos de
instituição bancária não se enquadra como bancário e não há qualquer
ilicitude no contrato de trabalho celebrado com a empregadora loja
de   departamento,   não   reexamina   os   fatos   e   as   provas,   apenas
confronta   o   exame   soberanamente   empreendido   pelo   Regional   com   o
ordenamento   jurídico,   solucionando   a   controvérsia   nos   estritos
limites da jurisdição extraordinária.
Nos termos da Súmula 296, I, do TST, exige­se para
a comprovação da divergência jurisprudencial a existência de teses
diversas   na   interpretação   de   um   mesmo   dispositivo   legal,   embora
idênticos os fatos que as ensejaram.
O único aresto paradigma transcrito não se revela
específico. Com efeito, não emite qualquer tese jurídica de mérito,
limitando-se a invocar o óbice da Súmula 126 do TST, porquanto "os
trechos do acórdão recorrido, transcritos no recurso de revista, não
delimitam quais as atividades exercidas pela reclamante nem qual
tipo de contrato foi firmado entre os reclamados". No acórdão
embargado, contudo, partiu-se da premissa fática diametralmente
oposta, qual seja, a de que houve o expresso registro das atividades
exercidas pela "empregada contratada por conhecida loja de
departamento (C & A) que desempenhava atividades de venda de
produtos do banco reclamado, realizando operações de crédito de

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fls.10

PROCESSO Nº TST-Ag-E-RR-1277-02.2014.5.03.0180

financiamento de veículos, crédito pessoal, inclusive com utilização


do sistema do próprio banco reclamado". Incide o óbice da Súmula
296, I, do TST.
Ante o exposto, nego provimento ao agravo interno.

ISTO POSTO

ACORDAM  os   Ministros   da   Subseção   I   Especializada


em   Dissídios   Individuais   do   Tribunal   Superior   do   Trabalho,   por
unanimidade, negar provimento ao agravo interno.
Brasília, 13 de dezembro de 2018.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


MÁRCIO EURICO VITRAL AMARO
Ministro Relator

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