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Integrais Definidas parte 1
Integrais Definidas parte 1
Site: AVA Moodle UTFPR
Curso: CDI1 Câmpus CP, FB, MD, PG e TD
Livro: Integrais Definidas parte 1
Impresso por: RODRIGO PEREIRA ALVES
Data: quarta, 10 junho 2015, 18:00
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
Sumário
6 Integrais definidas
6.1. Um Pouco De História Sobre O Conceito de Integral Definida
6.2 Relembrando as notações de somatória e de limite para a convergência
6.3 O Conceito De Integral Definida
6.4 O teorema fundamental do cálculo
6.5 Aplicações da integral definida
6.6 Outras aplicações
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6 Integrais definidas
Vamos continuar nosso estudo do Cálculo Diferencial e Integral, aprendendo sobre a Integral Definida.
Aqui, nossos objetivos são:
Compreender o conceito da Soma de Riemann;
Estudar o Teorema Fundamental do Cálculo;
Resolver integrais definidas;
Conhecer e resolver algumas aplicações das integrais Definidas;
Para isto, estudaremos:
Um pouco da história da Integral de Riemann (Integral Definida)
A definição de Integral Definida
Partição
Soma de Riemann
A Integral
Como calcular uma Integral Definida
Algumas Aplicações.
Para tanto, vamos admitir que você domine os seguintes conceitos:
I Operações elementares (numéricas e algébricas) da matemática
II Função
III Limites e suas notações
IV Regras de Derivação
V Como calcular integrais indefinidas
Caso você tenha dificuldade em algum dos requisitos mencionados, volte ao tópico ou procure outras
informações na internet.
http://novaeradoconhecimento.blogspot.com.br/2009/05/novo
telecurso2000matematica.html
Para auxiliar na compreensão de exemplos da Soma de Riemann e no cálculo de áreas de uma
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região limitada por uma função contínua, usaremos um recurso computacional, o software Geogebra.
É um software livre que pode ser baixado facilmente. Para isso, acesse a página
http://www.geogebra.org/cms/download, e siga as instruções para o sistema operacional do seu
computador.
No decorrer do texto, serão apresentados exemplos resolvidos, para ilustrar a
teoria em questão.
É importante que você tente refazêlos sozinho, para verificar se realmente
entendeu o conceito e a forma de trabalhar com ele. Da mesma forma, é preciso
que você faça os exercícios sugeridos. Junto deles são apresentadas as respostas.
Sempre que sentir necessidade, reveja os exemplos resolvidos! Se, mesmo assim,
você tiver dúvidas, ou não conseguir resolvêlos, procure ajuda!!!!
com o monitor...no moodle
pesquisando em outros livros...
com colegas de classe...
com seu professor de Cálculo!
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6.1. Um Pouco De História Sobre O Conceito de
Integral Definida
O conceito que estudaremos nesta seção é devido a Georg Friedrich Bernhard Riemann, que nasceu
em 17 de setembro de 1826, em Breselens, Hanover, atual Alemanha. Até os 10 anos teve seu pai
como professor, passando, depois disso, a ser acompanhado por um professor da escola local, de
nome Schulz.
Quando foi para o Ginásio Johanneum, em Lüneburg, em 1842, demonstrou interesse em estudar
matemática, e o diretor do ginásio permitiu que Riemann estudassea na sua biblioteca particular. Em
1846 Riemann matriculouse na Universidade de Göttingen, inicialmente num curso de teologia, mas
depois transferiu para filosofia, para estudar matemática.
Alguns autores consideram Riemann como o homem que mais influenciou o curso da matemática
moderna. Ele estudou a teoria das variáveis complexas e, em particular, o que agora é chamado de
superfícies de Riemann. Introduziu métodos topológicos na teoria das funções complexas e baseando
se na teoria de variáveis complexas de Cauchy, examinou propriedades geométricas de funções
analíticas e a conectividade de superfícies.
Além disso, ele deu a definição que conhecemos hoje por integral de Riemann, e a qual foi substituída
apenas no século XX, pela integral de Lebesgue. É essa definição que estudaremos aqui!
Mas você deve estar se perguntando: pra quê estudar integrais definidas??? O que eu tenho a ver
com esse tal Riemann?? Graças a ele, podemos calcular rapidamente várias coisas, como, por
exemplo, a área sob uma curva qualquer, o volume de um sólido cujos lados não são poligonais, entre
outras. Esses cálculos são necessários quando você for determinar a quantidade de peixes que pode
ser deixada em um lago, por exemplo! Mais adiante, em outras disciplinas como a Física, a Química,
Resistência dos Materiais, você vai encontrar outras possibilidades de uso da Integral Definida.
Entretanto, para você saber usar depois, vai precisar saber calcular agora... Vamos lá????
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6.2 Relembrando as notações de somatória e de
limite para a convergência
As notações de somatória e de limite nos serão muito úteis para compreendermos alguns novos
conceitos associados à Integral Definida. Por isso, antes de iniciarmos nossos estudos sobre a Integral
Definida, vamos relembrar um pouco dessas notações.
O símbolo ∑(chamado de sigma) é usado para representar, de forma concisa, a soma de termos de
uma sequência.
Por exemplo: Para indicar a soma usamos a notação na forma concisa:
Esta forma é estabelecida a partir da percepção do padrão ao qual segue cada um dos números que
estão sendo somados. Veja:
Observe que cada um dos números da soma é da forma , com
. Desta forma, podemos escrever:
Por outro lado, em alguns exemplos, pode acontecer de termos a notação de uma soma na forma
concisa (usando o símbolo de somatório) e queremos desenvolvêla, como no exemplo seguinte:
Para o estudo da Integral Definida, ainda vamos precisar de alguns conceitos (que você já aprendeu!),
como os limites e suas notações. Vamos relembrar um pouco???
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Pra começar, vamos analisar o comportamento da sequência , no qual é um
número natural.
Para facilitar, vamos visualizar, com o auxilio do software Geogebra, a representação gráfica desta
sequência na Figura 6.1. No eixo das abscissas (eixo eixo horizontal) estão localizados os valores de
, e no eixo das ordenadas (eixo y – eixo vertical) os resultados obtidos para .
Figura 6.1: Representação Gráfica da sequência .
Agora, observe a Figura 6.1 e responda: O que acontece com os valores dos termos da sequência à
medida que se aumentam a quantidade de pontos?
Nesta representação, estão sendo mostrados apenas 13 pontos, mas você pode aumentar sua
visualização, tente!
Note que quanto mais pontos você representa no gráfico, mais o valor da ordenada do ponto se
aproxima de 2. Quando isso acontece, dizemos que a sequência converge (colocar um link para
definição de convergência parte de limite) para 2, e escrevemos:
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6.3 O Conceito De Integral Definida
Antes de falarmos propriamente da Integral Definida, vamos estudar um conceito subjacente a esse: o conceito de
Soma de Riemann.
Soma de Riemann é o nome dado ao processo de calcular uma determinada medida por meio da soma de infinitas
parcelas.
Um exemplo é o seguinte: podemos calcular a área de uma determinada região subdividindoa em vários
retângulos, e somandose a área desses retângulos. Quanto mais retângulos usarmos para a decomposição, melhor
será a aproximação dessa soma com o valor real da área da região. Veja o exemplo 1.
Exemplo 1: O dono de um terreno gostaria de saber qual é a medida da área do seu lote, sendo que esse terreno
tem como frente uma rua reta e como fundo as margens de um lago. Foram feitas medidas da distância entre a rua
e a margem do lago em intervalos de 20 m, iniciando com a medida de 10 m de um dos cantos do lote. Essas
medidas foram anotadas em um gráfico (Veja Figura 6.2). Utilize esses dados para obter uma aproximação da
área do lote com uma soma de Riemann.
Figura 6.2: Medições do terreno do exemplo 1.
Solução:
Podemos considerar a rua como sendo o eixo das abscissas (eixo x) e a margem do lago, ao longo da propriedade,
como sendo o gráfico de uma função f(x) definida no intervalo de 0 a 100. Note que as cinco distâncias verticais
correspondem respectivamente a , em que . A existência
desses cinco pontos considerados ao longo do intervalo , nos permite dividir o
intervalo em cinco subintervalos de mesmo amplitude , com . Neste caso, cada
subintervalo contém um dos . Assim, a área do lote pode ser aproximada pela soma de Rieman.
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Para obter uma melhor aproximação da área, um número maior de medidas entre a distância da rua e a linha da
água deverá ser feita, diminuindo o intervalo de 20 m.
Como foi dito, quanto mais retângulos, melhor a aproximação da área. Fazer esse cálculo “na mão” é trabalhoso
demais. O software Geogebra pode nos ajudar nessa tarefa.
Por isso, agora vamos descrever um processo computacional para fazer a soma de Riemann usada no exemplo 1.
Faremos isso supondo que queiramos calcular a área de um lago. Veja o exemplo 2.
Exemplo 2: A Figura 6.3 é uma imagem de parte do Lago da Usina Mourão, em Campo Mourão –PR. Suponha
que queiramos calcular a área do lago, que está demarcada pelo retângulo em vermelho. Como podemos fazer
isso?
Figura 6.3: Parte do Lago Azul, do Parque Estadual Lago Azul em Campo MourãoPR.
Solução:
Observe que as Margens do lago são irregulares, não há uma única forma da geometria plana que podemos usar
diretamente para determinar essa área. É claro que podemos subdividir a superfície do lago em várias figuras
como triângulos, retângulos, etc e calcular a área parcial do lago somando as áreas das figuras. Entretanto, este
procedimento pode ser trabalhoso demais.
Nesse caso, a soma de Riemann pode facilitar nosso trabalho, antes, porém, precisamos determinar as funções que
delimitam as margens do lago. Aqui, novamente vamos utilizar o software Geogebra. De modo geral, devemos
seguir o seguinte procedimento:
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1º determinar funções para representar cada uma das margens;
2º usar a soma de Riemann para determinar a área sob o gráfico da função
3º calcular a área entre as funções que delimitam as margens do lago, no trecho especificado.
Acompanhe a resolução! Primeiramente, faremos para a função delimitante da margem superior do lago:
1º Para determinar a função da margem superior do lago, vamos tomar pontos que delimitam essa margem e
inserilos no Geogebra. O passo a passo é o seguinte:
a) Salve a imagem como .jpeg em seu computador;
b) Abra um arquivo novo no geogebra.
c) Insira a imagem no Geogebra – veja como:
c.1) siga o caminho: Editar>Inserir Imagem de > Arquivo>(Vide Figura 6.4)
Figura 6.4: Caminho para Inserir Imagem do Arquivo para o Geogebra.
c.2) escolha o arquivo da figura.
c.3) Deixe a figura como imagem de fundo. Clique sobre a figura com o botão direito do mouse e siga o
caminho: propriedades>básico. Assinale a opção “imagem de fundo”. (Vide Figura 6.5) Clique em
fechar.
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Figura 6.5: Inserir Figura como Imagem de Fundo no Geogebra.
d) Marque pontos para delimitar a margem superior: Clique no ícone que aparece um ponto e a letra A, na
barra de ferramentas do Geogebra. Depois, clique sobre a imagem nos lugares que você deseja que sejam
marcados os pontos. Você deve encontrar algo como o indicado na Figura 6.6:
Figura 6.6: Pontos marcados sobre a imagem da margem superior do lago no Geogebra.
Na janela de álgebra (indicada pela flecha em vermelho na Figura 6.6), aparecem as coordenadas dos pontos que
você marcou sobre a imagem.
e) Determine a função que melhor representar a margem do lago. Isso será feito com base na observação
visual do traçado da curva com a margem do lago. Para facilitar esse trabalho, use os seguintes comandos do
Geogebra:
e.1) insira o controle deslizante: basta digitar no campo de entrada “b=1”, sem as aspas. Clique enter.
Certifiquese que o círculo que aparece na janela de álgebra antes da expressão b=1 esteja preenchido
(na dúvida, clique sobre ele para perceber a diferença). Clique com o botão direito sobre a expressão
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“b=1” na janela de álgebra e escolha propriedades (vide Figura 6.7):
Figura 6.7: Formatando o controle deslizante – parte 1.
e.2) Programe o controle deslizante. Estabeleça min=0, Max=50, incremento=1. (Vide Figura 6.8)
Figura 6.8: Formatando Controle deslizante – parte 2.
e.3) Clique em Fechar (o X que aparece no canto superior direito da Figura 6.8).
e.4) Use o comando: Regressãopolinomial[<Lista de pontos>, <grau>]: no lugar de <Lista de pontos>
escreva o nome dos pontos que aparece na janela de álgebra, separandoos com vírgula: A, B, C,... , L,
M (vide Figura 6.9). Depois, no lugar de <grau> escreva “b”, sem as aspas.
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Figura 6.9: Determinando a função polinomial para a margem do Lago no Geogebra.
e.5) Clique enter e vá alterando valor do controle deslizante (aquela semirreta que aparece no canto
superior esquerdo da janela de visualização) até encontrar uma função cujo traçado se ajusta à margem
do lago. Na janela deálgebra vai aparecer a expressão da função (vide Figura 6.10)
Figura 6.10: A expressão da função polinomial.
É essa função que será usada nos passos seguintes.
2º O segundo passo do procedimento dado é usar a soma de Riemann para calcular a área sob o gráfico da função.
Para isso, devemos seguir os seguintes passos:
a) Inserir um novo controle deslizante (como feito no 1º passo), agora para a quantidade de retângulos.
Digite, na linha de comandos do Geogebra, c=1. Clique enter.
b) Clique com o botão direito sobre a expressão c=1, escolha propriedades> controle deslizante: min=0,
Max=5000, incremento=1. Feche a janela.
c) Use o comando somadeRiemann (há dois comandos no geogebra: somadeRiemannSuperior e
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somadeRiemannInferior. A diferença entre eles está apenas na posição dos retângulos em relação ao gráfico
da função. (O comando somasuperior usa o cálculo por meio de retângulos que extrapolam (ficam acima da)
a linha do gráfico, enquanto o comando somaInferior usa retângulos que ficam internos à região que se quer
calcular a área).
c.1) SomaDeRiemannInferior[ <Função>, <Valor de x Inicial>, <Valor de x Final>, <Número de
Retângulos> ]
c.2) SomaDeRiemannSuperior[ <Função>, <Valor de x Inicial>, <Valor de x Final>, <Número de
Retângulos> ]
d) digite o comando soma de Riemann. Substitua a expressão <Função> pelo nome da expressão dada na
janela de álgebra: no nosso caso “f”. Substitua o valor de x inicial e final pelas abscissas do primeiro e último
pontos marcados na margem. Substitua o <Número de Retângulos> pela letra que designa o controle
deslizante: “c” (veja Figura 6.11).
Figura 6.11: Comando Soma de Riemann no Geogebra.
e) aumente a quantidade de retângulos. Basta aumentar o valor de c. Quanto maior a quantidade de
retângulos, melhor a aproximação da área. Observe a Figura 6.12.
Figura 6.12: Aproximação da área do lago de acordo com o número de retângulos.
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Quando aumentamos muito a quantidade de retângulos, obtemos algo como na Figura 6.13:
Figura 6.13: Área sob o gráfico para retângulos.
Na janela de álgebra aparece o valor da área sob o gráfico da função (flecha vermelha da Figura 6.13). Note que o
comando determina a área da região compreendida entre o eixo x e o gráfico da função, no intervalo entre o valor
de x do primeiro ponto marcado e o valor de x do último ponto marcado.
A área pintada na imagem mede 37,35 .
Para determinarmos a área do lago nesse intervalo, devemos ainda calcular a área da região compreendida entre o
eixo x e a margem inferior do lago.
Sugestão: siga os mesmos passos descritos aqui, nos procedimentos 1 e 2. Você deve encontrar algo indicado na
Figura 6.14:
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Figura 6.14: Área sob o gráfico da função que descreve a margem inferior do Lago.
3º O terceiro passo para calcular a área da parte do lago que está delimitada. Para tanto, precisamos subtrair a
área obtida para a parte inferior da área obtida para a parte superior. Isto é: Devemos fazer , em que . e
A A área da região calculada é a que está marcada em rosa na Figura 6.15.
Figura 6.15: Área aproximada do lago.
Já que vimos como usar a soma de Riemann, vamos ver como definimos, formalmente, a soma de Riemann. Para
isso, vamos inserir algumas nomenclaturas novas: intervalo , partição. Preste atenção!
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No procedimento que descrevemos no exemplo 2, o intervalo entre o valor de x inicial e o valor de x final da
região, é chamado, genericamente, de intervalo . Uma partição de é uma divisão do intervalo em
subintervalos. A base de cada um dos retângulos usados no exemplo 2 (ou no exemplo 1) determina um
subintervalo dessa partição, e pode ser obtido fazendo a diferença entre os valores de x que determinam o início e
o fim da medida da base do retângulo. Algumas vezes esse subintervalo é denominado por .
Vamos à generalização?????
Vamos entender melhor os termos usados na Definição 1, com o exemplo 3:
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Exemplo 3: Considere a função , no intervalo .
Os subintervalos são os intervalos que formam as
bases de cada subretângulo. Observe estes elementos na Figura 6.16.
Figura 6.16: Soma de Riemann para função do exemplo 3, para quatro subintervalos.
A soma de Riemann, dada por
para este exemplo 3, será
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Portanto, considerando a divisão do intervalo em quatro partes iguais, a soma de Riemann é 13,75.
Agora, note que se considerarmos a partição:
Observe a Figura 6.17:
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Figura 6.17: Soma de Riemann para 10 subintervalos.
Podemos calcular a soma de Riemann para qualquer partição (qualquer quantidade de subintervalos).
A Tabela 1 apresenta alguns valores para soma de Riemann:
Tabela 1: Valores para Soma de Riemann para a função em
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Observe a maneira pela qual as somas de Riemann foram calculadas no exemplo 1 ou exemplo 3 e
estabeleça um procedimento algébrico (uma forma) para o seu cálculo.
Qual interpretação podemos fazer a respeito dos dados que estão apresentados na tabela 1?
Como escrever algebricamente (usando a linguagem matemática) esta interpretação?
Envie sua sugestão para o Fórum!!!!
Solução:
Inicialmente, observe que a soma de Riemann é o valor da soma das áreas dos retângulos tomados sob a curva.
Sabemos, da geometria plana, que a área de um retângulo é dada pela fórmula: . Neste
caso, a medida da base é o valor atribuído ao e a altura do retângulo é o valor de .
Então, a área de um retângulo pode ser escrita como
Como varia em cada subintervalo, assume valores diferentes.
Assim, para escrevermos a soma das áreas de todos os retângulos, genericamente, escrevemos:
que pode ser escrita na seguinte forma concisa:
A observação dos dados apresentados na Tabela 1 nos indica que como estamos aumentando indefinidamente a
quantidade de subintervalos , podemos dizer que . Entretanto, à medida que esse valor aumenta, o
valor da soma aproximase de 16.66, o que significa que esta soma de Riemann é uma série convergente.
Contudo, já que a quantidade de áreas de retângulos somadas está aumentando constantemente, admitimos que
, o que nos permite escrever que a soma de Riemann é:
Para esse exemplo em particular, podemos interpretar esse resultado como a área sob a curva
no intervalo .
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http://calculemais.com.br/matematica/limite.html
Que tal você testar suas habilidades de Cálculo de área?? Temos um desafio!
Desafio 1: Calcular a área de uma folha (folhagem).
1. Após escolher uma folha/folhagem, calcule a área da folha usando as formas geométricas que você já conhece.
Use uma folha de papel milimetrado para isso.
2. Use os procedimentos descritos no exemplo 2 para calcular a área da folha usando o Geogebra.
3. Compare e comente os resultados obtidos por você nos passos 1 e 2.
Estamos enfatizando a soma de Riemann porque é a partir dela que definimos a Integral Definida, usada para
calcular áreas, volumes, comprimentos de arco, momentos de massa, de inércia, trabalho, entre outras coisas.
Caso você não tenha compreendido o raciocínio usado na soma de Riemann, reveja os exemplos e procure
outros....
Já que sabemos calcular uma soma de Riemann, vamos conhecer um outro conceito, estabelecido na Definição 2.
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
Na Definição 2, as letras e que aparecem na notação são chamadas de limites de integração inferior
e superior, respectivamente; indica a função que está sendo integrada em relação à variável independente
(identificada pelo da notação).
O Teorema 1 estabelece a condição para que uma função seja integrável num intervalo:
Note que o Teorema 1 afirma que se a função for contínua, então ela será integrável, mas não diz que uma função
não contínua não será integrável!!!!
Para as funções integráveis, não negativas em um intervalo , a Definição 3 atribui um significado à Integral
Definida. Veja:
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Para as integrais definidas valem as seguintes propriedades:
Note que algumas dessas propriedades você já estudou para as integrais indefinidas.
As propriedades das integrais definidas podem ser verificadas geometricamente, usando a idéia da soma de
Riemann. Faremos isso apenas para a propriedade 1 e 5.
Para a propriedade 1:
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Por outro lado, pela definição 3, a medida da área dessa região retangular é dada por , e pela
propriedade 1,
Observe geometricamente que a área sob a função , vide Figura 6.20, é maior que a área sob a função
, (vide Figura 6.21) no intervalo .
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Após estudar o Teorema Fundamental do Cálculo, vamos aprender a calcular as integrais definidas. Por enquanto,
acredite que e , confirmando que
Você pode conferir usando o que aprendeu sobre soma de Riemann!!
Ainda para as Integrais Definidas vale o Teorema 2:
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Note que o Teorema 2 é uma generalização da propriedade 3 das Integrais Definidas. Agora, como já mencionado
anteriormente, vamos estudar o Teorema Fundamental do Cálculo, que estabelece um modo fácil de calcular a
integral definida, para as funções que são integráveis segundo Riemann.
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6.4 O teorema fundamental do cálculo
A demonstração desse teorema pode ser encontrada nos livros de Cálculo que constam na bibliografia
no plano de ensino da disciplina. Aqui, mostraremos apenas como usálo para calcular uma integral
definida de um modo mais rápido que a soma de Riemann.
No Teorema 3, a antiderivada é calculada como você aprendeu na seção de integral indefinida!
Quando usamos o Teorema 3, estamos, na verdade, calculando a soma de Riemann considerando
infinitos retângulos.
Vamos apresentar exemplos que utilizam o Teorema Fundamental do Cálculo:
Exemplo 1: Calcular
Solução:
Portanto,
Observe nessa resolução que a constante foi “eliminada”, uma vez que ela é usada na soma e
subtração. Isto nos indica que, para calcular uma integral definida, não se faz necessário usar a
constante de integração. Por isso é que, geralmente, nas resoluções elas não “aparecem”.
A representação gráfica para o resultado da integral definida do exemplo 1 está apresentada na Figura
22:
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Figura 6.22: Região referente à integral da função , em
Note que a área hachurada na Figura 6.22 representa um trapézio de altura 2, base maior 3 e base
menor 1. Usando as fórmulas de geometria plana, calculamos a área dessa figura, que é 4 , o mesmo
valor obtido na integral definida.
Obviamente, não precisamos da integral definida para calcular áreas desse tipo, já que a geometria
plana nos fornece as informações necessárias. O problema é calcular a área de figuras planas cujos
“lados” não são retos ou circulares, que são aqueles considerados no que aprendemos em geometria
até o momento. Voltaremos a essa questão mais tarde!
Exemplo 2: Calcular
Solução:
Pela segunda propriedade das integrais definidas,
(2)
A propriedade 3, nos indica que
Assim, (2) pode ser reescrita como:
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Logo,
Exemplo 3: Calcular
Solução:
Usando a segunda e terceira propriedades das integrais definidas, podemos escrever:
Assim,
Isto é,
Este número representa a área sob a curva (isto é, a área entre o eixo e o traço do gráfico da
função) , no intervalo .
A representação gráfica da área é do exemplo 3 está na Figura 6.23:
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Figura 6.23: Área referente ao exemplo 3.
IntegralSomaRiemann.flv
Exemplo 4: Calcular
Solução:
Exemplo 5: Calcular
Solução:
Em funções modulares, o valor absoluto de x (ou módulo de x), denotado por , é dado por:
Portanto temos que dividir o intervalo [2,3] em dois subintervalos: [2,0] e [0,3]. A integral fica:
A resolução da integral é:
A integração de funções modulares exige o nosso cuidado no sentido de perceber se a função é
inteiramente positiva ou negativa dentro do intervalo de integração.
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
Nesse exemplo 5, se tivéssemos que calcular, por exemplo, , não teríamos que dividir a
integral em outras duas, porque a função é positiva no intervalo (note que esse
intervalo está contemplado na primeira sentença da definição de função modular). Para este caso,
teríamos:
Para esclarecer melhor os cuidados com a função modular, observe o exemplo 6.
Exemplo 6: Calcular
Solução:
Quando temos uma função modular para ser integrada, precisamos analisar primeiro os intervalos em
que esta função é positiva e onde ela é negativa. Fazemos isso com o apoio da definição de função
modular.
Neste exemplo, a função modular em questão é:
Esta forma pode ser escrita como:
Esta forma de apresentação da função modular nos diz que ela é positiva para e negativa
para , o que nos faz ter que dividir o intervalo em dois subintervalos: e .
Para cada um destes intervalos, usamos a respectiva função para calcular a integral. Veja:
A resolução da integral é:
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Logo,
Exemplo 7: Calcular
Solução:
Ou seja,
Se ainda não, a diferença está nos limites de integração. Enquanto a integral definida, que possui
os limites de integração, resulta em um número, a integral indefinida resulta numa família de
funções.
Pelo Teorema Fundamental do Cálculo podemos perceber que a integral definida consiste em dar um
passo a mais na resolução de uma integral indefinida!!
Diante disto, podemos dizer que para calcular o valor de uma integral definida, devemos seguir o
seguinte procedimento:
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1º : Calcular a integral indefinida da função (nem sempre elas são imediatas, às vezes precisamos
aplicar os métodos de integração).
2º :Substituir a variável pelos respectivos limites de integração, primeiro pelo limite superior, depois
pelo limite inferior, realizando as operações envolvidas.
3º : Em seguida, fazer a diferença dos resultados obtidos no segundo passo.
Vamos ver como esse procedimento funciona?
Vamos aplicálo para calcular o exemplo 8.
Exemplo 8: Calcular .
Solução:
1º: O primeiro passo é calcular a integral indefinida. Esta integral não é imediata, mas pode ser
resolvida aplicando o método da substituição de variável.
Chamemos
(3)
Para mudarmos a integral da variável para a variável , precisamos mudar também os limites de
integração, o que é feito da seguinte forma:
Então, os novos limites de integração serão 4 e 9, respectivamente, inferior e superior.
Derivando (3) em relação a teremos:
(4)
Substituindo os valores para efetivar a mudança de variável, teremos:
(5)
A integral à direita em (5) é imediata. Aplicando as regras de integração, teremos:
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Até aqui, fizemos o primeiro passo (calculamos a integral indefinida). Agora, façamos o segundo e
terceiro passos:
Portanto,
Esperamos que você já tenha entendido como calcular as integrais definidas. Embora os exemplos
resolvidos tenham sido simples, existe uma variedade de integrais definidas que podemos calcular.
Aqui, os métodos de integração que você aprendeu na seção de integrais indefinidas poderão ser
usados! Para aumentar a diversidade de situações possíveis, vejamos mais alguns exemplos:
Exemplo 9: Calcule
Solução:
Essa integral também deve ser resolvida usando o método da substituição. Para usar a tabela de
integrais imediatas, devemos fazer a seguinte substituição:
Os novos limites de integração para a variável serão:
Assim,
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Fazendo a divisão da fração, e substituindo os limites de integração, temos:
Exemplo 10: Calcular
Solução:
Seja . Então
Os limites de integração para a variável são:
Exemplo 11: Calcular
Solução:
Se
Assim,
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Fatorando as raízes encontramos:
Logo,
Somando os termos semelhantes obtemos:
Exemplo 12: Calcular
Solução:
Como , então
Seja
Os limites de integração para a variável são:
e
Resolvendo a integral:
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Exemplo 13: Calcular . Lembrese que aqui estamos falando da função secante
hiperbólica.
Solução:
Da mesma forma como resolvemos os exemplos anteriores, fazemos com a secante hiperbólica. Você
estudou que
Assim,
Como , devemos ter:
e
Desta forma,
VideoIntegralPorPartes.flv
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R:
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6.5 Aplicações da integral definida
Nesta seção estudaremos algumas das inúmeras aplicações das Integrais Definidas.
Já observamos que se quisermos calcular a área de uma região que se enquadre nas fórmulas que foram
aprendidas quando estudamos geometria plana no ensino médio (triângulos, retângulos, trapézios...), não temos
porque pensar em integral definida. Mas, considere ter que calcular a área mostrada na Figura 6.24
caso I: caso em que a região fica inteiramente acima do :
Figura 6.24: Região inteiramente acima do eixo x.
Até podemos tentar uma aproximação e calcular a área como um triângulo, mas nesse caso, teríamos uma área
menor que a real ou uma área superestimada (se isto fosse uma área que precisasse ser concretada, e se você fosse
comprar o concreto de alguma empresa, você teria problemas, provavelmente, ou com sobra de concreto (o que
deixaria seu cliente “uma onça”), ou com a falta dele). A integral definida como já vimos e está na definição 3 da
página 23, nos fornece o valor exato dessa área.
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calculo_de_area_usando_integral_definidacaso1.flv
Figura 6.25: Área sob o gráfico da função em .
Solução:
Portanto, a área desejada mede
Caso II: Caso em que a região fica inteiramente abaixo do :
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
area_de_uma_regiao_plana_por_integral_definidacaso2.flv
Exemplo 2: Calcular a área da região representada no gráfico representado na Figura 26:
Figura 26: Área de uma região inteiramente abaixo do eixo x.
Solução:
Neste caso, a área pode ser escrita como
Usando as regras de integração:
Observe que obtivemos um valor negativo para a integral, mas sabemos que não existe área negativa, como
podemos considerar o resultado obtido para a integral definida como uma área?? Por que a integral definida deu
um valor negativo???
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Caso III: caso em que a função é parcialmente positiva e parcialmente negativa:
area_de_uma_figura_plana.flv
Exemplo 3: Calcular a área da região hachurada no gráfico da Figura 27.
68
Figura 6.27: Área de uma região parcialmente acima e parcialmente abaixo do eixo x
Solução:
Aqui, precisamos calcular a área em duas partes: primeiro, calculamos a área da região que está acima do
, dada por , depois, calculamos a área que está abaixo do eixo x, dada por
e a consideramos em módulo. Em seguida, somamos os dois valores obtidos para a área. Esta soma nos fornece
a área total da região.
Isto é,
Calculando as integrais separadamente, temos:
141
Desta forma,
Em síntese: Para calcular a área de uma região por meio da integral definida, devemos usar o seguinte
procedimento:
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
AreaDeUmaRegiaoLimitada.flv
CalculoDeAreas.flv
Propomos um outro desafio: Calcular a e comparar com o resultado da área calculada no
exemplo 18 do caso III.
Solução:
A diferença é devido ao fato de que a função é parte positiva e parte negativa no intervalo .
Quando não levamos isso em conta, como é o caso deste exemplo, o resultado é a diferença dos valores entre a
área da parte positiva da função e da parte negativa da função.
Vamos começar investigando o exemplo 4:
area_entre_curvas.flv
Exemplo 4: Achar a área da região limitada pelos Gráficos das equações e .
Solução:
Antes da apresentação da solução, pense você e descubra como essa área pode ser calculada... o Gráfico com as
duas funções e a área a ser calculada está apresentada na Figura 6.28. Lembra que no início do capítulo,
quando estudamos a soma de Riemann, calculamos a área de uma parte represada de um rio? Aqui é
semelhante!!!
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Inicialmente, devemos encontrar os pontos de interseção entre as duas curvas. Para isso, precisamos resolver a
equação:
Vamos lá....
Elevando ambos os membros desta equação ao quadrado, temos:
Colocando em evidência:
Daí, segue que ou
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Se então
Se então
Chamemos de e
(6)
Vamos calcular cada uma das integrais em (5) separadamente:
Substituindo os respectivos valores em (6):
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Inicialmente, os limites de integração são os pontos comuns às duas curvas. Para determinálos, resolvemos a
equação: , que é equivalente à equação , cuja solução são os números reais 0 e 3.
Desta forma, temos:
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
Exemplo 6: Determine a área da região delimitada pelas curvas e .
Solução:
Inicialmente, vamos encontrar quais os valores de delimitam a área. Estes números servirão de limites de
integração. Para encontrar tais valores, precisamos resolver o seguinte sistema de equações:
a qual podemos escrever como
Esta equação de 2º grau é resolvida aplicandose a fórmula de Bháskara. Para a equação ,
temos:
e
Assim,
Para calcular a área usando a integração em relação à variável , precisamos descobrir quais são os valores
de comuns às duas curvas em questão ( e ).
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
Uma das equações do sistema era . Podemos usála para determinar correspondentes valores de ,
como indicado a seguir:
Observe, ainda, que a curva determina duas funções no plano, que são obtidas ao isolar o valor de ,
que são: e . Veja o gráfico na Figura 6.29.
Figura 6.29: Região limitada pelas curvas e .
Pelo gráfico da Figura 6.29 podemos perceber que a área da região hachurada não pode ser calculada apenas
para o intervalo ; é preciso também calcular a área entre curvas no intervalo . Dessa forma,
podemos escrever:
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O volume de um sólido obtido pela rotação em torno de um eixo é geralmente determinado usandose um método
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
chamado de método dos invólucros cilíndricos ou método das cascas. É este método que vamos aprender aqui.
Para começar, você lembra o que significa a palavra rotação? Segundo o dicionário Aurélio, rotação significa ato
ou efeito de realizar movimento circular, em torno de um eixo fixo; revolução, giro.
Para compreender melhor, faça o seguinte experimento: Pegue um papel e recorteo na forma retangular (Figura
6.30 (a)). Cole um dos lados desse retângulo a uma vareta (Figura 6.30(b)). Gire o retângulo em torno da vareta,
por meio de movimentos circulares. Se você girar muito rápido, que sólido você conseguirá enxergar?
a)
b)
Figura 6.30: rotação de um retângulo em torno de um dos seus lados.
Resposta:
Se você não fez, ou pelo menos imaginou a situação acima, faça antes de procurar a resposta...
A rotação do retângulo em torno de um eixo fixo, no nosso caso, em torno da vareta, gera um sólido chamado de
cilindro reto. Por isso, no ensino médio, o cilindro foi lhes apresentado como um sólido de revolução, porque ele
pode ser gerado mediante a rotação de um retângulo sobre um dos seus eixos. Veja a Figura 6.31.
a)
b) c)
Figura 6.31: Cilindro de revolução.
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
Exemplo 1: Encontre o volume do sólido obtido pela rotação, ao redor do eixo , da região sob a curva ,
de até .
Solução 1:
A região de que fala o enunciado é mostrado no gráfico da Figura 6.32.
Imagine essa região (o triângulo em destaque no gráfico acima) sendo girada em torno do eixo . O sólido
gerado será um cone de altura 2 u.c (unidade de comprimento) e área da base
(unidade de área).
Sabemos da geometria espacial, estudada no ensino médio, que o volume de um cone é dado por
, o que nos dá:
(unidade de volume)
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
Simples, nem sempre o sólido terá um aspecto que se encaixa nas formas que aprendemos no ensino médio (veja
o exemplo 2), e, para estes casos, precisamos de outros métodos. Aqui apresentamos um deles...
Vamos resolver este mesmo exemplo 1 usando a definição de volume dada. Acompanhe!
Solução 2:
Comparando as informações dadas no enunciado do problema às informações necessárias para obter o volume
do sólido, chegamos aos seguintes valores:
Assim,
Veja, agora, um exemplo em que não é possível encontrar na geometria espacial estudada no ensino médio uma
forma que se aproxima da apresentada.
Exemplo 2: Determine o volume do sólido gerado pela rotação, em torno do eixo , da região limitada pela
função , no intervalo , e o eixo .
Solução:
A região em questão está mostrada no gráfico da Figura 6.33:
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Vamos calcular o volume usando a fórmula
Assim, o volume do sólido gerado é de aproximadamente .
VolumeDeUmSolidoEx1.flv
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
Nem sempre a rotação da curva é feita apenas em relação ao eixo . A definição 4 nos diz como calcular o
volume de um sólido quando a rotação é feita em torno do eixo . Vejamos:
O exemplo 3 nos mostra como aplicar essa definição.
Exemplo 3: Calcule o volume do sólido gerado pela rotação, em torno do eixo y, da região limitada por
e o eixo x, como indicado na Figura 6.34.
Figura 6.34: região limitada por e o eixo x.
Solução:
Usando a fórmula dada para o volume, , e substituindo os valores obtemos:
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Note que quando a revolução se dá em torno do eixo x, a fórmula do volume usa a expressão que,
comparada às fórmulas da geometria espacial, estudadas na educação básica, é a expressão para a área de um
círculo de raio . Já quando a revolução se dá em torno do eixo y, a fórmula do volume usa a expressão
que é a expressão para a área de um retângulo de base e altura .
Isto nos permite sintetizar essa aplicação da seguinte forma:
VolumeDeUmSolidoEx2.flv
De modo análogo ao que foi feito na seção 6.5.2, podemos também calcular o volume de um sólido limitado por
curvas. Veja o exemplo 4.
Exemplo 4: Calcular o volume do sólido obtido pela rotação em torno do eixo x, da região limitada pelas funções
, as retas e e o eixo x.
Solução:
A Região geradora do sólido é mostrada na Figura 6.35:
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
Observe que a região pode ser subdividida em outras duas subregiões I e II. O volume do sólido resultante pode
ser obtido pela soma dos volumes dos sólidos determinados pelas subregiões I e II. Vamos chamálos de volume
I e volume II, respectivamente.
Calculemos então, o volume I.
Como a revolução acontece em torno do eixo x, devemos usar a fórmula em que
e . Assim,
Para o volume II, teremos que fazer algumas adaptações à fórmula, já que a área da seção transversal agora é
dada pela diferença entre as funções. Assim,
Assim,o volume resultante será
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
Intuitivamente, o comprimento de arco de uma curva pode ser calculado se conseguirmos passar um barbante por
sobre a linha que determina a curva, em um determinado trecho dessa curva, que estamos chamando de arco. A
medida do barbante esticado é a medida do comprimento do arco.
Quando temos uma função cuja representação gráfica é uma curva suave, podemos obter o valor do comprimento
do arco de acordo com a definição 5.
Exemplo 5: Calcule o comprimento da curva com .
Solução:
Devemos calcular, inicialmente, o valor de , que é a derivada da função. Isto é,
Assim, o comprimento de arco será:
(7)
Note que a integral dada em (7) não é imediata e exige a substituição trigonométrica. Neste caso, usando os
procedimentos já aprendidos ao estudar o método da integração por substituição trigonométrica
Substituindo (8) em (7), segue
Da trigonometria, sabemos que . Então,
Na seção de integração de funções potência , você estudou que
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
Logo,
Substituindo os limites de integração, encontramos
O que nos dá,
IntegracaoPorSubstituicaoTrigonometrica.flv
Exemplo 6: Determine quantos metros de alumínio são necessários para construir um luminoso que tem um arco
cujo formato pode ser aproximado por uma parábola. Considere que a distância entre os extremos desse arco seja
de 2 metros e que estes extremos sejam simétricos em relação ao eixo de simetria da parábola. Além disso,
considere que a distância do vértice da parábola ao segmento formado pelos extremos do arco seja de 1 metro.
Solução:
Podemos supor, sem perda de generalidade, que a função seja e que os pontos são e
. (Verifique que estas condições satisfazem o enunciado!).
A Figura 6.36 mostra a função , os pontos A e B, e o arco (em vermelho) que se deseja calcular o
comprimento.
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
Figura 6.36: Possível ilustração do arco do luminoso.
Para usarmos a fórmula dada na definição 5, , precisamos saber quem são os valores
que devemos usar nas substituições. Este é o primeiro passo.
Observe que:
o valor de x inicial para o arco é 1 (abscissa do ponto A). Então, devemos adotar ;
o valor de x final para o arco é 1 (abscissa do ponto B), então, devemos adotar ;
a função para a qual queremos calcular o arco é . É esta função que temos que derivar para
substituirmos na fórmula mencionada. Então, usando as regras de derivação escrevemos
Substituindo os valores para e :
Novamente precisamos usar a integração trigonométrica, pois temos uma integral que não tem como ser calculada
mediante aplicação direta das regras de integração.
Lembramos que quando um integrando é da forma devemos usar a substituição .
Portanto, devemos ter
Derivando x em relação a ,
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
Assim,
Como , podemos escrever
Como
Temos
Como e 1, então, , de onde segue que:
Assim,
Lembramos que a integral que deveríamos calcular era
A que calculamos é
Ou seja, precisamos ainda usar os limites de integração para obter o comprimento do arco. Dessa forma,
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
ComprimentoDeArco.flv
ComprimentoDeArco1.flv
Quando as curvas forem parametrizadas, o comprimento de arco curva é calculado de acordo com a definição 6:
Exemplo 7: Determine o comprimento da circunferência de um círculo de raio a partir das equações paramétricas:
Solução:
Exemplo 8: Determine o comprimento do arco da catenária definida por entre os pontos (0,2)
e .
Solução:
Neste exemplo, não temos a curva parametrizada, então, devemos usar a definição 5. Assim,
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Logo,
Como , podemos escrever que:
Usando as propriedades operatórias dos logaritmos,
Podemos escrever também que
Assim, o comprimento do arco da catenária é:
“Catenária é a curva formada por um cabo flexível, com densidade uniforme, pendurado entre dois pontos, sob a
ação de seu próprio peso. [...] Se o ponto mais baixo da catenária for , podemos mostrar que a equação dela
é (LEITHOLD, 1994, p.520)
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
O valor médio de uma função é calculado conforme a definição 7.
Exemplo 9: Uma companhia de monitoramento de tráfego observa o trânsito numa certa avenida da cidade A
durante uma hora no horário de pico da tarde. A partir dos dados levantados, estimouse que, entre as 4 horas e 30
minutos e as 5 horas e 30 minutos da tarde, a taxa segundo a qual os carros entram na avenida é dada pela
fórmula carros por minuto, onde t é o tempo (em minutos) desde as 4 horas e
30 minutos. Encontre a taxa média, em carros por minuto, segundo a qual os carros entram na avenida entre as 4
horas e 30 minutos e 5 horas da tarde.
Solução:
Inicialmente, vamos retirar os dados do enunciado:
Função: carros por minuto
Limites de Integração: 0 e 30, pois t é dado em minutos e o intervalo que se deseja calcular a taxa média é de 4
horas e 30 minutos a 5 horas da tarde, ou seja, 30 minutos.
A Integração também é bastante usada na Física. Vejamos alguns exemplos.
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Considere que uma partícula em movimento tenha uma função posição , velocidade e aceleração
instantânea . Já vimos no tópico “aplicações das derivadas” (colocar link) que estas funções estão associadas
entre si.
Como a integração é a operação inversa da derivação, podemos estabelecer outras fórmulas para associar as
funções posição ( ) , velocidade e aceleração . Veja no quadro seguinte:
Decorrem destas relações que:
Exemplo 10: Uma partícula movese com velocidade ao longo de um eixo coordenado.
Sabendo que a partícula tem a coordenada no instante , encontre sua função posição.
Solução:
Sabemos que . Então,
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10/06/2015 Integrais Definidas parte 1
Portanto,
É a função posição pedida no enunciado.
Esta é uma grandeza física, estudada nos cursos de Física. Podemos dizer, intuitivamente, que Trabalho é a força
aplicada sobre um determinado objeto para fazêlo deslocarse. Realizamos um trabalho, no sentido da física,
quando, por exemplo, empurramos um carro, por alguns metros, para sair de um atolamento. Esse tipo de
movimento põe em ação uma energia chamada de energia cinética, que você vai estudar mais detalhadamente nas
disciplinas de Física. Aqui, no Cálculo 1, apenas vamos explicar como a integração colabora no cálculo do
Trabalho.
Antes de iniciar nosso estudo, vejamos a definição de Trabalho:
Note que o trabalho tem uma unidade que é dada por: unidade de força vezes unidade de distância. As
principais unidades de trabalho são:
Newtonmetro, denotada por , também chamado de joule (J),
o dinacentímetro , chamado de ,
o pélibra, que equivale a 1,36J.
Estas unidades dependem do sistema de medidas adotado.
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A fórmula apresentada na definição 8 é aplicável apenas quando a força é constante, como no exemplo 11:
Exemplo 11: Um objeto movese ao longo de uma reta, quando está sujeito a uma força constante de 4N, no
sentido do seu movimento. O trabalho realizado é calculado pela fórmula:
Ou seja, o trabalho realizado foi de 20J.
Quando a força aplicada é variável, a situação muda um pouco... Precisamos considerar que ela, temporariamente,
se mantém constante, o que nos permitirá usar a fórmula dada na definição 8 para aquele momento. Entretanto,
isso resolve apenas parcialmente o nosso problema... pois não temos apenas aquele momento para calcular o
trabalho, mas sim vários “momentos”.
Para este caso, é preciso considerar algo como foi feito em seções anteriores, usando a soma de Riemann.
Intuitivamente, consideramos que calcular o trabalho realizado em uma determinada distância significa calcular o
trabalho em cada momento (chamemos de trabalho momentâneo) e somar todas os trabalhos momentâneos.
Essa idéia está implícita na definição 9:
Exemplo 12: Suponha que uma mola exerce uma força de 5 N quando esticada por 1m além de seu comprimento
natural.
a) Encontre a constante da mola
b) Quanto trabalho é necessário para esticar a mola 120m além de seu comprimento natural?
Solução:
a) A Lei de Hooke para esse caso, nos permite escrever a função que a associa a força ao deslocamento como
, onde é chamada de constante da mola, é o comprimento esticado na mola, e é a força
exercida.
O enunciado do problema nos informa que e . Então, aplicando estes valores na Lei de
Hooke,
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Logo, a constante da mola é 5.
b) Note que a força exercida é variável, pois encontramos, pela Lei de Hooke, , e x indica o quanto
a mola foi esticada. Assim, devemos usar a seguinte fórmula para o trabalho:
Nesta fórmula, os limites inferior e superior de integração serão 0 e 1,2, respectivamente, porque queremos
calcular o trabalho quando a mola estica além do seu comprimento natural.
Assim, Substituindo os valores:
Exemplo 13: Imagine uma mola de 1mm alongandose, gerando uma força de atração de 30N. Calcule o trabalho
necessário para alongar a mola de 20 mm, sabendo que a força de atração é proporcional ao deslocamento.
Solução:
Seja o alongamento total. O trabalho total não é , pois está variando em cada instante.
Colocamos a uma distância x da origem; a força de atração é dada por:
Damos a x um aumento . Durante o deslocamento , o trabalho é: .
Quando , temos (informação dada no enunciado da questão), então
Para determinar o trabalho total (com ), integramos de 0 a . Assim,
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6.6 Outras aplicações
Exemplo 14: A transcrição de dados de um mapa cartográfico para um plano cartesiano, nos mostra
que, em um determinado trecho, há um rio cujo leito pode ser representado graficamente pela curva
. Em uma fazenda em que há esse rio, há uma estrada que o corta em um
ponto e que volta a se aproximar dele, 2 km à frente, como indica a Figura 6.37. O fazendeiro deseja
plantar árvores no espaço entre a estrada e o rio, nesse trecho de 2km. Para isso, ele precisa
descobrir a área total para saber quantas mudas de árvore deve adquirir. O tipo de árvore será
decidido posteriormente.
Figura 6.37: Representação do mapa cartográfico da estrada e do rio
Solução:
Como
Para descobrirmos os limites de integração, precisamos resolver a equação , pois queremos
calcular a área do terreno que fica entre a estrada e o rio. Assim,
Para resolver essa equação, note que, usando a fatoração, podemos escrever:
Logo,
Então, devemos integrar a função y no intervalo . Isto é:
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