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Curso: Português

Teoria e Questões Comentadas


Prof. Bruno Spencer - Aula 00

Aula 00 – Pronomes
Curso: Português
Professor: Bruno Spencer

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APRESENTAÇÃO

Olá amigos!!!
Vamos direcionar este curso à preparação para o concurso do
Ministério Público de São Paulo, cargos de Analista Técnico Científico,
todas as especialidades.
O edital já SAIU, portanto não podemos perder tempo em nossa
preparação.
Este curso foi feito para você que quer um material COMPLETO e
OBJETIVO, que lhe possibilite assimilar a matéria em um menor espaço de
tempo possível.
Meu nome é Bruno Spencer, atualmente, exerço a função de Auditor
Fiscal da Receita Federal do Brasil - AFRFB, cargo que persegui por alguns
anos, sendo aprovado em 27º lugar no histórico concurso de 2012.
Para chegar a esse resultado, podem ter certeza que foi necessário muito
PLANEJAMENTO e DEDICAÇÃO. Milagres acontecem todos os dias, mas é
fundamental que façamos a nossa parte da melhor maneira possível,
com disciplina, fé e perseverança.
Quando me vi desempregado, após dar muita "cabeçada" e não obter
sucesso no mercado de trabalho, resolvi entrar de vez no mundo dos concursos.
O primeiro que tentei verdadeiramente foi o da Caixa Econômica de
2008. Como estava desempregado, estudava de manhã e de tarde, à noite
frequentava um cursinho e, quando chegava em casa, estudava mais um pouco
só para relaxar. Resultado?? Consegui o primeiro lugar do polo Recife.
Isso foi o que eu precisava, para ganhar mais autoconfiança. Daí decidi
que seria AFRFB. Então, dei seguimento aos estudos. Passei no ATA-MF em
2009, em 2010, na SAD-PE e no MPU, em 2012, no ACE - MDIC (excedente) e
AFRFB.
Devemos, pois, lembrar que vida de concurseiro não é feita só de
sucessos. Aqui, não mencionei minhas derrotas, mas podem ter certeza que
foram tantas quantos os sucessos.
O que vejo em comum entre as pessoas que passam em concursos é que
todas estudam com confiança que um dia chegarão à vitória, por isso
conseguem manter o foco e a disciplina. Não há concorrentes para
quem está preparado.
Trabalhe sua mente, não se deixe desanimar, estude hoje para estar
preparado amanhã. Vamos lá pessoal!!!!!!!!!!!
FOCO, DISCIPLINA E PERSEVERANÇA!

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Análise do EDITAL 2018

O estudo da Língua Portuguesa é um investimento seguro para


qualquer concurseiro. Anda não vi, uma sequer, prova em que a matéria não
seja cobrada, e, em muitos casos de forma diferenciada.
Já vi pessoas se dedicarem muito às matérias específicas e se
prejudicarem por perder muito tempo para responder a prova de Português.
Não é preciso apenas dominar a disciplina, é necessário estar bem
treinado na resolução de questões com precisão e boa velocidade. Isso vai
lhe dar uma boa pontuação e tempo para dedicar-se à resolução outras
matérias.
Vamos ver como foram cobrados os assuntos no EDITAL 2018:

Item Assunto Aula

Leitura e interpretação de diversos tipos de textos


1 10
(literários e não literários).

2 Sinônimos e antônimos. 9, 10, 11

3 Sentido próprio e figurado das palavras. 10

4 Pontuação. 8

Classes de palavras: substantivo, adjetivo,


5 numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e 0, 1, 2, 4, 9
conjunção: emprego e sentido que imprimem às
relações que estabelecem.

6 Concordância verbal e nominal. 5

7 Regência verbal e nominal. 6

8 Colocação pronominal. 0

9 Crase. 7

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O curso abrangerá todos os pontos constantes do edital, organizados de


forma didática, para que você estude e aprenda a matéria de forma gradual
e estruturada.
Ao final do curso, você terá como BÔNUS - para concluir sua
preparação – TRÊS PROVAS da VUNESP, 100% comentadas, além de
duas aulas extra com um total de 150 questões VUNESP comentadas
pelo Professor Luiz Miranda!!!
Ao todo curso, comentaremos cerca de 500 questões, sendo 300 da
VUNESP e as demais, de outras bancas que cobram o assunto de forma
semelhante.

Aula Conteúdo

00 Pronomes
01 Classes Gramaticais
02 Verbo
03 Função Sintática dos Termos (REVISÃO)
04 Períodos e Conectivos
05 Concordância Verbal e Nominal
06 Regência Verbal e Nominal
07 Crase
08 Pontuação
09 Coerência e Coesão Textual
10 Texto
11 Ortografia, Acentuação e o Novo Acordo Ortográfico (REVISÃO)

12 Bônus - Prova VUNESP Comentada

13 Bônus - Prova VUNESP Comentada


14 Bônus - Prova VUNESP Comentada
15 Questões VUNESP Comentadas
16 Questões VUNESP Comentadas
*Confira o cronograma de liberação das aulas no site do Exponencial, na página do
curso.

Boa aula a todos!

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Aula 00 – Pronomes

Olá amigos!
Hoje vamos ao estudo dos PRONOMES. Este é um assunto
importantíssimo e que se reflete em muitos outros, mas que também é muito
abordado diretamente por algumas bancas.
Atentem aos conceitos de cada espécie de pronome. Procurem
entender suas formas de utilização e deem especial ATENÇÃO ao item 2.3 –
Colocação Pronominal.
Vamos nessa!!!

Sumário

1 – Classificação .................................................................................. 6
2 – Pronomes Pessoais ........................................................................ 7
2.1 - Retos .......................................................................................... 7
2.2 - Oblíquos ..................................................................................... 8
2.3 – Colocação Pronominal ................................................................ 10
2.4 – Colocação Pronominal nas Locuções Verbais.................................. 13
3 – Pronomes Possessivos ................................................................. 15
4 – Pronomes Demonstrativos ........................................................... 16
5 – Pronomes Relativos ..................................................................... 18
6 – Pronomes Interrogativos ............................................................. 19
7 – Pronomes Indefinidos .................................................................. 19
8 – Pronomes de Tratamento ............................................................. 20
9 – Questões Comentadas ................................................................. 21
10 - Lista de Exercícios ...................................................................... 56
11 – Gabarito ..................................................................................... 80
12 – Referencial Bibliográfico ............................................................ 80

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1 – Classificação

Os pronomes são palavras que acompanham ou substituem o nome


(substantivo). Como consequência, podem ser (pronomes ADJETIVOS) ou
(pronomes SUBSTANTIVOS).
Pronomes Adjetivos - acompanham
Pronomes Substantivos – substituem

Exemplos:
Meu carro é vermelho.
meu - pronome adjetivo - acompanha e qualifica o nome “carro”

Ele é vermelho.
ele - pronome substantivo - substitui o termo “meu carro”

Quem pegou meu livro?


quem - pronome substantivo – pode ser substituído por um nome.

O menino pegou meu livro?


meu - pronome adjetivo – acompanha e qualifica o nome “livro”

Veja as espécies de pronomes no quadro abaixo:


eu, tu, ele/ela, nós,
Reto
vós, eles/elas
me, te, se, o, a, lhe,
Oblíquo Átono nos, vos, se, os, as,
PESSOAIS lhes
mim, comigo, ti,
contigo, si, ele, ela,
Oblíquo Tônico
nós, conosco, vós,
convosco, si, eles, elas
meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s),
POSSESSIVOS
nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s)
este(s), esta(s), isto, esse(s), essa(s), isso,
DEMONSTRATIVOS
aquele(s), aquela(s), aquilo

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quem, onde, como, quando, quanto, que, o qual,


RELATIVOS
a qual, cujo(s), cuja(s)
INTERROGATIVOS quem, onde, que, quanto(a)(s)
algum(a), nenhum(a), todo, tudo, nada, algo,
INDEFINIDOS muitos, vários, tanto, qualquer, alguém, ninguém,
mais, menos, que, qualquer um...
Você, Senhor(a), Vossa Senhoria, Vossa
TRATAMENTO
Excelência, Vossa Santidade, Vossa Alteza...

2 – Pronomes Pessoais

São os pronomes que substituem (pronomes substantivos) as pessoas


do discurso. Têm um destaque dentro da oração, pois podem ser sujeitos,
objetos ou predicativos.
Exemplos:
• João foi ao teatro. / Ele foi ao teatro.
• Mário entregou o livro a sua amiga. / Mário entregou-o a sua amiga.
Os pronomes pessoais podem ser RETOS ou OBLÍQUOS.
Vamos ver cada um deles!

2.1 - Retos

Fazem o papel de sujeito nas orações.


Exemplos:
• Eu trabalhei muito.
• Tu estudarás o suficiente.

Eu (singular)
1a Pessoa Quem fala
Nós (plural)

Tu (singular)
2a Pessoa Para quem se fala
Vós (plural)

ele(a) (singular)
3a Pessoa De quem se fala
eles(a) (plural)

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2.2 - Oblíquos

Fazem o papel de objetos ou complementos nas orações.


Exemplos:
• Beijou-a pela manhã.
• Sempre te apoiamos.
• Fê-lo esquecer dos problemas.
Os pronomes oblíquos se dividem em ÁTONOS e TÔNICOS.

ÁTONOS TÔNICOS

me (singular) mim, comigo


1a Pessoa
nos (plural) nós, conosco

te (singular) ti, contigo


2a Pessoa
vos (plural) vós, convosco

se, o, a lhe (singular) si, consigo, ele(a)


3a Pessoa
se, o, a, lhe(s) (plural) si, eles(a)

Um ponto importante nesse assunto é a contração dos verbos com os


pronomes o, a, os, as, que fazem-nos assumir as formas lo(s), la(s), no(s),
na(s).

Em formas verbais terminadas em R, S, Z acrescentamos o L antes de


o(s), a(s).

Exemplos:
• Devemos aprender a lição. / Devemos aprendê-la.
• Escolhemos o livro. / Escolhemo-lo.
• Fez as pessoas felizes. / Fê-las felizes.
• Vou cortar as cebolas. / Vou cortá-las.

Note que as consoantes R, S e Z são cortadas e por vezes acentua-se a


sílaba final do verbo.

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Em formas verbais terminadas em sons nasais AM, EM, ÃO, ÕE


acrescentamos a consoante N antes de o(s), (a)(s).
Exemplos:
• Enrolavam o novelo. / Enrolavam-no.
• Eles fazem o trabalho. / Eles fazem-no.
• Estudarão a aula. / Estudarão-na.
• Põe o livro sobre a mesa e estuda. / Põe-no sobre a mesa e estuda.
NOTE que nesses casos NÃO se corta qualquer letra do verbo!!!

Quando o verbo for transitivo direto e indireto temos as seguintes opções


para utilização dos pronomes:
Exemplos:
Entreguei o livro a minha colega.
Entreguei-o a minha colega. (substituiu-se o termo “o livro” - objeto direto –
OD)
Entreguei lhe o livro. (substituiu-se o termo “a minha colega” - objeto indireto
– OI) Repare que o “a” é uma preposição.
Entreguei lho. (substituindo os dois termos; lho = lhe + o)

Pronomes Oblíquos Reflexivos


Os pronomes oblíquos, exceto o(s), a(s) lhe(s), podem referir-se ao
próprio sujeito da oração. Nesses casos são chamados de REFLEXIVOS.
Exemplos:
• Achei-me em um lugar distante.
• Nós aperfeiçoamo-nos nas matérias da prova.
• Endireita-te antes que seja tarde.
Ele machucou-se enquanto lutava.
• Ela pensou consigo a respeito de sua vida.

1) FCC/TJ/TST/Administrativa/Segurança Judiciária/2012

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Fazendo-se as alterações necessárias, o segmento grifado está substituído


corretamente por um pronome em:

a) alçar a turma = alçar-lhe

b) retirou um conjunto deles = retirou-nos

c) guiar os estudantes = guiar-os

d) desconstruir a visão = desconstruir-lhe

e) analisaram os cursos de oito faculdades = analisaram-nos

Comentários:

Alternativa A – Incorreta – Como o verbo “alçar” é transitivo direto, devemos


utilizar o pronome oblíquo A (alçá-la).

Alternativa B – Incorreta – Como o verbo “retirar” é transitivo direto, devemos


utilizar o pronome oblíquo O, no entanto a forma verbal “retirou” não termina
em som nasal, portanto não deve receber o N (retirou-o).

Alternativa C – Incorreta – Como o verbo “guiar” é transitivo direto, devemos


utilizar o pronome oblíquo O, no entanto, como a forma verbal “guiar” termina
em R, devemos cortá-lo e adicionar o L ao pronome OS (guiá-los).

Alternativa D – Incorreta - Como o verbo “desconstruir” é transitivo direto,


devemos utilizar o pronome oblíquo A. Como a forma verbal termina em R,
devemos cortá-lo e adicionar o L ao pronome A (desconstrui-la).

Alternativa E – Correta - Como o verbo “analisar” é transitivo direto, devemos


utilizar o pronome oblíquo OS. A forma verbal “analisaram” termina em som
nasal, portanto deve receber o N (analisaram-nos).

Gabarito: E

2.3 – Colocação Pronominal

Esse é um assunto importantíssimo para concursos, seja para a prova


objetiva, seja para a discursiva.
Os pronomes oblíquos podem vir antes, no meio ou após os verbos,
dessa forma ocorrerá o que se chama de próclise, mesóclise ou ênclise.
Exemplos:
• Não o deixarei desanimar. (próclise)
• Falar-te-ei a respeito de tudo. (mesóclise)
• Falou-nos de sua experiência. (ênclise)

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Vamos esquematizar algumas regras:

•Ocorrência de palavras de ATRAÇÃO (invariáveis), tais como


advérbios, pronomes indefinidos, pronomes relativos,
Próclise
conjunções subordinativas, palavra "só", palavras
negativas.
•Ex. Não me abandone. / Nada lhe tira o foco. / Ele é o
homem de quem lhe falei. / Pedi a ele que os avisasse. / Só
lhe sobrou uma alternativa.

• Nas orações: optativas, exclamativas ou interrogativas


nas formas seguintes:
•Ex. Deus o abençoe! / Quanto te maltratas! / Quem se
disponibilizará?

•É PROIBIDO o uso de pronomes átonos no início de


períodos, ou após pausas* sem palavra de atração!!!

•Verbo no FUTURO DE PRESENTE ou FUTURO do PRETÉRITO,


caso não haja palavra atrativa.
Mesóclise •Ex. dar-te-ei, fazê-lo-ia

•Regra geral, caso não seja caso de próclise ou mesóclise.


•Ex. Suas palavras deixaram-nos tranquilos. / As pessoas
Ênclise aplaudiam-no calorosamente.

1. Quando vier a forma infinitiva precedida da preposição “a”, os pronomes


o(s), a(s) virão após o verbo.
Ex. Não tornaremos a encontrá-los tão cedo.

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2. Quando o verbo no GERÚNDIO for precedido de preposição teremos


obrigatoriamente PRÓCLISE.
Ex. Em se tratando de carros, prefiro os importados.

3. Enquanto a proibição de iniciar períodos com pronomes átonos é


ABSOLUTA, a proibição após as “pausas” comporta exceções.

Ex. Atendeu todos aquele que, mesmo envergonhados, lhe solicitaram ajuda.

Nesse caso, o pronome é atraído pelo pronome relativo QUE, mesmo estando
antes do termo intercalado.

Note como na linguagem informal muitas vezes “atropelamos” as regras


gramaticais:
“Eu te darei o céu meu bem e o meu amor também. ” – A rigor a frase está
gramaticalmente ERRADA.
Apesar de todo o romantismo do autor, a grafia correta seria a seguinte:
Eu dar-te-ei o céu... (futuro do presente sem palavra atrativa = mesóclise)
Repare que, caso houvesse uma palavra atrativa, aí sim, poderíamos usar a
próclise normalmente.
Ex. Não te darei... (correto)
Entretanto, essa linguagem usual em verbos no futuro, vem sendo a
cada dia mais aceita, sendo inclusive abonada por alguns gramáticos mais
modernos, devido à estranheza que pode causar o uso da quase arcaica
mesóclise.
Nesse caso, poderíamos até utilizar a próclise após uma vírgula.
Exemplo:
Ela, que você julgou ser má, far-te-á um vitorioso.
ou
Ela, que você julgou ser má, te fará um vitorioso.

Fique ligado!
Nos exercícios, verifique o posicionamento da banca a respeito do tema.

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2) FUNCAB/ASC/CBM AC/2012
No trecho “[...] esperando uma hipótese muito remota de trazê-LO de volta...
[...]”, o pronome pessoal oblíquo átono O está corretamente empregado.
A opção em que o pronome pessoal oblíquo átono destacado também está
empregado de acordo com as regras da norma culta da língua é:
a) Não queira-ME mal, mas eu precisava fazer esse desabafo com você!
b) Demo-NOS conta, somente agora, de como a vida de um bombeiro é dura!
c) Encontraremos-NOS depois dessa chamada para comemorarmos a vida.
d) Quando sempre chamarem-ME, lembre que estarei disposto a salvar vidas!
e) Jamais desesperes-TE; chegarei logo, são, salvo e feliz. Salvei algumas vidas!
Comentários:
Alternativa A - Incorreta – A palavra “não” atrai o pronome, por isso seria
correto a próclise nesse caso. “Não me queira mal...”
Alternativa B - Correta – Não se começa período com pronome átono, por
isso está correto o emprego da ênclise.
Alternativa C - Incorreta – Por mais esquisito que seja, a nossa gramática atesta
como correto o uso da mesóclise para os tempos futuro de presente e futuro
do pretérito do indicativo. “Encontrar-nos-emos depois...”
Alternativa D - Incorreta – ATENÇÃO, note que “sempre” também é uma palavra
atrativa por ser advérbio.
Eis algumas palavras atrativas: advérbios, pronomes indefinidos, pronomes
relativos, conjunções subordinativas, palavra "só", palavras negativas.
“Quando sempre me chamarem...”
Alternativa E - Incorreta – “Jamais” também é classificado como advérbio,
assim como palavra de negação, por isso atrai o pronome “te” para antes do
verbo. “Jamais te desesperes...”
Gabarito: B

2.4 – Colocação Pronominal nas locuções verbais

As locuções verbais formam-se por VERBO AUXILIAR + VERBO


PRINCIPAL (INFINITIVO, GERÚNDIO OU PARTICÍPIO). As regras já vistas
anteriormente continuam válidas, porém como temos dois verbos, vamos ver
como se aplicam.

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Quando NÃO há palavra atrativa:


1. Próclise em relação ao auxiliar – OK – (se conseguiu livrar) – Caso não
seja início de período!!!
2. Ênclise em relação ao auxiliar – OK - (conseguiu-se livrar)
3. Próclise em relação ao principal – OK - (linguagem usual falada)
(conseguiu se livrar)
4. Ênclise em relação ao principal – OK - (conseguiu livrar-se) – PERFEITO
– Essa é a forma recomendada!

OBSERVAÇÃO:
1 - As formas verbais no PARTICÍPIO NÃO admitem ÊNCLISE!!!
Ex. Eles haviam ajudado-nos. (ERRADO)
2 - No caso de o verbo principal estar no PARTICÍPIO, a forma ideal será a
segunda (ênclise em relação ao auxiliar).

Quando há palavra atrativa:


1. Próclise em relação ao auxiliar – OK – (não se conseguiu livrar) - Forma
recomendada!
2. Ênclise em relação ao auxiliar – ERRADO - (não conseguiu-se livrar)
devido à existência da palavra atrativa
3. Próclise em relação ao principal – OK - (linguagem usual falada) (não
conseguiu se livrar)
4. Ênclise em relação ao principal – OK - (não conseguiu livrar-se – a
palavra atrativa “perde a força”)
Veja o resumo abaixo:

Quando NÃO há palavra atrativa

Caso não seja início


1 Próclise ao auxiliar OK se conseguiu livrar
de período

2 Ênclise ao auxiliar OK conseguiu-se livrar OK

3 Próclise ao principal OK conseguiu se livrar linguagem usual


Perfeito!!!
4 Ênclise ao principal OK conseguiu livrar-se Forma
recomendada!!!

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Quando HÁ palavra ATRATIVA


Perfeito!!!
1 Próclise ao auxiliar OK não se conseguiu livrar Forma
recomendada!!!
2 Ênclise ao auxiliar X não conseguiu-se livrar ERRADO

linguagem
3 Próclise ao principal OK não conseguiu se livrar
usual
A palavra
4 Ênclise ao principal OK não conseguiu livrar-se atrativa “perde
a força”.

OBSERVAÇÃO
Quando há preposição entre o verbo auxiliar e verbo principal, admite-se a
próclise ou ênclise, desde que não esteja no particípio.
Ex. O médico deixou de se cuidar. / O médico deixou de cuidar-se.

3 – Pronomes Possessivos

Servem para designar a POSSE de algo. Determinam ou qualificam os


nomes. Nas orações, possuem função de adjunto adnominal.
Exemplos:
• Minha casa é amarela, a tua é branca.
• Nosso objetivo é um só.
• Estude e realizará seu sonho.

meu(s), minha(s)
1a Pessoa
nosso(s), nossa(s)

teu(s),tua(s)
2a Pessoa
vosso(s), vossa(s)

3a Pessoa seu(s), sua(s)

Há situações que o uso dos pronomes possessivos seu(s), sua(s), pode gerar
certa confusão quanto a quem ou a que se referem.
Exemplo:
O cachorro comeu o seu almoço.

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Nesse caso devemos usar os termos dele(s), dela(s).


O cachorro comeu o almoço dele.

4 – Pronomes Demonstrativos

Servem para indicar a posição das pessoas da oração em relação a


espaço, tempo ou posição textual.
Os mais conhecidos são: este(s), esta(s), isto, esse(s), essa(s), isso,
aquele(s), aquela(s) e aquilo.
Também são pronomes demonstrativos: aqueloutro(a)(s), mesmo(a)(s),
próprio(a)(s), semelhante, tal e tais.

➔ Usamos ESTE(A)(S), quando:


1. O objeto está PERTO de quem FALA.
Ex. Estas canetas são suas. (as canetas devem estar na mão ou bem próximo
a quem fala)
2. Refere-se a um momento PRESENTE.
Ex. Esta semana está demorando a passar. (a semana ainda está acontecendo)
3. ANTES de enunciar algo.
Ex. Os pronomes possessivos são estes: meu, minha, teu, tua...

➔ Usamos ESSE(A)(S), quando:


1. O objeto está PERTO de quem OUVE.
Ex. Essas canetas são suas. (as canetas devem estar próximo de que ouve)
2. Refere-se a um momento PASSADO PRÓXIMO.
Ex. Essa semana demorou a passar. (a semana já aconteceu, mas não está tão
distante)
3. Refere-se a algo DEPOIS de mencionado.
Ex. Os pronomes possessivos são meu, minha, teu, tua... Esses pronomes são
usados para indicar posse.

➔ Usamos AQUELE(A)(S), quando:


1. O objeto está LONGE de quem FALA e de quem OUVE.
Ex. Aquelas canetas são suas. (as canetas devem longe das duas pessoas)

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2. Refere-se a um momento PASSADO DISTANTE.


Ex. Aquela semana está demorou a passar. (a semana aconteceu em um
passado remoto)
3. Quando falamos de dois aspectos em uma oração, para falarmos do
MENCIONADO PRIMEIRAMENTE.
Ex. Os pronomes pessoais podem ser retos ou oblíquos, estes servem como
complementos, enquanto aqueles servem com sujeitos de orações. (“estes”
referem-se a “oblíquos” – “aqueles” referem-se a “retos”)

Vamos ver alguns exemplos da utilização dos demais pronomes demonstrativos:


• Tais atitudes não são permitidas aqui.
• Nunca vi coisa semelhante.
• Ela sabe o que aconteceu. (aquilo)
• O próprio presidente pediu desculpas.
• Ele mesmo admitiu o erro.
• Aqueloutro carro é mais novo que esse.

QUANDO USAR...

ANTES de enunciar
objeto está momento
algo OU
ESTE(A)(S) PERTO de quem PRESENTE
FALA para citar o TERMO
MAIS PRÓXIMO entre
dois já citados
objeto está momento
ESSE(A)(S) algo DEPOIS de
PERTO de quem PASSADO
mencionado
OUVE PRÓXIMO

objeto está momento


LONGE de quem para citar o PRIMEIRO
AQUELE(A)(S) PASSADO
FALA e de quem DISTANTE TERMO entre dois já
OUVE citados

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5 – Pronomes Relativos

Eles têm esse nome, pois referem-se a termos ANTERIORMENTE


MENCIONADOS na oração. São eles: o qual, a qual, os quais, as quais, cujo(s),
cuja(s), quanto(s), quanta(s), quem, que, como, quando e onde.
Vamos a alguns exemplos e observações:
• Aquela é a garota por quem ele apaixonou-se.
Repare que “quem” refere-se ao nome “garota” já mencionado na oração.

• O livro que estou lendo é ótimo. / O livro o qual estou lendo é ótimo.
• Falei com a mãe do seu amigo que esteve lá na delegacia.
Para evitar duplo sentido, melhor seria usar “o qual” ou “a qual”, a
depender de quem “esteve lá na delegacia”.

• Falei com a mãe do seu amigo o qual esteve na delegacia.


Nesse caso, fica claro que o amigo é quem esteve na delegacia.

• A cidade onde nasci é a mais bela.


• Esse é o hospital cujos médicos são os melhores.
Veja que o pronome “cujos” dá uma idéia de posse do “hospital” em relação
aos “médicos”.

OBSERVAÇÃO:
1. O pronome QUEM é usado apenas para PESSOAS.
2. O pronome ONDE é usado apenas para LUGARES.
3. NÃO se usa artigo após o pronome CUJO(A)(S).

• Esse é o carro cuja a porta está quebrada. (ERRADO)


• Esse é o carro cuja porta está quebrada. (CORRETO)

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6 – Pronomes Interrogativos

São usados em frases interrogativas na 3a pessoa no modo direto ou


indireto.
Exemplos:
• Que aconteceu? (direto)/ Ele perguntou o que aconteceu. (indireto)
• Quem será? / Imagino quem será o próximo.
• Qual o motivo? / Todos sabem qual o motivo da sua falta.
• Quantas pessoas chegaram? / Imagine quantas pessoas virão à festa.

7 – Pronomes Indefinidos

Servem para designar algo de forma imprecisa, vaga, indefinida ou


indetermidada, referindo-se sempre à 3 a pessoa.
Podem ocorrer como pronomes substantivos, pronomes adjetivos ou
locuções.
Exemplos:

• Alguém acredita nisso?


• Algo importante aconteceu.
• Vi tantas pessoas que não pude contar.
• Há muito a se fazer.
• Gosto de quem gosta de mim.

Eis alguns outros:


• algum(a)(s), nenhum(a)(s), todo(a)(s), outro(a)(s), muito(a)(s),
certo(a)(s), vários(a), demais, tanto(a)(s), quanto(a)(s), qualquer,
alguém, ninguém, tudo, nada, cada, algo, mais, menos, que, quem, qual,
pouco(a)(s), tal, tais, bastante(s) (= muito(s)), uns, uma(s)
Algumas LOCUÇÕES:
• cada qual, tal qual, qualquer um, quem quer, um ou outro

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8 – Pronomes de Tratamento

Servem para nos dirigirmos adequadamente a pessoas de acordo com


critérios de familiaridade ou formalidade que a situação exija.
Quando nos dirigimos diretamente a uma autoridade, um juiz por
exemplo, devemos falar da seguinte maneira:
• Vossa Excelência chegou a alguma decisão?
Note que o verbo fica na 3ª pessoa do singular.

No entanto, quando em sua ausência, para nos referimos à mesma


autoridade, devemos falar da maneira seguinte:
• Sua Excelência chegou a alguma decisão?
O verbo permanece na 3ª pessoa do singular.

Vamos a um pequeno quadro resumo:

VOCÊ •Informal, familiar

SENHOR(A) •Respeitoso

VOSSA SENHORIA •Cerimonioso, funcionários graduados

VOSSA EXCELÊNCIA •Altas autoridades

VOSSA REVERENDÍSSIMA •Sacerdotes

VOSSA EMINÊNCIA •Cardeais

VOSSA SANTIDADE •Papa

VOSSA MAJESTADE •Reis e rainhas

É isso aí pessoal! Vamos praticar???

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9 – Questões Comentadas

3) VUNESP/AAJ/TJM SP/2011
Leia o texto para responder à questão.
Ismael odiava beijos em público. Era uma coisa que o deixava perturbado desde
a infância na casa dos seus pais. Mas vibrava de alegria ao ficar sabendo de
eventual repressão a algum beijoqueiro. A notícia que ouviu pelo rádio, na casa
de um vizinho, sobre o jogador de vôlei que havia sido repreendido por um
membro da organização do Mundial de Clubes de Vôlei por beijar em público
sua mulher, após a conquista de um título, deixou-o simplesmente eufórico.
Os amigos ficavam espantados diante dessa insólita situação, mesmo porque,
aos 17 anos, poderia facilmente arrumar uma namorada e beijá-la à vontade,
se fosse o caso.
Não era o caso, ele achava o beijo em público uma conduta afrontosa. Jurava
para si próprio que jamais casal algum se beijaria perto dele. Mas como evitar
que isso acontecesse? Não poderia, claro, recorrer à violência, conforme
conselho recebido de alguns professores que elogiavam essa sua ideia sobre o
beijo. Eles evitavam atos de violência. Teria de recorrer a algum meio eficiente,
mas não agressivo para expressar a sua repulsa. E aí lhe ocorreu: a tosse! Uma
forma fácil de advertir pessoas inconvenientes. Naquele mesmo dia fez a
primeira experiência. Avistou, na escola, um jovem casal se beijando. Colocou-
se atrás dos jovens e começou a tossir escandalosamente até que eles pararam.
O rapaz, depois de uma breve reclamação, levantou-se e saiu resmungando.
Mas a moça, que, aliás, já conhecia, Sofia, moradora da sua rua, olhou-o até
com simpatia. Ele estranhou. Deu as costas e foi embora.
À noite, estava sozinho em casa, quando alguém bateu à porta. Abriu, era Sofia.
Sorrindo, ela lhe estendeu um frasco: era xarope contra a tosse. Num impulso,
ele puxou-a para si e deu-lhe um doce e apaixonado beijo. O primeiro e decisivo
beijo de sua vida.
Estão namorando (e beijando muito). Quanto ao xarope, deu-o a um amigo.
Descobriu o que é bom para a tosse, ao menos para a tosse que nasce da
neurose: é o beijo. Grande, grande remédio!
(Moacyr Scliar, Folha de S.Paulo, 16.11.09. Adaptado)

Em - Eles evitavam atos de violência (3º parágrafo) - substituindo-se a parte


destacada por um pronome, obtém-se: Eles
a) evitavam-no.
b) evitavam-a.
c) evitavam-nos.

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d) evitavam-na.
e) evitavam-o.
Comentários:
Para substituir o complemento verbal (objeto direto) “atos de violência”,
devemos utilizar o pronome oblíquo OS, pois “atos” é masculino e plural.
Como a forma verbal termina com som nasal (AM), devemos acrescentar a
consoante N.
Portanto:
Eles evitavam atos de violência. = Eles evitavam-nos.
Gabarito: C

4) VUNESP/ContJ/TJM SP/2011
Leia o texto para responder à questão.
A escravidão levou consigo oficios e aparelhos, como terá sucedido a outras
instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo
oficio. Um deles era o ferro ao pescoço, outro, o ferro ao pé; havia também a
máscara de folha-de-flandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos
escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver, um para
respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber,
perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do senhor que
eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dois pecados extintos, e a
sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a ordem social
e humana nem sempre se alcança sem o grotesco e alguma vez o cruel. Os
funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas.
(Machado de Assis. Pai contra mãe. Em: Relíquias de casa velha)

Assinale a alternativa em que a passagem do texto, reescrita, apresenta


emprego de pronomes de acordo com a norma padrão da língua escrita.
a) Eram oficios e aparelhos os quais a escravidão levou-lhes com ela.
b) Contra o vício da embriaguez dos escravos, usava-se a máscara de folha-de-
flandres, que os fazia perdê-lo.
c) A máscara tinha três buracos, e um cadeado atrás, onde fechava ela.
d) Se tinham a tentação de furtar, os escravos perdiam-a junto com o vício que
tinham de beber.
e) Havia outras instituições sociais, cujas a escravidão levou consigo.
Comentários:

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Alternativa A – Incorreta – O verbo LEVAR é transitivo direto, por isso deve ser
complementado pelo pronome OS para se referir ao termo “oficios e aparelhos”.
Alternativa B – Correta – A próclise foi utilizada corretamente em “que os fazia”,
uma vez que o pronome relativo QUE atrai o pronome oblíquo.
O pronome O foi utilizado corretamente para se referir a “vício da embriaguez”,
já que o verbo PERDER é transitivo direto – TD (não pede preposição).
Alternativa C – Incorreta – O pronome relativo ONDE deve ser utilizado apenas
para LUGARES.
A frase deve ser escrita da seguinte maneira:
A máscara tinha três buracos, e um cadeado atrás, que/o qual a fechava.
O complemento da forma verbal “fechava” deve ser expresso pelo pronome A
na posição de próclise devido à atração do pronome relativo QUE/O QUAL.
Alternativa D – Incorreta – Como a forma verbal “perdiam” termina com som
nasal (AM), o pronome A deve vir acompanhado da consoante N - perdiam-
na.
Alternativa E – Incorreta - O pronome “cujas” é inadequado na oração, pois ele
estabelece erroneamente uma ideia de posse entre os termos “instituições
sociais” e “escravidão”.
Os pronomes adequados ao contexto seriam QUE e AS QUAIS.
Havia outras instituições sociais, que/as quais a escravidão levou consigo.
Gabarito: B

5) VUNESP/Tec Lab/PC SP/2014


Assinale a alternativa que completa, corretamente, as lacunas existentes em
trecho de ofício de um cidadão dirigido a um deputado.
Ofício n.º 04
A Sua Excelência o Senhor
Deputado XXXXXXXXXXXXXXX
Câmara dos Deputados
XXXXXXXX – Brasília – DF
Assunto: XXXXXXXXXXXXXXXX
Senhor Deputado,
Informo a que a ____________ solicitação constante em ___________ carta
foi cumprida integralmente, obedecendo aos requisitos necessários.
[...]

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Conforme ____________ perceber, em breve estará concluído o trabalho


solicitado.
Respeitosamente,
XXXXXXXXXXXXXXX

a) Sua Excelência … vossa … pode


b) Sua Senhoria … vossa … podes
c) Vossa Excelência … vossa … podeis
d) Sua Senhoria … sua … podeis
e) Vossa Excelência … sua … pode
Comentários:
Quando utilizamos um pronome de tratamento, utilizamos “vossa” para nos
dirigirmos diretamente à pessoa, como no caso acima. O restante da
concordância deverá ser feito na terceira pessoa (verbos e pronomes).
Um caso típico e fácil para verificar essa regra é o pronome de tratamento VOCÊ
(derivado de Vossa Mercê). Repare que “você” pede o verbo e os pronomes na
terceira pessoa.
Gabarito: E

6) VUNESP/Tes/CM Itápolis/2015
Leia o texto e responda à questão.
A consciência crítica
No exercício da atividade de headhunter *, tenho passado grande parte da vida
entrevistando e avaliando profissionais de todas as idades, sexo e nacionalidade
e, ao longo desse tempo, tenho notado também as competências que
frequentemente faltam aos brasileiros.
Uma delas, rara de encontrar e não é de hoje, chamo de consciência crítica.
Essa habilidade permite às pessoas que a têm tomar posições firmes diante dos
dilemas da vida, fazer julgamentos precisos e dar opiniões claras quando
necessário. Não me refiro aqui àquela falsa força das pessoas que dizem o que
pensam com contundência, sem nem medir os danos que uma frase mal
colocada pode causar. A consciência crítica é fruto de uma rara combinação de
conhecimento e sabedoria – duas coisas diferentes. Talvez, por isso, seja difícil
de encontrar.
O conhecimento são os recursos que temos e usamos para fazer um diagnóstico.
Precisamos separar fatos de opiniões, usar modelos mentais que facilitem a
organização de informações e ser cuidadosos com os detalhes. Antes de fazer
uma crítica, precisamos desse diagnóstico bem-feito. A sabedoria contribui para

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a elaboração da síntese, que é a conclusão de nosso raciocínio e a maneira como


expressaremos a crítica consistente e, de preferência, construtiva.
Minhas observações de profissionais brasileiros mostram que, muitas vezes,
exatamente por não ter desenvolvido sua consciência crítica, a pessoa não
assume nem defende posições, não opina quando perguntada e se esconde
atrás de uma falsa postura educada, para não fazer um julgamento sobre um
fato ou sobre uma atitude.
Um traço forte da cultura brasileira é a busca da harmonia, mas ela não pode e
não deve ocupar o espaço de posições firmes, de posturas íntegras e do prazer
de assumir e defender uma causa. O pior arrependimento vem sempre da
omissão e raramente da ação.
(Luiz Carlos Cabrera. Você S/A, janeiro de 2015. Adaptado)
* Headhunter: aquele que seleciona os melhores profissionais para áreas
executivas.

Entre os recursos que o profissional deve considerar para pôr em prática o


conhecimento, estão: a construção de um diagnóstico preciso, ________
interfere a capacidade para distinguir fatos e opiniões; a organização de
informações, ____________ o uso de modelos mentais pode contribuir; e a
observação dos detalhes, ____________ se deve dar bastante atenção.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas desse texto
devem ser preenchidas, respectivamente, por:
a) com a qual … para a qual … dos quais
b) com a qual … na qual … para os quais
c) pela qual … da qual … aos quais
d) na qual … para a qual … aos quais
e) na qual … da qual … dos quais
Comentários:
A questão exigiu, além do conhecimento de pronomes, o conhecimento da
regência dos verbos que a eles estão ligados.
Precisaremos, pois, descobrir a que termos se referem os pronomes e a
preposição correta que deve acompanhá-los.
OBS - Na aula 06, estudaremos o tópico REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL com
bastante detalhes.
Item I - A capacidade para distinguir fatos e opiniões interfere em que??
Na construção de um diagnóstico preciso.
Portanto:

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a capacidade para distinguir fatos e opiniões interfere NA construção de um


diagnóstico preciso
“a construção de um diagnóstico preciso, NA QUAL interfere a capacidade para
distinguir fatos e opiniões”
Item II – Que contribui, contribui PARA algo. Logo, invertendo a oração
teremos:
o uso de modelos mentais pode contribuir PARA a organização de informações
“a organização de informações, PARA A QUAL o uso de modelos mentais pode
contribuir”
Item III – Quem dá atenção, dá atenção A alguém ou A algo.
A que deve-se dar bastante atenção?? AOS detalhes.
“a observação dos detalhes, AOS QUAIS se deve dar bastante atenção”
Gabarito: D

7) VUNESP/Dir Esc/Pref Itápolis/2016


Leia o texto “Carnes vivas”, de João Pereira Coutinho, e responda à questão.
Tive uma infância de príncipe. Passei longas horas na rua, sem supervisão
parental, a me aventurar. Isso na cidade.
No campo, o cardápio era melhor. Parti o braço (uma vez) e o pulso (idem).
Tudo porque teimava em subir nas árvores. E, por falar em árvores, cheguei a
construir uma casa rudimentar no cimo de uma oliveira que aguentou apenas
duas horas. Findas as duas horas, já eu estava no chão, com os joelhos em
carne viva.
Às vezes pergunto o que aconteceria aos meus pais se o pequeno selvagem que
fui reaparecesse agora. Provavelmente, seria exibido em uma jaula, como um
King Kong pré-púbere.
“Minhas senhoras e meus senhores, vejam com os próprios olhos, uma criança
que gosta de brincar!”
Imagino a plateia, horrorizada, tapando os olhos dos filhos – ou, melhor ainda,
ligando os tablets e anestesiando-os com a dose apropriada de pixels.
E a minha mãe certamente estaria presa. Exagero? Não creio. Conta a
“Economist” dessa semana que Debra Harrell, da Carolina do Sul, foi detida por
deixar a filha de nove anos brincar no parque sem vigilância apurada.
Engraçado. Na década de 1950, uma criança tinha cinco vezes mais
possibilidades de morrer precocemente do que uma criança do século 21. Mas
os pais da “babyboom generation” deixavam as suas crianças à solta, talvez por
entenderem que uma criança é uma criança. Esses pais não eram, como diz a
revista, “pais-helicóptero”.

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Expressão feliz. Conheço vários casais que devotam aos filhos a mesma atenção
obsessiva que um pesquisador dedica aos seus ratinhos de laboratório. Gostam
de controlar tudo sobre os filhos. Como os helicópteros, estão constantemente
a planar sobre a existência dos petizes.
E quando finalmente descem a terra, é a desgraça: correm com eles para aulas
de música, caratê, natação, matemática. No regresso a casa, é ver esses
pequenos escravos, mortificados e exaustos, antes de se recolherem aos
quartos. Não sei que tipo de crianças os “pais-helicóptero” estão a produzir.
Deixo essas matérias para os especialistas. Digo apenas que a profusão de
“pais-helicóptero” é uma brutal amputação da infância e da adolescência. Para
além de corromper a relação entre pais e filhos.
Sobre a amputação, não sei que adulto eu seria se nesses primeiros anos não
houvesse a sensação de liberdade, mas também a percepção do risco, que me
acompanhava todos os dias. Apesar dos ossos que quebrei, dores foram
compensadas pela confiança que ganhei e pela intuição de que o mundo não é
uma ameaça constante, povoado por sequestradores, pedófilos ou
extraterrestres.
Mas os “pais-helicóptero” corrompem a relação essencial entre eles e os filhos.
Anos atrás, o filósofo Michael Sandel escreveu um ensaio contra o uso da
engenharia genética para produzir descendências perfeitas. Dizia Sandel que se
os pais pudessem manipular os fetos para terem superfilhos, estaria quebrada
a qualidade essencial da parentalidade: o fato de amarmos os filhos
incondicionalmente. Sejam ou não perfeitos.
Igual raciocínio é aplicável aos “pais-helicóptero”: é natural desejar o melhor
para os filhos. Porém não é natural ter com os filhos a mesma relação que existe
entre um treinador e o seu atleta, como se a vida – acadêmica, pessoal,
emocional – fosse uma mini-Olimpíada permanente.
Na minha infância, as únicas medalhas que colecionei são as cicatrizes que trago
no corpo. Não as troco por nada.
(Folha de S.Paulo, 29.07.2014. Adaptado)
Considere as expressões destacadas nas frases do texto.
I. E, por falar em árvores, cheguei a construir uma casa rudimentar no cimo
de uma oliveira que aguentou apenas duas horas.
II. Às vezes pergunto o que aconteceria aos meus pais se o pequeno selvagem
que fui reaparecesse agora.
III. Mas os pais da “babyboom generation” deixavam as suas crianças à solta,
talvez por entenderem que uma criança é uma criança.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as expressões destacadas
estão substituídas, correta e respectivamente, pelos pronomes em:
a) construí-la; lhes aconteceria; deixavam-as.

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b) construí-la; lhes aconteceria; deixavam-nas.


c) construir-lhe; os aconteceria; deixavam-nas.
d) construir-lhe; os aconteceria; deixavam-as.
e) construir-lhe; lhes aconteceria; deixavam-nas.
Comentários:
Item I – Primeiramente, devemos notar que não há preposição no complemento
da forma verbal “construir”, por isso devemos utilizar o pronome oblíquo A.
Em formas verbais terminadas em R, S, Z acrescentamos o L antes de o(s),
a(s).
construir uma casa rudimentar = construí-la
Item II – Note a presença da preposição A no complemento da forma verbal
aconteceria, por isso devemos utilizar o pronome LHES.
Já a próclise é obrigatória em função do pronome relativo QUE (palavra de
atração).
o que aconteceria aos meus pais = o que lhes aconteceria
Item III - deixavam as suas crianças = deixavam-nas
Gabarito: B

8) VUNESP/Aux SG (IPSMI)/IPSMI/2016
Assinale a alternativa em que a colocação dos pronomes está de acordo com a
norma-padrão da língua portuguesa.
a) Me indicaram dois livros para ler nas férias.
b) Ele nunca dedicou-se muito aos familiares.
c) Assim que avisaram-me, retornei ao hotel.
d) Eu não telefonei-lhe porque estava viajando.
e) Reservaram-lhe duas passagens aéreas.
Comentários:
REVISANDO:

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•Ocorrência de palavras de ATRAÇÃO (invariáveis), tais como


advérbios, pronomes indefinidos, pronomes relativos,
Próclise
conjunções subordinativas, palavra "só", palavras
negativas.
•Ex. Não me abandone. / Nada lhe tira o foco. / Ele é o
homem de quem lhe falei. / Pedi a ele que os avisasse. / Só
lhe sobrou uma alternativa.

• Nas orações: optativas, exclamativas ou interrogativas


nas formas seguintes:
•Ex. Deus o abençoe! / Quanto te maltratas! / Quem se
disponibilizará?

•É PROIBIDO o uso de pronomes átonos no início de


períodos, ou após pausas* sem palavra de atração!!!

•Verbo no FUTURO DE PRESENTE ou FUTURO do PRETÉRITO,


caso não haja palavra atrativa.
Mesóclise •Ex. dar-te-ei, fazê-lo-ia

•Regra geral, caso não seja caso de próclise ou mesóclise.


•Ex. Suas palavras deixaram-nos tranquilos. / As pessoas
Ênclise aplaudiam-no calorosamente.

Alternativa A – Incorreta – Não se pode iniciar um período com um pronome


oblíquo átono.
Forma correta:
Indicaram-me dois livros para ler nas férias.
Alternativa B – Incorreta – O advérbio de negação “nunca” atrai a próclise,
que é obrigatória.
Ele nunca se dedicou muito aos familiares.
Alternativa C – Incorreta – A locução adverbial “assim que” atrai o pronome,
exigindo a próclise.

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Assim que me avisaram, retornei ao hotel.


Alternativa D – Incorreta – O advérbio de negação “não” é palavra de atração
do pronome oblíquo.
Eu não lhe telefonei porque estava viajando.
Alternativa E – Correta – Não se inicia período com pronome oblíquo átono.
Gabarito: E

9) VUNESP/Ana/AMLURB SP/Assistência e Desenvolvimento


Social/2016
Leia o texto para responder à questão.
O mundo vive hoje um turbilhão de sentimentos e reações no que diz respeito
aos refugiados. Trata-se de uma enorme tragédia humana, à qual temos
assistido pela TV no conforto de nossas casas.
Imagens dramáticas mostram famílias inteiras, jovens, crianças e idosos
chegando à Europa em busca de um lugar supostamente mais seguro para viver.
Embora os refugiados da Síria tenham ganhado maior destaque, existem ainda
os refugiados africanos e os latino-americanos. Dentro da América Latina,
vemos grandes migrações, uma marcha de pessoas que buscam o refúgio, mas
que terminam em uma espécie de exílio.
O Brasil, que sempre se destacou por sua capacidade de acolher diferentes
culturas, apresenta uma das sociedades com maior diversidade. Podemos
afirmar nossa capacidade de lidar com o multiculturalismo com bastante
naturalidade, embora, muitas vezes, a questão seja tratada de maneira
superficial. Por outro lado, o preconceito existente, antes disfarçado, deixou de
ser tímido e passou a se manifestar de forma aberta e hostil.
Comparado a outros países, o Brasil não recebe um número elevado de
refugiados, e a maioria da sociedade brasileira aceita-os, acreditando que é
possível fazer algo para ajudá-los, mesmo diante do momento crítico da
economia e da política.
Diante desse cenário, destacam-se as iniciativas de solidariedade, de forma
objetiva e praticada por jovens estudantes de nossas universidades. Com a
cabeça aberta e o respeito ao diferente, muitos deles manifestam uma visão de
mundo que permite acreditar em transformações sociais de base.
(Soraia Smaili, Refugiados no Brasil: entre o exílio e a solidariedade. Em:
cartacapital.com.br. 02.02.2016. Adaptado)

Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronominal, conforme a


norma-padrão.

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a) Se veem imagens dramáticas dos refugiados na TV. Não trata-se de ficção:


é a pura realidade.
b) Quando dão-se conta da situação dos refugiados, as pessoas já põem-se a
acolhê-los sem discriminação.
c) No Brasil, vê-se que o número de refugiados não é tão grande. Aceita-os,
sem restrição, boa parte da população.
d) Têm visto-se turbilhões de refugiados. O mundo os vê se deslocarem em
busca de uma vida melhor.
e) Os refugiados buscam uma vida melhor. Discriminaria-os aqueles que
desconhecem a solidariedade.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O advérbio de negação “não” é palavra de atração
do pronome oblíquo. Assim, a próclise é obrigatória.
Alternativa B – Incorreta – Os advérbios “quando” e “já” atraem os pronomes,
tornando a próclise obrigatória nesses casos.
Quando se dão conta da situação dos refugiados, as pessoas já se põem a
acolhê-los sem discriminação.
Alternativa C – Correta – Evitou-se corretamente, o uso de pronomes oblíquos
depois de pausa e no início de período.
Alternativa D – Incorreta – É PROIBIDO o uso de ênclise em verbos no
PARTICÍPIO.
Veja o quadro abaixo:

Quando NÃO há palavra atrativa

Caso não seja início


1 Próclise ao auxiliar OK se conseguiu livrar
de período

2 Ênclise ao auxiliar OK conseguiu-se livrar OK

3 Próclise ao principal OK conseguiu se livrar linguagem usual

Perfeito!!!
4 Ênclise ao principal OK conseguiu livrar-se Forma
recomendada!!!

Como também não se pode iniciar a frase com o pronome “SE”, a forma mais
apropriada seria “tem-se visto”.
Alternativa E – Incorreta – O futuro do pretérito do indicativo é um caso
típico de mesóclise (discriminá-los-ia)

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Gabarito: C

10) VUNESP/Proc Mun/Pref Rosana/2016


Leia a crônica Caso de polícia, de Ivan Angelo, e responda à questão.
Desde que viu pela primeira vez um filme policial, o rapaz quis ser um homem
da lei. Sonhava viver aventuras, do lado do bem. Botar algemas nos pulsos de
um criminoso e dizer, como nos livros: “Vai mofar na cadeia, espertinho”.
Estudou Direito com o objetivo de ser delegado de polícia. No início do curso,
até pensou em tornar-se um grande advogado criminal, daqueles que
desmontam um por um os argumentos do nobre colega, mas a partir do
segundo ano percebeu que seu negócio eram mesmo as algemas. Assim que se
formou, inscreveu-se no primeiro concurso público para delegado. Fez aulas de
defesa pessoal e tiro. Estudou tanto que passou em primeiro lugar e logo saiu
a nomeação para uma delegacia em bairro de classe média, Vila Mariana.
No dia de assumir o cargo, acordou cedo, fez a barba, tomou uma longa ducha,
reforçou o desodorante para o caso de algum embate prolongado, vestiu o
melhor terno, caprichou na gravata e olhou-se no espelho satisfeito. Encenou
um sorriso cínico imitando Sean Connery e falou:
– Meu nome é Bond. James Bond.
Na delegacia, percorreu as dependências, conheceu a equipe, conferiu as armas,
as viaturas, e sentou-se à mesa, à espera do primeiro caso. Não demorou:
levaram até ele uma senhora idosa e enfezada.
– Doutor, estão atirando pedras no meu varal!
Adeus 007. O delegado-calouro caiu na besteira de dizer à queixosa que aquilo
não era crime.
– Não é crime? Quer dizer que podem jogar pedras no meu varal?
– Eu não posso prender ninguém por isso.
– Ah, é? Então a polícia vai permitir que continuem a jogar pedras no meu varal?
A sujar minha roupa?
James Bond não tinha respostas. Procurou saber quem jogava as pedras. A
velha senhora não sabia, mas suspeitava de alguém da casa ao lado. O delegado
mandou “convidarem” o vizinho para uma conversa e pediu que trancassem a
senhora numa sala.
– Ai, meu Deus, só falta ser um velhinho, para completar!
– murmurou o desanimado Bond.
Era um velhinho que confessou tudo dando risadinhas travessas. Repreendeu-
o com tom paterno:

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– O senhor não pode fazer uma coisa dessas. Por que isso, aborrecer as
pessoas?
– É para passar o tempo. Vivo sozinho, e com isso eu me divirto um pouco, né?
O moço delegado cruzou as mãos atrás da cabeça, fechou os olhos e meditou
sobre os próximos trinta anos. Pensou também na vida, na solidão e em arranjar
uma namorada. Abriu os olhos e lá estava o velhinho.
– Pois eu vou contar uma coisa. A sua vizinha, essa do varal, está
interessadíssima no senhor, gamadona.
O velho subiu nas nuvens, encantado. Recusou-se a dar mais detalhes, mandou-
o para casa, e chamou a senhora:
– Ele esteve aqui. É um senhor de idade. Bonitão, viu?
Confessou que fez tudo por amor, para chamar a sua atenção. Percebeu que
uma chama romântica brilhou nos olhos dela.
Caso encerrado.
(Humberto Werneck, Org. Coleção melhores crônicas – Ivan Angelo. Global,
2007. Adaptado)

Considere os trechos destacados na frase a seguir.


Na delegacia, vagarosamente percorreu as dependências, cumprimentou todos
da equipe, decidiu conferir as armas e as viaturas e sentou-se à mesa, onde
aguardou o seu primeiro caso.
Assinale a alternativa em que os pronomes estão adequadamente colocados na
frase e substituem, correta, respectivamente e de acordo com a norma-padrão
da língua portuguesa, as expressões destacadas.
a) Na delegacia, vagarosamente as percorreu, cumprimentou-os, decidiu
conferi-las e sentou-se à mesa, onde o aguardou.
b) Na delegacia, vagarosamente as percorreu, cumprimentou-os, decidiu
conferir-lhes e sentou-se à mesa, onde aguardou-o.
c) Na delegacia, vagarosamente as percorreu, cumprimentou-lhes, decidiu
conferi-las e sentou-se à mesa, onde aguardou-o.
d) Na delegacia, vagarosamente percorreu-as, cumprimentou-lhes, decidiu
conferi-las e sentou-se à mesa, onde o aguardou.
e) Na delegacia, vagarosamente percorreu-as, cumprimentou-os, decidiu
conferir-lhes e sentou-se à mesa, onde aguardou-o.
Comentários:
Item I – CUMPRIMENTAR – O verbo é transitivo direto (não pede preposição
em seu complemento, pois quem cumprimenta, cumprimenta ALGUÉM).

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Assim, a forma correta seria “cumprimentou-os”.


Item II – CONFERIR – Semelhante ao item anterior, o verbo CONFERIR é
transitivo direto (não pede preposição em seu complemento, pois quem
confere, confere ALGO).
Portanto:
CONFERIR + AS = conferi-las
Em formas verbais terminadas em R, S, Z acrescentamos o L antes de o(s),
a(s).
Item III – O pronome relativo ONDE, atrai o pronome O, exigindo a próclise.
Gabarito: A

11) FCC/TJ/TST/Administrativa/2012
Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.

Todos os jogos se compõem de duas partes: um jogo exterior e um jogo interior.


O exterior é jogado contra um adversário para superar obstáculos exteriores e
atingir uma meta externa. Para o domínio desse jogo, especialistas dão
instruções sobre como utilizar uma raquete ou um taco e como posicionar os
braços, as pernas ou o tronco para alcançar os melhores resultados. Mas, por
algum motivo, a maioria das pessoas têm mais facilidade para lembrar estas
instruções do que para executá-las.
Minha tese é que não encontraremos maestria nem satisfação em algum jogo
se negligenciarmos as habilidades do jogo interior. Este é o jogo que se
desenrola na mente do jogador, e é jogado contra obstáculos como falta de
concentração, nervosismo, ausência de confiança em si mesmo e
autocondenação. Em resumo, este jogo tem como finalidade superar todos os
hábitos da mente que inibem a excelência do desempenho.
Muitas vezes nos perguntamos: Por que jogamos tão bem num dia e tão mal no
outro? Por que ficamos tensos numa competição ou desperdiçamos jogadas
fáceis? Por que demoramos tanto para nos livrar de um mau hábito e aprender
um novo? As vitórias no jogo interior talvez não acrescentem novos troféus,
mas elas trazem recompensas valiosas, que são permanentes e que contribuem
de forma significativa para nosso sucesso posterior, tanto na quadra como fora
dela.
(Adaptado de W. Timothy Gallwey. O jogo interior de tênis. Trad. de Mario R.
Krausz. S.Paulo: Textonovo, 1996. p.13)
Substituindo-se os elementos grifados em segmentos do texto, com os ajustes
necessários, ambos os pronomes foram empregados corretamente em:
a) como posicionar os braços / alcançar os melhores resultados = como
posicioná-los / alcançar-lhes

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b) não encontraremos maestria / negligenciarmos as habilidades = não


encontraremo-la / negligenciarmo-nas
c) especialistas dão instruções / como utilizar uma raquete = especialistas dão-
nas / como utilizá-la
d) superar obstáculos exteriores / atingir uma meta externa = superar-nos
/ atingi-la
e) não acrescentem novos troféus / elas trazem recompensas = não lhes
acrescentem / elas as trazem
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – A primeira substituição está correta, pois o verbo
posicionar é transitivo direto, então troca-se o termo “os braços” pelo
pronome “os”.
A segunda substituição deveria ser similar à primeira, uma vez que o verbo
“alcançar” também é transitivo direto. O pronome “lhes” é usado para
complementar verbos transitivo indiretos, pois é equivalente ao termo “a eles”.
Correto seria a grafia “alcançá-los.
Alternativa B – Incorreta – No primeiro termo deveria haver uma próclise em
virtude do advérbio “não”, que atrai o pronome para junto dele. No segundo,
cometeu-se um erro não de regência, pois foi adicionado o pronome “as”, para
complementar o verbo negligenciar TD, no entanto a forma correta seria
“negligenciarmo-las”, pois a forma verbal é terminada em “S”.
Alternativa C – Correta – Os dois verbos são TD e estão com os pronomes “as”
e “a” empregados corretamente.
Alternativa D – Incorreta – Novamente dois verbos TD, no entanto o primeiro é
terminado em “R”, devendo ser redigido da seguinte forma: superá-los.
Alternativa E - Incorreta – Os dois verbos são TD e as duas substituições estão
incorretas, devendo ser escritas “não os acrescentem”, devido à atração do
advérbio “não” e “elas trazem-nas”, uma vez que não há no segundo caso
palavra de atração.
Gabarito: C

12) FCC/EST/BB/2012
Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.
Da solidão
Há muitas pessoas que sofrem do mal da solidão. Basta que em redor delas se
arme o silêncio, que não se manifeste aos seus olhos nenhuma presença
humana, para que delas se apodere imensa angústia: como se o peso do céu

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desabasse sobre a sua cabeça, como se dos horizontes se levantasse o anúncio


do fim do mundo.
No entanto, haverá na terra verdadeira solidão? Tudo é vivo e tudo fala, em
redor de nós, embora com vida e voz que não são humanas, mas que podemos
aprender a escutar, porque muitas vezes essa linguagem secreta ajuda a
esclarecer o nosso próprio mistério.
Pintores e fotógrafos andam em volta dos objetos à procura de ângulos, jogos
de luz, eloquência de formas, para revelarem aquilo que lhes parece não o mais
estático dos seus aspectos, mas o mais comunicável, o mais rico de sugestões,
o mais capaz de transmitir aquilo que excede os limites físicos desses objetos,
constituindo, de certo modo, seu espírito e sua alma.
Façamo-nos também desse modo videntes: olhemos devagar para a cor das
paredes, o desenho das cadeiras, a transparência das vidraças, os dóceis panos
tecidos sem maiores pretensões. Não procuremos neles a beleza que arrebata
logo o olhar: muitas vezes seu aspecto – como o das criaturas humanas – é
inábil e desajeitado. Amemos nessas humildes coisas a carga de experiências
que representam, a repercussão, nelas sensível, de tanto trabalho e história
humana. Concentradas em sua essência, só se revelam quando nossos sentidos
estão aptos para as descobrirem. Em silêncio, nos oferecerão sua múltipla
companhia, generosa e quase invisível.
(Adaptado de Cecília Meireles, Escolha o seu sonho)
Solidão? Muitos de nós tememos a solidão, julgamos invencível a solidão,
atribuímos à solidão os mais terríveis contornos, mas nunca estamos
absolutamente sós no mundo.
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos
sublinhados, na ordem dada, por:
a) lhe tememos - a julgamos invencível - a atribuímos
b) tememo-la – julgamo-la - invencível atribuímo-la
c) tememos a ela – lhe julgamos invencível – lhe atribuímos
d) a tememos – julgamo-la invencível - atribuímos-lhe
e) a tememos – julgamos invencível a ela – lhe atribuímos
Comentários:
Item 1 – Em primeiro lugar observamos que o verbo “temer” é TD, logo
devemos empregar o pronome “a”. Em seguida, veja que há uma palavra
atrativa, o pronome indefinido “muitos”, então vamos usar a próclise (a
tememos).
Item 2 – Temos o verbo julgar que é TD e devemos usar ênclise por ser início
de oração. Assim a forma correta é “julgamo-la”.
Item 3 – Repare que o verbo atribuir é TDI, no entanto o termo que vamos

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substituir é o objeto indireto – OI (veja que há uma crase, então já sabemos


que há preposição no termo “à solidão”). Como o verbo vem após virgula e
inicia uma nova oração dentro do período composto, vamos de ênclise
(atribuímos-lhe), ok?
Gabarito: D

13) FCC/Aux. Judiciário/TRF 2/Administrativa/2007


A fronteira da biodiversidade é azul. Atrás das ondas, mais do que em qualquer
outro lugar do planeta, está o maior número de seres vivos a descobrir. Os
mares parecem guardar as respostas sobre a origem da vida e uma potencial
revolução para o desenvolvimento de medicamentos, cosméticos e materiais
para comunicações. Sabemos mais sobre a superfície da Lua e de Marte do que
do fundo do mar. Os oceanos são hoje o grande desafio para a conservação e o
conhecimento da biodiversidade, e os especialistas sabem que ela é muitas
vezes maior do que hoje conhecemos. Das planícies abissais - o verdadeiro
fundo do mar, que ocupa a maior parte da superfície da Terra - vimos menos
de 1%. Hoje sabemos que essa planície, antes considerada estéril, está cheia
de vida. Nos últimos anos, não só se fizeram novos registros, como também se
descobriram novas espécies de peixes e invertebrados marinhos - como
estrelas-do-mar, corais, lulas e crustáceos. Em relação à pesca, porém, há más
notícias. Pesquisadores alertam que diversidade não é sinônimo de abundância.
Há muitas espécies, mas as populações, em geral, não são grandes.
A mais ambiciosa empreitada para conhecer a biodiversidade dos oceanos é o
Censo da Vida Marinha, que reúne 1.700 cientistas de 75 países e deverá estar
pronto em 2010. Sua meta é inventariar toda a vida do mar, inclusive os micro-
organismos, grupo que representa a maior biomassa da Terra. Uma pequena
arraia escura, em forma de coração, é a mais nova integrante da lista de peixes
brasileiros. Ela foi coletada entre os Estados do Rio de Janeiro e do Espírito
Santo, a cerca de 900 metros de profundidade. Como muitas espécies marinhas
recém-identificadas, esta também é uma habitante das trevas.
O mar oferece outros tipos de riqueza. Estudos feitos no exterior revelaram
numerosas substâncias extraídas de animais marinhos e com aplicação
comercial. Há substâncias de poderosa ação antiviral e até mesmo
anticancerígena. Há também uma esponja cuja estrutura inspirou fibras óticas
que transmitem informação com mais eficiência. Outros compostos recém-
descobertos de bactérias são transformados em cremes protetores contra raios
ultravioleta. Vermes que devoram ossos de baleias produzem um composto com
ação detergente. Já o coral-bambu é visto como um substituto potencial para
próteses ósseas.
(Adaptado de Ana Lucia Azevedo. Revista O Globo. 19 de março de 2006,
p.1821)

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A substituição do segmento grifado pelo pronome correspondente está feita de


modo INCORRETO em:
a) parecem guardar as respostas = parecem guardá-las.
b) que ocupa a maior parte da superfície da Terra = que a ocupa.
c) oferece outros tipos de riqueza = oferece-os.
d) revelaram numerosas substâncias = revelaram-nas.
e) produzem um composto = produzem-lhe.
Comentários:
Alternativa A – Correta – Para verbo TD usa-se o pronome oblíquo átono “as”.
Como é terminado em “R”, adicionamos o “L” ao pronome e cortamos o “R” do
verbo.
Alternativa B - Correta – Novamente o verbo é TD, porém o pronome “a” é
atraído pelo pronome relativo “que”, utilizando-se nesse caso a próclise.
Alternativa C - Correta – Para verbo TD usa-se o pronome oblíquo átono “os”,
porém o verbo permanece inalterado, pois não termina em R ou S, nem
mesmo em sons nasais.
Alternativa D - Correta – Novamente, verbo TD, agora terminado em som
nasal, usa-se a letra “N” antes do pronome “as”.
Alternativa E - Incorreta – Como o verbo é TD, o trecho deveria ser escrito da
seguinte forma: produzem-no.
Gabarito: E

14) FCC/Analista Judiciário/TRT 16/Administrativa/2014


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo − um fragmento
de O espírito das leis, obra clássica do filósofo francês Montesquieu, publicada
em 1748.
[Do espírito das leis]
Falta muito para que o mundo inteligente seja tão bem governado quanto o
mundo físico, pois ainda que o mundo inteligente possua também leis que por
sua natureza são invariáveis, não as segue constantemente como o mundo físico
segue as suas. A razão disso reside no fato de estarem os seres particulares
inteligentes limitados por sua natureza e, consequentemente, sujeitos a erro;
e, por outro lado, é próprio de sua natureza agirem por si mesmos. (...)
O homem, como ser físico, tal como os outros corpos da natureza, é governado
por leis invariáveis. Como ser inteligente, viola incessantemente as leis que
Deus estabeleceu e modifica as que ele próprio estabeleceu. Tal ser poderia, a
todo instante, esquecer seu criador − Deus, pelas leis da religião, chamou-o a

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si; um tal ser poderia, a todo instante, esquecer-se de si mesmo − os filósofos


advertiram-no pelas leis da moral.
(Montesquieu − Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 33 e 34)
As leis humanas são falíveis, os homens desrespeitam as leis humanas e
destituem as leis humanas do sentido de uma profunda equidade que deveria
reger as leis humanas.
Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os elementos
sublinhados, na ordem dada, por:
a) desrespeitam a elas – destituem-nas − deveria reger-lhes
b) desrespeitam-lhes − as destituem − deveria regê-las
c) desrespeitam-nas − lhes destituem − lhes deveria reger
d) lhes desrespeitam – destituem-lhes − deveria regê-las
e) desrespeitam-nas – destituem-nas − as deveria reger
Comentários:
Nessa altura do campeonato, vocês já repararam que a primeira coisa que
devemos fazer ao analisar a correção do uso do pronome oblíquo é a
transitividade do verbo.
Nesta questão, temos três verbos transitivos diretos – TD (não pedem
preposição em seu complemento). Assim já sabemos que NÃO cabem as formas
“lhe(s)” e “a ele(a)(s)” (enquanto o “a” é preposição, enquanto o “lhe” equivale
a “a ele(a)”).
Então teremos como pronomes nos três casos o pronome “as”, referindo-se ao
termo “leis humanas”.
Em relação à colocação, nas duas primeiras orações, há ênclise por ausência de
palavra atrativa, enquanto na terceira, o pronome relativo “que” atrai o
pronome “as” (próclise). Poderíamos ter também a forma “regê-las”, na terceira
oração.
Gabarito: E

15) FCC/Analista Judiciário/TRT 1/Apoio


Especializado/Tecnologia da Informação/2014
Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.
Novas fronteiras do mundo globalizado
Apesar do desenvolvimento espetacular das tecnologias, não devemos imaginar
que vivemos em um mundo sem fronteiras, como se o espaço estivesse
definitivamente superado pela velocidade do tempo. Seria mais correto dizer
que a modernidade, ao romper com a geografia tradicional, cria novos limites.

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Se a diferença entre o “Primeiro” e o “Terceiro” mundo é diluída, outras surgem


no interior deste último, agrupando ou excluindo as pessoas.
Nossa contemporaneidade faz do próximo o distante, separando-nos daquilo
que nos cerca, ao nos avizinhar de lugares remotos. Neste caso, não seria o
outro aquilo que o “nós” gostaria de excluir? Como o islamismo (associado à
noção de irracionalidade), ou os espaços de pobreza (África, setores de países
em desenvolvimento), que apesar de muitas vezes próximos se afastam dos
ideais cultivados pela modernidade.
(Adaptado de: ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. São Paulo: Brasiliense,
1994, p. 220)
As novas tecnologias estão em vertiginoso desenvolvimento, mas não tomemos
as novas tecnologias como um caminho inteiramente seguro, pois falta às novas
tecnologias, pela velocidade mesma com que se impõem, o controle ético que
submeta as novas tecnologias a um padrão de valores humanistas.
Para evitar as viciosas repetições do texto acima é preciso substituir os
segmentos sublinhados, na ordem dada, pelas seguintes formas:
a) lhes tomemos – falta-lhes – submeta-lhes
b) tomemos a elas − lhes falta − lhes submeta
c) as tomemos – falta-lhes − as submeta
d) lhes tomemos − lhes falta − as submeta
e) as tomemos − falta a elas – submeta-las
Comentários:
Como na questão anterior, vemos que nas três orações o complemento é o
mesmo - “as novas tecnologias”. Na segunda oração, porém, há uma crase, isso
indica que há também uma preposição.
Item 1 - O verbo tomar é TD, então teremos como complemento o pronome
“as”. Vamos posicioná-lo antes do verbo (próclise) devido ao advérbio “não”,
que o atrai.
Item 2 – A crase é fundamental para identificarmos a existência de preposição
no complemento do verbo faltar (TI – ex. Faltou ao encontro). Nesse caso,
usaremos “a elas” ou “lhes”.
OBSERVAÇÃO – Temos, antes do verbo, a conjunção “pois”, que é
coordenativa. Enquanto as conjunções subordinativas atraem o pronome, as
coordenativas admitem o uso de próclise ou ênclise (FACULTATIVO).
Item 3 - Submeta o quê?? As novas tecnologias... Verbo TD ok? Veja que há
um “que” (pronome relativo), que atrai o pronome “as” (próclise).
Gabarito: C

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16) FCC/Analista Judiciário/TRE AP/Judiciária/2006


Atenção: Para responder à questão, considere a crônica (Texto I) e o poema
(Texto II) que seguem.
Texto I
O jivaro
Um sr. Matter, que fez uma viagem de exploração à América do Sul, conta a um
jornal sua conversa com um índio jivaro, desses que sabem reduzir a cabeça de
um morto até ela ficar bem pequenina. Queria assistir a uma dessas operações,
e o índio lhe disse que exatamente ele tinha contas a acertar com um inimigo.
O Sr. Matter:
− Não, não! Um homem, não. Faça isso com a cabeça de um macaco.
E o índio:
− Por que um macaco? Ele não me fez nenhum mal!
(Rubem Braga, Recado de primavera)
Texto II
Anedota búlgara
Era uma vez um czar naturalista que caçava homens. Quando lhe disseram que
também se caçam borboletas [e andorinhas ficou muito espantado e achou uma
barbaridade.
(Carlos Drummond de Andrade, Alguma poesia)
O czar caçava homens, não ocorrendo ao czar que, em vez de homens, se
caçassem andorinhas e borboletas, parecendo-lhe uma barbaridade levar
andorinhas e borboletas à morte.
Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se, de forma
correta, os elementos sublinhados por, respectivamente,
a) não o ocorrendo de tais levá-las.
b) não ocorrendo-lhe dos mesmos levar-lhes.
c) lhe não ocorrendo destes as levar-lhes.
d) não ocorrendo-o dos cujos as levarem.
e) não lhe ocorrendo destes levá-las.
Comentários:
Item 1 – Temos, aqui, duas coisas essenciais, a preposição “a” (“ao czar”) e a
palavra atrativa “não”, por isso usaremos o pronome “lhe” antes do verbo (“não
lhe ocorrendo”).
Item 2 – Usaremos o pronome demonstrativo “estes”, referindo-se ao termo
“homens”, já citado no texto (termo mais próximo), fundido com a

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preposição ”de”, oriunda da expressão” em vez de”.


Item 3 – O verbo levar é TD em relação a “andorinhas e borboletas” e não há
palavra atrativa. Então, usaremos o pronome “as” em posição enclítica (levá-
las).
Gabarito: E

17) FCC/AFTE/SEFAZ PE/2014


Instruções: A questão refere-se ao texto abaixo.
Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de atividade artística, um artista
cuja arte contenha maior universalidade que a de Charles Chaplin. A razão vem
de que o tipo de Carlito é uma dessas criações que, salvo idiossincrasias muito
raras, interessam e agradam a toda a gente. Como os heróis das lendas
populares ou as personagens das velhas farsas de mamulengos.
Carlito é popular no sentido mais alto da palavra. Não saiu completo e definitivo
da cabeça de Chaplin: foi uma criação em que o artista procedeu por uma
sucessão de tentativas erradas.
Chaplin observava sobre o público o efeito de cada detalhe.
Um dos traços mais característicos da pessoa física de Carlito foi achado casual.
Chaplin certa vez lembrou-se de arremedar a marcha desgovernada de um
tabético. O público riu: estava fixado o andar habitual de Carlito.
O vestuário da personagem − fraquezinho humorístico, calças lambazonas,
botinas escarrapachadas, cartolinha − também se fixou pelo consenso do
público.
Certa vez que Carlito trocou por outras as botinas escarrapachadas e a clássica
cartolinha, o público não achou graça: estava desapontado. Chaplin eliminou
imediatamente a variante. Sentiu com o público que ela destruía a unidade física
do tipo. Podia ser jocosa também, mas não era mais Carlito.
Note-se que essa indumentária, que vem dos primeiros filmes do artista, não
contém nada de especialmente extravagante. Agrada por não sei quê de
elegante que há no seu ridículo de miséria. Pode-se dizer que Carlito possui o
dandismo do grotesco.
Não será exagero afirmar que toda a humanidade viva colaborou nas salas de
cinema para a realização da personagem de Carlito, como ela aparece nessas
estupendas obras-primas de humor que são O garoto, Em busca do ouro e O -
circo.
Isto por si só atestaria em Chaplin um extraordinário discernimento psicológico.
Não obstante, se não houvesse nele profundidade de pensamento, lirismo,
ternura, seria levado por esse processo de criação à vulgaridade dos artistas
medíocres que condescendem com o fácil gosto do público.

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Aqui é que começa a genialidade de Chaplin. Descendo até o público, não só


não se vulgarizou, mas ao contrário ganhou maior força de emoção e de poesia.
A sua originalidade extremou-se. Ele soube isolar em seus dados pessoais, em
sua inteligência e em sua sensibilidade de exceção, os elementos de irredutível
humanidade. Como se diz em linguagem matemática, pôs em evidência o fator
comum de todas as expressões humanas.
(Adaptado de: Manuel Bandeira. “O heroísmo de Carlito”. Crônicas da
província do Brasil. 2. ed. São Paulo, Cosac Naify, 2006, p. 21920)
A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente foi realizada
de modo INCORRETO em:
a) arremedar a marcha desgovernada de um tabético = arremedá-la
b) trocou por outras as botinas escarrapachadas = trocou-as por outras
c) ela destruía a unidade física do tipo = ela a destruía
d) pôs em evidência o fator comum = pô-lo em evidência
e) eliminou imediatamente a variante = eliminou-na
Comentários:
Alternativa A – Correta – O pronome está correto, pois o verbo arremedar é TD.
A forma infinitiva do verbo permite a ênclise, além de que não há palavra de
atração. Os verbos terminados em “R”, “S” e “Z” perdem estas consoantes.
Alternativa B - Correta – O pronome “as” está correto pois substitui o objeto
direto – OD (as botinas...). Ênclise correta, uma vez que inexiste palavra de
atração.
Alternativa C - Correta – O pronome “a” está correto pois substitui o objeto
direto – OD. A próclise também está regular devido à palavra atrativa “que” (ver
o texto).
Alternativa D - Correta – O termo “o fator comum” é objeto direto da forma
verbal “pôs”. Como o verbo termina em “S”, este é cortado e acrescenta-se o
“L” ao pronome.
Alternativa E - Incorreta – O pronome está coreto, pois o verbo é TD, porém a
forma correta seria “eliminou-a”, pois a forma verbal “eliminou” não finaliza
com som nasal.
Gabarito: E

18) FCC/AJ/TRE-RS/Judiciária/2010

A frase em total concordância com o padrão culto escrito é:

a) Dirigimo-nos a V.Sa. para solicitar que, em vossa apreciação do documento,


haja bastante precisão quanto aos pontos que quereis ver alterados.

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b) Senhor Ministro, sabemos todos que Vossa Excelência jamais fizestes


referência desairosa ao poder legislativo, mas desejamos pedir-lhe que desfaça
o mal-entendido.

c) Ao encontrar-se com Sua Magnificência, não se conteve: − Senhor Reitor,


sou o mais novo membro do corpo docente e vos peço um minuto de sua
atenção.

d) Assim que terminou a cerimônia, disse à Sua Santidade: − Ponho-me a vossa


disposição se acaso deseje mandar uma mensagem ao povo brasileiro.

e) Entendemos que V.Exa. necessita de mais dados sobre a questão em debate


e, assim, lhe pedimos que nos conceda um prazo para que o documento seja
mais bem elaborado.

Comentários:

Alternativa A – Incorreta – Quando nos dirigimos diretamente a uma


autoridade, um juiz por exemplo, devemos falar da seguinte maneira: Vossa
Excelência chegou a alguma decisão? (note que o verbo fica na 3ª pessoa,
o mesmo acontece com os pronomes oblíquos correspondentes)
Portanto deveríamos ter o seguinte:

Dirigimo-nos a V.Sa. para solicitar que, em sua apreciação do documento, haja


bastante precisão quanto aos pontos que quer ver alterados.

Alternativa B – Incorreta – Lembre-se de que o verbo deve ficar na 3ª pessoa


do singular.

Senhor Ministro, sabemos todos que Vossa Excelência jamais fez referência
desairosa ao poder legislativo, mas desejamos pedir-lhe que desfaça o mal-
entendido.

Alternativa C – Incorreta – A maneira formalmente correta de dirigir-se a um


reitor é vossa magnificência. Na primeira referência, no entanto, não é
necessário o uso do pronome de tratamento, uma vez que não se está se
dirigindo ao reitor de maneira direta ou indireta, portanto podemos utilizar o
termo “senhor reitor”, para evitar a repetição do pronome de tratamento.

Ao encontrar-se com o senhor reitor, não se conteve: − Vossa


Magnificência, sou o mais novo membro do corpo docente e lhe peço um
minuto de sua atenção.

Alternativa D – Incorreta –

Assim que terminou a cerimônia, disse à Sua Santidade: − Ponho-me a sua


disposição se acaso deseje mandar uma mensagem ao povo brasileiro.

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Alternativa E – Correta – Foram aplicadas corretamente o pronome de


tratamento, assim como a flexão do verbo o pronome oblíquo
correspondente na 3ª pessoa do singular.

Entendemos que V.Exa. necessita de mais dados sobre a questão em debate


e, assim, lhe pedimos que nos conceda um prazo para que o documento seja
mais bem elaborado.

Gabarito: E

19) FCC/TJ/TST/Administrativa/Segurança Judiciária/2012

Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.

Os cursos universitários à distância costumavam ser malvistos na academia


brasileira. Lutava-se contra a sua regulamentação, que só se deu em 1996. A
má fama dessa modalidade em que o aluno se forma praticamente sem ir à
universidade − já tão disseminada em países de educação de alto nível −
persiste até hoje no Brasil. Em parte, pela resistência de uma turma aferrada à
velha ideia de que ensino bom, só na sala de aula. Mas também pelo
desconhecimento que ainda paira sobre esses cursos. Uma nova pesquisa,
conduzida pela Fundação Victor Civita, retirou um conjunto deles dessa zona de
sombra, produzindo um estudo que rastreou as fragilidades e o que dá certo e
pode ser exemplar para os demais. Durante cinco meses, os especialistas
analisaram os cursos de oito faculdades (públicas e particulares) que oferecem
graduação a distância em pedagogia, a área que, de longe, atrai mais alunos.
O retrato que emerge daí ajuda a desconstruir a visão de que esses cursos
fornecem educação superior de segunda classe. Em alguns casos, eles já
chegam a ombrear com tradicionais ilhas de excelência. Mas, no geral, resta
muito que avançar.

À luz das boas experiências, não há dúvida sobre os caminhos que elevam o
nível. Os melhores cursos souberam implementar o mais básico. "Não dá para
deixar o aluno por si só o tempo inteiro. É preciso fazer uso constante da
tecnologia para conectá-lo ao professor”, alerta a doutora em educação
Elizabeth Almeida, coordenadora da pesquisa. Isso significa, por exemplo, usar
a internet para envolver os estudantes em debates liderados por um mestre
que, se bem treinado, pode alçar a turma a um novo patamar. Outra fragilidade
brasileira diz respeito ao tutor, profissional que deve guiar os estudantes nos
desafios intelectuais. Muitos aqui não estão preparados para a função, como
enfatiza a pesquisa. Os casos bem-sucedidos indicam ainda a relevância de o
aluno não ir à faculdade apenas para fazer prova ou assistir a aulas esporádicas
nas telessalas, como é usual. Ele precisa ser também incentivado a visitar à
vontade a biblioteca e os laboratórios.

No Brasil, até uma década atrás, os cursos de graduação a distância estavam


em instituições pequenas e pouco conhecidas. Hoje, esparramaram-se pelas

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grandes e vão absorver quase um terço dos universitários até 2015. São
números que reforçam a premência da busca pela excelência.

(Adaptado de VEJA. ano 45, n. 31, 1o de agosto de 2012. p. 114)

Fazendo-se as alterações necessárias, o segmento grifado está substituído


corretamente por um pronome em:

a) alçar a turma = alçar-lhe

b) retirou um conjunto deles = retirou-nos

c) guiar os estudantes = guiar-os

d) desconstruir a visão = desconstruir-lhe

e) analisaram os cursos de oito faculdades = analisaram-nos

Comentários:

Alternativa A – Incorreta – Como o verbo “alçar” é transitivo direto, devemos


utilizar o pronome oblíquo A (alçá-la).

Alternativa B – Incorreta – Como o verbo “retirar” é transitivo direto, devemos


utilizar o pronome oblíquo O, no entanto a forma verbal “retirou” não termina
em som nasal, portanto não deve receber o N (retirou-o).

Alternativa C – Incorreta – Como o verbo “guiar” é transitivo direto, devemos


utilizar o pronome oblíquo O, no entanto, como a forma verbal “guiar” termina
em R, devemos cortá-lo e adicionar o L ao pronome O (guiá-lo).

Alternativa D – Incorreta - Como o verbo “desconstruir” é transitivo direto,


devemos utilizar o pronome oblíquo A. Como a forma verbal termina em R,
devemos cortá-lo e adicionar o L ao pronome A (desconstrui-la).

Alternativa E – Correta - Como o verbo “analisar” é transitivo direto, devemos


utilizar o pronome oblíquo OS. A forma verbal “analisaram” termina em som
nasal, portanto deve receber o N (analisaram-nos).

Gabarito: E

20) FCC/ACE/TCE-CE/Controle Externo/Auditoria


Governamental/2015

Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.

Eduardo Coutinho, artista generoso

Uma das coisas mais bonitas e importantes da arte do cineasta Eduardo


Coutinho, mestre dos documentários, morto em 2014, está em sua recusa aos

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paradigmas que atropelam nossa visão de mundo. Em vez de contemplar a


distância grupos, classes ou segmentos, ele vê de perto pessoa por pessoa,
surpreendendo-a, surpreendendo-se, surpreendendo-nos. Não lhe dizem nada
expressões coletivistas como “os moradores do Edifício”, os “peões de fábrica”,
“os sertanejos nordestinos”: os famigerados “tipos sociais”, usualmente
enquadrados por chavões, dão lugar ao desafio de tomar o depoimento vivo de
quem ocupa aquela quitinete, de investigar a fisionomia desse operário que está
falando, de repercutir as palavras e os silêncios do morador de um povoado da
Paraíba.

Essa dimensão ética de discernimento e respeito pela condição singular do outro


deveria ser o primeiro passo de toda política. Nem paternalismo, nem admiração
prévia, nem sentimentalismo: Coutinho vê e ouve, sabendo ver e ouvir, para
conhecer a história de cada um como um processo sensível e inacabado, não
para ajustar ou comprovar conceitos. Sua obsessão pela cena da vida é similar
à que tem pela arte, o que torna quase impossível, para ele, distinguir uma da
outra, opor personagem a pessoa, contrapor fato a perspectiva do fato. Fazendo
dessa obsessão um eixo de sua trajetória, Coutinho viveu como um
homem/artista crítico para quem já existe arte encarnada no corpo e suspensa
no espírito do outro: fixa a câmera, abre os olhos e os ouvidos, apresenta-se,
mostra-se, mostra-o, mostra-nos.

(Armindo Post, inédito)

Está plenamente adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados na


seguinte frase:

a) A perspectiva ética aonde Coutinho manifesta todo o respeito pela pessoa


que retrata é uma das características nas quais seus filmes se distinguem.

b) O paternalismo e o sentimentalismo, posições das quais muitos se agarram


para tratar o outro, não são atitudes por onde Coutinho tenha mostrado
qualquer inclinação.

c) As expressões coletivistas, com cujas Coutinho jamais se entusiasmou, são


chavões em que se deixam impressionar as pessoas de julgamento mais
apressado.

d) As pessoas por quem Coutinho se interessasse eram retratadas de modo a


ter destacados os atributos pelos quais ele se deixara atrair.

e) Os paradigmas já mecanizados, nos quais muitos se deixam nortear, não


mereciam de Coutinho nenhum crédito, pois só lhe importava a singularidade
de cuja as pessoas são portadoras.

Comentários:

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Alternativa A – Incorreta – O pronome relativo “onde” deve ser utilizado apenas


para LUGARES, enquanto a preposição A também não cabe no contexto, uma
vez que o sujeito (Coutinho) manifesta na perspectiva ética todo o respeito pela
pessoa que retrata. Portanto os pronomes adequados são em que e na qual.

No segundo pronome relativo, a preposição adequada é por, uma vez que os


filmes se destacam por um motivo. Cabe nesse caso as expressões por que e
pelas quais.

A perspectiva ética em que/na qual Coutinho manifesta todo o respeito pela


pessoa que retrata é uma das características pelas quais/por que seus filmes
se distinguem.

Alternativa B – Incorreta – Houve um erro na utilização da preposição que


acompanha o pronome “quais”, porque quem se agarra, agarra-se a algo,
portanto utilizamos a que ou às quais.

O pronome relativo “onde” deve ser utilizado apenas para LUGARES.

O paternalismo e o sentimentalismo, posições às quais/a que muitos se


agarram para tratar o outro, não são atitudes por que/pelas quais Coutinho
tenha mostrado qualquer inclinação.

Alternativa C – Incorreta – Os verbos entusiasmar e impressionar pedem a


preposição com (se impressionar com algo/ se entusiasmar com algo). O
pronome relativo “cujas” não cabe no contexto, pois ele é utilizado para indicar
posse.

As expressões coletivistas, com que/com as quais Coutinho jamais se


entusiasmou, são chavões com que/com as quais se deixam impressionar as
pessoas de julgamento mais apressado.

Alternativa D – Correta – Tanto o verbo “interessar” como “atrair” pedem a


preposição POR (se interessar por algo/ se atrair por algo).

Alternativa E – Incorreta – A locução “se deixam nortear” pede a preposição


POR (se deixar nortear por algo).

O pronome relativo “cuja” não cabe no contexto, pois ele é utilizado para indicar
posse. As pessoas são portadoras da singularidade e não ao contrário.

Os paradigmas já mecanizados, pelos quais/por que muitos se deixam


nortear, não mereciam de Coutinho nenhum crédito, pois só lhe importava a
singularidade de que/da qual as pessoas são portadoras.

Gabarito: D

21) FCC/TJ/TRT 6/Administrativa/Segurança/2012

Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

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Os livros de história sempre tiveram dificuldade em falar de mulheres que não


respeitam os padrões de gênero, e em nenhuma área essa limitação é tão
evidente como na guerra e no que se refere ao manejo de armas.

No entanto, da Antiguidade aos tempos modernos a história é fértil em relatos


protagonizados por guerreiras. Com efeito, a sucessão política regularmente
coloca uma mulher no trono, por mais desagradável que essa verdade soe.
Sendo as guerras insensíveis ao gênero e ocorrendo até mesmo quando uma
mulher dirige o país, os livros de história são obrigados a registrar certo número
de guerreiras levadas, consequentemente, a se comportar como qualquer
Churchill, Stálin ou Roosevelt. Semíramis de Nínive, fundadora do Império
Assírio, e Boadiceia, que liderou uma das mais sangrentas revoltas contra os
romanos, são dois exemplos. Esta última, aliás, tem uma estátua à margem do
Tâmisa, em frente ao Big Ben, em Londres. Não deixemos de cumprimentá-la
caso estejamos passando por ali.

Em compensação, os livros de história são, em geral, bastante discretos sobre


as guerreiras que atuam como simples soldados, integrando os regimentos e
participando das batalhas contra exércitos inimigos em condições idênticas às
dos homens. Essas mulheres, contudo, sempre existiram. Praticamente
nenhuma guerra foi travada sem alguma participação feminina.

(Adaptado de Stieg Larsson. A rainha do castelo de ar. São Paulo: Cia. das
Letras, 2009. p. 78)

Levando-se em conta as alterações necessárias, o termo grifado foi


corretamente substituído por um pronome em:

a) coloca uma mulher no trono = coloca-na no trono

b) dirige o país = lhe dirige

c) integrando os regimentos = integrando-lhes

d) liderou uma das mais sangrentas revoltas = liderou-na

e) registrar certo número de guerreiras = registrá-lo

Comentários:

Alternativa A – Incorreta – O uso do pronome A está correto, pois o verbo


“colocar” é TD, porém, como a forma “coloca” não termina em som nasal, não
cabe o uso do N (a coloca). Por outro lado, o advérbio “regularmente”, presente
no texto, atrai o pronome para a posição de próclise.

Alternativa B – Incorreta – Como o verbo “dirigir” é transitivo direto, devemos


utilizar o pronome oblíquo O (dirige-o). Não há no texto palavra atrativa que
justifique a próclise.

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Alternativa C – Incorreta – Como o verbo “integrar” é transitivo direto, devemos


utilizar o pronome oblíquo OS (integrando-os). A ênclise é obrigatória, pois
inicia um oração, após uma vírgula.

Alternativa D – Incorreta - Como o verbo “liderar” é transitivo direto, devemos


utilizar o pronome oblíquo A. A forma “liderou” não termina em som nasal, por
isso não cabe o uso do N (a liderou). O pronome “que” atrai o pronome para a
posição de próclise.

Alternativa E – Correta - O verbo “registrar” é transitivo direto, por isso devemos


utilizar o pronome oblíquo O. Como a forma verbal termina em R, devemos
cortá-lo e adicionar o L ao pronome O (registrá-lo). Já que não há palavra
atrativa no texto, o pronome está corretamente empregado como ênclise.

Gabarito: E

22) FCC/TL/ALE-RN/Técnico Legislativo/2013

Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

Muito antes de Einstein contestar a ideia de tempo absoluto, muitas culturas do


passado intuíam que, nessa matéria, tudo é relativo. A maré segue o relógio da
lua. A noite traz o dia, mas depois se seguirá outra noite. Uma estação do ano
é substituída por outra. Depois da lua cheia virá a lua nova. Tudo se renova.
Repetidamente.

A ideia de que o tempo tem uma direção, é irreversível, e caminha em linha reta
não era uma unanimidade – tampouco uma obviedade. As marés, os solstícios,
as estações, a movimentação dos astros no céu e o próprio comportamento
biológico (o ciclo menstrual, as etapas de amadurecimento do corpo) fizeram
muitos povos da Antiguidade sentir o tempo em termos de ritmos orgânicos,
como se sua natureza fosse circular e repetitiva.

Os maias achavam que a história se repetiria a cada 260 anos. Esse período
recebia o nome de lamat, após o qual o primeiro dia voltaria a acontecer. Os
estoicos achavam que, toda vez que os planetas se alinhassem, retomando a
mesma posição que ocupavam no início dos tempos, o Cosmo seria recriado.
Não é por acaso que toda a trama de uma típica peça de teatro grego se resolvia
num único dia – o tempo representado se fecha sobre si mesmo, ao encerrar
um ciclo de representação.

Antes do Cristianismo, só os hebreus e os persas zoroastrianos adotavam a


percepção progressiva do tempo. A crença no nascimento, morte e ressurreição
de Cristo como fatos únicos, que não se repetiriam, foram se incorporando ao
cotidiano ocidental com a popularização da Igreja. Aos poucos, as culturas que
residualmente cultuavam um eterno retorno passaram a considerar que o tempo
se movimenta de um passado para um futuro.

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Uma outra sensação passava a dominar. A linguagem preservou tais sensações


culturais em torno do tempo. Muitas palavras que indicam duração tinham
outros sentidos antes do tempo linear ganhar relevância cultural no Ocidente.
Mar vem do latim mare ou maris. Vento vem de ventus, respiração dos mares
e de toda a terra. Da costa que banhou o latim e o grego estalaram ondas e
ventanias de palavras, ecos da importância do oceano e dos ventos no cotidiano
greco-latino. Assim, a palavra oportunidade, variante do latim opportunus, que
significava em direção ao porto. São, de fato, oportunos os ventos que nos
levam a bom porto. Em latim pré-clássico, essa palavra nomeava os ventos
mediterrâneos que enfunavam as velas dos barcos.

(Luiz Costa Pereira Junior. Língua Portuguesa Especial. Etimologia. São Paulo:
Segmento, ano I, janeiro 2006, p. 38 e 39, com adaptações)

O segmento grifado nas expressões abaixo está corretamente substituído pelo


pronome correspondente em:

a) que enfunavam as velas dos barcos = enfunavam-nos

b) sentir o tempo em termos de ritmos orgânicos = sentir-lhe

c) só os hebreus e os persas zoroastrianos adotavam a percepção progressiva


do tempo = adotavam-a

d) A linguagem preservou tais sensações culturais em torno do tempo =


preservou-o

e) as culturas que residualmente cultuavam um eterno retorno = cultuavam-no

Comentários:

Alternativa A – Incorreta – Como o verbo “enfunar” é transitivo direto, devemos


utilizar o pronome oblíquo AS. A forma verbal “enfunavam” termina em som
nasal, portanto deve receber o N, porém houve erro no gênero do pronome
(enfunavam-nas).

Alternativa B – Incorreta – Como o verbo “sentir” é transitivo direto, devemos


utilizar o pronome oblíquo O. Como a forma verbal termina em R, devemos
cortá-lo e adicionar o L ao pronome O (senti-lo).

Alternativa C – Incorreta – Como o verbo “adotar” é transitivo direto, devemos


utilizar o pronome oblíquo AS. A forma verbal “adotavam” termina em som
nasal, portanto deve receber o N, porém houve erro no gênero do pronome
(adotavam-nas).

Alternativa D – Incorreta - Como o verbo “preservar” é transitivo direto,


devemos utilizar o pronome oblíquo AS. Houve erro no gênero do pronome
(preservou-as).

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Alternativa E – Correta - O verbo “cultuar” é transitivo direto, por isso devemos


utilizar o pronome oblíquo O. A forma verbal “cultuavam” termina em som nasal,
portanto deve receber o N (cultuavam-no).

Gabarito: E

23) FCC/AJ/TRT 2/Administrativa/2014

Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

Questão de gosto

A expressão parece ter sido criada para encerrar uma discussão. Quando
alguém apela para a tal da “questão de gosto”, é como se dissesse: “chega de
conversa, inútil discutir”. A partir daí nenhuma polêmica parece necessária, ou
mesmo possível. “Você gosta de Beethoven? Eu prefiro ouvir fanfarra de
colégio.” Questão de gosto.

Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto” dispensa razões e


argumentos, estanca o discurso crítico, desiste da reflexão, afirmando
despoticamente a instância definitiva da mais rasa subjetividade. Gosto disso,
e pronto, estamos conversados. Ao interlocutor, para sempre desarmado, resta
engolir em seco o gosto próprio, impedido de argumentar. Afinal, gosto não se
discute.

Mas se tudo é questão de gosto, a vida vale a morte, o silêncio vale a palavra,
a ausência vale a presença − tudo se relativiza ao infinito. Num mundo sem
valores a definir, em que tudo dependa do gosto, não há lugar para uma razão
ética, uma definição de princípios, uma preocupação moral, um empenho numa
análise estética. O autoritarismo do gosto, tomado em sentido absoluto, apaga
as diferenças reais e proclama a servidão ao capricho. Mas há quem goste das
fórmulas ditatoriais, em vez de enfrentar o desafio de ponderar as nossas
contradições.

(Emiliano Barreira, inédito)

Muita gente não enfrenta uma argumentação, prefere substituir uma


argumentação pela alegação do gosto, atribuindo ao gosto o valor de um
princípio inteiramente defensável, em vez de tomar o gosto como uma instância
caprichosa.

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos


sublinhados por, respectivamente,

a) substituir-lhe – atribuindo-o - tomá-lo

b) substituí-la – atribuindo-lhe - tomá-lo

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c) substituí-la – lhe atribuindo - tomar-lhe

d) substituir a ela – atribuindo a ele – lhe tomar

e) substituir-lhe – atribuindo-lhe – tomar-lhe

Comentários:

Item I – Como o verbo “substituir” é transitivo direto, devemos utilizar o


pronome oblíquo A. Como a forma verbal termina em R, devemos cortá-lo e
adicionar o L ao pronome O (substituí-la).

Item II – Como o verbo “sentir” é transitivo indireto, devemos utilizar o pronome


oblíquo “lhe” que equivale à expressão A ELE (atribuindo-lhe). Não cabe
próclise após vírgula.

Item III – O verbo “tomar” é transitivo direto, portanto devemos utilizar o


pronome oblíquo O. Como a forma verbal termina em R, devemos cortá-lo e
adicionar o L ao pronome O (tomá-lo).

Gabarito: B

24) FCC/AP/MANAUSPREV/Administrativa/2015

Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

Numa definição solta, a floresta tropical é um tapete multicolorido, estruturado


e vivo, extremamente rico. Uma colônia extravagante de organismos que
saíram do oceano há 400 milhões de anos e vieram para a terra. Dentro das
folhas ainda existem condições semelhantes às da primordial vida marinha.
Funciona assim como um mar suspenso, que contém uma miríade de células
vivas, muito elaborado e adaptado. Em temperatura ambiente, usando
mecanismos bioquímicos de complexidade quase inacessível, processam-se
átomos e moléculas, determinando e regulando fluxos de substâncias e
energias.

A mítica floresta amazônica vai muito além de um museu geográfico de espécies


ameaçadas e representa muito mais do que um simples depósito de carbono.
Evoluída nos últimos 50 milhões de anos, a floresta amazônica é o maior parque
tecnológico que a Terra já conheceu, porque cada organismo seu, entre trilhões,
é uma maravilha de miniaturização e automação. Qualquer apelo que se faça
pela valorização da floresta precisa recuperar esse valor intrínseco.

Cada nova iniciativa em defesa da floresta tem trilhado os mesmos caminhos e


pressionado as mesmas teclas. Neste comportamento, identificamos o que
Einstein definiu como a própria insanidade: “fazer a mesma coisa, de novo,
esperando resultados diferentes”.

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Análises abrangentes mostram numerosas oportunidades para a harmonização


dos interesses da sociedade contemporânea com uma Amazônia viva e vigorosa.
Para chegarmos lá, é preciso compenetração, modéstia, dedicação e
compromisso com a vida. Com os recursos tecnológicos disponíveis, podemos
agregar inteligência à ocupação, otimizando um novo uso do solo, que abra
espaço para a reconstrução ecológica da floresta. Podemos também revelar
muitos outros segredos ainda bem guardados da resiliente biologia tropical e,
com isso, ir muito além de compreender seus mecanismos.

A maioria dos problemas atuais podem se resolver por meio dos diversos
princípios que guiam o funcionamento da natureza. Uma lista curta desses
princípios, arrolados pela escritora Janine Benyus, constata que a natureza é
propelida pela luz solar; utiliza somente a energia de que necessita; recicla
todas as coisas; aposta na diversidade; demanda conhecimento local; limita os
excessos internamente; e aproveita o poder dos limites.

(Adaptado de: NOBRE, Antônio Donato. O Futuro Climático da Amazônia.


Disponível em: www.ccst.inpe.br)

Considere:

recuperar esse valor intrínseco

mostram numerosas oportunidades

compreender seus mecanismos

Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos sublinhados acima foram


corretamente substituídos por um pronome, na ordem dada, em:

a) o recuperar − mostram-lhes − os compreender

b) lhe recuperar − as mostram − compreendê-los

c) recuperar-lhe − mostram-nas − compreender-lhes

d) recuperá-lo − mostram-nas − compreendê-los

e) recuperá-lo − lhes mostram − lhes compreender

Comentários:

Item I – Como o verbo “recuperar” é transitivo direto, devemos utilizar o


pronome oblíquo O. Como a forma verbal termina em R, devemos cortá-lo e
adicionar o L ao pronome O (recuperá-lo).

Item II – Como o verbo “mostrar” é transitivo direto, devemos utilizar o


pronome oblíquo AS. A forma verbal “mostram” termina em som nasal, portanto
deve receber o N (mostram-nas).

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Item III – O verbo “compreender” é transitivo direto, portanto devemos utilizar


o pronome oblíquo OS. Como a forma verbal termina em R, devemos cortá-lo e
adicionar o L ao pronome O (compreendê-los).

Gabarito: D

Espero que tenham gostado da aula.


Boa sorte a todos!!!

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10 - Lista de Exercícios

1) FCC/TJ/TST/Administrativa/Segurança Judiciária/2012

Fazendo-se as alterações necessárias, o segmento grifado está substituído


corretamente por um pronome em:

a) alçar a turma = alçar-lhe

b) retirou um conjunto deles = retirou-nos

c) guiar os estudantes = guiar-os

d) desconstruir a visão = desconstruir-lhe

e) analisaram os cursos de oito faculdades = analisaram-nos

2) FUNCAB/ASC/CBM AC/2012
No trecho “[...] esperando uma hipótese muito remota de trazê-LO de volta...
[...]”, o pronome pessoal oblíquo átono O está corretamente empregado.
A opção em que o pronome pessoal oblíquo átono destacado também está
empregado de acordo com as regras da norma culta da língua é:
a) Não queira-ME mal, mas eu precisava fazer esse desabafo com você!
b) Demo-NOS conta, somente agora, de como a vida de um bombeiro é dura!
c) Encontraremos-NOS depois dessa chamada para comemorarmos a vida.
d) Quando sempre chamarem-ME, lembre que estarei disposto a salvar vidas!
e) Jamais desesperes-TE; chegarei logo, são, salvo e feliz. Salvei algumas vidas!

3) VUNESP/AAJ/TJM SP/2011
Leia o texto para responder à questão.
Ismael odiava beijos em público. Era uma coisa que o deixava perturbado desde
a infância na casa dos seus pais. Mas vibrava de alegria ao ficar sabendo de
eventual repressão a algum beijoqueiro. A notícia que ouviu pelo rádio, na casa
de um vizinho, sobre o jogador de vôlei que havia sido repreendido por um
membro da organização do Mundial de Clubes de Vôlei por beijar em público
sua mulher, após a conquista de um título, deixou-o simplesmente eufórico.
Os amigos ficavam espantados diante dessa insólita situação, mesmo porque,
aos 17 anos, poderia facilmente arrumar uma namorada e beijá-la à vontade,
se fosse o caso.
Não era o caso, ele achava o beijo em público uma conduta afrontosa. Jurava
para si próprio que jamais casal algum se beijaria perto dele. Mas como evitar

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que isso acontecesse? Não poderia, claro, recorrer à violência, conforme


conselho recebido de alguns professores que elogiavam essa sua ideia sobre o
beijo. Eles evitavam atos de violência. Teria de recorrer a algum meio eficiente,
mas não agressivo para expressar a sua repulsa. E aí lhe ocorreu: a tosse! Uma
forma fácil de advertir pessoas inconvenientes. Naquele mesmo dia fez a
primeira experiência. Avistou, na escola, um jovem casal se beijando. Colocou-
se atrás dos jovens e começou a tossir escandalosamente até que eles pararam.
O rapaz, depois de uma breve reclamação, levantou-se e saiu resmungando.
Mas a moça, que, aliás, já conhecia, Sofia, moradora da sua rua, olhou-o até
com simpatia. Ele estranhou. Deu as costas e foi embora.
À noite, estava sozinho em casa, quando alguém bateu à porta. Abriu, era Sofia.
Sorrindo, ela lhe estendeu um frasco: era xarope contra a tosse. Num impulso,
ele puxou-a para si e deu-lhe um doce e apaixonado beijo. O primeiro e decisivo
beijo de sua vida.
Estão namorando (e beijando muito). Quanto ao xarope, deu-o a um amigo.
Descobriu o que é bom para a tosse, ao menos para a tosse que nasce da
neurose: é o beijo. Grande, grande remédio!
(Moacyr Scliar, Folha de S.Paulo, 16.11.09. Adaptado)

Em - Eles evitavam atos de violência (3º parágrafo) - substituindo-se a parte


destacada por um pronome, obtém-se: Eles
a) evitavam-no.
b) evitavam-a.
c) evitavam-nos.
d) evitavam-na.
e) evitavam-o.

4) VUNESP/ContJ/TJM SP/2011
Leia o texto para responder à questão.
A escravidão levou consigo oficios e aparelhos, como terá sucedido a outras
instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo
oficio. Um deles era o ferro ao pescoço, outro, o ferro ao pé; havia também a
máscara de folha-de-flandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos
escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver, um para
respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber,
perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do senhor que
eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dois pecados extintos, e a
sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a ordem social

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e humana nem sempre se alcança sem o grotesco e alguma vez o cruel. Os


funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas.
(Machado de Assis. Pai contra mãe. Em: Relíquias de casa velha)

Assinale a alternativa em que a passagem do texto, reescrita, apresenta


emprego de pronomes de acordo com a norma padrão da língua escrita.
a) Eram oficios e aparelhos os quais a escravidão levou-lhes com ela.
b) Contra o vício da embriaguez dos escravos, usava-se a máscara de folha-de-
flandres, que os fazia perdê-lo.
c) A máscara tinha três buracos, e um cadeado atrás, onde fechava ela.
d) Se tinham a tentação de furtar, os escravos perdiam-a junto com o vício que
tinham de beber.
e) Havia outras instituições sociais, cujas a escravidão levou consigo.

5) VUNESP/Tec Lab/PC SP/2014


Assinale a alternativa que completa, corretamente, as lacunas existentes em
trecho de ofício de um cidadão dirigido a um deputado.
Ofício n.º 04
A Sua Excelência o Senhor
Deputado XXXXXXXXXXXXXXX
Câmara dos Deputados
XXXXXXXX – Brasília – DF
Assunto: XXXXXXXXXXXXXXXX
Senhor Deputado,
Informo a que a ____________ solicitação constante em ___________ carta
foi cumprida integralmente, obedecendo aos requisitos necessários.
[...]
Conforme ____________ perceber, em breve estará concluído o trabalho
solicitado.
Respeitosamente,
XXXXXXXXXXXXXXX

a) Sua Excelência … vossa … pode


b) Sua Senhoria … vossa … podes

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c) Vossa Excelência … vossa … podeis


d) Sua Senhoria … sua … podeis
e) Vossa Excelência … sua … pode

6) VUNESP/Tes/CM Itápolis/2015
Leia o texto e responda à questão.
A consciência crítica
No exercício da atividade de headhunter *, tenho passado grande parte da vida
entrevistando e avaliando profissionais de todas as idades, sexo e nacionalidade
e, ao longo desse tempo, tenho notado também as competências que
frequentemente faltam aos brasileiros.
Uma delas, rara de encontrar e não é de hoje, chamo de consciência crítica.
Essa habilidade permite às pessoas que a têm tomar posições firmes diante dos
dilemas da vida, fazer julgamentos precisos e dar opiniões claras quando
necessário. Não me refiro aqui àquela falsa força das pessoas que dizem o que
pensam com contundência, sem nem medir os danos que uma frase mal
colocada pode causar. A consciência crítica é fruto de uma rara combinação de
conhecimento e sabedoria – duas coisas diferentes. Talvez, por isso, seja difícil
de encontrar.
O conhecimento são os recursos que temos e usamos para fazer um diagnóstico.
Precisamos separar fatos de opiniões, usar modelos mentais que facilitem a
organização de informações e ser cuidadosos com os detalhes. Antes de fazer
uma crítica, precisamos desse diagnóstico bem-feito. A sabedoria contribui para
a elaboração da síntese, que é a conclusão de nosso raciocínio e a maneira como
expressaremos a crítica consistente e, de preferência, construtiva.
Minhas observações de profissionais brasileiros mostram que, muitas vezes,
exatamente por não ter desenvolvido sua consciência crítica, a pessoa não
assume nem defende posições, não opina quando perguntada e se esconde
atrás de uma falsa postura educada, para não fazer um julgamento sobre um
fato ou sobre uma atitude.
Um traço forte da cultura brasileira é a busca da harmonia, mas ela não pode e
não deve ocupar o espaço de posições firmes, de posturas íntegras e do prazer
de assumir e defender uma causa. O pior arrependimento vem sempre da
omissão e raramente da ação.
(Luiz Carlos Cabrera. Você S/A, janeiro de 2015. Adaptado)
* Headhunter: aquele que seleciona os melhores profissionais para áreas
executivas.

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Entre os recursos que o profissional deve considerar para pôr em prática o


conhecimento, estão: a construção de um diagnóstico preciso, ________
interfere a capacidade para distinguir fatos e opiniões; a organização de
informações, ____________ o uso de modelos mentais pode contribuir; e a
observação dos detalhes, ____________ se deve dar bastante atenção.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas desse texto
devem ser preenchidas, respectivamente, por:
a) com a qual … para a qual … dos quais
b) com a qual … na qual … para os quais
c) pela qual … da qual … aos quais
d) na qual … para a qual … aos quais
e) na qual … da qual … dos quais

7) VUNESP/Dir Esc/Pref Itápolis/2016


Leia o texto “Carnes vivas”, de João Pereira Coutinho, e responda à questão.
Tive uma infância de príncipe. Passei longas horas na rua, sem supervisão
parental, a me aventurar. Isso na cidade.
No campo, o cardápio era melhor. Parti o braço (uma vez) e o pulso (idem).
Tudo porque teimava em subir nas árvores. E, por falar em árvores, cheguei a
construir uma casa rudimentar no cimo de uma oliveira que aguentou apenas
duas horas. Findas as duas horas, já eu estava no chão, com os joelhos em
carne viva.
Às vezes pergunto o que aconteceria aos meus pais se o pequeno selvagem que
fui reaparecesse agora. Provavelmente, seria exibido em uma jaula, como um
King Kong pré-púbere.
“Minhas senhoras e meus senhores, vejam com os próprios olhos, uma criança
que gosta de brincar!”
Imagino a plateia, horrorizada, tapando os olhos dos filhos – ou, melhor ainda,
ligando os tablets e anestesiando-os com a dose apropriada de pixels.
E a minha mãe certamente estaria presa. Exagero? Não creio. Conta a
“Economist” dessa semana que Debra Harrell, da Carolina do Sul, foi detida por
deixar a filha de nove anos brincar no parque sem vigilância apurada.
Engraçado. Na década de 1950, uma criança tinha cinco vezes mais
possibilidades de morrer precocemente do que uma criança do século 21. Mas
os pais da “babyboom generation” deixavam as suas crianças à solta, talvez por
entenderem que uma criança é uma criança. Esses pais não eram, como diz a
revista, “pais-helicóptero”.

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Expressão feliz. Conheço vários casais que devotam aos filhos a mesma atenção
obsessiva que um pesquisador dedica aos seus ratinhos de laboratório. Gostam
de controlar tudo sobre os filhos. Como os helicópteros, estão constantemente
a planar sobre a existência dos petizes.
E quando finalmente descem a terra, é a desgraça: correm com eles para aulas
de música, caratê, natação, matemática. No regresso a casa, é ver esses
pequenos escravos, mortificados e exaustos, antes de se recolherem aos
quartos. Não sei que tipo de crianças os “pais-helicóptero” estão a produzir.
Deixo essas matérias para os especialistas. Digo apenas que a profusão de
“pais-helicóptero” é uma brutal amputação da infância e da adolescência. Para
além de corromper a relação entre pais e filhos.
Sobre a amputação, não sei que adulto eu seria se nesses primeiros anos não
houvesse a sensação de liberdade, mas também a percepção do risco, que me
acompanhava todos os dias. Apesar dos ossos que quebrei, dores foram
compensadas pela confiança que ganhei e pela intuição de que o mundo não é
uma ameaça constante, povoado por sequestradores, pedófilos ou
extraterrestres.
Mas os “pais-helicóptero” corrompem a relação essencial entre eles e os filhos.
Anos atrás, o filósofo Michael Sandel escreveu um ensaio contra o uso da
engenharia genética para produzir descendências perfeitas. Dizia Sandel que se
os pais pudessem manipular os fetos para terem superfilhos, estaria quebrada
a qualidade essencial da parentalidade: o fato de amarmos os filhos
incondicionalmente. Sejam ou não perfeitos.
Igual raciocínio é aplicável aos “pais-helicóptero”: é natural desejar o melhor
para os filhos. Porém não é natural ter com os filhos a mesma relação que existe
entre um treinador e o seu atleta, como se a vida – acadêmica, pessoal,
emocional – fosse uma mini-Olimpíada permanente.
Na minha infância, as únicas medalhas que colecionei são as cicatrizes que trago
no corpo. Não as troco por nada.
(Folha de S.Paulo, 29.07.2014. Adaptado)
Considere as expressões destacadas nas frases do texto.
I. E, por falar em árvores, cheguei a construir uma casa rudimentar no cimo
de uma oliveira que aguentou apenas duas horas.
II. Às vezes pergunto o que aconteceria aos meus pais se o pequeno selvagem
que fui reaparecesse agora.
III. Mas os pais da “babyboom generation” deixavam as suas crianças à solta,
talvez por entenderem que uma criança é uma criança.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as expressões destacadas
estão substituídas, correta e respectivamente, pelos pronomes em:
a) construí-la; lhes aconteceria; deixavam-as.

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b) construí-la; lhes aconteceria; deixavam-nas.


c) construir-lhe; os aconteceria; deixavam-nas.
d) construir-lhe; os aconteceria; deixavam-as.
e) construir-lhe; lhes aconteceria; deixavam-nas.

8) VUNESP/Aux SG (IPSMI)/IPSMI/2016
Assinale a alternativa em que a colocação dos pronomes está de acordo com a
norma-padrão da língua portuguesa.
a) Me indicaram dois livros para ler nas férias.
b) Ele nunca dedicou-se muito aos familiares.
c) Assim que avisaram-me, retornei ao hotel.
d) Eu não telefonei-lhe porque estava viajando.
e) Reservaram-lhe duas passagens aéreas.

9) VUNESP/Ana/AMLURB SP/Assistência e Desenvolvimento


Social/2016
Leia o texto para responder à questão.
O mundo vive hoje um turbilhão de sentimentos e reações no que diz respeito
aos refugiados. Trata-se de uma enorme tragédia humana, à qual temos
assistido pela TV no conforto de nossas casas.
Imagens dramáticas mostram famílias inteiras, jovens, crianças e idosos
chegando à Europa em busca de um lugar supostamente mais seguro para viver.
Embora os refugiados da Síria tenham ganhado maior destaque, existem ainda
os refugiados africanos e os latino-americanos. Dentro da América Latina,
vemos grandes migrações, uma marcha de pessoas que buscam o refúgio, mas
que terminam em uma espécie de exílio.
O Brasil, que sempre se destacou por sua capacidade de acolher diferentes
culturas, apresenta uma das sociedades com maior diversidade. Podemos
afirmar nossa capacidade de lidar com o multiculturalismo com bastante
naturalidade, embora, muitas vezes, a questão seja tratada de maneira
superficial. Por outro lado, o preconceito existente, antes disfarçado, deixou de
ser tímido e passou a se manifestar de forma aberta e hostil.
Comparado a outros países, o Brasil não recebe um número elevado de
refugiados, e a maioria da sociedade brasileira aceita-os, acreditando que é
possível fazer algo para ajudá-los, mesmo diante do momento crítico da
economia e da política.
Diante desse cenário, destacam-se as iniciativas de solidariedade, de forma
objetiva e praticada por jovens estudantes de nossas universidades. Com a

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cabeça aberta e o respeito ao diferente, muitos deles manifestam uma visão de


mundo que permite acreditar em transformações sociais de base.
(Soraia Smaili, Refugiados no Brasil: entre o exílio e a solidariedade. Em:
cartacapital.com.br. 02.02.2016. Adaptado)

Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronominal, conforme a


norma-padrão.
a) Se veem imagens dramáticas dos refugiados na TV. Não trata-se de ficção:
é a pura realidade.
b) Quando dão-se conta da situação dos refugiados, as pessoas já põem-se a
acolhê-los sem discriminação.
c) No Brasil, vê-se que o número de refugiados não é tão grande. Aceita-os,
sem restrição, boa parte da população.
d) Têm visto-se turbilhões de refugiados. O mundo os vê se deslocarem em
busca de uma vida melhor.
e) Os refugiados buscam uma vida melhor. Discriminaria-os aqueles que
desconhecem a solidariedade.

10) VUNESP/Proc Mun/Pref Rosana/2016


Leia a crônica Caso de polícia, de Ivan Angelo, e responda à questão.
Desde que viu pela primeira vez um filme policial, o rapaz quis ser um homem
da lei. Sonhava viver aventuras, do lado do bem. Botar algemas nos pulsos de
um criminoso e dizer, como nos livros: “Vai mofar na cadeia, espertinho”.
Estudou Direito com o objetivo de ser delegado de polícia. No início do curso,
até pensou em tornar-se um grande advogado criminal, daqueles que
desmontam um por um os argumentos do nobre colega, mas a partir do
segundo ano percebeu que seu negócio eram mesmo as algemas. Assim que se
formou, inscreveu-se no primeiro concurso público para delegado. Fez aulas de
defesa pessoal e tiro. Estudou tanto que passou em primeiro lugar e logo saiu
a nomeação para uma delegacia em bairro de classe média, Vila Mariana.
No dia de assumir o cargo, acordou cedo, fez a barba, tomou uma longa ducha,
reforçou o desodorante para o caso de algum embate prolongado, vestiu o
melhor terno, caprichou na gravata e olhou-se no espelho satisfeito. Encenou
um sorriso cínico imitando Sean Connery e falou:
– Meu nome é Bond. James Bond.
Na delegacia, percorreu as dependências, conheceu a equipe, conferiu as armas,
as viaturas, e sentou-se à mesa, à espera do primeiro caso. Não demorou:
levaram até ele uma senhora idosa e enfezada.

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– Doutor, estão atirando pedras no meu varal!


Adeus 007. O delegado-calouro caiu na besteira de dizer à queixosa que aquilo
não era crime.
– Não é crime? Quer dizer que podem jogar pedras no meu varal?
– Eu não posso prender ninguém por isso.
– Ah, é? Então a polícia vai permitir que continuem a jogar pedras no meu varal?
A sujar minha roupa?
James Bond não tinha respostas. Procurou saber quem jogava as pedras. A
velha senhora não sabia, mas suspeitava de alguém da casa ao lado. O delegado
mandou “convidarem” o vizinho para uma conversa e pediu que trancassem a
senhora numa sala.
– Ai, meu Deus, só falta ser um velhinho, para completar!
– murmurou o desanimado Bond.
Era um velhinho que confessou tudo dando risadinhas travessas. Repreendeu-
o com tom paterno:
– O senhor não pode fazer uma coisa dessas. Por que isso, aborrecer as
pessoas?
– É para passar o tempo. Vivo sozinho, e com isso eu me divirto um pouco, né?
O moço delegado cruzou as mãos atrás da cabeça, fechou os olhos e meditou
sobre os próximos trinta anos. Pensou também na vida, na solidão e em arranjar
uma namorada. Abriu os olhos e lá estava o velhinho.
– Pois eu vou contar uma coisa. A sua vizinha, essa do varal, está
interessadíssima no senhor, gamadona.
O velho subiu nas nuvens, encantado. Recusou-se a dar mais detalhes, mandou-
o para casa, e chamou a senhora:
– Ele esteve aqui. É um senhor de idade. Bonitão, viu?
Confessou que fez tudo por amor, para chamar a sua atenção. Percebeu que
uma chama romântica brilhou nos olhos dela.
Caso encerrado.
(Humberto Werneck, Org. Coleção melhores crônicas – Ivan Angelo. Global,
2007. Adaptado)

Considere os trechos destacados na frase a seguir.


Na delegacia, vagarosamente percorreu as dependências, cumprimentou todos
da equipe, decidiu conferir as armas e as viaturas e sentou-se à mesa, onde
aguardou o seu primeiro caso.

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Assinale a alternativa em que os pronomes estão adequadamente colocados na


frase e substituem, correta, respectivamente e de acordo com a norma-padrão
da língua portuguesa, as expressões destacadas.
a) Na delegacia, vagarosamente as percorreu, cumprimentou-os, decidiu
conferi-las e sentou-se à mesa, onde o aguardou.
b) Na delegacia, vagarosamente as percorreu, cumprimentou-os, decidiu
conferir-lhes e sentou-se à mesa, onde aguardou-o.
c) Na delegacia, vagarosamente as percorreu, cumprimentou-lhes, decidiu
conferi-las e sentou-se à mesa, onde aguardou-o.
d) Na delegacia, vagarosamente percorreu-as, cumprimentou-lhes, decidiu
conferi-las e sentou-se à mesa, onde o aguardou.
e) Na delegacia, vagarosamente percorreu-as, cumprimentou-os, decidiu
conferir-lhes e sentou-se à mesa, onde aguardou-o.

11) FCC/TJ/TST/Administrativa/2012
Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.

Todos os jogos se compõem de duas partes: um jogo exterior e um jogo interior.


O exterior é jogado contra um adversário para superar obstáculos exteriores e
atingir uma meta externa. Para o domínio desse jogo, especialistas dão
instruções sobre como utilizar uma raquete ou um taco e como posicionar os
braços, as pernas ou o tronco para alcançar os melhores resultados. Mas, por
algum motivo, a maioria das pessoas têm mais facilidade para lembrar estas
instruções do que para executá-las.
Minha tese é que não encontraremos maestria nem satisfação em algum jogo
se negligenciarmos as habilidades do jogo interior. Este é o jogo que se
desenrola na mente do jogador, e é jogado contra obstáculos como falta de
concentração, nervosismo, ausência de confiança em si mesmo e
autocondenação. Em resumo, este jogo tem como finalidade superar todos os
hábitos da mente que inibem a excelência do desempenho.
Muitas vezes nos perguntamos: Por que jogamos tão bem num dia e tão mal no
outro? Por que ficamos tensos numa competição ou desperdiçamos jogadas
fáceis? Por que demoramos tanto para nos livrar de um mau hábito e aprender
um novo? As vitórias no jogo interior talvez não acrescentem novos troféus,
mas elas trazem recompensas valiosas, que são permanentes e que contribuem
de forma significativa para nosso sucesso posterior, tanto na quadra como fora
dela.
(Adaptado de W. Timothy Gallwey. O jogo interior de tênis. Trad. de Mario R.
Krausz. S.Paulo: Textonovo, 1996. p.13)
Substituindo-se os elementos grifados em segmentos do texto, com os ajustes
necessários, ambos os pronomes foram empregados corretamente em:

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a) como posicionar os braços / alcançar os melhores resultados = como


posicioná-los / alcançar-lhes
b) não encontraremos maestria / negligenciarmos as habilidades = não
encontraremo-la / negligenciarmo-nas
c) especialistas dão instruções / como utilizar uma raquete = especialistas dão-
nas / como utilizá-la
d) superar obstáculos exteriores / atingir uma meta externa = superar-nos
/ atingi-la
e) não acrescentem novos troféus / elas trazem recompensas = não lhes
acrescentem / elas as trazem

12) FCC/EST/BB/2012
Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.
Da solidão
Há muitas pessoas que sofrem do mal da solidão. Basta que em redor delas se
arme o silêncio, que não se manifeste aos seus olhos nenhuma presença
humana, para que delas se apodere imensa angústia: como se o peso do céu
desabasse sobre a sua cabeça, como se dos horizontes se levantasse o anúncio
do fim do mundo.
No entanto, haverá na terra verdadeira solidão? Tudo é vivo e tudo fala, em
redor de nós, embora com vida e voz que não são humanas, mas que podemos
aprender a escutar, porque muitas vezes essa linguagem secreta ajuda a
esclarecer o nosso próprio mistério.
Pintores e fotógrafos andam em volta dos objetos à procura de ângulos, jogos
de luz, eloquência de formas, para revelarem aquilo que lhes parece não o mais
estático dos seus aspectos, mas o mais comunicável, o mais rico de sugestões,
o mais capaz de transmitir aquilo que excede os limites físicos desses objetos,
constituindo, de certo modo, seu espírito e sua alma.
Façamo-nos também desse modo videntes: olhemos devagar para a cor das
paredes, o desenho das cadeiras, a transparência das vidraças, os dóceis panos
tecidos sem maiores pretensões. Não procuremos neles a beleza que arrebata
logo o olhar: muitas vezes seu aspecto – como o das criaturas humanas – é
inábil e desajeitado. Amemos nessas humildes coisas a carga de experiências
que representam, a repercussão, nelas sensível, de tanto trabalho e história
humana. Concentradas em sua essência, só se revelam quando nossos sentidos
estão aptos para as descobrirem. Em silêncio, nos oferecerão sua múltipla
companhia, generosa e quase invisível.
(Adaptado de Cecília Meireles, Escolha o seu sonho)

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Solidão? Muitos de nós tememos a solidão, julgamos invencível a solidão,


atribuímos à solidão os mais terríveis contornos, mas nunca estamos
absolutamente sós no mundo.
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos
sublinhados, na ordem dada, por:
a) lhe tememos - a julgamos invencível - a atribuímos
b) tememo-la – julgamo-la - invencível atribuímo-la
c) tememos a ela – lhe julgamos invencível – lhe atribuímos
d) a tememos – julgamo-la invencível - atribuímos-lhe
e) a tememos – julgamos invencível a ela – lhe atribuímos

13) FCC/Aux. Judiciário/TRF 2/Administrativa/2007


A fronteira da biodiversidade é azul. Atrás das ondas, mais do que em qualquer
outro lugar do planeta, está o maior número de seres vivos a descobrir. Os
mares parecem guardar as respostas sobre a origem da vida e uma potencial
revolução para o desenvolvimento de medicamentos, cosméticos e materiais
para comunicações. Sabemos mais sobre a superfície da Lua e de Marte do que
do fundo do mar. Os oceanos são hoje o grande desafio para a conservação e o
conhecimento da biodiversidade, e os especialistas sabem que ela é muitas
vezes maior do que hoje conhecemos. Das planícies abissais - o verdadeiro
fundo do mar, que ocupa a maior parte da superfície da Terra - vimos menos
de 1%. Hoje sabemos que essa planície, antes considerada estéril, está cheia
de vida. Nos últimos anos, não só se fizeram novos registros, como também se
descobriram novas espécies de peixes e invertebrados marinhos - como
estrelas-do-mar, corais, lulas e crustáceos. Em relação à pesca, porém, há más
notícias. Pesquisadores alertam que diversidade não é sinônimo de abundância.
Há muitas espécies, mas as populações, em geral, não são grandes.
A mais ambiciosa empreitada para conhecer a biodiversidade dos oceanos é o
Censo da Vida Marinha, que reúne 1.700 cientistas de 75 países e deverá estar
pronto em 2010. Sua meta é inventariar toda a vida do mar, inclusive os micro-
organismos, grupo que representa a maior biomassa da Terra. Uma pequena
arraia escura, em forma de coração, é a mais nova integrante da lista de peixes
brasileiros. Ela foi coletada entre os Estados do Rio de Janeiro e do Espírito
Santo, a cerca de 900 metros de profundidade. Como muitas espécies marinhas
recém-identificadas, esta também é uma habitante das trevas.
O mar oferece outros tipos de riqueza. Estudos feitos no exterior revelaram
numerosas substâncias extraídas de animais marinhos e com aplicação
comercial. Há substâncias de poderosa ação antiviral e até mesmo
anticancerígena. Há também uma esponja cuja estrutura inspirou fibras óticas
que transmitem informação com mais eficiência. Outros compostos recém-
descobertos de bactérias são transformados em cremes protetores contra raios

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ultravioleta. Vermes que devoram ossos de baleias produzem um composto com


ação detergente. Já o coral-bambu é visto como um substituto potencial para
próteses ósseas.
(Adaptado de Ana Lucia Azevedo. Revista O Globo. 19 de março de 2006,
p.1821)
A substituição do segmento grifado pelo pronome correspondente está feita de
modo INCORRETO em:
a) parecem guardar as respostas = parecem guardá-las.
b) que ocupa a maior parte da superfície da Terra = que a ocupa.
c) oferece outros tipos de riqueza = oferece-os.
d) revelaram numerosas substâncias = revelaram-nas.
e) produzem um composto = produzem-lhe.

14) FCC/Analista Judiciário/TRT 16/Administrativa/2014


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo − um fragmento
de O espírito das leis, obra clássica do filósofo francês Montesquieu, publicada
em 1748.
[Do espírito das leis]
Falta muito para que o mundo inteligente seja tão bem governado quanto o
mundo físico, pois ainda que o mundo inteligente possua também leis que por
sua natureza são invariáveis, não as segue constantemente como o mundo físico
segue as suas. A razão disso reside no fato de estarem os seres particulares
inteligentes limitados por sua natureza e, consequentemente, sujeitos a erro;
e, por outro lado, é próprio de sua natureza agirem por si mesmos. (...)
O homem, como ser físico, tal como os outros corpos da natureza, é governado
por leis invariáveis. Como ser inteligente, viola incessantemente as leis que
Deus estabeleceu e modifica as que ele próprio estabeleceu. Tal ser poderia, a
todo instante, esquecer seu criador − Deus, pelas leis da religião, chamou-o a
si; um tal ser poderia, a todo instante, esquecer-se de si mesmo − os filósofos
advertiram-no pelas leis da moral.
(Montesquieu − Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 33 e 34)
As leis humanas são falíveis, os homens desrespeitam as leis humanas e
destituem as leis humanas do sentido de uma profunda equidade que deveria
reger as leis humanas.
Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os elementos
sublinhados, na ordem dada, por:
a) desrespeitam a elas – destituem-nas − deveria reger-lhes
b) desrespeitam-lhes − as destituem − deveria regê-las

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c) desrespeitam-nas − lhes destituem − lhes deveria reger


d) lhes desrespeitam – destituem-lhes − deveria regê-las
e) desrespeitam-nas – destituem-nas − as deveria reger

15) FCC/Analista Judiciário/TRT 1/Apoio


Especializado/Tecnologia da Informação/2014
Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.
Novas fronteiras do mundo globalizado
Apesar do desenvolvimento espetacular das tecnologias, não devemos imaginar
que vivemos em um mundo sem fronteiras, como se o espaço estivesse
definitivamente superado pela velocidade do tempo. Seria mais correto dizer
que a modernidade, ao romper com a geografia tradicional, cria novos limites.
Se a diferença entre o “Primeiro” e o “Terceiro” mundo é diluída, outras surgem
no interior deste último, agrupando ou excluindo as pessoas.
Nossa contemporaneidade faz do próximo o distante, separando-nos daquilo
que nos cerca, ao nos avizinhar de lugares remotos. Neste caso, não seria o
outro aquilo que o “nós” gostaria de excluir? Como o islamismo (associado à
noção de irracionalidade), ou os espaços de pobreza (África, setores de países
em desenvolvimento), que apesar de muitas vezes próximos se afastam dos
ideais cultivados pela modernidade.
(Adaptado de: ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. São Paulo: Brasiliense,
1994, p. 220)
As novas tecnologias estão em vertiginoso desenvolvimento, mas não tomemos
as novas tecnologias como um caminho inteiramente seguro, pois falta às novas
tecnologias, pela velocidade mesma com que se impõem, o controle ético que
submeta as novas tecnologias a um padrão de valores humanistas.
Para evitar as viciosas repetições do texto acima é preciso substituir os
segmentos sublinhados, na ordem dada, pelas seguintes formas:
a) lhes tomemos – falta-lhes – submeta-lhes
b) tomemos a elas − lhes falta − lhes submeta
c) as tomemos – falta-lhes − as submeta
d) lhes tomemos − lhes falta − as submeta
e) as tomemos − falta a elas – submeta-las

16) FCC/Analista Judiciário/TRE AP/Judiciária/2006


Atenção: Para responder à questão, considere a crônica (Texto I) e o poema
(Texto II) que seguem.

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Texto I
O jivaro
Um sr. Matter, que fez uma viagem de exploração à América do Sul, conta a um
jornal sua conversa com um índio jivaro, desses que sabem reduzir a cabeça de
um morto até ela ficar bem pequenina. Queria assistir a uma dessas operações,
e o índio lhe disse que exatamente ele tinha contas a acertar com um inimigo.
O Sr. Matter:
− Não, não! Um homem, não. Faça isso com a cabeça de um macaco.
E o índio:
− Por que um macaco? Ele não me fez nenhum mal!
(Rubem Braga, Recado de primavera)
Texto II
Anedota búlgara
Era uma vez um czar naturalista que caçava homens. Quando lhe disseram que
também se caçam borboletas [e andorinhas ficou muito espantado e achou uma
barbaridade.
(Carlos Drummond de Andrade, Alguma poesia)
O czar caçava homens, não ocorrendo ao czar que, em vez de homens, se
caçassem andorinhas e borboletas, parecendo-lhe uma barbaridade levar
andorinhas e borboletas à morte.
Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se, de forma
correta, os elementos sublinhados por, respectivamente,
a) não o ocorrendo de tais levá-las.
b) não ocorrendo-lhe dos mesmos levar-lhes.
c) lhe não ocorrendo destes as levar-lhes.
d) não ocorrendo-o dos cujos as levarem.
e) não lhe ocorrendo destes levá-las.

17) FCC/AFTE/SEFAZ PE/2014


Instruções: A questão refere-se ao texto abaixo.
Não há hoje no mundo, em qualquer domínio de atividade artística, um artista
cuja arte contenha maior universalidade que a de Charles Chaplin. A razão vem
de que o tipo de Carlito é uma dessas criações que, salvo idiossincrasias muito
raras, interessam e agradam a toda a gente. Como os heróis das lendas
populares ou as personagens das velhas farsas de mamulengos.

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Carlito é popular no sentido mais alto da palavra. Não saiu completo e definitivo
da cabeça de Chaplin: foi uma criação em que o artista procedeu por uma
sucessão de tentativas erradas.
Chaplin observava sobre o público o efeito de cada detalhe.
Um dos traços mais característicos da pessoa física de Carlito foi achado casual.
Chaplin certa vez lembrou-se de arremedar a marcha desgovernada de um
tabético. O público riu: estava fixado o andar habitual de Carlito.
O vestuário da personagem − fraquezinho humorístico, calças lambazonas,
botinas escarrapachadas, cartolinha − também se fixou pelo consenso do
público.
Certa vez que Carlito trocou por outras as botinas escarrapachadas e a clássica
cartolinha, o público não achou graça: estava desapontado. Chaplin eliminou
imediatamente a variante. Sentiu com o público que ela destruía a unidade física
do tipo. Podia ser jocosa também, mas não era mais Carlito.
Note-se que essa indumentária, que vem dos primeiros filmes do artista, não
contém nada de especialmente extravagante. Agrada por não sei quê de
elegante que há no seu ridículo de miséria. Pode-se dizer que Carlito possui o
dandismo do grotesco.
Não será exagero afirmar que toda a humanidade viva colaborou nas salas de
cinema para a realização da personagem de Carlito, como ela aparece nessas
estupendas obras-primas de humor que são O garoto, Em busca do ouro e O -
circo.
Isto por si só atestaria em Chaplin um extraordinário discernimento psicológico.
Não obstante, se não houvesse nele profundidade de pensamento, lirismo,
ternura, seria levado por esse processo de criação à vulgaridade dos artistas
medíocres que condescendem com o fácil gosto do público.
Aqui é que começa a genialidade de Chaplin. Descendo até o público, não só
não se vulgarizou, mas ao contrário ganhou maior força de emoção e de poesia.
A sua originalidade extremou-se. Ele soube isolar em seus dados pessoais, em
sua inteligência e em sua sensibilidade de exceção, os elementos de irredutível
humanidade. Como se diz em linguagem matemática, pôs em evidência o fator
comum de todas as expressões humanas.
(Adaptado de: Manuel Bandeira. “O heroísmo de Carlito”. Crônicas da
província do Brasil. 2. ed. São Paulo, Cosac Naify, 2006, p. 21920)
A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente foi realizada
de modo INCORRETO em:
a) arremedar a marcha desgovernada de um tabético = arremedá-la
b) trocou por outras as botinas escarrapachadas = trocou-as por outras
c) ela destruía a unidade física do tipo = ela a destruía

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d) pôs em evidência o fator comum = pô-lo em evidência


e) eliminou imediatamente a variante = eliminou-na

18) FCC/AJ/TRE-RS/Judiciária/2010

A frase em total concordância com o padrão culto escrito é:

a) Dirigimo-nos a V.Sa. para solicitar que, em vossa apreciação do documento,


haja bastante precisão quanto aos pontos que quereis ver alterados.

b) Senhor Ministro, sabemos todos que Vossa Excelência jamais fizestes


referência desairosa ao poder legislativo, mas desejamos pedir-lhe que desfaça
o mal-entendido.

c) Ao encontrar-se com Sua Magnificência, não se conteve: − Senhor Reitor,


sou o mais novo membro do corpo docente e vos peço um minuto de sua
atenção.

d) Assim que terminou a cerimônia, disse à Sua Santidade: − Ponho-me a vossa


disposição se acaso deseje mandar uma mensagem ao povo brasileiro.

e) Entendemos que V.Exa. necessita de mais dados sobre a questão em debate


e, assim, lhe pedimos que nos conceda um prazo para que o documento seja
mais bem elaborado.

19) FCC/TJ/TST/Administrativa/Segurança Judiciária/2012

Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.

Os cursos universitários à distância costumavam ser malvistos na academia


brasileira. Lutava-se contra a sua regulamentação, que só se deu em 1996. A
má fama dessa modalidade em que o aluno se forma praticamente sem ir à
universidade − já tão disseminada em países de educação de alto nível −
persiste até hoje no Brasil. Em parte, pela resistência de uma turma aferrada à
velha ideia de que ensino bom, só na sala de aula. Mas também pelo
desconhecimento que ainda paira sobre esses cursos. Uma nova pesquisa,
conduzida pela Fundação Victor Civita, retirou um conjunto deles dessa zona de
sombra, produzindo um estudo que rastreou as fragilidades e o que dá certo e
pode ser exemplar para os demais. Durante cinco meses, os especialistas
analisaram os cursos de oito faculdades (públicas e particulares) que oferecem
graduação a distância em pedagogia, a área que, de longe, atrai mais alunos.
O retrato que emerge daí ajuda a desconstruir a visão de que esses cursos
fornecem educação superior de segunda classe. Em alguns casos, eles já
chegam a ombrear com tradicionais ilhas de excelência. Mas, no geral, resta
muito que avançar.

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À luz das boas experiências, não há dúvida sobre os caminhos que elevam o
nível. Os melhores cursos souberam implementar o mais básico. "Não dá para
deixar o aluno por si só o tempo inteiro. É preciso fazer uso constante da
tecnologia para conectá-lo ao professor”, alerta a doutora em educação
Elizabeth Almeida, coordenadora da pesquisa. Isso significa, por exemplo, usar
a internet para envolver os estudantes em debates liderados por um mestre
que, se bem treinado, pode alçar a turma a um novo patamar. Outra fragilidade
brasileira diz respeito ao tutor, profissional que deve guiar os estudantes nos
desafios intelectuais. Muitos aqui não estão preparados para a função, como
enfatiza a pesquisa. Os casos bem-sucedidos indicam ainda a relevância de o
aluno não ir à faculdade apenas para fazer prova ou assistir a aulas esporádicas
nas telessalas, como é usual. Ele precisa ser também incentivado a visitar à
vontade a biblioteca e os laboratórios.

No Brasil, até uma década atrás, os cursos de graduação a distância estavam


em instituições pequenas e pouco conhecidas. Hoje, esparramaram-se pelas
grandes e vão absorver quase um terço dos universitários até 2015. São
números que reforçam a premência da busca pela excelência.

(Adaptado de VEJA. ano 45, n. 31, 1o de agosto de 2012. p. 114)

Fazendo-se as alterações necessárias, o segmento grifado está substituído


corretamente por um pronome em:

a) alçar a turma = alçar-lhe

b) retirou um conjunto deles = retirou-nos

c) guiar os estudantes = guiar-os

d) desconstruir a visão = desconstruir-lhe

e) analisaram os cursos de oito faculdades = analisaram-nos

20) FCC/ACE/TCE-CE/Controle Externo/Auditoria


Governamental/2015

Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.

Eduardo Coutinho, artista generoso

Uma das coisas mais bonitas e importantes da arte do cineasta Eduardo


Coutinho, mestre dos documentários, morto em 2014, está em sua recusa aos
paradigmas que atropelam nossa visão de mundo. Em vez de contemplar a
distância grupos, classes ou segmentos, ele vê de perto pessoa por pessoa,
surpreendendo-a, surpreendendo-se, surpreendendo-nos. Não lhe dizem nada
expressões coletivistas como “os moradores do Edifício”, os “peões de fábrica”,

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“os sertanejos nordestinos”: os famigerados “tipos sociais”, usualmente


enquadrados por chavões, dão lugar ao desafio de tomar o depoimento vivo de
quem ocupa aquela quitinete, de investigar a fisionomia desse operário que está
falando, de repercutir as palavras e os silêncios do morador de um povoado da
Paraíba.

Essa dimensão ética de discernimento e respeito pela condição singular do outro


deveria ser o primeiro passo de toda política. Nem paternalismo, nem admiração
prévia, nem sentimentalismo: Coutinho vê e ouve, sabendo ver e ouvir, para
conhecer a história de cada um como um processo sensível e inacabado, não
para ajustar ou comprovar conceitos. Sua obsessão pela cena da vida é similar
à que tem pela arte, o que torna quase impossível, para ele, distinguir uma da
outra, opor personagem a pessoa, contrapor fato a perspectiva do fato. Fazendo
dessa obsessão um eixo de sua trajetória, Coutinho viveu como um
homem/artista crítico para quem já existe arte encarnada no corpo e suspensa
no espírito do outro: fixa a câmera, abre os olhos e os ouvidos, apresenta-se,
mostra-se, mostra-o, mostra-nos.

(Armindo Post, inédito)

Está plenamente adequado o emprego de ambos os elementos sublinhados na


seguinte frase:

a) A perspectiva ética aonde Coutinho manifesta todo o respeito pela pessoa


que retrata é uma das características nas quais seus filmes se distinguem.

b) O paternalismo e o sentimentalismo, posições das quais muitos se agarram


para tratar o outro, não são atitudes por onde Coutinho tenha mostrado
qualquer inclinação.

c) As expressões coletivistas, com cujas Coutinho jamais se entusiasmou, são


chavões em que se deixam impressionar as pessoas de julgamento mais
apressado.

d) As pessoas por quem Coutinho se interessasse eram retratadas de modo a


ter destacados os atributos pelos quais ele se deixara atrair.

e) Os paradigmas já mecanizados, nos quais muitos se deixam nortear, não


mereciam de Coutinho nenhum crédito, pois só lhe importava a singularidade
de cuja as pessoas são portadoras.

21) FCC/TJ/TRT 6/Administrativa/Segurança/2012

Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

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Os livros de história sempre tiveram dificuldade em falar de mulheres que não


respeitam os padrões de gênero, e em nenhuma área essa limitação é tão
evidente como na guerra e no que se refere ao manejo de armas.

No entanto, da Antiguidade aos tempos modernos a história é fértil em relatos


protagonizados por guerreiras. Com efeito, a sucessão política regularmente
coloca uma mulher no trono, por mais desagradável que essa verdade soe.
Sendo as guerras insensíveis ao gênero e ocorrendo até mesmo quando uma
mulher dirige o país, os livros de história são obrigados a registrar certo número
de guerreiras levadas, consequentemente, a se comportar como qualquer
Churchill, Stálin ou Roosevelt. Semíramis de Nínive, fundadora do Império
Assírio, e Boadiceia, que liderou uma das mais sangrentas revoltas contra os
romanos, são dois exemplos. Esta última, aliás, tem uma estátua à margem do
Tâmisa, em frente ao Big Ben, em Londres. Não deixemos de cumprimentá-la
caso estejamos passando por ali.

Em compensação, os livros de história são, em geral, bastante discretos sobre


as guerreiras que atuam como simples soldados, integrando os regimentos e
participando das batalhas contra exércitos inimigos em condições idênticas às
dos homens. Essas mulheres, contudo, sempre existiram. Praticamente
nenhuma guerra foi travada sem alguma participação feminina.

(Adaptado de Stieg Larsson. A rainha do castelo de ar. São Paulo: Cia. das
Letras, 2009. p. 78)

Levando-se em conta as alterações necessárias, o termo grifado foi


corretamente substituído por um pronome em:

a) coloca uma mulher no trono = coloca-na no trono

b) dirige o país = lhe dirige

c) integrando os regimentos = integrando-lhes

d) liderou uma das mais sangrentas revoltas = liderou-na

e) registrar certo número de guerreiras = registrá-lo

22) FCC/TL/ALE-RN/Técnico Legislativo/2013

Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

Muito antes de Einstein contestar a ideia de tempo absoluto, muitas culturas do


passado intuíam que, nessa matéria, tudo é relativo. A maré segue o relógio da
lua. A noite traz o dia, mas depois se seguirá outra noite. Uma estação do ano
é substituída por outra. Depois da lua cheia virá a lua nova. Tudo se renova.
Repetidamente.

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A ideia de que o tempo tem uma direção, é irreversível, e caminha em linha reta
não era uma unanimidade – tampouco uma obviedade. As marés, os solstícios,
as estações, a movimentação dos astros no céu e o próprio comportamento
biológico (o ciclo menstrual, as etapas de amadurecimento do corpo) fizeram
muitos povos da Antiguidade sentir o tempo em termos de ritmos orgânicos,
como se sua natureza fosse circular e repetitiva.

Os maias achavam que a história se repetiria a cada 260 anos. Esse período
recebia o nome de lamat, após o qual o primeiro dia voltaria a acontecer. Os
estoicos achavam que, toda vez que os planetas se alinhassem, retomando a
mesma posição que ocupavam no início dos tempos, o Cosmo seria recriado.
Não é por acaso que toda a trama de uma típica peça de teatro grego se resolvia
num único dia – o tempo representado se fecha sobre si mesmo, ao encerrar
um ciclo de representação.

Antes do Cristianismo, só os hebreus e os persas zoroastrianos adotavam a


percepção progressiva do tempo. A crença no nascimento, morte e ressurreição
de Cristo como fatos únicos, que não se repetiriam, foram se incorporando ao
cotidiano ocidental com a popularização da Igreja. Aos poucos, as culturas que
residualmente cultuavam um eterno retorno passaram a considerar que o tempo
se movimenta de um passado para um futuro.

Uma outra sensação passava a dominar. A linguagem preservou tais sensações


culturais em torno do tempo. Muitas palavras que indicam duração tinham
outros sentidos antes do tempo linear ganhar relevância cultural no Ocidente.
Mar vem do latim mare ou maris. Vento vem de ventus, respiração dos mares
e de toda a terra. Da costa que banhou o latim e o grego estalaram ondas e
ventanias de palavras, ecos da importância do oceano e dos ventos no cotidiano
greco-latino. Assim, a palavra oportunidade, variante do latim opportunus, que
significava em direção ao porto. São, de fato, oportunos os ventos que nos
levam a bom porto. Em latim pré-clássico, essa palavra nomeava os ventos
mediterrâneos que enfunavam as velas dos barcos.

(Luiz Costa Pereira Junior. Língua Portuguesa Especial. Etimologia. São Paulo:
Segmento, ano I, janeiro 2006, p. 38 e 39, com adaptações)

O segmento grifado nas expressões abaixo está corretamente substituído pelo


pronome correspondente em:

a) que enfunavam as velas dos barcos = enfunavam-nos

b) sentir o tempo em termos de ritmos orgânicos = sentir-lhe

c) só os hebreus e os persas zoroastrianos adotavam a percepção progressiva


do tempo = adotavam-a

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d) A linguagem preservou tais sensações culturais em torno do tempo =


preservou-o

e) as culturas que residualmente cultuavam um eterno retorno = cultuavam-no

23) FCC/AJ/TRT 2/Administrativa/2014

Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.

Questão de gosto

A expressão parece ter sido criada para encerrar uma discussão. Quando
alguém apela para a tal da “questão de gosto”, é como se dissesse: “chega de
conversa, inútil discutir”. A partir daí nenhuma polêmica parece necessária, ou
mesmo possível. “Você gosta de Beethoven? Eu prefiro ouvir fanfarra de
colégio.” Questão de gosto.

Levada a sério, radicalizada, a “questão de gosto” dispensa razões e


argumentos, estanca o discurso crítico, desiste da reflexão, afirmando
despoticamente a instância definitiva da mais rasa subjetividade. Gosto disso,
e pronto, estamos conversados. Ao interlocutor, para sempre desarmado, resta
engolir em seco o gosto próprio, impedido de argumentar. Afinal, gosto não se
discute.

Mas se tudo é questão de gosto, a vida vale a morte, o silêncio vale a palavra,
a ausência vale a presença − tudo se relativiza ao infinito. Num mundo sem
valores a definir, em que tudo dependa do gosto, não há lugar para uma razão
ética, uma definição de princípios, uma preocupação moral, um empenho numa
análise estética. O autoritarismo do gosto, tomado em sentido absoluto, apaga
as diferenças reais e proclama a servidão ao capricho. Mas há quem goste das
fórmulas ditatoriais, em vez de enfrentar o desafio de ponderar as nossas
contradições.

(Emiliano Barreira, inédito)

Muita gente não enfrenta uma argumentação, prefere substituir uma


argumentação pela alegação do gosto, atribuindo ao gosto o valor de um
princípio inteiramente defensável, em vez de tomar o gosto como uma instância
caprichosa.

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos


sublinhados por, respectivamente,

a) substituir-lhe – atribuindo-o - tomá-lo

b) substituí-la – atribuindo-lhe - tomá-lo

c) substituí-la – lhe atribuindo - tomar-lhe

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d) substituir a ela – atribuindo a ele – lhe tomar

e) substituir-lhe – atribuindo-lhe – tomar-lhe

24) FCC/AP/MANAUSPREV/Administrativa/2015

Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

Numa definição solta, a floresta tropical é um tapete multicolorido, estruturado


e vivo, extremamente rico. Uma colônia extravagante de organismos que
saíram do oceano há 400 milhões de anos e vieram para a terra. Dentro das
folhas ainda existem condições semelhantes às da primordial vida marinha.
Funciona assim como um mar suspenso, que contém uma miríade de células
vivas, muito elaborado e adaptado. Em temperatura ambiente, usando
mecanismos bioquímicos de complexidade quase inacessível, processam-se
átomos e moléculas, determinando e regulando fluxos de substâncias e
energias.

A mítica floresta amazônica vai muito além de um museu geográfico de espécies


ameaçadas e representa muito mais do que um simples depósito de carbono.
Evoluída nos últimos 50 milhões de anos, a floresta amazônica é o maior parque
tecnológico que a Terra já conheceu, porque cada organismo seu, entre trilhões,
é uma maravilha de miniaturização e automação. Qualquer apelo que se faça
pela valorização da floresta precisa recuperar esse valor intrínseco.

Cada nova iniciativa em defesa da floresta tem trilhado os mesmos caminhos e


pressionado as mesmas teclas. Neste comportamento, identificamos o que
Einstein definiu como a própria insanidade: “fazer a mesma coisa, de novo,
esperando resultados diferentes”.

Análises abrangentes mostram numerosas oportunidades para a harmonização


dos interesses da sociedade contemporânea com uma Amazônia viva e vigorosa.
Para chegarmos lá, é preciso compenetração, modéstia, dedicação e
compromisso com a vida. Com os recursos tecnológicos disponíveis, podemos
agregar inteligência à ocupação, otimizando um novo uso do solo, que abra
espaço para a reconstrução ecológica da floresta. Podemos também revelar
muitos outros segredos ainda bem guardados da resiliente biologia tropical e,
com isso, ir muito além de compreender seus mecanismos.

A maioria dos problemas atuais podem se resolver por meio dos diversos
princípios que guiam o funcionamento da natureza. Uma lista curta desses
princípios, arrolados pela escritora Janine Benyus, constata que a natureza é
propelida pela luz solar; utiliza somente a energia de que necessita; recicla
todas as coisas; aposta na diversidade; demanda conhecimento local; limita os
excessos internamente; e aproveita o poder dos limites.

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(Adaptado de: NOBRE, Antônio Donato. O Futuro Climático da Amazônia.


Disponível em: www.ccst.inpe.br)

Considere:

recuperar esse valor intrínseco

mostram numerosas oportunidades

compreender seus mecanismos

Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos sublinhados acima foram


corretamente substituídos por um pronome, na ordem dada, em:

a) o recuperar − mostram-lhes − os compreender

b) lhe recuperar − as mostram − compreendê-los

c) recuperar-lhe − mostram-nas − compreender-lhes

d) recuperá-lo − mostram-nas − compreendê-los

e) recuperá-lo − lhes mostram − lhes compreender

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11 – Gabarito

1 E 7 B 13 E 19 E
2 B 8 E 14 E 20 D
3 C 9 C 15 C 21 E
4 B 10 A 16 E 22 E
5 E 11 C 17 E 23 B
6 D 12 D 18 E 24 D

12 – Referencial Bibliográfico

1. CEGALLA, DOMINGOS PASCHOAL - Novíssima Gramática da Língua


Portuguesa, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 2008.
2. BECHARA, EVANILDO – Moderna Gramática Portuguesa, Nova Fronteira,
Rio de Janeiro, 2009.

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