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Ouro Preto
2013
Presidente da FIEMG
Olavo Machado Júnior
Ouro Preto
2013
© 2013 SENAI. Departamento Regional de Minas Gerais
SENAI/MG
SENAI Ouro Preto CFP
Ficha catalográfica
____________________________________________________
S474t SENAI-MG
Tecnologia dos Materiais / SENAI-MG. Ouro
Preto, 2013
84 p.
CDU: 620.1
____________________________________________________
SENAI FIEMG
Serviço Nacional de Aprendizagem Bairro Funcionários
Industrial 30110-916 – Belo Horizonte
Departamento Regional de Minas Minas Gerais
Gerais Av. do Contorno, 4456
LISTA DE FIGURAS
7 CURVA TTT...................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 82
PREFÁCIO
Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e
laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.
O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre os
diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada!
Gerência de Educação Profissional
APRESENTAÇÃO
1 .1 Materiais metálicos
12
Aço – liga de Fé e C com C<2% - material tenaz, de excelentes
propriedades, de fácil trabalho, podendo também ser forjável.
Ferro fundido – liga de Fé e C com 2<C<5% - material amplamente
empregado na construção mecânica, e que, mesmo não possuindo a resistência do
aço, pode substituí-lo em diversas aplicações, muitas vezes com grande vantagem.
Como esses materiais são fáceis de serem trabalhados, com eles é
construída a maior parte de máquinas, ferramentas, estruturas, bem como
instalações que necessitam materiais de grande resistência.
13
2 OS ÁTOMOS E AS MOLÉCULAS
14
Figura 2 - Elementos da crosta terrestre
Fonte: GERKEN, 2004, p. 23.
15
2 .3 As forças intermoleculares
Essas forças respondem por certas propriedades da matéria que nos são
bastante familiares. Por exemplo, a coesão dos sólidos, ou seja, o ato de um sólido
oferecer resistência a ruptura se deve à atração entre as moléculas que o
constituem.
No interior de todo o corpo seja ele líquido, sólido ou gasoso, as
moléculas não permanecem imóveis, mas estão em continuo movimento e se agitam
com uma energia que cresce quando a temperatura do corpo aumenta. Esse
movimento incessante é chamado de movimento molecular ou movimento de
agitação térmica.
16
Se numa substância, a agitação das moléculas é mais intensa, separando
ligeiramente o efeito da força de coesão. Quando isso ocorre, as moléculas já não se
matem confinadas em posições fixas, mas conseguem deslizar uma sobre as outras,
sem que a distância intermolecular varie muito. Um corpo que se apresente nessas
condições é considerado liquido. Os líquidos não tem forma própria, mas assumem a
forma do recipiente que os contém.
De um modo geral, as partículas que compõem uma substância podem se
organizar de diferentes formas. Essas diferentes formas estão relacionadas ao seu
estado físico.
As partículas podem estar mais unidas ou mais afastadas, de acordo com
as condições de temperatura e de pressão a que a matéria esteja sendo submetida.
Alterando essas condições, podemos efetuar mudanças no estado físico
da matéria.Basicamente, os estados físicos da matéria são três: sólido, líquido e
gasoso.
2.4.2 Os cristais
17
planas e ângulos bem definidos. Às vezes, contudo, essa aparência não e assim tão
evidente. O corpo apresenta-se como um agregado dos diversos cristais minúsculos,
só distinguíveis ao microscópio.
Embora a apresentação externa lhes dê uma aparência de corpo amorfo,
a maioria dos sólidos possui uma estrutura cristalina. Por outro lado, cada
substancia tem uma maneira peculiar de cristalizar, maneira que é uma das
propriedades características da substancia. O tamanho dos cristais de uma
determinada espécie química pode variar muito, dependendo, sobretudo, das
condições em que se formam. Geralmente um processo lento dá lugar a cristais
maiores, enquanto uma solidificação mais rápida resulta cristais minúsculos. Lento
resfriamento de material fundido que veio a solidificar-se na crosta terrestre deu
origem aos minerais que decorrem em cristais maiores e bem definidos.
18
Tabela 1 - Características de estruturas cristalinas
19
Figura 7 - Estrutura do cobre
Fonte: UFSC, [s.d.], p. 5.
20
2.4.5 Hexagonal compacto (HC)
Nessa célula unitária, os átomos estão mais agrupados que nas células
cúbicas. A célula unitária pode ser explicada através de três planos A, B e C
conforme esquemas a seguir.
Figura 9 - Estrutura HC
Fonte: OBJETIVO, 2010, p. 2.
Cada átomo está rodeado por 12 outros átomos (NC = 12) do seguinte
modo:
a) 6 átomos na própria camada formando um hexágono.
b) 3 átomos na camada superior.
c) 3 átomos na camada inferior.
Exemplos: berílio, magnésio, zinco, etc.
Essa célula contém partículas nos oito vértices do cubo e uma partícula
no centro. A seguir é mostrada a célula unitária cúbica de corpo centrado.
21
O átomo central está rodeado por 8 átomos (4 em cima e 4 embaixo),
portanto, o número de coordenação é 8.
Exemplos: alcalinos, bário, etc
2 .5 Grãos
22
3 OBTENÇÃO DO FERRO GUSA
23
Esquema
3 .1 Matérias primas
24
4 OBTENÇÃO DO FERRO FUNDIDO (FOFO)
Características:
Fácil de ser fundido e moldado em peças.
Fácil de ser trabalhado por ferramentas de corte.
Absorve muito bem as vibrações, condição que torna ideal para corpos de
máquinas.
Quando quebrado, sua face apresenta uma cor cinza escura, devido o
carbono se encontrar combinado com o ferro, em forma de palhetas de grafite.
Porcentagem de carbono variável entre 3,5% a 4,5%.
Características:
Difícil de ser fundido;
muito duro difícil de ser usinado, só podendo ser trabalho com ferramenta de
corte especial;
é usado apenas em peças que exijam muito resistência ao desgaste;
25
quando quebrado, sua face apresenta-se brilhante, pois o carbono apresenta-
se totalmente combinado com o ferro;
porcentagem de carbono variável entre 2% e 3%, e
o ferro fundido cinzento, devido as suas características, tem grande aplicação
na indústria. O ferro fundido branco é utilizado apenas em peças, que requerem
elevada dureza e resistência ao desgaste.
26
Figura 14 - Cubilot - enriquecimento com oxigênio
Fonte: AIR PRODUCTS, [2013], não paginado.
27
5 OBTENÇÃO DO AÇO
5 .1 O processo
5.1.1 Dessulfuração
Após a obtenção do gusa líquido, este deve ser transportado para aciaria
com o mínimo de perdas de calor.
Este transporte é realizado pelos carro torpedo, que possibilitam também,
a dessulfuração em instalação própria, através da injeção de aditivos e gás inerte,
submergido por uma lança. Este processo prepara o gusa para a próxima etapa de
transformação.
O gás que sai do alto-forno arrasta partículas sólidas, por isto o gás
deverá passar por dois estágios de limpeza: a seco e a úmido. Após limpo, o gás é
28
um combustível que pode ser reaproveitado no restante da usina, para aquecimento
de fornos, panelas, regeneradores, além de outros equipamentos.
29
O processo se caracteriza pelas reações de oxidação parcial dos
elementos contidos no gusa líquido, possibilitando a retirada de carbono do ferro, e
permitindo também captar as substâncias indesejáveis durante o refino, eliminando-
os do gusa e transformando-os em escória.
30
5 .2 Matérias primas
5 .3 Tratamento do aço
31
Características agregadas:
Fundamentalmente os aços são ligas de ferro e carbono. Outros
elementos, como cromo e níquel, por exemplo, são empregados para aços liga. Os
elementos de liga são adicionados ao aço para melhorar suas propriedades
mecânicas, controlar os fatores que influenciam a temperabilidade e aumentar a
resistência à corrosão química e a oxidação.
32
5 .4 Produtos semi-acabados
Semi-produtos:
- Blocos
- Tarugos
- Placas
Produtos acabados "planos":
- Bobinas
- Chapas
- Laminados a quente
- Laminados a frio
Produtos acabados "não planos":
- Perfis
- Trilhos e acessórios
- Barras
- Fio-máquina
- Tubos
- Etc...
5 .5 Produtos
33
Figura 20 - Sistema de limpeza de gás
Fonte: INFOMET, [2013], não paginado.
5 .6 Aços liga
Aços-liga são aços que possuem elementos de ligas presentes nos aços
carbono em proporções mais altas, ou aços que possuam elementos de ligas que
normalmente não entram na composição dos aços carbono. Conforme a
percentagem total de elementos de liga distingue-se:
Aços de baixa liga – até 5% de elementos de liga;
aços de média liga – de 5% até 10% de elementos de liga, e
aços de alta liga – mais de 10% de elementos de liga.
34
5.6.1 Aços de baixa liga
Tabela 3 - Mutiplicador K
Exemplos:
20 Cr Mo 915 – Aço cromo molibdênio com:
0,2 % C ( 0,2 x 100 = 20)
2,25 % Cr ( 2,25 x 4 = 9)
1,5 % Mo ( 1,5 x 10 = 15)
35
5.6.2 Aços de alta liga
5 .7 Aços ferramenta
36
Estes aços são essencialmente aços carbono e encontram-se entre os
aços ferramenta de menor custo do mercado. Estes aços precisam ser temperados
em água para atingir a dureza necessária.
Por sua baixa temperabilidade, apenas em ferramentas de pequeno porte
é possível conseguir o endurecimento total da seção transversal. Em peças maiores,
a superfície endurece na têmpera, mas o núcleo se mantém com baixa dureza.
37
redução a quente das barras em forjamento ou laminação. É regra geral que quanto
menor a bitola de partida maior será a tenacidade do aço. Neste caso, o termo bitola
refere-se à dimensão da barra de partida e não a dimensão de uma parte obtida por
corte e recorte de blocos.
Dentre os aços D2 e D6, o aço D2 responde plenamente ao tratamento
térmico a vácuo, obtendo-se baixas taxas de deformação e durezas compatíveis o
especificado. O aço D6 também pode ser temperado a vácuo, salvo observações
técnicas da HT. Estes dois aços podem sofrer tratamentos superficiais de nitretação
e revestimento. Além de realizar estes tratamentos superficiais, a HT possui um ciclo
de tratamento térmico especialmente desenvolvido para manter as propriedades
obtidas no beneficiamento após a realização do tratamento superficial. A HT também
possui um ciclo especial de beneficiamento para materiais que venham sofrer
procedimento de eletro erosão após o tratamento térmico.
38
Na injeção de polímeros clorados ou em condições operacionais nas
quais o molde esta sujeito à ação corrosiva o aço inoxidável martensítico AISI 420
deve ser empregado. Este aço é temperado a vácuo para durezas entre 48 – 52
HRC e possui boa resistência à corrosão. Adicionalmente o aço 420 pode sofrer
nitretação pelo processo de plasma pulsado, atingindo dureza superficial da ordem
de 1400 HV.
Mais recentemente, os aços endurecíveis por precipitação tem ganhado
espaço entre os fabricantes de moldes em decorrência da facilidade de usinagem da
cavidade e pela variação mínima de dimensão no tratamento térmico. Estes aços
são fornecidos no estado solubilizado e, após a abertura da cavidade, são
envelhecidos para a dureza de trabalho. Estes aços também podem ser
adicionalmente endurecidos superficialmente pelo processo de nitretação por
plasma.
39
Figura 21 - Características do aço
Fonte: SENAI-MG, 2005, p. 12.
5 .9 Aço ao carbono
40
A fim de facilitar as interpretações técnicas e comerciais, a ABNT,
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) achou por bem dar números para a
designação dos aços de acordo com a porcentagem de carbono.
Principais designações:
Exemplo: Aço 10 20
41
Quando se necessita de barras com formas e medidas precisas recorre-
se aos aços trefilados, que são barras que após laminadas passam por um processo
de acabamento denominado trefilação.
42
Tubos – Dois tipos de tubos são encontrados no comércio:
Com costura – Obtidas por meio de curvatura de uma chapa. Usados em
tubulações de baixa pressão, eletrodos, etc.
Sem costura – Obtidos por perfuração a quente. São usados em
tubulações de alta pressão.
Os tubos podem ser pretos ou galvanizados.
Fios – (arames) – São encontrados em rolos podendo ser galvanizados
ou comuns.Alguns exemplos de especificação
Resistência à ruptura
43
Algumas tabelas apresentam os aços classificados pela resistência à
ruptura, indicada em quilogramas por milímetro quadrado (kg/mm 2).
Exemplo: Aço 60kg/mm2
Isso significa que um fio desse aço, que tenha uma secção de 1mm2,
rompe-se quando se aplica em seus extremos um esforço de tração de 60kg.
44
Teor de carbono – 0,30% a 0,40%
Apresenta início de têmpera
Difícil para soldar
Usos: peças especiais de máquinas e motores, ferramentas para a
agricultura, etc.
45
5.9.1 Aços especiais ou aços-ligas
1) Aços Níquel
1 a 10% de Níquel – Resistem bem a ruptura e ao choque, quando temperados e
revenidos.
Usos – peças de automóveis, máquinas, ferramentas, etc.
46
10 a 20% de Níquel – Resistem bem a tração, muito duros – temperáveis em jato de
ar.
20 a 50% de Níquel – Resistentes aos choques, boa resistência elétrica, etc.
Usos – Válvulas de motores térmicos, resistências elétricas, cutelaria, instrumentos
de medida, etc.
2) Aços Cromo
até 6% Cromo – Resistem bem a ruptura, são duros, não resistem aos choques.
Usos – Esferas e rolos de rolamentos, ferramentas, projéteis, blindagens, etc.
11 a 17% de Cromo – Inoxidáveis.
Usos – Aparelhos e instrumentos de medida, cutelaria, etc.
20 a 30% de Cromo - Resistem a oxidação, mesmo a altas temperaturas.
Usos – Válvulas de motores a explosão, fieiras, matrizes, etc.
3) Aços Cromo-Níquel
8 a 25% Cromo, 18 a 15% de Níquel – Inoxidáveis, resistentes à ação do calor,
resistentes à corrosão de elementos químicos.
Usos – Portas de fornos, retortas, tubulações de água salinas e gases, eixos de
bombas, válvulas e turbinas, etc.
4) Aços Manganês
7 a 20% de Manganês – Extrema dureza, grande resistência aos choques e ao
desgaste.
Usos – Mandíbulas de britadores, eixos de carros e vagões, agulhas, cruzamentos e
curvas de trilhos, peças de dragas, etc.
5) Aços Silício
1 a 3% de Silício – Resistências á ruptura, elevado limite de elasticidade e
propriedades de anular o magnetismo.
Usos – Molas, chapas de induzidos de máquinas elétricas, núcleos de bobinas
elétricas, etc.
47
6) Aços Silício-Manganês
1 silício, 1% de Manganês – Grande resistências à ruptura e elevado limite de
elasticidade.
Usos – Molas diversas, molas de automóveis, de carros e vagões, etc.
7) Aços Tungstênio
1 a 9% de tungstênio – Dureza, resistência à ruptura, resistência ao calor da abrasão
(fricção) e propriedades magnéticas.
Usos – Ferramentas de corte para altas velocidades, matrizes, fabricação de ímãs,
etc.
8) Aços Cobalto
Propriedades magnéticas, dureza, resistência à ruptura e alta resistência à abrasão,
(fricção).
Usos – Ímãs permanentes, chapas de induzidos, etc.
Não é igual o aço cobalto simples.
9) Aços Rápidos
8 a 20% de tungstênio, 1 a 5% de vanádio, até 8% de molibdênio, 3 a 4% de cromo
– Excepcional dureza em virtude da formação de carboneto, resistência de corte,
mesmo com a ferramenta aquecida ao rubro pela alta velocidade. A ferramenta de
aço rápido que inclui cobalto, consegue usinar até o aço-manganês de grande
dureza.
Usos – Ferramentas de corte de todos os tipos para altas velocidades, cilindros de
laminadores, matrizes, fieiras, punções, etc.
48
uma coisa. Veja a tabela da próxima página, que é baseada nas normas
estabelecidas pela ABNT (NBR 6006).
49
6 DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO FERRO-CARBONO
50
6.2.1 Transformações no resfriamento contínuo
51
Como o tempo necessário para iniciar a transformação perlitica é maior a
temperaturas maiores que 650°C, a amostra resfriada continuamente não tem
condições de apresentar perlita ao fim de 6 s. Pode-se aproximadamente admitir que
o resfriamento ao longo dfa trajetória 1 ate 650°C tem um efeito apenas um pouco
maior sobre a reação perlitica do que no resfriamento instantâneo ate essa
temperatura. Em outras, é necessário mais tempo para que a transformação se
inicie. Como, no resfriamento continuo, um aumento de tempo se associa a uma
queda de temperatura, o ponto onde a transformação realmente começa se situa à
direita e abaixo do ponto a (Local exato desse ponto pode ser estimado com a ajuda
de algumas hipóteses apropriadas). Este outro ponto é indicado pelo símbolo b. Da
mesma maneira, pode-se mostrar que o térmico da transformação perlitica, ponto d,
é deslocado para baixo e para a direita de c, o ponto onde curva de resfriamento
continuo, cruza a linha que representa o termino da transformação isotérmica.
52
6 .3 Introdução ao diagrama de equilíbrio ferro-carbono
53
• Austenita: solução sólida do carbono em ferro gama.
• Ferrita: solução sólida do carbono em ferro alfa.
• Cementita: carboneto de ferro (Fe3C).
• Grafita: variedade alotrópica do carbono (estrutura cristalina hexagonal).
54
O teor de carbono do aço afeta o seu aspecto granulométrico.
Um aço com muito pouco carbono (por exemplo, menos de 0,01%), se
resfriado lentamente, deverá apresentar uma aparência razoavelmente uniforme,
pois a maior parte será representada pela ferrita.
Na Figura 31 (a), um possível aspecto de uma microfotografia de um aço
desse tipo.
Supõe-se agora um aço hipoeutetóide com 0,5% de carbono,
representado pela linha vertical I no diagrama. Quando o resfriamento atinge a
interseção com A3, começa a separação da austenita em austenita e ferrita. Logo
acima da linha A1, haverá ferrita mais austenita, esta última, com o máximo teor de
carbono que pode conter (0,77%).
Logo abaixo da linha A1, toda a austenita deverá se transformar em ferrita
mais cementita. Entretanto, desde que o processo é rápido, fisicamente a separação
se dá em forma de lâminas bastante finas, somente visíveis ao microscópio com
elevadas ampliações. Tal estrutura, isto é, a ferrita e a cementita em forma laminar,
é denominada perlita.
Na figura 31 (b), a estrutura laminar típica da perlita, observada com
elevada ampliação (as linhas escuras correspondem à cementita).
55
Um aço eutetóide, isto é, com 0,77% de carbono, deve apresentar
somente perlita na sua estrutura granular.
O teor de carbono exerce significativa influência nas propriedades
mecânicas do aço. Quanto maior, maiores a dureza e a resistência à tração.
Entretanto, aços com elevados teores de carbono são prejudicados pela maior
fragilidade devido à maior quantidade de cementita, uma substância bastante dura,
mas quebradiça.
É comum o uso da expressão aço doce para aços de baixa dureza, com
teores de carbono menores que 0,25%.
56
7 CURVA TTT
Figura 33 - Diagrama TTT para aço eutetoide em relação ao diagrama de fase Fe-Fe3C
Fonte: BORDIN,[2012, p. 2].
57
austenita para temperaturas abaixo daquelas de equilíbrio onde a mesma é instável
e mantemos o aço a esta temperatura por um tempo determinado. Neste caso
teremos que considerar um fator que não precisa ser considerado no diagrama de
equilíbrio que é o tempo. Isto significa dizer que as transformações que irão
concorrer são dependentes do tempo e que teremos a transformação parcial ou total
do aço dependendo do tempo em que o mesmo for deixado nesta temperatura. A
seguir teceremos uma série de considerações a respeito do que acontece quando
abaixamos rapidamente a temperatura de um aço no estado austenítico até
temperaturas abaixo da eutetóide quando a mesma é então estabilizada.
58
8 TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS
8 .1 Generalidades
Mais tarde, descobriu também que a rapidez com que o aço era resfriado
e a quantidade de carbono que possuía influíam decisivamente nessas
modificações.
O processo de aquecer e resfriar um aço, visando modificar as sua
propriedades, denomina-se TRATAMENTO TÉRMICO.
Um tratamento térmico é feito em três fases distintas:
1 - aquecimento
2 - manutenção da temperatura
3 – resfriamento
59
8 .2 Tipos de tratamentos térmicos
8.2.1 Têmpera
Fases da têmpera
1ª Fase:
– Aquecimento – A peça é aquecida em forno ou forja, até uma temperatura
recomendada. (Por volta de 800ºC para os aços ao carbono).
60
2ª Fase:
– Manutenção da temperatura – Atingida a temperatura desejada esta deve ser
mantida por algum tempo a fim de uniformizar o aquecimento em toda a peça.
3ª Fase:
– Resfriamento – A peça uniformemente aquecida na temperatura desejada é
resfriada em água, óleo ou jato de ar.
Figura 37 - Resfriamento
Fonte: SENAI-ES; CST, 1997, p. 8.
Efeitos da Têmpera
1 - Aumento considerável da dureza do aço.
2 - Aumento da fragilidade em virtude do aumento de dureza. (O aço torna-se muito
quebradiço).
Reduz-se a fragilidade de um aço temperado com um outro tratamento térmico
denominado revenimento.
Observações:
1 - A temperatura de aquecimento e o meio de resfriamento são dados em tabelas:
61
2 - O controle da temperatura durante o aquecimento, nos fornos, é feito por
aparelhos denominados pirômetros. Nas forjas o mecânico identifica a temperatura
pela cor do material aquecido.
8.2.2 Revenimento
Fases do revenimento
1ª Fase:
– Aquecimento – Feito geralmente em fornos controlando-se a temperatura com
pirômetro. Nos pequenos trabalhos o aquecimento pode ser feito apoiando-se a
peça polida, em um bloco de aço aquecido ao rubro.
62
Essas cores, que possibilitam identificar a temperatura da peça, são denominadas
cores de revenimento.
Tabela de cores de revenimento dos aços ao carbono.
2ª Fase:
– Manutenção da Temperatura – Possível quando o aquecimento é feito em fornos.
3ª Fase:
– Resfriamento – O resfriamento da peça pode ser:
– Lento – deixando-a esfriar naturalmente.
– Rápido – mergulhando-a em água ou óleo.
Efeitos do revenimento
Diminui um pouco a dureza da peça temperada, porém aumenta
consideravelmente a sua resistência aos choques.
Geralmente, toda peça temperada passa por um revenimento, sendo até
comum dizer-se “peça temperada” ao invés de “peça temperada e revenida”.
8.2.3 Recozimento
63
Tipos de recozimento
Fazes do recozimento
1ª Fase:
Aquecimento – A peça é aquecida a uma temperatura que varia de acordo com o
material a ser recozido. (Entre 500ºC e 900ºC). A escolha da temperatura de
recozimento é feita mediante consulta a uma tabela. Exemplo de tabela:
64
2ª Fase:
Manutenção da temperatura – A peça deve permanecer aquecida por algum tempo
na temperatura recomendada para que as modificações atinjam toda a massa da
mesma.
3ª Fase:
Resfriamento – O resfriamento deve ser feito lentamente, tanto mais lento quanto
maior for a porcentagem de carbono do aço.
No resfriamento para recozimento adotam-se os seguintes processos:
1 - Exposição da peça aquecida ao ar livre. (Processo pouco usado).
2 - Colocação da peça em caixas contendo cal, cinza, areia ou outros materiais.
8.2.4 Cementação
65
Figura 42 - Engrenagem cementada
Fonte: SENAI-ES; CST, 1997, p. 12.
8 .3 Tratamento de superfícies
8.3.1 Introdução
66
8.3.2 Cementação
Fases da cementação
1ª Fase:
Aquecimento
*Cementação em caixa:
As peças são colocadas em caixas juntamente com o carburante, fechadas
hermeticamente e aquecidas até a temperatura recomendada.
67
Figura 45 - Cementação em caixa.
Fonte: SENAI-ES; CST, 1997, p. 13.
*Cementação em banho:
As peças são mergulhadas no carburante líquido aquecido, através de cestas ou
ganchos.
2ª Fase:
Manutenção da temperatura – O tempo de duração desta fase varia de acordo com
a espessura da camada que se deseja e da qualidade do carburante utilizado.
(0,1mm a 0,2mm por hora).
3ª Fase:
Resfriamento – A peça é esfriada lentamente dentro da própria caixa.
Após a cementação as peças são temperadas.
68
fazendo com que o carbono difunda para o interior aumentando o teor de carbono da
camada superficial.
A principal reação, que ocorre entre o carbono e o ferro, e que é a
responsável pela difusão do carbono para o interior da peça, pode ser representada
da seguinte maneira: 3Fe +C Fe3C.
Após a difusão do carbono é feita uma têmpera seguida de revenido para
que se produza a máxima dureza.
Como o processo envolve a difusão do carbono, é necessário que se dê o
tempo necessário para que isto ocorra. Tempos crescentes propiciam maiores
espessuras das camadas cementadas. Como consequência, teremos um perfil de
dureza associado ao perfil de concentração de carbono. Os aços comumente
utilizados possuem 0,10 a 0,25 % C e a temperatura varia entre 900 e 950o C
embora possam ser utilizadas temperaturas na faixa de 850 a 1000 o C.
8.3.3 Nitretação
69
ligados ocorre a formação de nitretos complexos dos elementos de liga que
aumentam a dureza da camada nitretada.
A camada nitretada tem menor espessura do que a cementada,
raramente ultrapassando 0,8 mm, caso contrário os tempos seriam muito grandes o
que torna o método antieconômico.
70
9 MATERIAIS METÁLICOS NÃO FERROSOS
9 .1 Cobre
71
Á exceção da prata, é o metal que melhor conduz eletricidade. Destaca-se
também por sua elevada condutividade térmica, o que faz com que, devido a sua
resistência à deformação e à ruptura, ele seja matéria-prima preferencial para a
fabricação de cabos, fios e lâminas. É também maleável e dúctil, pois pode ser
estirado sem quebrar. Por meio de tratamentos metálicos, como a laminação e o
chapeamento, pode-se aumentar sua dureza.
O cobre possui uma cor avermelhada, peso específico de 8,9 g/cm 3,
funde a 1084 º C, ferve a 2.300 º C, é maleável, dúctil, bom condutor de calor e
eletricidade.
Não se oxida ao ar seco. Ao ar úmido e rico em anidrido carbônica cobre-
se de uma pátina de carboneto (azinhabre) (tóxico), adquirindo uma cor esverdeada.
Em ambientes com ácido sulfídrico fica preto. É corroído pela água salgada e pelos
ácidos. Não serve para fundição porque é pouco fluido.
As propriedades do Cu são fortemente influenciadas pelas impurezas que
contém.
O Cu é encontrado comercialmente sob as seguintes formas:
Cobre eletrolítico
Cobre fosforizado
Cobre com prata
Cobre arsenical (0,04 a 0,45 % de As)
Além das propriedades anteriormente citadas, destacamos:
Trabalhável a quente ou a frio
Soldável
Antimagnético
É empregado em instalações elétricas, enrolamentos de máquinas e
motores elétricos, encanamentos, condensadores, destiladores, filtros, reatores,
evaporadores, tanques, alambiques, serpentinas, bombas.
O cobre forma ligas com muitos metais. As ligas mais importantes são:
Bronzes
alpacas
metais patentes
metais resistentes ao calor
72
9 .2 Latão
9 .3 Bronze
73
Propriedades:
Possuem segundo sua liga, boas características de deslizamento e de
condutibilidade elétrica. São resistentes à corrosão e ao desgaste.
Classificação:
Bronze de estanho
Bronze de alumínio
Bronze de manganês
Bronze de chumbo
Bronze de zinco
Bronze fosforoso
9 .4 Metal Antifricção
9 .5 Alumínio
74
10 MATERIAIS PLÁSTICOS E ELASTÔMEROS
75
Elastómeros (borracha) - os elastómeros são materiais poliméricos
reticuláveis, a temperaturas inferiores à sua temperatura de decomposição. São
duros e tipo vidro a baixas temperaturas e não são sujeitos a fluxo viscoso a altas
temperaturas. Em vez disso, especialmente à temperatura ambiente, eles
comportam-se de maneira “rubber-elastic”. Este comportamento é caracterizado
pelos relativamente baixos valores de módulo de corte que são pouco dependentes
da temperatura.
Um elastômero é um polímero que apresenta propriedades "elásticas",
obtidas depois da reticulação. Ele suporta grandes deformações antes da ruptura. O
termo borracha é um sinônimo usual de elastômero.
Os materiais elastoméricos tal como os pneumáticos são normalmente a
base de borracha natural (sigla NR) e de borracha sintética.
Por muito tempo a unica borracha conhecida era a natural.
A primeira patente sobre a fabricação de um elastômero sintético foi
depositada em 12 de setembro de 1909 pelo químico alemão Fritz Hofmann.
Estritamente, os elastômeros não fazem parte dos materiais plásticos.
10.3 Elastômeros
76
forma aleatória; o estado enrolado de uma corrente só pode ser descrito de uma
forma estatística.
Para limitar o deslizamento entre as cadeias do polímero líquido, uma leve
reticulação cria os "nós de ancoragem" conferindo ao material uma estrutura
tridimensional. Da mesma forma que anteriormente, os "segmentos da cadeia" entre
dois nós se encontram "dobrados". Se uma força de tração é exercida sobre a
estrutura, os seguimento se estendem e a distância entre os dois nós cresce
considerávelmente ; o material é bastante "deformável".
Elastómeros, ou borrachas, são classes de materiais que, como os
metais, as fibras, as madeiras, os plásticos ou o vidro são imprescindíveis à
tecnologia moderna.
77
11 MATERIAIS CERÂMICOS
11.1 Definição
78
abstraidos motivo, ferramentas de corte para usinagem, tijolos refratários para
fornos.
11.3 Classificação
79
As matérias primas são muito mais caras, porque tem qualidade muito
melhor controlada (controle do nível de impurezas é crítico).
As aplicações são baseadas em propriedades mais específicas:
Elétricas
sensores de temperatura (NTC, PTC)
ferroelétricos (capacitores, piezoelétricos)
varistores (resistores não lineares), e
dielétricos (isolantes).
Térmicas
Químicas
sensores de gases e vapores
Magnéticas
Ópticas
Biológicas
funções mecânicas e térmicas
Ferramentas de corte:
principais materiais: Al2O3, TiC, TiN
80
–Aplicações biológicas
•próteses e implantes
•principais materiais: Al2O3 (bio-inerte) e hidroxiapatita (bio-ativa)
•ossos artificiais, dentes e juntas.
81
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