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PerCeBer Informes da Revolução

Partido Comunista Brasileiro www.pcb.org.br


N° 182 – 04.11.2010
.
O povo brasileiro não permitiu que a
Brasileiros vencem o fascismo extrema-direita, aderente a Serra, desse
Eleita Dilma, trucagem a volta por cima e retomasse o controle
do País. As três opções eleitorais
dos marqueteiros sai de respaldadas pelo poder econômico –
Serra, Dilma e Marina – nem de longe
cena para entrar a dura poderiam corresponder às necessidades
reais de afirmação dos interesses
realidade capitalista populares. Mas a candidatura Dilma
representava o fator já conhecido (o
lulismo, com todos os seus defeitos e
limitações), enquanto Serra e Marina se
escondiam atrás do marketing eleitoral
para disfarçar seus compromissos nada
claros com setores agressivos do capital.
Uma ocultação perigosa quando se
compreende que a CIA está em plena
atividade no Brasil. Com a eleição de
Dilma, fechamos a primeira parte da
linha política adotada pelo PCB para o
segundo turno: derrotar Serra nas
urnas. Cabe-nos, agora, derrotar as
políticas neoliberais do governo nas
ruas, ou seja, no movimento popular.
Será preciso resistir aos ataques que o
FMI, o Banco Mundial e os grandes
capitalistas transnacionais e nacionais
armam no governo e na oposição
conivente contra os direitos dos
A pirâmide capitalista: no alto, o poder do dinheiro
trabalhadores.

Se os brasileiros em geral derrotaram o Será preciso formar uma Frente


fascismo, cascavelenses e paranaenses, com Anticapitalista, independente das eleições
exceção de Foz do Iguaçu, foram de 2012, para se opor a essa clara
amplamente enganados pela máquina de hegemonia da direita no Paraná e em
propaganda da direita, que se instala Cascavel.
fortemente nos meios de comunicação e
diversas entidades. Quanto ao Brasil, a Frente Anticapitalista é
uma necessidade histórica. Não será um
Isso resulta de fatores diversos, como a partido só nem uma liderança isolada o
supremacia econômica do agronegócio, a fator capaz de resistir ao ataque agressivo
expansão bem-sucedida do capitalismo na dos capitalistas e abrir caminho ao
região, a engabelação oligárquico- Socialismo: será imprescindível a unidade
requianista, a falsa esquerda que na ação de diversos agentes políticos e
desgovernou a Prefeitura na gestão Lísias e comunitários.
o enganoso “trabalhismo” hoje no poder Chega de ilusão: o Brasil só
em Cascavel.
muda com revolução!
A seguir, três visões diferentes sobre as possibilidades do novo governo:
1) Confiança em Dilma; 2) Desconfiança em Dilma; 3) Depende....

1) Confiança em Dilma A economia mundial globalizada faz


Os desafios de Dilma com que um espirro no polo norte seja
O Brasil e a ordem mundial sentido em qualquer canto do mundo,
que dirá no Brasil, um país com
dimensões continentais e agora, com um
caminho aberto para um processo de
Laerte integração latino-americana numa fase
Braga*
aguda.

Dilma Rousseff vai enfrentar de saída


As perspectivas de derrota eleitoral do
duas frentes de combate. Impedir que a
Partido Democrata (**) e, por extensão,
crise econômica mundial (ainda forte e
do governo do presidente Barack
viva) afete esses anos Lula de
Obama, há dois anos das eleições
prosperidade e segurança. Os olhos
presidenciais nos EUA, são uma
postos do grande irmão do norte sobre o
dificuldade de monta para a presidente
Brasil e a importância, para eles, de
eleita do Brasil Dilma Rousseff. Não
domar essa onça que surge com um
que Obama signifique alguma coisa,
vigor impressionante.
mas pelo que os Republicanos
representam numa escala de gradação
Uma eventual vitória republicana em
do terrorismo político, econômico e
2012 significará que, à frente de uma
militar dos EUA.
situação de declínio, a boçalidade suba
de tom nos EUA.
Se antes dos oito anos de Lula éramos
figurantes no contexto da chamada
Isso sinaliza para mais que a integração
Nova Ordem Mundial, hoje somos
latino-americana. Ultrapassa esses
protagonistas dessa ordem. E a América
limites e se estende a partes outras do
Latina é decisiva em todo esse processo.
mundo numa luta que, se ainda não
deixou claros esses contornos, é de
Mais que nunca vale a frase do ex-
sobrevivência das nações independentes
presidente Richard Nixon, dita em plena
ou que se pretendem assim.
ditadura militar, na busca de uma
justificativa para as notícias de
sistemáticas violações de direitos
humanos pelo regime dos generais: “É
Barack
uma pena, mas o Médici é um bom Obama
aliado e, para onde inclinar-se o Brasil,
inclina-se a América Latina”.

Quer queiramos ou não o atoleiro que No aspecto interno, Dilma vai sofrer a
George Bush meteu o seu país diz feroz oposição das forças de extrema-
respeito ao Brasil, ao mundo inteiro. A direita (se mostraram com todas as
presença de governos independentes de garras nessa campanha eleitoral),
Washington no continente político aliadas incondicionais desse contexto
latino-americanos é um momento internacional e subordinadas a
histórico de afirmação, mas pode vir a interesses de nações que, mais e mais,
ser de queda. vão se tornando grandes conglomerados
empresariais. É o caso dos EUA.
Dilma vai ter que enfrentar essa batalha
para além dos caminhos tradicionais da
política brasileira.

Vai ter que lutá-la nas ruas ampliando


os canais de participação popular e
alcançar através dessas forças os
objetivos que os brasileiros que a
Néstor e Cristina Kirchner elegeram sonham e desejam.

É indiscutível que tem estatura para esse A própria configuração de sua vitória
desafio, mas não é Lula e vai ter que mostra isso. Perdeu as eleições em
construir seu próprio caminho, abrir sua estados onde predomina o agronegócio
picada em mata fechada e afirmar-se e onde são fortes as elites de extrema-
como líder desse espaço fundamental direita. Tem a seu desfavor a mídia
para o Brasil e imediatamente a privada que tece loas à liberdade de
América Latina. expressão para garantir o controle do
processo que é alienante e o domínio de
Em todo o processo de destruição poucas famílias num modelo em que
levado a cabo pelos EUA nos últimos curiosamente essa liberdade de
anos, mesmo no período Clinton, onde a expressão tem mão única.
ALCA –Aliança de Livre Comércio das
Américas – era a palavra de ordem para As eleições mostraram sem disfarces
essa parte do mundo, se olharmos o essa face perversa do modelo.
resto do mundo, são poucos os países
que conseguiram preservar-se intactos
Celso
ou escapar incólumes do desvario Amorim
neoliberal.

A morte de Néstor Kirchner é outro


complicador. O futuro da Argentina,
país essencial (assim como o Brasil)
para a América Latina, é incerto.
São desafios que combinam políticas de
As cunhas do neoliberalismo e da fortalecimento da integração latino-
estupidez militar dos EUA já estão americana, de ampliação dos mercados
plantadas por aqui. Colômbia e Chile. brasileiros com nações de outras partes,
modelo pacientemente construído pelo
Os desafios das elites econômicas no governo Lula através do chanceler
Brasil – latifundiários, banqueiros e Celso Amorim – um dos grandes
grandes empresários –, tem um brasileiros de sua geração e da história
componente complicado. São forças de de nossa diplomacia – com a
natureza golpista, agarradas a preservação dos níveis de crescimento
privilégios, o que significa que reformas econômico e políticas sociais que
são indispensáveis para que se possa permitam as reformas necessárias a que
mexer na infraestrutura política e essa infraestrutura perversa que ainda
econômica do Pais, abrindo perspectivas habita entre nós, possa se transformar de
para uma independência completa e fato num governo popular. Onde o
real, consumando o processo iniciado cidadão fale, onde o povo seja o
no governo Lula. principal ator.
união nacional das forças progressistas
em torno dessas questões básicas (vai
ser necessária a maturidade dessas
Bases dos
EUA na forças), sob pena de nada do que foi
Colômbia conquistado valer. Nossos adversários
internos e externos jogam o jogo em
estreito acordo e com objetivos bem
claros.

Dilma não vai encontrar e nem pode


É como matar uma onça por dia. Os pensar em tratar o governo como um
adversários são fortes, já mostraram não clube de inimigos e amigos cordiais. É
ter escrúpulos e deixaram claros os seus só olhar as dificuldades enfrentadas por
interesses e objetivos. Lula e perceber que a dimensão de
De saída a política externa traz desafios estadista do atual presidente se deveu,
que têm largos reflexos na política, na entre erros e acertos, à coragem de
economia e no social. Enfrentar a ação resistir. E uma resistência que o Brasil
golpista dos EUA via Colômbia e Chile excluído percebeu com clareza tal que
contra Venezuela, Bolívia, Equador, elegeu Dilma.
Uruguai, Paraguai e o esforço que farão
para recuperar a Argentina. Se os primeiros passos foram dados, os
próximos serão em terreno bem mais
Não aceitar as imposições quanto ao Irã, pantanoso, pois os inimigos do Brasil
opor-se às políticas terroristas no sabem que um descuido e vamos ao
Afeganistão, no Iraque e na Palestina, chão.
ampliar a integração com países de Abraçar os movimentos populares,
língua portuguesa e buscar formas de reciclar o caráter corporativo de boa
relacionamento com países da parte do movimento sindical, evitar
Comunidade Europeia (uma espécie de aparelhamentos pelegos, abrir as portas
protetorado dos EUA) que impliquem do processo à participação popular.
em equilíbrio político e econômico sem
concessões que não resultem de Trazer ao debate temas como o
consenso que possam beneficiar a monopólio da informação (decisivo) e
ambos. não se deixar encantar pelo canto do
jogo institucional montado sobre
Se os governos da maioria dos países da estruturas que atendem apenas aos
Europa subordinam-se aos EUA, os interesses dos donos.
povos das nações europeias começam a Aprofundar a reforma agrária é de tal
perceber a armadilha travestida para ordem importante, diz respeito à própria
além da economia, seja em cerco soberania nacional em vários campos.
militar, ou em reformas neoliberais. Se Dilma tem dimensão para isso?
Claro que tem, vai ter que mostrá-la em
Ampliar as relações com a Rússia, cada dia de seu governo. Existem
estabelecer premissas novas para com a momentos que enfrentar desafios se
China, enfim, afirmar-se como potência torna questão de sobrevivência. Esse é
mundial que, a permanecerem os um deles. O nível da campanha eleitoral
números, em breve terá ultrapassado mostrou que é assim.
Itália, França e estará nos calcanhares ___________
de um semi falido Reino Unido. *Laerte Braga – Jornalista
A vitória de Dilma tem esse sentido, *– Obama realmente perdeu as eleições
esse significado. E a certa altura com de 2 de novembro
certeza irá passar por um momento de
2) Desconfiança em populismo lulo-petista, supremo de libertar-se
Dilma oferecendo ao dos grilhões de um
A festa dos capitalismo a paz social sistema cuja alma é a
para que pudesse busca incessante de
inocentes usufruir grandes lucros lucros - e foi, justamente
sem nenhuma ameaça. o lucro, medula do
capitalismo, que foi
Respeitando os pilares assegurado à burguesia,
fundantes da política nesses últimos anos,
econômica implantada especialmente na gestão
pelo Plano Real, o lulo- petista, que tão bem se
petismo teve condições aproveitou do velho
de implementar algumas sistema.
políticas sociais que
Gilvan Rocha* implicaram em pequenas
melhorias na condição
Parodiando Herbert de vida das massas, e
Marcuse, poderíamos isso tem sido razão para
afirmar que a massa do que elas levem a cabo a
povo, incluindo-se, é festa dos inocentes que,
claro, a tão falada massa pelo que tudo indica, se
proletária, se encanta expressará na vitória
com pequenos ganhos eleitoral da candidata
obtidos no seu dia-a-dia, Dilma Rousseff, no
sejam esses ganhos fruto próximo dia 31 de
de sua luta ou obtidos outubro do ano em
como dádiva "generosa" curso, ou seja, 2010. Diante desses fatos,
dos senhores do poder. resta-nos a nós,
socialistas
Um diminuto espaço revolucionários, a tarefa
para morar, uma de despertar as massas
geladeira, um freezer, populares de sua
uma TV LCD e inocência, e nunca
(suprema felicidade!) acalentar suas fantasias,
um automóvel são como tem feito o PT, o
elementos suficientes Não percebe o povo, PCdoB e o PSB, que
para levar as camadas incluindo-se, como já foi funcionam como o braço
populares ao dito, a massa proletária, esquerdo do sistema.
conformismo e à fácil que ele tem direitos _____________
cooptação política pela históricos muito maiores *Gilvan Rocha –
classe ora dominante. do que as migalhas que Presidente do CAEP
lhe são ministradas pelo (Centro de Atividades e
Tal comportamento das sistema capitalista no Estudos Políticos) Blog
massas populares não é Brasil através do do autor:
próprio apenas do Brasil, governo lulo-petista. http://www.gilvanrocha.
e sim de todos os Não percebe que, do blogspot.com/
recantos do mundo. ponto de vista histórico,
Aqui, tivemos o tem o povo o direito
exemplo patente do
3) Depende... pelos Estados capitalistas, por meio de
Saída à direita da crise econômica empréstimos, aquisições
somente acirrará o caos social (nacionalizações de empresas) e
associações". Mas a atuação estatal,
socorrendo o grande capital, implicou
Luiz um enorme endividamento dos
Filgueiras* governos. Assim, os atuais
acontecimentos na Europa, "com
governos propondo e efetivando
cortes de despesas, demissão de
funcionários, redução de salários,
reformas das previdências, são a
continuação da crise, agora atingindo,
A crise econômica que atingiu os em cheio, o Estado e, como
Estados Unidos em 2008 e se irradiou consequência, os seus trabalhadores".
ao resto do mundo, inclusive ao Brasil, O capítulo seguinte, diz o economista,
não acabou. Trata-se de uma crise de deverá ser uma recessão nesses países,
super-acumulação de capital, que se com o aprofundamento do desemprego.
manifesta, ao mesmo tempo, em
superprodução, subconsumo e No caso de a crise se aprofundar no
desproporção setoriais, sendo nessa Brasil, Luiz Filgueiras diz que não
dimensão semelhante às grandes crises haverá diferenças na forma de enfrentá-
do capitalismo, a exemplo daquela de la por um governo do PT ou do PSDB.
1929. Segundo ele, um governo dos tucanos,
provavelmente, trataria a crise da
Segundo o economista Luiz Filgueiras, mesma forma como o governo Lula a
professor-pesquisador da Faculdade de enfrentou, isto é, com políticas fiscais e
Ciências Econômicas da Universidade monetárias expansionistas.
Federal da Bahia (UFBA), doutor em
Economia pela Universidade de
Campinas (UNICAMP), com pós-
doutorado pela Universidade Paris XIII,
na França, autor do livro "História do
Plano Real" e co-autor, juntamente com
o professor Reinaldo Gonçalves, do
livro "Economia Política do Governo
Lula", as causas da atual crise estão
Ele também descarta que a crise do
relacionadas ao novo padrão de
capitalismo nos Estados Unidos e no
desenvolvimento capitalista no mundo,
mundo precise de alternativas de
construído desde os anos 1970, que
extrema-direita como saída. Segundo
deslocou a hegemonia da acumulação
ele, na campanha presidencial no Brasil,
para a dimensão financeira, o que,
a maior visibilidade da extrema direita,
segundo diz, "implicou uma
por meio da candidatura de José Serra,
radicalização da instabilidade que é
não tem relação direta com a crise. "A
intrínseca à estrutura e dinâmica desse
questão fundamental, que levou à
modo de produção".
adoção dessa estratégia (religiosa,
conservadora e moralista) por parte de
De acordo com Luiz Filgueiras, "a saída
Serra se deve à existência de uma
implica um processo de desvalorização
grande área de identidade entre as duas
e destruição da riqueza existente,
candidaturas, do PT e PSDB”.
realizada pela própria crise e arbitrada
A sua natureza já é bastante conhecida,
tendo causas determinantes gerais e
particulares. As primeiras apontam para
uma crise de super-acumulação de
capital, que se manifesta, ao mesmo
tempo, em superprodução, subconsumo
e desproporção setoriais. Nessa
dimensão ela é semelhante às grandes
crises do capitalismo, como a de 1929.
Itamar Franco, Lula, FHC e José Sarney As causas particulares dizem respeito ao
novo padrão de desenvolvimento
"Em especial, há concordância na capitalista construído desde os anos
política macroeconômica que vem 1970, que deslocou a hegemonia da
sendo adotada desde o início do acumulação para a dimensão financeira,
segundo governo FHC, com metas de o que implicou uma radicalização da
inflação, superávits fiscais primários e instabilidade, que é intrínseca à
câmbio flutuante". E esta política, diz estrutura e à dinâmica desse modo de
Filgueiras, reflete um modelo produção.
econômico que foi construído no início
dos anos 1990 e que sofreu uma A solução da crise, portanto, tem que se
inflexão no segundo governo Lula, com dar nessas duas dimensões. Com relação
aumento da importância do grande aos determinantes gerais, a saída da
capital da indústria de commodities crise implica um processo de
articulado com o Estado, que, por meio desvalorização e destruição da riqueza
do BNDES, vem financiando e existente, realizada pela própria crise e
patrocinando o fortalecimento e a arbitrada pelos Estados capitalistas,
internacionalização de grandes grupos mediante empréstimos, aquisições
econômicos nacionais. (nacionalizações de empresas) e
associações. A contrapartida dessa
"É como se o governo Lula estivesse atuação estatal, em socorro do grande
reconstruindo o tripé da época do capital, implicou um enorme
modelo de substituição de importações: endividamento dos governos. E isto
capital internacional, capital estatal e ocorreu em todos os países, mas mais
capital privado nacional. Só que, agora, acentuadamente nos países
sob a hegemonia do capital financeiro e desenvolvidos. Os atuais
não, como anteriormente, do capital acontecimentos na Europa, com os
industrial”. diversos governos propondo e
efetivando cortes de despesas, demissão
Veja a seguir a íntegra da entrevista. de funcionários, redução de salários,
reformas das previdências etc, são a
A crise do capitalismo nos Estados continuação da crise, agora atingindo,
Unidos e no mundo acabou? em cheio, o Estado e, como
consequência, os seus trabalhadores. O
A crise mundial não é um ponto no capítulo seguinte deverá ser uma
tempo; ela é um processo, que se recessão nesses países, com o
desenvolve de forma desigual e aprofundamento do desemprego.
combinada, no tempo e no espaço. O
seu centro originário se localizou nos Todas essas medidas, no entanto, não
países centrais, em particular nos EUA, resolverão os determinantes estruturais
mas, como não poderia deixar de ser, relacionados ao atual padrão de
afetou também, e duramente, a periferia. desenvolvimento.
Como dissemos anteriormente, os
Estados foram chamados a socializar as
perdas e a arbitrar o processo de
desvalorização/destruição da riqueza
existente. Daí o grande volume de
recursos públicos injetados. Isto resolve
momentaneamente, dando o mínimo de
ordem e controle ao processo e
recuperando a demanda efetiva para que
ocorra uma retomada do crescimento.
No entanto, isto é insuficiente como
Portanto, a tendência é de manutenção solução cabal da crise, pois não altera as
da instabilidade intrínseca a esse características fundamentais do padrão
padrão. Isto significa que a crise não de acumulação que levaram à crise e
terá solução em curto espaço de tempo. que podem ser resumidos na total
Não há qualquer pressão mais liberdade de movimento do capital, em
significativa, por parte dos setores particular do capital financeiro –
populares, que leve o capital a redefinir processo esse consolidado pela quase
o atual padrão de desenvolvimento. Na total desregulação e liberalização
crise de 1929 havia uma conjuntura financeira estimuladas e implementadas
política – existência da URSS e a sob a égide do neoliberalismo, que
ameaça do socialismo, a força dos radicalizaram a instabilidade do modo
sindicatos e dos partidos socialistas e de produção capitalista.
comunistas e mobilização de massas –
que obrigou e levou à redefinição do
padrão de desenvolvimento, quando se
instaurou o compromisso social-
democrata, o Estado de Bem-Estar
Social e as políticas anticíclicas
keynesianas. Agora não há essa
circunstância, e isto é decisivo no modo
como a crise está sendo tratada. Em
suma, a tendência é de um período
prolongado de estagnação, com
momentos curtos de retomada de
crescimento e reiteração dos problemas
estruturais do atual padrão de
desenvolvimento.
Por que a moeda brasileira está
A recuperação das economias supervalorizada em relação ao dólar e
capitalistas é, portanto, apenas quais as consequências para o país?
superficial e resultado da grande
quantidade de recursos públicos Isto está acontecendo por motivos
injetados nas empresas pelo Estado, a externos e internos. Externamente, em
exemplo do que aconteceu nos Estados razão da política americana, à qual
Unidos, Europa e mesmo no Brasil, interessa a desvalorização do dólar em
onde o governo Lula injetou dinheiro relação a todas as moedas, como forma
público nos bancos privados e na de recuperação da competitividade de
construção civil? suas exportações e inibição de
importações; o que facilitaria a
retomada do crescimento.
Mas ela não fará isso, porque tem o
controle de seu espaço nacional e se
situa numa posição privilegiada no
cenário e na divisão internacional do
trabalho. É o principal credor dos EUA,
tem o maior montante de reservas do
mundo e atua internacionalmente em
todos os tipos de mercado, exportando
O alvo principal são os países da
produtos de baixa, média e alta
periferia e, em particular, a China.
tecnologia. As próprias empresas dos
Internamente, no Brasil, o problema é a
EUA que estão sediadas na China não
elevada taxa de juros, que atrai capitais
têm nenhum interesse na valorização,
especulativos e desvaloriza o dólar
que implicaria perda de competitividade
frente ao real. Mais recentemente, o
de suas exportações.
lançamento de ações da Petrobras no
mercado internacional também
O yuan desvalorizado é parte
contribuiu para este fenômeno.
fundamental da estratégia chinesa de
desenvolvimento; não seria realista
As consequências no curto prazo são o
imaginar que a China venha a aceitar,
maior controle da inflação e uma perda
unilateralmente, sem nenhuma
relativa de competitividade das
compensação, mudar essa estratégia. No
exportações brasileiras e o estímulo às
entanto, caso ocorresse, haveria impacto
importações, o que complica o balanço
negativo nas suas exportações, o que
de pagamentos do País e aumenta, por
exigiria uma maior participação de seu
consequência, a vulnerabilidade externa
mercado interno para a manutenção das
conjuntural da economia brasileira. No
atuais taxas elevadíssimas de
longo prazo, inibe o desenvolvimento crescimento do PIB – o que, por sua
de setores industriais de alta vez, implicaria uma redefinição da
tecnologia, condição fundamental distribuição de renda na sociedade
para superarmos a dependência chinesa.
tecnológica própria dos países da
periferia do capitalismo, levando o Por outro lado, com a valorização do
País a uma especialização regressiva yuan, as importações serão estimuladas
em commodities. É o fenômeno
mais ainda, com fortes impactos
conhecido como a "doença holandesa",
positivos para as economias de todos os
que afetou a Holanda nos anos sessenta
países, principalmente aqueles, como o
e que implicou sua desindustrialização.
Brasil, que exportam commodities
importantes para o desenvolvimento
A China está com a sua moeda
chinês. Mas tudo isso, se ocorresse,
subvalorizada, tem sofrido pressões do
levaria a uma deterioração do balanço
governo dos Estados Unido para
de pagamentos da China, que não pode
valorizar o yuan, mas o governo chinês
se dar a este luxo, pois sua moeda não é
já disse que não vai fazer isso, porque
conversível. Por fim, o interesse dos
implicaria quebrar muitas empresas,
EUA na valorização do Yuan se
gerar desemprego e instabilidade
relaciona diretamente à necessidade de
econômica, social e política, que pode
retomar o crescimento, reduzir seus
trazer o caos a esse grande país da Ásia.
déficits fiscais e do balanço de
pagamentos (aumentando exportações e
Isso significa desdobramento mais reduzindo importações) e também
grave da crise, mundialmente? diminuir sua dívida pública.
A China vem sofrendo pressões para
valorizar sua moeda há muitos anos.
No Brasil, a polarização na campanha
presidencial esquentou no segundo
turno, no qual a extrema-direita
encontrou espaço para defender seu
ideário retrógrado e de intolerância.
Isso está acontecendo por conta da
crise capitalista que poderá bater com
força aqui no ano que vem?

Acredito que a maior visibilidade da


Antes da eclosão da crise, a extrema
extrema-direita, por meio da
direita conquistou governos de países
candidatura do Serra, não tem relação
ocidentais, a exemplo da Itália, com
direta com a crise. A questão
Berlusconi; mas, no ápice da crise nos
fundamental, que levou à adoção
Estados Unidos, o eleito foi Obama.
dessa estratégia (religiosa,
Agora, nas eleições parlamentares,
conservadora e moralista) por parte
Obama enfrenta dificuldades; a extrema
de Serra, se deve à existência de uma
direita do Partido Republicano faz uma
grande área de identidade das duas
campanha acusando Obama até de
candidaturas (Dilma e Serra). Em
comunista, que evidentemente não é.
especial, há concordância na política
macroeconômica, que vem sendo
O capitalismo está entrando numa
adotada desde o início do segundo
crise que precisa de alternativas de
governo FHC: metas de inflação,
extrema-direita para sair dela?
superávits fiscais primários e câmbio
flutuante.
Acredito que qualquer tentativa de saída
mais à direita da crise, como estamos
E esta política reflete um modelo
assistindo na Europa, não terá sucesso
econômico que foi construído a partir
no médio e longo prazos; apenas
do início dos anos 1990, com o Collor,
expressa a recusa em redefinir o padrão
Itamar, FHC e Lula. Esse modelo sofreu
de acumulação financeirizado – que
uma inflexão a partir do segundo
tornou o capitalismo mais crítico ainda,
governo Lula, com aumento da
pois radicalizou suas tendências a super-
importância do grande capital da
acumulação, em particular acentuando
indústria de commodities articulado
sua dimensão fictícia (descolada da
com o Estado que, por meio do BNDES,
produção), e a sua natureza regressiva
vem financiando e patrocinando o
do ponto de vista social e político. Com
fortalecimento e a internacionalização
isso, a crise econômica se transforma
de grandes grupos econômicos
em crise política e não se ataca a
nacionais. Isto redefiniu, parcialmente,
questão fundamental para a retomada do
o bloco de poder político dominante,
crescimento de forma menos instável,
com o aumento da importância desses
qual seja, a forma como vem
segmentos.
funcionando o capitalismo há 30 anos.
É como se o governo Lula estivesse
Mas, como disse anteriormente, na
reconstruindo o tripé da época do
atual conjuntura não há ainda um
modelo de substituição de importações:
movimento internacional dos
capital internacional, capital estatal e
trabalhadores e dos setores populares
capital privado nacional. Só que, agora,
que leve o grande capital a recuar.
sob a hegemonia do capital financeiro e
Portanto, o horizonte é de crise
não, como anteriormente, do capital
política e social, sem resolução da
industrial.
crise econômica.
fantasma das privatizações. Tanto num
caso, como no outro, as diferenças são
bem menores do que aparentam.

Os partidários da candidatura Dilma


sustentam que, apesar de sua
moderação, da política econômica
conservadora e das alianças à direita, o
governo Lula teria trazido avanços para
a qualidade de vida da população. E que
É isto que reverbera no debate sobre as a política externa brasileira teria sido
privatizações, ou quem é mais decisiva na derrota da ALCA e no apoio
privatista; na verdade, aqui há uma a países como a Venezuela e a Bolívia,
diferença na ênfase que se dá à maior ou contra as pressões dos Estados Unidos.
menor importância do Estado e dos Dizem que as privatizações foram
grandes grupos nacionais no modelo de interrompidas e que o poder público se
desenvolvimento, que segue, em fortaleceu no Banco do Brasil, Petrobrás
qualquer caso, sob a hegemonia do e em outros setores. E que o governo
capital financeiro. Lula manteve a demarcação da reserva
indígena Raposa-Serra do Sol, apesar
Embora a direita esteja presente no das pressões dos militares e do
campo de alianças do PT, no governo agronegócio.
Lula e na candidatura Dilma,
mantendo e desenvolvendo o modelo
econômico, e sem pretender alterá-lo,
os tucanos e a candidatura Serra
fizeram uma campanha mais de direita
e abriram espaços para porta-vozes da
extrema direita. Isso acontece como
um prenúncio de que a crise
permanece e pretende soluções que
implicam menos democracia no
Brasil? Ou a radicalização, com
intolerância, é só eleitoreira?
Essas são diferenças importantes em
Acho que há o uso eleitoral da extrema- relação aos governos tucanos, na
direita pela campanha do Serra. Como medida em que o modelo econômico da
há dificuldades de diferenciação entre as era FHC foi mantido e desenvolvido?
candidaturas, a questão moral e O primeiro governo Lula foi,
religiosa – na verdade uma falsa questão fundamentalmente, semelhante ao
– apareceu como a única estratégia segundo governo FHC: manteve o
possível para a oposição de direita. O mesmo modelo econômico e a mesma
governo Lula e a Dilma responderam, política econômica, mas ampliando o
por sua vez, com a questão das escopo da política social focalizada com
privatizações – entendida, de forma a implantação do Bolsa-Família. A
restrita, como sendo apenas a venda de partir do final desse governo e início do
empresas estatais, como lhes interessa. segundo, o modelo sofreu a inflexão
Também é a única distinção relevante explicada anteriormente, por meio de
que pode ser explicitada do ponto de uma estratégia de articulação de grandes
vista de propaganda de massa. Em grupos econômicos nacionais por dentro
suma, Serra faz uso eleitoral do ideário do e com o Estado.
da extrema-direita e Dilma se utiliza do
B, C, D e E). De fato, o que ocorreu foi
uma melhora na distribuição dos
rendimentos do trabalho e uma quase
manutenção da distribuição funcional da
renda (entre capital e trabalho). E tudo
isso porque houve um período de maior
crescimento, quando pôde haver uma
melhora relativa da distribuição sem
transferir renda de um segmento social
para outro, ou seja, sem maiores atritos.
O pagamento de elevadíssimo montante
de juros da dívida pública para o capital
financeiro pôde ser compatibilizado,
O capital estatal e nacional se fortaleceu momentaneamente, com a ampliação do
relativamente ao capital internacional Bolsa-Família e com o aumento real do
no bloco de poder, mas esse é um preço salário mínimo e dos rendimentos da
que o capital financeiro internacional Previdência Social.
tem que pagar para poder ter os dólares
necessários para remeter para o circuito Quanto à política externa, ela de fato se
internacional da acumulação. diferenciou, mas acredito que não foi
decisiva para enterrar a ALCA; esta
Porém, a questão decisiva foi a tinha fortíssimas resistências dentro dos
seguinte: com a mesma política EUA, nos segmentos do agronegócio de
econômica, no período Lula, a lá – que perderiam com a criação da
economia brasileira obteve um área de livre comércio; o contrário
desempenho melhor do que no período aconteceria com o agronegócio do
FHC, em razão do grande crescimento Brasil. As privatizações, por sua vez,
da economia mundial nesse período e caminharam em outras direções:
que acabou desembocando na crise parcerias público-privadas e articulação
geral do capitalismo. Nesse período, do BNDES com grandes grupos
com a grande melhora do balanço de econômicos; a linha de privatizar
pagamentos do País, a política empresas estatais perdeu espaço. Em
econômica pôde ser flexibilizada suma, estamos assistindo a um
quantitativamente: menores taxas de movimento contraditório: o capitalismo
juros e mais crédito ao consumidor está se fortalecendo no Brasil e, ao
(inclusive o consignado), menores mesmo tempo, a economia está se
superávits fiscais primários e mais especializando, cada vez mais, na
gastos do governo, permitindo aumentos produção de commodities agrícolas e
reais do salário mínimo e dos benefícios industriais. O preço disso tudo tem
da Previdência Social. sido a desmobilização dos
movimentos sociais e a despolitização
Portanto, maior crescimento e menores da política, com o ideário socialista
taxas de desemprego. Isto, sem dúvida, cada vez mais distante da luta
melhorou o nível de consumo dos política.
segmentos de menor renda. Mas isso
não deve ser identificado com a A reforma da Previdência do
ampliação da classe média brasileira, funcionalismo e a transposição do rio
como o governo Lula propagandeia, a São Francisco, por exemplo, não são
partir de um conceito estatístico, não exigências do projeto neoliberal no
sociológico, de classes sociais utilizado País?
pelos institutos de pesquisa (classes A,
acúmulo de reservas, a dívida externa
pública líquida tornou-se negativa e a
dívida externa privada vai sendo
administrada. Enquanto existirem fluxos
abundantes de capitais no mercado
internacional, esta não se coloca como
um problema imediato.

No caso de a crise se aprofundar nos


Estados Unidos e no mundo, é possível
Todas essas ações do governo Lula uma saída à esquerda?
estão no contexto do modelo liberal
periférico. Só é possível uma saída à esquerda (no
A reforma da Previdência do sentido amplo, isto é, "social-
funcionalismo foi uma medida política democrata"), se houver movimento de
para serenar os ânimos do capital massa e pressão política, que levariam o
financeiro, quando do início do primeiro grande capital e os Estados capitalistas a
governo Lula. A obra citada faz parte da redefinirem a forma de funcionamento
lógica do PAC, que é a de melhorar a do capitalismo, como na crise de 1929.
infraestrutura do País, por meio da Mas esse é um processo muito
articulação do Estado e de grandes complexo, que envolve um conjunto
grupos nacionais, com o objetivo de enorme de circunstâncias que impedem
fortalecer o padrão de desenvolvimento um prognóstico minimamente seguro.
capitalista que se está consolidando no No entanto, as mobilizações recentes na
País, qual seja, caracterizado por uma Europa evidenciam que a ascensão dos
especialização na produção e movimentos sociais não pode ser
exportação de commodities. O Pré-Sal, descartada.
provavelmente, reforçará fortemente
essa tendência. Se a crise se aprofundar ainda mais no
Brasil, haverá diferenças na forma de
A manutenção da política de juros enfrentá-la por um governo do PT ou
altos, a não suspensão do pagamento dos tucanos?
da dívida pública e a não realização da
reforma agrária não são mais Um governo dos tucanos,
importantes para os capitalistas provavelmente, trataria a crise da
nacionais e internacionais? mesma forma como o governo Lula a
enfrentou, isto é, com políticas (fiscal e
A política de juros altos depende de monetária) expansionistas,
cada conjuntura; os ganhos financeiros contrarrestando a tendência à
podem vir tanto dos títulos públicos desaceleração econômica. Isto foi feito
quanto do financiamento do consumo, no mundo todo, em todos os países e em
moradia etc. A reforma agrária não é do todas as economias. Não havia
interesse, em hipótese alguma, do alternativa dentro das circunstâncias.
grande capital. A terra é um ativo Quanto a uma retomada da crise,
financeiro, como outro qualquer, futuramente, não dá para fazer
passível de ganhos especulativos; além prognósticos com relação à
disso, uma reforma agrária massiva (em diferenciação entre tucanos e petistas.
grandes proporções) traria sérios Dependeria muito da forma como a
problemas para a obtenção de mão-de- crise se expressasse.
obra por parte do agronegócio. Com o *Entrevista concedida ao jornalista
boom das exportações brasileiras e o Otto Filgueiras
A ACADEMIA CASCAVELENSE DE LETRAS E A PROFESSORA
MARIA APARECIDA TIVES PALMA TÊM A HONRA DE CONVIDAR
PARA O LANÇAMENTO DO SEU LIVRO

ASSIM SOU EU (POESIA)


DIA: 06/11/2010 - HORA 19h:30
local: Biblioteca Pública Sandálio Santos
Rua Paraná, 2786 - Cascavel

Virgínia Fontes, historiadora, professora-


pesquisadora da EPSJV e da Universidade Federal
Fluminense, é a autora do livro O Brasil e o
capital-imperialismo - Teoria e história, uma
parceria com a Editora UFRJ.

A obra, que faz parte da coleção Pensamento


Crítico, da Editora UFRJ, propõe um retorno aos
clássicos para compreender o papel
desempenhado pelo Brasil nas formas
contemporâneas do imperialismo capitalista.

Ancorada num referencial marxista, Virgínia


revisita e atualiza o trabalho de Lênin sobre
imperialismo e recorre a Gramsci para entender,
entre outras coisas, a sociedade civil brasileira e o
papel de uma burguesia "nacional".

As condições de luta de classe no Brasil


contemporâneo e o aprofundamento das relações
capitalistas brasileiras, que aconteceu sobre um
pano de fundo de expropriações intensificadas,
também são um pano de fundo do livro.
Cidade, emprego, ambiente, juventude:
por um programa revolucionário
Nenhum direito a menos,
só direitos a mais
Ajude um desempregado: reduza a
jornada de trabalho para 40 horas

Lembre-se: em Cascavel,
nós somos a Revolução!

Audiência Pública discute


Conselho Municipal de
Este espaço está sempre aberto para artigos Políticas Culturais
e manifestações da comunidade Na próxima segunda-feira
Na Internet, acompanhe o blog do (8), às 8h, na Câmara de
PCB de Cascavel: Vereadores Cascavel.
http://pcbcascavel.wordpress.com
Vídeos revolucionários:
Veja a emocionante homenagem a Che Guevara, pela cantora
Nathalie Cardone:
http://www.youtube.com/watch?v=NdRip7nmTTo
Os Eremitas e a origem do trabalho:
http://www.youtube.com/watch?v=QEfQhhHNEOE

ORKUT:
PCB de Cascavel
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Twitter:
http://twitter.com/pcbparana

Ousar Lutar, Ousar Vencer!


Viva a Juventude Comunista!
A seguir, um dos capítulos da cartilha de Marxismo
e uma página colecionável de O Capital em quadrinhos
1

Curso Básico de Marxismo


O povo é que faz a História
4
“Toda, ou quase toda renda pública, na maioria dos países, é
empregada em manter mãos improdutivas. Assim são as pessoas
que compõem uma numerosa e esplêndida corte, um grande
estabelecimento eclesiástico, grandes esquadras e exércitos, que,
em tempo de paz, nada produzem e que, em tempo de guerra, nada
adquirem que possa compensar a despesa de sua manutenção,
mesmo enquanto dure a guerra”

Adam Smith

Karl Marx pretendia investigar qual era a base econômica que sustentava
uma sociedade: quem produzia, como produzia, com que produzia, para
quem produzia e assim por diante.
Foi visando a isto que ele se lançou ao estudo da Economia Política,
tomando como ponto de partida a escola inglesa, cujos expoentes máximos
eram Adam Smith e David Ricardo.
Em segundo lugar, uma vez que a base filosófica de todo o pensamento
marxista (e, portanto, também de sua visão de história) era o Materialismo
Dialético, Marx queria mostrar o movimento da história das civilizações
enquanto movimento dialético.
O desenvolvimento desses estudos levou Marx a aprofundar a concepção
científica do mundo.
Essa concepção é, filosoficamente, materialista.

O homem é um ser social

Para subsistir, o homem tem que satisfazer suas necessidades materiais em


roupa, calçado, habitação etc.
Queira ou não, para isso ele precisa entrar em relação com a natureza e
com os outros homens: lavrar os campos, construir a casa, fazer a roupa,
fabricar instrumentos de trabalho e trocar os produtos.
É assim que ele se torna um ser social.
2
O que caracteriza o ser social é o trabalho. Tudo é trabalho. O trabalho é
contra a ideia de inércia, a paralisia, o imobilismo.
O trabalho leva ao desenvolvimento e à transformação. Assim, o ser social
do homem determina também a sua consciência social, ou seja, as ideias, as
opiniões, a “espiritualidade”. Tudo isso vem do trabalho.
Podemos dizer que a consciência social do capitalismo é explorar e
justificar a exploração.
A consciência social dos operários e demais trabalhadores é lutar para
acabar com a exploração.

“O modo de produção da vida material condiciona o


processo de vida social, político e intelectual em
geral. Não é a consciência dos homens que lhes
determina o ser; é, inversamente, o ser social que
lhes determina a consciência” – Marx e Engels

A cadeira, bem produzido pelo trabalho

Vemos, assim, que cada classe tem a sua própria consciência. E essa
consciência é determinada pelas formas de produção (resultado do trabalho).
Para compreender as forças produtivas e as relações de produção é preciso
ver quais são os seus componentes básicos.
Começa pelo objeto inicial para a fabricação das coisas que os homens
necessitam: madeira, metal etc. É o objeto do trabalho que criará forma, nas
mãos do homem. Ou seja, o material.
As máquinas, martelos, tornos etc são os instrumentos de trabalho. Meios
de trabalho são as instalações e locais para trabalhar: edifícios fabris,
armazéns, depósitos, fontes de energia. Estradas, linhas de transmissão de
energia, lavouras etc.
A soma dos objetos de produção (material e instrumentos) com os meios de
trabalho integram os meios de produção. Isto significa o conjunto das
condições materiais, sem as quais não há produção.
Mas sem o homem, as máquinas não produzem nada. Assim, os
trabalhadores são os produtores de bens. São o mais importante de todos os
fatores de produção.

A seguir: O trabalho no comunismo primitivo


Lições de Comunismo
número 61

A cada edição do PerCeBer você terá uma nova


página colecionável de O Capital em quadrinhos

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