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05/09/2019 Questão da Amazônia nasceu com ataques de Bolsonaro, diz ex-diretor do Inpe - 04/09/2019 - Ambiente - Folha

Questão da Amazônia nasceu com ataques de


Bolsonaro, diz ex-diretor do Inpe
Ricardo Galvão foi homenageado, nesta quarta (4), na Academia Brasileira de
Ciências

4.set.2019 às 18h55

EDIÇÃO IMPRESSA (https://www1.folha.uol.com.br/fsp/fac-simile/2019/09/05/)

Diego Garcia

Ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)


RIO DE JANEIRO
exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), Ricardo Galvão afirmou
nesta quarta-feira (4), em evento na ABC (Academia Brasileira de Ciências),
que a questão da Amazônia começou a ser despertada após as acusações,
sem provas, do presidente contra ele. 

“A repercussão internacional foi enorme. Minha reação ao presidente foi


forte. Teve repercussão. Ele disse que eu estava a serviço [de ONGs], no dia
seguinte jornalistas estrangeiros me ligavam. Isso começou a despertar a
questão da Amazônia (https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2019/09/bolsonaro-sempre-sinalizou-que-
afrouxaria-preservacao-ambiental.shtml)”, apontou Ricardo Galvão.

Segundo o ex-diretor do Inpe, não quer dizer que o governo queira o


desmatamento (https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2019/09/bolsonaro-sempre-sinalizou-que-afrouxaria-
preservacao-ambiental.shtml), mas lhe chamam a atenção os discursos contra o

aquecimento global e contra a importância de manter as florestas em pé. Ele


voltou a criticar o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre o tema.

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Ricardo Galvão durante palestra - Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

“Sem levar no ponto de vista político, ele [Salles] tem uma visão capitalista
destruidora. Absurdo explorar minério em terra indígena. Inclusive, o
presidente do Brasil falou que o bom lá é explorar nióbio, mas o Brasil já
produz 90% do nióbio mundial, dominamos já o mercado. Para que precisa ir
em terra indígena explorar mais nióbio? Tem umas coisas absurdas”,
apontou Galvão. “Eles são muito despreparados.”

O ex-diretor do Inpe também acredita que o governo tenha recuado na


questão sobre a floresta após a repercussão mundial que o caso ganhou.

“Acho que [o governo] recuou e espero que recue mais, pois vai ser
insustentável para o Brasil, fica uma situação instável para um governo frente
até à sociedade brasileira. Em todo lugar agora as pessoas perguntam sobre o
Inpe, a população já tem a consciência de manter a Amazônia”, declarou
Galvão.

Galvão também diz que Salles, caiu no “canto da sereia do vendedor” na


adoção de um novo sistema de monitoramento de desmatamento na
Amazônia.

“Acredito que o ministro Ricardo Salles, de uma certa forma, tem duas coisas
que podem acontecer, uma é comprar isso com interesse não sei de quem. O

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outro talvez seja uma justificativa pela não ação”, afirmou Galvão, que foi
homenageado pela ABC. 

O governo pretende adotar um novo sistema de monitoramento privado, nos


moldes do oferecido por uma tecnologia americana disponibilizada no Brasil
pela empresa Santiago & Cintra. O sistema utilizado é o Planet, que produz
imagens mais detalhadas do que as do Inpe. A opção voltou a
ser questionada por Galvão (https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/08/galvao-ex-diretor-do-inpe-
afirma-que-sistema-privado-de-monitoramento-e-jogar-dinheiro-fora.shtml) nesta quarta.

“Nosso sistema de alerta tem uma faixa de varredura de pouco mais de 860
quilômetros. Se você abre muito o campo de visão, não vê nada em detalhe.
Nossa imagem não tem uma resolução para ver em detalhes. Mas as áreas
que damos são perfeitas para efeito de fiscalização, de coibir o
desmatamento, isso sempre funcionou, o que levou de 2004 a 2012 uma
queda abrupta na questão do desmatamento”, disse o ex-diretor do Inpe.

“A questão de resolução maior [como quer o governo], com três metros


quadrados, é para ver em detalhes. Quero fazer uma ação legal contra um
proprietário, aí eu olho em detalhes. Mas imagine três, quatro metros
quadrados. Então, imagine cobrir a Amazônia com seus quatro milhões de
quilômetros quadrados em um pedacinho de dois por dois?”, questionou
Galvão.

“Você tem é que usar o sistema Deter, aí tem um alerta de desmatamento, vê


onde ocorreu, e aí sim você pega essa área e vê em detalhe”, acrescentou. Ele
também relatou que o ministro do Meio Ambiente não gostou de sua análise.
“Ele ficou muito aborrecido comigo, porque eu disse a ele que não se mede a
distância São Paulo-Rio com uma régua de 10 centímetros”.

No último dia 22 de agosto, Salles criticou o sistema mencionado por Galvão.


“O Deter não se presta a medir volume de desmatamento, não é preciso e não
faz comparações. Para saber se o desmatamento aumentou, é preciso
comparar a mesma área em tempos diferentes. O Deter não faz isso”, opinou
o ministro do Meio Ambiente.

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No último dia 2 de agosto, Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) decidiu


exonerar Ricardo Galvão (https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/08/diretor-do-inpe-sera-exonerado-
apos-criticas-do-governo-a-dados-de-desmate.shtml), após críticas a dados sobre desmatamento

considerados sensacionalistas pelo governo. Segundo ele, o motivo de sua


exoneração foi porque seu discurso em relação ao presidente Bolsonaro
criou constrangimento. 
 

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