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Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ

Curso de Direito
1º Estágio – 2018.1

Direito Empresarial II – O RETORNO DO MAL

I. TÍTULOS DE CRÉDITO

1. Definição de Título de Crédito


Veio do doutrinador Cesare Vivante, que dizia “o título de crédito é um
documento necessário para o exercício de uma direito literal e autônomo descrito no
título”, ou seja, o título de crédito é uma cártula. Ele pode ser uma letra de câmbio,
nota promissória, cheque ou duplicata. É uma simbolização de uma quantia certa
de dinheiro vivo, para facilitar a circulação do capital através dessa cártula que tem
natureza jurídica de bem móvel. Esse título (cártula) só vai o ser quando respeitar os
requisitos formais que deverão obedecer os princípios da cartularidade, da
literalidade, e o da autonomia.
A definição transpassa a ideia de uma simbologia de um crédito de quantia certa,
o que facilita a aquisição de bens e serviços sem a necessidade de grandes quantias de
dinheiro em espécie ou in loco, garantindo ao portador de boa-fé do titulo a sua
exigibilidade. Desta definição, é possível os 3 princípios básicos acima citados.
O titulo de crédito é dotado das seguintes características:
a) Todo título de crédito é um documento formal. Não há titulo de crédito
consensual, isso quer dizer que se tiver algum vício de formalidade, ele terá
natureza de documento de confissão de dívida. Todo título de crédito próprio
possui uma legislação específica que o regulamenta, e a sua emissão ou saque sem
a observância dos requisitos formais intrínsecos e extrínsecos, desnatura a
natureza jurídica do título e o transforma no máximo em início de prova material.
b) Todo título de crédito é um documento de apresentação. O título condiciona o
direito ao adimplemento à posse da via original do título, a ser apresentada
diretamente ou devedor, inviável cópias autenticadas ou documentos anexos.
c) Todo título de crédito é um documento de resgate. O título de crédito só
permite a comprovação de quitação plena com a entrega da cártula ao devedor
adimplente, não sendo considerados documentos anexos.
d) Todo título de crédito é um bem móvel. É regido pelos arts. 81 e 82 do CC; é
transferido por mera traditio, e a competência para ações judiciais segue a regra
geral do CPC: domicílio do réu ou executado.
e) Todo título de crédito é um título executivo extrajudicial. O título executivo
dispensa prévio processo (ou fase) de conhecimento, sendo o devedor citado para
pagar ou nomear bens a penhora em 3 dias, adotando-se um rito processual mais
fácil.
f) Todo título de crédito é quesível. O portador de boa-fé do título deve se deslocar
ao domicílio do devedor para apresentar o titulo e cobrar o seu valor.
2. Princípios Cambiários
2.1 – Princípio da Cartularidade: A cobrança exige a apresentação da via
original ao devedor em seu domicílio (documento quesível e de
apresentação). Só o possuidor de boa-fé da via original poderá protestar o
título de crédito por inadimplemento. Só transfere ou negocia o título quem
possui a posse de boa-fé da via original do título. A transferência pode ser
por cessão civil ou endosso.
Cessão Civil Endosso
Simples traditio (entrega) Exige traditio e inscrição no corpo do
título
Só garante existência do crédito
quando da transferência em favor Garante a existência e solvência
do adquirente
Os vícios do negócio jurídico Os vícios do negócio jurídico nunca
originário contaminam o título contaminam o título (princípio da
abstração)
Solvência: é a garantia que o portador tem de cobrar de quem transmitiu o
título, além de quem o emitiu.
Existência: apenas garante a veritas nominis, isto é, a existência do crédito,
sem responder, entretanto, pela solvência do devedor.

OBS.: O protesto é um ato cambiário por meio do qual o credor narra uma
circunstância perante um notário ou tabelião, conferindo a tal ato a
publicidade e caráter erga omnes, assim como a constituição em mora pelo
devedor.
2.2 – Princípio da Literalidade: O que está escrito no corpo do título vincula as
partes originárias e terceiros endossatários ou cessionários supervenientes. Se
o nome não está escrito no corpo do título, não existe no mundo cambiário.
Este princípio possui duas facetas, uma positiva e uma negativa, quais sejam:
a) Faceta Positiva: O credor tem o direito potestativo de exigir o que está
escrito no corpo do título, no tempo, modo e forma da descrição.
b) Faceta Negativa: É uma garantia do devedor que não poderá ser
compelido a adimplir a obrigação de forma mais onerosa quanto ao
tempo, modo e forma já descritos.

2.3 - Princípio da Autonomia: Decorre do atributo da circulabilidade dos títulos,


ou seja, se emitido um título de crédito que represente um negócio jurídico
civil, uma vez transmitido a terceiro, se desvincula totalmente da causa
debendi, não sendo mais atingido por eventuais vícios do negócio jurídico
originário.

• Subprincípio da Abstração: por este subprincípio, uma vez


transferido o título de crédito em favor de um terceiro de boa-fé, só
haverá a sua desvinculação do negócio jurídico originário (causa
debendi) se for transferido via endosso, e não por cessão civil.
• Subprincípio da Inoponibilidade das Exceções Pessoais ao
Terceiro de Boa-fé: é uma faceta processual da abstração, e só
permite ao executado pelo título de crédito que circulou por endosso
arguir duas espécies de defesa: vícios formais do título e prescrição.
II. Classificação dos Títulos de Crédito

1- Quanto a transferência ou circulação

a) Títulos ao Portador: circula sem o nome do beneficiário escrito na


cártula. O único reconhecido no Brasil é o cheque que não ultrapasse
R$100,00.
b) Títulos Nominais à Ordem: são espécies de título que circulam com a
cláusula à ordem implícita, ou seja, podem ser transferidos por endosso ou
cessão civil, independentemente de anuência do emitente originário. Todo
título deste tipo deve ter o nome do beneficiário na cártula.
Ex.: Todos os títulos de crédito próprio – cheque, duplicata, letra de
câmbio e nota promissória.

c) Títulos Nominais Não à Ordem (Nominativos): São espécies de título


que obrigam o nome do beneficiário na cártula, mas por não possuírem
cláusula à ordem, só poderão ser transferidos ou negociados com anuência
do emitente ou com termo em livro de registro próprio, ou seja, pessoa
física não empresária não tem como emitir.

2- Quanto ao Modelo

a) Vinculado: é uma espécie de título de crédito cuja validade está


condicionada à observância de regulamentações estatais, por exemplo o
cheque, em relação ao BACEN, e duplicatas, em relação ao Conselho
Monetário Nacional.
b) De Forma Livre: Não possuem a sua validade condicionada a nenhuma
regulamentação estatal, prevalecendo a chamada autonomia da vontade
privada.
Ex.: Nota Promissória e Letra de Câmbio.

3- Quanto à Estrutura

a) Ordem de Pagamento: Possui 3 sujeitos cambiários: sacador (ou


emitente), sacado (ou devedor), e tomador (ou beneficiário).
O sacador ou emitente é quem coloca o título em circulação; o sacado ou
devedor tem por obrigação o adimplemento do título; o tomador ou
beneficiário recebe a cártula, torna-se um portador de boa-fé e, na data do
vencimento, faz jus ao valor do título.
Ex.: Letra de Câmbio, Cheque e Duplicata

b) Promessa de Pagamento: só possui 2 sujeitos cambiários, e dispensa a


figura do sacado como intermediário, permitindo que na data de
vencimento, o tomador ou beneficiário se volte diretamente contra o
sacador ou emitente. Ex.: Nota Promissória.
4- Quanto às Hipóteses de Emissão

a) Títulos Causais (ou Vinculado): São títulos cuja validade está


condicionada à representação de negócios jurídicos previamente
autorizados pela lei específica do título.
Ex.: Duplicatas, que só podem ser admitidas em duas hipóteses –
compra e venda mercantil ou prestação de serviço mercantil com
prazo de pagamento não inferior a 30 dias.

Em outras palavras, são títulos que só podem ser emitidos, por lei, para
compra e venda mercantil ou prestação de serviço mercantil. No
ordenamento brasileiro, só há a duplicata.

b) Títulos Livres: Podem ser emitidos para representar qualquer espécie de


negócio jurídico ou causa debendi.
Ex.: Letra de Câmbio, Nota Promissória e Cheque.

Nota Promissória Letra de Câmbio Cheque Duplicata

Quanto à Título Nominal à Título Nominal à Título Nominal à Título Nominal à


Transferência Ordem Ordem Ordem ou Título ao Ordem
ou Circulação Portador (quando
não passar de
R$100,00)

Quanto ao Forma Livre Forma Livre Vinculado (BACEN) Vinculado (Conselho


Modelo Monetário Nacional)
Quanto à Promessa de Ordem de Pagamento Ordem de Pagamento Ordem de Pagamento
Estrutura Pagamento

Hipótese de Título Livres Título Livre Título Livre Título Causal


Emissão

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