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História da
historiografia:
ferramentas para
análise
Pedro Spinola Pereira Caldas
Historiografia Contemporânea
Meta da aula
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
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Aula 1 – História da historiografia: ferramentas para análise
Historiografia contemporânea:
identificando os clássicos da história
recente
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Historiografia Contemporânea
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Aula 1 – História da historiografia: ferramentas para análise
Um bom exemplo
de obras que continuam
atuais é o livro A cultura do
Renascimento na Itália, de
Jacob Burckhardt, publicado pela
primeira vez na cidade da Basileia,
Suíça, em 1860, e ainda traduzido
e publicado – inclusive em português,
no Brasil. Fonte: http://books.google.
com/books?id=3fjPtKzFcok
C&printsec=frontcover&hl=pt-
BR#v=onepage&q=&f=false
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Historiografia Contemporânea
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Aula 1 – História da historiografia: ferramentas para análise
Fonte: http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://
www.novafronteira.com.br/_conteudo/catalogo/1768.
jpg&imgrefurl=http://www.novafronteira.com.br/produto.
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NC9V0Yc3PQtfS8k=&h=170&w=121&sz=34&hl=pt-BR&
start=7&um=1&tbnid=SEmL24wuP_9xQM:&tbnh=99&tbnw
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Historiografia Contemporânea
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Aula 1 – História da historiografia: ferramentas para análise
Fonte: http://cpdoc.fgv.br/
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Aula 1 – História da historiografia: ferramentas para análise
uma disciplina implica saber, de antemão, que essa história é ilimitada, pois o conhecimento
sempre se abre a novas possibilidades, sendo, portanto, infinito. Nas palavras de Rüsen:
“Na prática do conhecimento, nunca se pode afirmar, com exatidão, quando começa e
quando termina o processo da pesquisa (...)” (2007, p. 105-106).
Aqui, anunciamos já a próxima parte da aula: afinal, por que a história precisa ser
reescrita? De alguma maneira, a pesquisa histórica é infinita, sobretudo, porque os interesses
são múltiplos, imprevisíveis e incontroláveis.
Atende ao Objetivo 1
1. Leia as seguintes declarações do jornalista Laurentino Gomes, autor do best seller 1808,
em uma entrevista concedida à revista História Viva. Preste atenção no que ele afirma a
propósito da história do Brasil e da escrita da história.
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Historiografia Contemporânea
o leitor a imaginar se um dia, ao acordar, ficasse sabendo que o presidente havia fugido para
a Austrália com todo o governo brasileiro. Em seguida, explico que algo parecido aconteceu
em Portugal 200 anos atrás. Um livro acadêmico não teria essa liberdade narrativa. Um livro-
reportagem pode ter (GOMES, 2009).
17 de outubro de 2009.
Em sua entrevista, Gomes marca claramente a oposição entre o livro acadêmico e o livro-
reportagem, entretanto também é possível perceber em sua fala pontos de semelhança entre
elas. Identifique, a partir do diálogo apresentado, quais critérios de Rüsen são atendidos em
1808, e os que deixam a desejar para que esta seja considerada uma obra histórica.
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Resposta Comentada
Relembremos os critérios estabelecidos por Rüsen: uma obra de história há de ser interessada,
realista, metódica, inovadora e infinita.
Ora, podemos ver, a partir do depoimento de Gomes, que seu texto é interessado e realista,
mas não há da parte dele nenhuma declaração quanto à metodologia empregada. Sobre o
caráter inovador, de alguma maneira, pela entrevista,1808 apenas sublinha e corrobora o
que já sabemos de nós mesmos (“é o nosso DNA”). Não contribui com uma visão diferente
sobre o nosso próprio presente, apenas o prolonga no tempo. A própria expressão de que
corrupção e nepotismo estão no DNA do Brasil implica uma naturalização da história, como
se características históricas fossem inalteráveis, como a cor dos olhos ou da pele. Por outro
lado, o autor Laurentino Gomes se apresenta de maneira honesta, pois define o próprio livro
como “reportagem”, e não como uma obra de história.
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Atende ao Objetivo 2
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O trecho de Joan Scott é bastante ilustrativo no que diz respeito à relação entre o ambiente
político do século passado e a escrita da história. No século XX, a historiografia passou
por inúmeras e profundas mudanças, principalmente após a década de 1960, quando
precisou se adaptar às novas demandas sociais, com a criação e/ou o desenvolvimento
de novos campos e domínios de estudos, como a história da sexualidade e a história
das mulheres.
Como você interpreta tais mudanças? Elas vão de encontro ao conceito de paradigma
afirmado por Thomas Kuhn? É possível dizer que a historiografia evoluiu?
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Resposta Comentada
O conceito de paradigma de Kuhn, neste caso, só se aplica caso se leve em
consideração a mudança político-cultural ocorrida fora do ambiente científico. Os
interesses mudaram, e, com isso, as ferramentas disponíveis não seriam capazes de
suprir as demandas necessárias.
Para essa situação, se adotarmos um parâmetro humanista, podemos admitir que houve
uma evolução na ciência histórica, na medida em que a sociedade também evoluiu.
Mas o critério, é bom que fique claro, não é metódico ou científico, mesmo porque
poderíamos usar os mesmos métodos para explicar um grupo maior de objetos; e,
neste sentido, o historiador especializado na pesquisa da história das mulheres ou na
história da sexualidade estaria ainda dentro do âmbito da ciência normal, tal como
definida por Kuhn, ou seja, estaria “limpando o terreno”, demonstrando a aplicação
de métodos previamente desenvolvidos em objetos que, por questões extracientíficas
(políticas, culturais etc.), ainda não haviam sido abordados.
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Historiografia Contemporânea
O historiador e a sociedade
Na primeira parte da aula, abordamos as características
específicas de uma obra de história, e vimos que nem todo texto cujo
tema seja o passado é necessariamente uma obra historiográfica.
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Aula 1 – História da historiografia: ferramentas para análise
Atende ao Objetivo 3
Mais importante que a referência ao passado é a sua introdução sob a forma de uma
distância tomada. Uma falha se insinua na coerência científica de um presente, e como
poderia ela sê-lo, efetivamente, senão por alguma coisa de objetivável, o passado, que
tem por função significar a alteridade (CERTEAU, 2002, p. 92)
Na passagem anterior, como Certeau avalia a relação entre passado e presente? Como
o conhecimento do passado (“referência ao passado”) pode contribuir para a imagem
que o presente tem de si mesmo (“a coerência científica de um presente”)? Neste sentido,
qual a função crítica do conhecimento do passado?
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Resposta Comentada
O passado pode ser um instrumento crítico, na medida em que, ao estudar uma determinada
época, podemos estar acusando uma lacuna no presente, lacuna esta que não perceberíamos
se não fosse o estudo de um período específico. Assim, o presente perde a aparência de
natural e eterno.
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CONCLUSÃO
Atividade Final
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Resposta Comentada
Rüsen, embora tenha elaborado critérios que permitam discernir as características de
uma obra histórica, não desenvolveu uma teoria que explique as mudanças da história
da historiografia, algo apenas insinuado na quinta característica da pesquisa histórica, a
saber, a infinitude da mesma.
Isto pode ser pensado a partir da dialética entre mudança e permanência. As alterações
na história da escrita da história podem ser pensadas a partir do conceito de paradigma,
cunhado por Thomas Kuhn para uma escrita da história das ciências (sobretudo, as ciências
físicas e da natureza em geral); já as permanências podem ser pensadas a partir do conceito
de clássico, mais próximo da literatura e das artes em geral. Ora, mas as alterações não
ocorrem somente dentro do mundo científico, mas, muitas vezes, são suscitadas pelo mundo
que existe fora da academia e da pesquisa, razão pela qual é imprescindível, neste aspecto,
pensar a relação crítica da historiografia com a sociedade. E, aqui, Michel de Certeau
pode ser de enorme ajuda, na medida em que fornece ferramentas úteis para avaliação
da forma como o historiador reage à vida social circundante.
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RESUMO
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