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AP2 – QUESTÕES COMENTADAS

QUESTÃO 1
O historiador Pierre Grimal, um dos maiores especialistas em Roma Antiga, deu a um
de seus livros mais conhecidos o título de O século de Augusto (1998). Não é pouco
frequente que se designe um “século de História” com o nome de alguém. Fala-se, por
exemplo, em “O século de Péricles” e o “o século de Luís XIV”. Em todos esses casos,
destaca-se o impacto que a obra de determinados sujeitos exerceu por um longo
período histórico. Com Otávio Augusto não é diferente.

Baseado nessa premissa, disserte sobre Otávio Augusto e as ações que o levaram a
ser representado de modo tão prestigioso.

A ascensão de Otávio Augusto ao poder, possível diante do cenário de crise que


caracterizou as últimas décadas da República, representou um turning point na
História Romana. Nessa questão, a resposta poderia explorar pelo menos dois vieses,
juntos ou separadamente. A primeira opção envolve uma análise que segue um ponto
de vista pragmático, a partir do qual poder-se-ia argumentar que algumas medidas
político-econômicas de Augusto favoreceram o arrefecimento dos conflitos internos.
Dentre elas, merece destaque a influência maior que as colônias e províncias
passaram a ter na vida do Império, a diminuição do poder dos generais, que já não se
dedicam à conquista e glórias pessoais como outrora, as reformas estruturais que
permitiram a maior integração do Império (incentivo à construção de estradas,
aquedutos, edifícios urbanos) que, além de assegurar emprego para a plebe, garantia
um maior afluxo de riquezas para Roma através da celeridade com que os tributos
chegavam à cidade. A segunda opção envolve a articulação que Augusto conseguiu
construir com vistas a evitar celeumas e crises no interior da classe política. O poder
do Senado foi limitado, sem que perdesse sua legitimidade; as lideranças provinciais,
bem mais valorizadas, estabeleceram com o Imperador um vínculo de lealdade; junto
à plebe, estabeleceu uma política de ampliação dos dias festivos associada à
distribuição de grãos; apesar de sua ascensão ser identificada com o fim do sistema
político republicano, Augusto defendia as instituições republicanas e se colocava como
um restaurador, inclusive, da moralidade da Roma dos primeiros tempos que teria
ruído com as sucessivas guerras civis; do ponto de vista pessoal, criou um poderoso
mecanismo de propaganda que, louvando os próprios méritos, ampliava seu prestígio.
Essas e outras questões, juntas ou separadamente, poderiam ser utilizadas para
elaborar uma análise.
QUESTÃO 2
“O cotidiano está também nas encruzilhadas de abordagens
recentes na sociologia (de Michel de Certeau a Erving
Goffman) e na filosofia (seja ela marxista ou fenomenológica).
O que essas abordagens têm em comum é sua preocupação
com o mundo da experiência comum (mais do que a sociedade
por si só) como seu ponto de partida, juntamente com uma
tentativa de encarar a vida cotidiana como problemática, no
sentido de mostrar que o comportamento ou os valores, que
são tacitamente aceitos em uma sociedade, são rejeitados
como intrinsecamente absurdos em outra”.
(BURKE, P. A Escrita da História: novas perspectivas. São
Paulo: UNESP, 1992, p. 7)

A recente tradição, em termos históricos, de estudos sobre a vida cotidiana, abriu uma
série de problemáticas anteriormente pouco exploradas pela historiografia. Nesse
campo, costuma-se analisar diversos aspectos da vida comum, desde as ações
rotineiras, as experiências com o espaço (tanto da cidade quanto do campo), as
atitudes, modos de comer, os costumes, os rituais, as festas e mesmo os chamados
“hábitos mentais”. Com base em seus conhecimentos sobre a sociedade e a cultura
romanas, elabore uma reflexão sobre a vida cotidiana na Roma Antiga.

Essa questão exigia que as(os) estudantes analisassem aspectos da vida cotidiana na
Roma Antiga. Mais do que citar hábitos rotineiros ou aspectos culturais, dever-se-ia
primar pela análise de alguns deles. O caso dos jogos de gladiadores, por exemplo,
poderia ter sido alvo de reflexão para pensar a própria identidade romana, os rituais e
aspectos religiosos a ele associados. O teatro, para além de um espaço de
entretenimento, poderia ser entendido como um locus privilegiado para debates
políticos e exibição dos dilemas e conflitos do viver em sociedade. Para a análise das
relações de gênero, seria plausível analisar a vida no domus, as dinâmicas que
envolvem a dicotomia entre público e privado, as possibilidades ou interdições, em
função das diferenças sexuais socialmente refletidas, de acesso à vida política no
espaço público. A questão do uso dos espaços e das práticas sociais também poderia
servir de ensejo para um debate acerca das diferenças de classe, etc.. Há, portanto,
uma miríade de problemas disponíveis para a análise. Os(as) estudantes poderiam
fazer uma escolha particular e desenvolvê-la ou propor um problema geral e fazer
remissão a questões específicas.

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