Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Por
Christian Chen
Esta vez, pela graça do Senhor, desejamos saber como o Espírito Santo
operou ao longo da história da igreja; como ele fez esta obra de restauração
logo que a igreja caiu no cativeiro da Babilônia.
Tiatira
O ensino era que havia dois tipos de pecados: pecado mortal e pecado
venial. O pecado mortal era digno de morte, mas o pecado venial podia ser
perdoado. O pecado mortal conduz ao inferno, ao fogo eterno.
Contradizendo o ensino bíblico, ensinavam que os bons iam para o céu, os
maus para o inferno, e se alguém era metade bom e metade mau, iria para
um lugar chamado purgatório. Ali purificaria a sua alma até que estivesse
preparada para ver a Deus. Agora, quanto tempo teria que estar ali? De
acordo com alguns cálculos feitos no século XI, cada pessoa, em média,
comete diariamente 30 pecados veniais. Por cada pecado venial, deveria
passar um dia no purgatório. Se uma pessoa tiver 60 anos de idade,
sabem quantos anos teria que estar ali? Mil e oitocentos anos!
Mas, como poderia sair do purgatório? Era necessário alguém que tivesse
méritos: os santos, os papas, os mártires, que acumularam muitos
méritos, para pô-los no 'banco' da igreja, de maneira que esses méritos
pudessem ser distribuídos entre o povo, e assim, alguns pecados poderiam
ser perdoados.
Então, supondo que alguém deveria estar 1800 anos no purgatório, por
meio desses méritos, pode-se reduzir esse tempo somente a uns cinco
anos. Então, como alguém iria cuidar da sua salvação? Há vários métodos:
rezar o rosário, assistir a missas, pagar uma peregrinação a Roma, e
outras coisas deste estilo.
Isso é a palavra da vida? De onde surgiu este tipo de conceito? Essa
pessoa não é budista, não pertence à religião da Babilônia. Eles são
chamados 'cristãos'. Eles tinham a Bíblia, mas não tinham acesso a ela.
Ninguém tinha certeza da sua salvação. Tinham que trabalhar, tinham que
derramar muitas lágrimas para ganhar a sua salvação.
Lutero
Um dia, houve uma tempestade que parecia cair sobre a sua cabeça, e ele
teve tanto medo que se escondeu no campo. Lutero era muito
supersticioso, e dependia dos méritos de Santa Ana. Então, disse: "Me
ajude, Santa Ana, e te prometo converter-me em um monge". Depois desse
incidente, ele cumpriu a sua promessa.
Um dia, Lutero decidiu visitar Roma. Esta visita a Roma era uma outra
forma em que alguns pecados podiam ser perdoados. Nessa época havia ali
uma escada famosa, chamada a escada de Pilatos. Segundo a tradição, a
escada tinha estado antes em Jerusalém, e supunha-se que Jesus tinha
sido julgado nesse lugar, e que o sangue de Jesus ainda estava nela. Se
hoje alguém visitar Roma, ela ainda está lá, e se vê muitos assim
chamados cristãos que quando sobem por ela, choram por seus pecados,
pensando que desta forma serão perdoados.
Na metade de sua ascensão pela escada - e a ascensão era feita de joelhos:
muitas lágrimas, muito suor -, Lutero ouviu uma voz do céu: "Mas o justo
por sua fé viverá" (Hab. 2:4). A luz celestial brilhou sobre Lutero!
Nesta época ainda não é a lua cheia; mas ao menos temos um quarto da
lua. Em seguida, Deus vai fazer uma obra maior. À medida que Deus vai
trabalhando na história, depois de duzentos anos, já não só teremos um
quarto, mas sim a metade da lua. Vocês podem ver irmãos? É assim que
Deus começou a sua obra de restauração.
Quando é lua nova, não se vê nada; toda a palavra da vida está perdida, o
paraíso está perdido. Mas, graças a Deus, por meio da maravilhosa obra
de Lutero, Calvino e outros, os nossos olhos se abriram. Hoje temos uma
Bíblia aberta. É maravilhoso! Uma vez mais, podemos chegar à fonte da
vida. Graças a Deus por isso.
E mais ainda, começamos a ver que somos justificados pela fé, por meio do
sangue de nosso Senhor Jesus, e mais que isso, por meio de João Calvino
sabemos que tudo é por graça. Nós somos totalmente incapazes, não
temos nenhuma esperança; da cabeça até os pés, somos como os leprosos.
Tudo é por meio da graça de Deus.
A justificação e o sacerdócio
Por meio de Martinho Lutero, não só vimos a justificação por fé. Também
fez outra grande descoberta na palavra de Deus: o sacerdócio de todos os
crentes.
O que significa isso? Que, entre Deus e o homem não há nenhuma classe
intermediaria, como no Antigo Testamento. No judaísmo, havia um
sacerdote que levava as ofertas por outros ao altar. Os sacerdotes se
converteram em uma classe intermediaria entre Deus e o homem. Mas,
graças a Deus, quando voltamos para a Bíblia, é evidente que todos os que
são comprados pelo precioso sangue de nosso Senhor Jesus são os
sacerdotes que Deus tem hoje.
Todos nós somos sacerdotes, e supõe-se que todos sirvam a Deus. Por seu
sangue, nós estamos capacitados para estar em sua presença. O que
queremos dizer com a justificação pela fé? Que podemos estar na presença
de Deus sem sermos consumidos. Se você vê a justificação pela fé,
automaticamente saberá quem nós somos. Poderá verificá-lo com a Bíblia.
Em Apocalipse e em muitas outras passagens descobriremos que todos
nós somos sacerdotes.
Mas Lutero encontrou alguns problemas, e ele tinha uma grande dor
interior por isso. Ele sabia que a igreja só abrangia os cristãos renascidos.
No entanto, ele não tinha saída, porque a Reforma tinha sido ajudada pelo
poder político. Antes, todos os nascidos no império romano, pertenciam à
igreja. Agora, todos os que nasciam na Alemanha, eram luteranos.
Essa foi uma frase famosa de Martinho Lutero. "Uma igreja dentro da
igreja". Isto nos fala de que ele viu claramente o que tinha sido revelado na
Bíblia; no entanto, não pôde chegar a este ideal. Mas mais tarde vemos
que Deus sim pôde. Deus sempre vai obter aquilo que tem proposto. Mas
ao menos aqui foram restaurados dois pilares - a justificação pela fé e o
sacerdócio de todos os crentes.
Outra vez lhes digo: ver algo, é uma coisa; fazer a vontade de Deus é outra
coisa. A visão que recebemos é maior que a nossa realidade. Assim foi com
Martinho Lutero, e assim é também com cada um de nós. Não me diga
que, porque vê tanto, já está na realidade do que vê. Não. Isso é o que
ocorreu no século XVI: vemos a justificação pela fé; esta é ao menos a
primeira fase da restauração de Deus. Não vemos ainda a lua cheia, mas
ao menos vemos um quarto. Graças a Deus! É um começo maravilhoso. Se
não tivéssemos aquilo, hoje ainda estaríamos em escuridão.
A adoração da igreja
Quando falamos da justificação pela fé, significa que cada um de nós, pela
graça de Deus, pelo sangue de nosso Senhor Jesus, está capacitado para
estar na presença de Deus, e isto nos fala da adoração da igreja. Quando
nos referimos à vida da igreja, o que há por trás do princípio da
justificação pela fé é a nossa adoração. Onde vamos adorar? Segundo
nosso Senhor Jesus, não era em Jerusalém nem naquele monte da
Samaria. Jesus disse: "Nós adoramos o que conhecemos". Significa que
aquela era uma adoração falsa, correspondia à adoração dos pagãos.
Claro, os judeus conheciam a adoração, sabiam quem era Deus. Mas
então, por que Jesus disse: "...a hora vem quando nem neste monte nem
em Jerusalém adorarão..."? O que significa Jerusalém? O templo de Deus
estava ali; se você deseja adorar, vá a Jerusalém. Ali tinha todo aquele
sistema judaico que representava a adoração. Quando eles falavam de
adoração, era a adoração segundo o Antigo Testamento. Você não se
atreveria a se aproximar e necessitava de um sacerdote que se
apresentasse a Deus em seu lugar. No entanto, se for a justificação pela fé,
nós, pelo precioso sangue de nosso Senhor Jesus podemos nos aproximar
até a presença de Deus. No Lugar Santíssimo, podemos contemplar a sua
glória com o rosto descoberto.
O Senhor disse: "A hora vem...". Depois que Jesus morreu por nós na cruz,
ele abriu um caminho novo e vivo para você e para mim. Em qualquer
momento, nós podemos chegar à sua presença. Jesus disse que o Pai está
procurando verdadeiros adoradores. No grego, a palavra 'verdadeiros' não é
um contraste entre verdadeiro e falso. Há duas palavras que se podem
traduzir como 'verdadeiro'. Uma se refere ao verdadeiro em contraste com
o falso. Mas nesta passagem, a palavra 'verdadeiro' é oposta a sombra. Isto
significa que no Antigo Testamento, aquela adoração não era nada mais
que sombra; no entanto, agora, no Novo Testamento, nós estamos na
presença de Deus, e essa é a verdadeira adoração. A Bíblia diz: "...adorarão
em espírito e em verdade".
Paulo diz: "Vós sois o templo de Deus". Falando exteriormente, nós temos
um corpo, assim como o átrio exterior; nossa alma é comparada com o
Lugar Santo, e o nosso espírito é o Lugar Santíssimo. Assim, quando
adoramos a Deus no espírito, significa que já estamos no Lugar
Santíssimo. O que é isso? A justificação pela fé e o sacerdócio de todos os
crentes! Essa é a adoração segundo o Novo Testamento.
Mas graças a Deus que levantou os quaquers. Embora eles tenham ido a
alguns extremos, mesmo assim, temos que recordar este ponto muito
importante que Deus nos quer ensinar através deles. Quando se mudaram
para Boston, os puritanos os perseguiram, cortaram-lhes as orelhas,
arrancaram-lhes os olhos. No entanto, seguiram avançando. Graças a
Deus, hoje em dia nós vemos o que eles viram nos séculos XVI e XVII.
Quem era Zinzendorf? Era um nobre alemão, como aquele jovem rico da
Bíblia. Aquele jovem tinha muitas riquezas, mas quando Jesus lhe disse
"Siga-me", ele disse "Não". No entanto, aqui temos outro jovem rico, e este
lhe disse "Sim" ao seu Mestre. O Senhor realmente o usou para fazer uma
obra de restauração, para levar a igreja desde o quarto da lua até a lua
media. Damos graças a Deus por ele.
Os irmãos Wesley
John Darby
Glorificação pela fé
Por obra do Espírito Santo, este irmão pôde retornar à palavra de Deus.
Por uma parte, ele abraçou a Teologia Reformada, e por outra, aceitou a
Teologia Dispensacionalista. No entanto, na Bíblia, não há contradição.
Como é possível isso? Uma verdade gloriosa saiu desse estudo. Por meio
de Govett, a igreja descobriu uma verdade que estava perdida. Na fase da
lua cheia, no tempo de Paulo, essa verdade estava ali, e logo se perdeu.
Mas é muito importante, porque este reino tem a ver com nossa
maturidade, nossa filiação e nossa realeza. Graças a Deus, que usou o
irmão Govett para nos ajudar a entender a glorificação pela fé.
Convenção de Keswick
D. L. Moody disse: "Se você quer dar um queque (pequeno bolo) aos
meninos, não o ponha tão alto que eles não possam alcançá-lo; nem o
ponha tão baixo que seja muito fácil tomá-lo. Tem que estar na altura
exata". Watchman Nee tinha esse dom. Ele era capaz de pôr a palavra de
Deus em tal ponto que se tornava muito real, muito prática.
Vocês conhecem o seu livro "A Vida Cristã Normal". Do ponto de vista
teológico, este livro cobre a teoria da salvação. No entanto, por que este
livro se transformou em um clássico? Porque ele expôs de uma forma tão
fácil de entender que era como se falasse com os camponeses e os alfaiates
na China.
A restauração do testemunho
Então, nos últimos 150 anos, através dos ministérios de Robert Govett, T.
Austin-Sparks e Watchman Nee, e as Conferências de Keswick, nossos
olhos foram abertos. Agora começamos a ver não só a justificação pela fé,
a santificação pela fé, mas também a glorificação pela fé. Vamos sendo
transformados à imagem de Cristo.
Deus está trabalhando até a lua cheia. Não digo que já tenhamos chegado
àquela fase, mas vimos como o Senhor trabalhou nos últimos seiscentos
anos. Nos séculos XVI e XVII, a justificação pela fé. Em seguida, nos
séculos XVIII e XIX, a santificação pela fé. E nos séculos XIX, XX e XXI, a
glorificação pela fé. Quando reunimos tudo isto, vemos que a palavra da
vida está sendo maravilhosamente restaurada.
Agora, só o Espírito Santo pode nos conduzir para a realidade, pode nos
ajudar a crescer e fazê-lo real em nossas vidas. Desta forma, antes da volta
do Senhor, ele se apresentará a si mesmo uma igreja gloriosa, uma igreja
que não tem glória em si mesmo. Mas quando ela contempla o seu Mestre,
absorvendo a sua glória, então é transformada na sua semelhança, de
gloria em glória.