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8. ORIGENS DO URBANISMO
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CHOAY, Françoise, O Urbanismo, Perspectiva, São Paulo, 2010
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A utilização de utopias como forma de criticar o sistema vigente tem uma longa tradição, que inclui a publicação de
Utopia, por Thomas Morus, em 1516 e as cidades ideais propostas por Leon Batista Alerti e Filareti \em 1460.
Fig 73: New Harmony
Estes pensadores acreditavam que o homem seria mais feliz, mais produtivo e mais
religioso se as instituições da sociedade e a própria concepção urbanística das
cidades fossem objeto de mudanças radicais.
Desse modelo fazem parte John Ruskin e William Morris e no fim do século XIX
Ebenezer Howard criador da “cidade jardim”. Se a preocupação dominante no modelo
progressista era a higiene, no modelo culturalista a estética era a primeira questão a
ser considerada.
Fig 76: Catedral de São Marcos, Jonh Ruskin Fig 77: Sociedade, William Morris
A crítica sem modelo foi desenvolvida por pensadores políticos como Mattew Arnold,
Fourier, Proudhon, Carlyle, Engels e Ruskin, de tendências diversas e até mesmo
antagônicas.
Dentre eles destaca-se a critica a cidade industrial feita por Engels que, assim como
Marx, não recorre ao mito da desordem, nem propõem um modelo para a cidade
futura, já que esta seria o resultado de uma sociedade sem classes.
Engels pode ser considerado como um dos fundadores da sociologia urbana pelas
pesquisas que desenvolveu nas favelas (sluns) de Londres, Edimburgo, Glasgow, para
escrever A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra.
8.2 O Urbanismo
Dando segmento aos estudos, propostas e concepções que marcaram o período pré
urbanístico, inicia-se no final do século XIX, com Ebenezer Howard, o urbanismo,
propriamente dito que, ao longo do século XX, adquirirá, para muitos, o status de
“ciência”.
Desse conjunto de estudos destacamos apenas uma pequena amostra, torcendo para
que a curiosidade do leitor leve-o a continuar, por sua própria conta e risco, a viagem
pelas cidades de todas as épocas e pelas tentativas de torná-las melhores para todos
nós.
Tony Garnier, discípulo de Paul Blondel entrou para a história do urbanismo com um
projeto revolucionário, para sua época, de um modelo de uma cidade de 35.000
habitantes, a Cidade Industrial.
Como a cidade idealizada por Garnier não foi concebida para nenhum sítio e especial,
Garnier pode determinar a sua vontade as características topográficas e hidrográficas
do sítio, embora ressalvando que as cidades de Rive-de-Gier, Saint Étiene, Saint-
Chamond e algumas outras pequenas cidades francesas tinham as suas
características geográficas análogas a de sua criação.
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A Carta de Atenas ou Town Planning Chart foi elaborada durante o 4º congresso do CIAM (Congressos
Internacionais de Arquitetura Moderna). A Carta tem como uma de suas principais diretrizes urbanísticas
uma rígida separação das funções habitar, trabalhar, circular e cultivar o corpo e o espírito.
8.4 A cidade linear de Sorya y Mata
Segundo a sua concepção, a cidade linear era constituída por uma faixa de 500m de
largura e o comprimento que fosse necessário. No centro da cidade se localizaria uma
rodovia principal e uma linha de trem ou de bonde, assim como toda a infra-estrutura
de água, esgoto, gás, energia etc. Também na área central seriam dispostos os
principais serviços urbanos, como os bombeiros, a polícia, os estabelecimentos de
saúde etc.
As áreas residenciais eram dispostas ao lado da via central, servidas por vias
secundárias. Alem das áreas residenciais localizavam-se as atividades rurais.
As idéias de Sorya y Mata tiveram uma grande repercussão, servindo de modelo para
a cidade de Stalingrado e certamente eram do conhecimento de Lúcio Costa quando
elaborou o plano diretor de Brasília.
Geddes lança sua tese “Método de Investigação Regional” na qual qualquer ação de
desenvolvimento urbano deveria se basear em amplas e detalhadas pesquisas na
cidade e na região onde se pretendia atuar, tornando-se o precursor das técnicas de
“survey”, utilizadas por várias das escolas de planejamento urbano e regional que
surgiram no século passado.
A cidade idealizada por Howard seria construída no centro de 2400 hectares, dos
quais ocuparia 400 hectares. A cidade seria cortada por seis bulevares com 36 metros
e uma avenida central com 125 metros de largura, formando um parque.
Howard pensando como mostrar que sua idéia era viável, funda em 1899 a
Associação das Garden-Cities, e chama os arquitetos Parker e Umwin para projetar a
cidade de Letchworth . Em 1919 Howard funda sua segunda cidade: Welwin.
Howard com as duas cidades-jardins conseguiu comprovar que era viável a
construção de cidades novas com indústrias e jardins, e não subúrbio jardins. -que
cada família poderias possuir uma casa em meio ao verde, perto do trabalho e do
centro da cidade. - poderia obter cidades com boa qualidade ambiental, mantendo os
jardins. -era possível construir moradias a baixo custo e com conforto térmico.
Clarence A. Perry em “The Wider Use of School Plant” escrito em 1910 recomendava
que a escola fosse utilizada como centro comunitário, tendo em vista não só dinamizar
as atividades de grupo, como também aproveitar ao máximo o potencial agregador da
escola.
Com esse objetivo a estrutura viária seria projetada de forma obedecer a uma
hierarquia viária bem definida em que apenas vias locais, de pouco movimento de
veículos, penetrariam na unidade de vizinhança.
Enquanto Perry desenvolvia seus estudos, Henry Wright e Clarence Stein utilizaram
conceitos semelhantes nos conjuntos habitacionais de Sunnyside Garden e Radburn
em New Jersey, nos anos 1920.
Radburn foi construída como uma “cidade jardim” para abrigar uma população de
25.000 hab. A cidade, constituída por um núcleo central e três unidades de vizinhança,
dispostas em torno de três escolas/centros comunitários, com um raio de influência
que não ultrapassava 800 m.
O século XX foi marcado não só pelo surgimento das áreas metropolitanas em que o
tecido urbano de diferentes cidades se conurbavam para formar imensas megalópoles
sem obedecer a qualquer tipo de planejamento, mas também pela implantação de
núcleos urbanos planejados, mais conhecidos como cidades novas.
A criação dessas cidades tornou-se o contraponto de outras em que a falta de
planejamento e controle do crescimento urbano tornavam insuportável a vida de seus
habitantes. Procurava-se atingir com as novas cidades ou com a reforma urbana de
cidades já existentes os seguintes objetivos:
As Cidades Novas inglesas, como a maior parte das cidades planejadas sofreram
grandes modificações em relação ao projeto original, principalmente no que se
refere ao tamanho da cidade e da população que atingiu valores entre 100.000 e
250.000 habitantes, conquanto tivessem sido projetadas para abrigar apenas
20.000 a 60.000 habitantes.