Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
SEBENTA
EXAME DE ACESSO 2017
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
FICHA TÉCNICA
Morada
Av. Luanda Sul, Rua Lateral Via S10
Talatona - Luanda - Angola
Telefone:+244 226 690 417
Email: sebentas@isptec.co.ao
© 2015
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE
TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS - ISPTEC
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
PREFÁCIO
Esta sebenta foi elaborada por uma equipa de Professores do Instituto Superior Politécnico
de Tecnologias e Ciências (ISPTEC) de diversas áreas de conhecimento, com o propósito de
auxiliar os candidatos no estudo dos conteúdos específicos avaliados nos Exames de Acesso,
realizados por esta instituição. Os conteúdos aqui descritos são as principais referências para
candidatos que pretendem ingressar no ensino superior pois, abarcam os conhecimentos
mínimos necessários para frequentar os Cursos de Ciências Sociais Aplicadas desta
instituição, que é caracterizada pelos processos de ensino e aprendizagem com qualidade e
rigor alicerçados na investigação, inovação e extensão universitária.
Para consolidar esses conteúdos, são apresentados exercícios resolvidos que permitem a
orientação e suporte dos candidatos na resolução de outros exercícios propostos.
Nesta perspectiva, o ISPTEC lança esta sebenta como material com valor acrescentado para
suportar os estudos realizados pelos candidatos na compreensão dos temas abordados no
percurso do ensino médio.
i
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
ÍNDICE
ii
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
CAPÍTULO 5 - LEXICOLOGIA.............................................................................. 35
iii
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
1. JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 56
3. PÚBLICO-ALVO ................................................................................................ 56
5. LINKS ............................................................................................................. 58
MATEMÁTICA ......................................................................................................... 59
iv
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
v
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
vi
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
vii
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
viii
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
ix
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
x
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
xi
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
xii
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
xiii
LÍNGUA PORTUGUESA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
LÍNGUA PORTUGUESA
CAPÍTULO 1 - TIPOS DE TEXTO
O tipo de texto é definido em função da sequência e das características que ele apresenta.
Alguns, por possuírem a mesma estrutura, são distinguidos pela predominância de certos
elementos característicos. Por exemplo, um texto descritivo pode ter alguns momentos de
avanço (traços que marcam o texto narrativo), porém, não é um elemento predominante
neste tipo de texto. Assim, podemos saber, de antemão, que não se trata de um texto
narrativo.
“Mas à noite, quando a mãe o deitou e levou a luz, aconteceu uma coisa extraordinária.
A mãe dissera-lhe que dormisse, mas ele não tinha sono. E como não tinha sono,
cansado de dar voltas, pôs-se para ali de olhos abertos. Então reparou que de baixo
da cama vinha uma luz que se estendia pelo soalho. A princípio assustou-se, mas antes
de se assustar muito e de dar algum berro lembrou-se do que poderia ser. E, com
efeito, quando puxou a caixa, que ficara com a tampa mal fechada, e a abriu, a estrela
brilhava como quando a fora apanhar. Tirou-a devagar e todo o quarto ficou cheio da
sua luz. Esteve assim algum tempo com ela nas mãos até que os olhos lhe começaram
a arder com sono e a guardou outra vez na caixa. Mas no dia seguinte, assim que
acordou, foi logo ver se ainda lá estava. Ela estava lá, realmente. Mas não deitava luz
nenhuma. (…)”
Exemplo
EXERCÍCIO PROPOSTO
1- Leia com atenção os textos que se seguem. Indique, justificando a sua resposta, qual
destes trechos pode constituir um texto narrativo.
Texto A
O amigo veio devagar, desconfiado e medroso, mas, quando viu era ainda a cara do Zeca a
espreitar, quis pôr um riso no meio do choro calado, mas não conseguiu. Desatou mesmo a
chorar com toda a vontade.
- Zito, deixa, não chores. O bilhete está aqui, o nosso bilhete está aqui. Ela não lhe apanhou.
Aquele era outro. Desamarrotando uma bolinha de papel, mostrou no amigo o pequeno
bocado do caderno de uma linha onde, com a letra gorda e torta dele, Zito Mkoa tinha escrito
durante a lição: “ANGOLA É DOS ANGOLANOS”.
Texto B
Com efeito, a construção desta feição estética reside no resgate da riqueza do património
etnográfico e dos valores tradicionais do depósito oral para os ficcionalizar, levando-os à
categoria da fábula, num programa de consolidação dos alicerces da literatura africana em
universo africano.”
Descreve a representação de um objecto, um ser, uma coisa, uma paisagem, pela indicação
dos seus aspectos mais característicos, dos pormenores que o individualizam e o distinguem.
Por isso, é possível sempre distinguir um texto descritivo de um texto narrativo e, na mesma
medida, produzi-los. Podemos mesmo encontrar traços semelhantes em determinados textos,
porém, a predominância das suas características vão possibilitar distingui-los e assim
caracterizá-los de acordo com a sua tipologia.
A árvore era grande, com tronco grosso e galhos longos”. Era cheia de cores, pois tinha o
marrom, o verde, o vermelho das flores e até um ninho de passarinhos. O rio espesso com
suas águas barrentas deslizava lento por entre pedras polidas pelos ventos e gastas pelo
tempo.
In http://www.Adalidzeballoswordpresscomtextos-narrativos-descritivos
Adaptado.)
Sebenta – Ciências Sociais Aplicadas
EXERCÍCIO RESOLVIDO
EXERCÍCIO PROPOSTO
Alguém não anda a cumprir o seu dever. Não andam a cumpri-lo os governos, porque não
sabem, porque não podem, ou porque não querem. Ou porque não lho permitem aquelas
que efectivamente governam o mundo, as empresas multinacionais e pluricontinentais cujo
poder, absolutamente não democrático, reduziu a quase nada o que ainda restava do ideal
da democracia. Mas também não estão a cumprir o seu dever os cidadãos que somos.
Pensamos que nenhuns direitos humanos poderão subsistir sem a simetria dos deveres que
lhes correspondem e que não é de esperar que os governos façam nos próximos 50 anos o
que não fizeram nestes que comemoramos. Tomemos então, nós, cidadãos comuns, a
palavra. Com a mesma veemência com que reivindicamos direitos, reivindiquemos também
o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo possa tornar-se um pouco melhor.”
O texto apelativo, injuntivo ou instrucional, conforme o seu teor, é assim designado em função
da sua intenção comunicativa. O seu conteúdo permite-nos identificar a sua intenção,
caracterizando-se pela presença de instruções ou orientações, dever moral ou de
cumprimento obrigatório, apelo ou advertência. Usa a função apelativa da linguagem, pelo
uso predominante dos verbos no modo imperativo.
Não perca mais tempo, venha conhecer o que temos pra lhe oferecer!
Exemplo
Bolo de amêndoa
Preparação:
1-Unte uma forma redonda média com manteiga e espalhe no interior os 50 gr de amêndoas
laminadas.
2-Com a batedeira, bater bem a manteiga com o açúcar até ficar um creme esbranquiçado. De
seguida, junte os ovos um a um, batendo bem.
3-Junte a farinha peneirada com o fermento e a canela, aos poucos, batendo para uniformizar.
Não é preciso bater demasiado.
4-Com uma colher de pau, envolva na massa os 100gr de amêndoa laminada restante.
Exemplo In http://www.receitasavolili.com/sept/2014
Resposta: O presente texto é apelativo pois usa a função apelativa da linguagem e os verbos
no modo imperativo. Todavia, a sua intenção é dar instruções de como fazer um bolo, isto é,
as etapas necessárias para a sua preparação.
ASPIRINA-POSOLOGIA:
• Para a profilaxia de trombose venosa profunda e embolia pulmonar após imobilização prolongada,
p.ex. após cirurgia de grande porte, tome 100 a 200 mg por dia ou 300 mg em dias alternados.
• Para reduzir o risco de primeiro infarto do miocárdio em pessoas com fatores de risco
cardiovasculares, p.ex. diabetes mellitus, hiperlipidemia, hipertensão, obesidade, tabagismo, idade
avançada, tome 100 mg por dia ou 300 mg em dias alternados.
In http://www.medicinanet.com.br/sep/2014
O cálcio (sal mineral) é um nutriente que está presente em grande quantidade no leite.
Sendo o iogurte um derivado do leite, este alimento é também rico em cálcio.
O organismo humano assimila mais rapidamente o cálcio do iogurte do que o do leite, razão
por que se poderá dizer que o iogurte é um elemento indispensável ao crescimento e à
estabilidade óssea.
Os textos preditivos informam sobre algo que ainda irá acontecer, antecipando ou prevendo
eventos futuros. Caracteriza-se normalmente pela presença de verbos no futuro ou no
presente com valor de futuro. São exemplos deste tipo de texto o boletim meteorológico, o
horóscopo, o itinerário ou outro que obedeça a estas características.
Relatório diz que planeta está a ficar sem recursos que garantam alimentos
A população mundial parece preparada para crescer dos sete mil milhões de hoje para quase
nove mil milhões até 2040 e o número de consumidores de classe média irão aumentar em três
mil milhões nos próximos 20 anos. No entanto, o planeta parece estar a ficar sem recursos (…)
Tendo em conta os recursos atuais, prevê-se que em 2030 sejam necessários mais 50 por cento
de comida, mais 45 de energia e mais 30 de água para abastecer o total da população mundial.
A ONU está há muito empenhada em promover o desenvolvimento sustentável (…)
O objetivo é simples: evitar que três mil milhões de pessoas sejam levadas à pobreza, à fome.
(…) para alcançar a sustentabilidade, é "necessária uma transformação na economia global". O
relatório faz 56 recomendações e propostas concretas, para evitar que, dentro de 30 anos,
parte de nós estejam a passar fome.
Resposta: O texto acima reproduzido é preditivo pelo facto de nele se constatar a previsão
do facto de faltar “50% de comida em 2030”. Pode-se também verificar a predominância de
verbos e complexos verbais no futuro do indicativo e no presente com valor de futuro. Há
também o recurso a expressões temporais que remetem para uma dimensão posterior à da
produção do texto.
Os seus projectos de trabalho e planos de carreira darão um novo salto e uma nova
parceria poderá ser concretizada nos próximos dias. O momento é óptimo para iniciar
uma sociedade comercial, que, certamente, lhe poderá trazer muitos ganhos
financeiros. Fique atento às oportunidades.
José Van-Dúnem recordou que há quatro anos que não se registam casos de
poliomielite em Angola, pelo que há condições para anunciar o fim da doença no
país, como exige a Organização Mundial da Saúde.
O ministro referiu que, apesar desta situação, não se devem cruzar os braços, antes
reforçar as acções.
Este tipo de texto dissertativo, também designado didáctico, caracteriza-se pela transmissão
de informações especializadas mediante uma apresentação objectiva dos dados. Visa expor e
explicitar um determinado fenómeno, facto ou uma determinada matéria estudada, inerente
aos mais variados ramos do saber existentes. Utiliza a função referencial da linguagem,
abordando os factos de forma elucidativa e objectiva, baseando-se nos dados pesquisados ou
estudados.
Exemplo: “Porque voam os aviões”? - Encontraríamos esta abordagem num tratado sobre
aerodinâmica. “Como dar solução a uma incógnita?” - Abordar-se-ia este assunto na
Matemática, especificamente no tratado sobre equações.
O panda gigante ou urso panda é um mamífero carnívoro. O focinho curto lembrando um urso de
pelúcia, a pelagem preta e branca característica. O seu ar pacífico tornam-no um dos animais
mais queridos pela humanidade. É extremamente dócil e tímido, dificilmente ataca o homem, a
não ser quando está extremamente irritado.
O panda gigante é um mamífero que come bambu (folhas). A pelagem é grossa e lanosa para
suportar as baixas temperaturas no ambiente subalpino em que vive. As manchas oculares,
membros, orelhas e uma faixa que atravessa os ombros são negras. O restante do corpo é branco,
mas pode se tornar "encardido" com a idade.
Apesar de pertencer à ordem dos carnívoros, ele gosta de comer outras coisas. Alimenta-se quase
que exclusivamente de cerca de 30 espécies de bambu (99% de sua dieta). Sabe-se que o panda
também utiliza insectos e ovos como fonte de proteína e, por vezes, também roedores. Ainda
que o bambu seja rico em água, o panda bebe frequentemente água de riachos ou neve derretida.
In http://pt.wikipedia.org/wiki/Panda-gigante (adaptado), acesso em 20.10.2015
Exemplo
EXERCÍCIO PROPOSTO
Canários Gloster
“Ao contrário de outras antigas espécies de canários cuja origem é motivo de muita
especulação, a origem dos Glosters está muito bem documentada. O desenvolvimento desta
espécie é relativamente recente, data de 1925. O nome de Mrs. Rogerson de Cheltenham
em Gloucestershire ficará para sempre associado à criação e desenvolvimento desta raça.
Mrs. Rogerson foi a primeira criadora a expor este pequeno espécime, com poupa, numa
exposição em 1925 no Crystal Palace em Inglaterra. Na altura, este exemplar foi analisado
pelos juízes que consideraram que o pássaro em causa apresentava diferenças face ao
standard actual dos pássaros de poupa e que tinha potencial para evoluir como uma raça
distinta. “
“Era um vidrinho, aquela Vanessa. De cabelos loirinhos e magrinha, cara de enjoada, passou
o ano a inventar mentiras, a fazer queixinhas, a chorar a meio dos testes por não saber uma
pergunta, sempre com muitas dores de cabeça… Não comia na cantina porque a comida
fazia-lhe mal… A Vanessa era muito boa aluna, tocava piano, fazia poemas, tinha explicações
de inglês.”
Tese - Ponto de vista ou crença à qual o argumentador deve fazer aderir o leitor;
Premissa - conjunto de factos, pontos de vista prévios à argumentação e aceites por
todos. É uma proposição verídica de um facto ou de uma matéria;
Argumentos - razões apresentadas a favor ou contra a tese e que podem servir para
a confirmar ou refutara;
Conclusão - desfecho ou desenlace; a síntese dos argumentos apresentados em que
se dá a consolidação da tese apresentada.
TESE: A maioria das inovações que as fritadeiras apresentam não tem qualquer utilidade.
Além disso, o dispositivo de controlo da qualidade do óleo reage muito tarde. O aviso de que é
necessário substituir o óleo é feito quando este há muito que está impróprio para consumo. Por
outro lado, a superfície anti-aderente, concebida para ser uma ajuda na limpeza, é difícil de
limpar.
CONCLUSÃO: Portanto, a publicidade que se faz em torno da eficácia das mesmas é uma farsa e
os cidadãos não deveriam acreditar nela.
EXERCÍCIO PROPOSTO
“Alguém não anda a cumprir o seu dever. Não andam a cumpri-lo os governos, porque não
sabem, porque não podem, ou porque não querem. Ou porque não lho permitem aquelas que
efectivamente governam o mundo, as empresas multinacionais e pluricontinentais cujo poder,
absolutamente não democrático, reduziu a quase nada o que ainda restava do ideal da
democracia. Mas também não estão a cumprir o seu dever os cidadãos que somos. Pensamos
que nenhuns direitos humanos poderão subsistir sem a simetria dos deveres que lhes
correspondem e que não é de esperar que os governos façam nos próximos 50 anos o que
não fizeram nestes que comemoramos. Tomemos então, nós, cidadãos comuns, a palavra.
Com a mesma veemência com que reivindicamos direitos, reivindiquemos também o dever
dos nossos deveres. Talvez o mundo possa tornar-se um pouco melhor.”
Faz hoje nove anos desde a inédita qualificação para o Mundial de futebol
Luanda - Completa-se hoje (quarta-feira) nove anos desde a qualificação inédita de Angola
para uma fase final do Campeonato do Mundo de Futebol, Edição Alemanha'2006, graças a
um golo do então "capitão" da selecção nacional, Alcebíades Maieco "Akwá", na vitória sobre
o Ruanda, em Kigali.(…) O golo da qualificação foi apontado por Akwá, actualmente líder de
um projecto de massificação desportiva denominado “Candengue habilidoso”. Já o passe
para tal foi de Zé Kalanga, ao serviço do FC Bravos do Maquis, 5º classificado do
Girabola2014.
In http://www.portalangop.co.ao/angola/pt_pt/noticias/desporto.acesso 08/10/2014
O texto poético (lírico) caracteriza-se pela carga estética das palavras.Preocupa-se com o
estilo e a forma, tendo como intenção comunicativa exaltar o belo com recurso ao uso das
funções poética e emotiva da linguagem. Apresenta predomínio da conotação e encontra-se
organizado em verso. De referir que também existem textos poéticos desenvolvidos sob a
forma de prosa. Os versos, as estrofes e as rimas compõem a mancha gráfica do texto poético,
onde os poetas gravam o cunho do seu estilo pela utilização dos diversos recursos estilísticos
para transmitir emoções e sentimentos de alegria, tristeza, dor, etc. Um texto poético pode
fazer referência a vários temas: o amor, a natureza, a vida, o destino, entre outros, cabendo
ao leitor descodificar ou identificar estes temas e inclusivamente o assunto.
Exemplo
Resposta: O presente texto é poético, pois, pela sua mancha gráfica, apresenta-se em
estrofes e as estrofes em versos, com presença de rimas e várias figuras de estilo; a
linguagem é conotativa; recorre a várias figuras de estilo, como a metáfora: “mas foi em ti
que sepultei/as minhas saudades”; repetição: “terra do meu berço”, “terra do meu ventre”.
O seu teor é marcadamente lírico, exaltando o sentimento de amor à terra – Angola - fazendo
jus às funções poética e emotiva da linguagem.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
A notícia é um texto informativo curto, que se caracteriza pelo relato de factos verdadeiros,
de forma objectiva e impessoal. O acontecimento a ser relatado deve ser real (não fictício),
actual e de interesse geral.
Relativamente à sua estrutura, a notícia deve ser constituída por três elementos chave: o
título, o lead e o corpo.
1. Título: tem por objectivo cativar o leitor de modo a criar interesse pela leitura da notícia.
Deve ser apresentado em tamanho maior que o antetítulo e o subtítulo:
a) Antetítulo (deve surgir sempre antes do título e em tamanho menor que o título);
b) Subtítulo (deve surgir sempre depois do título e em tamanho menor que o título).
A linguagem da notícia deve ser simples, clara e objectiva, não usando o sentido figurado das
palavras, mas sim o denotativo. Deve ser de interpretação unívoca, terum só plano de leitura,
não podendopossibilitarvárias interpretações. Por outro lado, deve usarusar frases curtas,
evitando os adjectivos ou expressões adverbiais expressivas com vista à emissão de qualquer
juízo de valor. Dever-se-áusar sempre o nível de língua corrente.
In Jornal de Angola,7.10.2014
Exemplo
Resposta: O presente texto é uma notícia pelo facto de apresentar um relato sobre um facto
de interesse geral e actual. É constituído pelo título (Peritos fizeram…); lead ou parágrafo
guia (contendo as respostas às questões: quem?, o quê?, quando?, onde?) e o corpo da
notícia, respondendo às questões (porquê? e como?).
EXERCÍCIO PROPOSTO
Uma canção de Filipe Mukenga, sobre a saga dos embarcadiços, diz que
“chegar é alegria e partir é tristeza”. Isso confirmo eu, que regressei à minha
paixão pelas estradas nacionais.
De carro, fui a Malanje, ao Bié e Huambo. Percorri esses caminhos e terras por onde
todos, indistintamente, nos cruzamos e nos olhamos e que são, afinal, o símbolo de um
grande abraço que nos junta nesta nossa aldeia global.
A estrada nacional não dorme, mas bom mesmo é partir de viagem ao amanhecer e
regressar ao pôr-do-sol. Por todo o trajecto, começamos a ver as fazendas que crescem
como cogumelos. A produção agrícola nacional encontrou finalmente o seu rumo e está
agora em pleno desenvolvimento.
2.1 O Narrador
O narrador é mencionado como sendo o sujeito de enunciação, proposto pelo autor da obra.
É um ser ficcional que existe somente na narrativa para narrar os factos e não deve ser
confundido com o autor, mesmo quando as duas posições se aproximam. O autor é um ser
real; já o narrador é um ser fictício, criado pelo autor.
A posição do narrador no interior da narrativa varia de acordo com a forma como a sua
presença se faz sentir, por isso, quanto à presença, o narrador pode ser:
Omnisciente - quando sabe e conhece tudo sobre as personagens, quer a nível interior,
quer a nível exterior, assim como os eventos passados e futuros, estando ao corrente dos
comportamentos, sentimentos, temperamento e pensamentos dessas mesmas
personagens;
2.2 As Personagens
As personagens são agentes da narrativa em torno das quais gira a acção e podem
distinguir-se quanto ao relevo ou papel:
Redondas, esféricas ou modeladas - aquelas que, pela sua densidade psicológica, podem
alterar o seu comportamento e são capazes de evoluir ao longo da narrativa. O seu
comportamento não é previsível, pois surpreende sempre;
Planas - aquelas sem grande vida interior, ou seja, não têm alteração no seu
comportamento ao longo da narrativa nem têm evolução psicológica. A personagem plana é
estática, comportando-se da mesma forma previsível ao longo de toda a narrativa;
Personagem-tipo - aquele que representa um grupo profissional ou social, uma
colectividade, um grupo.
A caracterização indirecta é feita pela dedução ou inferência do leitor através das atitudes,
gestos comportamentos e sentimentos da personagem e a caracterização mista pela
coexistência de momentos de caracterização directa e indirecta.
Espaço ou Ambiente físico: é o local ou espaço real no qual decorre a acção que serve de
cenário à mobilidade das personagens.
Ambiente social ou espaço social: é o meio em que vivem as personagens, a sua situação
social, económica ou os valores culturais, as tradições e os costumes.
Ambiente psicológico: é o espaço interior da personagem que abrange os seus
pensamentos, os seus sentimentos, emoções, sensações e as suas vivências.
O narrador pode escolher narrar os acontecimentos por ordem linear e, quando tal acontece,
teremos uma isocronia.
O narrador pode ainda escolher narrar os acontecimentos com a alteração da ordem temporal
tendo-se assim uma anisocromia. Pode recorrer à analepse (recuo a acontecimentos
passados) ou à prolepse, (antecipação de acontecimentos futuros).
Quanto à sua organização, as sequências narrativas e/ou das acções podem estar articuladas
por:
Quanto à delimitação podemos ter uma narrativa aberta ou fechada. É narrativa fechada
quando a acção é totalmente solucionada e as personagens têm um destino estabelecido.
Trata-se de uma narrativa aberta, quando não se apresenta a solução definitiva, não há o
desfecho da história e do destino final das personagens, tudo fica em aberto, sendo passível
de se lhe atribuir diferentes destinos por parte dos leitores.
EXERCÍCIOS:
Resposta: No presente trecho, o narrador é não presente ou não participante, isto é, não
participa da história, é um mero observador, porque só narra o que vê e observa, por isso,
quanto à presença, é considerado heterodiegético. Quanto à ciência, neste trecho, o
narrador é não omnisciente, pois não penetra no interior das personagens, não sabe de tudo,
sabe apenas o que vê, observa e ouve e tudo quanto sabe das personagens e da narrativa se
resume a isso. Como podemos constatar no texto, não há expressões ou frases que o narrador
tenha utilizado e denotem omnisciência. (“O pai olhou atenciosamente para o filho e
indagou…”; “Retorquiu o filho para a admiração do pai.”). Estas são as frases do narrador e
nelas não há marcas de omnisciência; apenas o que se vê, se observa e se ouve.
Chegara a casa cansado e pediu um banco para se sentar. Meu irmão mais
velho correu imediatamente para dentro, pegou na primeira cadeira que viu,
pois já conhecia os maus hábitos do velhote:
Era assim, sempre que chegasse do serviço. Sem palavras ficava meu irmão,
guardando tudo no seu coração, pensando numa maneira de um dia livrar-se
dos maus tratos.
Resposta: Neste trecho, quanto à presença, o narrador é homodiegético, pois narra os factos
e, concomitantemente, participa da narrativa, mas não é o protagonista como podemos ver
pelas marcas de 1ª pessoa (“meu irmão” , “perguntei”) que o confirmam. Quanto à ciência,
o narrador é omnisciente, pois penetra no interior das personagens, sabe de tudo sobre as
personagens: os seus actos, os seus pensamentos (“...guardando tudo no seu coração,
pensando numa maneira de um dia livrar-se dos maus tratos.”)
Resposta: Neste trecho, o narrador é autodiegético, pois narra a história na primeira pessoa.
“Eu” e o mesmo é o protagonista da narrativa, vislumbrando-se o carácter autobiográfico da
narrativa que se nos afigura.
TEXTO A
(…) Baixei-me para molhar uma das mãos. A temperatura baixava e já não estava
tão prazenteira para a poder utilizar. Começava a esfriar e com ela a tarde caía a
pique com o sol a pôr-se no horizonte e uma série de imaginações passaram pela
minha cabeça...
TEXTO B
(…) Alvim desembrulhou o papel que envolvia o estranho objecto e pousou-o nas
mãos de Xavier. Enquanto o camionista mirava aquele pau direito com curva numa
das pontas, encerrando tanta nobreza que vinha de geração em gerações, Alvim
tilintou duas “cucas” na grade de cerveja que guardava debaixo da cama. Abriu-as
e estendeu uma a Xavier, que gargarejou meia cerveja, limpou a boca com as costas
da mão esquerda e, como quem confessa, asseverou:
__ Desculpe, mas essa história de sangue azul não me entra! Essa gente tem cabelo
loiro, olhos azuis. Você nem sequer foi a Lisboa!...
Manuel Rui, “Mulato de sangue azul” in Regresso adiado, Lisboa Ed.Cotovia, 1973
TEXTO C
Minha filha tem um adormecer custoso. Ninguém sabe os medos que o sono acorda
nela. (…) ela me pede mais:
- E depois?
O que Rita quer é que o mundo inteiro seja adormecido. E ela sempre argumenta
um sonho de encontro ao sono: quer ser lua. A menina quer luarejar…
Nesta função de linguagem, o emissor exprime directamente uma emoção que tende a
reflectir-se naquele a quem se dirige. A entoação reveste-se de particular importância na
função emotiva da linguagem, pois apresenta a expressão de uma carga afectiva: alegria,
irritação, entusiasmo, surpresa, dor… Um dos indicadores da presença da função emotiva
num texto é a presença de interjeições, expressões adjetivais e de alguns sinais de pontuação,
como as reticências e o ponto de exclamação. Usa frases do tipo exclamativo.
“Oh, meu companheiro, minha vizinha aflita, meu amor de terra e água, quase que
estais encolhidos ao frio e à neve, como personagens duma fatalidade tradicional,
levantai-vos e dirigi alegremente ao crepúsculo a vossa saudação fraternal (…) Mas
o natal dos lagos, senhores? Um espanto! Que lume ao hino mais insondável da
criação!”
Exemplo:
Está presente sempre que o emissor quer estabelecer a comunicação ou verificar se o contacto
entre ele e o receptor se mantém. Há fórmulas que se usam com esta finalidade; as mesmas
podem ser:
De saudação;
De interpelação;
De agradecimento;
De despedida.
Exemplo:
-Alô, bom dia!
Exemplo:
“As palavras saíam–lhe da boca altas e frondosas como as árvores, e o vento que
soprava levava as palavras consigo e deixava-as cair nas letras férteis onde se
multiplicavam e cresciam. Eram essas palavras sonoras, pesadas e sumarentas como
as laranjas escolhidas, e nelas se comparavam as virtudes às flores, e o vício à lepra,
e a vida inteira ao caudaloso rio que flui, estreito e efémero, tropeçando nas pedras e
nos limos.”
Esta função refere-se à metalinguagem, que ocorre quando o emissor explica o código usando
o próprio código, isto é o emissor usa a língua para explicar a própria língua. São exemplo de
textos com a função metalinguística os dicionários, gramáticas. Apresenta estruturas
explicativas, tais como: define-se, significa, isto é, isto quer dizer.
Exemplo:
Significado de Lâmpada
Observação: Num mesmo texto, podem surgir várias funções da linguagem. Todavia, a
classificação da linguagem a ser dada ao texto deverá ser aquela que maior predomínio tiver.
Isto é, a linguagem predominante no texto dá a classificação ao mesmo.
EXERCÍCIOS.
CAPÍTULO 4 - ORTOGRAFIA
República, Lâmpada
Como vemos nos exemplos acima, cada palavra tem uma sílaba tónica, aquela que se
pronuncia com maior intensidade de voz; e é sempre a vogal da sílaba tónica que deve ser
acentuada graficamente. Porém, para colocarmos os acentos nas palavras devemos obedecer
sempre à regra da acentuação gráfica das palavras sem a qual não é possível acentuarmos
as palavras sob pena de se cometer erros crassos. Ei-las abaixo.
Também são acentuadas as agudas terminadas em “em” ou “ens” com mais de uma sílaba.
São acentuadas graficamente todas as palavras graves nas condições indicadas no quadro.
L fácil
n pólen
r cadáver
X tórax
Us vírus
I, is júri, lápis
ps bíceps
EXERCÍCIOS
Pes, heroi, por, da-mos, para, demos, impar, computo, hifen, virus, idolatra, publico, habito,
torax, tunel, influimos, fluidos.
Fabrica fabrica
Pratico pratico
Assedio assedio
Continuo continuo
Trafico trafico
Anuncio anuncio
Noticia noticia
Policia policia
CAPÍTULO 5 - LEXICOLOGIA
PROCESSOS EXEMPLOS
sufixação Feliz-feliz(mente)
mente (sufixo)
Derivação
In(prefixo)
Composição
justaposição Segunda-feira
(em)pobre(cer) *empobre
Parassíntese *pobrecer
PROCESSOS EXEMPLOS
século séc.
Angola
As palavras podem estabelecer uma relação quanto à ortografia (grafia, escrita) à fonia (som,
pronúncia) e ao sentido (significado). Tendo em conta estas relações, as palavras são
classificadas em: homónimas, homófonas, homógrafas e parónimas.
Exemplo 2: Sem/cem.
Palavras parónimas - São muito parecidas, (não iguais) quer na pronúncia quer na escrita
às vezes verifica-se uma certa confusão, Exemplos:
Percursor/ precursor;
Rectificar/ratificar;
Perfeito/prefeito.
Exemplo 1: alto-baixo.
Exemplo 2: Amor-ódio.
Hiperónimos são palavras que contêm em si um sentido mais geral. Os hipónimos são
palavras com sentido mais restrito em relação aos hiperónimos.
EXERCÍCIOS
d. Despensa
e. Estrato
f. Descrição
Denotação e conotação são conceitos que dizem respeito ao sentido das palavras. Atente nas
diferenças assinaladas na Tabela a seguir.
Denotação Conotação
Exemplos:
a. A Ana é negra.
b. A Ana tem uma vida negra.
Na primeira frase (a) a palavra negra refere-se à cor da pele (escura) e tem sentido
denotativo, ou seja, sentido próprio.Na segunda frase (b) significa uma vida cheia de
dificuldades e tem sentido conotativo, isto é, sentido figurado.
CAPÍTULO 6 - OS VERBOS
Designa-se tempo verbal “a noção semântica utilizada para situar e ordenar os eventos
expressos nas línguas…” (In infopedia http://www.infopedia.pt/ Acesso 24 de Outubro de
2014).
Existem três tempos básicos: presente, pretérito e futuro a partir dos quais se formam todos
os outros tempos, como veremos no quadro dos tempos e modos verbais.
Vemos que no exemplo ele cortou, o verbo precisa de um complemento para lhe completar o
sentido. Assim, sabemos que este verbo é transitivo, pois precisa sempre de um complemento
para lhe completar o sentido.
Os verbos transitivos indirectos são aqueles que precisam de um complemento indirecto para
lhes completar o sentido.
Vemos nos exemplos que os verbos chorar e chegar não precisam de complemento para
obterem sentido, em si só já encerram um sentido completo. Todavia, podemos usar um
complemento circunstancial, o único que se pode usar. Ex.: A Marta chorou muito. O Pires
chegou ontem.
Nota:
Designa-se conjugação pronominal reflexa aquela que se realiza com um pronome reflexo.
Os pronomes podem ser: me, te, se, nos, vos, se. Nesta conjugação, a acção do sujeito recai
sobre si próprio.
LAVAR-SE VESTIR-SE
Lavo-me Visto-me
Lavas-te Vestes-te
Lava-se Veste-se
Lavamo-nos Vestimo-nos
Lavais-vos Vestis-vos
Lavam-se Vestem-se
EXERCÍCIOS
Em primeiro lugar, devemos saber que estes pronomes pessoais de complemento directo
substituem sempre um nome ou núcleo nominal com a mesma função sintáctica, por forma
a evitar a repetição do nome já mencionado.
Por exemplo, ao dizermos a frase “O João comeu o bolo” temo-la com os nomes todos,
todavia, se desejarmos repetir a mesma frase evitaremos a repetição dos nomes já
mencionados, passando a ser substituídos pelos respectivos pronomes assim teremos a frase
repetida: Ele comeu-o. Isto é o que se designa de conjugação pronominal com os pronomes
o, a, os, as. É conjugar um verbo com esses pronomes, porém não se esquecendo de obedecer
as seguintes regras:
Acabamos de ver no exemplo acima que a letra z da flexão verbal “faz” foi eliminada, dando
lugar à letra “l” que se juntou ao pronome “o” obtendo-se a forma lo.
Se o verbo terminar em “m” ou ditongo nasal o pronome toma as formas no, na, nos,
nas.
Acabamos de ver no exemplo acima que a flexão verbal fazem terminando em “m” exigiu à
forma no, sem no entanto eliminar nada.
Eu como-o
Tu come-lo
Ele come-o
Nós comemo-lo
Vós comei-lo
Eles comem-no
EXERCÍCIOS
Conjugue agora os seguintes verbos com pronomes o, a, os, as, tal como no exemplo
acima.
Fazer a tarefa, trazer o carro, levar os livros comprar a casa, vender o carro, estudar a
matéria.
A voz passiva é formada com o verbo auxiliar ser no tempo e modo que se quer conjugar
mais o particípio passado do verbo principal.
Para passarmos uma frase activa para passiva devemos obedecer ao seguinte critério:
O complemento directo da frase activa passa a ser o sujeito da frase passiva, seguindo-se o
verbo auxiliar “ser” que é o verbo auxiliar por excelência para a formação da passiva, mais o
particípio passado do verbo principal da frase activa, seguindo-se finalmente o sujeito da frase
activa que passará a ser o agente da passiva, precedido pela preposição “por”. Em suma,
teremos a seguinte estrutura sintetizada.
Exemplo:
EXERCÍCIOS:
O discurso directo transmite as palavras tal qual foram ditas. O narrador coloca as
personagens a falar, sendo essas falas assinaladas por travessão.
Exemplo:
Como acabamos de ver no exemplo, o narrador põe as personagens a dialogar e as suas falas
são reproduzidas tal qual foram ditas. Assim, dizemos que estamos diante do discurso directo.
O discurso indirecto, contrariamente ao que se disse sobre o outro discurso, não transmite as
falas tal qual foram ditas. O narrador inclui essas falas no seu próprio discurso, pela
construção de orações subordinadas completivas.
O discurso indirecto é introduzido por verbos introdutores do discurso, estes podem ser:
Cada verbo introdutor do discurso denota o valor intrínseco a cada enunciado, isto é, a escolha
do verbo introdutor depende, em primeiro lugar, da análise do enunciado, ou seja, deverá
saber, antes de tudo, se o enunciado denota uma afirmação, uma pergunta, uma ordem, etc.
e, em função disso, usar o verbo adequado ao enunciado.
Após o verbo introdutor do discurso, os dois pontos, o travessão e as aspas que são marcas
próprias do discurso directo desaparecem e são substituídos pelas conjunções integrantes ou
completivas “que” e “se”, dependendo do tipo do enunciado.
Pedro, cansado da viagem, chegou à casa de Marcos e questionou se estava alguém em casa.
Replicando à indagação, Marcos exclamou que era bom vê-lo por lá; a seu turno, Pedro
elogiou Marcos dizendo que estava gordo e questionou o que andava a comer.
Acabamos de ver que as falas das personagens no discurso indirecto sofreram alterações e já
não estão tal qual foram ditas, elas foram incorporadas no discurso do narrador, observando-
se várias alterações a nível dos tempos verbais, dos pronomes até dos advérbios. Assim,
dizemos que estamos diante do discurso indirecto.
- Ó Pedro, traz-me o livro Ele ordenou ao Pedro que lhe trouxesse o livro no
amanhã! dia seguinte.
EXERCÍCIOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAPTISTA, Vera Saraiva e Elisa Costa PINTO, 1996. Plural. Lisboa: Lisboa editora.
COELHO, Luísa, 2010. Puxando pela Língua - Coletânea de textos Literários angolanos e
brasileiros. Belo Horizonte: Maza edições.
GOMES, Álvaro, 2008. Gramática Pedagógica e cultural da Língua Portuguesa. Porto: Porto
Editora.ISBN 978-972-8895-17-4
PINTO, José Manuel de Castro, 2011. Gramática do Português Moderno. Lisboa: Plátano.
MAGALHÃES, Olga e Fernanda COSTA, 2005. Língua Portuguesa 10ª Classe. Ministério da
Educação-Angola.Porto: Porto Editora.
MAGALHÃES, Olga e Fernanda COSTA, 2005. Língua Portuguesa 11ª Classe. Ministério da
Educação-Angola.Porto: Porto Editora.
MAGALHÃES, Olga e Fernanda COSTA, 2005. Língua Portuguesa 12ª Classe. Ministério da
Educação-Angola.Porto: Porto Editora.
MATEUS, M.H.M., et al., 2003. Gramática da Língua Portuguesa. 2ª ed. Lisboa: Caminho.
MÓIA, Telmo e João PERES, 1995. Áreas Críticas da Língua Portuguesa. Lisboa: Caminho.
NASCIMENTO, Zacarias e José Manuel PINTO, 2006. A Dinâmica da Escrita - Como escrever
com êxito. Lisboa: Plátano.
RAPOSO, Eduardo Buzaglo Paiva, et al, 2013. Gramática do Português. Vol. I, II. Lisboa:
Fundação Gulbenkian.
REI, José Esteves, 1996. Curso de Redacção I - A Frase. Porto: Porto Editora.
SANTOS, Elsa Rodrigues dos e D´Silvas FILHO, 2011. Grandes Dúvidas da Língua Portuguesa-
falar e escrever sem erros. Lisboa: Esfera dos livros.
RIBEIRO, José, 2015.De volta aos braços da minha paixão.Jornal de Angola [online].1
Novembro 2015 [acesso a 3.11.2015]. Disponível em
http://jornaldeangola.sapo.ao/opiniao/a_palavra_do_director/de_volta_aos_bracos_da_min
ha_paixao
LÍNGUA INGLESA
1. JUSTIFICATIVA
Ter domínio da língua inglesa constitui uma mais-valia para estudantes universitários durante
e depois da sua formação académica. No percurso dos seus estudos, os estudantes utilizarão
várias obras literárias sendo na maioria escrita em Inglês e que consolidarão os seus
conhecimentos e consequentemente a preparação para o mercado de trabalho, cada vez mais
competitivo. Por outro lado, uma vez matriculado no Intituto Superior Politécnico de
Tecnologias e Ciências (ISPTEC), o discente que demonstrar o domínio da língua Inglesa no
nível de ‘Pre-Intermediate’, ou seja, Utilizador Independente da língua, aumentará a
possibilidade de participar no programa de Mobilidade Estudantil em instituições parceiras do
ISPTEC.
2. OBJECTIVO DA PROVA
3. PÚBLICO-ALVO
A Prova de Inglês para o Exame de Acesso de 2016 destina-se aos candidatos que concorrerão
para as vagas existentes nos cursos de Engenharias e Tecnologias e de Ciências Sociais
Aplicadas.
4. CONTEÚDOS A REVER
Os conteúdos para a prova de língua Inglesa estão descritos na Tabela abaixo e foram
extraidas e adaptadas a partir dos conteúdos programáticos do Exame intitulado ‘Preliminary
English Test for Schools (PETfs)’, desenvolvido pela Cambridge University e reconhecido
oficialmente por instituições educacionais e entidades empregadoras, entre outras, em todo
o mundo. Os conteúdos do referido Exame contemplam o nível ‘Pre-Intermediate’ (Utilizador
Independente – B1), de acordo com o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas
– QECR.
1) Gramática
Count/
Prepositio
Modals Adverbs Adjectives Uncount
ns Tenses
nouns
Can (ability; Regular and Positive and Quantifier Time, place, Present
requests, irregular, negative, s: some, Preposition Simple and
permission) degree, opposites, any, a lot, al uses in continuous
manner colour, uses many, phrasal , Present
Could (ability,
of adjectives much, a verbs, Perfect,
possibility)
in few, few, a superlative Past
Would (offer,
comparison little, little and fixed Simple and
imaginary situation)
expressions Progressiv
Have to (obligation) e
Should(n’t) (advice)
Mustn’t
(prohibition)
Needn’t (lack of
necessity)
Might (possibility)
2) Vocabulário
Phrasal verbs
Words differences - choosing the odd-one-
out:
Ways of cooking
Clothes
Stationery
Furniture
Animals
Rooms in a house
Types of fruit
Countries and cities
Countable and uncountable nouns
5. LINKS
http://www.cambridgeenglish.org/exams/preliminary-for-schools/
https://www.britishcouncil.pt/os-nossos-niveis-e-o-qecr
MATEMÁTICA
Exemplo:
𝑎 𝑎
Q = 𝑥 ∶ 𝑥 = 𝑐𝑜𝑚 𝑎, 𝑏 ∈ , 𝑏 ≠ 0 tal que os seus elementos podem representar-se como
𝑏 𝑏
1
uma fração decimal que possui finitos algarismos após a vírgula (Exemplo: = 0,25) ou como
4
uma fração decimal de infinitos algarismos de dízima periódica, isto é, após a vírgula repete-
1
se sempre algum dos algarismos (Exemplo: = 0,333 …).
3
𝑎
Se os elementos 𝑐𝑜𝑚 𝑎, 𝑏 ∈ , 𝑏 ≠ 0, não podem representar-se como uma fração finita,
𝑏
pois possui infinitos algarismo após a vírgula, mas não se repete nenhum, então eles não são
1
elementos do conjunto Q e chamam-se simplesmente números irracionais (Exemplo: =
√2
R é o conjunto dos números reais que inclui os números racionais e os números irracionais.
Os subconjuntos dos números reais representam-se com intervalos.
a, b
a≤x≤b {x ∈ ℝ : a ≤ x ≤ b}
a b
Fechado
a, b
a<x<b {x ∈ ℝ : a < x < b}
Aberto a b
a, b
à esquerda a b
a, b
à direita a b
Nota: o primeiro dos casos chama-se intervalo fechado, onde os extremos a e b estão
incluídos; o segundo chama-se intervalo aberto onde não estão incluídos os extremos e os
dois restantes são semiabertos (ou também semifechados).
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Solução: É importante observar se os extremos do intervalo estão incluídos. Neste caso usam-
se convenientemente os sinais ou . Assim escrevemos:
a) ]−3, 6[ = x R : 3 x 6 d) [−1, 0[ = x R : 1 x 0
b) ] , 6] = x R : x 6 e) ]−∞, 0[ = x R : x 0
c) [ 2 , 3] = x R : 2x 3
2. Se A = {x ∈ ℝ: 2 < x < 5} e B = {x ∈ ℝ: 3 ≤ x < 8}, determine:
a) A ∩ B b) B – A c) A – B
a) A ∩ B = { x ∈ ℝ : 3 ≤ x < 5}
b) B – A = { x ∈ ℝ : 5 < x < 8 }
c) A – B = { x ∈ ℝ : 2 < x < 3 }
a) ] , 6] ∪ [−1, 1[
-1 1 6
1
b) [ 2 , 3] ∩ [ , 3]
2
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
b) { } é um conjunto vazio.
1 1 1 1
e) Ø ⊂ [− , ] f) Ø ⊂ [− ,- ]∪{ }
2 2 2 2
g) B ∩ A ⊂ (A ∪ B) h) Q ⊂ (R − )
a) a é um número positivo
b) b é um número negativo
c) a é maior que b
1 1
e) Pois o intervalo [− , ] não é um conjunto de conjuntos, então não inclui o conjunto
2 2
vazio e tampouco é um conjunto que não tem elementos, logo não é igual ao Ø.
4. M – N = 3, 8 8, 10 [ Logo P − (M − N) = ] 3 , 8 [
2.1 Potenciação
a n a.a.a. ... .a
A potência é o produto de n factores iguais a a, ou seja: , n ∈ N.
n fat ores
a é a base;
onde :
n é o expoente.
Exemplos:
a) 33 333 27 2
b) 2 2 2 4
2
3 3 3 9
c)
4 4 4 16
a m a n a m.n
Exemplos:
am
n
a m n ; a 0 ou a m n
am
a an
Exemplos:
a4
a 4 x
4
a) 26 34 c) a d)
263 23 3 4 x
a 45 a 1
23 3x a5 ax
(a m )n a m.n
Exemplos:
a) (32 )3 32.3 36 b) 4
3 2
432 46
c) b
x 4
b x4 b 4x d)
37 x 37
x
D) Potências de um Produto
(a m )n a m.n
Exemplos:
a)
x a2 x2 a2
b)
4x3 43 x 3 64x 3
3 x
4
3 4 x 2
4 4 1 4
34 x 34 x 2
3 4 x 2 81x 2
c)
E) Potências de um Quociente
n
a an e
, com b 0 se n 0
b bn
n
an a
; (b 0 se se n 0)
bn b
Exemplos:
2 2
a) 2
22
4 b) 1
12
1
3 32 9 5 52 25
1 1
c)
2 2 2 2 2
2 d) 4
2
42
1
16
3 3 2 3 3 9
92 81
Exemplos:
Para realizar esta conversão, basta contar o número de zeros à direita do algarismo 1 (que
representará o expoente da potência).
Exemplos:
Potência Resolve-se
Números
10
10 101
10 10
100 10 2
10 10 10
1000 103
10 10 10 10
10000 10 4
10 10 10 10 10
100000 105
10 10 10 10 10 10
1000000 106
… …
…
Produto Potência
Número
30
3 10 3 101
300
3 100 3102
7 000
7 1000 7103
2 000 000
2 1000 000 2 106
G) Casos Particulares
i) Base negativa:
Exemplos:
ii) Base Positiva e Expoente Negativo: é igual ao inverso dessa potência com expoente
positivo.
a n 1
an
Exemplos:
3
1 1 2 2
a) a 3
3 b) 2
3
1
9
a a 3 2
2
2 4
3
3 3
d) 2 3
2
c) 4 2 1 1
1
27
4 3
2
16 2 2 8
3
m
n n
a am
, a0
Exemplos:
1 5
a) x 2 x1 x 2
b) 3
x7 x
7
3 c) a 2
a5
1 8
d) 25
2 25 5
e) x 3 3
x8 f) 92 91 3
1
a) (10)1 10 b) (10)1 10 c) 1
1
1
d) 71 7 d) (0,8)1 0,8
5 5
10 10 3 3
1
1 1 1 1
f) g) h)
2 2
Exemplos:
1
a) 15 1 b) 13 1 c) 12 1 d) 21 2 e) 1225 1
05 0 03 0 0225 0
1
a) b) c) 0 2 0 d) 010 0 e)
a0 1, (a 0)
Exemplos:
0
(3)0 1 1 2250 1
a) 120 1 b) c) 1 d) 2 1 e)
0
2
f) 32 50 9 1 10 g) (100)0 10 1 1 2
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Calcule:
4
a) 12002 b) 24 c) (2) d) ( 2 ) 4
3
5
3
b) 2 2 c) 10 10 10
4 6 5 3
a) 35 3 2 37 d) 4 2
37 33 10 7 10 4
3
a) 2x
3 2 2
b) x 3
3
c) 8
6 3
2 29
d) 3
3 2 5 3/ 5
2 .2
2
4. Assinale se as alíneas são verdadeiras ou falsas. Corrija as falsas.
a) 10 6 b) 10 8 c) 10 6 d) 10 2
2
a) (7 3) .10 b) 5,4 0,036 23 c) 4 8 2 29 2 2 3
2 7 2
d)
10 3.10 1 2,3 0,054 0,36 10242 2 4 2 2 25
1
2 2
10. Se x = 4, indique o valor de x x 2 . x 3 : x 5 .
5 3 2
2 2
2.3 Radiciação
n
a b bn a a 0, b 0, n Z e n 2
n
Em a , temos : n - o índice;
a - o radicando.
Exemplos:
a)
4 2 pois 22 4
b)
5
32 2 pois 25 32
É um número real que não pode ser escrito sob a forma p/q, com p e q números inteiros.
3 4
Exemplos: 2, 5, 15
Exemplos:
1
a) 2 2 2
b)
3
5 53
2
c)
3
5 5
2 3
m
an n
am , a0
Exemplos:
3
( ) 1
a) 10 2
103
2
b) 5 3 3
52
2
( ) 1
c) 5 3
3
52
a) 2 7 3 5 2 3 7 5 6 35
b) 33 2 53 6 83 4 3 5 83 2 6 4 1203 48 2403 6
c) 3
18x 2 3
2 x 3 36x 3 x3 36
1 1 3 2
d) 3 3 2 32 2 3 36 2 6 6
33 6 2 2 6
108
e) 3 2 2
2 3 3( 2 ) 2 9 2 2 2 6 6 (9 2) 2 6 7 2
a) 20
3
20 3 10 3 3
2
10
b) 28
28 7 42
7
c) 30 15 5 3 30 15
6 5
5 3
d) 12
12 3 2
3
e) 50
50 2 5
2
c) Potência de Radical
2
1 2
2
a) (2 ) 2 2
2 2 2
9
2 4
2
b)
3
( 3 ) (3 ) (3) 3 34 3 33.3 33 3
3 2 2 3 2 3
c) 4 5 3
4 3 53 64 53 64 5 2.5 64.5 5 320 5
d) 7 3 2
( 7 ) 2 2 7 3 ( 3 ) 2 7 2 7.3 3 10 2 21 2(5 21)
d) Radical de Radical
m. n
mn
a 1 . a mn a
a) 81 2 x 2 1 81 4 81
b) 3
7 3 x 2 1 7 6 7
2 1
c)
3
52 2 x3 x 2 11 52 12 52 512 5 6 6 5
d) 4
23 5 4 x 2 x 3 1 23 5 24 40
Exemplos:
a) 144 24 32 22 3 12
b)
3
243
c) 8 18 2 2 3 2 2
2.9 Racionalização
4 4 3 4 3 4 3
3 3 3 3 2
3
2 3
x2 2 3 x2 2 3 x2 2 3 x2 2 3 x2
x1 x 2 x1 2
3 3 3 3 3 x
x x2 x3
1 5
b)
5 2
Temos que multiplicar numerador e denominador por x3 , pois 2 + 3 = 5.
x
5 5 5 5 5
1 x3 x3 x3 x3 x3
5
x2 5
x3 5
x2 x3 5
x 23 5
x5 x
2
2 7 3 2 7 3 2 7 3
2 7 3 7 3
7 3 7 3 7 3 7 3 2 2
73
4 2
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1 4
a) b) 0,81 c) 2,25 d)
100 9
9 3 4 12
a) a3 b) 48 c) t7 d) t
a) 7 b) 4 2 3 c) 5 3 2 d) 6
a5
1 5
1 1
a) 8 2
b) a7 c) a 3 b 4 d) m 2 n 5
a) 3
125 b) 5
243 c) 3
125 d) 5
1
a) 3
32 b) 8
512 c) 8
625 d) 4
27
7. Simplifique os radicais:
a)
5
a 10 x b) a 4b 2c c) 25a 4 x 3 432
a)
73 5
2 23 2 3 2 b) 5
3
2 83 3 2 43 2 83 3
3 4
a) 2 2 b) 3 1 3 1
3
5 3 2 3 1 3 1
1 9 15 1
1. a) b) c) d)
10 10 10 4
2. a)
3
a b) 23 6 c) t3 t d) t
1 2 5
3
2 5 6
3. a) 7 b) 2 4 c) 3 d) a
1
4. a) b)
7
a5 c)
4
a 3 .b d) 1
8 5
m 2 .n
5. a) 5 b) 3 c) 5 d) 1
5 3
4 3
7 4
6. a) 2 3 b) 2 7 c) 3 d) 3
7. a) a 2 5 x b) a 2b c c) 5a 2 x d) 62 2
11 3
8. a) 2 b) 3 2 2
12
9. a) 34 6 273 3 b) 443 3
y
10. a
2
11. a) 5 3 3 4 b) 4
CAPÍTULO 3 – POLINÓMIOS
3.1 Definição
Um polinómio na variável real x é definido como sendo uma soma algébrica de monómios.
3.2 Monómio
Um monómio é uma expressão constituída por um número, por uma variável ou por um
produto de números de expoentes naturais.
Dado o polinómio Px an x n an1 x n1 ... a2 x 2 a1 x1 a0 , não identicamente nulo, com
an 0 , o grau do polinómio é dado pela mais alta potência da variável do polinómio P(x).
Px 5 Número 0
Observação:
Exemplos:
a) 𝑃(𝑥) = 0 x 4 0 x 3 0 x 2 0 x 0 = 0
a 7 0 a7
4(2 b) 0 b 2
6(c 2) 0 c 2
4d 0 d0
a) Em relação a uma das variáveis, o grau do polinómio é dado pelo maior expoente
dessa variável.
Exemplos:
P an n an1 n1 ... a2 2 a1 1 a0 , dizemos que P é o valor numérico do
polinómio para x .
Exemplos:
1
a) x 1 b) x c) x0 d) x3
2
Resolução:
3 2
1 1 1 1 1 1 1 65
P 4 6 4 4 6 4
2 2 2 2 8 4 2 8
EXERCÍCIOS
a) Px
3 2
x para x 3 c) Px 2x 3 2x 5 para x 2
4
a) Adição
Px Qx an bn x n an1 bn1 x n1 ... a1 b1 x1 a0 b 0
Observação: P x Q x P Q x
Px 3x 3 2 x 2 7 e Qx 3x 4 7 x 3. 2 x 1.
b) Subtração
Px Qx an bn x n an1 bn1 x n1 ... a1 b1 x1 a0 b 0
Observação: P x Q x P Q x
Px 3x 3 2x 2 7 e Qx 3x 4 7 x 3. 2x 1.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
a) 2x 2
9x 2 3x 2 7 x 1
b) 5x 2
5x 8 2 x 2 3x 2
c) 2x 3
5x 2 4x 2x 3 3x 2 x
2. Efectue as seguintes subtrações de polinómios:
a) 6x 2
6x 9 3x 2 8x 2
b) 2a 2
3a 6 4a 2 5a 6
c) 4x 3
6x 2 3x 7 x 3 6x 2 8x
Resolução:
1.a) 2x 2
9x 2 3x2 7 x 1 2x2 9x 2 3x2 7 x 1 5x2 2x 1
1.b) 5x 2
5x 8 2x 2 3x 2 5x 2 5x 8 2x 2 3x 2 3x 2 8x 10
1.c) 2x 3
5x 2 4x 2x 3 3x 2 x 2x 3 5x 2 4x 1 2x 3 3x 2 x 4x 3 2x 2 5x
2.a) 6x 2
6x 9 3x2 8x 2 6x2 6x 9 3x2 8x 2 3x2 14x 11
2.b) 2a 2
3a 6 4a 2 5a 6 2a 2 3a 6 4a 2 5a 6 2a 2 2a
2.c) 4x 3
6x 2 3x 7 x 3 6x 2 8x 4x 3 6x 2 3x 7 x 3 6x 2 8x 3x 3 5x
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
a) 5x 2
2ax a 2 3x 2 2ax a 2
b) y 2
3y 5 3y 7 5 y 2
c) 9x 2
4x 3 3x 2 10
d) 7 x 4 y 2 2 x 2 y 5
e) x 2
2xy y 2 y 2 x 2 2xy
f) 7ab 4c 3a 5c 4a 10
Resposta:
a) 2x ;
2
b) 4 y 2
2 ; c) 12x 2
4x 13 ;
d) 5 x 2 y 3 ; e) 0 ; f) 7 ab c 7 a 10
Na multiplicação de um polinómio por um número real (ou escalar), devemos observar o seguinte
procedimento: seguir cuidadosamente a regra dos sinais e a redução dos termos semelhantes.
Observação: k P x k P x
a) Px 3x 3 2 x 2 7 e k -4.
7 xy2 2x 2 y 7 xy2 2x 2 7 xy2 y 14x 3 y 2 7 xy3
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
7ax 2
4ax a 2 3a 2 x 7ax 2 3a 2 x 4ax 3a 2 x a 3a 2 x 2 3a 2 x
21a 3 x 3 12a 3 x 2 3a 3 x 6a 2 x
multiplicações, teremos:
3x 2
y 2 xy2 x 3 5 y 3 xy1 3x 2 y xy1 2 xy2 xy1 x 3 xy1 5 y 3 xy1
1 1
3x y 2 x y x y x 5 xy 3x 2 x y x y 5 xy
3 0 2 1 4 2 3 2 4 2
teremos:
x 3
5x 2 10x 7 2 x 2 x 3 2 x 2 5x 2 2 x 2 10x 2 x 2 7 2 x 2
6 x 10x 20x 14x
5 4 3 2
teremos:
y 2
2 y 1 0,5 y 3 y 2 0,5 y 3 2 y 0,5 y 3 1 0,5 y
0,5 y y 0,5 y
5 4 3
x
5. Multiplicar o polinómio x 3 3x 2 pelo monómio . Efectuando as multiplicações, teremos:
2
x 3 x x3 3x 2
x x x x4 3x 3
3 2
2 2 2 2 2
2 2 1
6. Multiplicar o polinómio x x pelo monómio 2x . Efectuando as multiplicações, teremos:
3 2 3
7. Simplifique as expressões:
a) 2a a 4 5a 3a 3 a 2 2
b) 2 y y 2 y y 3 y 7
2 2
5 5
Resolução:
a)
2a a 4 5a 3a 3 a 2 2
2a 5 10a 2 3a 5 6a 3
a5 6a3 10a 2
b)
2y y2 2y
y 2 3 y 7
5 5
2 y3 4 y2 3y3 7 y2
5 5
3 2 3
2y 4y 3y 7 y2
5 5 5 5
3 3 2
2y 3y 4y 7 y2
5 5 5 5
y3 3y2
5 5
Exemplos:
3x 5x 2 3x 2 1 5x 2 12 15x 3 6 x 5x 2 2
2x 2
x 1 5x 2 → aplicar a propriedade distributiva.
Portanto: 2x 2
x 1 5x 2 10x 3 x 2 3x 2
a) Px 3x 2 x 7 e Qx 3x 4 3
3 2
Px Qx 3x 3 2 x 2 7 3x 4 3
3x 3
3x 3x 3 2 x 2 3x 4 2 x 2 3 7 3x 4 7 3
4 3
9 x 9 x 6 x 6 x 21x 21
7 3 6 2 4
9 x 7 6 x 6 21x 4 9 x 3 - 6x 2 21
P Q 3a 2b 5ab 2 2a 7 a 2b 3
3a b 2a 3a b 7 a b 5ab 2a 5ab 7 a b
2 2 2 3 2 2 2 3
3 4 4 2 2 3 5
6a b 21a b 10 a b 35 a b
21a 4b 4 35a 3b 5 6a 3b 2 10a 2b 2
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
a) 3 x 5 b) 2 x x 5 c) 4 xa b d) 2 xx 2 2 x 5
e) 3 x 2 x 5 f) x 4 y x y g) 3x 2
4x 3 x 1
h) x 3
2 x3 8
Resolução
a) 3x 5 3x 15 ;
b) 2xx 5 2x 2 10x ;
d)
2x x 2 2x 5 2x 3 4x 2 10x ;
x 4 y x y x 2 xy 4 xy 4 y 2
f)
x 2 4 y 2 5 xy
g) 3x 2
4x 3 x 1 3x3 3x 2 4x 2 4x 3x 3 3x3 x 2 7 x 3
h) x 3
2 x3 8 x6 8x3 2x3 16 x6 6x3 16
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
a) P x Q x c) P x Q x e) 3 Q x
b) Px Rx d) P x Q x f) R x Q x
Respostas:
a) x 2 4 x 10 ; b) 3x 5
9x 4 17x 3 7 x 2 13x 5 ;
c) x 2 2 x ;
d) x 3 8x 2 20x 25 ; e) 3x 15 ; f) 3x 5 9 x 4 17 x 3 7 x 2 13x 5
a) xx 2 b) a b c ba c
c) 3x 2
1 2
x 3x x 1 d)
x 4 x 3 x 2 1 3xx 4
2
Respostas:
a) x 2 2 x ; b) 2ac ; c) 3 x 3 2 x 2 3x ; d) 4x 4
x 3 3x 2 11x
2
Respostas:
a) 4 xa 4 xb ; b) 2x 3
4x 2 10x ; c) 6x 2
7x 2 ;
d) 36x 4
16 e) 3x 3 x 2 7 x 3
Px Qx qx , pois qx Qx r x Px , onde r x é o resto da divisão.
O resto da divisão r x é um polinómio cujo grau não pode ser igual nem maior que o grau
do divisor Q x .
P(x) Q(x)
r(x) q(x)
1) Escolha o primeiro termo do quociente, que deve ser multiplicado pelos termos do divisor.
Pode também dividir directamente o 1º termo de maior grau do polinómio P x
3
(dividendo) pelo 1º termo de maior grau do polinómio Q x (Divisor); x x , obtendo
2
x
assim o 1º termo do quociente.
x 3 x 2 4x 1 x2 x 1
x
x( x 2 x 1) x 3 x 2 x
x 3 3x 2 4 x 1 x2 x 1
x3 x 2 x x4
4 x 2 5x 1
3) Agora deve repetir o primeiro passo, escolher o termo conveniente para multiplicar pelo
primeiro termo do divisor para que fique igual ao primeiro termo do polinómio que foi
resultado da primeira operação.
x 3 3x 2 4 x 1 x2 x 1
x3 x 2 x x
4 x 2 5x 1
x 3 3x 2 4 x 1 x2 x 1
x3 x 2 x x4
4 x 2 5x 1
4x 2 4x 4
x3
Como o resto tem um grau menor do que o grau do divisor não é possível continuar com a
divisão. Assim temos que qx x 4 e que r x x 3 .
Exemplo 2:
12 x 3 4 x 2 8x 4x
12x 3 3x 2 x 2
0x 4x 2
4x 2
0 x 8x
+ 8x
Exemplo 3:
10 x 2 43x 40 2x 5
10 x 2 25x 5x 9
0 x 18 x 40
18 x 45
5
Exemplo 4:
6 x 4 10 x 3 9 x 2 9 x 5 2x 2 4x 5
6 x 4 10x 3 9 x 2 3x 2 x 1
0x 4 2x 3 6x 2 9x 5
2 x 3 4 x 2 5x
0x 3 2x 2 4x 5
2x 2 4x 5
0
Exemplo 5:
12 x 3 4 x 2 8x 4x 5
0 x 3 15x 2 7 x 3
15x 2 5 x 10
2x 7
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
a) 2x 2
5x 12 x 4 b) 6x 11x 5x 18x 7 2x
4 3 2 2
3x 1
c) 7x 2x 4
3x 5 2 6x 2 3x 2 d) 4a 7a 3 4a 3
2
e) 3x 13x
3 2
37x 50 x 2 2x 5 f) x 6x 7x 4 x 2x 1
3 2 2
Respostas:
Exemplo:
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Resolução
Assim sendo, o quociente q(x) = 2x4 – 4x3 + 7x2 – 14x + 24 e o resto r(x) = – 42
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Soluções:
a) qx 5x 18 ; r x 56
b) qx x 3 2x 2 7 x 13 ; rx 21
c) qx 2x 2 x 6 ; rx 25
d) qx 2x 2 8 ; rx 37
e) qx ; r x
x 7 16
3 9 9
f) qx x 2 x ; r x 2
Produtos especiais
x yx y x 2 y 2
x yx 2 xy y 2 x 3 y 3
x yx 2 xy y 2 x 3 y 3
x yx yx 2 y 2 x 4 y 4
x y x 4
x3 y x 2 y 2 xy3 y 4 x5 y 5
x yx yx 2 xy y 2 x 2 xy y 2 x 6 y 6
x y 2 x y 2 4 xy
Exemplos:
a) x 4x 4 x 2 4 2 x 2 16
d) 3 23 2 32 22 9 4 5
e) x 12 x 2 2x 1 12 x 2 2x 1
f) 3x 4 y 2 3x 2 23x 4 y 4 y 2 32 x 2 24 xy 42 y 2 9 x 2 24 xy 16 y 2
h) 2x 33 2x3 32x2 3 32x32 33 8x3 36x2 54x 27
O método de completar quadrado consiste em formar trinómios quadrados perfeitos. Este foi
criado por Al-Khowarkmi.
x 2 2ax a 2
Nesta equação:
raiz dupla).
Exemplos:
a) x 2 8 x 16 0
Então x 2 8 x 16 0 x 4 2
0 x4 (raiz dupla)
b) x 2 11x 24 0
do último termo.
Nestes casos multiplica-se e divide-se o 2º termo, por 2 e eleva-se a metade desse número
ao quadrado. Em seguida, adiciona-se para completar o quadrado perfeito, e como não
podemos alterar a equação inicial, subtraímos a metade e desse número ao 3º termo.
2 2
11 11 11
x 2 2 x 24 0
2 2 2
2 2
11 11
x 24 0
2 2
2
11 121 96
x 0
2 4 4
2
11 25
x 0
2 4
2 2
11 5
x 0 usando a 2 b 2 a b a b vem :
2 2
11 5 11 5
x x 0
2 2 2 2
16 6
x x 0
2 2
x 8x 3 0
A equação tem duas raízes reais: x1 8 ou x2 3 .
Dada a equação 2 x 2 12 x 8 0
por 2 : x 2 6x 4 0
x
Multiplica-se e divide-se o 2º termo, isto é, o coeficiente de “ ” por 2 (dois) e adiciona-se
e subtrai-se o quadrado da metade do coeficiente do termo em “ ” para formar ox
quadrado perfeito:
2 2
6 6 6
x 2 x 4 0 x 2 23x 3 3 4 0
2 2 2
d) x 2 8 x 16 0
Então x 2 8 x 16 0 x 4 2
0 x 4 (neste caso há uma raiz dupla)
3.10 Factorização
Exemplos:
a) 2 xy 3 y 2 x y 3 y y 2 x 3
b) x 2 4x x x 4 x xx 4
Agrupam-se termos do polinómio que possuem factores em comum que são colocados em
evidência.
Exemplos:
a)
2x 3 x 2 4x 2 2x 3 x 2 4x 2 x 2 2x 1 22x 1 2x 1 x 2 2
b)
6x 2 5x 4xy 10 y 6x 2 5x 4xy 10 y x6x 5 2 y2x 5
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
a) 6 x 3 8 x 8
b) 4ax 2 6a 2 4 x 2 4a 3 x 2
c) 10000 x 2 y 2
d) a b 9
2 4
e) ax 2 bx 2 3a 3b
f) 25a 4 100b 2
g) 33xy 44 x y 22 x y
2 2 2
Respostas:
a) 2x 3 4 x
3 5
; b) 2ax 12a 2a ;
2 2
c) 100 xy100 xy ;
f) 5a 2
10b 5a 2 10b g) 11xy3y 4 x 2 x
4.1 Definição
Uma equação é uma igualdade entre duas expressões algebraicas, chamadas membros, que
incluem diversas operações matemáticas relacionadas com números e variáveis ou incógnitas.
4.2 Classificação
As equações classificam-se em função dos seus graus. Assim sendo, uma equação
pode ser do 1º grau, 2º grau, 3º grau, etc.
Exemplos:
Resolver uma equação significa tentar descobrir os valores que podem assumir as variáveis
em um domínio numérico determinado para converter essa equação numa expressão
verdadeira mais simples, ou seja é achar uma equação equivalente da forma x = c, onde c é
denominado a solução da equação.
Uma equação linear (ou do primeiro grau) numa variável pode reduzir-se na forma
ax = b, com a, b ℝ e a 0.
a. Eliminar os parêntesis;
Exemplos:
6x + 5 – 4 (5x + 0,25) = 3x + 56 – (x + 4)
Resolução
6x + 5 – 4 (5x + 0,25) = 3x + 56 – (x + 4)
Eliminando parêntesis
6x + 5 – 20 x – 1 = 3x + 56 – x – 4
– 14x + 4 = 2x + 52
52 – 4 = – 14x – 2x
48 = – 16x
48 : (– 16) = x
x = -3 S = , pois -3 não é
um número natural (-3 N)
A Ana respondeu: a terça parte são jovens, a sexta parte são senhores, a oitava
parte, crianças e há ainda 9 senhoras.
Resolução
𝑥 𝑥 𝑥
+ + +9 =𝑥
3 6 8
𝑥 𝑥 𝑥 9 𝑥
+ + + =
3(8) 6(4) 8(3) 1(24) 1(24)
8𝑥 + 4𝑥 + 3𝑥 + 216 24𝑥
=
24 24
Aplicando o princípio de equivalência, multiplica-se por 24 ambos os membros da
equação.
8𝑥 + 4𝑥 + 3𝑥 + 216 = 24𝑥
−9𝑥 = −216
−216
𝑥=
−9
𝑥 = 24
Uma equação quadrática (ou do 2º grau) numa variável é uma expressão reduzida
na forma ax2 + bx + c = 0,
Nota: Um produto é nulo se, e somente se, pelo menos um dos seus factores for
nulo.
Exemplo:
𝑥 = 2 𝑜𝑢 𝑥 = 5
=b2 – 4ac,
b
x1
2a
e
b
x
2
2a
Solução:
−𝑏 ± √𝑏 2 − 4𝑎𝑐
𝑥1,2 =
2𝑎
2 + 2√3 2 2√3
𝑥1 = = +
2 2 2
2 − 2√3 2 2√3
𝑥2 = = −
2 2 2
Equações Biquadráticas
Chama-se equação biquadrática a toda a equação que pode ser reduzida na forma
𝑎𝑥 4 + 𝑏𝑥 2 + 𝑐 = 0, onde 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ ℝ , com a 0.
𝑎𝑦 2 + 𝑏𝑦 + 𝑐 = 0.
b
Neste caso y1, 2
2a
b
Como 𝑥 2 = 𝑦 então x
2a
Exemplo: 𝑥 4 − 13𝑥 2 + 36 = 0
𝑎 = 1; 𝑏 = −13; 𝑐 = 36
Δ = (−13)2 − 4 × 1 × 36
Δ = 25
13 ± √25
𝑥 = ±√
2
13 ± 5
𝑥 = ±√
2
13 + 5
𝑥 = ±√
2
18
𝑥 = ±√
2
𝑥 = ±√9
𝒙 = ±𝟑
8
𝑥 = ±√
2
𝑥 = ±√4
𝒙 = ±𝟐
a) 𝒙𝟏 + 𝒙𝟐 + 𝒙𝟑 + 𝒙 𝟒 = 𝟎
𝒃
b) -𝒙 𝟏 𝟐 + 𝒙𝟑 𝟐 = − 𝒂
𝒄
c) - 𝒙𝟏 𝟐 × 𝒙𝟑 𝟐 = 𝒂
C. Equações Fraccionárias
Uma equação fraccionária a uma variável é uma expressão algébrica que tem a
variável, pelo menos, em algum denominador.
P(x)
0, com Q(x) 0
Q(x)
Exemplo:
x 4 2
x 2 x 1 x 2
Resolução:
x 4 2
0
x 2 x 1 x 2
MMC é (x +2)(x + 1)
x( x 1) 4( x 2) 2( x 1)
0
( x 2)( x 1)
x2 x 6
0
( x 2)( x 1)
x2 x 6 0
x1 3 e x 2 2
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. (𝑥 − 2)(2𝑥 − 5) = 0
2. 3(2𝑥 + 1)(2𝑥 + 3) = 0
3. 𝑥 4 − 16𝑥 2 = 0
4. 𝑥 4 − 5𝑥 2 + 4 = 0
3𝑥 2 = 15𝑥
Soluções
5
1. 𝑆 = {𝑥1 = 2, 𝑥2 = 2}
1 3
2. 𝑆 = {𝑥1 = − 2 , 𝑥2 = − 2}
3. 𝑆 = {𝑥1 = 𝑥2 = 0, 𝑥3 = −4, 𝑥4 = 4}
4. 𝑆 = {𝑥1 = −2, 𝑥2 = −1, 𝑥3 = 1, 𝑥4 = 2}
5. k<3
6. a = 2 ou a = 6
7. 𝑆 = {𝑥1 = 0, 𝑥2 = 5}
c) ≥ (maior ou igual a)
d) ≤ (menor ou igual a)
As inequações podem ser manipuladas como as equações e as regras são muito similares,
mas existe uma excepção.
O conjunto das soluções de uma inequação linear com uma variável forma um intervalo de
números reais. Por este facto, podemos apresentar o conjunto solução por meio da
representação gráfica da recta real ou em forma de intervalos.
Exemplos:
Resolver as inequações:
a) 𝑥 + 3 > 5
𝑥 >5−3
𝑥 > 2 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 > 2}
b) 2𝑥 + 1 ≤ 𝑥 − 4
2𝑥 − 𝑥 ≤ −4 − 1
𝑥 ≤ −5 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≤ −5}
c) −3𝑥 ≤ 𝑥 − 4
−4𝑥 ≤ −4 / × (−1)
4𝑥 ≥ 4
4
x
4
𝑥 ≥ 1 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≥ 1}
2 1
d) x
3 5
10𝑥 ≥ 3
3 3
x 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≥ 10}
10
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
a) 1 − 2𝑥 ≤ 5 + 𝑥
b) 5(1 − 𝑥) − 3(4 − 2𝑥) > 1 − 𝑥
c) 2(3𝑥 + 1) < 4(5 − 2𝑥)
1
d) 3(3𝑥 − 2) + 2 (𝑥 + 2) ≤ 19 − 𝑥
3x x x
e) 0
2 3 6
2x 5
f) 3 5
3
1 2x x 2 x 3
g) 1
3 6 2
h) 3𝑥 + 4 < 5 < 6 − 2𝑥
x
i) x 1 7 3x 1
2
x 3 1 x 2( x 5)
j)
3 2 4
Soluções
4
a) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≥ − 3 }
b) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 > 4}
9
c) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 < 7}
d) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≤ 3}
e) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 > 0 }
f) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: − 7 < 𝑥 ≤ 5 }
1
g) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 < − 2 }
1
h) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 < 2}
i) 𝑆={ }
j) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 > 3}
Exemplos:
a) 𝑥 2 − 6𝑥 + 8 ≤ 0
Achando os zeros de 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 − 6𝑥 + 8, temos:
(𝑥 − 4)(𝑥 − 2) = 0
𝑥1 = 4 𝑜𝑢 𝑥2 = 2
𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 2 ≤ 𝑥 ≤ 4}
b) 𝑥 2 − 𝑥 − 12 > 0
(𝑥 − 4)(𝑥 + 3) = 0
𝑥1 = 4 𝑜𝑢 𝑥2 = −3
𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 < −3 𝑜𝑢 𝑥 > 4}
c) 𝑥 2 − 6𝑥 + 9 > 0
(𝑥 − 3)(𝑥 − 3) = 0
𝑥1 = 3 𝑜𝑢 𝑥2 = 3
𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 < 3 𝑜𝑢 𝑥 > 3}
d) −8 ≤ 𝑥 2 − 2𝑥 − 8 ≤ 0
2
{𝑥 2− 2𝑥 − 8 ≥ −8
𝑥 − 2𝑥 − 8 ≤ 0
𝑥 2 − 2𝑥 − 8 ≥ −8
𝑥1 = 0 𝑜𝑢 𝑥2 = 2
𝑆1 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≤ 0 𝑜𝑢 𝑥 ≥ 2}
𝑥 2 − 2𝑥 − 8 ≤ 0
𝑥1 = −2 𝑜𝑢 𝑥2 = 4
𝑆2 = {𝑥 ∈ ℝ: −2 ≤ 𝑥 ≤ 4}
𝑆1 ∩ 𝑆2 = {𝑥 ∈ ℝ: −2 ≤ 𝑥 ≤ 0 𝑜𝑢 2 ≤ 𝑥 ≤ 4}
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
a) 𝑥 2 − 3𝑥 + 2 > 0
b) −3𝑥 2 − 8𝑥 + 3 ≤ 0
c) 2𝑥 2 − 𝑥 ≥ 0
d) 𝑥 2 − 6𝑥 + 8 > 0
e) 8𝑥 2 − 14𝑥 − 3 ≤ 0
f) 3𝑥 2 − √5𝑥 ≥ 0
g) −4 ≤ 3𝑥 2 − 10 ≤ 2
h) x x 1 0
2
3 2 4
i) 7𝑥 + 1 < 𝑥 2 + 3𝑥 − 4 ≤ 2𝑥 + 2
j) 4𝑥 2 − 5𝑥 + 4 < 3𝑥 2 − 6𝑥 + 6 < +3𝑥 − 4
Soluções:
a) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 < 1 𝑜𝑢 𝑥 > 2 }
1
b) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≤ −3 𝑜𝑢 𝑥 ≥ 3}
1
c) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≤ 0 𝑜𝑢 𝑥 ≥ 2 }
d) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≤ 2 𝑜𝑢 𝑥 ≥ 4}
1 3
e) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: ≤ 𝑥 ≤4}
4
√5
f) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≤ 0 𝑜𝑢 𝑥 ≥ }
3
g) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: − 2 ≤ 𝑥 ≤ −√2 𝑜𝑢 √2 ≤ 𝑥 ≤ 2 }
h) 𝑆 = { }
i) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: − 3 ≤ 𝑥 < −1}
j) 𝑆 = { }
Exemplos:
a) |𝟒𝒙 − 𝟑| > 5
|4𝑥 − 3| > 5
4𝑥 − 3 < −5 𝑜𝑢 4𝑥 − 3 > 5
1
𝑥<− 𝑜𝑢 𝑥 > 2
2
1
𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 < − 𝑜𝑢 𝑥 > 2}
2
7 2x
b) 2
x4
7 − 2𝑥
| |≤2
𝑥+4
|7 − 2𝑥| ≤ 2|4 + 𝑥|
49 − 28𝑥 + 4𝑥 2 ≤ 4(16 + 8𝑥 + 𝑥 2 )
49 − 28𝑥 + 4𝑥 2 ≤ 64+32𝑥 + 4𝑥 2
−60𝑥 − 15 ≤ 0
−60𝑥 ≤ 15
60𝑥 ≥ −15
1
𝑥≥−
4
1
𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 > − }
4
c) |𝒙 + 𝟑| ≤ 𝟏
|𝑥 + 3| ≤ 1
−1 ≤ 𝑥 + 3 ≤ 1
−1 − 3 ≤ 𝑥 ≤ 1 − 3
−4 ≤ 𝑥 ≤ −2
𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: − 4 ≤ 𝑥 ≤ −2 }
d) 𝟐𝒙 − 𝟕 + |𝒙 + 𝟏| ≥ 𝟎
𝑥 + 1, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 ≥ −1
|𝑥 + 1| = {
−𝑥 − 1, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 < −1
1º Caso
Se 𝑥 ≥ −1, temos:
2𝑥 − 7 + |𝑥 + 1| ≥ 0
2𝑥 − 7 + 𝑥 + 1 ≥ 0
𝑥≥2
𝑆1 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≥ −1} ∩ {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≥ 2}
2º Caso
2𝑥 − 7 + |𝑥 + 1| ≥ 0
2𝑥 − 7 − 𝑥 − 1 ≥ 0
𝑥≥8
𝑆2 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 < −1} ∩ {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≥ 8} = ∅
A solução da inequação proposta é:
𝑆 = 𝑆1 ∪ 𝑆2
𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≥ 2 }
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
a) |3𝑥 − 2| < 4
b) 1 < |𝑥 − 1| ≤ 3
c) |2 − 3𝑥| ≥ 1
2x 3
d) 2
3x 1
x3 1
e)
x 1 4
f) ||2𝑥 − 1| − 4| ≤ 3
g) |𝑥 − 1| − 3𝑥 + 7 ≤ 0
h) |𝑥 + 2| − |𝑥 − 3| > 𝑥
i) |𝑥 2 − 3𝑥 + 2| > 0
j) |𝑥 − 2| − |𝑥 + 3| > 𝑥 2 − 4𝑥+3
Soluções:
2
a) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: − 3 < 𝑥 < 2 }
b) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: − 2 ≤ 𝑥 < 0 𝑜𝑢 2 < 𝑥 ≤ 4 }
1 1
c) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≤ 3 𝑜𝑢 𝑥 ≥ 2}
1 5 1
d) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: − 4 < 𝑥 < 8 𝑜𝑢 𝑥 ≠ 3}
11 13
e) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 < − 𝑜𝑢 𝑥 > , 𝑥 ≠ 1}
3 5
f) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: − 3 ≤ 𝑥 ≤ 0 𝑜𝑢 1 ≤ 𝑥 ≤ 4 }
g) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≥ 3 }
h) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 < −5 𝑜𝑢 1 < 𝑥 < 5}
i) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≠ 2 𝑒 𝑥 ≠ 1 }
j) 𝑆 = { }
desigualdades:
𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥) > 0, 𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥) < 0, 𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥) ≥ 0 ou 𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥) ≤ 0
Exemplos:
a) (𝑥 − 4)(𝑥 + 2) > 0
(𝑥 − 4)(𝑥 + 2) = 0
𝑥 = 4 𝑜𝑢 𝑥 = −2
b) 𝑥 2 ≤ 9
𝑥2 ≤ 9
𝑥2 − 9 ≤ 0
(𝑥 − 3)(𝑥 + 3) = 0
(𝑥 − 3) = 0 𝑜𝑢 (𝑥 + 3) = 0
𝑥 = 3 𝑜𝑢 𝑥 = −3
𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: − 3 ≤ 𝑥 ≤ 3}
c) 𝑥 3 + 1 > 𝑥 2 + 𝑥
𝑥3 + 1 > 𝑥2 + 𝑥
𝑥3 + 1 − 𝑥2 − 𝑥 > 0
𝑥3 − 𝑥2 − 𝑥 + 1 > 0
𝑥 2 (𝑥 − 1) − (𝑥 − 1) > 0
(𝑥 2 − 1)(𝑥 − 1) > 0
d) (𝑥 − 3)(𝑥 2 + 3𝑥 − 4) > 0
𝑥 − 3 = 0 𝑜𝑢 𝑥 2 + 3𝑥 − 4 = 0
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
a) (𝑥 2 − 𝑥 − 2)(−𝑥 2 + 4𝑥 + 3) > 0
b) (−2𝑥 2 + 3𝑥 + 2)(𝑥 − 4) ≥ 0
c) (𝑥 2 + 4𝑥 − 5)(2𝑥 − 6) ≥ 0
d) (𝑥 2 − 𝑥 − 2)(−𝑥 2 + 2𝑥 + 3) ≤ 0
e) (1 − 4𝑥 2 )(2𝑥 2 + 3𝑥) > 0
f) (𝑥 2 − 7𝑥 + 10)(𝑥 2 − 3𝑥) ≤ 0
g) 𝑥 4 ≥ 𝑥 2
h) 𝑥 3 − 2𝑥 2 − 𝑥 + 2 > 0
i) 2𝑥 3 − 6𝑥 2 + 𝑥 − 3 > 0
j) 𝑥 2 + 1 < 2𝑥 2 − 3 ≤ −5𝑥
Soluções
c) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: − 5 ≤ 𝑥 ≤ 1 𝑜𝑢 𝑥 ≥ 3 }
d) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 5 ≤ 𝑥 < 7 𝑜𝑢 𝑥 = 2 }
3 1 1
e) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: < 𝑥 < − 2 𝑜𝑢 0 < 𝑥 < 2 }
2
f) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 0 ≤ 𝑥 ≤ 2 𝑜𝑢 3 ≤ 𝑥 ≤ 5 }
g) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≤ −1 𝑜𝑢 𝑥 ≥ 1 𝑜𝑢 𝑥 = 0 }
seguintes desigualdades:
f ( x) f ( x) f ( x) f ( x)
0 0 0 ou 0
g ( x) g ( x) g ( x) g ( x)
Exemplos
3x 4
a) 2
1 x
3𝑥 + 4
≤2
1−𝑥
3𝑥 + 4
−2≤0
1−𝑥
3𝑥 + 4 − 2(1 − 𝑥)
≤0
1−𝑥
5𝑥 + 2
≤0
1−𝑥
2
𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 ≤ − 𝑜𝑢 𝑥 > 1}
5
b) 3x x 6 2
x
𝒙+𝟔
𝟑𝒙 − ≥𝟐
𝒙
3𝑥 2 − 𝑥 − 6
−𝟐≥𝟎
𝒙
3𝑥 2 − 3𝑥 − 6
≥𝟎
𝒙
3𝑥 2 − 3𝑥 − 6 = 0 e 𝑥≠0
𝑥1 = −1 e 𝑥2 = 2
𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: − 1 ≤ 𝑥 < 0 𝑜𝑢 𝑒 𝑥 ≥ 2}
c) x 28x 12 0
2
x 9
𝑥 2 − 8𝑥 + 12 = 0
𝑥1 = 6 e 𝑥2 = 2
𝑥2 − 9 = 0
𝑥1 ≠ 3 e 𝑥2 ≠ −3
𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: − 3 < 𝑥 ≤ 2 𝑜𝑢 3 < 𝑥 ≤ 6}
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
a) 2 x 1 0
x2
b) 3 4 x 0
5x 1
c) 5 x 3 1
3x 4
d) x 4 x 5 0
2
x3
e) x 7 x 6 0
2
2
x 2x 3
f) 3x 1
0
2 x 55x 3
x 1 x 3
g)
x2 x4
1 2 3
h) 0
x 1 x 2 x 3
i)
x 13 1 1
x 13 1
j) x 2
10 x 25 x 3
0
x4
Soluções
1
a) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 < −2 𝑜𝑢 𝑥 < 2 }
1 3
b) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: − <𝑥 ≤4}
5
7 4
c) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 < 8 𝑜𝑢 𝑥 > 3 }
i) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 > 0 }
j) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ: 𝑥 < 3 𝑜𝑢 𝑥 > 4 𝑒 𝑥 ≠ 5}
b) Igualar os expoentes.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1 1 2
1) 8 x 0,25 (23 ) x 23 x 2 23 x 2 2 3x 2 x
4 2 3
3x 2 3x 2 x 2 3x 2 5 x 2 0
5 25 24 5 7
x1 2 x1 2
6 6
5 25 24 57 1 1
x2 x2 -
6 6 3 3
S = {-1/3; 2}
a x ab , a x ab , a x ab ou a x ab com a 1 ou 0 a 1
b) Comparar os expoentes.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1) 3 x 9 3 x 32 x 2
S x R : x 2
2) 3 x 81 3 x 34 x 4
S x R : x 4
x x x
1 1 1
1 1 3
3 3
3) 8 8 2 2 3 2 2x 2 2 x / (1) x
2 2 2 2 2
3
S x R : x
2
1 1 28
4) 3 x 2 3 x 1 28 3 x.32 3 x. 28 3 x (9 ) 28 3 x. 28 3 x 3 x 1
3 3 3
S x R : x 1
3x 4 1 3x 4 30 x 2 4 0
2 2
5)
S x R : x 2 ou x 2
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1
a) 2 x5
4
1
1
b) 3 2 x 3
3
81
c) 3 x 1 3 x 1 18
x 3
1 1
d)
3 27
log a b c a c b
b 0; a 0; a 1
Exemplos:
a) log 2 8 x 2 x 8 2 x 23 x 3
6
b) log 32 64 x 32 x 64 (2 5 ) x 2 6 5 x 6 x
5
c) log 2
1
32
x 2x
1
32
2 x 32 1 2 x 25
1
x 5
1 1 2
2
d) log 10 3 100 x 10 x 3 100 10 x 100 3 10 x 10 2 3 10 x 10 3 x
3
a. Propriedades
log a 1 0 a 0 1
b) Logaritmo da base
log a a 1 a1 a
log a a n n a n a n
Exemplos:
a) log 3 81
3
3 log 3 81 3 4 12 3
b) log 1 27 log 1 3 3
3 3
Dois logaritmos da mesma base são iguais, se os seus logaritmandos forem iguais.
log a b log a c b c
A
log a ( ) log a A log a B
B
81
Exemplo: log 3 log 81 - log 27 log 3 4 - log 33 4 - 3 1
27
3 3 3 3
1
co log a b log a - log a b
b
log a ( B n ) n. log a B
1
log an b log a b , com n0
n
1 1 1
log 22 4 log 2 4 log 2 2 2 .2 1
Exemplo: 2 2 2
O logaritmo da raiz n-ésima é igual ao inverso do índice da raiz multiplicado pelo logaritmo
do radicando.
1
log a n A . log a A
n
1 1 1 1
Exemplo: log 3 81 . log 3 81 . log 3 34 .4. log 3 3 .4.1 2
2 2 2 2
Esta operação permite-nos passar de uma a outra base, segundo a nossa conveniência.
O logaritmo de b na base a- é igual ao logaritmo de b numa outra base (c), dividindo pelo
logaritmo de a na base (c).
log c b
Exemplos: log a b
log c a
log 7 3 log 5 7
a) log 5 3 b) log 2 7
log 7 5 log 5 2
6.6.1 Definição
C. Zero da função
x y Gráfico
-6 0.03
-3 0.17
-1 0.56
0 1
1 1.8
2 3.24
Se a 1 , temos uma função exponencial crescente, qualquer que seja o valor real de x.
Toda a função definida pela lei de formação f(x) = logax, com a ≠ 1 e a > 0 é denominada
função logarítmica de base a. Neste tipo de função, o domínio é representado pelo conjunto
dos números reais maiores que zero e o contradomínio, o conjunto dos reais.
Exemplos:
a) 4 x 0 x 4 x 4
b) x2 0 x 2
c) x2 1 x 3
Realizando a intersecção das restrições a, b e c, temos o seguinte resultado: 2 <x <3 e
3<x <4.
Para a construção do gráfico da função logarítmica devemos estar atentos a duas situações:
a) O gráfico está totalmente à direita do eixo y, pois ela é definida para x> 0.
b) O gráfico intersecta o eixo das abscissas no ponto (1,0), então a raiz da função é x = 1.
Através dos estudos das funções logarítmicas, chegamos à conclusão que ela é uma função
inversa da exponencial. Observe o gráfico comparativo a seguir:
CAPÍTULO 7 - SEQUÊNCIAS
Definição
f: {(1, a1),(2,a2),...,(i,ai),...}
Para simplificar a notação, também podemos denotar uma sequência usando apenas a
imagem de f:
Exemplos
a1 2
a) Seja a sequência f tal que , n ϵ {2,3,4,5}.
a n a n 1 3
c1 1
b) Seja a sequência h tal que , n ϵ N, com n2
cn 3.cn1
h = {1,3,27,81,243,...}, e h é uma sequência infinita.
Progressão Aritmética é toda a sequência que pode ser dada pela seguinte fórmula de
recorrência:
a1 k
n 2
a n an1 r
Onde k e r são números reais fixos dados. A constante r é chamada de razão da PA.
Exemplos
f5= (3/4, 1/2, 1/4, 0, -1/4, -1/2); o primeiro termo é 3/4 e a razão é -1/4.
A diferença entre dois termos consecutivos quaisquer de uma PA é sempre constante e é igual
à sua razão.
Uma vez conhecido o primeiro termo e a razão de uma PA, pode-se deduzir uma lei de
formação que permite calcular qualquer termo da PA sem usar o cálculo por recorrência.
Denotando-se o primeiro termo da PA por a1 e a razão por r, tem-se:
a1 a1
a 2 a1 r
a3 a2 r
a 4 a3 r
a n an1 r
Somando todos os membros do lado direito das igualdades e todos os membros do lado
esquerdo das igualdades tem-se:
an a1 (n 1).r an a1 (n 1).r
A expressão acima é chamada de termo geral da PA, e fornece uma lei de formação para
se encontrar qualquer elemento da sequência sem o uso da recorrência. O termo geral da PA
também pode ser demonstrado usando-se o princípio da indução finita.
Também é possível obtermos uma lei de formação para calcular o n-ésimo termo de uma PA
partindo de seu k-ésimo termo. Se n< k tem-se:
an a1 (n 1).r
ak a1 (k 1).r a1 ak (k 1).r
an ak (k 1).r (n 1).r ak (n 1) (k 1).r ak (n k ).r
Portanto,
an ak (n k ).r
Interpolar k meios aritméticos entre os números a e b significa obter uma PA, cujos extremos
são a1=a e an=b. A PA procurada terá k+2 termos.
Assim:
ba
r
k 1
Exemplo: Interpolar 5 meios aritméticos entre 2 e 4.
Tem-se que estes meios serão dados pela PA cujo primeiro termo é igual a 2 e razão igual a
42 2 1
r
5 1 6 3
Portanto os meios da PA procurados são (2,7/3,8/3,3,10/3,11/3,4).
n(n 1)
S
2
A soma dos n primeiros termos de uma PA qualquer, de primeiro termo a1 e razão r é
designada por Sn.
Sendo:
a1 a1
a2 a1 r
a3 a1 2r
a4 a1 3r
an a1 (n 1).r
Então:
(n 1) n
2
Logo,
(n 1).n
S n n.a1 .r
2
E concluí-se que,
n(a1 a n )
Sn
2
Exemplo
25.(1 145)
S 25 1825
2
Progressão Geométrica é toda a sequência que pode ser dada pela seguinte fórmula de
recorrência:
a1 k
n 2 ,
an an1 .r
Onde k e r são número reais fixos dados. A constante r é chamada de razão da PG.
an1
Numa PG, a razão entre dois termos consecutivos
an é sempre constante e coincide com a
razão da própria PG.
Exemplos
7.2.1 Classificação da PG
a) Uma PG é crescente quando cada termo for maior que seu antecessor. Isto ocorre quando
o temo inicial é positivo e a razão é maior que 1, ou quando o primeiro termo é negativo e a
razão é um número entre 0 e 1.
b) Uma PG é decrescente quando cada termo for menor que seu antecessor. Isto ocorre
quando o temo inicial é positivo e a razão é um número entre 0 e 1, ou quando o primeiro
termo é negativo e a razão é maior que 1.
c) Uma PG é constante quando cada termo for igual ao termo anterior (todos os termos são
iguais entre si). Isto ocorre quando o temo inicial é diferente de zero e a razão é igual a
d) Uma PG éalternante quando cada termo tem o sinal contrário de seu antecessor. Isto
ocorre quando a razão da PG é negativa.
e) Uma PG éestacionária quando o primeiro termo for não nulo e todos os outros nulos. Isto
ocorre quando o temo inicial é diferente de zero e a razão é igual a zero.
Conhecendo-se o primeiro termo e a razão de uma PG, pode-se deduzir uma lei de formação
que permite calcular qualquer termo da PG sem usar o cálculo por recorrência. Denota-se o
primeiro termo da PG por a1 e a razão por r, tem-se:
a1 a1
a 2 a1 .r
a 3 a 2 .r
a 4 a 3 .r
a n a n 1 .r
Interpolar k meios geométricos entre os números a e b significa obter uma PG, cujos extremos
são a1=a e an=b. A PG procurada terá (k+2) termos.
Assim:
b ak 2 a.r ( k 21)
Logo:
b
r k 1
a
Exemplo
O que se tem de fazer é interpolar 4 meios geométricos entre os números 1500 e 48000.
Estes meios serão dados pela PG de primeiro termo igual a 1500 e razão igual a:
48000 5
r5 32 2
1500
A soma dos n primeiros termos de uma PG de primeiro termo a1 e razão r será dada por:
rS n S n a1 a1r a1r 2 ... a1.r n1 a1.r n a1 a1r a1r 2 ... a1.r n1
Resultando em:
E obtendo-se:
a1 (r n 1)
Sn onde r 1
r 1
A soma dos termos de uma PG, também pode ser expressa por:
a n q a1
Sn onde q 1
q 1
Nota: Geralmente a razão designa-se por r nas PA e por q nas PG.
a1 a1
a2 a1 .r
a3 a1 .r 2
a4 a1 .r 3
an a1 .r n1
Então:
Pn a1 .a2 .a3 ....an1 .an a1 .a1 ....a1 .an .r 1 .r 2 ....r n1 a1n .r (12...n1)
n ( n 1)
Pn a .r n
1
2
n ( n 1) n n n n n n n n
( n 1)
( n 1) 2
Pn a .r
n
1
2
a .a .r
1
2
1
2 2
a .(a1.r
1
2
) a .a (a1.a2 )
1
2 2
n
2
Logo, o produto dos termos de uma PG também pode ser expresso da seguinte forma:
Pn (a1 .an ) n
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Determinar x tal que a sequência (x, 2x+1, 5x+7) seja uma PA. (R: x=-5/2.)
2. Determine a de forma que (a2, (a+1)2, (a+5)2) seja uma PA. (R: a=-23/6.)
3. Obter uma PA de 3 termos tais que a soma seja 24 e o produto seja 440.
Sugestão: Adopte que a PA tem a forma (x - r, x, x+r). (R: (5, 8, 11) ou (11, 8, 5).)
4. Obter 3 números em PA sabendo que sua soma é 18 e a soma de seus inversos é 23/30.
(R: (2, 6, 10) ou (10, 6, 2).)
5. A soma de 4 termos consecutivos de uma PA é -6, o produto do primeiro deles pelo quarto
é -54. Determine a PA. (R: (-9, -4, 1, 6) ou (6, 1, -4, -9).)
6. Obter uma PA crescente de 4 termos tais que o produto dos extremos seja 45 e o dos
meios seja 77. (R: (3, 7, 11, 15) ou (-15, -11, -7, -3).)
7.Obter uma PA de 5 termos sabendo que sua soma é 25 e a soma de seus cubos é 3025.
(R: (-3, 1, 5, 9, 13) ou (13, 9, 5, 1, -3).)
8. Mostre, usando o princípio da indução finita, que o termos geral de uma PA de primeiro
termo k e razão r é dado pela expressão: an=k+(n - 1).r
9. Calcule o vigésimo termo de uma PA cujo termo inicial é 5 e a razão é 3. (R: 62.)
10. Obter o 9º, o 23º e o 1000º termo da PA (3,7,11,15,...) (R: 35, 91 e 3999.)
11. Obter a razão da PA em que o primeiro termo é -1 e o vigésimo primeiro é 59. (R: 3.)
12. Obter o primeiro termo de uma PA de razão 2, cujo 21º termo é 30. (R: -10.)
13. Qual é o termo igual a 71 na PA em que o 3º termo é 17 e a razão é 6? (R: É o 12º
termo.)
14. Qual é a razão da PA em que a3=-1 e a15=-37? (R: -3.)
15. Obter o termo geral da PA em que a12=54 e a14=64. (R: an=4n+6)
16. Determinar a PA em que o 6º termo é 7 e o 10º termo é 15. (R: (-3,-1,1,3,...) )
17. Qual é a PA em que o 1º termo é 20 e o 9º é 44? (R: (20,23,26,...) )
18. Determinar a PA em que se verificam as relações: a12+a21=302 e a23+a46=446.
(R: (89,93,27,...) )
19. Qual é o primeiro termo negativo da PA (60,53,46,...)? (R: a10.)
20. Qual é o primeiro termo positivo da PA (-101,-97,-93,...)? (R: a27.)
21. Intercalar (ou interpolar) 5 meios aritméticos entre -2 e 40.
(R: São os meios da PA (-2,5,12,19,26,33,40).)
22. Inserir 12 meios aritméticos entre 100 e 200.
(R: Resultam da PA de primeiro termo 100 e razão 100/3.)
23. Quantos meios aritméticos devem ser interpolados entre 12 e 34 para que a razão da
interpolação seja ½? (R: 43.)
24. Quantos números inteiros e positivos, formados por 3 algarismos, são múltiplos de 13?
(R: 69.)
25. De 100 a 1000 quantos são múltiplos de 2 ou de 3? (R: 601.)
26. Inscrevendo-se nove meios aritméticos entre 15 e 45, qual é o sexto termo da PA? (R:
30.)
27. Calcule a soma dos 90 primeiros números ímpares positivos. (R: 8100)
28. Obtenha uma fórmula genérica para a soma dos n primeiros números ímpares positivos.
(R: Sn=n2.)
29. Qual é a soma dos números inteiros de 1 a 150? (R: 11325.)
30. Obtenha a soma dos 10 primeiros termos da PA (3,7,11,15,...). (R: 210.)
31. Determine o primeiro termo e a razão da PA em que o vigésimo termo é 2 e a soma dos
50 termos iniciais é 650. (R: a1= - 36 e r=2.)
32. Qual é o 23º termo da PA de razão 3, em que a soma dos 30 termos iniciais é 255? (R:
31.)
33. Quantos termos devem ser somados na PA (-5,-1,3, ...), a partir do primeiro termo, para
que a soma seja 1590? (R: 30)
34. Ao se efectuar a soma de 50 parcelas em PA (202, 206, 210, ...), por distracção não foi
somada a 35º parcela. Qual foi a soma encontrada? (R: 14662.)
35. Determinar uma PA em que a soma dos 10 termos iniciais é 130 e a soma dos 50 termos
iniciais é 3650. (R: a1=-1/2 e r=3.)
36. Qual é a soma dos múltiplos de 5 positivos, formados por três algarismos? (R: 98550.)
37. Qual é a soma dos múltiplos de 11 compreendidos entre 100 e 10000? (R: 4549050.)
38. Obter uma PA em que a soma dos n primeiros termos é n2+2n para todo n natural.
39. Calcular o primeiro termo e a razão de uma PA em que a soma dos n primeiros termos é
para todo n natural. (R: (5, 7, 9, ...))
40. Qual deve ser o valor de x para que a sequência (5,15,45,135,x) seja uma PG? (R: 405)
41. Qual é o número que deve ser somado a 1, 9 e 15 para que se tenha, nesta ordem, três
números em PG? (R: -33.)
42. A sequência (an-4, an-2, an, an+2), com a≠0 está em progressão geométrica? Se sim, qual
é a razão? (R: Sim, é uma PG de razão a2.)
43. Qual é a razão da PG (1/2, 1/6, …)? (R: 1/3.)
44. Determine o 4º termo da PG (ab, a3b2, …) com a≠0 e b≠0. (R: a7b4.)
45. A população de um país é actualmente igual a P0 e cresce 3% ao ano. Qual será a
população do país daqui a t anos? (R: P0.(1,03)t.)
46. Um tanque de água tem capacidade C0. Após ficar completamente cheio, este tanque
começou a escoar água perdendo 4% de seu volume a cada minuto. Qual será o volume
de água no tanque daqui há t minutos? (R: C0.(0,96)t.)
47. Determinar 3 números reais positivos em PG, de forma que sua soma seja 21/8, e a soma
de seus quadrados seja 189/64. (R: (3/8, ¾, 3/2) ou (3/2, ¾, 3/8).)
48. Numa PG crescente, o 3º termo é 3 e o 5º termo é 48. Qual é o valor do 4º termo. Qual
é a razão da PG? (R: O valor do 4º termo é 12 e a razão é 4. )
49. Numa PG temos a5=32 e a8=256. Calcule o primeiro termo e a razão desta PG.
(R: a1=2 e r=2.)
50. Numa PG, a soma do 3º e do 5º termos é igual a 360 e a soma do 4º e do 6º termo é
igual a 1080. Determine a razão e o primeiro termo desta PG. (R: a1=4 e r=3.)
51. Três números estão em PG de forma que o produto deles é 729 e a soma é 39. Calcule
os 3 números. (R: 3, 9 e 27.)
52. Inserir 3 meios geométricos entre 3 e 48. (R: (3,6,12,24,48) ou (3,-6,12,-24,48).)
53. Qual é a razão da PG que obtemos ao interpolar 4 meios geométricos entre 1 e 243? (R:
3.)
54. Quanto meio geométrico deve-se inserir entre 1/16 e 64 de modo que a sequência obtida
tenha razão 4? (R: A PG deve ter 6 termos e insere-se 4 meios geométricos.)
55. Quantos meios geométricos devem ser inseridos entre 32 e 2048 para que se obtenha
uma PG de razão 2? (R: A PG deve ter 7 termos e insere-se 5 meios geométricos.)
56. A soma de uma PG finita é 728. Sabendo-se que o último termo é 486 e a razão é igual
a 3, calcule o primeiro termo desta sequência. (R: 2)
57. Calcule o valor de x na igualdade 10x+20x+…+1280x=7650, sabendo que os termos do
1º membro formam uma PG. (R: x=3)
58. Partindo de um quadrado Q1, cujo lado mede a metros, consideremos os quadrados Q2,
Q3, Q4,..., Qn tais que os vértices de cada quadrado sejam os pontos médios dos lados do
quadrado anterior. Calcular a soma das áreas dos quadrados Q1, Q2, Q3, Q4, …, Qn. (R:
2a2)
59. Quantos termos da PG (1, 3, 9, 27, …) devem ser somados para que a soma seja 3280.
(R: 8 termos.)
60. Uma empresa produziu 10000 unidades de certo produto em 2009. A meta é produzir, a
cada ano, 20% a mais do que no ano anterior. Quantas unidades deverão ser produzidas
no período de 2009 a 2013? (R: 74416.)
61. Qual é o limite da soma 0,6+0,06+0,006+…quando o número de termos tende a infinito?
(R: 2/3.)
1 2 4
62. Determine o limite da soma da PG infinita ... (R: 1)
3 9 27
1 1 1
63. Determine o limite da soma da PG infinita ... (R: ¼)
3 9 27
64. A medida do lado de um triângulo equilátero é 10. Unindo-se os pontos médios dos seus
lados obtém-se um segundo triângulo equilátero. Unindo-se os pontos médios desse novo
triângulo obtém-se um terceiro e, assim por diante, indefinidamente. Calcule a soma dos
perímetros de todos os triângulos. (R: 60)
65. Determine o conjunto solução da equação 2 1+x+21+2x+21+3x+…=2/3, na qual o primeiro
membro é o limite da soma de uma PG infinita. (R: x=- 2)
1 2 1 2
66. Calcular a soma da série infinita: 1 2 ... (R: 4)
3 5 9 25
67. Determinar a fração geratriz das dízimas periódicas:
a) 0,3333... (R: 1/3)
68. Em cada uma das PG’s abaixo calcule o produto dos n termos iniciais:
a) (1,2,4,8,…) e n=10.b) (-2,-6,-54,…) e n=20.
CAPÍTULO 8 - PERCENTAGEM
A Matemática não é aplicada apenas nas transacções bancárias e comerciais mas, ela faz
parte do nosso dia-a-dia.
Pretende-se com este resumo rever subtópicos matemáticos vistos em classes anteriores,
enfatizando o cálculo da percentagem nomeadamente nas operações comerciais.
8.1 Definições
Razão centesimal : Toda a razão que tem como denominador o número 100.
45
Exemplo: 0,45 45% (lê-se quarenta e cinco por cento). Indica que um número inteiro
100
foi dividido em 100 partes e tomadas 45 dessas partes.
As expressões como 45%, 60% e 125% são chamadas taxas centesimais ou taxas
percentuais.
Para determinar uma Percentagem (p%) de um Total (P), basta multiplicar a taxa percentual
pelo Total.
principal i
Percentagem (p) = ,
100
100 p 100 p
onde P i
i P
Para solucionar esse problema devemos aplicar a taxa percentual (9%) sobre o total de
estudantes (800), assim sendo:
9 9
de 800 o que se traduz na seguinte linguagem matemática 800 72
100 100
R: Reprovaram 72 estudantes.
5
Exemplo: Que percentagem representa o número ?
8
5
1. 0,625
8
Fazendo a divisão virá 2. 0,625 100
3. R : 62,5%
Exemplo: Uma fábrica produz 2400 bicicletas mensais. No mês de Setembro houve um
excesso de 15% no cumprimento do plano mensal. Quantas bicicletas foram produzidas neste
mês?
p 15
Aplicando a fórmula teremos
2400 100
2400 15
Isolando p 360
100
R: Foram produzidas 360 bicicletas. Tendo-se verificado um excesso na produção, resta por
último somar esse valor determinado à produção mensal da fábrica.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1. Um trabalhador cujo salário era de USD 2.000,00 recebeu um aumento de 5%. Quanto
passará a receber?
2000 5
x x 100 ; Novo Salário: 2.000 + 100 = 2.100 (USD 2.100,00)
100
Escrevemos uma equação, na qual se somam os USD 250,00 iniciais com a percentagem de
aumento relativamente a esse valor. Isto é:
x
300 250 250
100
300 250 2,5 x
300 200 2,5 x
50
x 20%
2,5
Qual seria a percentagem que representa 4.800 USD do total 15.300 USD?
100. p 100.4800
i 31,4%
P 15300
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Pedro recebe um salário de USD 1.200,00 e gasta-o da seguinte forma: 1 para pagar o
10
seguro de saúde, 30% para pagar a renda de casa e 35% com a alimentação. Quanto restou?
2. O salário líquido da Tânia é de USD 720,00 depois de deduzidos os 20% de impostos sobre
os rendimentos. Determine o salário bruto da Tânia.
3. Numa turma constituída por 40 rapazes e 40 rapariga sabe-se que 20% dos rapazes e 30%
das raparigas são fumadores. Determine a percentagem dos estudantes que não fumam.
5. Segundo o Relatório sobre o cumprimento do Plano mensal, a produção total dos itens A,B
e C foi de 3.500 unidades. Diga que percentagens do total representam as unidades
produzidas de B.
Itens Produção
A 20% Do Total
B ?
C 300 Unidades
Simbologia
V - Preço de Venda
C - Preço de Compra
L - Lucro
P - Prejuízo
Numa transação comercial de compra e venda, à diferença entre o preço de venda e o preço
de Custo denomina-se Lucro (L).
Lucro
Lc .100% i taxa unitária de lucro
Pr eço de custo
Lucro
Lv .100% i taxa unitária de lucro
Pr eço de venda
Exemplos
1. Por quanto deve servendido um terreno 15m x15mque foi comprado a USD 4.000,00 de
modo a obter-se 20% de lucro?
Preço de Venda
R: Para obter um lucro de 20% sobre a compra, devo vender o terreno por USD 4.800,00.
V C
Lc
L C V C ( Lc 1)
C Lc
Preço de Venda é:
V (1 i)C
V (1 20%)C
20
V (1 ).4000USD (1 0,2).4000USD 1,2.4000USD 48000USD
100
2. Uma mercadoria foi comprada por USD1.000,00 e vendida por USD1.200,00. Calcule:
Resoluçao
L 200
b) Lc i .100% 20%
C 1000
L 200
c) Lv i .100% 16,6%
V 1200
Sabendo que:
L
Lv
V
VLv V C
C C
V
1 Lv 1 i
Onde:
V - Preço de Venda
C - Preço de Custo
Exemplo: Um equipamento electrodoméstico foi comprado por AKZ 30.000, a que preço
deverá ser vendido para que proporcione o lucro de 25% sobre a venda.
O preço de venda é:
C 30000
V 40.000 AKZ
1 i 0,75
Exemplo
Um objecto foi vendido com um prejuízo de 40% sobre o preço de Custo. Sabendo que esse
objeto custou USD 300,00, qual foi o preço de venda?
Sabendo que V C P
Segundo os dados considera-se o Preço da Compra C como 100%, o prejuízo 40%, isto implica
que a venda está avaliada em 60% = 100% 40% . Substituindo na equação teremos:
60
V 60% de 300USD 300USD 180USD
100
40
Sendo o prejuízo P C
100
40
Substituindo V C C C (1 0,4) 0,6C 0,6.300 180USD
100
V C (1 i) onde
C _ Preço de compra
Exemplos
1. Um grupo de agricultores decide vender os seus produtos agrícolas que custaram AKZ
50.000,00 com um prejuízo de 15% do preço de Custo. Nestas condições, qual será o preço
de venda dos seus produtos?
15
P .500000 7500
100
Portanto o grupo de agricultores venderá os seus produtos no valor de AKZ 42.500,00 o que
representa um prejuízo de AKZ 7.500,00.
C
V
1 i , onde
C _ Preço de custo
Exemplo
1. Calcular o preço de venda de uma casa que se comprou no valor de USD 30.000,00 tendo
perdido 25% do preço de venda.
C= USD 30.000,00
Pv =25% de V
V=?
Sabendo que:
V C P
25 25 C
V V C V (1 ) C V
100 100 25
1
100
30000
V 24000USD
25
1
100
Exemplos
1. Calcular o prejuízo e o preço de venda de uma mercadoria que foi comprada por USD 800,00
com 25% de prejuízo no preço de venda.
C 800
V 640
1 i 25
1
100
25
P 25% de 640 .640 160
100
V C (1 i) dai que
V 300
C 400USD
1 i 0,75
3. Um apartamento que custa USD 96.000,00foi vendido por USD 80.000,00. Qual seria a
taxa unitária de prejuízo sobre o preço de venda?
C
V
1 i
V (1 i) C , isolando I teremos
C V C 96000
i 1 1 0,2.100% 20%
V V 80000
4. Um terreno foi vendido por USD 50.600,00 dando um prejuízo de 8% sobre o preço de
venda. Quanto havia custado?
V C P
8
C V (1 i) 50600(1 ) 54648USD
100
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Um apartamento foi vendido por USD 5.400,00. Sabendo que o lucro foi de 25% sobre a
venda. Qual é o valor do lucro obtido?
2.Uma viatura avaliada em USD 15.000,00 foi vendida com um prejuízo de 15% sobre o preço
de compra. Qual foi o preço de venda?
3. João vendeu a sua viatura por USD 2.600,00 com um lucro de 30% sobre o preço de
compra. Qual foi o valor de venda?
4. A Suzanna pagou USD 13.600,00, por um lote de acções. Alguns meses depois, devido a
dificuldades financeiras, vendeu-o por USD 10.200,00. Calcule a percentagem de perda?
5. A Camila vendeu uma caneta por USD 15,00. Considerando um lucro de 25% sobre o preço
de compra. A que preço foi vendida a caneta?
Uma operação de descontos ou de aumento sucessivo é toda operação que indica que cada
novo desconto ou novo aumento incide sobre o valor já descontado ou aumentado
anteriormente.
Exemplo: Sobre uma factura de USD 100.000,00 passada por uma ouriversaria, são feitos
descontos sucessivos de 10%, 6%, 3%. Qual é o valor líquido da fatura?
Solução:
Segundo Processo: Analisando o resultado obtido, verifica-se que o valor final (valor liquido)
é o resultado da diferença entre o valor inicial (valor bruto) e os descontos. Podemos
solucionar o problema da seguinte forma:
Valor final = 100.000 · 0.90 · 0.94 · 0.97 = 100.000 · 0.82 = 82. 062
Valor final = valor inicial· (1 - 1ª taxa) · (1 - 2 ª taxa) · (1- 3 ª taxa)... (1 – enésima taxa) o
que nos permite afirmar:
Vf
Vi
(1 i )(1 i )...(1 i )
Vf
Vi
(1 i)(1 i)...(1 i)
A partir de:
Vf = Vi (1 +i +i +... + i )
Vf
Vi Para descontos simultâneos:
1 i i ... i
Vf = Vi (1- i – i -... – i)
Vf
Vi .
1 i i ... i
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
2. Um funcionário ganha por mês 8000 AKZ. Em cada mês o seu salario sofre uma redução
de 10% devido aos impostos. Qual é o valor do salário líquido deste funcionário? Qual é o
valor que lhe é descontado mensalmente?
Vf = Vi · (1 + i)
Vf = 8000 (1 – 0.10)
Vf = AKZ 7200,00
3. Uma mercadoria de AKZ 50.000, sofreu descontos sucessivos de 20%, 15% e 10%. A
quanto ficou reduzido o preço dessa mercadoria e qual foi o valor do desconto?
Taxas de descontos:
1 – 0.20 = 0.80
1 – 0.15 = 0.85
1 – 0.10 = 0.9
Vf – vi = 50000 – 30600
= AKZ 19 400,00
4. O preço do saco de cimento no mercado custava AKZ 1800. Sofreu um acréscimo de 35%
e em seguida um desconto de 20%. Quanto custa o saco de cimento após esse acréscimo e
desconto?
Taxa de desconto
1 + 0.35 = 1.35
1 – 0.20 = 0.80
Vf = 1800 · 1.08
= Akz 19, 44
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Uma passagem aérea entre Luanda – Menongue custava no mês de Fevereiro, 10000 kz,
em Maio houve um aumento de 20% e em setembro, houve outro aumento de 25%.Qual é o
preço das passagens apos esses aumentos?
a) AKZ9.000,00 b) AKZ 17.000,00 c) AKZ 14.000,00 d) AKZ 15.000,00
2. João comprou sapatos com um desconto de 15% do preço do produto. Se ele pagou AKZ
13.000,00 pelos sapatos, qual era preço inicial?
a) AKZ 15.294,00 b) AKZ 15.400,00 c) AKZ 15.300,00 d)AKZ 15.100,00
3. João comprou uma residência por USD 150.000,00 e passando 7 anos revendeu-a por USD
390.000,00. Qual é o percentual de valorização desse imóvel neste período.
5. Uma loja recebeu uma remessa de computadores com 400 computadores de mesa e 200
portáteis. Dos computadores recebidos 6% dos de mesa não funcionavam e 8% dos portáteis
também não funcionavam. O total das máquinas com defeitos representa, em relação ao total
de peças recebidas uma percentagem de:
8.4.4 Juros
Jorge pede emprestado à Cármen USD 60,00 para ser pagoao fim de três meses.Por isso,
comprometeu-se a pagar para além dos USD 60,00 mais USD 15,00.
Juro – j: Quantia que se paga a título de compensação pelo uso do dinheiro emprestado.
Neste caso USD 15,00 representarão o juro.
Unidade de tempo: é o intervalo de tempo após o qual se aplicam os juros sobre o capital
inicial, somando-se os valores.Os juros são estabelecidos segundo um período de tempo e
uma percentagem. Assim juros de 7% ao mês significam que a cada mês são aplicados juros
sobre o valor anterior.
Exemplos
Pretende-se calcular o juro sobre 10.000 AKZ, à taxa de 5% ao ano durante 4 anos.
O 5% indica que de cada AKZ 100,00 ganhamos AKZ 5,00 em cada ano. Aplicando a regra
de 3 teremos:
100 5% - 1ano
10.000 x 4anos
5 100 1
x 2000 AKZ
x 10000 4
b) Fórmula de Juro
C) Fórmula de Montante
M c j c (c i n) c(1 i n)
Nota: a taxa i e o período de tempo devem estar nas mesmas unidades, ou seja:
Exemplos
1. Nimi empregou o seu capital de USD 8.000,00 durante 5 anos a uma taxa de 50% ao ano.
Calcule os juros produzidos.
50
j c i n 8000 5 20000
100
2. Calcule o capital que aplicado a uma taxa de 40% ao ano, durante 2 anos, produziu os
juros de AKZ 24.000,00.
j ci n
j 24000
c 30000
in 40
100
3. A que taxa mensal foi aplicado o capital de AKZ 25.000,00 durante 8 meses que produziu
juros de AKZ 7.000,00?
j ci n
j 7000
i 0,035 100% 3,5%
c n 25000 8
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1. Mauro aplicou o seu capital de USD 2.000,00 a uma taxa de 50% ao mês, durante 100
dias. Quanto recebeu?
n = 100 dias
100
Sendo n = 100 dias = meses e aplicando a regra de três simples, teremos:
30
1mês - 30dias
Xmeses - 100dias
100
x
30
60 100
j c i n 20000 40000
100 30
2. Carlos fez uma aplicação de AKZ 80.000,00à taxa de 40% ao ano durante 3 anos, 6 meses
e 120 dias. Quanto recebeu de juros com essa aplicação?
6 120 13
n 3anos anos anos anos
12 360 2
13 40
j c i n 80000 208000
2 100
3. Qual seria o montante aplicado durante 80 dias à taxa de 10% ao mês para receber
USD160,00 de juros?
20 8
n 80dias 2meses 20dias 2meses meses meses
30 3
j 160
c 600 , O Capital (C) foi de USD 600,00
i n 10 8
100 3
4. Um negociante pagou USD 560,00 pelo empréstimo de USD 500,00 durante um mês.Qual
é a taxa percentual?
j M c 560 500
i 0,12 100% 12%
nc nc 1 c
5. Calcular o valor do capital, para que os juros simples a uma taxa de 24% ao ano, durante
10 meses sejam de USD 576,00?
24%
i 24% ao ano ao mês 2% ao mês
12
j 500
c 2500 ,O Capital aplicado foi de USD 2.500,00.
ni 2
10
100
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
2. Margarida aplicou o seu capital de AKZ 150.000,00 a juros simples durante dois anos, 2
meses e 20 dias, obtendo AKZ 50.000,00 de juros.A que taxa mensal está aplicado o capital
da Margarida?
3. Ao fim de quantos meses o capital de AKZ 60.000,00 aplicado a uma taxa de 5% ao ano
renderia juros para formar um montante de AKZ 80.500,00?
4. Qual é o valor do montante produzido por um capital de USD 2.500,00 aplicado no regime
de juros simples a uma taxa mensal de 7% ao mês durante 11 meses?
a) y k y' 0
b) yx y' 1
c) y uv y´ u 'v'
d) y u.v y´ u ' v uv'
u u '.v u.v'
e) y y´
v v2
b) y un y' n. u n1u'
u'
c) y ln u y'
u
u'
g) y arcsen u y'
1 u2
h) y sec u y ' u ' sec u.tgu
i) y cosseu y' u' cos sec u .cot gu
u'
j) y arccos u y'
1 u2
u'
k) y arc cot g u y'
1 u2
Exemplos
2x 3 5
a) f ( x)
4x 2 7
6 x 2 (4 x 2 7) (2 x3 5)8x 24x 4 42x 2 16x 4 40x 8x 4 42x 2 40x 2 x(4 x3 21x 20)
f ' ( x)
(4 x 2 7)2 (4 x 2 7)2 (4 x 2 7)2 (4 x 2 7)2
b) f ( x) ln arctag( x)
1
f ' ( x) 1 x
2 1
arctag( x) (1 x )arctag( x)
2
c)
f ( x) ln x 3 15x 2 sen( x)
3x 2 30 x cos( x)
f ' ( x) 3
x 15x sen( x)
2
d) f ( x) x
1
f ( x) x 8
7
1
f ( x) x 8
'
e) f ( x) cos(ln( 4x 2 x))
8x 1
f ' ( x) sen(ln( 4 x 2 x))
4x 2 x
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
a) f ( x) 2 x 5 R: f ' ( x) 2
b) f ( x) 1 4x 2 R: f ( x) 8x
'
c) f ( x) ( x 3 x) . ( x 2 x) R: f ( x) 5x 4 x 3x 2 x
' 4 3 2
44 (3x3 x)3
x 1 x5
f) f ( x) 3 R: f ' ( x)
x 1 63 ( x 1) 4 . x 1
7 x 2 32 x 2
g) f ( x) x 8 . x 4 3 2
R: f ' ( x)
63 ( x 2 4) 2 . x 8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. BIANCHIN, Edwaldo and Herval PACCOLA, 1997. Curso de Matemática. Brasil Editora
Moderna. Volume Único. ISBN 8516036901.
2. CARVALHO, João, 2010. Coleção Explorando O Ensino: Matemática. Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Básica. Brasília. Volume 17. ISBN: 978-85-7783-
041-1.
3. DANTE, L. Roberto 2003. Matemática: Contexto e aplicações. 3ª ed. São Paulo, Editora
Ática. Volume 1. ISBN 85-322-4514-5.
4. GOTARDELO, Davi Riani, 2010. Apostila de Matemática Financeira, Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro [viewed 15 March 2015]. Available from:
http://renatoaulasparticulares.com.br/files/APOSTILA_mat_fin_UFRRJ.pdf
5. IEZZI, Gelson, et al., Fundamentos de Matemática Elementar. Ed Atual. São Paulo.
1977 Volume 4.
6. LITVINENKO, MORDKÓVICH, 1984. Problemas Matemáticos de Álgebra e
trigonometria. Moscovo, Editora Mir. ISBN-13: 978-5-03-000697.
7. MADEIROS, Valeria, el al, 2010. Pré-Cálculo. 2ª ed. São Paulo. Editora CENGAGE
Learning. ISBN 9788522107353
8. N. PISKUNOV, 1977. Cálculo diferencial e Integral, Editoria MIR, MOSCU.
ISBN 9789681839857
9. SILVA, Ângela Regina, 2008. Matemática Financeira no Ensino Médio. Paraíso do Norte
Tomo1. [viewed 27 May 2015]. Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1458-6
GEOGRAFIA
NOTA INTRODUTÓRIA
O planeta terra é constituído por grandes massas de terra, os continentes, separadas por
oceanos e mares. Assim, de acordo com a divisão actual, existem seis continentes: América,
Europa, África, Ásia, Oceania e a Antárctida.
CAPÍTULO 1 - ÁFRICA
O continente africano é um dos que possui a maior diversidade de etnias em todo o planeta.
Antes da colonização realizada pelos europeus, existiam mais de duas mil civilizações
diferentes. A população africana está estimada em 1,2 bilhões de habitantes, o continente
africanao tem uma extensão territorial de mais de 30 bilhões de km².
Este continente tem duas principais regiões: África Subsaariana e África do Norte. A primeira
compreende toda a região desse continente que se encontra a sul do deserto do Saara,
caracterizada pela população negra e pela maior diversidade étnica. A segunda encontra-se
mais ao norte e compreende as populações africanas árabes. No entanto, de acordo com as
suas características geográficas e demográficas, poderá ser dividida em cinco regiões: África
Oriental, África Ocidental, África Setentrional, África Central e África Meridional.
49 Continentais;
6 Insulares.
Abaixo, a Tabela de países africanos continentais, cada um com a sua respectiva capital e
data de independência.
Pretória 31.05.1961
África do Sul
Luanda 11.11.1975
Angola
Argel 05.07.1962
Argélia
Gaberone 30.09.1966
Botsuana
Uagadugu 05.08.1960
Burquina Fasso
Bujumbura 01.07.1962
Burundi
Iaundê 01.01.1960
Camarões
Ndjamena 11.08.1960
Chade
Kinshasa 30.06.1960
Congo, ex-Zaire
Brazzaville 15.08.1960
Congo
Abidjan 05.08.1960
Costa do Marfim
Djibouti 27.06.1977
Djibuti
Cairo 28.02.1922
Egipto
Asmará 24.03.1993
Eritreia
Addis Abeba
Etiópia
Libreville 17.08.1960
Gabão
Banjul 18.02.1965
Gâmbia
Acra 06.03.1957
Gana
Conakry 02.10.1958
Guiné
Bissau 24.09.1973
Guiné-Bissau
Malabo 12.10.1968
Guiné Equatorial
Maseru 04.10.1966
Lesoto
Monróvia 26.07.1847
Libéria
Trípoli 24.12.1951
Líbia
Lilongwe 06.07.1964
Malawi
Bamaco 22.09.1960
Mali
Rabá 02.03.1956
Marrocos
Nouakchott 28.11.1960
Mauritânia
Maputo 25.06.1975
Moçambique
Windhoek 21.03.1990
Namíbia
Niamei 03.08.1960
Níger
Abuja 01.10.1960
Nigéria
Nairóbi 12.12.1963
Quênia
Bangui 13.08.1960
República Centro-Africana
Kigali 01.07.1962
Ruanda
Aaiun 27.02.1976
Saara Ocidental
Dacar 20.06.1960
Senegal
Freetown 27.04.1961
Serra Leoa
Mogadíscio 01.07.1960
Somália
Mbabane 06.09.1968
Suazilândia
Cartum 01.01.1956
Sudão
Juba 09.07.2011
Sudão do Sul
Dodoma 09.12.1961
Tanzânia
Lomé 27.04.1960
Togo
Túnis 20.03.1956
Tunísia
Kampala 09.10.1962
Uganda
Lusaka 24.10.1964
Zâmbia
Harare 18.11.1980
Zimbábue
Países Insulares
Para além dos países continentais, a África conta também com seis ilhas importantes
apresentadas na Tabela abaixo.
Um porto é definido como sendo uma parcela, abrigada de ondas e correntes, que se localiza
à beira de um oceano, mar, lago ou rio. Esta parcela é destinada ao carregamento e
descarregamento de bens e ao estoque temporário dos mesmos; também serve de
instalações para o movimento de pessoas e carga ao redor do sector portuário, e, em alguns
casos, terminais especialmente designados para acomodação de passageiros.
Existem alguns aspectos que se tornam indispensáveis para um porto que são
nomeadamente:
A presença de canais profundos de água (a profundidade ideal varia com o calado das
embarcações);
Acesso à vias de comunicação terrestre como estradas e ferrovias;
Protecção contra o vento e ondas.
Os portos de carga bastante movimentados devem ter obrigatoriamente acesso a uma vasta
rede ferroviária que liga o porto a outras regiões industriais e/ou agrícolas, permitindo deste
modo o escoamento de produtos a outras regiões do país e do mundo.
A principal região lacustre está no Grande Rift Valley, onde estão localizados os Lagos Vitória,
Albert, Tanganica e Niassa ou Malawi. Por estarem relacionados ao relevo modificado pelos
movimentos das placas tectónicas, os mesmos são chamados de lagos tectónicos. O maior
lago da África é o Lago Vitória, no platô entre as ramificações do Rift Valley, com uma área
total comparável ao território da Irlanda e repleto de nascentes que se dirigem para o rio
Nilo. O único grande lago natural localizado fora da África Oriental é o Lago Chade, no
extremo sul do Saara. O tamanho deste lago varia, dependendo das chuvas sazonais, mas a
sua área foi intensamente reduzida nas últimas décadas devido às práticas agrícolas que
desconsideraram a sua conservação.
Como os censos de muitos países africanos não estão actualizados, não é possível chegar a
um dado preciso sobre a população do continente africano. As estimativas dão conta de que
a população do continente esteja entre 800 milhões e um bilhão de habitantes (estimativa de
2010).
Como o território africano é muito extenso (30,2 milhões de km2), a densidade demográfica
é baixa (cerca de 30 habitantes por km2). Esta população também se distribui irregularmente
pelo continente. Grande parte da população se concentra nas grandes cidades dos países
litorâneos.
As áreas ocupadas por desertos e florestas densas são praticamente inabitadas, enquanto as
regiões litorâneas e o vale do rio Nilo apresentam grandes concentrações populacionais.
Vale ressaltar também que grande parte da população africana se encontra na zona rural. A
população urbana só é maior do que a rural em países como, por exemplo, Tunísia, Argélia e
Líbia.
1.5.1 Etnias
Existem vários grupos étnicos em África. Cerca de 80% da população é formada por diferentes
povos negros, que ocupam, principalmente, as regiões Central e Sul do continente (ao sul do
deserto do Saara). Esta região é conhecida como “África Negra”. Os principais grupos étnicos
que habitam esta região são: Bantu, Sudaneses, Bosquímanos, Pigmeus, Nilóticos.
Grande parte da população africana é formada por jovens, pois o continente apresenta taxas
elevadas de natalidade. A expectativa de vida no continente é baixa, em função do
subdesenvolvimento de grande parte dos países.
Apesar das cidades serem centros urbanos onde concentram-se a maior parte de
infraestruturas de uma economia, também é onde criam-se focos de grande instabilidade
social, razão pela qual são classificadas de regiões mais populosas.
CIDADE Nº DE HABITANTES
A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral existe desde 1992, quando foi
decidida a transformação da SADCC (Southern Africa Development Co-ordination Conference
ou Conferência de Coordenação para o Desenvolvimento da África Austral), criada em 1980
por nove dos estados membros. Em 2011, a SADC engloba 14 países do sul de África.
A região enfrenta uma série de problemas, desde dificuldades naturais como secas
prolongadas, a grande prevalência do SIDA e a pobreza. As principais metas do grupo para a
erradicação destes problemas são:
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
ÁFRICA
Figura 10 - Continente
a) Madagáscar
b) Cabo Verde
c) São Tomé e Príncipe
d) Guiné
Soluções:
1. B
2. A
3. A
4. B
CAPÍTULO 2 - AS AMÉRICAS
O continente americano é uma porção de terras banhadas pelo Oceano Atlântico a Leste e
pelo Oceano Pacifico a Oeste. Trata-se de dois blocos continentais ao norte e ao sul unidos
por um istmo (pequena faixa de terras situadas entre dois mares), veja o mapa abaixo:
Figura 11 - Américas
Normalmente, esse continente é chamado de “Novo Mundo”, mas na realidade não significa
que ele seja mais novo do que os outros continentes, pois esta denominação foi criada após
os descobrimentos pelos europeus, tratando-se, portanto, de uma visão eurocêntrica da
América.
Existem alguns planaltos na parte leste da América – tanto no Norte como no Sul. São eles:
Planalto Guiano (norte da América do Sul), Planalto Central Brasileiro, Planalto da Patagônia
(na Argentina), Escudos Canadenses e os Montes Apalaches (oeste dos Estados Unidos).
Esse continente possui vários tipos de divisões regionais, das quais podemos destacar duas.
Uma divide-o em América do Norte, Central e do Sul, e a outra divide-o em América Anglo-
Saxónica e Latina.
Figura 12 - Américas
CAPÍTULO 3 - EUROPA
Entre os 49 países que compõem a Europa, podemos citar: Alemanha, Espanha França,
Portugal, Inglaterra, Itália, Suécia, Noruega, Finlândia, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Suíça,
Rússia, entre outros.
Figura 13 - Europa
O relevo europeu mostra grande variação dentro de áreas relativamente pequenas. As regiões
do sul são mais montanhosas, porém, na região do norte o terreno desce dos
altos Alpes, Pirenéus e Cárpatos, através de planaltos montanhosos, baixas planícies do
norte, que são vastas a leste. Esta planície estendida é conhecida como a Grande Planície
Europeia e no seu coração encontra-se a Planície do Norte da Alemanha. Um arco de terras
altas, também existe ao longo da costa norte-ocidental, que começa na parte ocidental da
ilha da Grã-Bretanha e da Irlanda, e continua ao longo da montanhosa coluna,
com fiordes cortados, da Noruega.
1
Esta descrição é simplificada.
O continente apresenta uma complexa rede hidrográfica, com grandes rios como o Volga,
na Rússia, e o Danúbio, que atravessa territórios, delimitando as fronteiras da Áustria,
Alemanha, Croácia, Hungria, Roménia, Ucrânia, Sérvia, República Checa e Bulgária. O maior
rio da Europa em termos de caudal, é o rio Volga, que tem a sua nascente no planalto de
Valdai no norte da Rússia, corre pela planície russa e desagua no cesaro do afluente da Europa
no mar Cáspico.
No continente Europeu podem ser encontrados vários e maraviolhosos lagos, mas aquele que
se destaca em extensão é o Mar Cáspio, localizado na divisão com a Ásia e que possui 371
mil km²; e o lago Ládoga, na Federação Russa. Porém, o maior lago totalmente europeu, isto
é, que nasce, corre e termina na Europa, é o Lago Ládoga, com 17 700 km² de área. Outros
lagos extensos são o Onega, o Vänern, o Saimaa, o Vättern, entre outros.
Em alguns países da Europa central, o clima mais ameno em comparação com outras áreas
da mesma latitude de todo o mundo devido à influência da Corrente do Golfo. A Corrente do
Golfo é o apelido de "aquecimento central da Europa", porque torna o clima destes países da
Europa mais quente e mais húmido (como é o caso de Portugal e Espanha). A Corrente do
Golfo não só leva água quente à costa da Europa, mas também aquece os ventos que sopram
de oeste em todo o continente do Oceano Atlântico.
Em termos de temperatura podemos fazer por algumas comparações entre cidades do mundo
que sencontram na mesma latitude com outras cidades da Europa: a temperatura média
de Nápoles durante todo o ano, é de 16 °C (60,8 °F), enquanto a de Nova Iorque, que é
quase na mesma latitude, em média regista os 12 °C (53,6 °F). Berlim,
na Alemanha; Calgary, no Canadá, e Irkutsk, na parte asiática da Rússia, estão em torno da
mesma latitude, mas as temperaturas de Janeiro, em Berlim, rondam em média os 8 °C
(15 °F), mais elevadas do que aquelas registadas em Calgary, e são quase 22 °C (40 °F) mais
elevadas do que as temperaturas médias em Irkutsk.
3.4 Demografia
Em 2005, a população da Europa era estimada em 731 milhões de acordo com as Nações
Unidas, que é um pouco mais do que um nono da população mundial. Um século atrás, a
Europa tinha quase um quarto da população mundial. A população da Europa cresceu no
século passado, mas nas outras regiões do mundo (especialmente na África e na Ásia), a
população tem crescido muito mais rapidamente. Dentre os continentes, a Europa tem uma
densidade populacional relativamente alta, perdendo apenas para a Ásia.
O país mais densamente povoado da Europa é a Holanda, terceiro no ranking mundial após
a Coreia do Sul e Bangladesh. Pan e Pfeil (2004) contam 87 distintos "povos da Europa", dos
quais 33 formam a maioria da população em pelo menos um Estado soberano, enquanto os
54 restantes constituem minorias étnicas.
Segundo a projecção de população da ONU, a população da Europa pode cair para cerca de
7% da população mundial até 2050, ou 653 milhões de pessoas (variante média, 556 a 777
milhões em baixa e alta variante, respectivamente). Neste contexto, existem disparidades
significativas entre regiões em relação às taxas de fertilidade. O número médio de filhos por
mulher em idade reprodutiva é de 1,52. De acordo com algumas fontes, essa taxa é maior
entre os europeus muçulmanos. A ONU prevê o declínio contínuo da população de vastas
áreas da Europa Oriental. A população da Rússia está a diminuir em pelo menos 700 mil
pessoas a cada ano. O país tem hoje 13 mil aldeias desabitadas.
Europa Ocidental: região que abrange alguns dos chamados países atlânticos, ou seja,
banhados pelo oceano Atlântico(Reino Unido, Irlanda e França); os que mantêm relação
directa com o Atlântico através do mar do Norte: Países Baixos, Bélgica e Alemanha; e os
países sem saída para o mar, mas que estão directa ou indirectamente vinculados ao
Ocidente (Áustria, Suíça, Luxemburgo e Liechtenstein).
Europa Setentrional: região que engloba a Noruega e a Suécia, localizadas na península
Escandinava, além da Finlândia, Islândia e Dinamarca; abrange também
a Estônia, Letônia e Lituânia, que a partir de 1990 se tornaram independentes da
então União Soviética. A inclusão desses países na região justifica-se por motivos
económicos e pela sua proximidade étnica e cultural com os finlandeses.
Europa Centro-Oriental: É formada pelo conjunto dos antigos países socialistas do Leste
Polónia, República Checa, Eslováquia, Hungria, Roménia, Bulgária, Albânia, Sérvia,
Montenegro, Kosovo, Eslovénia, Croácia, Bósnia e Herzegovina e Macedónia e pelas
repúblicas que constituím a antiga União Soviética em sua parte europeia: Bielorrússia,
Ucrânia, Moldávia, Geógia, Azerbaijão e a Russia Europeia.
Europa Meridional: região que, também chamada de mediterrânea, compreende os
países situados no sul do continente, quase todos banhados pelo mar
Mediterrâneo: Portugal, Espanha, Itália, Grécia e Turquia europeia, além de vários micro-
estados - Vaticano, San Marino, Mónaco, Malta e Andorra.
CAPÍTULO 4 - ÁSIA
Além de ser o maior dos continentes, é também o que possui a maior população do planeta.
A sua área total é de quase 45 milhões de km² e a população actual está estimada em 3,6
bilhões de pessoas. É na Ásia que se encontra o ponto mais alto do mundo, o Monte Everest,
com 8.848m de altura.
Entre os 53 países que fazem parte da Ásia, podemos citar: Japão, China, Índia , Coreia do
Norte, Coreia do Sul, Singapura, entre outros. Nela também se encontra uma região que
apresenta as relações políticas mais conflituosas do mundo: o Oriente Médio.
Figura 16 - Ásia
O continente asiático tem uma área de 44.482.000 km², por isso, é o maior continente
do mundo com 29,4% de terras emersas.
Figura 17 - Ásia
Algumas regiões banhadas pelas águas salgadas do oceano Pacífico fazem parte do Círculo
de Fogo, ou seja, por causa de sua formação geológica ocorrida há pouco tempo estão
sujeitas a erupções vulcânicas e a abalos sísmicos. É o caso do arquipélago japonês e
da Indonésia.
As planícies de rios da Ásia são revestidas com depósito aluvial trazido pelos acidentes
geográficos fluviais que as percorrem e que se dirigem de modo principal para as águas
salgadas dos oceanos Índico e Pacífico. As principais planícies de rios são a Indo-
gangética (Índia), a Mesopotâmica (Iraque), a Siberiana (Rússia) e as dos rios Yang-tsé
(China) e Mekong (Vietnam).
A Ásia projecta, dirigindo-se aos oceanos adjacentes, várias porções peninsulares, sendo as
mais relevantes a da Anatólia, da Arábica, da Hindustânica, da Indochina e a da Coreia.
Tanto as chuvas abundantes da região influenciadas pelos climas equatorial e tropical quanto
a grande quantidade de neve derretida das altas montanhas favorecem a existência de
grandes rios, que correm em quase todas as direcções do continente asiático. Podemos
destacar:
Rios que desaguam no oceano Pacífico: Alguns têm grande volume de água devido
às monções de verão. Merecem destaque os rios Huang-ho (ou Amarelo), Si-kiang e Yang-
tsé-kiang (ou Azul), todos na China, além do Mekong, na Indochina;
Rios que desaguam no oceano Índico: Alguns deles são também monçônicos e tornam-
se muito volumosos durante o verão. Merecem destaque rios da Índia e de Bangladesh, como
o Bramaputra, o Ganges e o Godavari, e o rio Indo, no Paquistão;
Rios que correm para norte e desaguam no oceano Glacial Ártico: São exemplos os
rios Obi, Ienissei e Lena, que congelam durante grande parte do ano. Como o degelo ocorre
a partir de seus altos cursos, as águas, ao chegarem ao médio curso e encontrarem barreiras
de gelo, esparramam-se por vastas extensões de suas margens, causando
frequentes inundações;
Rios que desembocam no golfo Pérsico: Merecem destaque o Tigre e o Eufrates que
formam a planície da Mesopotâmia;
Rios da Ásia Centro-oriental que desaguam em lagos: Podemos citar o Sir Daria e
o Amu Daria, que desaguam no mar de Aral, além de outros que desaparecem dentro do
deserto.
A Ásia apresenta poucos lagos, embora de grande extensão, como o Baikal e o Balkhash,
localizados na Rússia. Se os lagos existem em pequeno número, os mares asiáticos aparecem
com muito mais destaque: mar Vermelho, que limita as costas africanas e asiáticas; Mar da
Arábia; a sudeste, mar da China Meridional, mar da China Oriental, Mar de Andamã e mar
Amarelo; os mares da Indonésia: de Java, de Timor, de Banda, de Celebes; a nordeste, os
mares de Okhotsk, do Japão e de Bering. No limite com a Europa, aparece o maior mar
fechado do mundo, o mar Cáspio.
Embora muito numerosa, a população asiática é mal distribuída: nas planícies, sobretudo as
irrigadas pelas monções, e nas grandes cidades, as densidades demográficas são altíssimas,
Países como China, Índia, Indonésia, Japão, Paquistão e Bangladesh estão entre os mais
populosos da Terra, enquanto outros, como a Mongólia ou mesmo trechos setentrionais
da Rússia, apresentam as mais baixas densidades demográficas do planeta.
Em outros casos, a situação continua alarmante; é o que ocorre, por exemplo, com a Índia,
onde a cada ano a população apresenta um crescimento vegetativo de 2,1%. Isso representa
anualmente cerca de 14 milhões de crianças à espera de formação e, futuramente, de
emprego. Na prática, isso se mostra economicamente impossível o que torna ainda mais
agudo o subdesenvolvimento desse e de outros países asiáticos.
Outro aspecto grave do crescimento populacional muito elevado é que ele costuma ocorrer
nas áreas mais populosas, acentuando ainda mais o contraste com os vazios demográficos.
Actualmente, numa área que equivale a um quarto do território asiático, vivem 90% dos
habitantes do continente, enquanto nada menos que dois quintos do território são
praticamente desabitados, abrigando apenas 3% ou 4% da população total. Uma das
principais razões desse fenómeno é a urbanização.
De maneira geral, as regiões que apresentam condições naturais satisfatórias são as que
abrigam os maiores aglomerados populacionais; aquelas que apresentam obstáculos naturais
à fixação humana, tais como a grande altitude do relevo, o clima muito frio e a aridez do solo,
permanecem pouco habitadas.
As cidades mais populosas da Ásia são: Mumbai ou Bombaim na Índia (18,3 milhões), Calcutá
na Índia (14,7 milhões), Xangai na China (17,1 milhões) e Tóquio no Japão (12,3 milhões de
habitantes).
Países que fazem parte da Ásia: Afeganistão, Arábia Saudita, Azerbaijão, Bahrein,
Bangladesh, Brunei, Butão, Camboja, Cazaquistão, República Popular da China, Singapura,
Coreia do Norte, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Iêmen, Índia, Indonésia,
Irã, Iraque, Israel, Japão, Jordânia, Kuwait, Laos, Líbano, Maldivas, Malásia, Mongólia,
Mianmar, Nepal, Omã, Paquistão, Qatar, Quirguistão, Rússia, Síria, Sri Lanka, Tadjiquistão,
Tailândia, Taiwan, Timor-Leste, Turcomenistão, Turquia, Uzbequistão e Vietnam.
Territórios asiáticos: Cisjordânia, Chagos, Cocos, Faixa de Gaza, Macau, Hong Kong, e Ilhas
Christimas.
Principais rios da Ásia: Yangtze, Ienissei, Huang He, Amur, Lena, Mekong, Volga, Eufrates e
Indo.
Principais ilhas da Ásia: Grande Comore, ilhas Agalega, Sumatra, Honshu, Sulawesi, Java e
Bornéu.
Economicamente destaca-se o Japão que tem uma economia forte e industrializada desde o
fim da Segunda Guerra Mundial e actualmente temos vindo a assitir a emergência da Índia e
da China, fazendo parte do grupo BRICS. Os mesmos têm vindo a apresentar um forte
crescimento económico desde a década de 90. O PIB (Produto Interno Bruto) da China, por
exemplo, apresenta crescimento, em média, de 10% ao ano (nos últimos anos). O Bloco
económico mais importante na Ásia é a APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation, traduzido,
Cooperação Económica da Ásia e do Pacífico). Actualmente, fazem parte 20 países e uma
região administrativa especial da China (Hong Kong), sendo que a maioria é de países
asiáticos (Austrália, Brunei, Chile, Canadá, China, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, México,
Malásia, Nova Zelândia, Guiné, Filipinas, Perú, Rússia, Popua-Nova Guiné, Singapura, Taiwan,
Estados Unidos, Vietnam e Tailândia)
Nesta parte introdutória, vamo-nos debruçar sobre o conceito de Recurso, tanto no sentido
Natural como no sentido Económico.
A) Recursos Renováveis
3. Terra arável e pastagens naturais; a reprodução e o crescimento são feitos a partir de uma
combinação de processos biológicos (reciclagem de nutrientes orgânicos) e físicos (irrigação,
exposição ao vento, etc.);
milhões de anos. Este tipo de Recursos tem uma característica de limite físico, pois, há que
ter em conta o conceito de Oferta, tanto no sentido Económico como no sentido Físico. Assim:
1. Oferta Económica - esta tem que ver apenas com os recursos geologicamente
identificados cuja exploração seja rentável (por exemplo. Os poços de petróleo de Cabinda,
do Soyo, etc.). Esta oferta refere-se apenas às reservas economicamente rentáveis (são a
medida mais comum utilizada nos cálculos das disponibilidades da oferta intemporal do
recurso).
2. Oferta Física - este tipo de oferta inclui a totalidade das reservas existentes. Isto é, ela é
finita e não é totalmente conhecida.
Em economia, o termo recurso designa todos os bens utilizados na produção de outros bens,
podendo por isso, ser considerado como um termo equivalente a "factor de produção". A
questão dos recursos assume uma importância fulcral para a ciência económica. Esta
importância reside no facto dos recursos, além de serem os factores de produção utilizados
na produção de bens, são também, na sua grande maioria, escassos, isto é, não existem em
quantidades ilimitadas. Esta escassez dos recursos obriga os agentes económicos a fazerem
escolhas nomeadamente quanto à forma de utilização desses mesmos recursos para produzir
bens e quanto à forma como são distribuídos na sociedade.
Considerando que a sociedade é constituída pelos principais agentes económicos, aqueles que
no dia-a-dia interagem no mercado, importa realçar, a forma como cada um deles utiliza e
sistematiza os recursos durante e após o processo produtivo, criando um ciclo fechado, o
chamado Fluxo económico. Assim, os principais agentes económicos são, as famílias ou
consumidotres, as empresas e o Estado na qualidade de regulador da economia.
a) Consumidores ou famílias - implica dizer que estes utilizam os bens de consumo directo,
tais como o ar, a água, a flora, a fauna, os inputs ou factores de produção de autoconsumo
(recreio e lazer, agricultura de subsistência;….). Igualmente dizer também as famílias fazem
CAPÍTULO 6 – DEMOGRAFIA
Esta ciência é muito importante, pois os dados gerados por ela servem de base para a
definição de políticas sociais governamentais e também mostram a evolução da qualidade de
vida das pessoas.
Alguns paíse têm adoptado programas rígidos de controlo demográfico, como por exemplo,
a China. Neste caso, o problema surge tendo conta a falta de educação quanto ao
método anticoncepcional a ser adoptado e, sobretudo pela falta de educação sexual. Mas, é
importante perceber que não existem nem políticas certas e nem políticas erradas, o que cada
Regulador (Estado) tem que fazer é encontrar a política ou o programa adequado à sua
realidade.
Outros factores se referem aos métodos naturais contraceptivos como, por exemplo,
a lavagem vaginal após o coito, coisa que é pouco conhecida, pouco divulgada e ou realizada
após as relações sexuais na maioria dos mais necessitados. Falta de informações sobre
períodos mais férteis das mulheres também é um método usado só pelas pessoas de classes
media e alta. As classes sociais mais desprivilegiadas são as que mais se reproduzem e as
que mais utilizam os recursos públicos para fazer os partos, alimentar as crianças em idade
escolar (merendas escolares), consumo de remédios e consultas médicas gratuitas em
hospitais públicos.
Enfim, o descontrolo da natalidade ocorre praticamente apenas nas classes mais baixas e
pobres da população e não existe uma política de esclarecimento devido à forte interferência
dos conceitos religiosos muito presentes em tudo o que se refere ao controlo da natalidade
humana.
A análise da progressão da população humana indica que esta está a crescer cada vez mais
lentamente (atualmente 1.14% ao ano) e prevê-se que estabilize nos 10 bilhões por volta do
ano 2200. A população mundial é de cerca de 7.281 milhões de pessoas.
O malthusianismo é uma teoria demográfica criada pelo economista inglês Thomas Robert
Malthus, no final do século XVIII. De acordo com esta teoria, a população mundial cresce em
progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos em progressão aritmética. Esta
teoria foi definida por Malthus no livro Ensaio sobre o princípio da população, escrito em 1798.
Com a sua teoria, Thomas Malthus procurou alertar, sobre os problemas gerados pelo elevado
crescimento demográfico mundial. Malthus defendia que era necessário o controlo da
natalidade para que não ocorresse, num futuro breve, a falta de alimentos e o aumento
considerável da fome e da miséria no mundo.
Nas suas origens naturais, podem referir-se às migrações do Homo erectus, depois seguidas
das do Homo sapiens, saindo de África através da eurasiática, usando algumas das rotas
disponíveis pelas terras, para o norte dos Himalaias que se tornaram, posteriormente, a Rota
da Seda através do Estreito de Bering.
A migração forçada tem sido um meio de controlo social dentro de regimes autoritários.
Quando a migração é de livre iniciativa, torna-se o mais poderoso factor, no meio social de
um país, por exemplo, o fenómeno do êxodo rural que tem como consequência o crescimento
da população urbana. Incluem-se neste caso as migrações pendulares referidas abaixo e
também as grandes imigrações, em que os migrantes se fixaram num país diferente, trazendo
a sua cultura e adoptando a do país de acolhimento (por exemplo os povos que vêm de outros
países e fixam-se em Angola).
Os recentes estudos de migrações vieram contrariar esta visão dualista. Como exemplo,
refere-se que boa parte dos migrantes (emigrantes e imigrantes), que nos dias de hoje
mudam de país, continuam a manter práticas e redes de relações sociais que se estendem
entre o país de origem e o de destino, interligando-os na sua experiência migratória. Trata-
se de um "transnacionalismo" que transcende os conceitos de migração temporária e
migração permanente.
A agricultura é vista como uma actvidade que envolve um conjunto de técnicas utilizadas no
cultivo de plantas. Ao falarmos da Agricultura dvemos ter em linha de conta que ela não
engloba apenas o cultivo e a cultura de plantas, mas sim, ela também envolve outras
actividades como por exemplo a obtenção de energia, medicamentos, ferramentas, fibras,
matéria-prima para roupas e qualquer outra acção que se inclua nas outras anteriores.
A prática da agricultura surge nas primeiras civilizações humanas, a cerca de 10.000 anos,
na Mesopotâmia, com o cultivo de grãos e criação de ovelhas, tendo sido adoptada como a
base de sustentação das populações. A agricultura em comparação à caça e a colecta, permite
a existência de aglomerados humanos com muito maior densidade populacional. Houve uma
transição gradual na qual a economia de caça e colecta coexistiu com a economia agrícola:
algumas culturas eram deliberadamente plantadas e outros alimentos eram obtidos da
natureza.
A forma mais rudimentar de cultivo toma o nome de Agricultura tradicional. Ou seja, é aquela
que em que não há intervenção de máquinas ou o uso de pesticidas e herbicidas.
Normalmente é praticada em pequenas propriedades e utiliza policultura, ou seja, cultivo de
vários produtos no mesmo local.
Por outro lado, hoje existe a agricultura moderna, que contrariamente à tradicional, esta
utiliza equipamentos variados, tais como máquinas, tractors, alfaias, máquinas para irrigação,
pesticidas, herbicidas entre outros. Este tipo de agricultura surgiu após a primeira fase da
Revolução Indiuustrial, no fnal do Século XVIII. A agricultura moderna normalmente é de
carácter empresarial, pois, utiliza grandes meios técnicos e tecnologia à disposição,
procurando o máximo de produção com o mínimo de investimento para alcançar o maior lucro
possível.
A prática da agricultura tem agredido consectivamente o ambiente à medida que surgem cada
vez mais inovações nesta área. Assim sendo, apesar da aplicação de várias práticas no sentido
de minimizar os impactos ambientais, ainda assim, os mesmos têm sido alvo de grandes
debates. Os principais problemas registados neste tipo de actidade são numerados abaixo:
Entende-se por indústria (do latim industria) o conjunto de operações que são levadas a cabo
com a intenção de obter, transformar ou transportar produtos naturais. As empresas
industriais são aquelas incumbidas de transformar a matéria-prima em produtos acabados
para o consumo. Por ex: indústria alimentar, indústria têxtil, etc.
A revolução industrial é o período histórico que teve lugar entre a segunda metade do século
XVIII e inícios do século XIX, durante o qual se assistiu a grandes transformações
tecnológicas, económicas, sociais e culturais. A partir da revolução industrial, a indústria
passou a substituir o trabalho manual, tendo sido mecanizados muitos processos produtivos
que, até então, eram realizados pelos seres humanos.
grande impacto ambiental e afectar regiões inteiras. Por outro lado, a segurança industrial
protege os trabalhadores, com vestuário apropriado e inspecções médicas.
Assim, podemos dizer que o sector industrial é aquele que se dedica à criação e ao
desenvolvimento de produtos industriais, que são susceptíveis de serem fabricados em larga
escala e em série.
Artesanal e Manufactureira
Nesta fase da indústria verificava-se uma produção reduzida e insuficiente perante uma
procura elevada de bens nas sociedades, facto que incentivou ao homem para mudar e
transformar o processo de produção, de maneira mais especializada. Este incentivo consistiu
na invenção da máquina a vapor, facto que revolucionou todo o processo de produção.
A Revolução Industrial surge na Inglaterra, em meados do século XVIII, para suprir algumas
necessidades ao nível da produção, tais como, a quantidade e a qualidade de bens produzidos.
As revoluções dentro dos sectores e dos processos produtivos são importantes, visto que
surgem sempre para melhorar e quebrar o estado actual das coisas. No caso específico da
Revolução Industrial (R.I.), foi uma mudança que promoveu e ainda tem vindo a promover
grandes transformações no processo produtivo das empresas e nas economias dos países.
Como se pode verificar, esta fase é caracterizada pela mecanização do processo produtivo
que passa pelo uso das máquinas a vapor, cujo resultado foi o aumento considerável e
significativo do volume de produção e também a melhoria da qualidade dos produtos.
Como se pode observar a partir da Figura, que a Revolução Industrial (R.I.), apesar de ter
trazido grandes benefícios para os processos produtivos (quantidade e qualidade dos produtos
acabados), mas em contrapartida, numa primeira fase, a sociedade inglesa deparou-se com
muitos problemas sociais advindos desta mudança secular, tais como: o trabalho infantil2, o
trabalho feminino, um elevado número de horas de trabalho3 e a luta de classes.4
2
Segundo dados históricos, as crianças e as mulheres eram obrigadas a trabalhar em fábricas durante
longos períodos;
3
Aproximadamente 16 horas diárias.
4
A sociedade ficou estratificada em 3 classes: a classe dos senhores capitalistas donos das fábricas e
detentores de todo o capital, a classe dos operários, ou seja, a aqueles que trabalhavam arduamente
MAQUINOFACTURA
MANUFACTURA
(Produção Capitalista)
(Produção artesanal)
Pelas diferenças entre os dois tipos de produção, podemos perceber que o processo de
transição de um para o outro foi marcado por grandes alterações na matriz de produção. Por
outro lado, importa salientar que neste caso, o modelo de produção capitalista apresenta-se
como aquele que melhores resultados tem dado, desde então, ao conjunto de necessidades
dos mercados em geral.
nas fábricas sem condições laborais e cujo trabalho enriquecia cada vez mais os senhores capitalistas e
a classe dos camponeses pobres que não detinham nada em termos de riqueza, e que empobrecia cada
vez mais.
2ª Revolução Industrial
Electricidade
muito vantajosa no campo da iluminação, das comunicações e menos
poluente que o vapor e o petróleo.
5
Surgimento do mecanismo e conceito da produção em massa.
Considerando que o ser humano está sempre insatisfeito e que as sociedades são cada vez
mais exigentes em termos de consumo, a Segunda Revolução Industrial, por si só já não
respondia à tal exigência. Logo, surge a necessidade de se passar daquela para a Terceira
Revolução Industrial6 que consistiu não apenas nas mudanças estruturais em termos de
máquinas dentro do processo produtivo, mas também, nota-se que com o surgimento desta
revolução, o homem cede o seu lugar às máquinas automatizadas 7, criando desta maneira o
6
A chamada Era da Robótica
7
Os robots
desemprego estrutural, pois, a eficiência das máquinas diminui de forma directa o emprego,
como por exemplo: as máquinas multicaixas que têm uma função polivalente no
campo dos serviços bancários.
do rendimento das máquinas, reduzindo desta forma o custo de aquisição dos produtos finais
por parte dos consumidores.
Observa-se que à medida que se passa de uma fase para a outra, as melhorias no processo
produtivo vão sendo cada vez maiores e melhores, pois, exemplo disso mesmo é o Trabalho
em Cadeia, como sendo um caso particular da Produção em Série, passa pela maximização
de todos os recursos durante o processo produtivo, de modo que os resultados sejam os mais
satisfatórios possíveis8.
8
Nota-se que durante o processo produtivo, o facto de os operários não terem necessidade de se
deslocarem dentro da fábrica ao encontro dos equipamentos, eles cansam-se menos, poupam mais
tempo, e, por isso mesmo, são mais eficientes aumentando desta forma o seu nível de produtividade,
visto que cada um especializou-se em uma das tarefas da linha de montagem do produto.
Outro caso particular da Produção em Série é a Divisão do Trabalho. Tal como no Trabalho
em cadeia, aqui também está visível que cada um dos operários é especializado em uma das
actividades da cadeia de produção.
8.3.6.4 Automatização
9
Na fase de automatização verificamos uma sincronização automática das funções da máquina, como
por exemplo, o processo de empacotamento de frutos secos ou engarrafamento de água ou de
compotas. São muitos os exemplos que podemos evidenciar nesta fase.
anteriores para fazer funcionar um engenho se calhar não fosse necessário uma graduação
superior, nestas fases mais avançadas para fabricar e controlar os engenhos e os
equipamentos é necessário engenheiros com graus de formação mais elevados.
Pode-se observar que as indústrias se classificam não apenas segundo o nível de utilização
dos produtos, mas também segundo o destino da produção. Quer isto dizer que uma indústria
antes de produzir um determinado bem ou serviço, tem necessariamente de saber se existe
necessidade de tal bem ou serviço, de modo que haja destinatário definido e conhecido. Este
destinatário pode ser uma outra indústria (como mostra o texto dentro da Tabela
classificativa) ou ainda o mercado em geral.
São indústrias que fornecem materiais destinados a fins produtivos, ou seja, o que
se produz destina-se a outras indústrias ou outras actividades económicas.
9.1 Transportes
O transporte fluvial é normalmente classificado como um dos meios de transporte mais antigo.
É feito por meio dos rios, que são verdadeiros caminhos natutrais, e é considerado um meio
de transporte de baixo custo operacional, de grande capacidade de carga e baixo custo
energético.
Quanto ao transporte terrestre, para além dos automóveis e camiões que circulam pelas
estradas, pode-se identificar dentro desta gama, o transporte ferroviário.
As exportações permitem vender produtos para qualquer país do mundo, seja perto ou
distante. Para a exportação ter sucesso, ela pouco depende do desenvolvimento mercantil no
qual seu sítio de envio está localizado. Tal facto propicia o distanciamento económico de
pontos geograficamente próximos, elevando as possibilidades de disparidade de renda e
diferenças sociais. Além disto, às vezes, os melhores produtos de um país ou território são
preferencialmente direccionados à exportação, assim restando produtos de qualidade pior.
Isso ocorre devido ao poder de compra dos clientes no exterior. Se o preço nacional for
semelhante ao encontrado no exterior, esse fenómeno não costuma ocorrer.
Vejamos um exemplo: Num determinado país X, há seis meses, para comprar um dólar
custava apenas 98 unidades monetárias. Seis meses mais tarde, nessa mesma nação, a
compra de um dólar já requeria o investimento de 110 unidades monetárias. A moeda local
(do país X), por conseguinte, sofreu uma depreciação nesses seis meses, pois, fica mais caro
obter outras moedas.
“Os economistas são da opinião de que a depreciação da moeda contribuirá para melhorar a
competitividade do país”. Sobretudo, porque a depreciação da moeda também está anexada
à depreciação dos outros bens. Por exemplo: “Quero vender o meu carro antes que fique
depreciado”.
Geralmente, a depreciação de um produto origina-se por três causas: o desgaste que lhe
causa o uso, a obsolescência ou o passar do tempo. Um automóvel perde valor (ou seja,
deprecia) à medida que aumenta a sua quilometragem, já que o uso afecta o rendimento e o
estado das partes. Um computador, por sua vez, torna-se obsoleto quando começam a surgir
novos modelos que oferecem um funcionamento mais eficiente. Uma casa, por último, reduz
o seu preço de venda quando é antiga.
Balança Financeira é aquela que regista os fluxos que envolvem mudança de titularidade entre
residentes e não residents de activos e passivos financeiros e os fluxos de criação e extinção
de activos e passivos.
Investimento directo
Investimento de carteira
Derivados financeiros
Outro investimento
Activos de reservas
Balança de Capitais é aquela que regista os fluxos entre residentes e não residentes de
transferências de capitais e as aquisições/cedências de activos não produzidos, não
financeiros.
Fluxo Real é aquele que representa, por um lado, o envio dos recursos produtivos das
famílias para as empresas e, por outro lado, o envoi das mercadorias (bens e serviços) das
empresas para as unidades familiares.
Fluxo Monetário é aquele que representa o envio de recursos financeiros das Unidades de
Produção para as Unidades Familiares, como remuneração pelos recursos produtivos
fornecidos anteriormente.
Saldo das transações correntes com o resto do mundo: Saldo do balanço de pagamentos
em conta corrente, acrescido do saldo das transações sem emissão de câmbio.
A história da cidade pode ser considerada a história da humanidade. Sempre esteve presente
nas obras dos grandes filósofos da Antiguidade. Segundo esses filósofos, qualquer
desequilíbrio na estrutura das cidades poderia significar perigo para a unidade e organização
da sociedade. Para Ratzel, um dos fundadores da Geografia, a cidade representa uma forma
de aglomeração durável. Utilizando-se o critério de Ratzel e incorporando, podemos definir
uma cidade da seguinte forma: é todo aglomerado permanente cujas actividades não se
caracterizam como agrícolas. A grande concentração de actividades terciárias públicas e
privadas do aglomerado e a forma contínua de espaços edificados onde se dá a proximidade
das habitações da população que vive dessas actividades são atributos que permitem
caracterizar melhor a cidade. De forma muito genérica, pode-se dizer que, nestas condições,
a aglomeração é importante por ser organizada para o trabalho colectivo em actividades não-
agrícolas.
Como espaço edificado, representando uma massa composta de habitações, a cidade cria
tipos de serviço que somente as formas de organização política são capazes de administrar.
Disso resulta ser ela o centro da vida política da sociedade. Sua história confunde-se com a
do Estado.
Actualmente, cidade pode ter dois tipos de conceito: a cidade é toda a sede de município
(ditada pelo IBGE), ou que, a cidade deve possuir pelo menos, um aglomerado de 10 mil
habitantes (ditado pela ONU). Portanto cidade é todo o aglomerado urbano, envolvendo
características sociais, económicas e culturais em um mesmo ambiente. É importante frisar
que a cidade além de tudo que foi explicitado anteriormente é um local de tomada de decisões,
a cidade é poder. É da cidade que vão sair as ordens que influenciarão todo o território
municipal.
11.2 Urbanização
Figura 32 - Urbanização
Para ultrapassar esta problemática, os governos têm aplicado políticas estratégicas no sentido
de encontrar o equilíbrio, de modo que os sistemas económico-sociais não fiquem tão
afectados a ponto de criar entraves ao processo de crecimento e desenvolvimento económico,
tão necessário para a vida das populações.
Contudo, paradoxalmente tem-se verificado que a medida que mundo caminha para um nível
de crescimento e desenvolvimento mais elevado, este fenómeno da super população de
algumas cidades tem-se agravado, considerando o aumento demográfico em algumas
sociedades mais jovens (como por exemplo Angola), onde as políticas demográficas
(planeamento familiar entre outras) ainda não são evidentes e tão aplicáveis. Porém, é
necessário ter em conta que quanto mais jovem a população maiores são as oportunidades
que podem ser criadas quanto ao emprego, educação, saúde entre outros.
Assim, verifica-se que as cidades abaixo indicadas na Tabela têm-se debatido com o fenómeno
em causa.
1990 2015
1990 2015
Entende-se por população rural aquela que habita nas zonas rurais, isto é, for a das cidades,
onde o nível de crescimento económico é reduzido ou mesmo inexistente. Por outro lado, a
população urbana é aquela que habita nas zonas urbanas, isto é, cidades onde se regista um
nível de crescimento economico elevado e muitas vezes um desenvolvimento sustentável
considerável.
A urbanização em países pobres ocorre de maneira explosiva, ou seja, ocorre muito rápido,
fazendo com que as cidades alvo não tenham tempo para se adaptar à sua infraestrutura
gerando muitos problemas sociais, como:
Formação da periferia;
Violência;
Problemas com o transporte público.
Esses problemas somente acontecem nos países subdesenvolvidos, pois grande parte da
população rural migra para uma cidade desenvolvida, e em países pobres há poucas cidades
que sejam alvo de migrações.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Figura 35 - Planisfério
A) Maior é a acessibilidade
B) Menor é a acessibilidade.
C) A acessibilidade mantém-se.
F) Na diminuição das trocas comerciais, entre países ou entre regiões de um mesmo país, o
que promove o aumento da produção.
L) Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, África do Sul, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
Documento 1
“A balança comercial obteve um resultado de USD 11,4 mil milhões no primeiro trimestre deste
ano, essencialmente devido às receitas do petróleo. Os dados constam do último relatório do
Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o Comércio Externo, relativo ao primeiro trimestre
de 2014.
Neste período, lê-se no documento que acaba de ser concluído, a balança comercial de Angola
teve um saldo na ordem dos USD 11.470 milhões, “como resultado do comportamento do preço
do petróleo, principal produto de exportação de Angola”.
Face ao primeiro trimestre de 2013, as exportações caíram este ano cerca de 10,55 por cento,
enquanto as importações, no mesmo período, registaram uma diminuição de 22,64 por cento,
segundo os dados do INE.
Fonte: Agência Lusa - http://www.redeangola.info/balanca-comercial-com-usd-114-
mil-milhoes-de-lucro/
SOLUÇÕES
1. A
2. B
3. D
4. A
5. A
6. A
7. A
8. B
9. A
10. D
11. D
12. A
13. A
14. A
15. C
16. D
17. A
18. B
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. FREITAS, Eduardo De. "Os recursos naturais "; Brasil Escola. Disponível em
<http://www.brasilescola.com/geografia/os-recursos-naturais.htm>.
2. SARAIVA Helena, Unidade 5 — Recursos Naturais: utilização e consequências Planeta
Terra — 8.º ano.
3. MOREIRA, João Carlos e SENE Eustáquio de Geografia geral e do Brasil- espaço
geográfico e globalização – Ed. Scipione – São Paulo – 2010 – 560 páginas.
4. ADAS, Melhem e ADAS, Sérgio. Panorama geográfico do Brasil – contradições,
impasses e desafios socio espaciais – Ed. Moderna – São Paulo – 2009 – 456 páginas.
5. LUCCI, Elian Alabi, LAZARO BRANCO, Anselmo e MENDONÇA, Cláudio. Território e
sociedade no mundo globalizado – Geografia geral e do Brasil – Ed. Saraiva – São Paulo
– 2006 – 576 páginas.
6. CANO, W. (1994). Industrialização, Crise, ajuste e Reestruturação. In: O Mundo do
Trabalho. Campinas. IE.
7. COUTINHO, L. (1992). A Terceira Revolução Industrial. Economia e Sociedade, n. 1.
IE, Campinas.
15. MORAES, Paulo Roberto. Geografia geral e do Brasil – Ed. Harbra – São Paulo – 2010
– 690 páginas.
HISTÓRIA
Tráfico faz referência a um comércio ilegal ou contrabando;por sua vez, escravo faz alusão a
um ser humano que se encontra numa situação de dependência absoluta de alguém (seu
dono). A palavra “escravo” provém do eslavo, pois, como se sabe, os eslavos eram os únicos
povos da Europa Central vendidos na Idade Média.
Contrariando o que muita gente pensa, a escravatura é uma prática social que não teve início
com o tráfico de escravos no século XV, mas sim com as primeiras civilizações da história da
humanidade (civilização egípcia, grega e romana). Desde a antiguidade tem sido uma das
formas de domínio do Homem pelo Homem. No Egipto Antigo, na Grécia, em Roma, nos
Estados africanos da Idade Média por exemplo, já se praticava escravatura. Nesses tempos,
os trabalhos exercidos pelos escravos, bem como o lugar onde trabalhavam eram diferentes
da escravatura que os europeus praticaram a partir do século XV.
Em função das regiões e dos tempos, os escravos trabalhavam nas terras dos donos, serviam
nas cortes ou nas grandes casas como domésticos, tomavam conta das esposas dos seus
donos, constituíam forças de exércitos, trabalhavam nas plantações e nas minas, entre
outros.
Na história da humanidade, a escravatura era uma prática legal que envolvia formas de
tratamento extremamente desumanas em relação aos escravos. Primeiro, na Grécia e Roma
antigas e, mais tarde, na Europa e nas Américas, a partir do século XVI com o comércio de
escravos.
De um modo geral, a escravatura em África era considerada como uma punição, como o não
pagamento dos impostos ou como castigo contra os crimes que não eram passíveis de pena
de morte, adultério por exemplo. Mas, estes escravos na África negra, podiam casar-se com
as filhas dos donos, substituir um chefe na sua ausência, possuir bens, ser servidores, aceder
a altos cargos nos Estados como na administração e nos exércitos. Com o decorrer do tempo,
muitos eram libertados e podiam optar entre regressar às terras de origem, continuar na
mesma terra ou ainda escolher novas localidades para se instalarem.
Eram extremamente raros na África Negra grandes terras agrícolas, fazendas, ou oficinas
artesanais empregando mão-de-obra baseada no trabalho escravo. Portanto, a sociedade não
vivia dos bens produzidos pelos escravos.
Nesta época, os escravos eram repartidos em África em duas categorias: os escravos de casa
ou domésticos - conjunto de escravos nascidos, em princípio, na casa dos seus mestres e os
escravos de guerra que acabavam por juntar-se aos escravos domésticos ao fim de algum
tempo.
Os filhos dos escravos beneficiavam do estatuto de escravos de casa e os donos não tinham
o direito de os vender ou maltratar. Recebiam a mesma educação que os filhos dos mestres
e as suas mães não podiam ser vendidas antes de terminar o desmame. É verdade que as
condições de vida desses escravos não eram as mesmas em todo o lado, visto que o seu
destino dependia, em grande parte, da situação social dos seus donos. O costume reconhecia
aos mesmos a possibilidade de conservar a metade dos seus bens. Isto permitiu, por outro
lado, a alguns comprar a própria liberdade.
Não obstante o escravo em África ter, nesse período, um estatuto diferente, não se deve
pensar que esta situação, na sua essência, fosse igual à de indivíduos livres e nobres. Não se
deve perder de vista esta relatividade, pois os escravos, na sua generalidade, eram
considerados “propriedade” e, como tal, submetidos a leis que assumiam a sua conservação.
Por exemplo, pertenciam aos outros bens móveis e imóveis que eram transmitidos por
herança aos descendentes dos mestres, embora a lei proibisse a venda dos escravos de casa.
Enfim, apesar do carácter complexo do seu estatuto, em geral em África, a sua condição e
vida eram fundamentalmente diferentes da escravatura praticada nas plantações das
Américas.
A necessidade de ouro e de especiarias, nos finais do século XIV e princípios do século XV,
levou os europeus a procurarem um caminho marítimo para Índia. Essa necessidade da
Europa levou-os a lançarem-se numa campanha de expansão através do Oceano Atlântico.
Em 1444, Lançarote de Lagos levou 263 escravos e vendeu-os facilmente. Numerosos árabes
arrancados assim pela força da costa de África foram conduzidos a Portugal. Com esses
escravos pretendia-se demonstrar que se tinha chegado ao país dos negros e satisfazer a
curiosidade dos seus compatriotas. Os primeiros escravos foram levados de África para a
Europa com o objectivo de satisfazer a curiosidade dos europeus que nunca tinham visto um
homem negro. Com o decorrer do tempo, os portugueses acharam que, a par do marfim,
ouro em pó, goma-arábica e pimenta (o que primordialmente lhes interesava), era também
lucrativo comprar escravos e revendê-los aos clientes de Lagos e de Lisboa que utilizavam
essa mão-de-obra na agricultura e nos trabalhos domésticos. Mas, tal como foi anteriormente
Ceuta é uma região de Marrocos. A conquista deste território marcou o início da expansão marítima
10
salientado, já havia escravatura em África antes da chegada dos europeus. Estes apenas
deram um novo sentido às práticas correntes em África naquela época.
Os primeiros escravos arrancados de África tinham como destino a Europa, onde trabalhavam
como criados domésticos. Não foi necessário muito tempo para que os portugueses se
apercebessem de que havia muito a ganhar, se, para além do ouro e do marfim, levassem
também o escravo, que lhes era vendido na costa. Isto quer dizer que, inicialmente, os
escravos saíam de África com destino à Europa onde se tornavam adjuntos em várias
profissões. Mas como foram parar os escravos africanos às Américas?
Por conseguinte, os europeus precisavam de homens para trabalharem nas suas plantações
e nas minas e quem seriam os trabalhadores? Como se deve imaginar, os ameríndios que
foram reduzidos à servidão e ao trabalho nas plantações. Mas, por falta de hábitos e
habilidades, morriam ou fugiam o que constituía uma perda para as plantações nas Américas.
Foi assim que Bartolomeu de Las Casas, bispo espanhol no México, propôs aos reis de Espanha
o aumento do número de colonos espanhóis e que os índios fossem substituídos por negros
mais robustos, dóceis e mais habituados ao clima tropical. Foi assim que o tráfico de escravos
mudou de rota: os escravos passaram a sair de África com destino à América.
No século XV, as primeiras deportações de negros para fora do Continente, e como força de
trabalho, pertencem aos espanhóis e portugueses que, como recentes conquistadores do
século, pretendiam substituir a mão-de-obra local (Índia). Isto acabaria por provocar a morte
de centenas de índios.
As regiões costeiras, embora servindo, regra geral, de pontos de concentração, foram as mais
afectadas. Durante os séculos seguintes, a costa atlântica era denominada "Costa dos Grãos",
"Costa de Marfim", e mais tarde "Costa de escravos". Existem testemunhos segundo os quais
muitos chefes de guerra e soberanos africanos participaram também nesses raptos e vendas.
Antes de serem levados para fora do continente, os escravos negros eram vendidos
internamente e transferidos de uma região para outra em função das necessidades de mão-
de-obra nas plantações de cana-de-açúcar e de algodão, recentemente criadas. Esses
escravos eram trocados por cavalos muito procurados nos Estados sudaneses, principalmente
pelos portugueses. A título de curiosidade, em 1450, um cavalo era trocado por 12 escravos.
Desde 1482 que os portugueses iniciaram contactos com os territórios que hoje fazem parte
de Angola, o que marca para sempre a sua história. A “descoberta” das Ilhas de São Tomé e
Príncipe (1469-1474) e a sua transformação em terras de cultivo da cana-de-açúcar, cultura
muito procurada naquela altura na Europa, foi um dos elementos internos que contribuiu para
início do tráfico de escravos em Angola.
A partir de 1493 iniciou-se o povoamento da ilha de São Tomé por degredados portugueses.
Este facto veio promover contactos mais frequentes daqueles com a costa Ocidental africana
cujo objectivo era fornecer à ilha a mão-de-obra escrava necessária ao cultivo da cana-de-
açúcar.
Assim começou o tráfico de escravos entre São Tomé, a Costa de Loango e o Porto de Mpinda
(partes integrantes do reino do Kongo), a partir de 1500. A autorização foi concedida pelo Rei
do Kongo, Nzinga Nkuvu, a pedido do Rei português, que permitiu que alguns comerciantes
de S. Tomé praticassem o tráfico dentro do próprio reino do Kongo e ao longo da Costa de
Loango.
Além disso, a situação da Ilha permitiu que ela fosse então um porto de escala na rota das
índias, enquanto o cultivo da cana provocou o enriquecimento rápido dos colonos ali fixados.
Durante o século XVI, todos os contactos entre o reino do Kongo e Portugal passavam
obrigatoriamente por São Tomé. As rotas terrestres até então mais utilizadas foram sobretudo
as que ligavam Mpinda a M’Banza Kongo e de M’Banza kongo a Mpumbu; de Loango a
Mpumbu e Nzetu a M’Banza Kongo, passando por Bembe e Tomboco.
Com efeito, os manis11 das províncias costeiras do Soyo e Mbamba pretenderam obter
benefícios pessoais com o tráfico, favorecendo, o estabelecimento de relações directas com
os comerciantes portugueses. Foi ainda intenção destes, apoderarem-se gradualmente da ilha
de Luanda, quando se aperceberam da sua importância. A recolha de Zimbos era monopólio
da coroa portuguesa que, segundo as suas conveniências, restringia ou aumentava a
quantidade e o valor daquele meio de troca.
Dos produtos que sustentavam as trocas desde o início desta relação, alguns eram trazidos
da Europa como os tecidos, tapetes, bacias de metal, tamboretes, arcabuzes e mosquetes,
sinos, vidros, quinquilharias, bebidas e facas. Os outros eram produzidos no próprio reino do
Kongo como os panos ráfias (libongo), peles, marfins, madeiras de tacula, sal, cobre e
finalmente escravos, provenientes do Mpumbu e do Cuango, regiões que faziam fronteira com
o Kongo.
Logo nos primeiros anos do século XVI, alguns cativos foram trocados por produtos europeus.
Esta prática foi-se generalizando, estimulada pelos comerciantes portugueses que viram nela
a possibilidade de obter mão-de-obra para S. Tomé onde tinham iniciado o cultivo da cana-
de-açúcar.
A aquisição de cativos de guerra foi inicialmente controlado pelo Rei do Kongo. Contudo, a
procura cada vez maior pelos portugueses levou os manis das províncias à captura de homens
das aldeias vizinhas do reino, regiões de Ocanga, Mpumbu, Ndembo, Matamba e Ndongo.
A frequência de actos deste género, veio dificultar o seu controlo por parte das autoridades
de Mbanza Kongo, porque os capturados nas guerras contra os estados vizinhos, não
constituíam um número suficiente para suprir as necessidades. Desta forma, capturava-se
também os próprios filhos do Kongo. Por isso, o reino de Nzinga a Mbemba, escrevia em
1526, que por vezes eram aprisionados “filhos da terra”, o que prova que dentro do próprio
reino o controlo sobre o tráfico não era eficaz.
O tráfico de escravos provocou várias consequências nefastas para o continente africano, quer
no âmbito demográfico quer no económico, social e cultural. Algumas das consequências são
ainda hoje visíveis e constituem um grande entrave para o desenvolvimento do continente
berço da humanidade.
De facto, se agregarmos a todos estes factores os tristes casos de epidemias a bordo dos
navios e que dizimavam uma boa parte de escravos que eram deitados ao mar; de mortos
durante as revoltas a bordo destes navios; de fuzilamentos aquando dos embarques a partir
dos portos de concentração; das perdas durante as campanhas de caça, de compra e venda,
etc... torna-se impossível determinar o número de mortes.
A metodologia mais utilizada para o efeito é a “contagem” a partir de diversos sítios, locais,
fontes, etc., tais como: locais de compra e de captura; locais de acolhimento - as feitorias; e
locais de desembarque e venda. De facto, o método mais simples e mais seguro é recorrer
aos registos dos navios negreiros, das capitanias das grandes cidades europeias e das grandes
casas comerciais ligadas ao tráfico.
- 900.000 no século XVI; 2.750.000 no século XVII; 7.000.000 no século XVIII; 4.000.000
no século XIX, o que dá um total de 15.000.000. Após novas investigações, foi estabelecido
que o total de negros/escravos - homens, mulheres e crianças - ascendia aos 100.000.000.
Como se pode constatar, é um número extremamente elevada para a Africa de então.
Este número de mortes provocou uma queda demográfica sem precedentes seguida,
previsivelmente, de uma longa estagnação. Nunca a humanidade tinha conhecido e jamais
conhecerá um genocídio desta amplitude; nunca o “racismo”, tinha feito tantas vítimas.
O tráfico de escravos provocou a estagnação, a paralisia das forças produtivas na África negra,
comprometendo, durante décadas o seu desenvolvimento. O tráfico atingiu, em primeiro
lugar, a população activa, os mais vigorosos e portadores de futuro a saber: jovens, mulheres,
homens e crianças. Como consequência, a procriação e a fecundidade ficaram também
comprometidas por várias décadas.
O tráfico veio instaurar relações comerciais de um novo tipo, em que o escravo equivalia a
uma moeda, a uma cabeça de gado ou barra de sal. Sob o ponto de vista económico, os
resultados foram: a redução da capacidade produtiva das sociedades, devido às deportações
Como a principal mercadoria era o homem, não havia estímulo para a produção destinada ao
mercado. Os africanos passaram a produzir mais para o consumo, o que fez com que certas
mercadorias passassem a ser trazidas da Europa, tais como instrumentos e tecidos, o que fez
declinar o artesanato tradicional.
De uma forma geral, houve retrocesso das forças produtivas. Os povos agricultores voltaram
ao estado de recolectores e as populações sedentárias viram-se forçadas a deslocarem-se
para o interior, construindo barreiras sobre os lagos em busca de refúgio.
O tráfico permitiu a criação de novos poderes políticos em detrimento dos antigos. O recuo
generalizado do islamismo permitiu o aparecimento de novos Estados, essencialmente
guerreiros e dominados por uma aristocracia militar. A desagregação do Império Songhai,
depois da conquista marroquina em 1591, deu origem a uma multiplicidade de Estados
minúsculos como Oyo, Daomé, Achanti, Benin, etc. que se encontravam em guerra
permanente uns com os outros.A desagregação dos antigos conjuntos políticos e a perda de
autoridade dos chefes tradicionais africanos tornam-se um facto consumado.
e espiritual. Do mesmo modo surgiram estigmas e teorias não científicas contra o homem
negro. De salientar que ainda se manifestam essas sequelas pois o continente jamais teve
tempo de emergir deste passado, de esquecer e levar adiante projectos verdadeiros e
duradouros de desenvolvimento.
Mas, a causa profunda e objectiva do início das campanhas tendentes a interditar o tráfico de
escravos negros, foi a necessidade económica da Inglaterra e dos outros países europeus.
Resumidamente, pode dizer-se que a Inglaterra, depois de ter perdido as suas colónias na
A produção de algodão sofreu de tal maneira que foi obrigada a virar-se, numa primeira fase,
para o Egipto. Foi a procura frenética, não apenas de fontes de substituição, como também
de mercados para o escoamento dos, já imensos, stocks existentes de produtos
manufacturados. Uma das alternativas foi a de "transformar os ontem escravos negros em
produtores livres e consumidores", dois pressupostos indispensáveis para a sobrevivência e
desenvolvimento do capitalismo.
Assim, uma lei anti-esclavagista foi votada e aplicada no seu próprio território em 1772, como
resultado directo dos movimentos "humanistas" nacionais. Depois do desastre nas possessões
do novo mundo e, agora sob a pressão conjugado das industriais, parte integrante do pelotão
dos anti-esclavagista nacionais, proibiu a compra, venda e exportação de escravos dentro das
suas colonias ultramarinas em 1807. Deste modo, todos os escravos do Império Britânico, no
seu conjunto, encontravam-se livres em 1833 - data geralmente apontada como a da abolição
da escravatura pela Inglaterra.
O resto da Europa ainda não estava pronta a acatar esta decisão por razões inerentes à sua
economia que estava ainda muito dependente do tráfico. Mas, a razão económica inglesa e a
sua capacidade militar foram determinantes para o fim do tráfico. A coroa britânica
encarregou todo o seu potencial marítimo de montar a guarda, de vigiar os mares e oceanos,
a fim de impedir os movimentos de todos os navios vocacionados para o transporte de
mercadoria humana a partir de África. Iniciou-se assim, uma nova era não só nas relações
entre potências na Europa como também no sistema de tráfico de escravos negros. Países
relativamente mais bem preparados, com maior incidência de movimentos humanistas
começaram dez anos mais tarde a aplicar esta medida. Foi o caso da França que, em 1848,
decidiu renunciar ao comércio e exportação de negros.
Fruto da pressão que a Inglaterra exerceu sobre Portugal e devido à independência do Brasil
(maior colónia de Portugal), em 1822, Portugal, através do decreto de Sá da Bandeira, aboliu
a escravatura nas suas colónias em 10 de Dezembro de 1836. Com a independência do Brasil
e a abolição do tráfico de escravos, começou o período da reconversão da economia.
mundo pelo papado entre duas noções. Não estava preparado, na alvorada do século XIX,
para enfrentar a nova ordem económica, ditada pela Inglaterra que abolira o tráfico negreiro
nas suas possessões a partir de 25 de Março de 1807 e se baseava agora na livre troca. Por
isso, tendo em conta a capacidade económica e militar da Grã-Bretanha, o tráfico negreiro,
como meio de recrutamento de mão-de-obra, estava condenado a desaparecer a curto ou
longo prazo.
Datam dos anos 50 do século XIX, as primeiras medidas legislativas que visavam, a longo
prazo, a extinção da escravatura nas colónias portuguesas, fracassadas que foram as
tentativas de Sá da Bandeira para fazer passar nas câmaras alguns projectos de lei nesse
sentido ainda na década de 40. Para além de disposições de menor importância,
promulgaram-se então dois decretos de alcance geral:
Conjugadas as suas disposições, estes dois diplomas legais deveriam permitir a extinção
progressiva do esclavagismo, à medida que fossem morrendo os escravos registados em
1854. Esperava-se que, passados os vinte anos do prazo, fosse muito reduzido o número dos
que restassem, o que facilitaria a sua remissão.
O esquema dos decretos de 1854 e 1858 não funcionou por duas razões: por um lado, os
escravos registados iam sendo substituídos por outros, com a conivência das autoridades à
medida que faleciam ou fugiam; por outro lado, e mais veros, a condição de «libertos» não
existia na prática, sendo similares aos escravos os negros comprados no interior após 1854.
Daí surgiu o novo decreto, de 25 de Fevereiro de 1869, que extinguia a escravidão. Porém,
os ex-escravos foram obrigados a servir os seus senhores até 1878, na qualidade de
«libertos». Mais uma vez, a mutação era meramente nominal; restava, finalmente, libertar
os «libertos».
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
a) A criação das plantações e minas nas Américas e a necessidade de substituição dos índios.
b) O início do comércio triangular em 1510.
c) A necessidade de povoar a América.
d) A descoberta da Ilha de São Tomé.
.
Solução do exercício 1: a) A criação das plantações e minas nas América e a necessidade
de substituição dos índios.
a) França e Portugal
b) Portugal e Holanda
c) Portugal e Espanha
d) Inglaterra e França
a) Com esses escravos pretendia-se, por um lado, demonstrar a chegada ao país dos negros
e, por outro, satisfazer a curiosidade dos seus compatriotas na Europa.
b) Nuno Tristão e Antão de Gonçalves levaram os escravos para Lisboa por motivos lucrativos.
c) Nuno Tristão e Antão de Gonçalves capturaram estes escravos para aumentarem a
produção em Portugal.
d) Os portugueses pretendiam levar os escravos para Lisboa, para mais tarde os levarem
rumo à América.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
a) A África viu-se privada da força de trabalho necessária para o seu desenvolvimento, o que
originou atraso e subdesenvolvimento.
b) Graves perturbações nos domínios da vitalidade e da fecundidade do continente,
originando estagnação da taxa de natalidade.
c) Tirou de África aproximadamente 100.000.000 de africanos.
A colonização pode ser definida como um processo de dominação política, económica e social
de um território por povos mais poderosos. O colonialismo europeu foi o que abrangeu a
maior parte do mundo fora daquele continente, sendo que foram ocupadas completamente
as Américas e a Austrália até ao século XVII e a maior parte de África, até princípios do século
XX.
Com o fim do tráfico de escravos e início da era industrial, houve necessidade por parte dos
europeus em procurar matérias-primas, o que despertou a curiosidade em conhecer o interior
ainda desconhecido de África. Foi desta forma que se deu início a um conjunto de explorações
geográficas no interior desse continente.Porém, estas explorações provocaram rivalidades
entre as potências europeias, originando a Conferência de Berlim.
A Colonização de África propriamente dita teve início depois da Conferência de Berlim e não
com chegada dos primeiros europeus e terminou no último quartel do século XX 14. Como já
foi mencionado, os primeiros contactos entre europeus e africanos ocorreram a partir do
século XV, período durante o qual estes não estiveram preocupados com as terras do interior
de África, mas sim com a costa onde construíram feitorias e fortalezas porque era lá onde
compravam os escravos.
A foz do rio Zaire teve, no último quartel do século XIX, a atenção de alguns países europeus
interessados em criar colónias em África, particularmente a França e a Bélgica que enviaram,
em primeiro lugar, dois exploradores: Pierre Savorgnan de Brazza ao serviço da França e
Henry Morton Stanley ao serviço do rei Leopoldo II da Bélgica.
Portugal seguia, com bastante preocupação, a disputa entre a Bélgica e a França por causa
da bacia do rio Congo, o que chocava com os chamados direitos históricos portugueses.
Portugal afirmava ser o primeiro a chegar à zona em disputa. A Bélgica procurava através
das viagens de Stanley consolidar a sua influência na bacia do rio Congo. Por seu lado, a
França financiava as expedições de Brazza (1780 e 1883) no sentido de obter uma zona de
soberania ao Norte do Zaire, onde pudesse criar uma colónia francesa. Portugal viu então a
necessidade de criar um conjunto de acções diplomáticas para afastar os dois concorrentes
ou chegar a um entendimento pacífico. Para isso, teve de consultar a sua velha aliada: a
Inglaterra.
Das negociações entre Portugal e a Inglaterra resultou o Tratado do Zaire, publicado pelas
duas partes em Londres a 26 de Fevereiro de 1884. Nesse tratado, os dois países acordaram
o seguinte:
Na Bélgica, Leopoldo II desencadeou uma campanha contra o tratado cujo objectivo principal
era a sua anulação. As propostas portuguesas e as futuras negociações foram rejeitadas pela
parte belga e a pressão da opinião pública fez com que o governo britânico abandonasse o
tratado.
A Alemanha, que acompanhava o processo, via nessas disputas uma oportunidade para
resolver as divergências territoriais pendentes com a França, resultantes da ocupação da
Alsácia e da Lorena em 1871 que, a seu turno, provocou, em França, uma onda de
revanchismo contra os alemães.
Foi assim que, em Junho de 1884, o governo alemão procurou auscultar as potências
europeias com interesses na zona do Congo, sobre a possibilidade de se convocar uma
conferência internacional para se debater o assunto. O primeiro país a aceitar foi a França em
Outubro de 1884 que, juntamente com a Alemanha, convidaram Portugal e outros países a
Contudo, esta conferência não chegou a resolver o problema do Congo e decidiu criar um
Estado neutro na zona disputada por Portugal, Inglaterra, França e Bélgica. Para evitar um
conflito entre nações, concederam a um Rei europeu, Leopoldo II, a administração da bacia
do Congo acabando com as anteriores disputas.
Uma ideia muito generalizada relaciona a partilha de África com a Conferência de Berlim,
segundo a qual aí se tinham repartido zonas do continente africano. Esta ideia não tem
fundamento, porque a Conferência de Berlim não partilhou África. As fronteiras de alguns
países africanos foram delimitadas através de acordos bilaterais entre europeus 15, entre
europeus e africanos, bem como de campanhas militares. A Conferência de Berlim apenas
estimulou a corrida dos europeus para África, tal como pode ser observado na Figura abaixo.
15Por exemplo para a delimitação das fronteiras de Angola, Portugal assinou acordos com França,
Alemanha e Bélgica.
Pode dizer-se que a colonização teve início nos finais do século XIX e na primeira década do
século XX e estendeu-se até 1960-1962 para a maioria dos territórios ocupados. Em 1975,
terminou em alguns países da África Austral e nas colónias portuguesas; em 1991-1994, para
a Namíbia e República da África do Sul (com o fim do Apartheid). Mas, o Saara Ocidental
encontra-se ainda sob domínio de um outro país africano, Marrocos.
A Indirect rule - administração indirecta - foi um modelo de domínio indirecto dos africanos.
Com este modelo, os europeus dominavam-nos através dos seus chefes tradicionais. Estes
eram mantidos nos seus cargos e utilizados para dominarem os seus súbditos. Este modelo
de administração foi inaugurado pelo governador inglês Frederick Lugard na Nigéria e utilizado
pela Inglaterra que o aplicou nas suas colónias da África Ocidental (Nigéria, Serra Leoa,
Gâmbia, Gana). No entanto, nas suas colónias da África Oriental, utilizou como modelo de
colonização, a Direct Rule.
A Indirect Rule pretendia basear-se no respeito das instituições encontradas em África. Lugard
escreveu a propósito o seguinte: “é essencial compreender esses organismos tribais, esses
costumes sociais, mas ainda utilizá-los como quadro dentro do qual poderemos construir. O
estudo dos indígenas deve permitir-nos encontrar factores e elementos válidos para o reforço
de um sistema de administração melhor adaptado a essas tribos.”
Todos aqueles valores tradicionais, que para os europeus não eram considerados bárbaros,
foram preservados e desenvolvidos com base nos valores e normas da cultura inglesa. A
Inglaterra considerava que este objectivo levaria mais ou menos 30 anos a ser alcançado.
Quer isto dizer que, termos de perspectivas independentistas, a doutrina da Indirect Rule não
significava liberdade total de decisão, antes pelo contrário.
A Direct rule – administração directa - foi um modelo de domínio directo dos territórios
africanos em que os chefes tradicionais eram destituídos dos seus cargos e substituídos pelos
administradores europeus.
A Direct Rule foi um modelo criado pelo francês Albert Sarraut e utilizado pela França,
Portugal, Bélgica e Inglaterra nas suas colónias da África Oriental. Este modelo procurava não
apenas substituir as instituições africanas pelas instituições europeias (vestuário, língua,
religião, comportamento), mas também levar os africanos a assimilarem a cultura europeia.
A maior parte das colónias africanas criadas pelos europeus, acolhia grupos culturais e
historicamente bastante diferentes (fruto da divisão dos antigos reinos dos séculos XV a XVIII)
mas estes grupos tinham um denominador comum: todos e de igual modo estavam
submetidos a um mesmo senhor estrangeiro, o colonizador. Assim, a situação colonial
representava para todos eles um quadro novo que os levou a juntarem-se, fundarem novas
identidades que pudessem constituir uma base comum e viável na luta contra o domínio
estrangeiro cujo objectivo era a conquista da independência, o fim da exploração, da
humilhação e a libertação dos africanos do jugo colonial.
As atenções estiveram, durante muitos anos, viradas para as lutas das elites tradicionais
contra o colonialismo nas cidades porque eram as mais visíveis e faziam-se dentro dos
"padrões" clássicos. Estas consistiam em obrigar o colonizador a encetar reformas ou medidas
tendentes a abrandar as crueldades cometidas, levando-os a aceitar a ideia de auto-
determinação e de independência. O sistema colonial, na sua essência e actuação, era
globalizante, não distinguia afinal ninguém, ou seja, afectava todas as camadas, desde os
indígenas aos assimilados, e a luta para a mudança deste fenómeno tinha que ser também
generalizada, unindo todos os explorados aos mais variados níveis.
Foi este nacionalismo que se ergueu contra as dramáticas situações impostas pelos
colonialistas com estratégias diferentes em função das realidades concretas que se viviam
nos diversos territórios. Por exemplo, alguns tentavam recuperar a soberania e a
independência perdidas, mas sem pôr em causa as novas estruturas territoriais nas colónias.
Outros reivindicavam, por enquanto, a melhoria da situação social e económica das suas
comunidades.
O processo de libertação de África, para além de ter a sua própria força interna, elementos
africanos de intervenção, foi também acompanhado e apoiado por certos desenvolvimentos
da situação internacional que favoreceram as aspirações dos nacionalistas africanos. Entre
eles, podem destacar-se:
Como seria de esperar e, atendendo a que o ambiente colonial bem como o clima na arena
internacional eram em grande medida uniformes, a expressão concreta do nacionalismo e,
consequentemente, da política africana colonial variavam segundo a região, o nível ou a
violência da resistência local, o nível de homogeneidade e de profundidade das estruturas
sócio-políticas e culturais das sociedades encontradas, a forma e a intensidade de exploração
dos regimes instalados, a forma e a intensidade das acções dos nacionalistas, etc.
Entre as duas guerras mundiais, muitos meios de combate surgiram no processo de evolução
da colonização, alguns dos quais participaram na luta contra o sistema. Pode-se citar as elites
tradicionais que eram os elementos saídos do seio das autoridades tradicionais e de grupos
que beneficiavam da educação proporcionada através do sistema de ensino existente.
A Imprensa, embora ainda embrionária, parece ter jogado um papel relevante neste processo.
Conseguia difundir reflexões e ideias sobre o colonialismo e seu futuro nos territórios. Nela,
não faltavam também propostas de tipos e formas de administração, por parte dos
reformistas da colonização, assim como reivindicações, por parte dos autonomistas e
independentistas. Essas ideias e reflexões atingiam as respectivas metrópoles, contribuindo
assim para a informação de certas camadas, muitas vezes, mantidas fora da realidade dos
territórios ultramarinos. O ano de 1920 marca uma etapa importante para este tipo de
actividades, na maior parte das colónias. Fundaram-se o “Times of Nigéria”, “Daily
18
Historiador africano de nacionalidade burquinabê
Após um período de luta, o Gana foi o primeiro país da África Negra a tornar-se independente,
em 1957. O seu primeiro presidente foi Kwame Nkrumah. A independência do Gana foi
seguida pela Guiné Conakri, em 1958. Estas independências constituíram uma importante
base para a libertação política dos países africanos e representou uma esperança para outros
países que se encontravam sob o regime colonial.
1960 é conhecido como o ano de África, porque mais de 15 países africanos se tornaram
independentes. Em 1961, a Inglaterra concedeu a independência ao Tanganica19 e em 1962
ao Uganda. Em oposição, nas colónias Portuguesas, para o alcance das independências, foi
necessário recorrer à luta armada para adquirirem a libertação.
19 Actual Tanzânia
Durante a época colonial, os nativos eram marginalizados, não usufruíam dos benefícios do
avanço económico, não ascendiam a certos cargos na administração e eram-lhes colocadas
barreiras no dia-a-dia. Os problemas que se viviam na época colonial serão tratados a seguir.
Com o fim de expropriar os africanos das suas terras, a lei veio estabelecer que constituiam
património do Estado colonial os terrenos vagos ou que não entraram definitivamente no
regime de propriedade privada ou de domínio público. Esta lei era genérica e considerava
património do Estado colonial todos os terrenos vagos, mesmo os que tinham possuidor,
desde que este se não tivesse tornado proprietário face às leis do colonizador.
Os territórios na posse das grandes companhias e dos colonos, devido ao registo no cadastro,
estavam garantidos com títulos válidos. Pelo contrário, os africanos estavam impossibilitados
de possuir tal título, porque o direito à terra tribal era colectivo.Era a forma legal de expropriar
o africano ou a tribo das suas terras. Isto era perfeitamente claro nos casos de conflito a
propósito de terras.
A fixação de colonos foi, desde sempre, objectivo perseguido pelo estado colonial e este
procurou então criar condições para a fixação de brancos no solo angolano, encaminhando-
os para a agricultura. As terras africanas passaram a ser expropriadas com o objectivos de
serem entregues aos colonos.
A lei do trabalho foi elaborada com a finalidade de excluir o africano da competição com o
europeu, embora não fosse suficiente. O início do processo de descolonização colocou na
ordem do dia a necessidade de aperfeiçoar o sistema, de elaborar uma política que, servindo
exactamente o mesmo propósito, se apresentasse menos brutal aos olhos do mundo. A
chamada assimilação correspondeu integralmente a esta finalidade.
Aqueles africanos que não assimilassem a cultura portuguesa eram chamados pelos europeus
de indígenas. Os colonialistas portugueses consideravam-se instrumentos de Deus, que
haviam tirado os africanos da imoralidade, ao mesmo tempo que defendiam o pressuposto
de que lhes fora atribuída uma missão civilizadora.Declararam ter tomado a responsabilidade
de conduzir à civilização, raças decadentes ou atrasadas. Mas, os africanos, na sua quase
totalidade, permaneciam à margem da escola.
A escolaridade não atingia sequer o universo das crianças em idade escolar. Com efeito, no
final dos anos 50, a percentagem de alunos em idade escolar que frequentava a escola era,
em Angola, de 8%. A maioria dos africanos não tinha sequer o acesso ao ensino primário
elementar, limitando-se no melhor dos casos, a frequentar a primária nas escolas das missões
católicas e protestantes.
A marginalização dos angolanos durante o período colonial foi económica, social, política e
cultural. Durante a época colonial havia restrições no acesso e promoção a determinados
empregos no aparelho administrativo colonial. No meio urbano e rural, as populações foram
submetidas a pesados impostos, à expropriação de terras, às culturas obrigatórias, ao
estatuto do indigenato e ao trabalho forçado.
Durante a época colonial, mais precisamente na segunda metade do século XX, Angola
registou um crescimento económico, sendo que o café e os diamantes representavam cerca
de 2/3 das exportações totais de Angola, com tendência a aumentar. No entanto, em 1963
não foram além de 56%. Por si só, o café representava quase metade das exportações
agrícolas.
A guerra durou cerca de 14 anos e o factor determinante para o fim da guerra de libertação
foi o golpe de Estado de 25 de Abril de 1974, Revolução dos Cravos, em Portugal. O referido
golpe de estado, resultou de profundas contradições no sistema colonial e no seu exército,
conduzindo, desta forma, à descolonização das colónias portuguesas.
Figura 43 - Da direita para esquerda, Jonas Savimbi (presidente da UNITA), Holden Roberto
(presidente da FNLA, Costa Gomes (Presidente de Portugal) e Agostinho Neto (presidente do
MPLA).
21
Segundo Douglas Wheeler, a Guerra Civil angolana teve início nos finais do mês de Março
e princípio de Abril de 1975.
A independência proclamada pelo MPLA foi rapidamente reconhecida pelo Brasil em 1975,
seguindo-se a Itália e demais países lusófonos, bem como outros estados africanos, em 1976.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
13. Indique a opção falsa tendo em conta as condições necessárias para ser
considerado “assimilado” na época colonial.
a) Ter abandonado inteiramente os usos e costumes da raça negra.
b) Falar, ler e escrever correctamente a língua portuguesa.
c) Adoptar a poligamia.
d) Exercer profissão, arte ou ofício compatível com a civilização europeia.
15. Qual destes partidos políticos não fez parte dos movimentos de luta contra o
colonialismo?
a) FNLA
b) PRS
c) MPLA
d) UNITA
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
A Guerra Fria é a designação dada ao conflito político ideológico entre os EUA (Estados Unidos
da América), defensores do Capitalismo, e a União das Repúblicas Socialistas Soviética
(URSS), defensora do socialismo, compreendendo o período final da Segunda Guerra Mundial
e a extinção da URSS. É denominada fria porque não houve qualquer combate físico, embora
o mundo todo temesse a vinda de um novo combate mundial, por se tratar de duas potências
com poderosas armas nucleares.
Norte Americanos e Soviéticos travaram uma luta ideológica, política e económica durante
esse período. Se um governo socialista era implantado em algum país do terceiro mundo, o
governo norte-americano logo via aí uma ameaça aos seus interesses. Se um movimento
popular combatesse uma ditadura militar apoiados pelos EUA, logo recebia apoio soviético.
Terminado o conflito mundial, com o apoio da URSS, os comunistas ocuparam o poder nos
países da Europa Oriental. O Plano Marshall23, considerado por esses países como
manifestação do imperialismo americano, foi recusado. A partir desta altura, os países
capitalistas e os países socialistas passaram a acusar-se mutuamente de estarem a preparar
a guerra. Reforçaram-se militarmente e aliaram-se em blocos defensivos antagónicos: de um
lado, a OTAN, criada em 1949 pelos Estados Unidos da América; do outro, o Pacto de Varsóvia
em 1955, dando origem à política de blocos.
O mundo capitalista, liderado pelos EUA, depois de ter superado as dificuldades económicas
em consequência da II Guerra Mundial, conheceu um forte crescimento económico. Entre os
factores que possibilitaram esse crescimento, destaca-se o amplo investimento a nível da
investigação tecnológica. Assim, começava a era do domínio da tecnologia. Para além do
petróleo e da electricidade, surgiu uma nova fonte de energia, a nuclear. Como resultado do
forte crescimento económico, instalou-se no mundo capitalista a sociedade de consumo.
23Plano Marshall foi um plano Norte- Americano de ajuda aos países da Europa Ocidental devastados
pela II Guerra Mundial.
24Conjunto de processos que visam a produção automática, reduzindo ao mínimo a intervenção da
actividade humana, e recorrendo no máximo aos meios de acção mecânica, eléctrica ou electrónica.
Após a morte de Estaline, a URSS conheceu um período de relativa abertura que, no entanto,
seria interrompido com a chegada de Brejnev ao poder. Expandindo o seu modelo da
sociedade para os países limítrofes, a URSS apadrinhou a formação das democracias
populares no Leste europeu. Enquanto a maioria desses países se manteve fiel ao modelo
soviético, outros evoluíram para fórmulas originais.
A expansão do socialismo não se confinou à Europa. Chegou à Ásia e à América como são os
casos da China, com Mão Tsé-Tung e de Cuba com Fidel de Castro.
Com o término da segunda Guerra Mundial, estabeleceu-se uma política global bipolar, ou
seja, centrada em dois grandes polos, denominados na época de superpotências: EUA e URSS.
Formados por ideologias diferentes, ambos os polos de poder (Capitalismo e Socialismo)
tinham como principal objectivo a difusão dos seus sistemas políticos e culturais no resto do
mundo.
Sob influência das duas doutrinas, o mundo foi dividido em dois blocos, liderados cada um
deles por uma das superpotências. A Europa Ocidental e a América Central e do Sul receberam
forte influência cultural e económica dos EUA; e a maior parte da Ásia e o leste europeu, sob
domínio da URSS.
Figura 45 - Este mapa expressa uma correlação de forças nos anos 1960
Após a derrota alemã na Segunda Guerra Mundial, os países vencedores impuseram pesadas
indemnizações à Alemanha, a destacar a sua divisão em 4 zonas de influência, cada uma
dirigida pelos vencedores: Estados Unidos, França, Inglaterra e a União Soviética. Berlim, a
capital da Alemanha nazista, também foi dividida, mesmo estando totalmente em território
de influência soviética. Então a comunicação entre o trecho ocidental da cidade fragmentada
e as outras zonas era feita por pontes aéreas e terrestres.
Para abandonar as zonas ocidentais de Berlim e dar vitória à União Soviética, os países
ocidentais prontificaram-se a criar uma grande ponte área, em que bombardeios americanos
sairiam da trizona para levar mantimentos aos mais de dois milhões de berlinenses que viviam
no ocidente da cidade. Estaline reconheceu a derrota dos seus planos em 12 de Maio de 1949.
Pouco depois, as zonas americanas, francesas e inglesa unificaram-se fundando a República
Federativa da Alemanha, ou Alemanha Ocidental, cuja capital era Bonn. Da zona soviética,
nasceu a República Democrática Alemã, ou Alemanha Oriental, com capital em Berlim.
Com as nações Europeias frágeis, após uma guerra violenta, os EUA concederam apoios
económicos à Europa aliada, para que estes países se pudessem reerguer, e mostrar as
vantagens do capitalismo. Assim, o secretário de estado dos EUA, George Marshall, propôs a
criação de um plano económico, que veio a ser conhecido como Plano Marshall.
Consistia numa série de empréstimos a baixos juros e investimentos públicos, para facilitar o
fim da crise da Europa ocidental e repelir a ameaça do socialismo entre a população
descontente. Em resposta ao plano económico, a união soviética propôs-se a ajudar também
os seus países aliados, criando a Comecon, Conselho para Assistência Económica Mútua. Este
conselho tinha como meta a recuperação económica dos países orientais.
Em oposição à OTAN, a URSS formou entre ela e os seus aliados o Pacto de Varsóvia (1955)
para unir as forças militares da Europa Oriental. Assim, as alianças militares estavam em
pleno funcionamento e qualquer conflito entre dois países integrantes poderia inflamar uma
guerra.
A tensão sentida pelas pessoas em relação às duas superpotências acentuou com o início da
corrida aos armamentos, cujo vencedor seria a potência que produzisse mais armas e mais
tecnologia bélica. Em contrapartida, a corrida no espaço trouxe grandes inovações
tecnológicas e proporcionou um elevado avanço nas telecomunicações e na informática.
que aumentava o seu poderio bélico. A União Soviética iniciou também o seu pograma de
pesquisas no intuito de produzir também tais bombas, o que veio a conseguir em pouco
tempo.
Em 1962, um certo número de estados conseguiu que a questão da coexistência pacífica fosse
discutida na Assembleia Geral da ONU. Na sessão de 18 de Dezembro desse mesmo ano,
foram proclamados os grandes princípios da coexistência pacífica a seguir apresentados.
3. Não intervenção por parte de outros nos assuntos que fossem da competência nacional de
um estado.
4. Dever dos estados de cooperarem uns com os outros, conforme a carta da ONU, nos
seguintes domínios: manutenção da paz e segurança internacional, direitos do homem,
liberdades fundamentais, cooperação social, cultural, técnica, científica e económica.
5. Igualdade de direitos dos povos e do seu direito a disporem de si mesmos.
6. Igualdade na soberania dos estados.
7. Cumprimento por parte de todos os estados das obrigações que assumiram perante a
carta.
Nestas condições, a vitória dependia não somente do talento militar das forças beligerantes,
mas sobretudo de dois factores: da qualidade e da quantidade do armamento. A União
Soviética, Cuba e os países que compunham o bloco socialista estavam do lado do MPLA
dirigido por Agostinho Neto. Do outro lado, as potências Ocidentais, entre as quais os EUA e
os países do bloco capitalista, davam todo o seu apoio à FNLA e à UNITA.
Então, quais as razões que levaram os americanos a intervirem no conflito angolano? Antes
da queda do regime fascista de Portugal, a 25 de Abril de 1974, na política em relação a
Angola, os EUA exprimiam-se segundo dois enquadramentos diferentes. Por um lado, havia
a posição oficial manifestada pelo apoio político, económico e militar, aos diferentes
presidentes do colonialismo português; por outro, a posição privada das organizações civis e
26 Guerra civil é uma guerra entre grupos pertencente ao mesmo estado ou país.
dos serviços secretos americanos, que se ocupavam do financiamento dos movimentos pró-
ocidentais como a FNLA e a UNITA.
Três razões estão na base desta dupla atitude, que, sob vários aspectos, pode ser considerada
como ambígua na política americana, conduzida por diferentes governos em relação a Angola
e Portugal. Em primeiro lugar, temos o pacto de segurança militar que liga os EUA a Portugal
no quadro da OTAN; em seguida, os recursos de Angola, alguns dos quais de vital importância
para a economia americana; finalmente, os interesses geoestratégicos já evocados, no quadro
da luta contra a União Soviética pela hegemonia mundial.
Mas os EUA também possuíam interesses económicos, no que diz respeito a Angola porque
os investimentos eram importantes e o seu peso era considerável. Os investimentos
americanos em território angolano cresceram consideravelmente logo a seguir ao início da
luta armada nos seguintes sectores: petróleo, minas e agricultura.
Enquanto em África vários esforços eram empreendidos para pôr termo à guerra civil que
assolava Angola desde 1975, nos EUA personagens defendendo interesses particulares
intervinham numa outra guerra pela vitória dos seus aliados angolanos- a FNLA e a UNITA. A
CIA não poupou esforços e meios para erradicar o MPLA da cena política angolana,
considerando-a como aliada da União Soviética e dos países socialistas.
A partir de 1975, a situação económica do Zaire degradava-se cada vez mais com o
desenvolvimento da corrupção que afectava as mais altas esferas da sociedade. As reformas
empreendidas pelo regime do general Mobutu constituíram uma catástrofe. Na realidade,
traduziram-se pela confiscação de empresas e outros bens dos europeus e asiáticos por parte
de indivíduos pouco idóneos. O sector agrícola, outro domínio da economia zairense, também
estava ameaçado pela crise que assolava o país e empobrecia os camponeses, ao extremo
destes não conseguirem sequer escoar os seus produtos obrigando o governo a importar
mercadoria do estrangeiro.
Face a esta conjuntura, compreende-se assim que Angola fosse alvo de interesse para o Zaire
por diversos motivos. Primeiramente, para assegurar o controlo do caminho-de-ferro de
Benguela através do qual o país escoava a sua produção de cobre, 70% dos produtos mineiros
provenientes da região do Shaba. Depois, a existência da riquíssima zona petrolífera de
Cabinda, região essencial ao regime de Mobutu, uma vez que este esperava resolver os
problemas económicos do seu país apropriando-se das reservas petrolíferas daquela região.
Imitando os seus aliados ocidentais ou agindo em concertação, Mobutu enveredou pelo
assédio do enclave de Cabinda acordando o apoio a uma das diferentes tendências
separatistas da FLEC.
Oficialmente a partir de 1975, os preparativos dessa acção militar zairense em solo angolano
foi planificada com alguns anos de antecedência. Recorreu a instrutores chineses, armou o
seu aliado FNLA e sobretudo deixou os seus dirigentes entrarem directamente em contacto
com os responsáveis militares da África do Sul. Em 1973, Mobutu tomou a decisão de
reorganizar simultaneamente as suas forças armadas assim como as tropas da FNLA.
Durante o período colonial, as duas antigas colónias portuguesas da Africa Austral, Angola e
Moçambique, constituíam para a África do Sul racista dois baluartes importantes, protectores
da sobrevivência política do seu regime de Apartheid. Estes dois países formavam como uma
espécie de linha de demarcação entre a África negra independente e a África do Sul.
Do lado sul-africano o que mais preocupava era a possível vitória do MPLA em Angola e da
FRELIMO em Moçambique. Tal evolução constituiria uma ameaça a longo termo, por dar
origem a dois estados revolucionários hostis à política de Apartheid praticada na África do
Sul. Esta situação irreversível teria consequências imediatas e, a longo prazo, a radicalização
do nacionalismo das populações e das elites negras agregada pelos movimentos de libertação
da África do Sul, da Namíbia e do Zimbabwe. Assim, essas guerrilhas comandadas
respectivamente pela ANC, a SWAPO, a ZANU e a ZAPU, poderiam, a partir dessa altura,
servir-se de Angola e de Moçambique como base da retaguarda para exercer pressão militar
e incursões armadas a partir desses países vizinhos, ameaçando directamente o regime do
Apartheid.
A África do Sul interveio na guerra civil angolana por temer a instalação de regimes africanos
progressistas perto das suas fronteiras com Angola e Moçambique, hostis à sua política de
Apartheid. De referir o facto da coligação das forças da UNITA/ FNLA não ser suficientemente
forte para vencer o MPLA. Todas estas razões obrigaram o regime de Pretória a participar na
luta armada em Angola ao lado dos movimentos de libertação pró-ocidentais.
Foi em Agosto de 1975 que as forças sul-africanas invadiram o território angolano. Esta
incursão da South Defense Force (SADF) consistia oficialmente numa operação destinada a
controlar a zona da fronteira com a Namíbia ao longo do rio Cunene, com o objectivo de
proteger as barragens hidroeléctricas Ruacanas e de Calueque. Mais tarde, o exército sul-
africano, bem equipado militarmente, decidiu tomar parte activa na luta para prestar ajuda
aos combatentes da FNLA e da UNITA.
A União Soviética adoptou uma velha tradição política de ajuda às lutas dos movimentos de
libertação nacional dos países do terceiro mundo, cujas origens se encontram na linha
ideológica pós revolução socialista de Outubro de 1917.
Isto constituiu, à priori, uma das motivações essenciais da presença da União Soviética em
Angola. Já em 1974, depois de vários anos de apoio à luta armada contra o colonialismo
português, as autoridades soviéticas, até ai aliadas do MPLA, tinham-lhe retirado a sua ajuda,
depois de terem constatado as suas divisões internas. Todavia, cedendo ao insistente pedido
dos dirigentes cubanos, cujas tropas estavam a caminho de Angola, a União Soviética não
hesitou a rever a sua posição. Diga-se que numa outra vertente, os casos de Angola e de
Moçambique interessavam à União Soviética.
Sob o ponto de vista ideológico, Cuba afirmou-se como aliada dos movimentos de libertação
da África Austral e dos povos oprimidos em geral. Enfim, no plano militar, Cuba mostrou às
potências do mundo a sua capacidade de levar avante uma guerrilha a milhares de
quilómetros de Havana27, afirmando-se assim como potência média, a qual estava disposta a
resolver os problemas de alguns países africanos da África Austral.
Depois da morte de Khrushchev, a União Soviética teve duas governações: Yuri Andropov e
Leonid Chernenko. No entanto, estes morreram pouco tempo depois de chegarem ao cargo
político máximo. Depois de Chernenko, foi eleito Mikhail Gorbatchev que defendia a
necessidade de reformar a União Soviética para se adaptar à realidade mundial. No seu
governo, existia uma nova geração de políticos tecnocratas que ganharam espaço desde o
governo de Khrushchev; afirmaram-se enquanto tal, impulsionaram dinâmicas de reformas
na URSS e estabeleceram a aproximação diplomática com o mundo Ocidental.
27
Capital da Cuba
A URSS passava por um período de grande fragilidade desde o início dos anos 70, evidenciada
pela queda da produtividade dos trabalhadores, pela queda de expectativa de vida e,
finalmente, pelo acidente nuclear de Chernobil, em 1986,que mostrou ao mundo as
debilidades da URSS. Face a estes problemas, Mikhail Gorbatchev aplicou dois planos de
reformas: a Perestroika e Glasnost.
O culminar deu-se com a queda do Muro de Berlim em 9 de Novembro de 1989, pondo fim à
cortina de ferro e, para alguns historiadores, à Guerra Fria. Finalmente, a revolta dos países
orientais causou o choque entre os povos bálticos. Os três países bálticos 28 foram invadidos
e anexados pela URSS e os seus cidadãos pediram a independência. Seguiram-se outras
repúblicas da União Soviética a pedir eleições livres e multipartidárias.
Esta situação repentina levou alguns conservadores da União Soviética, liderados pelo
Gennady Yanayev, a tentar um golpe de estado contra Gorbatchev em Agosto de 1991. O
golpe, todavia, foi frustrado por Boris Yeltsin. Mesmo assim, a liderança de Gorbatchev estava
em decadência e, em Setembro, os países bálticos conseguiram a independência. Em
Dezembro, a Ucrânia também se desanexou. No dia 31 de Dezembro de 1991, Gorbatchev
anunciava o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Devido ao apoio ideológico e estratégico que recebeu da URSS durante a guerra, depois da
proclamação da República Popular de Angola, o MPLA adoptou o regime socialista pois
acreditava também que este era o melhor modelo para tirar Angola de vários problemas como
a fome, a corrupção, o analfabetismo, o tribalismo e do atraso económico e social. O sistema
socialista vigorou oficialmente em Angola desde 1977 até à realização das primeiras eleições
em 1992.
Existência de um poder executivo, exercido apenas por um partido, ou seja, o regime era de
partido único ou sistema de monopartidarismo, no caso, o MPLA;
Existência de um poder judicial, fiscalizado pelo órgão executivo;
Inexistência do poder legislativo;
Todas as informações passadas pelos meios de comunicação social eram extremamente
censuradas;
Não conseguiu tirar o nosso país dos principais problemas herdados do colonialismo português
e, em alguns casos, aumentou as tensões sociais, económicas e políticas;
A guerra civil entre o MPLA e a UNITA;
A crise económica que devastou os países do bloco socialista nos princípios dos anos noventa
e que culminou com as reformas em vários países socialistas e a desintegração da URSS.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
4. Qual dos países ou sociedades não fazia parte dos principais pólos de
desenvolvimento capitalista?
a) EUA
b) Japão
c) Comunidade Económica Europeia
d) Organização do Tratado Atlântico do Norte.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1. Que princípio não fazia parte daqueles difundidos nas ideias da coexistência
pacífica?
a) Os princípios de Igualdade, liberdade e fraternidade entre povos de culturas, raças e etnias
espalhados pelo mundo.
b) O princípio de que os estados se abstivessem, nas suas relações internacionais, de recorrer
à ameaça ou à força contra a integridade territorial e independência política de qualquer
estado.
c) O princípio de que os estados deviam resolver os seus diferendos por meios pacíficos.
d) O princípio de não intervenção nos assuntos que fossem da competência nacional de um
estado.
5. O sistema socialista em Angola não teve o destino desejado. Que opção não faz
parte dos factores do fracasso do socialismo em Angola?
a) Não conseguiu tirar o país dos principais problemas herdados do colonialismo português, e
em alguns casos, aumentou as tensões sociais, económicas e políticas.
b) A internacionalização do conflito angolano forçou o governo de Angola a eliminar o regime
socialista.
c) A guerra civil entre o MPLA e a UNITA.
d) A crise económica que devastou os países do bloco socialista nos princípios dos anos 90 e
que culminou com as reformas em vários países socialistas e a desintegração da URSS.
Embora o termo Globalização seja relativamente recente, a origem deste processo parece ser
bastante mais remota. A verdade é que já no século XIX, alguns intelectuais adoptaram o
termo para traduzir a ideia de que o processo de modernização implicava uma crescente
integração do mundo.
O conceito também varia de autor para autor. Algumas definições acentuam o carácter
multidimensional do processo; outras focalizam-se mais na dimensão económica e, em certos
casos, associam o processo de Globalização ao sistema económico capitalista e à ideologia
neoliberal; noutros casos, as dimensões políticas ou culturais são particularmente
sublinhadas; outras ainda sublinham que se trata de um processo conduzido pelos homens;
já algumas se referem à Globalização enquanto motor de um processo civilizacional, deixando
implícita a sua naturalidade e inevitabilidade.
É uma economia que ocupa um determinado espaço geográfico e que, portanto, tem limite.
Uma economia-mundo submete-se a um pólo, um centro, representado por uma cidade
dominante, outrora um Estado-cidade, hoje uma grande capital económica (por exemplo, nos
Estados Unidos, Nova Iorque e não Washington). Em alguns períodos históricos coexistiram,
de forma prolongada no tempo, dois centros numa economia-mundo, por exemplo: Roma e
Alexandria, no tempo de Augusto, de António e de Cleópatra.
A Globalização pode pois ser entendida como um fenómeno social total, multidimensional que
não é completamente recente, nem inteiramente novo. No entanto, é de sublinhar que está
inserida num processo histórico e é portadora de continuidade, o que não significa retirar-lhe
a sua dimensão de novidade. Na verdade, a Globalização contemporânea compreende novas
dinâmicas económicas, políticas e culturais com importante dimensão e impacto, e que
constituem uma verdadeira transformação do mundo em que vivemos.
Algumas tendências e acontecimentos recentes são geralmente apresentados como tendo tido
uma forte influência no processo de Globalização:
4.3 O Neoliberalismo
Inspira-se nos elementos mais radicais do liberalismo clássico do século XVIII, acentuando os
seus ideais económicos (defender a liberdade de empreender e lucrar) em detrimento das
vertentes política e social (defender as liberdades dos cidadãos). Assim, o neoliberalismo
opõe-se, por exemplo, às políticas que promovem a lógica do Estado Providência, defendendo
a privatização dos sectores tradicionalmente geridos pelo Estado, como a saúde, a educação,
as pensões e as reformas que se opõem, genericamente, à intervenção do Estado na
economia.
Muitas das teorias sobre a Globalização inspiram-se no legado de Karl Marx (1818-1883), o
primeiro a conceptualizar o sistema capitalista de produção e a caracterizar a sociedade daí
decorrente. Entendido enquanto modelo civilizacional, o Capitalismo é claramente o veículo
da globalização económica, porque as suas instituições específicas, mercados financeiros,
bens materiais e simbólicos enquanto mercadorias, o trabalho assalariado e a propriedade
alienável, facilitam as trocas económicas mesmo a grandes distâncias.
Uma segunda fase cobre os cerca de trinta anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial,
quando os Estados Unidos conseguiram impor um regime de comércio internacional mais
liberalizado. Mas, no imediato pós-guerra, a maior parte dos países europeus encontrava-se
desgastada pela guerra e os EUA estavam bem colocados para tirar vantagem de um regime
de comércio internacional liberalizado, ou seja, sem barreiras alfandegárias. O principal
veículo deste processo foi o Acordo Geral de Tarifas e Comércio celebrado em 1947.
Neste jogo desigual entre países e regiões, não será difícil perceber quem é quem. Segundo
o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2005), as maiores barreiras
alfandegárias existem em desfavor dos países mais pobres. Em média, as exportações dos
países mais pobres para os mais ricos sujeitam-se a tarifas alfandegárias três vezes mais
elevadas. Os países mais ricos não só promovem e lideram o processo como o arbitram a seu
favor.
29 Cidade de Londres
Em 1944 - realizou-se uma conferência em Bretton Woods (EUA), na qual foi assinado um
acordo (Tratado de BrettonWoods), que instituiu um sistema de taxas de câmbio fixas, tendo
como objectivo superar a instabilidade financeira e monetária. Nesta Conferência nasceu o
Fundo Monetário Internacional (FMI).
O resultado destas alterações no mercado financeiro internacional acabou por ser um genuíno
processo de globalização, no sentido em que a localização deixou de ser relevante. Note-se
que este resultado também só foi possível em virtude da coincidência entre o declínio de Nova
Iorque enquanto principal centro financeiro e o desenvolvimento das telecomunicações
informatizadas e instantâneas.
Desde então, o mercado financeiro global tem evoluído em duas direcções. Por um lado, a
eliminação do espaço completo e a conquista do tempo: tornou-se possível comercializar 24
horas por dia, acompanhando as diferentes temporalidades locais. Por outro lado, a
diferenciação dos mercados financeiros foi de tal ordem que os bancos tornaram-se
É certamente difícil dar conta da diversidade cultural e das transformações que atravessam a
vida cultural no mundo actual, sem fazer referência ao processo de Globalização. Segundo
Alexandre Melo (2002), quase todos os grandes marcos da história dos povos podem ser
vistos como passos em frente no processo de Globalização cultural: o surgimento da
linguagem, a invenção da escrita, a criação da moeda, as grandes viagens de exploração
marítima, as sucessivas revoluções agrícola, comercial e industrial, o colonialismo, a invenção
da Rádio, da Televisão e do Cinema (Hollywood), as Guerras mundiais, a Internet. Qualquer
um destes fenómenos contribuiu em larga medida (e muitos continuam a contribuir) para as
trocas culturais e para o estabelecimento de comunicação entre os povos. Num sentido amplo,
dir-se-ia que o processo de Globalização cultural se confunde com a história da humanidade.
A Globalização ocorre mais rapidamente nos contextos em que as relações são mediatizadas
através de símbolos. Por esse motivo, a globalização económica está mais avançada nos
mercados financeiros porque, nesta área, a “produção” é imaterial e os fluxos monetários são
simbolicamente mediados. Por outro lado, a globalização política avança na medida em que
se regista um interesse internacional por valores e por problemas comuns em detrimento de
interesses de ordem local e material.
Globalização pode ser encarada como um aspecto da progressiva "culturização" da vida social.
Num plano mais estritamente cultural, uma questão que naturalmente se coloca é saber quais
serão os contornos da esfera cultural num mundo globalizado. A este propósito, o debate
oscila entre as tendências para um mundo cultural progressivamente uniforme e as
tendências para a diversidade cultural e para a livre expressão de todas e quaisquer
subjectividades e idiossincrasias.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
2. Qual é a opção que não corresponde aos principais acontecimentos recentes com
influência na Globalização?
a) Desenvolvimento do comércio internacional;
b) Desenvolvimento do capitalismo financeiro;
c) Desenvolvimento do Socialismo financeiro;
d) Desenvolvimento das ciências e da tecnologia.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
5. Que marco da história não pode ser considerado como passo em frente no
processo de globalização cultural?
a) Invenção da rádio;
b) Criação da moeda;
c) Revolução industrial;
d) Construção das pirâmides do Egipto.
Até cerca de 10.000 anos, os Homens eram, basicamente, caçadores e colectores. A Natureza
oferecia-lhes todos os bens necessários à sua subsistência. Contudo, no período Neolítico, a
revolução agrícola veio alterar significativamente esta situação. As populações foram-se
tornando gradualmente sedentárias, passando a ter como principais actividades as práticas
agrícolas e a criação de animais domésticos. A revolução agrícola trouxe consigo importantes
excedentes de produção. As populações passaram a produzir mais do que necessitavam para
a sua subsistência e trocavam os seus excedentes.
O processo de afectação das pessoas, dos seus recursos em trabalho, a diferentes ocupações
produtivas denomina-se de especialização do trabalho, processo que tem constituído um dos
principais vectores históricos de desenvolvimento económico e promoção do objectivo da
eficiência económica na afectação dos recursos. O trabalho é, naturalmente, um recurso
económico, a par das matérias-primas utilizadas para incorporar na produção de bens e
serviços. Os “talentos,” isto é, as aptidões e qualificações no desempenho de uma dada
actividade diferem de indivíduo para indivíduo.
A especialização produtiva permite que cada um se dedique à actividade em que pode obter
maiores vantagens comparativas, especializar-se na produção de um bem ou serviço que
produz com menores custos de oportunidade, em relação aos demais potenciais produtores,
isto é, produzir e vender o bem ou serviço em que é relativamente mais produtivo, podendo
depois trocar os excedentes no mercado.
Nas sociedades mais primitivas, a troca dava-se por um simples e mútuo acordo e era,
basicamente, troca directa. Com o decorrer do tempo, a troca tornou-se o objecto central de
lugares especiais, designados como mercados. Com efeito, a especialização produtiva, e a
necessidade de recorrer à troca para vender os excedentes do bem produzido, tornou
premente a organização de mercados para esses produtos, nomeadamente para permitir a
concentração da informação entre todos os interessados em vender e adquirir os produtos e,
desse modo, tornar possível a satisfação das intenções de todos os intervenientes nessas
actividades, intenções que têm a ver, simplesmente, com o desejo de vender uma
determinada quantidade de um bem ou, do outro lado, com o desejo de comprar uma dada
quantidade de um bem.
Hoje, usa-se a expressão “Economia de Mercado” para referir uma sociedade em que a
população se especializa em actividades produtivas e satisfaz as suas necessidades através
de trocas no mercado.
Quando as trocas se tornam mais exigentes em número e qualidade, a troca directa revela
múltiplas dificuldades, desde logo as que derivam da não existência de um equivalente geral
que sirva de unidade de valor por forma a tornar consistentes os valores propostos por
compradores e vendedores.
O Estado tem a capacidade de intervir na economia de diversas formas, pelo seu poder
coercivo de cobrança de impostos, agindo sobre um conjunto de fenómenos económicos que
é porventura uma das mais significativas actividades económicas do Estado. Muito
resumidamente, e apenas para nos referirmos ao conjunto mais importante de impostos
existentes na economia, o Estado cobra impostos directos sobre os rendimentos dos agentes
económicos (famílias e empresas) e cobra impostos indirectos sobre as transacções de bens
e serviços na economia.
social. Temos como exemplo, o subsídio à produção de lotes de leite para a distribuição à
população escolar básica de todo o território.
Famílias - designam conjuntos de pessoas que vivem sob o mesmo tecto e que partilham as
decisões conjuntas sobre o orçamento familiar ou estão sujeitos a outros que decidem por
eles. Numa linguagem mais microeconómica, são usualmente designados como
consumidores, dado que consomem grande parte dos bens e serviços, adquiridos nos
respectivos mercados de produto. Para efeitos de estudo, os economistas assumem que cada
família toma decisões consistentes como se de um só indivíduo se tratasse.
Firmas/ Empresas - a firma designa a unidade que emprega os factores de produção e produz
bens e serviços que depois vende a outras empresas, famílias e Estado (governo). Na
terminologia microeconómica, são designados como produtores.
Não é fácil fazer uma listagem completa das várias funções do Estado (governo), mas é
importante ter uma ideia geral da acção do governo, em geral, de coordenação económica,
mas também de actividade produtiva, bem como da forma como exerce o poder legal e político
e a capacidade de exercer, directa, ou indirectamente, algum controlo sobre as decisões dos
indivíduos enquanto cidadãos e agentes económicos.
O Estado não actua sempre de forma consistente, quer porque há vários níveis de
conflitualidade na escala espacial da decisão: local/ regional/ nacional, quer porque os
objectivos dos diferentes grupos que constituem a administração (funcionários públicos,
legisladores, executivos, burocratas, etc.) são diferentes, quer ainda porque existem grupos
de pressão que têm algum poder de influência sobre a natureza das decisões das instâncias
de poder público. Note-se, em especial, a importância do ciclo político elegível na tomada de
decisões de grande parte destes grupos, especialmente aqueles cuja permanência no poder
está dependente dos resultados eleitorais.
Exterior - representa o “agente” agregado não residente com o qual agentes residentes
essencialmente as famílias e as empresas, mantêm fluxos económicos relevantes, quer nos
mercados de produto, bens e serviços, quer relativamente ao mercado de trabalho.
Se os agentes podem ser vistos como os actores da peça, os mercados podem ser
identificados como os palcos em que a acção se desenvolve. Originalmente, os mercados
eram entendidos simplesmente como os lugares onde os bens eram comprados e vendidos.
Modernamente, com o extraordinário desenvolvimento das trocas, designamos por mercados
toda e qualquer situação em que compradores e vendedores podem negociar para trocar
qualquer produto.
Num sentido amplo e simples, uma economia pode definir-se como um conjunto de
actividades de produção e consumo inter-relacionadas e ligadas por mercados. As economias
podem ser graduadas por diferentes escalas espaciais: um grupo integrado de países, por
exemplo a União Europeia, o que nos leva a falar da existência de uma economia europeia;
um país por exemplo, Portugal, ou uma região de um país.
Uma economia de mercado é aquela em que a afectação dos recursos é determinada pelas
decisões privadas de produção e consumo, levadas a cabo por múltiplos agentes “famílias” e
“empresas”, actuando em função de uma racionalidade própria e segundo objectivos
económicos subjectivos precisos (por exemplo, a maximização da utilidade no consumo do
bem, do lado do agente consumidor e maximização do lucro, do lado do agente produtor) e
como resposta aos sinais dos mercados (que funcionam como estímulo do comportamento
dos agentes intervenientes), entre outros, o preço dos bens.
Numa economia de comando central (planificada), pelo contrário, a maioria das decisões
sobre a afectação de recursos é feita pelo governo. Na prática, estas acabam por ser
economias mistas, na medida em que algumas decisões são tomadas pelas famílias e
empresas e o governo actua através dos mercados influenciando e organizando a actividade
económica através de um quadro de regulação relativamente rígido.
Para facilitar a análise, as economias podem ser divididas em sectores de actividade. Dando
dois exemplos: sector de mercado e sector de não-mercado, ou sector público e sector
privado. Estas duas possíveis divisões (entre outras) cruzam-se, mas enquanto a primeira se
baseia na forma como os custos são cobertos, a segunda segue, essencialmente, uma
distinção legal sobre os direitos de propriedade.
Finalmente, na discussão acerca dos mercados, é muitas vezes esquecida a importância das
instituições. Contudo, o tecido institucional existente na economia é crucial para a
operacionalidade de uma economia de mercado. Possivelmente, a mais importante é o
sistema legal e o papel essencial que tem no estabelecimento e regulação dos direitos de
propriedade e nas regras de fiscalização dos contractos.
A diferença entre os dois ramos está, essencialmente, no nível de agregação com que os
assuntos são teoricamente tratados. A Microeconomia estuda o modo de funcionamento dos
mercados individuais, explicitando, sobretudo, as relações entre quantidades e preços e como
estes respondem a choques ou estímulos exógenos (alterações ocorridas em variáveis não
explicitamente consideradas na formalização analítica do mercado de um dado bem ou
serviço).
A Microeconomia trata pois da determinação dos preços e das quantidades nos mercados
individuais de bens e serviços, bem como das condições pelas quais se atinge o equilíbrio
nesses mercados, numa óptica de equilíbrio parcial, e ainda das relações entre mercados,
numa perspectiva de equilíbrio geral. Mostra-nos, em especial, como o sistema de preços
fornece sinais que reflectem as alterações na procura e oferta e aos quais produtores e
consumidores reagem de forma descentralizada, mas coordenada, e em função de uma dada
racionalidade.
Em suma, a Microeconomia é o ramo da Ciência Económica que toma como seu campo de
análise os problemas económicos de agentes individuais quanto às decisões que tomam.
Normalmente, o seu âmbito de análise centra-se no indivíduo, família, empresa, não se
alargando, em geral, para além do nível da indústria.
Estes fluxos são o ponto de partida para o estudo e determinação do rendimento, ou produto,
agregado da economia traduzido, por exemplo, pela variável, diariamente referida nos
discursos da comunicação social, PIB (Produto Interno Bruto) que traduz, economicamente,
o rendimento agregado obtido, num determinado ano, pelo conjunto dos agentes económicos
que detêm a propriedade dos factores de produção que, uma vez utilizados nos processos
produtivos, proporcionam essa criação de rendimento agregado, também designado como
produto agregado da economia. Assim, a Macroeconomia é ramo da Ciência Económica que
toma como seu campo de análise os problemas económicos de agentes agregados quanto às
decisões que tomam.
Normalmente, o seu âmbito de análise centra-se nos países, regiões, sectores, não se
alargando, em geral, para baixo do nível do sector de actividade económica (o grau mínimo
de desagregação não deverá exceder, nesta perspectiva do estudo da economia, o nível de
indústria). Literatura complementar sobre os assuntos tratados no presente capítulo.
Num outro plano, pode referir-se que o efeito da Globalização sobre as identidades étnicas
não tem sido suprimi-las, mas sim fazê-las reviver e diferenciá-las da política e da economia,
o que permite concluir que todas as entidades étnicas são legítimas e não apenas as que
foram bem-sucedidas nos séculos XVIII e XIX conseguindo instituir-se como Estados-Nação.
Em relação à diversidade étnica, o passado constitui provavelmente melhor exemplo de
dinâmicas de homogeneização do que o presente ou o futuro.
e distintos locais do mundo, é tanto maior quanto menor for o potencial de dinamismo social
e cultural desses mesmos locais.
Para além disso, qualquer ameaça à diversidade, pode ser contrariada através de políticas
adequadas à preservação de bens e práticas culturais que a sociedade entenda dever fazê-
las. Por outro lado, as ciências sociais há muito que vêm sublinhando e demonstrando que os
consumidores não são sujeitos passivos, pelo contrário, são sujeitos activos: nas suas práticas
de consumo, apropriam-se dos conteúdos e frequentemente reinventam-nos investindo neles
elementos próprios das suas respectivas culturas (modos de ser, fazer e entender).
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ALEXANRE, Valentim, 2000. O Império africano (séculos XIX e XX), Lisboa: Edições
Colibri. ISBN 972-671-150-9
2. BARRETO, António, 2005. Globalização e Migrações, Viseu: Imprensa de Ciências
3. Sociais.ISBN 972-33-1648
4. BENDER, Gerald,1980. Angola sob dominação portuguesa: Mito e Realidade, Lisboa:
Sá da Costa Editora. ISBN 978-85-7652-1297
5. BITTENCOURT, Marcelo,1999. Dos jornais às armas, Lisboa: Veja.ISBN
9789726995087
6. BONAGLIA, Frederico e Andrea GOLDSTEIN, 2006. Globalização e Desenvolvimento,
Lisboa: Editorial Presença ISBN 9789722335034
7. CANUTO, Octaviano, Renato BAUMANN e Reinaldo GONÇALVES,2004. Economia
Internacional. Rio de Janeiro: Campus.ISBN 8535214410
8. CARVALHO, Fernando, 2000 Economia Monetária e Financeira: teoria e prática. Rio de
Janeiro: Campos. ISBN 13: 978535223606
9. KIALA, Luzizila, 2009. Sebenta de História Contemporânea, Uige: SE.978-0-470-
67071-2
10. KI-ZERBO, Joseph, 1992. História da África Negra, vol.II Lisboa: Publicações Europa-
América. ISBN 972-1-01057
11. LOPES, Júlio Mendes, 2006. Manual de História da 11ª Classe, Lisboa: Texto editores.
ISBN 978-978-989-8370-08-2
12. MBAH, Jean Martial,2010. As rivalidades políticas ente FNLA e MPLA (1961 - 1975),
Luanda: Mayamba. ISBN 978-989-8370-20-4
13. MBOKOLO, Elikia, 2007. Africa Negra. História e Civilizações. Lisboa: Edições Colibri.
ISBN 978-989-689-085-8
14. WHEELER, Douglas e PELISIER, René, 2009. História de Angola, Lisboa: MMIX. ISBN
978-989-671-074-3