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Direito das Sucessões

Sucessão = transmissão de direitos e/ou encargos segundo certas normas. Essa transmissão
pode se dar entre pessoas vivas (inter-vivos) como quando há o falecimento de alguém (causa
mortis).

Herança = é o conjunto de direitos e obrigações transmitidos em razão da morte, ou seja, bens e


dividas que alguém acumulou no decorrer da vida. É uma universalidade de bens, o patrimônio
do falecido: débitos e créditos.

O direito à herança é pelo sistema jurídico brasileiro considerado cláusula pétrea, um direito
fundamental. Não poderia ser instinto por projeto de lei, apenas por emenda constitucional.

Em todas as legislações dos países que adotam iniciativa econômica capitalista, socialista e
comunista.. O direito sucessório está presente.

Qual a importância do direito sucessório? O ser humano deve transmitir a futuras gerações seus
valores. E entre esses valores está o direito a propriedade. Tudo o que conquistou ao longo da
sua vida deve ser transmitido. É uma consequência do direito de propriedade previsto no art. 5,
XXII, CF. Pois tendo a liberdade de adquirir um conjunto de bens durante a vida de trabalho, é
prerrogativa que a pessoa possa dispor da maneira que lhe seja mais conveniente.

Conceito: Sucessão é a transferência ou transmissão da titularidade do patrimônio pertencente à


alguém a outrem, em virtude da lei ou por ato de última vontade do titular do patrimônio a seus
sucessores por força da morte.

Patrimônio: conjunto de bens e de direitos. Podem ser móveis e imóveis, movente e semovente,
dívidas e ônus. Todo o ser humano que nasce com vida, adquire patrimônio porque tem
personalidade.

Morte: se dá quando ha uma morte biológica ou morte ficta/presumida (é provada pelo trânsito
em julgado em uma sentença de ausência). Quem fornece a certidão de óbito da morte
biológica? Cartório de registro civil de pessoas naturais. O outro documento que prova a morte
de uma pessoa é o laudo de exame necroscópico feito pelo IML (estadual subordinado ao órgão
de segurança pública), esse laudo é prova irrefutável de fé pública.

Sucessão entre pessoas vivas sai vedados pelo código civil, art. 426, não pode ser objeto de
contrato a herança de pessoa viva. Pacta corvina. Antes da morte comprovada, não há direito a
herança mas somente a expectativa de recebe-la.

Vale ressaltar que o mesmo não ocorre quando se trata de legatários, pois a estes somente é
transferido o direito, cabendo aos herdeiros entregar a posse dos bens legados.

Espécies de Sucessão

Sucessão Legítima, Legal ou Presumida


Porque presumida? Como a ninguém é dado como desculpa o desconhecimento da lei então
todos nós sabemos o que a lei determina. Concorda com o critério para a ordem de vocação. Se
dá em virtude da lei.

Herdeiro legitimo = aquele que recebe a herança de acordo com a ordem disposta em lei.

Sucessão Testamentária

Ocorre quando o falecido deixa um ato jurídico de última vontade no qual ele escolhe os
beneficiários por meio de um testamento. Distribui o patrimônio da maneira que entende
correta.

Herdeiro testamentario = aquele que é instituído por meio de testamento, pode ser a titulo
universal e a titulo singular.

Sucessão Contratual (no Brasil não eh admitida. Art. 426 CC, "pacta corvina") Possibilidade de
em vida se fazer um contrato tendo como objeto do contrato entre as partes contratantes uma
expectativa de direito, ou seja, a herança de uma pessoa que ainda está viva.

Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.

Obs. Uma espécie de sucessão não conflita com o outro. Exemplo. Em quase todos os
testamentos os beneficiários já são herdeiros legítimos.

Obs.2. Se não tiver nenhum parente o patrimônio fica para o município

Sujeitos da Sucessão

1. Autor da herança (morto, defunto, finado, falecido, de cujus).

2. Sucessor. (recebe o patrimônio do autor da herança. Pode receber universal e singular


simultaneamente ou não.)

- Universal: quando recebe uma parte da totalidade da herança. O herdeiro pode ser legítimo ou
testamentário. O herdeiro legítimo pode ser facultativo (convivente sobrevivente ou colaterais
até 4 grau) ou necessário (descendente, ascendente ou cônjuge sobrevivente).

- Singular: quando recebe um bem ou varios bens determinados. Legatário - sucessão


testamentária - legado.

Exemplo.

1. Meu pai morreu e não deixou testamento - Sou herdeiro legítimo.


2. Meu pai morreu e deixou testamento e no testamento fala que deixou 5% do patrimônio
líquido - Sou herdeiro legítimo necessário na classe de descendente e também sou herdeiro
testamentário.

3. O pai deixou a biblioteca ao filho que fez direito - um bem específico = um legado. Nesse caso
o filho também é legatário.

Qual a diferença que existe entre herdeiro testamentário e o legatário? Só existirão se há


testamento a ser cumprido.

Então qual a diferença? É melhor ser legatário, porque se porventura o testador ultrapassou o
que poderia dispor, deixou mais do que poderia deixar (redução das disposições testamentarias -
instituto que vai equilibrar proporcionalmente os quinhões), quem vai ter o patrimônio reduzido
vai ser o herdeiro testamentário porque é o herdeiro do todo.

Herdeiro

Herdeiro legítimo: aquele que recebe uma herança de acordo com a ordem disposta em lei
(sucessão legítima). É chamado, nesse caso, de herdeiro.

Herdeiro testamentário: recebe o todo. Aquele que é instituído por meio de testamento
(sucessão testamentária).

Pode ser:

A título universal, quando recebe uma parte da totalidade da herança - herdeiro;

A título singular, quando recebe um bem ou vários bens determinados - legatário. Herança é
sinônimo de sucessão.

O que foi transferido pelo falecido

Herança + legado = pré-legado

Herança + legatário = legatário precípuo.

Exemplos. João deixou um testamento e nesse documento deixou 35% das cotas da empresa
limitada para Paulo. Paulo é herdeiro legatário porque o testador individualizou o bem. João
deixou o testamento e determinou que 30% do patrimônio dele seria da empresa. A empresa é
herdeira testamentária.

Abertura da Sucessão

Art. 1784, CC. Abertura da sucessão = se da no momento da morte. Momento em que o ser
humano faleceu. Morto o ser humano o patrimônio é transferido imediatamente a seus
herdeiros sejam eles legítimos ou testamenteiros
A abertura da sucessão se dá no momento da morte. Nesse momento que ocorre a transmissão
da herança aos herdeiros legítimos e testamenteiros, bem como se verifica a capacidade para
suceder.

Deve regular a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura, isto é,
a vigente na época da morte do de cujos.

Princípio de saisine

Desde a abertura da sucessão, o domínio e a posse da herança transmitem-se aos sucessores


(CC, 1784).

Vale ressaltar que o mesmo não ocorre quando se trata de legatários, pois a estes somente é
transferido o direito, cabendo aos herdeiros entregar a posse dos bens legados.

Morte Simultânea ou Comoriencia

Art. 8, CC. É a morte de duas ou mais pessoas na mesma ocasião em razão do mesmo
acontecimento, sem que se possa determinar qual dessas duas morreu antes da outra. Essa
questão tem importância quando as pessoas que falecem ao mesmo tempo são herdeira uma da
outra, exemplo. Pai e filho. Ocorreu a comoriência - ninguém sucede a ninguém, morreram ao
mesmo tempo. Serão chamas a sucessão seus herdeiros.

O herdeiro não é obrigado a aceitar a herança. É isso vai surgir no momento de abertura da
herança - a validade e a renúncia vão retroagir a data da abertura da herança.

Art. 1787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura
daquela.

*A lei que está em vigor no momento da morte é a vigente. Na data do falecimento.

Exemplo. João e Maria se casaram em 1990 pelo regime parcial de bens. Tiveram dois filhos.
João faleceu em fevereiro 2001. Não deixando um testamento, quem são os herdeiros legítimos
de João? Em 2001 estava em vigor que lei? O código de 1916. Qual o critério utilizado nesse
código? Os descendentes são os herdeiros legítimos. A viúva tinha direito sucessório mas não
era herdeira legítima e a vai fica com a meação (sua parte no regime dos bens). Nesse mesmo
caso mas a morte ocorreu em 2015. Quem são os herdeiros legítimos? Os filhos concorrendo
com a viúva. Existem 3 correntes (art. 1829):

- Concorrência entre descendentes e o cônjuge sobrevivente apenas para os bens particulares

- Concorrência entre descendentes e o cônjuge sobrevivente sobre toda a herança

- Concorrência entre descendentes e o cônjuge sobrevivente apenas sobre o patrimônio comum


do casal. Os bens particulares são dos descendentes apenas.

Obs. Serão herdeiros legítimos apenas os descendentes se o regime era o da comunhão


universal. Viúva terá direito a meação do patrimônio total.

* usam a primeira corrente.

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:

I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o
falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640,
parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares;

II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;

III - ao cônjuge sobrevivente;

IV - aos colaterais.

Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge
quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta
parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.

Obs. Se o número de filhos for maior que 4 o cônjuge sobrevivente tem que ficar com pelo
menos 1/4 da herança.

Outro efeito que decorre da abertura da sucessão:

Princípio da unicidade

A herança (patrimônio) deixado pelo autor da herança é considerado um todo até o momento
da partilha. Art. 1791 parágrafo único.

A data da morte até a data do trânsito em julgado da partilha, qualquer um dos herdeiros têm o
direito de defender toda a herança e não só a sua parte. Porque é considerada única e
indivisível.

Exemplo. Uma pessoa dona de uma chácara morre, o vizinho sabendo da morte, invadiu a a
propriedade do vizinho e alterou a divisa, se apropriando de um pedaço da propriedade. O dono
deixou 3 herdeiros, a esposa e 2 filhos, os filhos estão viajando e a esposa ficou sabendo da
invasão, ela precisa de uma autorização dos filhos para entrar com uma ação? Não. Porque ela
como co herdeira tem o direito de defender a herança como um todo.

Princípio da indivisibilidade

Herança é indivisível ate a sentença de partilha.


- Qualquer um dos herdeiros poderá reclamar a herança das mãos de quem injustamente a
possua, pois seu direito é indivisível.

- O herdeiro pode ceder onerosa ou gratuitamente o quinhão sucessório desde que não um bem
certo, salvo se houver concordância de todos e previa autorização do juiz da sucessão.

Se vender a pessoa que comprou corre o risco da evicção. Ele ainda não era o dono do bem
então não tinha direito de vendê-lo.

Com a abertura da sucessão surge a oferta do patrimônio do morto aos herdeiros, chamada
delação (ou devolução) sucessória.

É o momento em que aberta a sucessão, o patrimônio do morto é oferecido aos herdeiros


(legítimos ou testamenteiros).

Depois de feita a oferta os herdeiros podem aceitar ou abdicar a titularidade daquele bem. Tanto
a aceitação quanto a renúncia, elas retroagem a data da abertura da sucessão.

Aceitação

Ato pelo qual o herdeiro declara que aceita a herança. Ato jurídico de manifestação de vontade
do herdeiro no qual o herdeiro (legatário) manifesta seu desejo de receber o patrimônio deixado
pelo morto. Vai vigorar da data do óbito. A transmissão da herança da-se automaticamente com
a morte do de cujus, então a aceitação é apenas um ato confirmatório do recebimento ou não
da herança, pois essa se incorpora de imediato ao patrimônio dos herdeiros.

Art. 1804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura
da sucessão. Para que esse ato jurídico seja válido precisa obedecer: capacidade do agente,
forma e objeto jurídico válido.

Agente capaz: maior de 18 anos pode aceitar direta (pessoalmente) ou indiretamente (outorga
uma procuração para um terceiro ir aceitar e iniciar o inventário - mais comum). Se o herdeiro
for incapaz a aceitação obrigatóriamente deve ser feita de forma indireta pelo representante
(pais ou tutor, curador). Em tese pode renunciar mas é muito difícil - não basta a anuência do
representante legal mas também a homologação judicial.

Objeto lícito: patrimônio precisa ter origem lícita. Se for ilícita a aceitação não tem valor.

Forma: tem que estar prevista na lei para ser eficaz.

Expressa: é aquela que resulta de declaração escrita (art. 1805 - pode ser feito por instrumento
particular - mais comum é a procuração. A lei não exige que precisa ser feito por instrumento
público);

Tácita: É aquela que ocorre quando se praticam atos compatíveis com a condição de herdeiro
(art. 1805 segunda parte - ato da qualidade de herdeiro. Mostra interesse pelo patrimônio.
Contratação por parte do herdeiro de um advogado para abrir um inventário);

Presumida: é a aceitação prevista pelo artigo 1807 do CC. O interessado em que o herdeiro
declare se aceita ou não a herança, 20 dias depois de aberta a sucessão, poderá requerer ao juiz
a notificação do herdeiro, para que no prazo, não maior que 30 dias, o herdeiro se pronuncie
sobre a aceitação, sendo seu silêncio presumido como aceitação (art. 1807 se até 30 dias após a
intimação se presume que a herança foi aceita, feita pelo interessado).

Restrições em relação a aceitação a validade da aceitação

Não pode aceitar parcialmente a herança.

Exemplo. Pai viúvo faleceu e deixou 3 filhos (2 mulheres e um filho) cada um tem direito a um
terço. Se o irmão mais velho quer ajudar a irmã mais nova e dos 300 mil que ia receber, vai ceder
200 para a irmã mais nova. Ele pode fazer isso, ele aceitou os 100% da herança. Vai acontecer
uma transmissão inter vivos, vai incidir em dois impostos (imposto de transmissão causa mortis
e imposto sobre doação inter vivos) Juridicamente não pode falar que aceitou uma parte da
herança.

Art. 1808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo.
§ 1º - O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a herança; ou,
aceitando-a, repudiá-los.

§ 2º - O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário, sob títulos


sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita e aos que
renuncia.

A aceitação não pode produzir efeitos em outra data que não seja a data da abertura da
sucessão.

Condição: evento futuro e incerto. Termo: evento futuro e certo.

Parágrafo 1. O sucessor que for legatário e herdeiro, não pode aceitar parte da herança ou parte
do legado, apenas os 100% Parágrafo 2. Herdeiro do morto. Pode aceitar a herança legítima e a
testamentário, ou rejeitar as duas, ou aceitar uma e rejeitar a outra.

Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança.

Não pode mudar de ideia. Se fizer isso vai incidir em dois tributos.

Renúncia

Tem-se por renúncia o ato solene em que o herdeiro declara que não aceita a herança a que tem
direito. Ato jurídico no qual o sucessor, no qual o herdeiro ou o legatário, abdica, abre mão da
titularidade de seu direito sucessório, deixa de exercer a qualidade de herdeiro legítimo,
testamentário ou legatário.

A pessoa abrirá mão de um direito garantido pela Constituição, é necessário que a renúncia
conste expressamente de instrumento público ou termo judicial.
Renúncia própria/pura/abdicativa: aquela na qual o renunciante, herdeiro ou legatário, se
despoja do seu direito não em favor de alguém. Só vai abrir mão do direito. É irrelevante quem
será beneficiado com a sua renúncia. É a cessão gratuita, pura e simples de seu direito, ficando
os bens para quem a lei ou o próprio de cujos determinar, como no caso de ter sido nomeado
substituto.

Renúncia imprópria/impura/translativa: não é renúncia é sim cessão de direitos sucessórios. Ele


aceitou os 100% da herança e depois cedeu seu direito a outra pessoa. Se o herdeiro renuncia
em favor de outrem, não é renúncia, mas aceitação e transmissão. Nesse caso, indicam dois
tributos: inter vivos e causa mortis, pois primeiro a pessoa está aceitando e depois transfere a
outra parte de seu patrimônio

Exige:

Agente capaz: herdeiro ou legatário que seja maior e capaz (será feita pessoalmente ou
indiretamente pelo procurador). Pode haver renúncia do Incapaz? Pode, desde que devidamente
representado e não haja nenhum comprometimento na formação do incapaz

Objeto: toda e qualquer renúncia que tenha por objetivo afetar o direito de terceiro em relação
ao renunciante, será considerada ilícita.

Forma: de maneira expressa (art. 1806, CC) Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar
expressamente de instrumento público ou termo judicial.

Pode ser feita de 3 formas: instrumento público, termo judicial (declaração por escrito, exemplo.
Despacho), escrito particular homologado pelo juiz (mais comum, por petição protocolada). Se o
juiz desconfiar que o herdeiro esta sendo coagido a renunciar - vai marcar audiência.

Efeitos da Renúncia

Art. 1810. Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros herdeiros da
mesma classe e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da subseqüente.

Classe sucessória a que pertence o renunciante. No exemplo quem renunciou é descendente do


morto. E se ler o artigo de forma literal pode ter uma leitura equivocada porque tem vários
descendentes do morto e todos se beneficiariam. Mas não é assim, precisa estar na mesma
classe e no mesmo grau.
Requisitos

- aumenta a parte dos herdeiros da mesma classe e grau

- Se for o único descendente e ele renunciar à herança, transmite-se a herança para o parente
mais próximo até parente colateral de 4 grau.

Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele for o
único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança,
poderão os filhos vir à sucessão, por direito próprio, e por cabeça

Importante: filho que renuncia a herança do pai. Caberia o direito a seus filhos, netos do
falecido, de representa-lo e receber a herança? Não. O filho que renuncia a herança do pai é
como se nunca tivesse sido herdeiro. Não há direito de representação para seus filhos - netos do
de cujus. Esses só herdarão por direito próprio caso o renunciante seja o único de sua classe ou
se todos renunciarem.

Requisitos

- representação ou sucessão por estipe

- Sucessão por direito próprio por cabeça

Filho sempre herda por herdeiro próprio e por cabeça.

Direito próprio: a relação de parentesco entre pais e filhos é a mais próxima e direta possível.

Os outros descendentes herdam de duas maneiras:


Por direito próprio ou por cabeça

Representação/sucessão por estirpe: convocação de um herdeiro morto para receber o quinhão


de outro herdeiro, que se estivesse vivo, receberia a herança. Representado deve ser filho ou
irmão do autor da herança. Representante deve ser filho do representado. Não haja salto de
graus entre representante é representado. É necessário os seguintes requisitos: sucessão em
linha reta descendente. Exceção: representação em linha colateral (art. 1853)

* Aquele que renuncia a herança não esta impedido de aceitar o legado e vice-versa.

Art. 1812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança. Em regra, a renuncia
e a aceitação são irretratáveis, mas anuláveis quando provenientes de vicio de vontade, como
todo e qualquer ato jurídico.

Art. 1.835. Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros descendentes, por
cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau.

Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor dos filhos de
irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem.

Efeitos da renúncia na sucessão testamentária

Se o testador do testamento nomeou dois ou mais herdeiros conjuntamente sem determinar o


quinhão dos co-nomeados haverá direito de acrescer em relação aos demais.

Exemplo. João nomeou em seu testamento para receber 30% do seu patrimônio, Marcelo,
Renato e Antônio. Eles poderão concorrer quanto fica pra cada e se um renunciar os outros
poderão se beneficiar.

Se João deixar 20% Marcelo e 5% pro Renato e pro Antônio - se Marcelo renunciar, Renato e
Antônio não poderão se beneficiar. Porque o testador identificou para quem vai. Então se não vai
para Renato e Antônio, vai para quem? Pros herdeiros legítimos do testador.
Inventário: procedimento que traz o direito material de forma efetiva - transfere o nome do
herdeiro para o patrimônio do morto. Pode ser judicial ou extrajudicial. Tem que ser aberto em
juízo quando (inventário judicial):

Houver testamento (obrigatório);

Herdeiro incapaz;

Quando houver discordância entre os herdeiros;

Quando houver herdeiro ausente (quem vai defender o interesse do ausente vai ser o defensor
público).

Dos Excluídos da Sucessão

Exclusão da herança: é uma sanção, penalidade aplicada ao herdeiro legítimo ou testamentário.


Aplicado ao legatário que pratica um ato ilícito, expressamente previsto em lei como punível
com o afastamento ou a exclusão da herança.

São duas as formas de exclusão da herança:

Indignidade: atinge a todo e qualquer sucessor (herdeiros legítimos, testamentários e legatários


- descendentes, ascendentes, cônjuge, etc..) se cometeu ato ilícito vai ser excluído por
indignidade. Está presente na sucessão legítima e na testamentária (algum sucessor pode ser
afastado sendo considerado indigno tanto na sucessão legítima ou se deixou testamento). Os
atos ilícitos que permitem a exclusão por indignidade estão previstos no artigo 1814, I, II, III.

Deserdação: só é deserdado o herdeiro necessário do morto (descendente, ascendente,


cônjuge). Nunca pode o irmão deserdar o irmão, nem tio deserda sobrinho - herdeiros na linha
colateral não podem se deserdar. A deserdação só vai ocorrer na sucessão testamentária, não
existe se o morto não deixou testamento. Os atos ilícitos que permitem a deserdação estão
previstos no artigo 1814, I, II, III, artigo 1962 e 1963.

Para que alguém seja excluído da herança, o herdeiro tem que cometer o ato ilícito, ser julgado
na esfera penal, transitar em julgado e ai o herdeiro que seria beneficiado com a exclusão tem
que entrar com uma ação de exclusão de herança na esfera cível no prazo de 4 anos contados da
data da abertura da sucessão. Se o beneficiado não entrar com essa ação não haverá a exclusão.

Não se admite em hipótese alguma a aplicação de analogia para hipóteses semelhantes ou


muito graves a que estão previstos nos artigos para a exclusão. Exemplo. Se praticar um
sequestro e terminar em morte não vai poder ser excluído porque não está previsto nos artigos.
Apenas nas hipóteses expressamente previstas na lei eh que se pode punir o herdeiro ou
legatário com a exclusão da herança.

Hipóteses de exclusão da herança por deserdação.

Para que o herdeiro seja excluído eh obrigatório que o falecido tenha deixado testamento.

Descendente deserdado pelos ascendentes.

Podem ser deserdados nas causas do art. 1962 e 1814 ofensa física (crime de lesão corporal
dolosa). Deve ser provada com exame de corpo delito feito pelo IML (prova incontestável) mas
eh aceita se for realizada por médico particular.

A ofensa física pode ser leve, grave ou gravíssima (a gravidade da lesão eh absolutamente
relevante a autorizar a exclusão da herança. Está sendo protegido o dever de respeito).

Injúria grave ( injúria - não há o emprega de violência e autoriza a deserção

Relações ilícitas enteado com a madrastra ou enteada com o padrasto. A ilicitude está no sentido
moral, não pode manter uma relação afetiva/sexual com a madrastra.

Desamparo pelo descendente para com o ascendente em casos de doença. Exemplo. Um idoso
com Alzheimer e o filho não visita. Pode excluir do patrimônio que eh dele.

Qual a diferença em doença e doença grave? Quando não tem cura, mesmo que seja
administrável. Que tem cura mas é muito difícil ou improvável.

Quando os descendentes deserdam os ascendentes.

Mesmas hipóteses

Quando o pai tem relações ilícitas com a companheira do filho


Abandono material e afetivo do filho com doença mental ou grave enfermidade.

Causas que autorizam a deserdação entre os cônjuges

Não podem se utilizar das hipóteses anteriores pois não cabe analogia.

Apenas os crimes do art. 1814: tentativa de homicídio, crime contra a honra, denunciação
caluniosa, dificultar ou impedir um de deixar testamento em relação a outro.

Herança jacente e Herança Vacante

Art. 1819 a 1823

Pode acontecer de que alguém morrer e não se sabe se existe herdeiros legítimos e conhecidos
e não sabe se deixou testamento. Herança Jacente. Geralmente acontece isso no caso de
estrangeiros. E se não forem localizados herdeiros legítimos o patrimônio será considerado
vacante e o patrimônio vai passar para o município.

Esse procedimento eh de jurisdição contenciosa prevista no CPC. O procurador do município eh


que vai abrir o pedido de herança vacante ( porque o município que é o destinatário caso a
herança se torne vacante)

Juiz ao receber a petição inicial pode tomar duas providências:

Investigar se o indivíduo deixou testamento no Brasil, se deixou testamento no Brasil vai pedir
uma cópia. Manda para o colégio notarial do Brasil, o pedido para ver se tem testamento.

Apurar qual o valor e tamanho do patrimônio. Vai nomear um oficial de justiça que vai até a
residência do morto e avaliar e arrecadar os bens encontrados. Auto de arrecadação.

Juiz nomeará um curador dos bens encontrados - o procurador. Assim o juiz tentará localizar
eventuais herdeiros legítimos do morto, através de 3 editais (com um intervalo de no mínimo 30
dias e no máximo 90)
Decorrido um ano da primeira publicação, se não aparecer herdeiro legítimo os autos vão
conclusos ao juiz que declarará a herança vacante e assim ficarão excluídos os parentes
colaterais do morto.

Quem ainda poderá reclamar o patrimônio são os outros parentes, através da ação ordinária de
declaração de herdeiros, não dentro do procedimento de herança jacente. Se passar 5 anos da
data de abertura da sucessão os bens passarão para a propriedade do município, se depois
desse período surgir um filho do morto haverá uma preclusão do direito de reclamar a herança.

Sucessão Legítima

É uma das duas espécies de sucessão admitidas no direito brasileiro

Ocorre em duas situações:

Morto não deixa testamento. Patrimônio irá para os herdeiros previstos na lei

Morto deixou testamento porém eh ineficaz/inválido. E não será cumprido. Quem vai receber
são os herdeiros legítimos.

Testamento ineficaz:

Nulo: feito por pessoa incapaz ou não obedeceu a forma prevista em lei. Exemplo. Adolescente
de 15 anos que deixou testamento - não pode, é incapaz. Não há possibilidade de corrigir esse
erro. (Mais de 16 anos já pode fazer testamento, capazes praticar esse ato). Ou se uma pessoa
de 45 anos faz um testamento em um dvd, não pode porque precisa ser escrito.

Anulável: quando houver qualquer tipo de vício na vontade do testador. Exemplo. Coação

Caduco: quando o beneficiário do testamento não existe mais. Cumpriu todos os requisitos

A sucessão legítima obedece um critério de parentesco ou afeto e tem uma ordem de


preferência e exclusão. Art. 1829
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte

I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o
falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640,
parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares;

II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;

III - ao cônjuge sobrevivente;

IV - aos colaterais.

O art. 1790 acrescenta o convivente sobrevivente.

O código de 2002 trouxe o conceito de concorrência - que eh a divisão entre os parentes sobre o
patrimônio do morto.

- Descendente pode concorrer com cônjuge ou convivente sobrevivente.

- Ascendente sempre concorre com cônjuge sobrevivente e pode concorrer com o convivente
sobrevivente.

- O cônjuge sobrevivente sempre concorre com ascendente. Pode concorrer com descendente.
Pode concorrer com o convivente sobrevivente.

- O convivente sobrevivente pode concorrer com descendente, ascendente, cônjuge


sobrevivente e colaterais.
- Os colaterais podem concorrer com o convivente sobrevivente.

Sucessão dos ascendentes

Podem receber o patrimônio sozinhos sem concorrer com nenhuma outra classe e podem
receber o patrimônio ou com cônjuge sobrevivente ou companheiro sobrevivente.

Sucessão Testamentaria

Uma das duas espécies de sucessão. Ocorre quando o autor da herança deixa testamento valido
e só vai ser cumprido com o obito do testador. Esta disciplinada no titulo III.

Conceito jurídico de testamento: ato jurídico personalíssimo, solene, unilateral, não receptício,
gratuito e revogável, no qual alguém dispõe a respeito de seu patrimônio ou determina sua
vontade sobre questões de ordem pessoal para valer após seu falecimento.

Ato jurídico: testamento deve obedecer os atos de validade de um ato jurídico comum.

Agente capaz - CC diz quem não pode, todo o resto pode. Art. 1860 e 1861. Maiores de 16 anos
= os menores de 16 não tem capacidade testamentária. Entre 16 e 18 anos - relativamente
incapaz. Tem capacidade testamentária e não precisa de tutor, tem plena capacidade
testamentária. So quem não pode são os absolutamente incapazes. Se tiver 15 anos e for
emancipada pode testar. Se a capacidade de discernimento estiver afetada ate os absolutamente
capazes nao poderao deixar testamento.

Forma prevista na lei como valida Forma comum = ordinária: existem 3 tipos de testamento.
(Feito por qualquer pessoa que tenha capacidade de testar a qualquer momento)

Público. Feito no tabelião de notas ou no consulado.

Cerrado. Feito ou no tabelião de notas ou nos consulados no exterior, feito por a diferença é que
esse o conteúdo é sigiloso
Particular. Documento é confeccionado de maneira privada. Feito pelo advogado do testador.
Forma especial = extraordinária/excepcional: existem 3 tipos de testamento. (Feito em situações
especiais)

Marítimo. Exemplo. Pessoa a bordo do navio e não pode parar em terra para fazer o testamento
de forma comum. Será um testamento público ou cerrado.

Aeronáutico. Aeronave não pode parar e a pessoa quer fazer um testamento.

Militar. Pode ser realizado durante algum conflito interno ou no exterior

Objeto válido

Disposições devem estar de acordo com a lei na data que o testador morrer.

Ato Personalíssimo - é impossível alguém deixar um testamento por procurador. Deve ser feito
de maneira direta e pessoal pelo próprio testador.

Não recepticio - a renuncia não vai afetar o testamento, ele continua sendo valido porque não é
recepticio. Ao contrario da doação que é recepticio - é necessária a aceitação para que a doação
seja valida.

Ato solene - o autor do ato não estará vivo quando passar a ter efeitos. Se alguém impugnar a
validade do testamento, seria colher uma declaração do testador mas não vai acontecer porque
ja esta morto e por isso que precisa ser um ato solene, formal. (Para evitar fraudes na
elaboração do testamento)

Gratuito - ato de benevolência, disponibilidade. O testador escolhe pessoas como herdeiro não
vai auferir qualquer tipo de vantagem porque ja vai estar morto. Qualquer tipo de clausula que
tiver insinuação de vantagem para o testador ou qualquer membro de sua família poderão
receber qualquer vantagem, aquela clausula do testamento será nula. Vai dispor a respeito do
patrimônio - não serve só para isso e sim também trata da matéria sobre a vontade do testador
e por isso pode ser revogável.

Exemplo. Se o testador, viuvo, tiver filhos menores de 16 anos. Quem vai cuidar dos filhos? São
os avós, mas se ele não quiser pode determinar um tutor para eles no testamento - questão de
ordem pessoal e não patrimonial.

Ato revogável - Art. 1858 Pode ser alterado a qualquer momento. Exemplo. Joao deixou
testamento no dia 11 abril 2015 - tinha uma clausula falando que é irrevogável. Vai ser
considerada totalmente nula pois todo o testamento é considerado revogável

Características

Unilateral - Art. 1863

Conjuntivo: realizado por mais de uma pessoa simultaneamente - não pode, deve ser individual.
É proibido, vários testadores não podem ter o mesmo testamento.

Ato causa mortis - só produz efeitos com a morte do testador. Pode entrar com um ação de
anulação ou nulidade do testamento enquanto o testador estiver vivo? Não. Porque o
testamento pode ser revogado e mesmo assim não produz efeitos antes da morte.

Pede para fazer um exame no pai por exemplo provando sua capacidade de discernir afetada,
guarda o documento ate a data da morte. Se o testamento for nulo ou caduco não vai produzir
efeitos e o patrimônio vai para os herdeiros necessários.

Testamento público

Art. 1864 a 1867, CC

É público porque é elaborado por um oficial público e também porque o conteúdo é público,
acessível a qualquer pessoa, desde que provado o óbito do testador.

Oficial público no brasil - tabeliao ou escrevente autorizado em nome do tabeliao Oficial público
no exterior - consulado (quando nao ha consulado no pais, somente a embaixada, o oficial
público naquele pais vai ser o embaixador ou o funcionario da embaixada)
(Obs. Consulado: trata de interesses do cidadão. Embaixada: trata de interesses de governo para
governo)

É obrigatório ser feito pelo oficial público em português. (Língua nacional)

Se for em outra língua pode ser pelo cerrado.

Pode ser utilizada palavras em outra língua? Pode mas deve ser evitado.

Características

- escrito

- presença de 2 testemunhas pelo menos

- documento tem q ser lido na presença do testador

- assinatura testador, tabelião, testemunha

Peculiaridades exclusivas

- pode ser feito por pessoa analfabeta. Art. 1865

- pode ser feito por pessoa cega. Vai ser lido duas vezes (tabelião e testemunha)
- pode ser feito por pessoa surda. Art. 1866

Vantagens

- sempre será possível verificar após a morte do testador a existência do testamento, basta fazer
uma busca no colégio notarial do brasil.

- Testador entregou uma copia pro amigo, que acabou esquecendo, o colegio notarial vai
informar.

Testamento Cerrado

Também conhecido como misto, sigiloso, misterioso. Porque seu conteúdo a princípio só eh
conhecido pelo próprio testador.

4 fases.

1- elaboração do escrito da cédula testamentário, do instrumento. (Vai redigir o testamento,


manuscrito ou digitado). Pode usar língua nacional ou estrangeira (não pode usar dialeto ou
língua morta). Pode ser de próprio punho do testador ou outra pessoa a mando do testador -
art. 1868, CC.

2 - o testatador na presença de duas testemunhas, leva o escrito ao tabelionato de notas e pede


ao tabelião que aprove aquele documento como seu testamento. O tabelião vai lavrar o auto de
aprovação do documento, não vai analisar o conteúdo, apenas reconhecer o documento como
testamento cerrado. Será lavrado no próprio escrito. Deve conter a assinatura do testador,
testemunha e tabelião. Vantagem:

Execução: morto o testador, documento será aberto em audiência, se o juiz suspeitar que o
documento já foi aberto anteriormente, ele não irá determinar a execução do documento. Esse
tipo de documento é um dos mais frágeis.
Cego e analfabeto só podem testar se for público

Testamento particular

É o único dos três testamentos comuns que não há intervenção do oficial público do
confeccionado de maneira privada.

Testador elabora um escrito (língua nacional ou estrangeira)

O testador exclusivamente deve ler o documento na presença de pelo menos 3 testemunhas,


concluída a leitura, deve ser assinado pelo testador e testemunhas

Só será executado quando morto o testador tem que se dar a confirmação em juízo.
Testemunhas vão ser convocadas para audiência de comprovação de testamento. Peculiaridade:
art. 1879, um escrito assinado de próprio punho, sem testemunha, pelo testador valerá

Testamentos especiais

Testamento marítimo - abordo de uma embarcação

Testamento militar - em situações de guerra no país

Testamento aeronáutico - abordo de uma aeronave

Nas três situações o testamento poderá caducar. Exemplo. Se por exemplo, uma pessoa passa
mal no navio e resolve fazer um testamento, se após desembarcar e até 90 dias a pessoa não
morrer, o testamento caducará.

Conteúdo do Testamento

Art. 1898 a 1911


- Regras permissivas: o que a lei permite ao testador fazer na sua elaboração

- Regras proibitivas: o que a lei proíbe o testador a incluir nesse ato jurídico - será nulo, sem
efeitos.

Há disposições testamentárias que não são incompletas ou obscuras mas o leitor fica em dúvida,
nesses casos é autorizada a interpretação testamentária quando apresentar dois ou mais
sentidos.

Quais as formas de instituição do herdeiro testamentário ou legatário

Pura e simples - simples referência ao nomeado

Sob condição - impor ao nomeado uma condição que precisa ser licita é possível de ser
cumprida. Condição suspensiva: aquisitiva de direito; condição resolutiva: extintiva de direito.

Sob o encargo ou nomeação modal - impor uma obrigação, um dever lícito, que o nomeado
precisa cumprir. Exemplo. Testador escreve no testamento que deixa metade de seu patrimônio
para Marcelo se ele construir uma ala no hospital para crianças com câncer. Ele deve cumprir o
encargo para receber o patrimônio, se durante esse período o nomeado morrer, seus sucessores
podem continuar a construção.

Por certo motivo ou por certa causa - o testador vai justificar o porquê da nomeação. Se o
testador errou o nome da pessoa, quem vai receber o patrimônio eh quem deu caso a
nomeação. Por exemplo, João nomeou Fernando como herdeiro porque salvou sua vida, mas na
verdade que salvou a vida dele foi Marcelo, quem vai receber o patrimônio eh o Marcelo.

Dentro das regras permissivas também é autorizado ao testador gravar

Art. 1848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não pode o testador
estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os
bens da legítima.

§ 1º - Não é permitido ao testador estabelecer a conversão dos bens da legítima em outros de


espécie diversa.

§ 2º - Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem ser alienados os bens
gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus dos
primeiros.

Todo testador que gravar aos herdeiros legítimos só poderá fazê-lo se explicar o motivo disso.
Exemplo. Filho viciado em drogas e o pai tem medo que se deixar o patrimônio vai usar pra
comprar drogas e por isso grava o testamento com a cláusula de inalienabilidade.

O justo motivo deve estar presente na data da abertura da sucessão e também a época que foi
elaborado o testamento.

O que se entende por justo motivo? Caráter discricionário. O Justo sempre deverá ser avaliado
não a data que o testamento foi feito mas sim na data da morte do testador. (Interpretado em
relação aos hábitos sociais na data do falecimento).

Art. 2043 - disposição transitória. Todo testamento feito antes de janeiro de 2003, em que o
testador gravou o patrimônio para herdeiro necessário, sem justo motivo. Essa cláusula deverá
ser adotada explicando a razão da escolha por gravar o testamento. Se não o fizer o herdeiro
recebe o bem livre e desembaraçado.

Art. 2.043. Até que por outra forma se disciplinem, continuam em vigor as disposições de
natureza processual, administrativa ou penal, constantes de leis cujos preceitos de natureza civil
hajam sido incorporados a este Código.

Revogação do testamento

O testamento É um ato revogável.


A revogação pode ser total e parcial.

Total: o testamento posterior (revogador) torna sem efeito em 100% as disposições do


testamento anterior (revogado)

Parcial: o testamento revogado prevalece nas disposições testamentarias que não foram
revogadas pelo testamento posterior (revogador). É comum que alguém que deixe 2
testamentos e ambos são cumpridos, quando o posterior revogou parte do que estava no
primeiro.

Forma da revogação

Se subdivide em 3 modalidades

Expressa: aquela na qual uma disposição testamentária do testamento posterior diz,


explicitamente, que o testamento anterior esta revogado. Maneira mais segura de se apurar a
vontade do testador. Pode ser total ou parcial.

TÁcita: quando as disposições testamentarias do testamento anterior forem conflitantes com o


testamento posterior. Pode ser total ou parcial

Legal: em qualquer uma das hipóteses a revogação sempre será total. Efeito imposto pela lei,
ainda que não seja a vontade do testador, ocorrerá a revogação total do testamento se prevista
uma das hipóteses prevista em lei.

- Rompimento do testamento: 1 hipótese: art. 1973. Se na data que o testamento foi feito não
existia (não tinha) ainda um descendente necessário, e ele não fez um testamento novo,
obrigatoriamente vai ser revogado para incluir o descendente, ainda que não fosse a vontade do
testador.. 2 hipótese: 2 filhos, divorciou, está morando com amante sim filhos. Hoje não haverá
revogação do testamento se na data da morte já tinha mais de um filho. Só haverá revogação
total no caso de apenas um filho após a elaboração do testamento. Se ele não conhecia o
terceiro filho haverá rompimento. Se ele conhecia e mesmo assim optou por não colocar no
testamento a ~ não haverá rompimento. Como se prova? Qualquer meio de prova

- Destruição ou abertura do testamento cerrado - se for de maneira clandestina sem autorização


do testador, só vale se aberto perante o juiz. Não vai haver revogação. Se o documento não
puder ser recuperado ai vai ser revogado.
Art. 1.974. Rompe-se também o testamento feito na ignorância de existirem outros herdeiros
necessários.

Herdeiros necessários: descendentes, ascendentes, cônjuge. Exemplos: a mãe sempre disse ao


seu filho que ele não possuía pai. Aos 17 anos, vira um jogador de futubol renomado. Faz um
testamento. Quando morre, aparece seu pai. Portanto, a princípio será feito o rompimento do
testamento.

Inventário

É um procedimento de jurisdição contenciosa previsto no código de processo civil nos artigos


982 e seguintes, cuja finalidade são os seguintes:

1. Identificar quem faleceu, qualificando a pessoa do autor da herança.

2. Depois de identificado quem morrer, será determinado quem são os sucessores do morto e
qualidade a que sucedem.

3. Apurar a extensão do patrimônio que o morto deixou.

4. Apurar o valor desse patrimônio para fins de pagamento do ITCMD.

5. Partilha do patrimônio entre os sucessores que já foram anteriormente indentaríamos.

O inventário se divide em duas categorias: o inventário judicial e o extrajudicial.

Antes de 2007, todo inventário era obrigatoriamente judicial. Em qualquer situação os herdeiros
do morto deveriam abrir o inventário em juízo. Depois da mudança do artigo de 982 do CPC,
passou a se permitir a abertura de um inventário no tabelionato de notar por meio de escritura
pública de divisão amigável.
O inventário será extrajudicial, quando estiverem presentes os seguintes requisitos: todos os
herdeiros do morto são maiores, capazes, presentes (representados por advogados) e
concordes, não pode haver testamento. Necessariamente há a exigência de um advogado. Será
pago o imposto ITCMD. Quanto aos documento, necessário levar documentos dos herdeiros,
certidão de óbito e casamento do morto, prova de patrimônio que o morto deixou. Será
confeccionada uma escritura pública de divisão amigável.

O inventário necessariamente será judicial quando houver testamento deixado pelo morto,
ainda que tenha apenas herdeiros maiores, capazes, presentes. Outra exigência para um
testamento em juízo é a presença de herdeiro incapaz, herdeiro ausente (não está representado
por advogado), discordância entre os sucessores em relação a partilha.

Inventário judicial (CPC, 982)

Deve ser aberto até 60 dias após a data da morte e deve ser concluído até 12 meses da sua
abertura.

- Se o morto era casado, terá legitimidade o cônjuge.

- Se o morto vivia em união estável, terá legitimidade o companheiro.

Pode requerer a abertura do inventário em concorrência com o cônjuge e com o companheiro,


qualquer herdeiro do morto, seja herdeiro legítimo, seja herdeiro testamentário. Ainda, se há
testamento, pode requerer a abertura do inventário, o testamentário. Inclusive, um estranho
pode requerer a abertura do testamento, desde que esse estranho estiver de fato cuidando do
patrimônio que o morto deixou. No mais, o Ministério Público poderá requisitar a abertura do
inventário apenas nos casos em que houver herdeiro menor.

São vários os locais competentes para abertura do inventário.


Posto isso, o juiz nunca poderá se declarar incompetente de ofício e recusar-se a processar o
inventário. Alguns dos possíveis locais são: Ultimo domicílio do morto, no local onde se localizam
a maioria do patrimônio deixado pelo morto, local onde se deu o óbito do autor da herança, etc.

Se o inventário não for aberto no prazo de 60 dias, os herdeiros receberão uma multa sobre o
ITCMD. Exemplo: 10% sobre o ITCMD. Se passar de 120 dias, a multa dorna para 20%. Aberto o
inventário, a primeira providência do juiz será a nomeação de um representante do espólio
(herança), também conhecido por inventariante. O espólio surge desde a data da abertura do
inventário, até o final da partilha.

As atribuições do inventariante são as seguintes: administrar, cuidar, conservar patrimônio da


data da abertura do inventário até a data que é feita a partilha entre os herdeiros. Deverá,
também, dar andamento ao inventário, prestar constas da administração do patrimônio sempre
que alguém exigir essa prestação. Poderá exigir essa prestação, o juiz, qualquer herdeiro, o MP
(herdeiro incapaz). Por fim, representará o espólio em juízo e inclusive, extrajudicialmente.

Na doutrina existem duas espécies de inventariante: o inventariante legal e o dativo. O primeiro,


consiste em qualquer uma das pessoas mencionadas no CPC no artigo 986 e seus incisos. O
segundo, é uma pessoa de confiança do magistrado, o qual será nomeada pelo juiz, como por
exemplo, o advogado que solicitou a abertura do inventário

Se o inventariante não cumprir com suas obrigações e não exercer de maneira correta suas
funções de administrador do patrimônio do morto, ele poderá ser afastado do cargo.

São duas as maneiras de se afastar o inventariante do cargo que ele ocupa:

Mediante provocação: o juiz é provocado e assim, o afastamento se da pela remoção do


inventariante.

Mediante ato de ofício do juiz: ninguém provoca o juiz e o inventariante não está cumprindo
com suas obrigações, poderá o juiz afastar o inventariante, ou seja, o inventariante será
destituído ("desnomear"). Portanto, é um ato de ofício.

Partilha
O inventário judicial térmica com a partilha. Existem duas espécies de partilha:

Partilha amigável: exemplo. Tem herdeiros incapazes deve ser aberto em juízo e poderá terminar
em uma partilha amigável, por exemplo, 4 filhos, 25% para cada.

Partilha judicial: exemplo. Herdeiros não entram em acordo ou com o herdeiro ausente. Juiz
deve decidir.

Uma vez homologada a partilha judicial e a decidia partilha amigável, transitadas em julgado
ainda podem ser impugnadas.

Transitada em julgado é expedido um documento - formal de partilha ou carta de partilha, que


consiste na cópia das principais peças do inventário (pedido de abertura do inventário, certidão
de óbito, casamento e nascimento, primeiras declaração que vão conter a relação de patrimônio
que o morto deixou, certidão de trânsito em julgado do inventário).

Obs. Inventário: extrajudicial - escritura pública de divisão amigável

Judicial - partilha amigável ou partilha judicial

A partilha é o último ato do inventário. Vai cumprir o que foi decidido no inventário.

Para fazer o registro - Vai averbar na matrícula do imóvel que vai passar do nome do morto para
os herdeiros. Se tiver interesse em vender vai ter que provar que é o dono do apartamento e
para isso é necessário o registro.

A partilha no inventário judicial, se for amigável e já tiver transitado em julgado, expedido o


formal de partilha ainda pode ser impugnada por apenas pela ação anulatória da partilha
amigável - art. 1029 CPC.
Exemplo. Quando houver vício de vontade, erro, etc. Se foi partilha judicial, depois de transitado
em julgado, vai ser impugnada por ação rescisória no inventário judicial - art. 1030. CPC.

Arrolamento de bens

Um espécie de inventário judicial simplificado. O arrolamento foi praticamente extinto em 2007


quando o art. 982 do CPC foi modificado e passou-se a admitir o inventário extrajudicial. Antes
de 2007 sempre o inventário deveria ser aberto em juízo. Quando o morto não deixava
testamento e todos os herdeiros eram maiores, capazes e concordes poderia ser o arrolamento
sumário.

Quando se permitiu o judiciário extrajudicial, uma das modalidades de arrolamento desapareceu


- que o o arrolamento sumário.

O arrolamento comum, art. 1036. Vai ser dar quando alguém morre, deixa testamento, herdeiro
ausente.. Tem que ser aberto em juízo. Mas se o patrimônio for menor que 2 mil obrigações
reajustáveis do tesouro nacional poderá ser feito por arrolamento comum. Essas obrigações
representam 100 mil reais.

Inventário normal e arrolamento - diferença é que no arrolamento não existem algumas etapas.

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