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FORMAÇÃO DE LITURGIA
A liturgia ocupa um lugar central em toda a ação evangelizadora da Igreja. Ela é o “cume
para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte de onde emana toda a sua força”
(SC 10). Nela, o discípulo realiza o mais íntimo encontro com seu Senhor e dela recebe a motivação
e a força máximas para a sua missão na Igreja e no mundo (cf. DGAE nº 67).
Há uma relação muito profunda entre beleza e liturgia. Beleza não como mero
esteticismo, mas como modalidade pela qual a verdade do amor de Deus em Cristo nos alcança,
fascina e arrebata, fazendo-nos sair de nós mesmos e atraindo-nos assim para a nossa verdadeira
vocação: o amor (cf. SCa 35). Unida ao espaço litúrgico, a música é genuína expressão de beleza,
tem especial capacidade de atingir os corações e, na liturgia, grande eficácia pedagógica para levá-
los a penetrar no mistério celebrado.
Acompanhamos, com entusiasmo e alegria, o florescer de grupos de canto e música
litúrgica, grupos instrumentais e vocais, que exercem o importante ministério de zelar pela beleza
e profundidade da liturgia através do canto e da música. Sua animação e criatividade encantam
muitos daqueles que participam das celebrações litúrgicas em nossas comunidades. Ao soar dos
primeiros acordes e ao canto da primeira nota, sentimos mais profundamente a presença de Deus.
Lembramos alguns aspectos importantes que contribuem para a grandeza do mistério
celebrado.
1. A importância da letra na música litúrgica - a letra tem a primazia, a música está a
seu serviço. A descoberta da beleza de um canto litúrgico passa necessariamente pela análise
cuidadosa do conteúdo do texto e da poesia. A beleza estética não é o único critério. Muitas
músicas cantadas em nossas liturgias estão distanciadas do contexto celebrativo.
“Verdadeiramente, em liturgia, não podemos dizer que tanto vale um cântico como outro; é
necessário evitar a improvisação genérica e o canto deve integrar-se na forma própria da
celebração” (SCa 42). Não é possível cantar qualquer canto em qualquer momento ou em qualquer
tempo. O canto “precisa estar intimamente vinculado ao rito, ou seja, ao momento celebrativo e
ao tempo litúrgico” (DGAE 76). Antes de escolher um canto litúrgico é preciso aprofundar o
sentido dos textos bíblicos, do tempo litúrgico, da festa celebrada e do momento ritual.
2. A participação da assembleia no canto - o Concílio Vaticano II enfatiza a
participação ativa, consciente, plena, frutuosa, externa e interna de todos os fiéis (cf. SC 14). O
canto litúrgico não é propriedade particular de um cantor, animador, ou de um seleto grupo de
cantores. A liturgia permite alguns momentos para solos (tanto vocais quanto instrumentais),
porém a assembleia deve ter prioridade na execução dos cantos litúrgicos. O animador ou o cantor
tem a importante missão, como elemento intrínseco ao serviço que presta à comunidade, de
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favorecer o canto da assembleia, ora sustentando, ora fazendo pequenos gestos de regência,
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REFLETIR EM GRUPO:
- Na escolha dos cantos, a equipe de música analisa o texto para ver se está de acordo
com a liturgia do dia?
do canto litúrgico com banda para animação de shows. Sem se dar conta, o grupo adota uma prática
que se afasta da verdadeira função do canto litúrgico e prejudica a participação da assembleia.
Trata-se do costume de cada cantor ter um microfone (já vi igrejas com 10 microfones
para o grupo de cantos – e não era igreja grande, não!). O problema não está no número de
microfones, mas no fato de as pessoas permanecerem usando os microfones, enquanto a
assembleia também canta. Assim o canto do povo de Deus é completamente abafado.
Este é o verdadeiro problema. Um instrumento técnico, o microfone, deve servir para
animar a assembleia e não para abafar, esconder, suprimir as vozes do povo santo que se reúne
para cantar as maravilhas do Senhor.
Então não devemos mais usar microfones? – alguém pergunta. É óbvio que, na maioria
de nossas igrejas, precisamos de microfones. Mas o grupo de cantores deve usar este instrumento
APENAS para iniciar o canto. Para tanto, não bastaria 1 ou 2 microfones?
Se o grupo dispõe de cantores bem preparados, pode fazer um ou outro “as vozes”,
precisando então de algum microfone a mais. Isto, porém, não abafaria o canto da assembleia.
Depois que o povo começa a cantar, o cantor se afasta do microfone, deixando que apareça
claramente a voz da assembleia. O que deve ser ouvido é o canto da assembleia litúrgica, povo
sacerdotal, família de Deus, Corpo de Cristo, e não a voz de 1, 2 ou 5 pessoas apenas.
O mesmo vale para os instrumentos musicais, alguns com imensa e potente caixas de
som. Para quê? Se for para animar uma missa ao ar livre, num estádio, tudo bem. Mas JAMAIS
numa capela pequena ou média, que não necessita de muita ampliação de som.
Infelizmente, o que muitas vezes se constata é um barulho (ruído) excessivo que perturba
e tira a calma e a serenidade indispensáveis para que a assembleia possa ouvir a própria voz e
tenha momentos de silêncio que favoreçam a escuta da Palavra e o louvor que brota de nosso
coração agradecido. Depois, façam a experiência: como é bonito o som de um violão sem
ampliação! O ideal seria mais violões e menos amplificadores.
Nossa reflexão não quer, de forma alguma, desconsiderar a boa vontade, o empenho e a
solicitude de tantos e tantos animadores de cantos, músicos e instrumentistas de nossas
comunidades. Eles são uma benção para as nossas comunidades. O que queremos é alertar para
certos exageros e apontar para a função específica deste ministério: “garantir a devida execução
das partes que lhe são próprias, conforme os vários gêneros de canto, e auxiliar a ativa participação
dos fieis no canto” (IGMR, n. 103).
Como parte de nossa formação, veremos a seguir o DVD produzido por Verbo Filmes,
Paulus e Rede Celebra, com o apoio da CNBB, intitulado: CANTO E MÚSICA NA LITURGIA.
Música ritual
apenas pela sua capacidade de suscitar a participação ativa, nem por seu valor estético-cultural,
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nem por seu sucesso popular, mas pelo fato de permitir aos crentes implorar os ”Kyrie Eleison”
dos oprimidos, cantar os “Aleluia” dos ressuscitados, sustentar os “Maranatha” dos fiéis na
esperança do Reino que vem.6
Definida esta exigência essencial da funcionalidade da Música Litúrgica, nada mais
natural que dar boas-vindas a qualquer gênero de música, desde que:
Esteja intimamente ligada à ação litúrgica a ser realizada, quer exprimindo mais
suavemente a oração, quer favorecendo a unanimidade, quer, enfim, dando maior
solenidade aos ritos sagrados;7
não use melodias que já revestiram outros textos não-litúrgicos;
respeite a sensibilidade religiosa do nosso povo;
empregue, de maneira equilibrada e judiciosa, as constâncias melódicas e rítmicas da
folcmúsica brasileira, evitando qualquer abuso de ritmos que possam empobrecer a música,
e até torná-la exótica para nossas assembléias;8
seja adequada ao tipo de celebração na qual será executada;
leve em conta o tempo do ano litúrgico;
esteja em sintonia com os textos bíblicos de cada celebração, especialmente com o
Evangelho, no que diz respeito ao canto de comunhão;
esteja de acordo com o tipo de gesto ritual;
expresse o mistério vivido de determinada comunidade, vivendo intensamente a luta, a
perseguição, o martírio, a pobreza;
tenha um texto bíblico, ou inspirado na Bíblia, como também uma linguagem poética e
simbólica e um caráter orante, permitindo o diálogo entre Deus e seu povo;
se expresse na linguagem verbal e musical, no “jeito” da cultura do povo local,
possibilitando uma participação consciente, ativa e frutuosa dos fiéis;
não seja banal, mas artística e bonita, como é bonito um pôr-do-sol, um olhar de criança ...
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O(a) salmista
Valorizar o seu ministério específico que poderá ser exercido com habilidade artística,
evitando o virtuosismo, proclamando os textos bíblicos, em especial o Salmo Responsorial. Não
se deve admitir “cantores profissionais” contratados apenas para “dar show” na celebração. Isso
desmerece totalmente o trabalho das equipes de celebração, além de transformar a própria
celebração em mera formalidade “social”, sem significado litúrgico verdadeiro, mais “comércio”
que liturgia.
Os instrumentistas
Os instrumentos podem ser de grande utilidade na liturgia, quer acompanhando o canto,
quer sem ele67, à medida que prestam serviço à Palavra cantada, ao rito e à comunidade em oração.
Assim como a voz, o instrumento musical, enquanto prolongamento da ação humana, não pode
ser classificado como sacro ou profano. O uso de determinados instrumentos na liturgia vai
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SEGUNDO GRAU:
- o “Senhor, tende piedade", o “Glória" e o "Cordeiro de Deus"; a Profissão de Fé; a oração dos
fiéis.
TERCEIRO GRAU:
- os cantos processionais de entrada e comunhão; o Salmo Responsorial; as leituras da Sagrada
Escritura.
A grande vantagem dos cantos das partes fixas é que sua letra não muda e podem ser
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cantados de cor, dispensando o 'papel' (o folheto), que tanto dificulta a comunicação entre os
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participantes. Essa vantagem, no entanto, é eliminada quando os cantos fixos constantemente são
substituídos por paráfrases de todo o gênero.
Examine-se, também, se as músicas respeitam os diversos gêneros de textos:
proclamações, aclamações, hinos, etc.…, pois cada gênero tem uma função específica que deve
ser acentuada pela música escolhida para este texto.
dos ministros que assumem o compromisso de fazê-lo acontecer de forma ministerial nas
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celebrações, convém lembrar que há dois tipos de cantos na Liturgia: cantos que são RITOS e
cantos que são PARA ACOMPANHAR RITOS.
• Cantos que são Ritos:
- Ato Penitencial
- Hino de Louvor
- Canto do Salmo
- Canto de Aclamação
- Canto das Sequências
- Canto do Creio
- Canto do Prefácio
- Canto do Santo
- Canto da Doxologia
- Canto do Pai-Nosso
- Abraço da Paz
- Cordeiro de Deus
Então, para que possamos cantar o Rito Penitencial, devemos observar a sequência,
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conforme a seguir:
- Se cantarmos um canto de perdão no lugar do “Confesso...”, logo após teremos a
absolvição e, em seguida, o Kyrie, ainda que rezado; Ex.: O canto “Convite gentil” pede o Kyrie
após a absolvição.
- Se optarmos por cantar um Kyrie, devemos primeiro rezar a oração “Confesso...”,
aguardar a absolvição para, somente então, cantar o “Senhor, tende piedade de nós...”;
- Se o canto que escolhermos contiver uma fórmula penitencial e o Kyrie, ficará assim
completo. Após ele, somente a absolvição. Ex.: “Senhor, que viestes salvar os corações
arrependidos...” ou “Quantas vezes...”.
Letra: deve expressar os sentimentos confiança na bondade e misericórdia do Pai. (MR
390-398).
Música: lenta, que leve a introspecção e que seja cantada com piedade. Não deve ser
acompanhada de instrumento de percussão (exceto no caso de celebração em rito afro).
Obs.: Cantos como “Renova-me” ou “Toca, Senhor” não são cantos para o momento do
rito penitencial. Podem ser usados nos encontros de oração.
A fórmula para o Rito Penitencial pode ser substituída, quando for oportuno, pelo Rito da
Aspersão. (Hinário Litúrgico pp. 83-89).
HINO DE LOUVOR (CANTO DO GLÓRIA)
É um hino no "antiquíssimo e venerável" (MR) pelo qual a Igreja glorifica a Deus Pai por
Jesus Cristo, Cordeiro de Deus, na unidade do Espírito Santo. O Cordeiro é o glorificado, não
constitui uma aclamação trinitária (Doc. 43 Animação da Vida Litúrgica no Brasil CNBB n° 257
e MR nº 31- pág. 38).
Portanto, para este momento, não é qualquer canto que fale em louvor que é adequado
para se cantar. O canto “Louvado seja” não é um canto de glória. É preciso que a letra esteja em
sintonia com este texto da Igreja ''Glória a Deus nas alturas e...”.
A CNBB propôs uma letra para todos os cantos de glória, que devemos procurar seguir:
“Glória a Deus nos altos céus, paz na terra a seus amados, a vós louvam reis celestes e os que
foram libertados; Deus e Pai, nós vos louvamos, adoramos, bendizemos...”. A música deve ter
ritmo vibrante, cantada por toda a assembleia e acompanhada por todos os instrumentos musicais,
sinos, e o que mais for da cultural local”.
Este hino deve ser cantado nos domingos, festas e solenidades. Não é cantado durante a
Quaresma e Advento. No Tempo Comum só será cantado durante a semana se houver alguma
Festa ou Solenidade (Corpus Christi, Festas de Nossa Senhora, etc.).
CANTO DO SALMO
Função: Para a Liturgia da Palavra ser mais rica e proveitosa, há séculos, um salmo tem
sido cantado, como prolongamento meditativo e orante da Palavra proclamada. Ele reaviva o
diálogo da Aliança entre Deus e seu povo, estreita os laços de amor e fidelidade. A tradicional
execução do Salmo Responsorial é dialogal: o povo responde com um curto refrão aos versos
sálmicos, cantados por um solista. Deve ser cantado ou proclamado do ambão.
Todos os Salmos foram feitos para serem cantados e não rezados. Daí, se houver
dificuldade para o seu canto, que pelo menos o refrão seja cantado. Há muitos tons para o canto
do Salmo Responsorial. O salmista pode aprender recorrendo ao Oficio Divino das Comunidades
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e aos Hinários Litúrgicos da CNBB. Temos ainda o livro de partituras da Paulus, anos A, B e C,
com os respectivos cd’s, que possuem melodia adequada para todos os salmos.
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Deve ser cantado da Mesa da Palavra. Porém, se o salmista for o instrumentista ou o
puxador de canto do dia, neste caso poderá ser cantado do mesmo local onde canta o grupo. Aqui
entra o bom senso, de buscar-se sempre a harmonia da celebração como um todo, evitando-se
andar de um lado para outro, tirando assim a concentração da assembleia.
O Salmo Responsorial tem uma ligação profunda com a leitura proclamada, portanto não
podemos alterar ou modificar de acordo com o gosto das pessoas. O salmo jamais deverá ser
cantado por inteiro pelo salmista ou pela assembleia. É oportuno que se busque, com criatividade,
tornar este canto o mais alternado possível. O acompanhamento com instrumento musical deve ser
discreto. Em alguns casos, é melhor não ter.
CANTO DE ACLAMAÇÃO
Com a exceção da Quaresma, em todos os outros tempos litúrgicos o canto de aclamação
deve ter ALELUIA. Aleluia quer dizer “Deus seja louvado!” Deve ser um canto que tenha forte
referência ao momento. É um convite à assembleia para ouvir o anúncio da Boa Nova de Jesus
que está vivo entre nós. Deve ser um canto curto, um "hip-hip hurra" para o Evangelho. O ritmo
deve ser vibrante, alegre, festivo e acolhedor. Nada impede que este canto seja retomado após a
proclamação, acompanhado de todos os instrumentos.
Os lecionários oferecem já prontas algumas aclamações que estão dentro da temática dos
textos do dia, bastando adaptar algumas melodias conhecidas. É parte da Liturgia da Palavra e por
isso pode ser entoada da Mesa da Palavra ou pelo grupo de canto.
CANTO DAS SEQUÊNCIAS
As sequências são facultativas exceto nos dias da Páscoa e de Pentecostes. Mas, na
medida do possível, em outras solenidades, convém procurar cantá-las, pois são belíssimas e
ajudam a penetrar no mistério celebrado. Melodia reflexiva cantada por um solista, alternada com
a assembleia.
CANTO DO CREIO
Após ouvir a Palavra de Deus a assembleia proclama a sua fé. Quando cantado, deve o
ser por todo o povo, seja inteiro, seja alternadamente. Não é qualquer canto que fale em fé ou creio
que é adequado, mas a letra deve conter o resumo da nossa fé (Símbolo dos Apóstolos) (MR n°
43-44, pág. 41).
CANTO DO SANTO
É o proclamar que Deus é três vezes Santo (Santidade Perfeita). A letra deve ser
compatível com a oração: “Santo, Santo, Santo... o céu e a terra proclamam... Hosana nas alturas,
bendito o que vem...”. É um canto vibrante pela sua natureza. Ninguém exclama: Hosana, hosana,
hosana, se não estiver com espírito alegre. Aliás, é oportuno lembrar que os cantos ficam mais
vibrantes quando a gente acredita no que está cantando. Deve ser acompanhado de todos os
instrumentos e o que mais houver na cultura local (MR nº 55).
DOXOLOGIA
É o "Por Cristo, com Cristo e em Cristo...”. O amém da Doxologia é o amém mais
importante da missa e, portanto deve ser cantado, obviamente, por todo o povo. Se o presidente
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cantar a doxologia, melhor ainda; se não cantar, a equipe combina e ensaia para cantar o Amém.
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CANTO DO PAI-NOSSO
Por ser a "ORAÇÃO que o Senhor nos ensinou" não deve nunca ser substituída por outro
canto parafraseando o Pai-Nosso (que poderão ser cantados em outros momentos: cursos,
encontros, etc.). Outra recomendação é que se cantem todos juntos, evitando-se o que se vê por aí:
gente solando, gente fazendo coro, recitativo, etc. (MR nº 56, pág. 44)". Deve-se ter o cuidado de
não utilizar melodias profanas para a letra do Pai-Nosso, como se vê frequentemente.
ABRAÇO DA PAZ
É um canto facultativo, podendo ser reservado para ocasiões especiais ou transferido para
o final da missa. Não pode abafar o “Cordeiro de Deus”, que tem a preferência durante o rito da
fração do pão. (CNBB 79, A música litúrgica no Brasil, 322). A sua função é apenas acompanhar
o gesto de saudação e, por isso, deverá ser o menor canto da celebração. Nada mais desagradável
do que um canto desta natureza que parece não ter fim. (MR n° 56, pág.45). Atenção para as
músicas profanas nesta hora. Inadmissível, por exemplo, cantar-se “Eu quero ter um milhão de
amigos...” como canto de paz.
Ainda sobre o momento da paz, “durante o Sínodo dos Bispos foi sublinhada a
conveniência de moderar este gesto, que pode assumir expressões excessivas, suscitando um pouco
de confusão na assembleia precisamente antes da comunhão. É bom lembrar que nada tira ao alto
valor do gesto a sobriedade necessária para se manter um clima apropriado à celebração, limitando,
por exemplo, a saudação da paz a quem está mais próximo.”. (Exortação Apostólica Sacramentum
Caritatis, 150, Papa Bento XVI).
CORDEIRO DE DEUS
É o rito do partir o pão. Quem inicia este canto é o animador de canto, ministro ou
assembleia toda e não o presidente.
Canta-se o Cordeiro com uma melodia não muito rápida. É um rito próprio da Celebração
Eucarística. Deve conter a letra própria da oração: “Cordeiro de Deus, que tirais o pecado...”.
CANTO DA COMUNHÃO
É um canto que exprime a alegria da participação na Ceia do Senhor. É um canto
processional, isto é, para se cantar andando. É um momento que, por tradição, todos cantam e há
cantos lindíssimos. Teologicamente é a evocação do Povo de Deus em marcha, aproximando-se
da Fonte da Vida, para que, se alimentando do Corpo e Sangue do Senhor, continue a sua marcha
até a Terra Prometida. Deve-se cuidar que não seja muito estrepitoso, barulhento, nem que ocupe
todo o tempo da procissão de comunhão. Jamais deverá continuar após terminar a distribuição
da Comunhão. Neste momento deve entrar o silêncio, para que os fiéis entrem em comunhão com
Deus e com os irmãos.
Letra: deve ter sintonia com o Evangelho e com o Mistério da Eucaristia.
Música: toada, balada que se possa cantar caminhando, como uma dança litúrgica.
OBSERVAÇÃO
Nunca houve no esquema da Celebração Eucarística, da Palavra ou de um Sacramento
o Canto de Ação de Graças. A Oração Eucarística na Missa e o momento de louvação na
Celebração da Palavra é o lugar da verdadeira Ação de Graças.
O que se pode fazer, neste momento, é cantar um pequeno refrão orante, que esteja de
acordo com o momento celebrativo. Mas que isto não se torne um costume, e, sim, um melhor
aproveitamento daquele momento específico.
ação de graças após a comunhão.76 Sobretudo, se durante o repartir do Pão Eucarístico houve
música instrumental ou canto polifônico do coro, um canto da assembleia em seguida poderia ser
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uma expressão apropriada de unidade no Senhor Jesus. Este canto não é necessário, e às vezes nem
desejável, quando já houve um Canto de Comunhão, com participação do povo, que se prolongou
por algum tempo após a distribuição do alimento eucarístico. Recomenda-se, então, o silêncio
sagrado, um momento de interiorização, após a movimentação ou exultação que poderá ter
caracterizado a procissão de comunhão.
Forma: Dado que não é especificado nenhum texto particular, há campo aberto para a
criatividade criteriosa.
O mais desejável e proveitoso seria que esse canto fosse uma ressonância da Liturgia da
Palavra.
CANTO DE DISPERSÃO
Não é canto final, mas um canto para acompanhar a dispersão da assembleia, aquele povo
amado, convocado por Deus Pai, que aceitou o convite, que ouviu a Palavra, que participou da
comunhão e que agora é enviado em missão. Este canto é curto, vibrante e possivelmente só será
cantado pelo grupo de canto após a bênção e a despedida. Pode ser oportuno um canto de envio ou
canto a Nossa Senhora, ou outro de acordo com o tempo ou a festa litúrgica.
Concluindo...
E agora, diante do que vimos até aqui, alguém poderá dizer que é difícil encontrar o canto
litúrgico adequado? Podemos indicar uma fonte segura, bem preparada, de fácil acesso, que são
os Hinários Litúrgicos preparados pela CNBB...
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Fontes de Consulta
TRIARCA - Dicionário de Liturgia - Verbete Música
Doc 43 - CNBB - Animação da Vida Litúrgica no Brasil
FABRET - Dinâmica para as Equipes de Liturgia
BUYST, Ione - Celebração do Domingo ao Redor da Palavra de Deus
FIORI, Carlo - Liturgia para o Povo de Deus
BECKHAUSER, Alberto - Celebrar a Vida Cristã
VALENTIM, Antônio - Liturgia: Fonte Vital da Comunidade
Instrução Geral sobre o Missal Romano
Reunidos em Nome de Cristo - (IGMR)
Cadernos e Anotações do CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM LITURGIA
Hinário Litúrgico
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- Reunião da Equipe
A equipe se reúne com antecedência para preparar a celebração e periodicamente. As pessoas chegam
ao local da reunião já preparado antecipadamente ou a redor de uma mesa, ou cadeiras em círculo.
- Pedir as luzes do Espírito Santo
O Espírito Santo reza em nós. Não pode haver celebração litúrgica sem a ação do Espirito Santo.
Pode ser entoado um canto ao Espirito Santo (A nós descei divina luz; Vem, ó Santo Espirito... ou outro
apropriado).
- A equipe prepara a celebração do 15º domingo do tempo comum, seguindo os passos do MÉTODO:
PREPARANDO A CELEBRAÇÃO
1º Passo - O que celebramos?
Situar a celebração no tempo litúrgico, no espaço celebrativo e na vida da comunidade.
a) Sentido teológico-litúrgico da celebração do TEMPO COMUM
No tempo comum celebramos o mistério de Cristo em sua globalidade, especialmente aos
domingos. É um tempo importante para assimilação do mistério pascal de Jesus Cristo, uma vez que nele
se desenvolve o mistério de Cristo de modo progressivo e profundo.
Neste tempo, somos convidados a prestar atenção especial aos textos bíblicos, divididos em A.B
e C. Estes textos, sobretudo a leitura contínua de um dos evangelistas, nos colocam no seguimento de
Jesus Cristo, desde o chamamento dos discípulos até os ensinamentos a respeito do fim dos tempos.
Em cada um dos acontecimentos que ocorrem no caminho, Deus vai revelando o mistério de Jesus
e nós vamos sendo convidados a aderir mais profundamente, mais apaixonadamente à sua pessoa e à sua
causa. Nos acontecimentos cotidianos da vida e da caminhada de Jesus, vamos percebendo o Mistério
maior que está presente também em nossa vida, tanto nos acontecimentos extraordinários como
também naqueles que nos parecem banais e rotineiros. Em todos eles, é Deus que está presente, é Deus
que nos chama, nos fala, nos toca, nos convida ao seguimento de Jesus, nos envia como testemunhas das
realidades em que vivemos... Cada domingo é assim uma visita de Deus para nos renovar, para libertar o
seu povo, para nos unir mais a ele e entre nós”1
No início do tempo comum, depois do natal e antes da quaresma lemos o início da missão de Jesus,
com o chamado dos discípulos, a proposta do Reino;
Em seguida, vamos acompanhamos cada evangelho, quase que do começo ao fim, pulando aquelas
passagens que são lidas nos tempos fortes do ano litúrgico;
No final do tempo comum, ouvimos as palavras de Jesus sobre o fim do mundo – o discurso
escatológico.
Em alguns domingos do tempo comum celebramos algum mistério da vida do Senhor, de Maria e
dos Santos, como por exemplo, o domingo da Trindade, Nascimento de João Batista (quando cai no
domingo), de Pedro e Paulo, Assunção de Maria e outros.
Durante a semana lê-se: Marcos (semanas I a IX), depois Mateus (semanas X a XXI), em seguida
Lucas (semanas XXII a XXXIV).
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(Aqui já temos alguns elementos para a compreensão do mistério celebrado no tempo comum, para
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outras preparações é recomendado que um membro da equipe pode preparar com antecedência um pequeno resumo
sobre o mistério que será celebrado. Na reunião os outros membros completam).
1 BUYST, Ione. Mistérios. Revista de Liturgia, São Paulo, v. 20, n. 118, p. 9, jul./ago. 1993.
b) Qual a relação entre este mistério e a vida cotidiana?
(Permanecendo a centralidade da páscoa de Cristo, nesse momento coloca-se as raízes do Mistério da
Páscoa de Jesus no mistério pascal da nossa vida. A equipe agora recorda os acontecimentos que
marcaram ou que irão marcar a vida da comunidade naquela semana: acontecimentos sociais, religiosos,
do dia-a-dia da comunidade, da região; acontecimentos nacionais e internacionais).
c) Com quem vai celebrar (assembleia - suas características próprias)
(Visualizar a assembleia que vai celebrar: os rostos, a realidade, as características...).
d) O espaço da celebração
(Ter presente o espaço celebrativo: o que é permanente, o que é móvel... de acordo com o tempo
litúrgico...)
Salmo - Sl 67(68)
Com carinho preparastes uma mesa para o pobre.
1. Os justos se alegram na presença do Senhor, / rejubilam satisfeitos e exultam de alegria. / Cantai a
Deus, a Deus louvai, cantai um salmo a seu nome! / O Seu nome é Senhor: exultai diante dele!
2. Dos órfãos ele é Pai e das viúvas protetor; / é assim o nosso Deus em sua santa habitação. / É o Senhor
quem dá abrigo, dá um lar aos deserdados, / quem liberta os prisioneiros e os sacia com fartura.
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3. Derramastes, lá do alto, uma chuva generosa / e vossa terra, vossa herança, já cansada renovastes / e
ali vosso rebanho encontrou sua morada; / com carinho preparastes essa terra para o pobre.
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2ª Leitura – Hebreus 12, 18-19.22-24a
Vós não vos aproximastes de uma realidade palpável: “fogo ardente e escuridão, trevas e tempestade,
som da trombeta e voz poderosa”, que os ouvintes suplicaram não continuasse. Mas vós vos aproximastes
do monte Sião e da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste; da reunião festiva de milhões de anjos; da
assembleia dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus; de Deus, o Juiz de todos; dos espíritos
dos justos, que chegaram à perfeição; de Jesus, mediador da nova aliança.
b) Orações
Antífona da entrada
Tende compaixão de mim, Senhor, clamo por vós o dia inteiro; Senhor, sois bom e clemente, cheio de
misericórdia para aqueles que vos invocam. (Sl 85,3.5)
Oração do dia
Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que
nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por
N.S.J.C.
Sobre as oferendas
Ó Deus, o sacrifício que vamos oferecer nos traga sempre a graça da salvação, e vosso poder leve à
plenitude o que realizamos nesta liturgia. Por Cristo, nosso Senhor.
Prefácio
(OE III – MR, p.482 - Prefácio dos Domingos do Tempo Comum, VII – MR, p. 433) - Na verdade, é justo e
necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai santo, Deus
eterno e todo-poderoso. Em vós vivemos, nos movemos e somos. E, ainda peregrinos neste mundo, não
só recebemos, todos os dias, as provas do vosso amor de Pai, mas também possuímos, já agora, a garantia
da vida futura. Possuindo as primícias do Espírito, por quem ressuscitastes Jesus dentre os mortos,
esperamos gozar, um dia, a plenitude da Páscoa eterna. Por essa razão, com os anjos e com todos os
santos, entoamos um cântico novo, para proclamar vossa bondade, cantando (dizendo) a uma só voz:
Ou
(OE VI-D – MR, p. 860 – Jesus que passa fazendo o bem) - Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever
e salvação, dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Pai misericordioso e Deus fiel. Vós nos destes vosso
Filho Jesus Cristo, nosso Senhor e Redentor. Ele sempre se mostrou cheio de misericórdia pelos pequenos
e pobres, pelos doentes e pecadores, colocando-se ao lado dos perseguidos e marginalizados. Com a vida
e a palavra anunciou ao mundo que sois Pai e cuidais de todos como filhos e filhas. Por essa razão, com
todos os Anjos e Santos, nós vos louvamos e bendizemos, e proclamamos o hino de vossa glória, cantando
(dizendo) a uma só voz:
Antífona da comunhão
Como é grande, ó Senhor, vossa bondade, que reservastes para aqueles que vos temem! (Sl 30,20)
Depois da comunhão
Restaurados à vossa mesa pelo pão da vida, nós vos pedimos, ó Deus, que este alimento da caridade
fortifique os nossos corações e nos leve a vos servir em nossos irmãos e irmãs. Por Cristo, nosso Senhor.
A técnica do laboratório litúrgico foi utilizada a princípio nos cursos de atualização em liturgia da Faculdade
de Teologia N.S. da Assunção em São Paulo.2
Inspirados nos laboratórios de teatro, os laboratórios litúrgicos, como no teatro, não são ensaios nem
representações de uma celebração. São a vivência experiencial de um determinado rito, realizada fora da celebração
como meio de formação litúrgica. Faz-se um “recorte” de determinado rito ou elemento litúrgico, para ser vivenciado
pessoal e comunitariamente.
O laboratório litúrgico tem dois grandes objetivos:
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1) Conhecer e vivenciar a liturgia de maneira mais autêntica e profunda, a partir da busca da unidade perdida
entre: gesto corporal, sentido teológico-litúrgico e atitude afetiva, sob a ação do Espírito Santo.
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2) Exercitar a criatividade na vivência dos ritos, não perdendo de vista o contexto cultural, social e histórico
no qual a comunidade celebrante está situada. 3
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Ver artigo de ORMONDE, D. Laboratório litúrgico: o que é, como se faz, por quê? In: CENTRO DE LITURGIA.
Formação litúrgica: como fazer, p. 36-41. Também mais recentemente o livro de BARONTO, L.E.P. Laboratório
litúrgico: pela inteireza do ser na vivência ritual, citado na bibliografia.
3
Cf. BARONTO, L.E. P. Laboratório litúrgico: pela inteireza do ser na vivência ritual, p. 29-30.
O laboratório possui uma estrutura simples. Vejamos as etapas previstas para chegar aos objetivos propostos:
1. Relaxamento ou aquecimento – Nesta etapa, os participantes são submetidos a alguns exercícios de
respiração, relaxamento muscular, ou outros exercícios específicos para trabalhar o corpo.
2. Sensibilização ou improvisação – O(a) moderador(a) orienta o grupo a experimentar, através de
encenação, gestos do cotidiano, ou gestos referentes a ritos sociais e/ou religiosos, que estão, de alguma forma, ligados
ao rito litúrgico que está sendo trabalhado. Por exemplo, se estivermos trabalhando a fração do pão serão utilizados
gestos de partilha do pão na vida familiar e social.
3. Atitudes e gestos do corpo que fazem parte do rito que está sendo trabalhado (experimentação ritual) –
Este é o núcleo do laboratório. É nesta etapa que mais se trabalha a busca da unidade perdida entre o fazer (gesto), o
sentir (atitude afetiva) e o pensar (sentido teológico-litúrgico).
4. Conversa dos três pontos: o gesto corporal, o sentido teológico-litúrgico e a atitude afetiva/interior –
Nesta etapa acontece uma maior sistematização dos elementos do rito trabalhado e sobre a unidade entre o gesto, o
sentido teológico-litúrgico e a atitude afetiva/interior.
5. Avaliação do laboratório – O grupo que realizou o laboratório é convidado a avaliar as etapas realizadas
anteriormente. Algumas questões são colocadas ao grupo para ajudar na avaliação: Os objetivos foram realizados? O
que foi importante para cada participante? Quais foram os momentos mais proveitosos? Onde falhamos? Dificuldades
encontradas?4
A prática prova que na verdade o laboratório é um instrumental valioso. Vale aplicá-lo, sabendo que é preciso
um aprofundamento maior sobre o mesmo como também treinamento para pessoas que aplicam os laboratórios.
É muito válida a aplicação da técnica do laboratório para o treinamento de leitores, presidentes das
celebrações dominicais, salmistas, cantores, ministros extraordinários da comunhão e outros.
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Para a estrutura do laboratório litúrgico conferir BARONTO, L.E. P. Laboratório litúrgico: pela inteireza do ser na
vivência ritual, p. 32-47.