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Sumário

1. PROGRAMA DA DISCIPLINA ........................................................................... 6


1.1 EMENTA ............................................................................................................ 6
1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL .......................................................................................... 6
1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 6
1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ..................................................................................... 6
1.5 METODOLOGIA .................................................................................................... 6
1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ....................................................................................... 6
1.7 BIBLIOGRAFIAS RECOMENDADAS ............................................................................... 7
CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR ................................................................................. 7

2. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 8
2.1 A CONTABILIDADE DE CUSTOS ................................................................................. 8
2.1.1 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS ............................................................... 8
2.1.2 O DESENVOLVIMENTO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS ................................................. 10

3. CONCEITOS BÁSICOS .................................................................................... 12


3.1 TERMINOLOGIA EM CUSTOS INDUSTRIAIS.................................................................... 12
3.2 TERMINOLOGIA EM ENTIDADES NÃO INDUSTRIAIS .......................................................... 14
3.3 A DIFÍCIL SEPARAÇÃO, NA PRÁTICA, DE CUSTOS E DESPESAS ............................................ 14
3.4 ONDE TERMINAM OS CUSTOS DE PRODUÇÃO ................................................................ 16

4. CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS ................................................................................. 17


4.1 CUSTO DIRETO .................................................................................................. 17
4.2 CUSTO INDIRETO ................................................................................................ 17
4.3 CUSTO FIXO ...................................................................................................... 18
4.4 CUSTO VARIÁVEL ................................................................................................ 18
4.5 CUSTO SEMI-FIXO .............................................................................................. 19
4.6 CUSTO SEMI- VARIÁVEL ........................................................................................ 20
4.7 CUSTOS UNITÁRIOS ............................................................................................. 20

5. MATERIAL DIRETO ............................................................................................. 21


5.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 21
5.2 MÉTODOS DE CONTABILIZAÇÃO................................................................................ 21
5.3 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES ................................................................... 25
5.4 COMBINAÇÃO DOS CRITÉRIOS COM OS MÉTODOS ........................................................... 32

6. MÃO-DE-OBRA DIRETA ....................................................................................... 34


6.1 EXEMPLOS DE SEPARAÇÃO ENTRE MÃO-DE-OBRA DIRETA E INDIRETA ................................... 34
6.2 MÃO-DE-OBRA DIRETA: CUSTO VARIÁVEL? ................................................................. 35
6.3 O QUE INTEGRA O CUSTO DA MÃO-DE-OBRA DIRETA ...................................................... 35

7. CUSTOS INDIRETOS ...................................................................................... 38


7.1 COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO .................................................... 38
7.2 DIFICULDADES PARA ESTABELECER AS BASES DE RATEIOS ................................................. 38
7.3 ALGUMAS BASES DE RATEIOS MAIS COMUNS ................................................................. 40

Gestão de Custos em Processos


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8. CUSTOS PARA DETERMINAÇÃO DO LUCRO................................................................ 42


8.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 42
8.1.1 GASTOS FABRIS .............................................................................................. 42
8.1.2 GASTOS NÃO FABRIS ........................................................................................ 42
8.1.3 FLUXO DE DISPÊNDIO ........................................................................................ 43
8.1.4 CUSTO PRIMÁRIO ............................................................................................. 43
8.1.5 CUSTO DE TRANSFORMAÇÃO ................................................................................ 43
8.1.6 CUSTO DE PRODUÇÃO ........................................................................................ 43
8.1.7 CUSTO DOS PRODUTOS FABRICADOS ...................................................................... 43
8.1.8 CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS ......................................................................... 44
8.1.9 ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS PARA APURAÇÃO DO RESULTADO. .............. 44

9. CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÕES ..................................................................... 45


9.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 45
9.2 CUSTO VARIÁVEL ................................................................................................ 45
9.3 SEPARAÇÃO DO CUSTO FIXO E VARIÁVEL DO CUSTO SEMIVARIAVEL ..................... 47
9.4 O QUE É O CUSTEIO VARIÁVEL? ........................................................................ 48
9.5 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ................................................................................... 49
9.6 QUANDO A EMPRESA ESTIVER OPERANDO ABAIXO DO LIMITE DA CAPACIDADE INSTALADA OU NÃO
EXISTIREM FATORES LIMITANTES ................................................................................... 51
9.7 QUANDO A EMPRESA ESTIVER OPERANDO NO LIMITE DA CAPACIDADE INSTALADA OU EXISTIREM
FATORES LIMITANTES. ................................................................................................ 51
9.8 COMPARAÇÃO ENTRE OS DOIS MÉTODOS DE CUSTEIO: CUSTEIO POR ABSORÇÃO E CUSTEIO
VARIÁVEL .............................................................................................................. 54
9.9 ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO PELO SISTEMA DE CUSTEIO POR
ABSORÇÃO ............................................................................................................. 54
9.10 ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO PELO SISTEMA DE CUSTEIO
DIRETO OU VARIÁVEL ................................................................................................ 55

10. A RELAÇÃO CUSTO - VOLUME – LUCRO................................................................. 57


10.1 FÓRMULAS PARA O CÁLCULO DO PONTO DE EQUILÍBRIO .................................................. 58
10.2 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PONTO DE EQUILÍBRIO .................................................... 59
10.3 PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL, ECONÔMICO E FINANCEIRO ......................................... 60
10.3.1 PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL ........................................................................ 60
10.3.2 PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO ...................................................................... 60
10.3.3 PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO ...................................................................... 60
10.4 PONTO DE EQUILÍBRIO: APLICAÇÃO PARA MÚLTIPLOS PRODUTOS ....................................... 61
10.5 PONTO DE EQUILÍBRIO EM VALOR DE RECEITA ............................................................ 63
10.6 DEFICIÊNCIAS E LIMITAÇÕES DO PONTO DE EQUILÍBRIO ................................................. 63
10.7 MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL .................................................................... 64
10.8 ALAVANCAGEM OPERACIONAL ................................................................................ 65
10.9 GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL .................................................................... 66

11. ANÁLISES DE CUSTOS DE PRODUTOS E RENTABILIDADE ........................................... 67


11.1 COMPRAR VERSUS FABRICAR ................................................................................ 67
11.2 CONSIDERAÇÕES PARA A DECISÃO .......................................................................... 69
11.2.1 MANUTENÇÃO DOS CUSTOS FIXOS ........................................................................ 69
11.2.2 ELIMINAÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE CUSTOS FIXOS ..................................................... 69

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11.2.3 UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE OCIOSA .................................................................... 69


11.2.4 CUSTOS ADICIONAIS POR ADQUIRIR DE TERCEIROS .................................................... 69
11.2.5 HIPÓTESES PARA CÁLCULO COMPARATIVO ............................................................... 69
11.3 O PEDIDO DE VENDA ESPECIAL .............................................................................. 71
11.4 ELIMINAÇÃO OU ACRÉSCIMO DE PRODUTOS OU DEPARTAMENTOS ....................................... 73

12. ESTUDOS DE CASOS .................................................................................... 77

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1. PROGRAMA DA DISCIPLINA
1.1 Ementa
As estratégias mercadológicas de preço. O significado das informações do demonstrativo
de resultado. Custeio por contribuição versus custeio pos absorção. Análise custo-volume-
lucro: Ponto de equilíbrio, metas de vendas com objetivo de lucro. Decisão de preço quando
varia o preço do insumo. Decisão de aceitar ou rejeitar uma proposta. Decisão de preço
considerando o retorno sobre o investimento. Retirar ou adicionar um produto de linha.
Decisão de comprar ou fazer.

1.2 Carga horária total


24 horas/aula.

1.3 Objetivos
A disciplina procura oferecer aos participantes subsídios para que possam:
• Entender o significado das nomenclaturas e do conteúdo da Contabilidade de
Custos;
• Obter o entendimento quanto a determinação do lucro, controle e tomada de
decisão no processo operacional empresarial;
• Ser capaz de entender o processo decisório básico em um processo de gestão
integrada de custos e preços.

1.4 Conteúdo Programático


• Conceitos Básicos;
• Classificação dos Custos;
• Margem de Contribuição
• Decisões no Ponto de Equilíbrio
• Decisões de Pedido Especial
• Decisões de Eliminação de Produtos ou Departamentos
• Decisões de Comprar ou Fazer

1.5 Metodologia
• Aulas expositivas;
• Discussão dirigida;
• Tarefas individuais;

1.6 Critérios de avaliação


Prova individual, sem consulta. A critério do professor, poderão ser propostos trabalhos
individuais ou em grupos, a serem realizados em sala de aula, valendo, no máximo, 30%
da nota da disciplina.

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1.7 Bibliografias Recomendadas


MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 10ª ed., 2010.

HORNGREN, Charles T.; Introdução à Contabilidade Gerencial. Rio de janeiro: PHB, 5º ed,
2000.

LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: um enfoque administrativo- Rio de Janeiro:


Editora FGV, 14 Edição,2001.

Curriculum vitae do professor


Claudio de Carvalho Mattos é Doutor em Ciências Navais pela Escola de Guerra Naval
”, Mestre em Defesa Nacional na “Escuela de Defensa Nacional da Argentina”, Mestre em
Ciências Contábeis na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Graduado em
Ciências Contábeis na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Graduado em
Ciências Navais na Escola Naval.

Foi Diretor da Pagadoria de Pessoal da Marinha, organização militar responsável pela


execução financeira e orçamentária do pagamento de todo o Comando da Marinha,
incluindo os servidores militares e civis, ativos, inativos e pensionistas. Foi Diretor do
Depósito de Combustíveis da Marinha no Rio de Janeiro.
Gestor de Execução Financeira e Contas Públicas do Ministério da Defesa por mais
de vinte anos. Presidente de Comissão de Licitações do Ministério da Defesa durante treze
anos. Chefe do Departamento de Finanças da Pagadoria de Pessoal da Marinha. Assessor
de Economia e Operações de Crédito do Secretário Geral da Marinha. Chefe do
Departamento de Orçamento da Diretoria de Administração da Marinha, sendo responsável
pela execução orçamentária e financeira de todo o Orçamento alocado à Marinha do Brasil
por dois anos. Coordenador do Programa de Desenvolvimento de Gerentes Operacionais
da Escola Nacional de Administração Pública – DF (ENAP) no Ministério da Defesa.
Professor da FGV Management. Professor das Faculdades Presbiteriana Mackenzie,
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), do Centro Universitário Plínio Leite,
da Universidade Estácio de Sá, da Faculdade Serrana- DF e da Faculdade UNICESP-DF.
Presidente de bancas de avaliação para concurso de Admissão ao serviço Público Federal.

Coordenou a implantação de sistemas de custos em várias instituições públicas e


privadas.

É um dos autores do Livro “Contabilidade Financeira da Série Gestão Financeira,


Controladoria e Auditoria da Fundação Getúlio Vargas (FGV)”.

Gestão de Custos em Processos


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2. INTRODUÇÃO
2.1 A Contabilidade de Custos
A Contabilidade de Custos forma parcela ponderável da moderna
Contabilidade Administrativa, Gerencial ou Analítica.

Passaremos a expor alguns conceitos breves que nos auxiliarão a desenvolver a


tese de que as técnicas de Contabilidade de Custos constituem um poderoso instrumento
nas mãos do administrador para o eficiente desempenho de suas funções.

Importante notar que durante muito tempo se pensou que a Contabilidade de


Custos se referia apenas ao custeamento dos produtos e que servia somente às empresas
industriais. Todavia, atualmente, esse ramo da Contabilidade é constituído de técnicas que
podem ser aplicadas a muitas outras atividades, inclusive, e principalmente, aos serviços
públicos e ainda às empresas não-lucrativas.
Uma distinção clara entre Contabilidade Industrial e Contabilidade de Custos é
essencial neste ponto. Contabilidade Industrial é a aplicação dos princípios e preceitos da
Contabilidade Geral, ao registro, organização e controle das operações de uma empresa
industrial, assim como o são a Contabilidade Bancária, a de Transportes, a de Seguros e
assim por diante.

A Contabilidade de Custos, no entanto, engloba técnicas de Contabilidade Geral


e outras técnicas extracontábeis para o registro, organização, análise e interpretação dos
dados relacionados à produção ou à prestação de serviços, podendo ser aplicada
igualmente como detalhe da Contabilidade Industrial, da Contabilidade Bancária, da
Contabilidade de Transportes e de Seguros.

2.1.1 Objetivos da Contabilidade de Custos

A idéia básica de custos, atualmente, é de que eles devem ser determinados,


tendo em vista o uso a que se destinam. A “diversidade de objetivos da Contabilidade de
Custos toma difícil estabelecer um só tipo de custo da produção, que se adapte a todas as
necessidades. Cada utilização de custo requer, de fato, diferentes tipos de custos". Por
isso, a Contabilidade de Custos, quando acumula os custos e os organiza em informações
relevantes, pretende atingir três objetivos principais: a determinação do lucro, o controle
das operações e a tomada de decisões.

Os dados de custos necessários para a determinação do lucro podem ser


extraídos diretamente dos registros convencionais da Contabilidade. Uma ou outra
compilação deverá ser feita para transformá-los em informações úteis. Por exemplo, a
separação dos custos em aplicados e periódicos já vai fornecer resultados mais realísticos
à
Administração. A acumulação dos custos por fases de fabricação, por departamentos e por
produtos resultará em apropriações mais racionais. O atendimento do princípio contábil de
que a toda renda devem ser computados os custos necessários para realizá-la é a maneira
mais usada e correta para o levantamento do lucro do período.

Gestão de Custos em Processos


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Considerando, ainda, os mesmos dados básicos, pode a Contabilidade, por meio


de classificações especiais, atender ao controle. Quando o contador acumula os custos por
centros de responsabilidade e dentro de cada centro classifica os custos por função, por
natureza e por possibilidade de controle, dota a Administração de meio eficaz para a
determinação dos custos por componente da organização e, conseqüentemente, para o
exercício de controle mais efetivo sobre o desempenho de cada um dos responsáveis por
esses mesmos componentes.

O sistema de custos-padrão, adotado pelas empresas industriais e que também


pode ser empregado para o controle de outras atividades, é instrumento valioso à
disposição do administrador o qual permite a criação de metas contra as quais medir os
resultados.

A separação dos custos em relação ao volume, isto é, custos fixos e custos variáveis,
fornecerá ao contador meios para dar melhores informações à administração em termos
de controle (por exemplo, os orçamentos flexíveis) e em termos de auxílio ao processo
decisório (por exemplo, a análise do ponto de equilíbrio).

Tratando-se das relações entre a Contabilidade de Custos e o processo de decisão,


vale lembrar a existência de diversos tipos de custos que devem atender a várias
finalidades.

Neste ponto é que reside a maior utilidade das técnicas de Custos. Os dados de
custos são manipulados de formas diferentes, objetivando emprestar-lhes a significação
exigida para a solução dos mais complexos problemas que enfrenta o administrador.

Na fixação do preço de venda de um produto devem ser computados todos os


custos e, principalmente, num regime inflacionário, os custos de reposição. A recuperação
dos custos através da venda servirá para cobrir os impostos, os juros, as despesas para
expansão, os dividendos e a reposição das matérias-primas e de outros fatores de
produção necessários para o reinício e manutenção do ciclo operacional.

O custeamento dos planos e das alternativas, das atividades de distribuição e dos


inventários por meio de tipos diferentes de custos, permitirá ao administrador tomar
decisões mais científicas.

É sabido que existem fatores qualitativos de extrema importância que devem ser
levados em conta ao se tomar uma decisão. Todavia, mesmo reconhecendo que existem
elementos imponderáveis na escolha de uma alternativa, este processo será mais válido
se auxiliado por fatores de natureza quantitativa.

Gestão de Custos em Processos


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Em resumo, a Contabilidade de Custos fornece informações para:

1. A determinação dos custos dos fatores de produção;


2. A determinação dos custos de qualquer natureza;
3. A determinação dos custos dos setores de uma organização;
4. A redução dos custos dos fatores de produção, de qualquer atividade ou de setores da
organização;
5. O controle das operações e das atividades de qualquer organização;
6. A administração, quando esta deseja tomar uma decisão, estabelecer planos ou
solucionar problemas especiais;
7. O levantamento dos custos dos desperdícios, do tempo ocioso dos operários, da
capacidade ociosa do equipamento, dos produtos danificados, do trabalho necessário
para conserto, dos serviços de garantia de produtos;
8. A determinação da época em que se deve desfazer de um equipamento, isto é,
quando as despesas de manutenção e reparos ultrapassam os benefícios advindos
da utilização do equipamento;
9. A determinação dos custos dos pedidos não satisfeitos;
10. A determinação dos custos dos inventários com a finalidade de ajudar o cálculo do
estoque mínimo, do lote mais econômico de compra, da época de compra;
11. O estabelecimento dos orçamentos.

2.1.2 O Desenvolvimento da Contabilidade de Custos

A Contabilidade de Custos nasceu com a Revolução Industrial. Sua principal função


era, então, registrar os custos que capacitavam o administrador a avaliar os inventários e,
consequentemente, a determinar mais corretamente as rendas e levantar os balanços.

Nesse tempo eram apenas computados os custos diretos: o valor do material


consumido e o valor da mão-de-obra aplicada.

No fim do século passado, vários fatores exigiram que o cantador de Custos desse
mais um grande passo em direção a um maior refinamento. Foi bastante difícil a adoção
generalizada da computação de valores estimados no custo de um produto. Os contadores
se restringiam a contabilizar apenas os custos reais. Era princípio rígido o registro das
transações e das operações somente pelas despesas realmente incorridas.

Com certo relaxamento deste princípio, quando se considerou que a Contabilidade


de Custos era voltada para as atividades internas da organização, foi possível o emprego
de taxas predeterminadas para a apropriação dos custos indiretos ao valor dos produtos,
dos inventários e dos serviços.

De qualquer modo, essa primeira fase se caracterizou pela preocupação com o


registro dos custos.
A partir da Primeira Grande Guerra, em face da intensificação da competição e ainda
após a Depressão, verificou-se que as informações de Contabilidade de Custos, se
organizadas adequadamente, poderiam servir como controle dos próprios custos e das
operações.

Gestão de Custos em Processos


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A Contabilidade de Custos ganhou corpo, atingindo sua identidade específica e


começou a ser finalmente considerada como instrumento da Administração.

Com a Segunda Grande Guerra desenvolveram-se modernas técnicas de


administração, e novas concepções levaram à Contabilidade de Custos impulsos novos,
aumentando sua área de influência. As informações de Custo passaram a apoiar a
Administração em sua funções de planejamento e tomada de decisões. A Contabilidade de
Custos cada vez mais passou a responsabilizar-se pela análise e interpretação das
informações quantitativas a fim de fornecer à Administração instrumentos significativos e
oportunos para a gerência da organização.

O desenvolvimento paralelo da Pesquisa Operacional e da Computação Eletrônica


veio dar maior vigor à Contabilidade de Custos. Atualmente as informações são prestadas
mais rapidamente. Problemas, antes, de certo modo difíceis de serem solucionados, agora
o são pelo emprego de técnicas estatísticas e matemáticas mais sofisticadas, bem como
pelo uso crescente do equipamento eletrônico de processamento de dados. O desafio do
moderno contador reside exatamente no ponto de que ele agora dispõe de maiores
recursos para fazer parte do primeiro quadro na hierarquia administrativa. Por isso mesmo,
a Contabilidade de Custos passou a ser encarada como parcela essencial da Contabilidade
Gerencial.

Gestão de Custos em Processos


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3. CONCEITOS BÁSICOS
3.1 Terminologia em Custos Industriais
"Despesas com Matéria-prima" ou "Custos de Matéria-prima"?
"Gastos" ou "Despesas de Fabricação"?
"Gastos" ou "Custos de Materiais Diretos"?
"Despesas" ou "Gastos com Imobilização"?
“Custos” ou “Despesas de Depreciação”?

Gastos, Custos e Despesas são três palavras sinônimas ou dizem respeito a conceitos
diferentes? Confundem-se com Desembolso? E investimento tem alguma similaridade com
elas? Perda se confunde com algum desses grupos?
No meio desse amaranhado todo de nomes e idéias, normalmente o principiante se vê
perdido, e às vezes o experiente embaraçado; por isso, passamos a utilizar a seguinte
nomenclatura:

a) Gasto - Sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produto
ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de
ativos (normalmente dinheiro).

Conceito extremamente amplo e que se aplica a todos os bens e


serviços recebidos; assim, temos Gastos com a compra de
matérias-primas, Gastos com mão-de-obra, tanto na produção
como na distribuição, Gastos com honorários da diretoria, Gastos
na compra de um imobilizado etc. Só existe gasto no ato da
passagem para a propriedade da empresa do bem ou serviço, ou
seja, no momento em que existe o reconhecimento contábil da
dívida assumida ou da redução do ativo dado em pagamento.

Não estão aqui incluídos todos os sacrifícios com que a entidade acaba por arcar, já que
não são incluídos o custo de oportunidade ou os juros sobre o capital próprio, uma vez que
estes não implicam a entrega de ativos.

Note que o gasto implica, as vezes, em desembolso, mas são conceitos


distintos.

b) Desembolso - Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço.

Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portando defasada
ou não do momento do gasto.

c) Investimento - Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis


a futuro(s) período(s).

Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são
"estocados" nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de

Gestão de Custos em Processos


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seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente


chamados de investimentos.

Podem ser de diversas naturezas e de períodos de ativação variados: a matéria-


prima é 'um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante; a
máquina é um gasto que se transforma num investimento permanente; as ações ad-
quiridas de outras empresas são gastos classificados como investimentos circulantes ou
permanentes, dependendo da intenção que levou a sociedade à aquisição.

d) Custo - Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou


serviços.

O Custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no
momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um
produto ou execução de um serviço. Exemplos: a matéria-prima foi um gasto em sua
aquisição que imediatamente se tornou investimento, e assim ficou durante o tempo de
sua Estocagem, sem que aparecesse nenhum custo associado a ela; no momento de sua
utilização na fabricação de um bem, surge o Custo da matéria-prima como parte integrante
do bem elaborado. Este, por sua vez, é de novo um investimento, já que fica ativado até
sua venda.
A energia elétrica utilizada na fabricação de um item qualquer é gasto (na hora de seu
consumo) que passa imediatamente para custo, sem transitar pela fase de investimento.
A máquina provocou um gasto em sua entrada, tornado investimento e parceladamente
transformado em custo; à medida que é utilizada no processo de produção de utilidades.

e) Despesa – Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para obtenção de


receitas.

A comissão do vendedor, por exemplo, é um gasto que se torna imediatamente uma


despesa.
As despesas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido e que têm essa
característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas.

f) Perda - Bem ou Serviço consumidos de forma anormal e involuntária.

Não se confunde com a despesa (muito menos com o custo), exatamente por sua
característica de anormalidade e involuntariedade; não é um sacrifício feito com intenção
de obtenção de lucro. Exemplos comuns: perdas com incêndios, obsoletismo de estoques,
etc.
São itens que vão diretamente à conta de Resultado, assim como as despesas, mas
não representam sacrifícios normais ou derivados de forma voluntária das atividades
destinadas à obtenção da receita. É muito comum o uso da expressão Perdas de material
na produção de inúmeros bens e serviços; entretanto, a quase totalidade dessas “perdas”
é, na realidade, um custo, já que são valores sacrificados de maneira normal do processo
de produção, fazendo parte de um sacrifício já conhecido até por antecipação para a
obtenção do produto ou serviço e da receita almejada.

Gestão de Custos em Processos


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O gasto com mão-de-obra durante um período de greve, por exemplo, é uma perda,
não um custo de produção. O material deteriorado pó rum defeito anormal e raro de
equipamento provoca uma perda, e não um custo; aliás, não haveria mesmo lógica em
apropriar-se como custo essas anormalidades e, portanto, acabar por ativar um valor dessa
natureza.
Cabe aqui ressaltar que inúmeras perdas de pequeníssimo valor são, na prática,
comumente consideradas dentro dos custos ou das despesas, sem sua separação; e isso
é permitido devido à irrelevância do valor envolvido. No caso de montantes apreciáveis,
esse tratamento não é correto.

3.2 Terminologia em Entidades não Industriais


Pela própria definição de custo, podemos entender, ainda mais sabendo da origem
histórica, por que se generalizou a idéia de que Contabilidade de Custos se volta
predominantemente para a indústria. É aí que existe a produção de bens e onde a
necessidade de seu custeamento se torna presença obrigatória.
Em inúmeras empresas de serviços, todavia, passou-se a utilizar seus princípios e suas
técnicas de maneira apropriada em função da absoluta similaridade de situação,
principalmente nas entidades em que se trabalha por projeto (empresas de engenharia,
escritórios de auditoria, de planejamento, etc.)
Já em muitas outras empresas, tais como as entidades comerciais e financeiras, utiliza-
se a mesma expressão Contabilidade de Custos, quando, à primeira vista, só existem
despesas. Mas é fácil entender que a generalização dessa terminologia se deve não só ao
uso das técnicas daquela disciplina, como talvez principalmente à idéia de que tais
entidades são produtoras de utilidades, e assim possuem custos. São custos que
imediatamente se transformam em despesas, sem que haja a fase de Estocagem, como
no caso da indústria de bens, mas de qualquer forma não deixa de ser apropriada a
terminologia.

Portanto, é perfeitamente idêntica a terminologia nessas empresas. Por exemplo, o


serviço de câmbio de um banco faz aparecer gastos que se transformam em custo de um
serviço que se torna imediatamente uma despesa.
Assim há nessas situações certa sofisticação e refinamento na separação das diversas
fases.
A palavra custo também significa o preço original de aquisição de qualquer bem ou
serviço, inclusive leigamente; daí se falar em “custo de uma obra”, “custo de um automóvel
adquirido”, “custo de uma consulta”, etc.
Contudo, quando se fala em “Contabilidade de Custos”, estamos nos referindo apenas
aos bens ou serviços utilizados na produção de outros bens e serviços.

3.3 A Difícil Separação, na prática, de Custos e Despesas


Teoricamente, a separação é fácil: os gastos relativos ao processo de produção são
custos, e os relativos à administração e aos financiamentos são despesas.
Na prática, entretanto, uma serie de problema aparece pelo fato de não ser possível a
separação de forma clara e objetiva. Por exemplo, é comum encontrarmos uma única
administração, sem a separação da que realmente pertence à fabrica; surge daí a prática
de se ratear o gasto geral da administração, parte para despesa e parte para custo, rateio

Gestão de Custos em Processos


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esse sempre arbitrário, pela dificuldade prática de uma divisão científica. Normalmente, a
divisão é feita em função da proporcionalidade entre número de pessoas na fábrica e fora
dela, ou com base nos demais gastos, ou simplesmente em porcentagens fixadas pela
Diretoria.

Outros exemplos mais específicos: gasto com o Departamento de Recurso Humanos


ou Pessoal; por haver comumente um único departamento que cuida tanto do pessoal da
fábrica como do pessoal da administração, faz-se a divisão de seu gasto total em custo e
despesa. Ou também o Departamento de Contabilidade, que engloba a Contabilidade
Financeira e a de Custos, e por essa razão tem, às vezes, seu gasto total de funcionamento
dividido parte para despesa (Contabilidade Financeira) e parte para custo (Contabilidade
de Custos).

Os mesmos problemas existem para outros setores, tais como Departamento de


Compras, que efetua aquisições tanto para a área de produção quanto para a
administração, vendas, etc.; ou Almoxarifado, que presta serviços à produção e também
ao resto da empresa; Manutenção, idem, etc.

Como tentativa de solução ou pelo menos de simplificação, algumas regras básicas


podem ser seguidas:

a) Valores irrelevantes dentro dos gastos totais da empresa não devem ser rateados.
Se, exemplificativamente, o gasto com o Departamento de Pessoal for de 0,3% dos gastos
totais, dever-se-á trata-lo como despesa integralmente, sem rateio para a fábrica
(Conservadorismo e Materialidade).

b) Valores relevantes, porém repetitivos a cada período, que numa eventual divisão teriam
sua parte maior considerada como despesas, não devem também ser rateados, tornando-
se despesa por seu montante integral (Conservadorismo também).
Por exemplo, a administração é centralizada, incluindo a da produção, que
representa 67% dos gastos totais da empresa; numa eventual distribuição, 2/3 destes
gastos ficariam como despesas. Logo, o melhor critério é trata-los totalmente como
despesa.

c) Valores cujo rateio é extremamente arbitrário devem ser evitados para apropriação aos
custos (idem).

Por exemplo, a apropriação dos honorários da diretoria só seria relativamente


adequada se houvesse um apontamento do tempo e esforço que cada diretor devotasse
ao processo de administração e vendas e ao de produção. Como isso é praticamente
impossível e já que é extremamente arbitrário qualquer critério de rateio (porcentagem
prefixada, proporcionalidade com a folha de pagamento, etc), o mais indicado é seu
tratamento como despesa no período em que foram ocorridos.

Em suma, só devem ser rateados e ter uma parte atribuída aos custos de produção
e outra às despesas do período os valores relevantes que visivelmente contêm ambos os
elementos e podem, por critérios não excessivamente arbitrários, ser divididos nos dois
grupos.

Gestão de Custos em Processos


16

3.4 Onde terminam os Custos de Produção


É bastante fácil a visualização de onde começam os custos de produção, mas nem
sempre é da mesma maneira simples a verificação de onde eles terminam.

É relativamente comum a existência de problemas de separação entre custos e


despesas de venda.
A regra é simples, bastando definir-se o momento em que o produto está pronto para
a venda. Até aí, todos os gastos são custos. A partir desse momento, despesas.

Por exemplo, os gastos com embalagens podem tanto estar numa categoria como
noutra, dependendo de sua aplicação; quando um produto é colocado para venda tanto a
granel quanto em pequenas quantidades, seu custo terminou quando do término de sua
produção. Como a embalagem só é aplicada após as vendas, deve ser tratada como
despesa. Isso implica a contabilização do estoque de produtos acabados sem a embalagem,
e esta é ativada num estoque à parte.
Se, por outro lado, os produtos já são colocados à venda embalados de forma
diferente, então seu custo total inclui o de seu acondicionamento, ficando ativados por
esse montante.

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17

4. CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS
4.1 Custo Direto
São aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados,
porque há uma medida objetiva de seu consumo nesta fabricação.

EXEMPLOS:

Matéria-prima - Normalmente, a empresa sabe qual a quantidade


exata de matéria prima que está sendo utilizada para
a produção de uma unidade do produto. Sabe-se o
preço da matéria-prima, o custo daí resultante está
associado diretamente ao produto.
Mão-de-Obra direta - Trata-se dos custos com os trabalhadores utilizados
diretamente no produção. Sabendo-se quanto tempo
cada um trabalhou no produto e o preço da mão-de-
obra, é possível apropriá-la diretamente ao produto.
Material de
embalagem.
Depreciação de equipamento quando é utilizado para produzir apenas um tipo
de produto.
Energia elétrica das máquinas, quando é possível saber quanto foi consumido
na produção de cada produto.

4.2 Custo Indireto


São os custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem
apropriados em diferentes produtos, portanto, são os custos que só são apropriados
indiretamente aos produtos. O parâmetro utilizado para as estimativas é chamado de base
ou critério de rateio.

EXEMPLOS:

Depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um produto.


Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção.
Aluguel da fábrica.
Gastos com limpeza da fábrica.
Energia elétrica que não pode ser associada ao produto

OBSERVAÇÕES:

Se a empresa produz apenas um produto, todos os seus custos são diretos.


Às vezes, o custo é direto por natureza, mas é de tão pequeno valor que não compensaria
o trabalho de associá-lo a cada produto, sendo tratado como indireto.
Exemplo: Gastos com verniz e cola na fabricação de móveis.

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18

4.3 Custo Fixo


Custos Fixos são aqueles cujos valores são os mesmos quaisquer que seja o volume
e produção da empresa. É o caso, por exemplo, do aluguel da fábrica. Este será cobrado
pelo mesmo valor qualquer que seja o nível de produção, inclusive no caso da fábrica nada
produzir.

Observe que os Custos Fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas
podem variar de valor no decorrer do tempo. O aluguel da fábrica, mesmo quando sofre
reajuste em determinado mês, não deixa de ser considerado um Custo Fixo, uma vez que
terá o mesmo valor qualquer que seja a produção do mês. Outros exemplos: Imposto
Predial, Depreciação dos equipamentos (pelo método linear), Salários de vigias e porteiros
da fábrica, Prêmios de seguro, etc.

GRÁFICO REPRESENTATIVO DOS CUSTOS FIXOS (CF)

Valor

CF

Quantidade

4.4 Custo Variável


Custos Variáveis são aqueles cujos valores se alteram em função do volume de
produção da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver quantidade
produzida, o Custo Variável será nulo. Os Custos Variáveis aumentam à medida que
aumenta a produção.

OUTROS EXEMPLOS:

Materiais indiretos consumidos.


Depreciação dos equipamentos (quando esta for feita em função das horas/máquina
trabalhadas).
Gastos com horas-extras na produção.

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19

GRÁFICO REPRESENTATIVO DOS CUSTOS VARIÁVEIS (CV)

Valor

CV

Quantidade

GRÁFICO CLÁSSICO DOS CUSTOS TOTAIS (CT)

Valor

CV

Quantidade

4.5 Custo Semi-Fixo


Custos Semi-Fixos são custos que são fixos numa determinada faixa de produção,
mas que variam se há uma mudança nesta faixa.

Considere, por exemplo, a necessidade de supervisores de produção de uma fábrica


expressa na tabela a seguir:

Volume de Produção Quantidade Custo em R$


Necessária de (Salários + Encargos)
Supervisores
0 - 20.000 1 120.000
20.001 - 40.000 2 240.000
40.001 - 60.000 3 360.000
60.001- 80.000 4 480.000

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20

4.6 Custo Semi- Variável


Custos Semi-Variáveis são custos que variam com o nível de produção mas que,
entretanto, têm uma parcela fixa que existe mesmo que não haja produção. É o caso, por
exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a concessionária cobra uma taxa
mínima mesmo que nada seja gasto no período, embora o valor da conta dependa do
número de quilowatts consumidos e, portanto, do volume de produção da empresa. Outros
exemplos: aluguel de uma copiadora no qual se cobra uma parcela fixa mesmo que
nenhuma cópia seja tirada; gasto com combustível para aquecimento de uma caldeira, que
varia de acordo com o nível de atividade, mas que existirá, mesmo que seja num valor
mínimo, quando nada se produza, já que a caldeira não pode esfriar.

4.7 Custos Unitários


É de suma importância percebermos o comportamento dos custos fixos e variáveis
em termos de valores unitários.
Vejamos o seguinte exemplo:
Um curso preparatório aluga uma sala de aula por R$ 1.000,00. Se ela tiver apensa
um aluno matriculado, este aluno terá de “bancar” o custo do aluguel sozinho.
Ao contrario, se tivermos dois alunos matriculados, cada um arcará com o custo de
R$ 500,00 e assim sucessivamente, ou seja, O CUSTO FIXO UNITÁRIO É VARIAVEL.
Da mesma fora, sempre gastamos a mesma quantidade de matéria prima para
fazermos uma unidade de um produto, ou seja, O CUSTO VARIAVEL UNITÁRIO É FIXO.
É relevante ressaltar que o comportamento em fixo e variável ocorre sempre
dentro de um intervalo de produção.

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21

5. MATERIAL DIRETO
5.1 Introdução
O gráfico a seguir pretende situar, nas operações normais de uma empresa industrial,
o estudo que vimos realizando.

Almoxarifado Fábrica
Depósito
Materiais
Produtos em Produtos
Processo Acabados

Materiais
Custo das mercadorias
Consumidos Custo das mercadorias
fabricadas
vendidas

Mão-de-obra
Aplicada Custos indiretos
aplicados

A soma das parcelas dos fatores de produção, que são debitados à conta de Produção,
é igual ao custo fabril.

Os custos das diversas fases podem ser determinados pelas fórmulas que se utilizam
dos valores dos estoques inicial e final. Esse processo é chamado de método do inventário
periódico e será analisado neste capítulo, bem como um segundo processo, mais
informativo, embora mais trabalhoso, chamado de método do inventário permanente (ou
perpétuo).

Cumpre lembrar, desde já, para melhor situar o que se expõe, que os estoques inicial
e final deverão ser avaliados, se adotarmos o método periódico; assim como as retiradas
dos estoques e da produção, no caso de adotado o método do inventário permanente (ou
perpétuo). Existem vários critérios para a avaliação desses estoques. Dedicar-nos-emos
apenas a três deles.

5.2 Métodos de contabilização


As transações que envolvem aquisições e requisições de materiais, transferências
e venda de produtos acabados numa empresa industrial, compra e venda de mercadorias
numa empresa comercial, e aquisição e consumo de material de consumo em qualquer
tipo de organização são registradas por meio de dois métodos distintos.
O método do inventário periódico não requer a manutenção de um registro em
termos monetários e contínuos dos estoques. Em lugar desse registro corrente, os custos
são registrados em contas específicas segundo a natureza da transação: Compras, Fretes
de Compras, Devolução de Compras. Os custos do material consumido ou os custos das

Gestão de Custos em Processos


22

mercadorias vendidas são calculados no final do período contábil, quando se levantam os


estoques físicos. As fórmulas básicas para determinação do custo são:

Estoque Inicial de Materiais


+ Compras de Materiais
- Estoque Final de Materiais
= Materiais Consumidos
e

Estoque Inicial de Produtos em Processo


+ Custo Fabril
- Estoque Final de Produtos em Processo
= Custo das Mercadorias Fabricadas

e, ainda,
Estoque Inicial de Produtos Acabados
+ Custo das Mercadorias Fabricadas
- Estoque de Produtos Acabados
= Custo das Mercadorias Vendidas.

Denomina-se esse método periódico, porque é necessário o levantamento físico


dos estoques, no final de cada período contábil, quando se deseja determinar o custo do
período (Fremgen 1966:76). O método do inventário perpétuo requer a manutenção de
um registro em termos monetários contínuos que acompanhe os materiais, o trabalho em
processo e o custo dos produtos vendidos; ao se movimentarem a débito e a crédito as
contas de inventário, obtêm-se permanentemente os seus saldos. "Tal facilita o controle
administrativo e a preparação das demonstrações periódicas” (Horngren, 1962:23).

No método do inventário periódico são geralmente utilizadas as contas Compras,


Vendas e Estoque de Mercadorias.

No método do inventário permanente as contas são: Estoque de Mercadorias, Vendas


e Custo de Vendas.
Quando a empresa usa o método do inventário periódico, todas as compras são
debitadas à conta Compras, aos preços de aquisição; todas as vendas são registradas a
crédito da conta Vendas, aos preços de venda. O valor registrado a débito da conta Estoque
de Mercadorias é o valor do estoque inicial do período em estudo. Esse valor será ajustado
no fim do período, por meio de um lançamento contra a conta Resultado do Período.
Quando a empresa adota, para o registro das transações de compra e venda de
mercadorias, o método do inventário permanente, a compra de mercadorias é registrada
a débito da conta Estoque de Mercadorias; a venda de mercadorias é registrada por dois
lançamentos: o primeiro, debitando a conta Caixa ou Contas a Receber e creditando a
conta Vendas aos preços de venda; o segundo registra a saída de mercadorias do estoque,
debitando-se a conta Custo de Vendas e creditando-se a conta Inventário de Mercadorias,
pelos preços de aquisição.

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23

Exemplo iIustrativo
Suponha as seguintes transações:

Estoque inicial: 500 unidades a $10,00 $5.000,00


a) 1ª Compra 300 unidades a $10,00 a prazo $3.000,00
b) 1ª Venda 400 unidades a $15,00 a dinheiro $6.000,00
c) 2ª Compra 300 unidades a $10,00 a dinheiro $3.000,00
d) 2ª Venda 300 unidades a $15,00 a prazo $4.500,00

Propositadamente, imaginamos um regime estável de preços, a fim de não


complique o problema. Ainda neste capítulo vamos registrar as operações de uma empresa
que atua num ambiente econômico no qual os preços estão sujeitos a variação.

O registro das transações acima, adotando-se o método do inventário periódico e


segundo rotinas já explicadas, teria o seguinte desenvolvimento:
$4.500,00

Inventário de Mercadorias Compras Vendas


EI 5.000,00 (g) 5.000,00 (a) 3.000,00 (e) 6.000,00 (f) 10.500,00 (b) 6.000,00

(h) 4.000,00 (c) 3.000,00

Caixa Contas a Receber Contas a Pagar


(b) 6.000,00 (c) 3.000,00 (d) 4.500,00 (a) 3.000,00

As três contas: Caixa, Contas a Receber e Contas a Pagar são mais relacionadas à
contabilidade financeira, por isso não foram incluídas nas explicações das rotinas do
método de contabilização do inventário periódico. São agora movimentadas para que os
lançamentos fiquem balanceados de acordo com o método das partidas dobradas.

Após a realização dessas transações, a fim de que seja conhecido o lucro do período,
é necessário levantar o inventário físico no final do exercício e avaliá-lo.

Segundo as operações realizadas, o estoque físico em unidades e em valor será:

Unidades
Entrada Saída Saldo
Estoque inicial 500
(a) 300 800
(b) 400 400
(c) 300 700
(d) 300 400

Gestão de Custos em Processos


24

Contabilmente, o lucro do período será determinado pela conta de Resultado do Período,


que vai registrar todos os saldos das contas de Rendas e Despesas, além do ajustamento
do estoque.
Resultado do Período
(e) 6.000,00 (f) 10.500,00
(h) 4.000,00 (h) 4.000,00
Lucro
3.500,00

Através desses lançamentos de encerramento obtivemos:

1. O lucro do período: $3.500,00. Isto é, 700 unidades com uma margem bruta unitária
de $ 5,00 ($15,00 - $ 10,00).

2. O valor correto do estoque. Isto é, aparece agora na conta o valor das quantidades
existentes no fim do período: $4.000,00.

3. A conta Compras aparece com saldo zero. No próximo exercício esta conta receberá
os valores das aquisições relacionadas àquele exercício.

4. O registro das mesmas transações, agora adotando-se o método do inventário perpétuo,


será:

Estoque de Mercadorias Custo de Vendas Vendas


EI 5.000,00 (b) 4.000,00 (b) 4.000,00 (f) 7.000,00 (e) 10.500,00 (b) 6.000,00
(a) 3.000,00 (d) 3.000.,00 (d) 3.000,00 (d) 4.500,00
(c) 3.000,00

Caixa Contas a Receber Contas a Pagar


(b) 4.000,00 (c) 3.000,00 (d) 4.500,00 (a) 3.000,00

É possível notar que tanto a transação (b) quanto a (d) admitem dois registros:

1. O registro da venda das mercadorias a preços de venda.


2. O registro da baixa do estoque a preços de compra.

Contabilmente, o resultado do período será determinado pela conta de Resultado, que vai
registrar todos os dados das contas de Rendas e Despesas.

Resultado
(f) 7.000,00 (e) 10.500,00
Resultado:
3.500,00

De acordo com esse método, o valor do estoque final já está determinado contabilmente:
$4.000,00. Anualmente, é necessário levantar o estoque físico, avaliá-I o e estabelecer
uma comparação entre ele e o estoque contábil.

Gestão de Custos em Processos


25

5.3 Critérios de avaliação dos estoques


Na prática, quando produtos iguais são comprados a preços diferentes e em épocas
diversas, e vendidos a preços diversos em diferentes épocas, os problemas de custeamento
dos estoques finais e das saídas de mercadorias do estoque tornam-se complexos,
existindo vários critérios que procuram apresentar soluções satisfatórias.

A fórmula já estudada, para cálculo do lucro, é:

Vendas - Custo de Vendas = Lucro Bruto

e a fórmula geral, para determinação do custo, é:

Estoque Inicial + Compras - Estoque Final = Custo de Vendas.

Podemos facilmente observar que uma avaliação maior ou menor dos estoques afetará
fatalmente o Resultado do Período.

Os critérios de avaliação de estoques mais conhecidos (Fremgen, 1966:78) são:


PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair) Custo
Médio (Média Aritmética Ponderada)

O custo PEPS considera que as primeiras unidades que entraram no estoque


(inclusive as já existentes no estoque inicial) são as primeiras a sair. Nesse caso, as unida-
des que permanecem no estoque são as unidades referentes às últimas compras. Num
período em que os preços estão em elevação, o estoque final terá um valor mais alto do
que se o critério usado fosse o UEPS. O estoque final de valor mais elevado dará como
resultado um custo de vendas mais baixo e, conseqüentemente, um lucro maior, Esse
método, num regime inflacionário, tem a vantagem de refletir o valor corrente do estoque
final e a desvantagem de distorcer o valor do lucro. "Talvez a principal vantagem do critério
PEPS é que ele aparentemente se ajusta ao fluxo físico das mercadorias na maioria das
vezes" (Fremgen, 1966:79).

O custo UEPS considera que as últimas unidades a entrar no estoque são as que
sairão em primeiro lugar. Nesse caso, as unidades que permanecem no estoque são as
unidades originais. Num período em que os preços estão em elevação, o estoque final
terá um valor menor do que se usarmos o critério PEPS. Um estoque assim avaliado
resultará num custo de vendas mais alto. Um custo de vendas mais alto, de acordo com
a fórmula geral, dará como resultado um lucro menor. As nossas leis são muito precisas
a respeito, quando estabelecem que os inventários devem ser avaliados pelo custo ou
mercado (o que for mais baixo). O critério UEPS é aquele que numa economia inflacionária
melhor reflete o lucro do período. "Óbviamente, o critério UEPS não se ajusta ao fluxo
físico das mercadorias exceto em circunstâncias não muito freqüentes” (Fremgen,
1966:81). É preciso salientar que o critério UEPS é, antes de tudo, um fluxo de custos e
não de mercadorias.
Em alguns países, as leis fiscais permitem que a empresa use qualquer método ou
critério, desde que adote os preceitos da manutenção de métodos e o da sua apresentação
clara no Balanço. Note-se que a redução do lucro de um exercício é mais ou menos

Gestão de Custos em Processos


26

compensada pelo aumento do lucro no exercício seguinte, pois o estoque final de um


exercício nada mais é do que o estoque inicial do exercício seguinte. Não ha, portanto,
longo prazo, uma redução do lucro, mas apenas a sua contabilização no exercício em que
efetivamente se verifica. Não estamos considerando aqui os problemas do valor do dinheiro
no tempo. Claro que esse fato poderia ser forte argumento, mas vamos deixar para estudá-
lo num momento mais oportuno, para não fazer uma digressão quanto ao ponto que
estamos estudando.
O Custo Médio representa a média ponderada de todas as entradas no estoque,
inclusive o estoque inicial. O valor do custo médio do período será adotado para a
avaliação das unidades que permanecem no estoque final. O critério do custo médio,
embora seja o mais empregado, apresenta as desvantagens dos critérios PEPS e UEPS,
sem apresentar as suas vantagens, isto é, no caso em que os preços estão apresentar
ascensão. Esse método não reflete nem o valor do estoque final, nem o lucro do período.
Todavia, se a economia é mais ou menos estável, ele tende a compensar as variações de
preço do período, refletindo melhor tanto a renda como o valor do estoque final.
Existem outros critérios, porém básicos são os três já estudados. Quando se diz
custo ou mercado, o que for mais baixo, os valores do custo são determinados por algum
dos critérios acima.
Muitos autores indicam, como critério de avaliação dos estoques, os custos-
padrão.
Esse critério administrativo atinge as finalidades de controle das operações, mas não
atende às necessidades de determinação do lucro.
Para efeitos fiscais, a empresa que adota o sistema de custos-padrão, para
avaliação de inventários, terá que proceder a uma correção para a determinação do
lucro real (tributável).

Apresentação dos critérios

PEPS

Para melhor assimilação do critério PEPS, vamos imaginar um depósito construído


do seguinte modo:

Entrada de Saída de
. mercadoria 3 2 1 mercadoria

Se Considerarmos que os produtos são geladeiras adquiridas pelos seguintes preços:


Geladeira nº 1 - $1.000
Geladeira nº 2 - $2.000
Geladeira nº 3 - $3.000

Se o preço de venda é de $ 3.500 e, ainda, que são vendidas duas geladeiras, Pode.
10S observar como funciona basicamente o critério PEPS, ou seja: os primeiros a .
que entram no estoque são os primeiros a ser vendidos.

Gestão de Custos em Processos


27

Partindo do critério, notamos que o Custo das Mercadorias Vendidas foi igual a $3.000
para as duas geladeiras que foram vendidas, a nº 1 e a nº 2. a

Nesse caso, o lucro seria assim calculado:

Vendas - 2 geladeiras x $3.500 = $ 7.000


Custo de Vendas $
Compras - 3 geladeiras a 6.000
Menos: Estoque Final
1 geladeira (nº 3) 3.000
3.000
Resultado Bruto sobre as vendas 4.000

Para o critério UEPS, vamos imaginar um depósito assim construído:

Entrada de
mercadoria

3 2 1
Saída de
mercadoria

Nesse depósito, os artigos que entram em primeiro lugar são os últimos a


sair.
Vamos os usar o mesmo exemplo anterior - o das três geladeiras. O lucro do período,
adotando agora o critério UEPS, seria:

Vendas - 2 geladeiras $ 7.000


Custo de Vendas $
Compras - 3 geladeiras a 6.000
Menos: Estoque Final
1 geladeira (nº 1) 1.000
5.000
Resultado Bruto sobre as Vendas 2.000

Custo Médio

(Qualquer que seja o tipo de depósito.) O custo médio das geladeiras que são
adquirida no período, incluindo o estoque inicial, é o mesmo, porque nada mais é do que
a média aritmética ponderada das entradas de mercadorias.

Gestão de Custos em Processos


28

No exemplo das geladeiras, o custo médio seria calculado do seguinte modo:

$
Geladeira 1 1.000
Geladeira 2 2.000
Geladeira 3 3.000
6.000

Custo médio = $6.000 = $2.000


3 geladeiras

A Demonstração do Resultado parcial seria:


$
Vendas - 2 geladeiras a 7.000
$
Compras - 3 geladeiras a 6.000
Menos: Estoque Inicial
1 geladeira a 4.000
Resultado Bruto sobre as Vendas 3.000

Podemos fazer agora um resumo dos diversos critérios, em relação a uma economia, em
que os preços estão em elevação.

Critérios Estoque Rnal Custos de Vendas Lucro


PEPS Maior Menor Maior
UEPS Menor Maior Menor
Custo Médio Entre os dois Entre os dois Entre os dois

Exemplo Ilustrativo

Para melhor fixação dos critérios de avaliação estudados, vejamos o seguinte exemplo:

$ $
Estoque inicial – 200 unidades 10,00 2.000,00
Dia 5 – Compra de 50 unidades a 15,00 750,00
Dia 10 – Venda de 120 unidades a 20,00 2.400,00
Dia 15 – Compra de 70 unidades a 21,00 1.470,00
Dia 20 – Venda de 120 unidades a 20,00 2.400,00
Dia 25 – Compra de 80 unidades a 25,50 2.040,00
Dia 29 – Venda de 100 unidades a 30,00 3.000,00
Estoque Final – 60 unidades

Gestão de Custos em Processos


29

Primeiramente, devemos supor que a empresa adota o método de contabilização


denominado inventário periódico. Nesse caso, como a conta Estoque de Mercadorias
registra apenas o saldo inicial, os cálculos dos valores do estoque final serão assim
preparados:
Custo médio:

$ $
Estoque Inicial 200 unid. 10 Cada 2.000
a
Compras 50 unid. a 15 Cada 750
7 unid. a 21 Cada 1.470
80 unid. a 25,50 Cada 2.040
400 6.260

$ 6.260 / 400 unidades = $15,65


Estoque Final – 60 unidades x $ 15,65 = $ 939,00

Custo PEPS:

As últimas unidades pertencem à última compra:


60 unidades x $25,50 = $ 1.530,00

Custo UEPS:

As últimas unidades pertencem ao estoque inicial:


60 unidades a $10,00 = $ 600,00

Para mostrar a influência dos critérios de avaliação dos estoques no Resultado do


Período, a seguir está uma comparação dos lucros obtidos, adotando-se os três critérios
estudados.

Médio PEPS UEPS


7.800 7.800 7.800
Vendas
Custo de Vendas
Estoque inicial 2.000 2.000 2.000
+ Compras 4.260 4.260 4.260
6.260 6.260 6.260
Estoque Final 939 5.321 1.530 4.730 600 5.660
Resultado Bruto 2.479 3.070 2.140

Gestão de Custos em Processos


30

Condições a respeito dos estoques inicial e final

Para melhor compreensão do reflexo do emprego dos critérios de avaliação dos


estoques no lucro do período, inclusive quanto a modificações resultantes do valor do
estoque inicial, examinaremos a seguinte situação:

Empresa A
$
Vendas 10.000
$
Estoque Inicial 2.000
+ Compras 7.000
Mercadorias
9.000
Disponíveis
Estoque Final 4.500

Custo de Vendas 4.500

Resultado Bruto 5.500

Empresa B
$
Vendas 10.000
$
Estoque Inicial 2.000
+ Compras 7.000
Mercadorias
9.000
Disponíveis
Estoque Final 6.500

Custo de Vendas 2.500

Resultado Bruto 7.500

Essas duas empresas partiram de dados iguais, exceto com relação ao estoque
final. O seu valor, na empresa B, foi superior ao de A, o que ocasionou um lucro maior.
Podemos, então, concluir que:

Gestão de Custos em Processos


31

Quanto maior for o estoque final, maior será o lucro.

Examinemos, agora, outra situação;

Empresa A
$
Vendas 10.000
$
Estoque Inicial 2.000
+ Compras 7.000
Mercadorias
9.000
Disponíveis
Estoque Final 4.500

Custo de Vendas 4.500

Resultado Bruto 5.500

Empresa B
$
Vendas 10.000
$
Estoque Inicial 4.000
+ Compras 7.000
Mercadorias
11.000
Disponíveis
Estoque Final 4.500

Custo de Vendas 6.500

Resultado Bruto 3.500

Nessa segunda situação, variou apenas o valor do estoque inicial; na empresa S foi
maior, o que ocasionou um lucro menor. Concluímos, então, que:

Quanto maior for o estoque inicial, menor será o lucro.

Observamos, então, que os valores dos estoques influenciam diretamente o lucro, o


que vai exigir um cuidado todo especial na avaliação dos mesmos, para que a empresa
não apresente resultados fictícios.

Uma sobreestimação do estoque final causa uma sobreestimação no lucro de um ano,


mas como esse mesmo estoque final será o estoque inicial do ano seguinte e se se mantiver
o mesmo critério de avaliação, o lucro do ano seguinte será subestimado, havendo uma
compensação em dois períodos consecutivos. Essas observações são reSumidas (Finney &
Miller, 1963:284):

Gestão de Custos em Processos


32

5.4 Combinação dos critérios com os métodos


Alguns problemas podem ainda surgir da aplicação da avaliação dos estoques e
conseqüentemente da avaliação das retiradas do estoque.

Se o critério usado for o PEPS, os resultados serão os mesmos, independentemente


do emprego dos diferentes métodos de contabilização (periódico ou perpétuo).
Porém, se o critério usado para avaliação dos estoques e das retiradas for o UEPS I o Custo
Médio, aparecerão diferenças nos resultados quando aplicarmos o método ~ contabilização
do inventário periódico ou o método do inventário perpétuo. Vejamos o exemplo abaixo
(Bierman Jr., 1959:146):

Estoque Inicial 10.0. unidades a $2,0.0. cada $20.0.


1) Vendas 80. unidades
20.0. unidades
2) Compras $2,10. cada $420.
a
3) Vendas 220. unidades
30.0. unidades
4) Compras $2,20. cada $660.
a
5) Vendas 20.0. unidades
10.0. unidades
6) Compras $2,25 cada $225
a

Suponha que se adote o:


a) método periódico

b) critério UEPS

O estoque final é igual a 200 unidades. Seguindo as rotinas do método do inventário


periódico, o valor do Estoque Inicial de Mercadorias não foi alterado, de vez que não
e fazem lançamentos na conta pelas retiradas.

O estoque final avaliado pelo critério UEPS será igual a

100. unidades a $2,00


10.0. unidades a $2,10.
$410.
Suponha, agora, que se adote o:

a) método perpétuo

b) critério UEPS
De acordo com as rotinas já explicadas, cada retirada do estoque será contabiliza-
la. Nesse caso, o critério será constantemente empregado para o custeio das mercadorias
que estão sendo vendidas.

Gestão de Custos em Processos


33

Teremos a seguinte situação:

Estoque
Débito Crédito
Saldo inicial: 10.0. u. a $2,0.0. $20.0.

- Saldo apóS a venda: Venda: 80. u. a $2,0.0. $160.,0.0.


20. u. a $2,0.0. $40.
Compra: 20.0. u. a $2,10. $420
Saldo após a compra:
20. u. a $2,0.0. $40
20.0. u. a $2,10. $420
Saldo após a venda: Zero Venda: 220. u.
20. u. a $2,0.0. $40,00
20.0. u. a $2,10. $420,00.
Compra: 30.0. u. a $2,20. $660, 00
Venda: 20.0. u. a
Saldo após a venda: $440,00.
$2,20.
10.0. u. a $2,20. $220,00
Compra: 10.0. u. a $2,25 $225, 00
Saldo final 20.0.u. $445,00.

Como se nota, há uma diferença no valor do estoque final e, conseqüentemente,


no custo das mercadorias vendidas, embora os dados sejam os mesmos e o critério de
avaliação também seja igual. Apenas os métodos de contabilização foram diferentes.
Estudando o mesmo assunto, Matz, Curry e Frank (1967:264-72) exploram o
problema com o concurso de outras operações, tais como Devolução de Compras e
Devoluções de Materiais da Produção para o Almoxarifado. Cada critério de avaliação vai
oferecer resultados diferentes.
Ao estudarmos os sistemas de custeamento, principalmente quando nos detivernos
no custeamento por processo; vamos constatar que certos fatos, como a época f e entrada
dos materiais na Produção e as perdas de fabricação, complicarão de certa forma os
cálculos dos custos; e que o emprego de cada critério de avaliação do custo das
mercadorias fabricadas e dos estoques fornecerá resultados também diferentes.
(Horngrell, 1962:471-2).

Gestão de Custos em Processos


34

6. MÃO-DE-OBRA DIRETA
Mão-de-obra Direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o
produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo despendido e a
identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação
indireta ou rateio. Se houver qualquer tipo de alocação por meio de estimativas ou divisões
proporcionais, desaparece a característica de "direta".

6.1 Exemplos de Separação entre Mão-de-obra Direta e Indireta


O operário que movimenta um torno, por exemplo, trabalhando um produto ou
componente de cada vez, tem seu gasto classificado como Mão-de-obra Direta. Porém, se
outro operário trabalha supervisionando quatro máquinas, cada uma executando uma
operação num produto diferente, inexistindo possibilidade de se verificar quanto cada um
desses produtos consome do tempo total daquela pessoa, temos aí um tipo de Mão-de-
obra Indireta.
Se surgir a possibilidade de se conhecer o valor de mão-de-obra aplicada no produto
de forma direta por medição, existe a Mão-de-obra Direta; se se recorrer a qualquer critério
de rateio ou estimativa, transforma-se, para efeito contábil, em Indireta.
Encontra-se às vezes outro tipo de conceituação, tratando-se como direta toda e
qualquer mão-de-obra utilizada na produção, mas isso traz algumas conseqüências in-
desejáveis, como se poderá ver durante este Capítulo.
Ocorre muitas outras vezes haver a possibilidade de a empresa medir a mão-de-obra
mas, por razões econômicas, não o fazer; ou então essa medição é difícil de ser realizada,
e desiste-se dela. Temos aí a existência física da Mão-de-obra Direta, mas a Contabilidade
de Custos a tratará como Indireta devido à adoção de sua alocação por critérios estimativos
(como ocorre com vários outros custos diretos, como materiais, tinta etc.). Essas razões
de desistência de medição podem ser: pequeno valor da mão-de-obra, inexistindo
interesse por uma medida mais apurada; custo elevado para se fazer a medição;
dificuldade de se processar a mensuração (como no caso de um homem operando diversas
máquinas) etc.
A mão-de-obra Indireta poderia ser sempre subclassificada como, por exemplo: a)
aquela que pode, com menor grau de erro e arbitrariedade, ser alocada ao produto, como
a de um operador de grupo de máquinas; b) aquela que só é apropriada por meio de
fatores de rateio, de alto grau de arbitrariedade, como o das chefias de departamentos
etc. (Quando falamos em operador ou supervisor de máquinas, só podemos tratar a mão-
de-obra como indireta se estiverem sendo elaborados diversos produtos; se fosse
produzido apenas um, logicamente seria Mão-de-obra Direta dele).
Devido à evolução das tecnologias de produção, há uma tendência cada vez mais forte
à redução da proporção de Mão-de-obra Direta no custo dos produtos; a mecanização e a
robotização reduzem o número global de pessoas, especialmente daquelas que operam
diretamente sobre os produtos.
Alguns exemplos mais comuns de mão-de-obra direta são: torneiro, prensista,
soldador, cortador, pintor etc. E de mão-de-obra indireta: supervisor, encarregado de
setor, carregador de materiais, pessoal da manutenção, ajudante etc.

Gestão de Custos em Processos


35

6.2 Mão-de-obra Direta: Custo Variável?


Mesmo que a remuneração do operário seja contratada por hora, o que ocorre com
o seu pagamento no fim do mês? A legislação trabalhista brasileira, diferente de inúmeros
outros países, garante-lhe um mínimo de 220 horas. Mesmo que só tenha trabalhado
metade disso, mas se teve à disposição da empresa todo o tempo exigido contratual e
legalmente, fará jus àquele mínimo. O contrato acabou por produzir um gasto fixo mensal
com esse operário. Será por isso a Mão-de-obra Direta um custo fixo também?
Convém aqui distinguirmos entre o que seja custo de Mão-de-obra Direta e gastos
com Folha de Pagamento. No caso acima, a folha é um gasto fixo (pelo menos quando não
excede às 220 horas), mas a Mão-de-obra Direta não. E isso devido ao fato de só poder
ser considerada como Mão-de-obra Direta a parte relativa ao tempo realmente utilizado
no processo de produção, e de forma direta. Se alguém deixa, por qualquer razão, de
trabalhar diretamente o produto, esse tempo ocioso ou usado em outras funções deixa de
ser classificado como Mão-de-obra Direta. Se, por exemplo, houver uma ociosidade por
razões tais como falta de material, de energia, quebra de máquinas etc., dentro de limites
normais, esse tempo não utilizado será transformado em custo indireto para rateio à
produção. Se, por outro lado, tais fatos ocorrerem de forma anormal e o valor envolvido
for muito grande, será esse tempo transferido diretamente para perda do período (como
no caso de greve prolongada, grandes acidentes etc.).
Portanto, custo de Mão-de-obra Direta não se confunde com valor total pago à
produção, mesmo aos operários diretos. Só se caracteriza como tal a utilizada diretamente
sobre o produto. Portanto, o custo de Mão-de-obra Direta varia com a produção, enquanto
a Folha relativa ao pessoal da própria produção é fixa. Essa distinção é de absoluta
importância para inúmeras finalidades.
Uma exceção pode existir, entretanto, e podemos ter Mão-de-obra Direta fixa. Tal fato
ocorre quando existe um equipamento que tem seu volume de produção ditado por
regulagem. Aumenta ou diminui o volume da produção, mas continua o mesmo número
de homens diretos trabalhando, pelo menos dentro de certos limites. Neste caso, assume
a Mão-de-obra Direta o comportamento de custo fixo.

6.3 O que Integra o Custo da Mão-de-obra Direta


Em alguns países, como no caso dos EUA, atribui-se muitas vezes como custo de Mão-
de-obra Direta somente o valor contratual, sem inclusão dos encargos sociais; tal
procedimento pode ser aceitável num local como esse, onde tais encargos normalmente
não são grandes e, o que é importante, nem sempre dependem diretamente do valor da
própria Mão-de-obra. Mas no Brasil esse fato assume outra magnitude, sendo necessária
a inclusão desses encargos no custo horário da Mão-de-obra Direta.
Nesses países, os encargos sociais assumem um caráter mais de custo fixo do que de
variável, por serem mais uma função do número de pessoas do que do valor pago. No
Brasil, todavia, são totalmente dependentes do pagamento feito, tomando-se tais encargos
uns custos variáveis com relação à própria mão-de-obra e diretamente proporcionais a ela.
Na situação de nosso país, ao se optar então pela inclusão dos encargos sociais no
próprio montante da Mão-de-obra Direta, precisa-se calcular para cada empresa (ou para
cada departamento, se houver variações significativas entre eles) qual o valor a ser
atribuído por hora de trabalho. Sabemos que decorrem da legislação e do contrato de
trabalho os repousos semanais remunerados, as férias, o 132. salário, a contribuição ao

Gestão de Custos em Processos


36

INSS, a remuneração dos feriados, as faltas abonadas por gala, nojo etc., além de vários
outros direitos garantidos por acordos ou convenções coletivas de trabalho das diversas
categorias profissionais. A quanto monta esse total?
A maneira mais fácil de calcular esse valor é verificar o gasto que cabe à empresa por
ano e dividi-lo pelo número de horas em que o empregado efetivamente se encontra à sua
disposição. Vejamos um exemplo:
Suponhamos que um operário seja contratado por $100,00 por hora. A jornada máxima
de trabalho permitida pela Constituição brasileira é de 44 horas semanais (sem considerar
horas extras). Supondo-se semana não inglesa, isto é, semana de seis dias sem
compensação do sábado, a jornada máxima diária será de:

44 / 6 = 7,3333 horas
que eqüivalem a 7 horas e 20 minutos.

Assim, podemos estimar o número máximo de horas que um trabalhador pode


oferecer à empresa:

Número total de dias por ano 365 dias


(-) Repousos Semanais Remunerados 48 dias
(-) Férias 30 dias
(-) Feriados 12 dias
(= ) Número máximo de dias à disposição do 275 dias
empregador
x jornada máxima diária (em horas) 7,33333 horas
(=) Número máximo de horas à disposição, 2.016,7 horas
por ano:
(*) deduzidas quatro semanas já computadas nas
férias.

A remuneração anual desse empregado será, então, em moeda constante:

(a) Salários: 2.016,7h x $100,00 $201.670,00


(b) Repousos Semanais: 48 x 7,3333 = 352 h x
$100,00 $35.200,00
(c) Férias: 30 dias x 7,3333 = 220h x $100,00 $22.000,00
(d) 13º. Salário: 220h x $100,00 $22.000,00
(e) Adicional Constitucional de Férias: (1/3 de $7.333,33
"C") $8.800,00
(f) Feriados: 12 x 7,3333h = 88h x $100,00 $297.003,33

Total

Gestão de Custos em Processos


37

Sobre esse total o empregador é obrigado a recolher as seguintes contribuições (em


porcentagens):

Previdência Social 20,0%


Fundo de Garantia 8,0%
Seguro - acidentes do trabalho 3,0%
Salário – Educação 2,5%
SE SI ou SESC 1,5%
SENAI ou SENAC 1,0%
INCRA 0,2%
SEBRAE 0,6%
36,8%
Total

O custo total anual para o empregador será, então:

$ 297.003,33 x 1,368 = $ 406.300,56

e o custo-hora será:
$ 406.300,56 / 2.016,7h = $ 201,47

Gestão de Custos em Processos


38

7. CUSTOS INDIRETOS
Com a redução gradativa do custo da mão-de-obra direta pela eliminação de postos
de trabalho e sua substituição por atividades automatizadas, os custos indiretos vêm
aumentando sua participação nos custos totais das empresas e, consequentemente, nos
seus produtos.
Esse agrupamento contempla todos os elementos de custos que não têm medição
de consumo nos produtos, e por isso mesmo são apropriados por intermédio de rateios.
Exceto a matéria-prima e a mão-de-obra direta, praticamente todos os demais custos são
tratados como indiretos.
Em regra, a base de rateio empregada é a mão-de-obra direta que, como dissemos,
vem reduzindo sua participação e, por isso mesmo, é alvo de críticas por parte de
especialistas em custos, propiciando, como consequência, o desenvolvimento de novos
métodos de custeio. Entendemos que a utilização desses novos métodos deva ser
gradativa, em função de avanços do conhecimento sobre o assunto e do tipo de informação
de custos desejada.
Neste trabalho não levamos em consideração essas transformações que estão
acontecendo, o que demandaria um estudo mais aprofundado sobre o assunto. Porém, é
importante que os responsáveis pela apuração de custos atentem para essa realidade e,
empregando o método de custeio aqui desenvolvido (por absorção), procurem estabelecer
bases de rateios que permitam apurar os custos, gerando confiabilidade aos resultados
obtidos.

7.1 Composição dos custos indiretos de fabricação


Podemos subdividir em três grupos os custos indiretos:

a) materiais indiretos: correspondem aos materiais auxiliares empregados no processo de


produção, que não integram fisicamente os produtos; e os materiais diretos, que não
têm medição do consumo nos produtos;

b) mão-de-obra indireta: corresponde à mão-de-obra que não trabalha diretamente na


transformação da matéria-prima em produto ou da qual não há condições de apontar
o tempo gasto nos produtos;

c) outros custos indiretos: todos os demais custos indiretos incorridos na fábrica, que
não são possíveis medir ou quantificar o consumo nos produtos.

7.2 Dificuldades para estabelecer as bases de rateios


A dificuldade que encontramos para alocar custos indiretos reside na definição da
base de rateios a ser utilizada, pois é uma tarefa que envolve aspectos subjetivos e
arbitrários. Se o critério adotado não for bem consistente, o resultado de custos ficará por
certo deficiente para atender aos fins a que se propõe. Tendo em vista, que o montante
dos custos indiretos será absorvido pela produção por qualquer base que venha a ser
empregada, alguns produtos podem ficar subavaliados, enquanto outros, superavaliados.
O que se procura ao definir uma base é minimizar tais distorções.
Para entender essa situação, analisamos um caso bem simples de como poderíamos
alocar o custo da energia elétrica aos três produtos de uma empresa: X, Y e Z.

Gestão de Custos em Processos


39

Supondo ser de $ 1.500,00 o valor dessa conta, quanto caberia a cada um dos três
produtos?
Em primeiro lugar, sem informações adicionais, podemos dividir em partes iguais,
uma
para cada produto:

$ 1.500,00 = $ 500,00 para cada um dos produtos


3

Nessa divisão não se levou em consideração a quantidade fabricada de cada um que,


se for diferente, por certo determinaria um resultado melhor.
Levantando-se o volume de produção, constatamos ser de 310 unidades no período,
assim distribuído por produto:

Produto X = 10 unidades
Produto Y= 100 unidades
Produto Z = 200 unidades
Considerando-se esse volume de produção como base de rateio, o custo da energia
elétrica
seria:
$ 1.500,00 = $ 4,83871/unidade
310u

Produto X = 10 unidades X $ 4,83871/u = $ 48,39


Produto Y = 100 unidades X $ 4,83871/u = $ 483,87
Produto Z = 200 unidades X $ 4,83871/u = $ 967,74

Aparentemente, o resultado ficou melhor que o anterior, pois levou em consideração


a quantidade produzida, ou seja, aquele produto que teve uma produção maior, em tese,
deveria absorver parcela maior do custo.
No entanto, podemos admitir que o consumo de energia elétrica seja proporcional ao
tempo de fabricação. Um produto que consumir mais tempo para ser fabricado, utilizará
mais
máquina e, conseqüentemente, maior será o seu consumo de energia e o custo também.
Levantando-se os tempos de fabricação temos:

Produto X = 5 horas por unidade


Produto Y = 4 horas por unidade
Produto Z = 10 horas por unidade

Gestão de Custos em Processos


40

Nosso rateio do custo da energia ficaria mais complexo. Temos agora alguns cálculos
a serem realizados:

1º Cálculo do tempo total de fabricação


Produto Quantidade Tempo Unitário Tempo Total
X 10u 5h 50 h
Y 100u 4h 400 h
Z 200 u 10h 2.000 h
Total de horas 2.450 h

2Q Cálculo da taxa-hora de energia elétrica


Custo da Energia
Custo da Energia = $ 1.500,00 = $ 0,61224/h
Total de horas 2.450 h

Q Cálculo do custo da energia dos produtos


Custo dos
Produto Tempo Total Taxa/Hora
Produtos
X 50 h $ 0,61224 $ 30,61
244,9
Y 400 h 0,61224 $
0
Z 2.000 h 0,61224 $ 1.224,49
Total 2.450 h $ 1.500,00

Esse último procedimento, mais trabalhoso, deve aproximar-se de um provável con-


sumo de energia elétrica por parte dos produtos. Porém, outros procedimentos poderiam
ser considerados, como, por exemplo, ratear o custo da energia pelo peso das matérias-
primas empregadas ou outra base que melhor se ajustar ao caso. Uma precisão para o
caso em específico seria instalar medidores de energia elétrica em cada máquina e ter o
consumo controlado. Nesse caso, a energia elétrica deixaria de ser custo indireto e passaria
a ser custo direto.

7.3 Algumas bases de rateios mais comuns


Qualquer base que venha a ser utilizada por certo permitirá que se chegue ao custo
dos produtos. No entanto, precisa-se ter coerência na escolha dessa, a fim de não serem
obtidos resultados distorcidos. O que precisa ficar bem claro é que todo e qualquer critério
que venha a ser empregado deve ser escolhido em função de uma base que represente
uma relação lógica, procurando aproximar-se daquilo que seria o "custo perfeito".
Nessa busca do "custo perfeito" podem ser utilizadas diversas bases de rateios, uma
para cada conta de custos indiretos, bem como para os departamentos auxiliares.
Normalmente, utilizam-se as seguintes bases para ratear custos indiretos:

a) área ocupada pelos departamentos, para ratear o custo do aluguel, depreciação do


prédio e impostos prediais;

b) número de funcionários para ratear os custos indiretos do departamento de Admi-


nistração da Fábrica;

Gestão de Custos em Processos


41

c) potência instalada em quilowatts/hora para a energia elétrica;

d) número de requisições de materiais, para ratear os custos do departamento de


Almoxarifado.

Em um mapa de apropriação dos custos indiretos tem-se uma visão ampla de como
é tratado o problema dos rateios. O modelo que mostraremos a seguir facilita a
compreensão.
Ao definir as bases de rateios dos custos indiretos de fabricação, o responsável pelos
cálculos de custos precisa ter em mente que elas devem ser duradouras, evitando
mudanças freqüentes, pois acabaria provocando flutuações nos custos dos produtos de um
período para outro, perdendo, com isso, a possibilidade de comparações e criando confusão
para os destinatários dos resultados de custos, que necessariamente não conhecem a
sistemática de apropriação.
No entanto, se a base utilizada necessitar de alteração, o
responsável pelos cálculos dos custos deve proceder à mudança,
efetuando observações a respeito nos relatórios de custos, para
que os usuários possam compreender com clareza os resultados
em análise, e refazer os cálculos do período anterior utilizando as
novas regras, se possível, permitindo com isso que sejam feitas
comparações dos resultados.

Gestão de Custos em Processos


42

8. CUSTOS PARA DETERMINAÇÃO DO LUCRO


8.1 Introdução
Uma das funções básicas da Contabilidade de Custos é fornecer elementos para
avaliação dos estoques e apuração do resultado. Enfatizando os custos para determinação
do lucro podemos dividir os conceitos em três partes: Gastos Fabris, Gastos Fabris e Não
Fabris e Gastos Não Fabris.

8.1.1 Gastos Fabris

Como Gastos Fabris temos:


Material direto (matéria-prima). . Mão-de-obra direta.
Gastos gerais de fabricação.

Estes gastos estão relacionados aos ativos (Ativo Permanente - Imobilizado). Temos
então como exemplo:

Depreciação.
Amortização.
Exaustão.

8.1.2 Gastos Não Fabris

Estes gastos estão relacionados com às áreas não produtivas.

EXEMPLO:

Despesas Administrativas.
Despesas Comerciais.
Despesas Financeiras.

Gestão de Custos em Processos


43

8.1.3 Fluxo de Dispêndio

DISPÊNDIOS DISPÊNDIOS DISPÊNDIOS


FABRIS FABRIS E NÃO NÃO FABRIS
FABRIS

MATERIAL ATIVOS
DESPESAS
DIRETO + MÃO FIXOS ADMINISTRATIVAS
DE OBRA E COMERCIAIS

CUSTOS DOS DEPRECIAÇÃO


DESPESAS
PRODUTOS AMORTIZAÇÃO
VENDIDOS EXAUSTÃO DO PERÍODO

RESULTADO
DO
EXERCÍCIO

8.1.4 Custo Primário

É a soma da matéria-prima mais a mão-de-obra direta.

8.1.5 Custo de Transformação

Representa o esforço da empresa para transformar o material, adquirido do


fornecedor, em produto acabado. É a soma da mão-de-obra direta mais os Gastos Gerais
de Fabricação (GGF).

8.1.6 Custo de Produção

É o custo do que foi produzido no período. É composto por:

Material Direto - matéria-prima, componentes diretos e embalagens identificadas ao


produto que está sendo elaborado.
Mão-de-Obra Direta - salário do operário que trabalha diretamente no produto.
Gastos Gerais de Fabricação - custos de produção que não podem ser identificados no
produto.

8.1.7 Custo dos Produtos Fabricados

Representa a soma dos custos dos produtos fabricados até o momento do


encerramento do exercício, ou seja, é o custo da produção do período mais o custo da
produção dos períodos anteriores ainda em estoque.

Gestão de Custos em Processos


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8.1.8 Custo dos Produtos Vendidos

É o custo dos produtos entregues aos clientes no período, ou seja, o custo dos
produtos acabados que saíram do depósito. Representa a parcela de custo confrontada
com a receita visando a apuração do resultado.

8.1.9 Esquema básico da Contabilidade de Custos para Apuração do Resultado.

CUSTOS

INDIRETO DIRETOS
S DESPESAS
ADMINISTRATIVAS
VENDAS
RATEIO FINANCEIRAS

RECEiTA
PRODUTO DAS
VENDAS
A

PRODUTO
B

PRODUTO
C

ESTOQUE

CUSTO
PRODUTOS
VENDIDOS

RESULTADO

Gestão de Custos em Processos


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9. CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÕES


9.1 Introdução
Muitas vezes, a administração se vê colocada entre duas ou mais alternativas e
necessita tomar uma decisão que melhor atenda aos interesses da empresa. Tendo em
vista que o custo é um fator importante na realização dos objetivos de lucro da empresa,
o custo de cada alternativa deve ser considerado na medida em que afeta o custo total das
operações, isto é, tanto nas operações diárias como no planejamento a curto e a longo
prazos. Entre as principais áreas de decisões temos:

Fazer versus comprar?


A que preços vender?
Qual o valor ideal a ser gasto em Propaganda e Promoção de Vendas?
Serviços de Produtos diretos ou por agentes autorizados?
Vendas diretas ou através de revendedores?
Grandes armazéns centrais versus pequenos depósitos locais?
Entregas diretas ou através de transportadoras?
Um vendedor para produtos diversos versus vendedores especializados?
Renovação de equipamento?

9.2 Custo Variável


Abordamos na segunda parte a apuração de custos dos produtos, empregando o
método de custeio por absorção, o qual considera que os produtos absorvem os custos
totais de um período, de forma direta ou indireta, quer tenham esses custos
comportamento fixo ou variável em relação ao volume produzido.
Veremos nesta parte que, para fins gerenciais, os custos obtidos por esse método
muitas vezes são falhos para a tomada de decisões. O custeio por absorção toma-se
problemático quanto ao tratamento dado aos custos fixos, ou seja, sua absorção pela
produção.
O método de custeio variável considera que os custos fixos não devem ser alocados
aos produtos, pois esses custos independem de haver produção ou mesmo do tipo de
produto que esteja sendo fabricado. Um caso bem simples para ilustração é o aluguel da
fábrica. Se a empresa produzir, digamos, 100 ou 120 unidades do produto X, o valor do
aluguel não se altera. Caso ela diversifique, passando a fabricar Y e Z, o valor do aluguel
permanecerá o mesmo. No entanto, ao ratearmos o aluguel, esses produtos irão
absorver uma parcela dele, e essa parcela será decorrente da forma de rateio
utilizada. .
O mesmo não acontece com os custos variáveis, pois eles são decorrentes da
produção. Se fabricar 100 unidades de X, a empresa incorre, por exemplo, no consumo de
matérias-primas relativas a essa quantidade; se fabricar mais unidades, incorrerá em mais
custos. Se fabricar Y ou Z, poderão ser consumidas outras matérias-primas além daquelas
consumi das em X. E esse raciocínio é válido para os demais custos variáveis.
Assim, os custos fixos, não sendo absorvidos pela produção, são tratados como custos
do período, indo diretamente para o resultado.
Por esse método de custeio, os produtos irão receber somente os custos decorrentes
da
sua produção: custos variáveis.

Gestão de Custos em Processos


46

ALGUNS PROBLEMAS RELACIONADOS AOS CUSTOS FIXOS

A absorção dos custos fixos à produção pode trazer sérias conseqüências quando os
resultados forem utilizados para fins gerenciais.
Várias razões contribuem para isso; entre elas, o fato de que os custos fixos têm mais
característica de custos necessários para manter a estrutura de produção do que custos
decorrentes daqueles produtos que estejam sendo fabricados. Outra situação se refere à
forma como são alocados aos produtos. Por serem custos indiretos,~são alocados por
meio de rateios, e as bases utilizadas são sempre fontes de controvérsias
sobre sua validade ou não.

O comportamento desses custos pode ser observado neste exemplo:

Custo fixo de um período: $ 80.000,00/mês


Custo variável: 12,00/t.

Admitamos que essa empresa fabrique um produto que tenha demanda instável, oscilando
entre 8.000 tono e 10.000 tono mensalmente. Assim, para três níveis diferentes de
produção, teríamos:

Custo
Níveis de Custo Unitário (em t.)
Total
Produção Fixo Variável Total Fixo Variável Total
8.000 t 80.000 96.000 176.000 10,00 12,00 22,00
10.000 t 80.000 120.000 200.000 8,00 12,00 20,00
12.000 t 80.000 144.000 224.000 6,67 12,00 18,67

Comparando os resultados obtidos nos três níveis de produção, podemos observar:


a) custo total: somente a parcela variável se modifica, pois é conseqüência do volume
produzido, enquanto o custo fixo permanece o mesmo;
b) custo fixo unitário: modificou-se, pois é conseqüência da divisão de um valor fixo
(parcela fixa do custo total) pelo volume produzido; quanto maior a produção, menor será
o custo fixo unitário e vice-versa;
c) custo variável unitário: não se modificou, pois cada unidade produzida recebe a mesma
carga desses custos;
d) custo total unitário: é a soma das parcelas de custo fixo e variável unitários; quanto
maior a produção, menor será o total unitário.

Para efeito de tomada de decisões, como, por exemplo, estabelecer o preço de


venda, vemos um complicador para o gestor sobre qual custo utilizar. Para cada nível de
atividade, temos um custo diferente devido à inclusão dos custos fixos, os quais, como
dissemos, podem ser entendidos como encargos para que uma empresa possa operar e
não encargos provocados pela produção que está sendo realizada.
Para avaliação de estoques, a Legislação determina que os custos fixos sejam
absorvi dos pela produção. Porém, para tomada de decisões, a inclusão deles nos custos
dos produtos mais atrapalha do que ajuda. Basta uma mudança no volume de produção
para modificar os custos dos produtos, podendo estes se tomar mais ou menos lucrativos.
Além disso, as contas que compõem o grupo de Custos Fixos são classificadas de Custos
Indiretos e, como tal, rateadas aos produtos. O rateio, por ser arbitrário, pode afetar o
custo de forma indevida.

Gestão de Custos em Processos


47

9.3 SEPARAÇÃO DO CUSTO FIXO E VARIÁVEL DO CUSTO SEMIVARIAVEL


Para a utilização do custeio variável, temos de separar os custos fixos dos variáveis,
pois eles recebem tratamentos diferentes. No entanto, nem sempre esta tarefa é fácil, pois
encontramos algumas contas que possuem tanto uma parcela como outra desses custos;
são os custos semivariáveis.
Vamos considerar o seguinte exemplo de custo semivariável e sua separação na
parcela fixa e variável:
Em uma empresa há um forno de tratamento térmico que utiliza óleo combustível o
qual, mesmo estando a fábrica parada, necessita ser mantido a uma temperatura
constante para não danificar certos componentes seus. Ao iniciar-se a produção, o
consumo de óleo começa a crescer. Para identificar a parcela do fixo e variável desse
elemento de custo precisamos recorrer a modelos estatísticos ou fazer projeções baseadas
em dados históricos.
Existem alguns métodos que permitem fazer a separação dos custos. Neste trabalho
vamos desenvolver apenas um, denominado método dos pontos máximos e mínimos ou
pontos altos e baixos.
É o método mais simples de todos. Consiste em observar o comportamento da
produção de um período e comparar os custos correspondentes. Assim, como os custos
fixos são constantes, a diferença de custo de um período para outro será a parcela variável
da diferença da quantidade.
Tomando-se um período de tempo, identificamos os extremos de custos e produção,
ou seja, os mais elevados e os mais baixos, que corresponderão aos pontos máximos e
mínimos.
Calcula-se a diferença dos custos e a diferença da produção. Dividindo-se a diferença
dos custos pela diferença da produção obtém-se a taxa do custo variável unitário. Para a
determinação do custo variável multiplica-se a taxa unitária encontrada pela produção de
cada mês. A diferença para o custo total corresponde à parcela de custo fixo.
Exemplo: A produção e os custos do óleo combustível no segundo semestre de 19x8 foram:

Meses Producão Custo


$
Julho 1.200 t
250.000,00
Agosto 1.300 t 262.500,00
Setembro l.l00 t 237.500,00
Pontos
Outubro 1.5 00 t 287.500,00
máximos
Novembro I. 400 t 275.000,00
Pontos
Dezembro I. 000 t 225.000,00
mínimos

Gestão de Custos em Processos


48

Nesse período, a produção e o custo do mês de outubro corresponderão aos pontos


máximos e do mês de dezembro, aos pontos mínimos.

Meses Produção Custo


Outubro 1.500 t $ 287.500,00
Dezembro 1.000 t 225.000,00
Variação 500 t 62.500,00

A diferença de custos $ 62.500,00 corresponde à diferença de 500 t de produção.


Esse valor é custo variável. Assim, o custo variável unitário será:
$ 62.500,00 = $ 125,00/t
500 t

Multiplicando-se esse custo variável unitário pelas toneladas de qualquer um dos


meses desse semestre obtém-se o custo variável. A diferença para o custo total será a
parcela do custo fixo.

9.4 O QUE É O CUSTEIO VARIÁVEL?


É o método de custeio que consiste em alocar aos produtos somente os custos
variáveis, quer sejam eles diretos ou indiretos.
Comparativamente ao custeio por absorção, a diferença entre ambos reside no
tratamento dado aos custos fixos. Enquanto no custeio por absorção eles são rateados aos
produtos, no custeio variável, são tratados como custos do período, indo diretamente para
o resultado igualmente às despesas. A forma de alocação dos custos variáveis: matéria-
prima, mão-de-obra direta e custos indiretos variáveis obedecem aos critérios já discutidos
em capítulos anteriores.
Enquanto o custeio por absorção atende às disposições legais quanto à apuração de
resultados e à avaliação patrimonial, o custeio variável atende administração da empresa.
Esse método permite aos administradores utilizar os custos como ferramenta auxiliar
na tomada de decisões, tais como:
a) quais produtos contribuem mais para a lucratividade da empresa;
b) determinação de quais produtos devem ter suas vendas incentivadas, reduzidas ou
mesmo ser excluídos da linha de produção;
c) que produtos proporcionam a melhor rentabilidade quando existirem fatores que
restringem a produção;
d) qual o preço mínimo a ser praticado em condições especiais, tal como venda de
capacidade ociosa;
e) decisão entre comprar ou fabricar;
f) determinação do nível mínimo de atividades em que o negócio passa a ser rentável;
g) definição, em uma negociação com o cliente, de qual o limite de descontos
permitido.

Gestão de Custos em Processos


49

9.5 Margem de Contribuição


Os produtos, ao serem fabricados, provocam a ocorrência dos custos variáveis. Além
dos custos variáveis, ao serem comercializados, os produtos provocam o surgimento de
certas despesas também variáveis: comissões, fretes, seguros etc.
Assim, temos custos e despesas que ocorrem em virtude de produzir e vender. São os
variáveis (custos e despesas).
O custeio variável considera que aos produtos devem ser alocados apenas os custos
variáveis, diferentemente do custeio por absorção, em que, além dos custos variáveis, os
produtos recebem também os custos fixos. Enquanto no custeio por absorção podemos
falar em lucro por produto, ou seja, que do preço de venda, deduzidos os custos de
produção, temos o lucro, no custeio variável isso não ocorre. Nesse, os produtos geram
uma margem denominada margem de contribuição.
A margem de contribuição é o quanto resta do preço, ou seja, do valor de venda de
um produto são deduzidos os custos e despesas por ele gerados. De outra forma,
representa a parcela excedente dos custos e despesas que os produtos provocam*. A
empresa só começa a gerar lucro quando a margem de contribuição dos produtos vendidos
superar os custos e despesas fixos do exercício.
ASSIM, MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITARIA É QUANTO AUMENTA O LUCRO
PARA CADA UNIDADE PRODUZIDA E VENDIDA A MAIS

Assim, a obtenção da margem de contribuição obedece ao seguinte cálculo:

MC = PV - (CV + DV)
*Caso o preço de venda de um produto seja inferior aos seus custos e despesas variáveis,
temos uma situação de margem de contribuição negativa, que deve ser revista ou, por
condições comerciais, suportada.
Onde:

MC = Margem de Contribuição
PV = Preço de Venda
CV = Custos Variáveis
DV = Despesas Variáveis
Exemplo: Uma empresa fabrica os produtos X, Y e Z. Em outubro/l9x2 foram produzidos
e vendidos com os preços e custos abaixo:

Preço de Venda Custo Variável


Produtos Quantidade
Unitário Unitário
X 1. 000 li 238,00 183,00
Y 800 li 404,00 367,00
Z 1.500 li 382,00 350,00

As despesas variáveis de vendas (comissões) representam 5% do preço.


Os custos e despesas fixos totalizam $ 55.000,00 no mês.

Gestão de Custos em Processos


50

O resultado dessa empresa é obtido da seguinte maneira:

1) Cálculo da margem de contribuição de cada produto

Custo Despesa Custo (+)


Preço de Venda Margem de
Produtos variável Despesas
Unitário Unitário Unitária Variáveis Contribuição
c=aX
a b d=b+c e=a-d
5%
X $ 238,00 $ 183,00 $ 11,90 $ 194,90 $ 43,10
Y 404,00 367,00 20,20 387,20 16,80

Z 382,00 350,00 369,10 12,90


19,10:

2) Cálculo da margem de contribuição total

Margem de Margem de
Quantidade
Produtos Contribuição Contribuição
Vendida
Unitária Total
X 1. 000 u $ 43,10 $ 43.100,00
Y 800 u 16,80 13.440,00
Z 1.500 u 12,90 19.350,00
Total 75.890,00

3) Cálculo do resultado

Margem de Contribuição Total $ 75.890,00


(-) Custos e Despesas Fixos 55.000,00
(=) Lucro Operacional 20.890,00

Outra maneira de demonstrar o resultado seria:

Produto Produto Produto


Total
X y Z
Quantidade Vendida 1.000 u 800 u 1.500 u
Preço de Venda Unitário 238,00 404,00 382,00
Receita 238.000,00 323.200,00 573.000,00 1.134.200,00
Custo Variável Unitário 183,00 367,00 350,00
Custo Variável 183.000,00 293.600,00 525.000,00 1.001.600,00
Despesas Variáveis (5%) 11.900,00 16.160,00 28.650,00 56.710,00
Total Variável 194.900,00 309.760,00 553.650,00 1.058.310,00
Margem de Contribuição 43.100,00 13.440,00 19.350,00 75.890,00
(-) Custos e Despesas Fixos 55.000,00
(=) Lucro Operacional 20.890,00

Gestão de Custos em Processos


51

O USO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO PARA FINS DECISORIAIS

Uma empresa pode operar no limite de sua capacidade instalada ou abaixo dela, bem como
trabalhar com outros fatores que limitem sua produção, chamados "gargalos". Para cada
caso, é necessário conhecer a margem de contribuição, por produto ou pelo fator que
representa o "gargalo" da produção, a fim de maximizar o resultado.

9.6 Quando a Empresa estiver Operando abaixo do Limite da Capacidade


Instalada ou não existirem Fatores Limitantes
Sempre que possível, a empresa buscará incentivar as vendas dos produtos que
proporcionarem as melhores margens de contribuição pois, assim agindo, mais
rapidamente absorverão custos e despesas fixos e conseqüentemente irá gerar lucro.

Vejamos como ocorre (aproveitando o exemplo anterior):

Custos +
Preços de Venda Margem de
Despesas
Produtos
Variáveis Contribuição
Unitários
Unitários Unitária
X $ 238,00 $ 194,90 $ 43,10
Y 404,00 387,20 16,80
Z 382,00 369,10 12,90

Seqüencialmente, os produtos que proporcionam as melhores margens de contribuição


são: 1° lugar, produto X; 2° lugar, produto Y e em 3° lugar, produto Z. Cada unidade de
X proporciona $ 43,10 de margem de contribuição, enquanto Y proporciona $ 16,80, ou
seja, seriam necessárias mais de 2 unidades de Y para se obter a mesma margem de
contribuição de uma unidade de X. Se comparado com Z, seriam necessárias mais de 3
unidades.

Não havendo fatores que limitem a produção ou as vendas, a seqüência acima


costuma ser obedecida.

9.7 Quando a Empresa estiver Operando no Limite da capacidade instalada


ou existirem fatores limitantes.
Como dissemos, quando' não existirem fatores limitantes, buscará uma empresa
produzir e vender os produtos que proporcionam a melhor margem de contribuição.
No entanto, ocorrendo fatores que venham a limitar a produção (conhecidos por
gargalos de produção), há necessidade de se fazer um estudo da margem de contribuição
pelo fator limitante para tomada de decisão.
Vamos admitir que os produtos X, Y e Z do caso anterior utilizem uma mesma
matéria-prima e que, por imposição do fornecedor, são entregues apenas 90.000 kg
mensais. Supondo-se que o mercado esteja disposto a consumir as quantidades abaixo,
seriam necessários 95.800 kg dessa matéria-prima.

Gestão de Custos em Processos


52

Consumo de Quantidade de
Produtos Demanda Mensal Matéria-Prima
Matéria-Prima
Necessária
X 1.300 u 50 kg/u 65.000 kg
Y 900 u 12 kg/u 10.800 kg
Z 2.000 u 10 kg/u 20.000 kg
Total 95.800 kg

Caso a empresa venha a tomar decisões com base nas margens de contribuição dos
produtos, como vimos, procuraria priorizar aqueles de maiores margens.
Assim, limitados a demanda e o fornecimento mensal de 90.000 kg de matéria-prima,
seu mix de produtos seria:
Produção e Quantidade de
Produtos Peso Unitário
Vendas Matéria-Prima
X 1.300 u 50 kg 65.000 kg
Y 900 u 12 kg 10.800 kg
Z 1.420 u 10 kg 14.200 kg
Total 90.000 kg

Nota: O mix de produção e vendas foi obtido da seguinte maneira: prioridade ao produto
X por possuir a maior margem de contribuição. Como sua demanda é de 1.300 u mensais,
consome 65.000 kg de matéria-prima. Ainda há um saldo de 25.000 kg de matéria-prima,
que permite produzir Y ou Z. Como Y tem melhor margem de contribuição que Z, procura-
se atender a sua demanda, exigindo 10.800 kg de matéria-prima. Para o produto Z,
sobram 14.200 kg de matéria-prima, o qile permite uma produção de 1.420 unidades.

Com este mix, o resultado alcançado seria:


Produto Produto Produto
,X y Z Total
Quantidade Vendida 1.300 u 900 u 1.420 u .
Preço de Venda Unitário 238,00 404,00 382,00
Receita 309.400,00 363.600,00 542.440,00 1.215.440,00
Custo Variável Unitário 183,00 367,00 350,00
Custo Variável 237.900,00 330.300,00 497.000,00 1.065.200,00
Despesas Variáveis (5%) 15.470,00 18.180,00 27.122,00 60.772,00
Tota] Variável 253.370,00 348.480,00 524.122,00 1.125.972,00
Margem de Contribuição 56.030,00 15. 120,00 18.318,00 89.468,00
(-) Custos e Despesas Fixos 55.000,00
(=) Lucro Operacional .34.468,00
..

Esse lucro operacional de $ 34.468,00 foi obtido a partir do mix de produtos


calculado com base nas margens de contribuição deles. No entanto, essa performance
poderia ser melhorada se levasse em consideração a margem de contribuição calculada

Gestão de Custos em Processos


53

pelo fator limitante, nesse caso, a quantidade de matéria-prima, respeitando o limite


imposto pela demanda.
Cálculo da margem de contribuição por quilo de matéria-prima:

Margem de
Margem de Consumo de
Contribuição
Produtos Contribuição matéria-prima por por Quilo de Matéria-
Unitária Unidade Produzida Prima Consumida
X $ 43,10 50 kg $ 0,862/kg

Y 16,80 12 kg 1,400/kg

Z 12,90 10 kg 1,290/kg

Sem considerar a existência de fator limitante, o produto X é aquele que proporciona


a melhor margem de contribuição. No entanto, como há restrições no fornecimento de
matéria-prima, para maximizar o resultado, empresa deve buscar um mix de produtos a
partir da margem de contribuição calculada pelo fator limitante. Assim, cada quilo de
matéria-prima aplicada em X proporciona $ 0,862 de margem de contribuição, em Y, $
l,40 e em Z, $ 1,29, o que resulta em nova seqüência de prioridade.
Vamos fazer uma comparação. Se deixasse de fabricar uma unidade de X, que
consome 50 kg de matéria-prima, seria possível fabricar 4,167 unidades de Y ou 5 unidades
de Z. Assim seria obtido com a mesma quantidade de matéria-prima, as seguintes margens
de contribuição:
Produto X:50 kg x $ 0,8621kg = $ 43,10 (ou 1 u x $ 43,10 = $ 43,10)
Produto Y: 50 kg x $ l,4001kg = $ 70,00 (ou 4,167 u x $ 16,80 = $ 70,00)
Produto Z: 50 kg x $ 1,2901kg = $ 64,50 (ou 5 u x $ 12,90 = $ 64,50)

Isso demonstra que com a mesma quantidade de matéria-prima (50 kg) pode-se obter
margem de contribuição de $ 43,10, se aplicada em X; de $ 70,00, se aplicada em Y; ou
de $ 64,50, se aplicada em Z.

Assim, o produto Y deveria ser priorizado, depois Z e por último X.

Dessa forma, com os 90.000 kg de matéria-prima, respeitando a demanda, poderia ser


obtido o seguinte mix de produção e vendas que maximiza o resultado da empresa:

Produção e Quantidade de
Produtos Peso Unitário
Vendas Matéria-Prima
X 1.184 u 50 kg 59.200 kg

Y 900 u 12 kg 10.800 kg

Z 2.000 u L0kg 20.000 kg


Total 90.000 kg

Gestão de Custos em Processos


54

Com esse mix, o resultado alcançado seria:

Produto Produto Produto


X Y Z Total
Quantidade Vendida 1.184 u 900 u 2.000 u

Preço de Venda Unitário 238,00 404,00 382,00

Receita 281.792,00 363.600,00 764.000,00 1.409.392,00

Custo Variável Unitário 183,00 367,00 350,00


Custo Variável 216.672,00 330.300,00 700.000,00 1.246.972,00
Despesas Variáveis (5%) 14.089,60 18.180,00 38.200,00 70.469,60

Total Variável 230.761,60 348.480,00 738.200,00 1.317.441,60

Margem de Contribuição 56.030,40 15.120,00 25.800,00 91.950,40

(-) Custos e Despesas Fixos 55.000,00

(=) Lucro Operacional 36.950,40

Dessa forma, o lucro operacional passa de $ 34.468,00 para $ 36.950,40 quando


se leva em consideração a margem de contribuição pelo fator limitante, no caso, a
disponibilidade de matéria-prima.

9.8 Comparação entre os dois Métodos de Custeio: Custeio por Absorção e


Custeio Variável
Tanto o Custeio por Absorção como o Custeio Variável utilizam as mesmas
informações referentes a produção e custos. Diferenciam-se no tratamento dado aos
custos fixos. Enquanto o Custeio por Absorção aloca os custos fixos aos produtos, o Custeio
Variável não, considera-os como do período e não dos produtos; assim, pelo custeio
variável, os produtos recebem somente os custos variáveis.
Além dos custos variáveis para produzir, os produtos, ao serem comercializados,
proporcionam o surgimento de despesas variáveis como, por exemplo, comissão, fretes e
seguros.
Enquanto no Custeio por Absorção os produtos geram lucros, que é a diferença entre
o preço de venda e o custo de produção (fixo e variável), no Custeio Variável, geram
margem de contribuição, sendo esta a diferença entre o preço de venda e o custo variável
mais despesas variáveis.

9.9 Estrutura da Demonstração de Resultados do Exercício pelo Sistema de


Custeio por Absorção
Receita Operacional Bruta
(Produtos, Mercadorias e Serviços)

(-) Deduções da Receita Bruta


Devoluções, Abatimentos e Impostos Incidentes sobre Vendas

(=) Receita Operacional Líquida

Gestão de Custos em Processos


55

(-) Custo das Vendas


Custos Totais de Produção
Matéria Prima Mão-de-Obra Direta
Gastos Gerais de Fabricação

(=) Resultado Operacional Bruto (Lucro ou Prejuízo Operacional Bruto)

(-) Despesas Operacionais


Despesas de Vendas
Despesas Administrativas
Despesas e Receitas Financeiras (Resultado Financeiro Líquido) Outras Receitas e
Despesas Operacionais

(=) Resultado Operacional Líquido

(+/-) Resultado não-operacional

(=) Resultado do Exercício antes da Contribuição Social

(-) Contribuição Social sobre Lucro Líquido

(=) Resultado do Exercício depois do IR

(-) Provisão para o IR

(=) Resultado do Exercício antes do IR

(-) Participações e Contribuições

(=) Resultado Líquido do Exercício

9.10 Estrutura da Demonstração de Resultados do Exercício pelo Sistema


de Custeio Direto ou Variável
(-) Receita Operacional Bruta
(Produtos, Mercadorias e Serviços)

(-) Deduções da Receita Bruta


Devoluções, Abatimentos e Impostos Incidentes sobre Vendas

(=) Receita Operacional Líquida

(-) Custos e Despesas Variáveis das Vendas


Custo de Produção Variável
Matéria Prima
Mão-de-Obra Direta
Custos Indiretos Variáveis
Despesas Variáveis de Vendas

Gestão de Custos em Processos


56

(=) Margem de Contribuição Operacional Bruta

(-) Custos e Despesas Fixas


Custo Fixo de Produção
Despesas Administrativas
Despesas de Vendas

(=) Margem de Contribuição Operacional Líquida

(+/-) Outras Receitas e Despesas

(+) Receitas Financeiras


(-) Despesas Financeiras

(=) Margem de Contribuição Bruta

(+/-) Outros Ganhos e Perdas Escriturais


(+/-) Resultado Equiv. Patrimonial
(+) Realização Reservas
(-) Baixa de Alienação de Bens Outros
(+/-) Outros

(=) Margem de Contribuição antes do IR

(-) Provisão para o IR


(=) Margem de Contribuição após IR

Gestão de Custos em Processos


57

10. A RELAÇÃO CUSTO - VOLUME – LUCRO


Esta análise é um instrumento utilizado para projetar o lucro que seria obtido a
diversos níveis de produção e vendas, bem como para analisar o impacto sobre o lucro de
modificações no preço de venda, nos custos ou em ambos. Ela é baseada no Custeio
Variável e, através dela, pode-se estabelecer qual a quantidade mínima que a empresa
deverá produzir e vender para que não incorra em prejuízo.
A quantidade mínima que a empresa deve produzir e vender para que não tenha
prejuízo, chama-se Ponto de Equilíbrio.

Ponto de Equilíbrio

Quando um empreendedor resolve montar um negócio, provavelmente passará por


um período em que as receitas geradas pelas vendas sejam insuficientes para cobrir seus
custos e despesas. O negócio estará no prejuízo. À medida que o tempo passa, a tendência
é de redução do prejuízo, até que este desapareça, entrando em uma nova fase, ou seja,
o negóciopassa a gerar lucros. .
No entanto, vemos muitas empresas que quebram por falta de lucros ou mesmo,
por um lucro insuficiente para recuperar os investimentos realizados. Pode ser que o
empreendedor detenha a tecnologia para fabricar determinado produto, e o faz com
qualidade, porém o volume de vendas se revela insuficiente. Isto pode ser conseqüência
da falta de visão sobre o mercado, incluindo aí fornecedores, concorrência e consumidores.
Ao descobrir que necessitaria de um volume maior de vendas, declara "a h, se eu
soubesse, não teria iniciado...". A determinação de qual volume precisaria produzir e
vender o teria ajudado a decidir sobre a implantação do empreendimento ou então buscar
alternativas. Essa informação seria o Ponto de Equilíbrio.
Além disso, conhecer a técnica de cálculo do Ponto de Equilíbrio permite simular os
efeitos de decisões a serem tomadas sobre redução ou aumento de atividades, de preços,
de custos etc.
E o que é o Ponto de Equilíbrio? Nada mais é do que aquele momento em que a
empresa não apresenta lucro nem prejuízo. Esse momento é aquele em que foi atingido
um nível de vendas no qual as receitas geradas são suficientes apenas para cobrir os custos
e as despesas. O lucro começa a ocorrer com vendas adicionais, após ter atingido o Ponto
de Equilíbrio.
No capítulo de Margem de Contribuição, dissemos que ela representa a contribuição
dos produtos para a cobertura dos custos e despesas fixos. Quando o montante de margem
de contribuição se igualar ao montante de custos e despesas fixos, temos o Ponto de
Equilíbrio.
Assim, qualquer produto cujo preço de venda seja superior aos seus custos e despesas
variáveis contribuem, primeiramente, para a cobertura dos custos e despesas fixos e,
depois, para o lucro.
Certamente, em uma empresa existirão produtos capazes de proporcionar melhores
margens de contribuição que outros, no entanto, o fato de haver margem de contribuição,
já é uma condição para se chegar ao Ponto de Equilíbrio.
Exemplo:

Gestão de Custos em Processos


58

Considere uma empresa que produz e vende 1° unidades mensais do produto X, com
os seguintes dados:

Preço de venda unitário $ 8.000,00


Custos e despesas variáveis unitários 4.000,00
Custos e despesas fixos mensais 20.000,00
Seu resultado seria:
Receita de Vendas $ 80.000,00
(-) Custos e Despesas Variáveis 40.000,00
(=) Margem de Contribuição 40.000,00
(-) Custos e Despesas fixos 20.000,00
(=) Lucro Operacional 20.000,00

No exemplo, a margem de contribuição de cada unidade é $ 4.000,00, como são


vendidas 10 unidades, temos um total de $ 40.000,00 ($ 4.000,00 x 10 unidades), valor
que supera os custos e despesas fixos em $ 20.000,00. Nesse caso, são necessárias 5
margens de contribuição para cobrir os custos e despesas fixos (5 x $ 4.000,00 =
$ 20.000,00), ou seja, para atingir o Ponto de Equilíbrio. As margens de contribuição das
5 unidades adicionais são o lucro.

10.1 Fórmulas para o cálculo do Ponto de Equilíbrio


O equilíbrio ocorre quando a soma das margens de contribuição dos produtos
vendidos se iguala aos custos e despesas fixos do período. Em uma situação de produto
único, é necessário determinar quantas margens de contribuição são necessárias para
igualarem-se ao montante de custos e despesas fixos.
Assim, podemos determinar a quantidade de produtos (ou de margens de contribuição)
que proporciona essa situação, por intermédio da aplicação da seguinte fórmula:

PE = C + D fixos = C + D Fixos
PV unit. (-) MC unitária.

Utilizando os dados do exemplo anterior, temos:

PE = $ 20.000,00 = $ 20.000,00 = 5 unidades


$ 8.000,00 (-) 4.000,00 $ 4.000,00

Também, o valor do Ponto de Equilíbrio pode ser calculado mediante a aplicação da


seguinte fórmula:

PE= C + D Fixos .=
1- ( C + D Varo Unit.)
PV Unit

PE= $ 20.000.00 = $ 40.000,00


1-( 4.000,00 )
8.000,00

Gestão de Custos em Processos


59

10.2 Representação gráfica do Ponto de Equilíbrio


Para facilitar a representação gráfica, construímos uma tabela dos custos, como se segue:

Custos + Custos + Custo +


Qtde. Despesas Despesas Despesas Receita Total Resultado
Fixos Variáveis Totais
O 20.000,00 20.000,00 0,00 (20.000,00)
1 20.000,00 4.000,00 24.000,00 8.000,00 (16.000,00)
2 20.000,00 8.000,00 28.000,00 16.000,00 (12.000,00)
3 20.000,00 12.000,00 32.000,00 24.000,00 (8.000,00)
4 20.000,00 16.000,00 36.000,00 32.000,00 (4.000,00)
5 20.000,00 20.000,00 40.000,00 40.000,00 0,00
6 20.000,00 24.000,00 44.000,00 48.000,00 4.000,00
7 20.000,00 28.000,00 48.000,00 56.000,00 8.000,00
8 20.000,00 32.000,00 52.000,00 64.000,00 12.000,00
9 20.000,00 36.000,00 56.000,00 72.000,00 16.000,00
10 20.000,00 40.000,00 60.000,00 80.000,00 20.000,00

Observa-se que, no nível de 5 unidades o resultado é nulo, ou seja, tem-se o Ponto de


Equilíbrio.

Para representar graficamente o Ponto de Equilíbrio, traçamos as retas representativas do


Custo + Despesa Total e da Receita Total. Note que exatamente na quantidade 5 ocorrerá
o cruzamento delas.
Gráfico do Ponto de Equilíbrio
Valor

80.000,0
Receit
0
as
70.000,0
Custos +
0
Área de Despesas
60.000,0 Lucros

0
PE
50.000,0
0

40.000,0
0
Área do
30.000,0 Prejuízo
0

Quantidades

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Gestão de Custos em Processos


60

10.3 Ponto de Equilíbrio Contábil, Econômico e Financeiro


Dependendo da análise a ser realizada e das decisões a serem tomadas, podemos
determinar pelo menos três situações de equilíbrio.

10.3.1 Ponto de Equilíbrio Contábil

O Ponto de Equilíbrio Contábil é aquele em que a margem de contribuição se torna


capaz de cobrir todos os custos e despesas fixas de um período. Não se leva em
consideração o custo de oportunidade do capital investido na empresa e os juros de
empréstimo efetuados, bem como que nos custos e despesas fixos se inclui a depreciação
que não representa desembolso.

10.3.2 Ponto de Equilíbrio Econômico

Diferencia-se do Ponto de Equilíbrio Contábil ao considerar que, além de suportar


os custos e despesas fixas, a margem de contribuição deve, também, cobrir o custo de
oportunidade' do capital investido na empresa. Basicamente a idéia é a seguinte:
normalmente o empreendedor tem à sua disposição mais de uma alternativa para
investimento. Dada a escassez de capital, ele decide por aquela que promete a melhor
remuneração. Isso quer dizer que a alternativa escolhida é melhor que aquela rejeitada. O
custo de oportunidade corresponde exatamente à remuneração da alternativa descartada.
E esse é o valor mínimo que se espera do investimento realizado, do contrário não seria
escolhida essa alternativa.

10.3.3 Ponto de Equilíbrio Financeiro


Para obter este Ponto de Equilíbrio, consideram-se como custos e despesas somente
os gastos que geraram desembolso no período, desconsiderando, portanto, a depreciação
contida nos custos e despesas fixos. Consideram-se também, outros desembolsos que não
necessariamente estão inclusos nos custos e despesas, como, por exemplo, amortização
de empréstimos. Assim, a margem de contribuição deverá suportar os custos e despesas
fixas sem a depreciação, porém, mais amortizações de empréstimos.
Exemplo de aplicação para esses Pontos de Equilíbrio:
Suponhamos uma empresa que fabrica e vende o produto Y. Os seguintes dados estão
disponíveis:

Preço de venda unitário: $ 927,50


Custos e despesas variáveis unitários: 556,50
Custos e despesas fixos anuais: 155.820,00
Depreciação inclusa nos custos e despesas fixos: 22.260,00
Patrimônio líquido: 267.120,00
Rendimento esperado pelos proprietários: 10% a.a. do PL = 267.120,00 x 10% = $ 26.712,00

Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC)

PEC = C + D Fixos .
PV Unit. (-) C + D Varo Unit.

PEC = $ 155.820,00 . = 420 unidades


$ 927,50 (-) $ 556,50
*Custo de oportunidade: rendimento alternativo máximo que se obteria, caso o produto,
serviço ou capacidade produtiva tivessem sido aplicados, em algum uso alternativo.
HORNGREN, Charles T., p. 1071, Volume 2.

Gestão de Custos em Processos


61

Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE)

PEC = $ 155.820,00 + $ 26.712,00 = 492 unidades


$ 927,50 (-) $ 556,50

Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF)

PEF = $ 155.820,00 (-) $ 22.260,00 = 360 unidades


$ 927,50 (-) $ 556,50

10.4 Ponto de Equilíbrio: aplicação para múltiplos produtos


Supondo-se custos e despesas fixos mensais de $ 45.300,00, o Ponto de Equilíbrio
pode ser obtido.
A aplicação do Ponto de Equilíbrio é mais facilmente entendida quando se tratar de:
a) único produto;
b) mais de um produto desde que todos tenham a mesma margem de contribuição;
c) uma linha de produção em que se possa estabelecer o Ponto de Equilíbrio por
unidade de produção (horas, toneladas, litros etc.).

No entanto, quando se têm produtos diferentes com margens de contribuição


diferentes, toma-se difícil a determinação do mix de produção e vendas no Ponto de
Equilíbrio. Nesse caso, qualquer combinação que resulte em margem de contribuição igual
aos custos e despesas fixos proporciona o Ponto de Equilíbrio. Se for aumentada a
quantidade de um dos produtos que compõe esse mix, deve-se reduzir o equivalente em
margem de contribuição de outros produtos para manutenção do Ponto de Equilíbrio.
Exemplo em que se tem mais de um produto com margens de contribuição iguais:

Custos + Despesas Margens de


Produtos Preços Unitários
Variáveis Unitários Contribuição Unitárias
A $ 800,00 $ 400,00 $ 400,00
1.200,0
B 800,00 400,00
0

Supondo-se custos e despesas fixos mensais de $ 30.000,00, o Ponto de Equilíbrio ocorrerá


em 75 unidades:

Ponto de Equilibrio

PE = C + D Fixos
MC Unitária

PE= $ 30.000,00 = 75 unidades


400,00

Essa quantidade corresponde a 75 margens de contribuição de $ 400,00, o que equivale a


75 unidades de produtos A ou B, quaisquer que sejam as quantidades de cada um.

Gestão de Custos em Processos


62

Quando se tem produtos diferentes com margens de contribuição diferentes, a deter-


minação do Ponto de Equilíbrio se toma mais complexa. Considere o seguinte exemplo:

Quantidades Preços Custos + Despesas Margens de


Produtos
Vendidas Unitários Variáveis Unitários Contribuição Unitária
A 50 $ 655,00 495,00 160,00
B 30 800,00 550,00 250,00
C 120 1.100,00 600,00 500,00

Supondo-se custos e despesas fixos mensais de $ 45.300,00, o Ponto de Equilíbrio pode


ser obtido.

1 - Mix de produtos

Participação nas vendas, ou análise vertical da quantidade vendida


Produtos Qtde.

A 50 B 30 C 120
200
AV% 25% 15% 60%
100%
Margem de Contribuição Média Ponderada
ProdutosMC Unit. AV % MC Média Ponderada
A $ 160,00 x 25% = $ 40,00
B 250,00 x 15% = 37,50
C 500,00 x 60% = 300,00
377,50

PE = C + D Fixos .
MC Unitária Média Ponderada

PE = $ 45.300,00 = 120 unidades


$ 377,50

Mix de produtos em que ocorre o Ponto de Equilíbrio

Produto A: 120 u x 25% = 30u


Produto B: 120 u x 15% = 18u
Produto C: 120 u x 60% = 72u
120u

Gestão de Custos em Processos


63

10.5 Ponto de Equilíbrio em Valor de Receita


Neste caso, considera-se a relação entre os Custos mais Despesas Variáveis de
um mix de produtos e as Receitas correspondentes. Esta relação, que corresponde aos
índices da Análise Vertical da Demonstração de Resultados pode ser interpretada como
sendo a parcela variável de cada $ 1,00 de receita. Por diferença, encontramos o quanto
representa a margem de contribuição deste ~ 1,00 de receita. Dividindo-se os Custos mais
Despesas Fixas por essa margem de contribuição, encontramos o Ponto de Equilíbrio em
Valor de Receita.
Fazendo-se alterações neste mix.de produtos, tal relação se altera e,
conseqüentemente,o Ponto de Equilíbrio em Valor de Receita.
Usando os dados do exemplo anterior, temos que para cada $ 1,00 de Receita, os
Custos e Despesas Variáveis representam $ 0,60, restando $ 0,40 de Margem de
Contribuição. Na Demonstração de Resultados temos esta relação.

Dividindo-se os $45.300,00 de Custos e Despesas Fixos por $ 0,40, temos $


113.250,00,
sendo este o valor de receita necessária para o Ponto de Equilíbrio.

Produto Produto Produto


TOTAL Relação
A B C
Quantidades 50 u 30 u 120 u
Preço de Venda Unitário $ 655,00 $ 800,00 $ 1.100,00
Total Receita 32.750,00 24.000,00 132.000,00 188.750,00 1,00
Custos + Despesas Variáveis
495,00 550,00 600,00
Unitário
Total Variável 24.750,00 16.500,00 72.000,00 113.250,00 0,60
Margem de Contribuição 8.000,00 7.500,00 60.000,00 75.500,00 0,40

10.6 Deficiências e limitações do Ponto de Equilíbrio


No cálculo do Ponto de Equilíbrio, parte-se da hipótese que o comportamento dos
custos e preços são estáveis, ou seja, mantêm-se constantes dentro das limitações de
produção e de vendas. Assim, são ignorados outros fatores que certamente acabam
afetando com diferentes intensidades os resultados encontrados. Alguns casos que não
podem ser ignorados por afetarem a análise do Ponto de Equilíbrio são:

1º Comportamento dos custos e despesas fixos

As contas que assim são classificadas podem ser consideradas fixas até certo limite
de produção e vendas. Quando uma empresa resolve incrementar a produção ou vendas,
pode ter a necessidade de contratação de mão-de-obra indireta adicional, ou aquisição de
novas máquinas e equipamentos, incorrendo em valor adicional de depreciação, ou então
ampliar a fábrica ou optar por aluguel de um novo galpão etc.

Gestão de Custos em Processos


64

2º Comportamento dos custos e despesas variáveis

Consideramos que as contas que assim são classificadas oscilam conforme o


volume de produção e vendas. Sendo isso possível, os custos e despesas unitários serão
sempre iguais para qualquer volume de produção. No entanto, esse comportamento
não se revela totalmente verdadeiro. Por exemplo, uma empresa que opera com
capacidade ociosa, caso venha a ocupá-Ia no todo ou parte dela, poderá contratar mais
mão-de-obra direta ou então buscar meios de aumentar a produtividade da atual, ou
mesmo optar por trabalhar em horas extras. No primeiro caso, teríamos reduzido o
custo unitário e, no segundo caso, aumentado. Caso venha a contratar novos
funcionários, estes passarão por um período de treinamento até que se atinja o nível
de produção da equipe anterior.
Um outro comportamento dessas contas poderá ser resultante da seguinte
situação: uma empresa que está iniciando suas atividades terá padrões de desempenho
que tenderão a ser melhorados com o tempo, assim que a produção aumente. No início
das atividades, os tempos de fabricação serão maiores, os desperdícios estarão acima
do ideal e assim por diante. À medida que a produção aumenta, estes índices
melhoram, o que permite a redução dos custos unitários.

3º Comportamento do preço de venda

Quando são desenvolvidos novos produtos, podem ocorrer preços de lançamentos


mais altos, que serão reduzidos gradativamente conforme aumenta sua oferta no mercado
ou, então, para conseguir um aumento no volume de vendas, a empresa pode ser obrigada
a rever sua política de preços, sendo necessário efetuar reduções para se atingir o objetivo.
Além dessas, outras situações poderiam ser objetos de reflexão, como, por exemplo,
se considerar a mão-de-obra direta como custo variável e não como custos fixos, pois
havendo ou não produção, esse custo existirá de qualquer maneira; a própria forma de
classificar em fixos e variáveis pode resultar em divergências, pois em alguns casos é difícil
a segregação da parcela fixa da variável de um custo semivariável; despesas que ocorrem
em um período e o retorno em outro, como, por exemplo, dispêndios com propagandas e
promoções, pesquisas e desenvolvimento de novos produtos, cujos efeitos serão sentidos
em períodos seguintes; falta de sincronismo entre receitas e despesas etc.
Após tais considerações, podemos imaginar uma nova representação gráfica de custos
e receitas e, conseqüentemente, do Ponto de Equilíbrio:

10.7 Margem de Segurança Operacional


A Margem de Segurança Operacional corresponde à quantidade de produtos ou valor
de receita em que se opera acima do Ponto de Equilíbrio.

Pode ser representada pela seguinte equação:


MSO = Volume de Unidades Vendidas (-) Quantidade no Ponto de Equilíbrio

Quanto maior for a MSO, maior a capacidade de geração de lucro e também, maior a
segurança de que a empresa não incorrerá em prejuízos.

Gestão de Custos em Processos


65

Exemplo:
Quantidade vendida: 10 unidades por mês
Custos e despesas variáveis: $ 2.000,00 por unidade
Custos e despesas fixos: 12.000,00 por mês
Preço de venda: 4.000,00 por unidade

_____$ 12.000,00_______=> 6 unidades


PE(q) => $ 4.000,00 ( -) $ 2.000,00
MSO = 10 u (-) 6 u
MSO = 4 unidades

Nesse caso as vendas poderão ser reduzidas em até 4 unidades ou 40%, que a
empresanão entrará na área de prejuízo.
Em uma situação em que o Ponto de Equilíbrio fique muito próximo das vendas totais,
termos uma Margem de Segurança muito frágil, pois qualquer redução de atividades coloca
a empresa em situação de lucro nulo ou em área de prejuízo.

10.8 Alavancagem Operacional


Para ajudar a descrever o que é Alavancagem Operacional, vamos recorrer a um
Demonstrativo de Resultados:
Receita de Vendas
(-) Custos + Despesas Variáveis
(=) Margem de contribuição
(-) Custos + Despesas Fixos
(=) Lucro Operacional

Esse lucro é chamado de Lucro Operacional, pois resulta das atividades normais de
produção e vendas de uma empresa, não sendo afetado por outras receitas e despesas
que venham a ocorrer.

O que aconteceria com o Lucro Operacional caso as vendas passassem, por exemplo, de
200 unidades para 220 unidades, admitindo-se que a estrutura,ljda empresa (geradora ck
custos e despesas fixos) suportasse tal aumento?
A resposta é que o lucro cresceria mais que proporcionalmente ao aumento dos
custos e despesas, neste caso, custos e despesas variáveis, já que os fixos não se
modificariam. Uma redução das vendas também causaria o mesmo impacto, só que em
sentido contrário. E é exatamente isso a Alavancagem Operacional.
Braga I diz: "A alavancagem operacional decorre da existência de custos e despesas
operacionais fixos que permanecem inalterados dentro de certos intervalos de flutuação
de produção e vendas."
Gitman2 define a alavancagem operacional "como o uso potencial de custos opera-
cionais fixos para aumentar os efeitos das mudanças nas vendas sobre os lucros da
empresa antes dos juros e dos impostos (LAJIR)".

Gestão de Custos em Processos


66

Exemplo: vamos supor uma empresa que esteja produzindo e vendendo 200 unidades
mensais do produto X com os dados a seguir.
Preço de Venda = $ 2.700,00 por unidade
Custos e Despesas Variáveis = 1.700,00 por unidade
Custos e Despesas Fixos = 150.000,00 por mês
Simulando uma mudança na quantidade de 20 unidades para mais e para menos,
teríamos os seguintes resultados:

180 unidades 200 unidades 220 unidades


Receita $ 486.000,00 I $ 540.000,00 $ 594.000,00
(-) Custos e Despesas Variáveis 306.000,00 340.000,00 374.000,00
(=) Margem de Contribuição 180.000,00 200.000,00 220.000,00
(-) Custos e Despesas Fixos 150.000,00 150.000,00 150.000,00
(=) Lucro Operacional 30.000,00 50.000,00 70.000,00
Variação Percentual da Quantidade ou Receita H 10% ( +) 10%
Variação Percentual do Lucro (-) 40%1 ( + ) 40%

Veja que um aumento ou redução de 10% nas vendas provoca uma variação de 40%
no lucro operacional. Essa diferença é causada pela presença dos custos e despesas fixos.

10.9 Grau de Alavancagem Operacional


O Grau de Alavancagem Operacional (GAO) é a medida dos efeitos provocados nos
lucros pelas alterações ocorridas nas vendas.

A fórmula de cálculo do Grau de Alavancagem Operacional é:


GAO= Variação Percentual no Lucro Operacional
Variação Percentual nas Vendas
No exemplo, ao passar de 200 unidades para 220 unidades, temos:
GAO => 40% => 4
10%

O Grau de Alavancagem Operacional é 4, ou seja, o Lucro Operacional cresceu 4


vezes mais que o aumento na quantidade ou receita. O mesmo ocorre quando as vendas
caem de 200 unidades para 180 unidades.

Gestão de Custos em Processos


67

11. ANÁLISES DE CUSTOS DE PRODUTOS E RENTABILIDADE


Sob a terminologia Análises de Custos apresentam-se alguns exemplos de como
poderão proceder-se a análises específicas, quando de um problema eventual que se
apresente para a companhia e exija a tomada de decisão. Portanto, é praticamente
impossível colocar dentro do gerenciamento contábil específico rotinas e procedimentos de
tais tipos de análises de custos.
Não se pode confundir o que estamos denominando análises de custos, com
acompanhamento tradicional da controladoria sobre as despesas e custos da empresa.
Os conceitos a serem utilizados para as análises de custos são todos os conceitos
já emitidos até o momento, além de outros que serão desenvolvidos no próximo capítulo.
Ou seja, para as análises de custos, todos os conceitos existentes poderão ser utilizados,
identificando-os em cada caso a ser estudado.
Conforme já introduzimos, a análise de custos dá-se quando a empresa tem um
problema específico para solucionar e que exige um posicionamento e tomada de decisão.
Nesse momento, todos os aspectos relevantes e necessários para que os responsáveis pela
tomada de decisão possam ter uma visualização abrangente do problema, devem ser
levantados e colocados de maneira clara e lógica.
Uma análise de custo muito específica, e que deve ser feita de forma rotineira dentro
da empresa, seja a cada venda, seja periodicamente (mensal, trimestral, anual), é a
análise de rentabilidade de produtos.
Exemplos de análises de custos que comumente exigem um trabalho informacional
são os seguintes, apenas a título ilustrativo e sem querermos esgotar a

a) comprar versus fabricar;


b) qual o melhor produto;
c) qual produto cortar;
d) substituição de equipamentos;
e) análises de relações custo/volume/lucro com multiprodutos e multi-restrições;
f) alocações de custos pelo método recíproco etc.

Para ilustração, desenvolveremos três exemplos neste capítulo.


Em seguida, daremos um exemplo da análise de rentabilidade de produtos.

11.1 Comprar Versus Fabricar


Constantemente a gerência é desafiada a tomar decisões a esse respeito. Ao longo
do processo operacional pode surgir a necessidade de tomar a decisão entre essas duas
alternativas, ou seja, verificar se é mais vantajoso comprar de terceiros e horizontalizar a
produção, ou continuar fabricando internamente e mantendo ou aumentando o processo
de verticalização produtiva.

Algumas variáveis envolvidas na decisão:

verificar os custos: empresa x fornecedor;


considerar a ociosidade da empresa e seu parque fabril parado;
verificar a qualidade e tempo de espera;
verificar o lote de fabricação x quantidade de compras;
a responsabilidade da assistência técnica: se produzir, é da é da empresa, se comprar,
é do fornecedor.

Gestão de Custos em Processos


68

Exemplo

Suponhamos que o gerente de uma empresa seja solicitado a decidir se deverá


continuar a fabricar determinado componente de seu produto, ou adquirir de um
fornecedor externo. Essa empresa fabrica 1.250 unidades/mês do produto, e
apropria os custos diretos e indiretos à base de hora-máquina.

A proposta do fornecedor é entregar o componente a $ 1.400,00 a unidade.

Vejamos primeiro os dados de custo de fabricação do componente e do pro


duto, para compararmos com a proposta do fornecedor.

Dados de custos do componente:

a) materiais $ 684,00/unidade
b) mao-de-obra direta $ 956,00/hora (1)

(1) $ 1.864.200
1.950 horas

c) custos indiretos de produção $ 1.515,00/hora

(2) mão-de-obra indireta $ 825,00/hora (2)


$ 1.608.750
1.950 horas

- consumo de energia $ 420,00/hora

$ 819.000
1.950 horas

- outros custos $ 270,00/hora

$ 526.500
1.950 horas

Total de horas/homem/mês 1.950 horas/mês


Horas trabalhadas por unidade 0,5 horas
Custo unitário do componente

.materiais $ 684,00
mão-de-obra direta $ 956,00 x 0,5 horas 478,00

custo variável 1.162,00


custos indiretos de fabricação $ 1.515,00 x 0,5 horas 757,50

Total do custo unitário do componente 1.919,50

Gestão de Custos em Processos


69

Custo unitário do produto

Horas por produto 2 horas

Produto
materiais $ 3.285,00
mão-de-obra $ 956,00 x 2 horas 1.912,00
custos indiretos $ 1.515,00 x 2 horas 3.030,00
Componente 1.919,50
Custo unitário do produto 10.146,50

11.2 Considerações para a decisão

11.2.1 Manutenção dos custos fixos

Se o fato de a empresa passar a comprar o componente não alterar em nada os


custos fixos, já que estes talvez sejam comuns, tanto para o componente, quanto para o
produto, não haverá interesse na aquisição. O custo variável do componente é $ 1.162,00
por unidade e, caso passe a comprá-lo, a empresa desembolsará $ 1.400,00 por unidade,
e terá os mesmos custos fixos que tinha quando fabricava.

11.2.2 Eliminação parcial ou total de custos fixos

Se o componente for adquirido de terceiros, e a empresa puder eliminar grande


parte de seus custos fixos, a alternativa de comprar de terceiros poderá ser viável.

11.2.3 Utilização da capacidade ociosa

Ao comprar de terceiros, a empresa estará liberando mão-de-obra direta para


produção alternativa. Essa produção deverá ser ocupada para fabricação de mais
quantidades do produto final, ou de um produto ou componente alternativo, para que a
análise possa ser comparável.

11.2.4 Custos adicionais por adquirir de terceiros

Devemos também, na análise comparativa, verificar se a empresa incorrerá em


custos adicionais por comprar de terceiros, como fretes, seguros, recebimento,
armazenagens etc.

11.2.5 Hipóteses para cálculo comparativo

Partindo da possibilidade de que a empresa poderá realocar os custos fixos apropriados


à fabricação de componentes, e ocupar a mão-de-obra direta em produção alternativa,
podemos fazer a seguinte comparação de custos, considerando os seguintes custos
adicionais por comprarmos de terceiros:

a) fretes de $ 1,00 por unidade, totalizando $ 1.250;


b) manutenção de mão-de-obra indireta para recebimento físico, totalizando
$ 210.000 mensais.

Gestão de Custos em Processos


70

Vejamos os cálculos:

Custos totais de produzir o componente

Quantidade Custo Custos


de produção Unitário Totais
unidades $ $
Materiais 1.250 684,00 855.000
Mão-de-obra direta 1.250 478,00 597.500
Mão-de-obra indireta 1.250 825,00 x 0,5 horas 515.625
Energia 1.250 420,00 x 0,5 horas 262.500
Outros custos
1.250 270,00 x 0,5 horas 168.750
indiretos

Quadro comparativo: comprar x fabricar

Custos
Fabricando a peça Comprando a peça
$ $
Matéria-prima 855.000 ----
Valor das peças ---- 1.750.000
Fretes ---- 1.250
Mão-de-obra indireta 515.625 210.000
Mão-de-obra direta 597.500 ----
Energia/outros 431.250 . ---- .
TOTAL 2.399.375 1.961.250

Conclusão primária

Considerando apenas os dados de custos, a alternativa de comprar de terceiros evidencia-


se a mais viável.

Considerações finais

a) como custo da alternativa de fabricar a peça, deveríamos ainda considerar as


economias que teríamos se tivéssemos decidido comprar a peça, como redução
da depreciação, seguros sobre os equipamentos etc;

b) se a empresa não produz maior número de seu produto hoje, é porque está com sua
capacidade limitada. Parando de fabricar o componente, e desativando máquinas de seu
parque fabril utilizada para a fabricação, haveria mais espaço físico para produção de
seu produto, diminuindo, assim, seus custos fixos e aumentando sua produção (desde
que tenha mercado para esse aumento);

Gestão de Custos em Processos


71

c) outros fatores a serem considerados:


a empresa tem capital circulante suficiente para suportar um acréscimo de volume de
produção?
. a qualidade da peça adquirida será comparável com a da peça fabricada?
existe grande risco no fato de passarmos a depender de um fornecedor para a obtenção
de um componente de nosso produto?
o abastecimento da peça é fácil? Ou pode haver problemas futuros?
esgotamos todas as possibilidades de obter economia de mão-de-obra em outros
setores da fábrica, a fim de ser utilizada na fabricação da peça?

11.3 O Pedido de Venda Especial


As diferenças de ênfase e forma dos dois demonstrativos de resultados podem não
ter importância desde que a análise de custos que a acompanha leve ao mesmo conjunto
de decisões. Mas estes dois métodos às vezes levam a custos unitários diferentes que têm
que ser interpretados com cuidado

SAMSON COMPANY
Demonstrativo de resultado
Ano encerrado em 31 de dezembro de 19x2 (em milhares de dólares)
Forma Funcional Forma baseada na contribuição
Vendas $ 20.000 Vendas $ 20.000
Menos custo de fabricação Menos despesas variáveis:
dos produtos vendidos 15.000 De fabricação $ 12.000
Lucro bruto ou margem De vendas e administrativas 1.100 13.100
bruta $5.000 Margem de contribuição $ 6.900
Menos despesas de vendas Menos despesas fixas:
e administrativas 4.000 De fabricação 3.000
Lucro operacional $ 1.000 De vendas e administrativas 2.900 5.900
Lucro operacional $ 1.000

Em nosso exemplo, suponhamos que tenham sido produzidas e vendidas um milhão de


unidades de produto, como, por exemplo, uma peça de substituição de carros. Pelo método
de custeamento funcional, o custo unitário de fabricação do produto seria de $15.000.000
/ 1.000.000, ou $15. Suponhamos que uma loja que vendesse pelo reembolso postal
oferecesse à Samson, perto do fim do ano, $13 por unidade num pedido especial de
100.000 unidades que de forma nenhuma afetasse o movimento normal, não criasse
qualquer problema de legislação antitruste com relação a discriminação de preço, não
afetasse os custos fixos totais, não implicasse quaisquer despesas variáveis adicionais de
vendas e administrativas e aproveitasse capacidade ociosa de produção. A Samson deveria
aceitar o pedido? Talvez esta pergunta devesse ser feita com mais precisão: qual é a
diferença,nos resultados financeiros a curto prazo, entre a não aceitação e a aceitação?
Uma vez mais, a pergunta-chave é: qual é a diferença?

Análise correta

A análise correta emprega o método da contribuição e se concentra nos resultados totais


finais. O pedido em questão só afeta os custos variáveis de fabricação, na base de $12 por
unidade. Todos os demais custos variáveis e todos os custos fixos permanecem inalterados,

Gestão de Custos em Processos


72

podendo, portanto, ser perfeitamente desconsiderados na tomada desta decisão de fixação


de preço para um pedido especial. Observe-se como a análise de custos fixos permanecem
inalterados, podendo, portanto, ser perfeitamente desconsiderados na tomada desta
decisão de fixação de preço para um pedido especial. Observe-se como a análise de custos
necessária é facilitada pela distinção, feita pela abordagem da contribuição, entre padrões
de comportamento de custos variáveis e de custos fixos. O lucro total a curto prazo
aumentará $ 10.000 se o pedido for aceito.

Ano encerrado em 31 de dezembro de 19x2 (em milhares de dólares)


Sem a encomenda Com a encomenda Diferença da encomenda
especial, 1.000.000 especial, 1.100.000 especial.
de unidades unidades 100.000 unidades
Total Por unidade
Vendas $20.000 $ 21.300 $ 1.300 $13
Menos despesas variáveis:
De fabricação $ 12.000 $ 13.200 $ 1.200 $ 12
De vendas e administrativas
1.100 1.100 ----- -----
Total das despesas variáveis
$ 13.100 $ 14.300 $ 1.200 $ 12
Margem de contribuição $ 6.900 $ 7.000 $ 100 $1
Menos despesas fixas:
De fabricação $ 3.000 $ 3.000 ----- -----
De vendas e administrativas
2.900 2.900 ----- -----
Total das despesas fixas $ 5.900 $ 5.900 ----- -----
Lucro operacional $ 1.000 $ 1.100 $ 100 $1

Apesar do fato de o preço unitário de venda de $ 13 ser menor que o custo de fabricação
funcional de $ 15 calculado abaixo:

Custos totais de fabricação $ 15.000.000


Divididos pelas unidades produzidas 1.000.000
Custo unitário $ 15

Quando os contadores comparam os métodos da contribuição e funcional para efeito de


custeamento do produto (avaliação de estoques), quase sempre os chamam de
custeamento variável e custo unitário de fabricação do produto para fins de estoque
seria $12 pelo custeamento variável e $15 pelo custeamento por rateio.

O custeamento variável difere do custeamento por rateio sob um aspecto


importante: os custos fixos indiretos de fabricação são considerados despesas
imediatamente e não custos do produto fabricado.
Os termos custeamentos variável e custeamento por rateio aparece aqui porque,
na prática, todos os tipos de termos são, ás vezes, empregados para denotar determinados
custos. Procure ter certeza de que está entendendo seu sentido exato numa situação de
decisão específica. Por exemplo “custo pelo” ou “custo inteiramente distribuído” ou, ainda,
“custo inteiramente alocado” são, às vezes, usados como sinônimos de custo por rateio.
Entretanto, em outras situações, “custo pleno” por unidade que dizer “ custo por rateio

Gestão de Custos em Processos


73

mais uma alocação dos custos de vendas e administrativos”. Teríamos


Custo por rateio, $ 15.000.000 / 1.000.000 $15
Despesas de vendas e administrativas, $ 4.000.000 / 1.000.000 de unidade

Para efeito de informações externas, as empresas americanas são obrigadas a usar


apenas o custo de $15 na avaliação de estoques. O custo do período, de $4, tem,
obviamente, que ser excluído dos estoques. Contudo, é fácil perceber que, para fins de
decisão interna, os administradores têm liberdade de alocar os custos a produtos da forma
que achem úteis. Por exemplo, na fixação de preços a serem praticados a longo prazo para
os produtos, os administradores podem querer cálculos de “custo pleno”

Análise incorreta
Às vezes se faz uma análise de custo errada por causa de uma interpretação errada dos
custos fixos unitários. Alguns administradores podem usar, erradamente, o custo por
rateio, de $ 15 por unidade, para fazer a seguinte previsão para o ano (em milhares de
dólares):

Sem a Encomenda Com a Encomenda Diferença da


Especial Especial Encomenda
Especial
Vendas 20.000 21.300 1.300
Menos custo de fabricação
dos produtos vendidos 15.000 16.500 1.500
$15
Lucro bruto 5.000 4.800 (200)
Outros custos 4.000 4.000 ------
Lucro operacional 1.000 800 (200)

O aumento de $15 milhão dos custos é calculado multiplicando-se os $15 pelas 100.000
unidades. É claro que a falácia deste método está em se considerar um custo fixo (custo
fixo de fabricação) como se ele tivesse um comportamento de custo variável. Deve-se
evitar a premissa de que os custos unitários podem ser usados indiscriminadamente como
base a previsão de como os custos totais comportar-se-ão. O certo é seguir o que Robert
Mc Namara chamou de Primeira Lei de Análise quando era Secretário de Defesa dos
Estados Unidos: “Sempre comece olhando o total geral. Qualquer que seja o problema que
você esteja estudando, procure ter uma visão geral dele”. Neste contexto, esta lei quer
dizer: “Cuidado com os custos unitários. Quando tiver dúvida, transforme todos os custos
em totais para ter o quadro geral”.

11.4 Eliminação ou acréscimo de produtos ou departamentos


Consideremos uma loja de departamentos que venda com desconto e que tenha
três departamentos principais: gêneros alimentícios, mercadorias em geral e remédios. A
administração está pensando em acabar com a venda dos gêneros alimentícios, que vêm
sempre dando prejuízo liquido. O lucro liquido anual atual é apresentado na tabela abaixo
(em milhares de dólares).
Às vezes, empregam-se os termos evitável e inevitável em decisões especiais.
Custos evitáveis são os que deixarão de existir se determinada operação em andamento

Gestão de Custos em Processos


74

for mudada ou eliminada. Por outro lado, custos inevitáveis são os que continuarão
existindo. Os custos evitáveis são os ordenados do departamento e outros custos que
poderiam ser evitados se o departamento em questão fosse extinto. Entre os custos
inevitáveis estão muitos custos comuns, definidos como os custos de instalações e serviços
que beneficiam dois ou mais departamentos usuários ao mesmo tempo. Alguns exemplos
são a depreciação da loja, o aquecimento, o ar condicionado e as despesas administrativas
gerais.

Departamentos
Produtos Mercadori remédio
Total alimentíci as em
os geral
Vendas $ 1.900 $ 1.000 $ 800 $ 100
Custo variável dos produtos
vendidos e despesas 1.420 800 560 60
Margem de contribuição $ 480 $ 200 240 $ 40
(25%) (20%) (30%) (40%)
Despesas fixas (ordenados,
depreciação, seguros,
impostos sobre a
propriedade imobiliária,
etc):
Evitáveis $ 265 $ 150 $ 100 $ 15
Inevitáveis 180 60 100 20
Despesas fixas totais $ 445 $ 210 $ 200 $ 35
Lucro líquido $ 35 $ (10) $ 40 $5

Suponhamos, em primeiro lugar, que as únicas alternativas a serem considerados


sejam continuar com o departamento de gêneros alimentícios ou acabar com ele.
Suponhamos ainda que o ativo total investido não seja afetado por esta decisão. O espaço
vago ficaria sem uso e os custos inevitáveis não seriam alterados. Que alternativa você
recomendaria? Segue-se uma análise (em milhares de dólares):

Loja como um todo


A B
A B
Mantendo os Acabar com
diferença
produtos os produtos
alimentícios alimentícios
Vendas $ 1.900 $ 900 $ 1.000
Despesas variáveis 1.420 620 800
Margem de contribuição $ 480 $ 280 $ 200
Despesas fixas evitáveis 265 115 150
Contribuição de lucro para o
espaço comum e outros
custos inevitáveis $ 215 $ 165 $ 50
Espaço comum e outros
custos inevitáveis 180 180 ------
Lucro líquido $ 35 $ (15) $ 50

Gestão de Custos em Processos


75

A análise acima mostra que as coisas ficariam piores, e não melhores, se o


departamento de gêneros alimentícios fosse extinto e se as instalações vagas ficassem
ociosas. Resumindo, como se pode ver no demonstrativo de resultados, os gêneros
alimentícios têm uma margem de contribuição de $200.000, ou seja, $50.000 superior às
despesas fixas de $150.000 que deixariam de existir se o departamento de gêneros fosse
fechado.
Suponhamos agora que o espaço que sobrasse com o fechamento do departamento
de gêneros alimentícios fosse usado para uma ampliação do departamento de mercadorias
em geral. O espaço seria ocupado por mercadorias que aumentariam as vendas $500,000,
gerariam uma margem de contribuição de 30% e teriam custos fixos evitáveis de $70.000.
O quadro operacional seria, então, melhorado com um aumento do lucro líqüido de $65,000
- $35.000 = $30.000:

Vendas $1.400 $800 + $500 $ 100


Despesas variáveis 970 560 + 350 60
Margem de contribuição $ 430 $240 + $150 $ 40
Despesas fixas evitáveis 185 100 +. 70 15
Contribuição de lucro para o
espaço comum e outros
custos inevitáveis $ 245 $140 + $ 80 $ 25
Espaço comum e outros
custos inevitáveis 180
Lucro líquido $ 65

*'Inclusive, antigos custos fixos do departamento de produtos alimentícios, representando


alocações de custos comuns que continuarão existindo independentemente de como o
espaço venha a ser ocupado.

Como demonstra a seguinte análise resumida, O objetivo é obter, com um


determinado espaço ou capacidade, a contribuição máxima para o pagamento dos custos
que se mantêm inalterados pela natureza do produto vendido (em milhares de dólares):

Contribuição de Determinado Espaço para o


Lucro

Vendas $1.000 $ 500 $ 500 D


Despesas variáveis 800 350 450 F
Margem de contribuição $ 200 $ 150 $ 50 D
Despesas fixas evitáveis 150 70 80 F
Contribuição de lucro para o
espaço comum e outros
custos inevitáveis $ 50 $ 80 $ 30 F

F = Diferença favorável resultante da substituição dos produtos alimentícios pelas


mercadorias em geral.
D = Diferença desfavorável.

Gestão de Custos em Processos


76

Neste caso, as mercadorias gerais não atingirão o mesmo volume de vendas em


dólares que os produtos alimentícios, mas as margens mais altas e os custos mais baixos
de salários (em grande parte por causa da menor necessidade de empregados para
trabalhar na estocagem e nas caixas) darão um resultado liquido mais favorável.
Uma enorme cadeia de lojas de produtos alimentícios dos Estados Unidos, a A & P,
teve problemas de rentabilidade na década de 70. Começou a defender-se fechando muitas
lojas. A falta de informações. adequadas da administração sobre as operações de cada loja
transformou o programa de fechamento das lojas numa questão de tentativa-e-erro. A
revista Fortune, em seu número de 6 de novembro de 1978, noticiava o seguinte:
Pela falta de demonstrativos detalhados de lucros e perdas e por causa de um
sistema de alocação de custos que não reflita os verdadeiros custos, os estrategistas A& P
não podiam ter certeza se uma loja não estava realmente dando lucro. Por exemplo, os
custos de distribuição eram divididos por igual entre todas as lojas de uma área de
comercialização sem se levar em conta fatores como a distância da loja dos depósitos.
Segundo um observador atento da empresa: “ Quando eles queriam fechar uma loja, tinha
que jogar com a sorte. Não podiam tomar decisões racionais, pois não tinham uma base
concreta.

Gestão de Custos em Processos


77

12. ESTUDOS DE CASOS


1) Os custos Empresa ABS Ltda. foram os seguintes:
Mão de obra direta- 380.000
Mão de obra indireta- 250.000
Matéria prima- 500.000
Materiais auxiliares de produção- 190.000
Depreciação: 75.000
Energia Elétrica- 120.000
Aluguel- 205.000
Manutenção- 95.000
Telefone- 45.000
Água- 15.000
Seguros- 10.000
A produção deste mês foi a seguinte, com os respectivos tempos e pesos unitários:
PRODUTOS QUANTIDADE TEMPO PESO
A 2000u 4,0 h 8,75 Kg.
B 7000u 2,5h 2,50 Kg
C 3500u 7,0h 10,00Kg.
Pede-se:

a) Os custos indiretos totais e unitários dos três produtos, tomando como base de rateio
os tempos totais,
b) Idem ao anterior, tendo com base os pesos totais.

2) Uma empresa apresenta preço de venda de R$ 20,00 para seu produto X. Seus custos
variáveis e despesas variáveis são de R$ 12,00. Caso a empresa venda mais uma unidade
de seu produto, de quanto será o aumento do lucro?

3) Uma industria apresentou um custo fixo total de R$ 26.730,00 e um custo variável total
de R$ 166.270,00 mensais. A empresa utiliza o método de custeio por ABSORCÃO.
Sabendo-se que 75% da produção do período foi vendida e que o valor da receita foi de
R$ 182.000,00, pede-se:
O valor do lucro apurado;
O valor do estoque final de produtos acabados, sabendo-se que o saldo inicial era zero;
Se a empresa passasse a utilizar o método de custeio VARIÁVEL, qual seria o valor da
margem de contribuição total ;
O valor do estoque final de produtos acabados, sabendo-se que o saldo inicial era zero (
CUSTEIO VARIÄVEL) e
O valor do lucro apurado pelo CUSTEIO VARIÁVEL.
4)Uma empresa apresenta os seguintes dados de produção:

Preço de Venda- R$ 12,50 por unidade.


Custos e despesas variáveis- R$ 7,50 por unidade.

Sabendo-se que esta empresa está vendendo uma unidade a mais do que o seu ponto de
equilíbrio contábil, qual o valor do lucro desta empresa?

Gestão de Custos em Processos


78

5)A montadora Fiat produz um modelo de carro com 2 ou 4 portas. Sabendo-se que a
empresa possui uma limitação em seu estoque de apenas 60.000 portas e que a produção
estimada seria totalmente vendida, calcule qual a produção que a Fiat deve priorizar para
maximizar o lucro da empresa, devido ao fator de limitação da capacidade produtiva.

Modelo 2 portas 4 portas


Preço de venda (unid) 10.00012.000
Custo variável – MDO e MD 4.000 4.500
Margem de contribuição 6.000 7.500

Produção sem limitação da capacidade produtiva:

Modelo 2 portas 10.000 unid. 20.000 portas


Modelo 4 portas 15.000 unid. 60.000 portas
Total 80.000 portas

6) A empresa XPTO produz cama, mesa e armários utilizando-se da madeira cedro roxo.
A XPTO possui para o mês de agosto várias encomendas, entretanto, existe um problema
com seu fornecedor da madeira e a XPTO somente poderá contar com 800metros (m) de
madeira de seu estoque. Com base nos dados abaixo e com relação ao fator de limitação
da capacidade produtiva descubra qual deve ser as encomendas que a XPTO deve produzir
para que o administrador maximize o lucro no mês de agosto.

Itens Preço de Venda custo variável (madeira) MDO Margem Contrib.


Cama $700 $100 $50 $550
Mesa $1.200 $200 $100 $900
Armários $5.000 1.000 $400 $3.600

Encomendas solicitadas no mês de agosto:

Item encomenda Metros de madeira a utilizar Metro total


Cama 20 unid. 10m 200m
Mesa 15 unid. 20m 300m
Armário 10 100m 1.000m
Total 1.500m

Gestão de Custos em Processos


79

7) Uma cooperativa produz iogurte e queijos e recebeu uma encomenda para o mês de
setembro de 1.000 iogurtes e 1.000 queijos, entretanto, sua produção mensal de leite é
de 4.000 litros. Com base nos dados abaixo determine qual deve ser o produto que a
empresa deve priorizar para maximizar o lucro e qual a demanda a ser produzida e
atendida.

Item Iogurte Queijo


Preço de venda $2,0 $5,0
Custo variável *$0,50 $2,50
Margem contrib. $1,50 $2,50

Item Produção Litros leite utilizados Litros totais


Iogurte 1.000 unid 1 litro/ unid. 1.000 litros
Queijo 1.000 unid. 5 litros / unid. 5.000 litros
Total 6.000 litros

* o custo variável é formado pelo leite e pela mão de obra

8) Uma empresa produz três produtos, que tem os seguintes dados levantados pelo setor
de custos: DADOS UNITÁRIOS
Produto Preço de Venda Custo Variável Custo Fixo
X 1.200,00 600,00 150,00
Y 1.500,00 745,00 300,00
Z 1.050,00 450,00 150,00

Os três produtos utilizam o mesmo componente A em sua fabricação , que no momento


está em falta, restando apenas 640 unidades em estoque. O produto X utiliza 8 unidades
do componente A, o produto Y utiliza 10 unidades do componente A e produto Z utiliza 8
unidades do componente A
A empresa tem despesas fixas de 15.000 e gasta para vender seus produtos 10% sobre
seu preço de venda. Os três produtos têm uma venda média mensal de 30 unidades por
mês.(cada um)
Partindo do pressuposto de que não haverá condições de repor o estoque do componente
A dentro do próximo mês, decida quais produtos, e em que quantidade, deverão ser
produzidos objetivando a maximização do lucro do mês.

9) A empresa de ônibus Tucano possui uma frota de 10 ônibus de luxo com capacidade
para 40 passageiros ela faz a rota RJ-SP todos os dias em 20 viagens de ida ou volta. Os
custos mensais da empresa estão determinados abaixo e o preço da passagem é de $22.

Custos e despesas Fixas mensais (salários, manutenção, combustível, impostos, despesas


administrativas e financeiras) no valor de $250.000.
Custos e despesas variáveis por passageiros no valor de $2
Com base nos dados acima determine o que se pede:
O ponto de equilíbrio em número de passageiros por mês.
O ponto de equilíbrio por viagem ao dia.
A taxa de ocupação por viagem ao dia
Caso a empresa deseje um lucro de $50.000 qual deverá ser ponto de equilíbrio por viagem
ao dia e a taxa de ocupação.

Gestão de Custos em Processos


80

10) O Jornal do Brasil vende seus jornais a um preço de $1, os custos e as despesas
variáveis para elaborar um jornal é de $1,50. O jornal do Brasil obtém uma receita de
propaganda e anúncios em seu jornal no valor de $100.000 ao dia. Sabendo-se que os
custos e despesas fixas diárias são de $10.000 e que o jornal deseja obter um lucro diário
de $40.000, qual deverá ser o numero máximo de jornais que podem ser vendidos ao dia?

11) O Sr. Horácio é motorista de táxi. Normalmente pode trabalhar 6 horas por dia, mas
não o faz por ser um senhor de idade. Interrogado sobre a média de quilômetros que roda
por dia respondeu que geralmente faz 240 quilômetros. Pede-se:

Quantos quilômetros terá que percorrer num dia para pagar suas despesas diárias?
Quanto precisará ganhar, num dia de trabalho, para começar a ter lucro?
Dados Adicionais:

Custo do carro $14.400


Vital útil: 5 anos
Seguro anual: $720
Aluguel mensal da garagem $90
Despesas de manutenção $0,05 por quilômetro rodado
Gasolina $0,06 por quilômetro rodado
Óleo $0,04 por quilometro rodado
Preço a cobrar do passageiro $0,50 por quilômetro rodado

12) A Sony do Brasil fabrica VIDEO, DVD e SOM e possui a seguinte previsão de vendas e
custos para o mês seguinte, conforme orçamento do setor de vendas:

Produtos Quant. Orçada Preço Unit. CDVU MCU


VIDEO 50 655 495 160
DVD 30 800 550 250
SOM 120 1.100 600 500

A Sony no mês terá $45.300 em custos e despesas fixas. Qual deverá ser a venda mínima
que tem que ocorrer em cada produto para que a empresa chegue ao ponto de equilíbrio
?

13) A Brastemp fabrica modelos geladeiras de 360, 400 e 440 litros possuindo a seguinte
previsão de vendas e custos para o mês seguinte, conforme orçamento do setor de vendas:

Produtos Quant. Orçada Preço Unit. CVU MCU


Geladeira 360l 250 1.400 1.000 400
Geladeira 400l 150 1.550 1.100 450
Geladeira 440l 100 1.900 1.350 550

A Brastemp no mês terá $133.500 em custos e despesas fixas. Qual deverá ser a venda
mínima que tem que ocorrer em cada produto para que a empresa chegue ao ponto de
equilíbrio, e obtenha um lucro após o imposto de renda e contribuição social de $22.250?

Gestão de Custos em Processos


81

14) A PHILIPS fabrica modelos de televisores de 14, 20 e 29 polegadas possuindo a


seguinte previsão de vendas e custos para o mês seguinte, conforme orçamento do setor
de vendas:

Produtos Quant. Orçada Preço Unit. CVU MCU


Televisor 14 500 600 450 150
Televisor 20 400 800 550 250
Televisor 29 100 1.700 1.200 500

A PHILIPS no mês terá $38.800 em custos e despesas fixas. Qual deverá ser a venda
mínima que tem que ocorrer em cada produto para que a empresa chegue ao ponto de
equilíbrio, e obtenha uma margem de lucro de 5% sobre as vendas totais.

15) A FIAT fabrica os seguintes modelos de carros: Palio, Siena e UNO possuindo a seguinte
previsão de vendas e custos para o mês seguinte, conforme orçamento do setor de vendas:

Produtos Quant. Orçada Preço Unit. CVU MCU


PALIO 2.000 22.000 18.000 4.000
SIENA 1.000 32.000 26.000 6.000
UNO 7.000 15.000 12.000 3.000

A FIAT no mês terá $10.000.000,00 em custos e despesas fixas. Qual deverá ser a venda
mínima que tem que ocorrer em cada produto para que a empresa chegue ao ponto de
equilíbrio.

16) Para fabricar um determinado produto cujo preço de venda é de $ 250,00 por unidade,
uma empresa efetua os seguintes gastos:
Percentual relativo ao preço de venda:
Matéria – Prima – 40%
Mão de Obra direta- 20%
Mão de obra indireta- 10%
Outros custos indiretos variáveis- 10%
Sabendo-se que a empresa fez um reajuste salarial de 20% para todos os seus empregados
e que todos os outros custos permanecem inalterados, qual deve ser o novo preço de
venda, para a empresa manter a mesma margem de contribuição do produto ?

Gestão de Custos em Processos


82

17) Uma empresa tem uma capacidade anual de produção de 2400 unidades. Sua previsão
de operações para este ano é:

Produção e vendas de 2000 unidades, vendas totais $ 90.000


Custo de fabricação:
Fixos (totais) $ 30.000
Variáveis (por unidade) $ 13
Despesas de Vendas e administrativas:
Fixas (totais) $ 15.000
Variáveis (por unidade) $ 4

Pede-se :

Se a empresa deve aceitar um pedido de venda especial de 200 unidades ao preço de


venda de $ 19. Justifique.
Indique qual deve ser o preço de venda mínimo que a empresa deve aceitar por uma
encomenda especial de 100 unidades.
Supondo- se que a empresa decida fazer um investimento adicional de $ 250.000,00 e que
este investimento tenha uma vida útil de 5 anos e que aumente a capacidade da fábrica
para o dobro da atual, mantendo-se todos os demais dados constantes, indique qual deve
ser o lucro se a empresa utilizar a sua máxima capacidade de operação.

18) Uma empresa fabrica um componente eletrônico utilizado em sistema de


navegação. Os principais clientes da companhia são fabricantes de aviões.
Os custos do componente eletrônico, no volume normal de produção de 4000 unidades por
mês, são mostrados abaixo:

Custos unitários de produção:


Materiais variáveis : R$ 200
Mão de obra variável R$ 150
Custos indiretos de fabricação fixos R$ 120
Custos indiretos de fabricação variáveis R$ 50
Total dos custos unitários de produção R$ 520

Despesas unitárias administrativas e de marketing


Variáveis R$ 150
Fixas R$ 140
Total das despesas variáveis unitárias R$ 290

A companhia recebeu proposta de um fornecedor externo, de acordo com o qual fabricaria


e forneceria 1000 unidades por mês diretamente para as companhias de aviação. As
despesas fixas de administração e de marketing não seriam afetadas. Os custos fixos de
produção cairiam em 10%. A oferta do fornecedor externo deve ser aceita, considerando-
se que ele cobre R$ 400 por unidade? Justifique. Considere que se a oferta for aceita, a
empresa operará a um nível de ¾ de sua produção normal.

Gestão de Custos em Processos


83

19)Um escritório de contabilidade presta serviço a dois clientes A e B. As receitas e os


custos são os seguintes :

CLIENTE A CLIENTE B

Vendas 460 700


Custos variáveis 425 610
Custos fixos 40 60

Pede-se :
O escritório deve deixar de prestar serviço ao cliente A ? Neste caso, considere que todos
os custos fixos continuarão a existir
O escritório deve deixar de prestar serviço ao cliente A ? Neste caso considere que os
custos fixos serão reduzidos em 40%.
O escritório deve deixar de prestar serviço ao cliente A e passar a prestar serviço ao cliente
C , que produzirá uma receita de 500 e um custo variável de 350 e utilizará toda a
capacidade ociosa deixada pelo cliente A ? Não haverá necessidade de novos
investimentos.

20)A empresa PENTA produz bandejas metálicas para serem utilizadas em restaurantes
populares. Atualmente encontra-se com capacidade ociosa, devido à retração do mercado.
O diretor de um hospital municipal procurou o presidente da Cia PENTA e propôs que esta
produzisse 300000 bandejas extras, pois ele iria comprar estas bandejas, já que o seu
hospital estava precisando. Ele disse que poderia pagar R$ 1,20 por cada bandeja.
A Cia PENTA prevê custos variáveis unitários de R$ 1,30. O presidente comentou "É claro
que perderemos R$ 0,10 em cada bandeja nos custos variáveis, mas ganharemos R$ 0,50
por unidade nos custos fixos dobrando nossa produção, já que distribuiremos nossos custos
fixos unitários de R$ 1,00 por um volume de produção duas vezes maior. Portanto,
devemos aceitar a oferta.” Você concorda com o presidente? Justifique. Indique qual seria
o resultado da Cia se a encomenda extra fosse aceita.
Dados:

Receita -R$ 600.000,00


Custos Variáveis Totais – R$ 390.000,00
Custos Fixos Totais – R$ 300.000,00
Quantidade produzida e vendida – 300.000 unidades

Gestão de Custos em Processos


84

21) Uma empresa apresenta a seguinte estrutura de custos: preço de venda: R$ 15,00;
custo variável: R$ 5,00 e custos fixos: R$ 500.000,00. Pede-se:

a)O ponto de equilíbrio contábil em quantidade e em volume de vendas;


b)A empresa decide reduzir em 10% o seu preço de venda. Qual será a conseqüência em
termos de ponto de equilíbrio?
c)E se a redução for de 20% na margem de contribuição ?
d)A empresa decide aumentar em 10% seu preço de venda. Qual será a conseqüência em
termos de ponto de equilíbrio ?
e) se o aumento for de 20% na margem de contribuição?
f)A empresa decide reduzir sua capacidade ociosa e isto representará uma redução de 10%
em seus custos fixos. Qual será a conseqüência em termos de ponto de equilibro contábil?
g)A empresa decide aumentar sua capacidade de produção e isto representará um
aumento de 20% em seus custos fixos. Qual será a conseqüência em termos de ponto de
equilíbrio contábil ?

22) Uma empresa apresenta custos fixos de R$ 100.000,00 e margem de contribuição de


R$10,00. Para o próximo exercício a empresa espera um crescimento de 20% na
quantidade a ser vendida, sem alterar sua margem de contribuição unitária. Para tal deverá
aumentar sua capacidade de produção e isto implicará em um aumento de 10% em seus
custos fixos. O lucro da empresa foi de R$ 100.000,00. A empresa deve efetuar este
aumento ?

23)Uma empresa produz um produto cuja margem de contribuição unitária é de R$10,00


e cujo preço de venda unitário é de R$ 18,00. Os custos fixos de produção montam a R$
150.000,00. No ano anterior a empresa obteve um lucro bruto de R$ 50.000,00. A empresa
fez um estudo e chegou a conclusão de que aumentaria sua quantidade de vendas em
20% se reduzisse seu preço de venda em R$ 2,00. Para incrementar sua produção a fim
de atender a nova demanda não será necessária nenhuma alteração em seus custos fixos.
Prepare um DRE para a nova situação e diga se vale a pena reduzir o preço de venda e
porque.

Gestão de Custos em Processos


85

24)Uma empresa apresenta os seguintes dados de produção:

Vendas – 20.000.000 (1 milhão de unidades vendidas)


Custos variáveis- 12.000.000
Despesas Variáveis- 1.100.000
Custos Fixos- 3.000.000
Despesas Fixas- 2.900.000.

Esta empresa recebe uma encomenda especial de 100.000 unidades ao preço de venda
de 13,00 por unidade.
A empresa não precisará fazer nenhum esforço de venda extra, ou seja, suas despesas
variáveis totais não se alterarão com o pedido de venda especial.
A empresa tem capacidade ociosa para aceitar tal encomenda.
Você pensa que a empresa deve aceitar ou não tal pedido. Caso aceite, o que acontecerá
com o seu lucro final ?

25) Conforme demonstrativo que se segue, o produto B está apresentando prejuízo.


Analise e justifique se a empresa deverá abandonar a linha do produto B, sabendo-se que,
caso ela seja eliminada, conseguirá uma redução de 15% no total dos custos fixos que são
distribuídas para todas as linhas de produtos.

PRODUTO A PRODUTO B PRODUTO C

Vendas 32000 42800 51200


Custos variáveis 22000 38600 40100
Custos fixos 4700 6000 7100
(distribuídos)
Indique qual o novo lucro, caso seja eliminado produto B.

26) O Sr. Joaquim é um pequeno comerciante que possui um negócio localizado próximo
a uma das ruas de acesso ao morro do Borel. Atualmente ele está preocupado com a onda
de violência que atinge a cidade do Rio de Janeiro, pois constantemente tem sido obrigado
a fechar suas portas pôr ordem dos traficantes que dominam a área.
Em seu estabelecimento comercial, ele vende um único produto que tem os seguintes
dados mensais:

Receita Total- R$100.000,00


Quantidade Vendida- 25000 unidades pôr mês.
Dias de trabalho em um mês- 25 dias.
Despesas Fixas Totais- R$ 30.000,00
Margem de Contribuição Unitária- R$ 1,50
Sr Joaquim contratou você para responder a ele a seguinte questão: quantos dias ele
suportaria permanecer fechado em um mês, sem Ter prejuízo em seu negócio?

Gestão de Custos em Processos


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27) Você foi solicitado a ajudar a administração da Arcadia Corporation a tomar certa
decisão. A Arcadia tem sede em Ohio e fabricas no Texas, em Montana e em Maine., as
quais fabricam o mesmo produto. As edificações em que as fábricas funcionam são
alugadas de terceiros. Você recebeu a seguinte projeção do resultado para o próximo ano:

TOTAL TEXAS MONTANA MAINE

Receita Venda.400.000 2.200.000 1.400.000 800.000


Custos Fixos 1.100.000 560.000 280.000 260.000
Despesas Fixas 350.000 210.000 110.000 30.000
Custos Variáveis 1.450.000 665.000 425.000 360.000
Rateio dos custos
da sede 500.000 225.000 175.000 100.000

O preço de venda unitário do produto é de R$ 25,00.


A cia. decidiu fechar a fabrica em Maine, sem , contudo, deixar de servir aos seus clientes
da região. Para tal ela possui as seguintes alternativas:
Expandir a fábrica de Montana. Para tal ocorreriam as seguintes alterações:
Receita- aumento de 50% sobre a receita atual,
Custos Fixos – aumento de 20% sobre o custo fixo atual
Custos Variáveis- aumento de 10% sobre os custos variáveis atuais.
Assinar um contrato de longo prazo com um concorrente que serviria os clientes da área e
pagaria royalty de R$ 4,00 pôr unidade, com uma estimativa de venda de 30.000 unidades
Fechar a fabrica e perder os clientes.
Indique qual a melhor alternativa. Demonstre seus cálculos.

28) A Brazilian Airlines é uma grande companhia aérea, que faz a rota Rio de Janeiro –
São Paulo, exceto aos sábados e domingos. A Brazilian Airlines tem disponibilizado
diariamente 15 vôos de ida ou volta, através de 4 (quatro) modernos Fokker-100, com
capacidade para 108 passageiros em seus confortáveis assentos. Os custos envolvidos
nestes vôos incluem:

a) Despesas de Leasing das 4 (quatro) Aeronaves no valor mensal fixo de $900.000

b) Despesas de Manutenção das turbinas e dos equipamentos no valor mensal fixo de


$183.000

c) Despesas com Salários e Benefícios da tripulação no valor mensal fixo de $60.000

d) Despesas com Combustível no valor de $1.000 por vôo simples, perfazendo um valor
mensal fixo de $330.000 ($1.000 x 15 vôos x 22 dias do mês).

e) Despesas fixas com funcionários de terra, e aluguel de hangar do aeroporto de


$170.000 por mês.

f) A Brazilian Airlines gasta com despesas discricionárias fixas de publicidade o valor


mensal de $125.000.

Gestão de Custos em Processos


87

g) Despesa variável de comissões pagas aos agentes de viagem de 10% do preço da


passagem.

h) A empresa possui despesas variáveis de serviço de bordo, como refeição e lanche,


estimada em $5 por passageiro.

i) O preço médio da passagem de ida ou volta é de $100.

PEDE-SE:

Quantos passageiros precisam voar diariamente na Brazilian Airlines para que ela possa
atingir seu ponto de equilíbrio, e no final do mês não tenha lucro nem prejuízo?
Qual a taxa de ocupação necessária por vôo diário?

29) Uma empresa apresenta os seguintes dados de produção:

EMPRESA COMO PRODUTO PEÇA


UM TODO (A+B) ACABADO
A B
VENDAS 10.000.000

Material Direto 4.900.000 4.400.000 500.000


Mão de Obra Direta 700.000 400.000 300.000
Custos Indiretos Variáveis 300.000 100.000 200.000
Outros Custos Variáveis 100.000 100.000
Comissões de Vendas 1.000.000 1.000.000
Custos Fixos Separáveis 2.300.000 1.900.000 400.000
Custos Fixos Comuns 400.000 320.000 80.000

DADOS COMPLEMENTARES:

Quantidade Vendida: 100.000 unidades


Comissão de Vendas: 10% do valor total das vendas.
A coluna do produto acabado A não inclui os custos da peca B.
Pede-se:
A)Um fornecedor ofereceu-se para fabricar as 100.000 pecas de um ano por
$13,50 cada. Qual seria o efeito sobre o lucro operacional se a empresa comprasse, em
vez de fabricar as pecas ? Admita, por hipótese, que $ 350.000 dos custos fixos separáveis
que podem ser alocados as pecas teriam sido evitados se elas fossem compradas.
Demonstre os cálculos
B)Considerando os mesmos dados do item A, indique para qual quantidade de pecas, seria
indiferente comprar ou fazer.
C)A empresa poderia Ter comprado as pecas por $ 13,50 cada e usado o espaço vago para
fabricar uma versão de luxo de seu principal produto. Admita que pudessem Ter sido
fabricadas 20.000 unidades de luxo (e vendidas além das 100.000 normais) por um custo
variável unitário de $ 70, excluindo-se as pecas e a comissão de vendas de 10%. O preço
de venda teria sido de $ 110. Todos os custos fixos referentes às pecas teriam continuado
existindo, já que se relacionavam basicamente com as instalações de produção utilizadas.
Qual teria sido o lucro operacional se a empresa tivesse comprado as pecas necessárias e
produzido e vendido às unidades de luxo?

Gestão de Custos em Processos


88

30) A Ocean Company fabrica e vende três produtos, X, Y e Z. A demonstração do resultado


projetada para o ano corrente, por linha de produto, é a seguinte:

X Y Z

VENDAS( UNIDADES) 10.000 500.000 125.000

Receita de vendas $ 925.000 $ 1.000.000 $ 575.000


Custo Variável 285.000 350.000 150.000
Custo Fixo 304.200 289.000 166.800
Despesas Variáveis 270.000 200.000 80.000
Despesas Fixas 125.800 136.000 78.200.
As despesas fixas são rateadas aos produtos com base na receita.
A administração da companhia está preocupada com o produto X, pois o mesmo está
apresentando prejuízo. Para solucionar tal problema, o setor de planejamento apresentou
a seguinte proposta:
Deixar de fabricar o produto X. O preço de venda dos produtos Y e Z não se alterariam,
entretanto teríamos um acréscimo na quantidade produzida e vendida do produto Z de
50%. Os equipamentos utilizados exclusivamente na produção do produto X seriam
vendidos e isto provocaria uma redução no custo fixo total de $ 30.000. Não haveria
alteração no total das despesas fixas. O espaço utilizado na produção do produto X seria
alugado a terceiros por $ 157.500. Pede-se:

Qual seria o novo lucro da cia, se a proposta fosse aceita? Você recomendaria a aceitação
desta proposta? Justifique.
Qual dos dois produtos, Y ou Z, apresentaria um lucro maior? Considere que os custos
fixos remanescentes do produto X seriam rateados em proporções iguais entre os dois
produtos. Demonstre os cálculos.
Indique qual o valor mínimo do aluguel para ser indiferente para a Cia a aceitação ou não
da proposta. Demonstre os cálculos.

31) A Alfabeto S.A. fabrica os produtos Alfa, Beta e Gama. Em seu primeiro ano de
atividades, sua produção e custos, faturamento e preços foram:

Produção Faturamento
Produto Custo Total
Quantidade Quantidade Valor Total
MP MOD CIF (F+V)
Alfa 1.300 28.000,00 21.000,00 15.750,00 1.000 118.750,00
Beta 2.500 72.000,00 65.000,00 48.750,00 1.870 260.584,50
Gama 1.195 36.050,00 52.000,00 39.000,00 1.195 208.527,50
Dados complementares:
Os custos fixos representaram 50% dos custos indiretos.
As despesas variáveis de vendas foram de 4% do faturamento.
As despesas fixas representaram $ 230.000,00 no ano.

Caso a alfabeto não tenha problemas de limitações na produção, ordene os produtos que
proporcionam a maior lucratividade para a empresa. Justifique sua ordem.

Gestão de Custos em Processos


89

32) O inverno do último ano foi excelente para as lojas que comercializam roupas
masculinas de época. Na loja de roupas finas B.R. & Egas Ltda., o gerente decidiu comprar
estoques extras de casacos de couro, em virtude de seu preço de venda unitário ser mais
alto que o dos demais artigos. Abaixo estão discriminados os principais artigos
comercializados por essa loja, seus preços de venda, bem como os custos de aquisição.

Preços de Venda Custos de Aquisição


Produtos
Unitários Unitários
Casaco de couro 290,00 232,00
Paletó de lã 195,00 135,00
Jaqueta de brim 96,00 40,00
Parca 136,00 77,00

Considere que quaisquer desses artigos teriam demanda para unidades adicionais. O
gerente acertou na escolha do produto, em sua tentativa de maximizar o lucro da empresa?
Efetue os cálculos e responda.

33) Uma loja vende apenas dois produtos: sapatos e bolsas. Seus gastos fixos mensais se
resumem ao aluguel, $ 5.000,00 e mão-de-obra, $ 6.000,00. Os sapatos são adquiridos
por $ 35,00 o par e vendidos por $ 70,00. Cada bolsa é adquirida por $ 60,00 e vendida
por $90,00. O gerente tem estimulado as vendas de bolsas pelo fato de ter o preço maior.
Em certo mês foram vendidos 180 pares de sapatos e 250 bolsas. Se você fosse o gerente,
faria o mesmo?

34) A empresa J.R. Pequeno S.A. fabrica dois produtos: Alfa e Beta. Em Maio/X3 produziu
600 unidades de Alfa e 100 unidades de Beta.

Seus custos nesse mês foram:

Fixos = $ 52.500,00
Variáveis = $ 500,00 por unidade de alfa e $ 600,00 por unidade de Beta.
Os preços unitários foram: Alfa = $ 782,50 e Beta = $ 1.000,00.

Considere que a J.R. Pequeno não utiliza o Custeio Variável, e sim o Custeio por Absorção
e que seus custos fixos são rateados em função das horas de fabricação. O gerente acha
que é melhor conhecer o lucro de cada produto, para decidir qual deve ter as vendas
incentivadas.

Os tempos gastos nessa produção foram: 600 horas para fabricar Alfa e 240 horas para
fabricar Beta. Determine o lucro de cada produto e que recomendações você faria se
houvesse condições de aumentar as vendas?

Gestão de Custos em Processos


90

35) Em um determinado mês, a J. Boutinho Ltda. está com 400 horas ociosas e recebe
duas propostas:

A primeira é para o fornecimento de 110 unidades do produto X. Cada unidade consome 3


horas de fabricação. O preço ofertado foi de $ 50,00/u. O custo variável deste produto é $
25,00/u.

A segunda é para o fornecimento de 120 unidades do produto Y. Cada unidade consome 1


hora de fabricação. O preço ofertado é de $ 200,00/u. O custo variável é de $ 180,00/u.

Considere que para o pedido de X o custo do transporte até o cliente será por conta da J.
Boutinho, correspondendo a 5% da respectiva receita. Para o pedido de Y, o cliente é o
responsável pelo frete.

Qual dos dois pedidos deve aceitar, considerando-se que o restante das horas ociosas, se
houver, não será utilizado?

36) A Fábrica de Vassouras Bruxa Linda Ltda. Tem capacidade de produção de 10.000
dúzias mensais de sua vassoura modelo superluxo. No entanto, dada a retração do
mercado de vassouras, está produzindo e vendendo apenas 8.000 dúzias mensais a $
100,00 cada.

Seus custos são os seguintes:

Matéria-prima $ 32,00/dúzia
Mão-de-obra $ 24,00/dúzia
Custo indireto de fabricação variável $ 8,00/dúzia
Custo indireto de fabricação fixo $ 80.000,00/mês

As despesas administrativas e de vendas são:

Fixas = $ 120.000,00/mês
Variáveis = 3% da receita

A Bruxa Linda recebeu uma proposta da Associação de Bruxas do Sul para o fornecimento
de 1.200 dúzias mensais pelos próximos 3 meses ao preço de $ 70,00/dúzia. A empresa
deve aceitar a proposta, mesmo que as despesas variáveis de vendas para esse pedido
sejam 5% da respectiva receita?

37)O Sr. José, diretor da empresa XPTO Ltda., está diante da seguinte situação: pode
vender o produto XT embalado ou sem embalagem.

O custo desse produto sem embalagem é de $ 350,00 por unidade e a embalagem custa
$ 45,00 cada. O preço de venda unitário do produto embalado é de $ 515,00 e sem
embalagem é de $ 475,00.

A empresa tem maior ganho vendendo o produto embalado ou sem embalagem? Efetue
os cálculos e ajude o Sr. José.

Gestão de Custos em Processos


91

38)A fábrica de móveis de madeira Pinheirinho Ltda. produz mesas, estantes e armários.
A demanda anual destes produtos é a seguinte: mesas = 5.000 u; estantes = 18.000 u;
armários = 7.000 u.

A Pinheirinho está trabalhando no limite de sua capacidade, vendendo toda a produção,


que foi a seguinte no ano de 19X6:

Custos e
Quantidade
Tampo de despesas
Produtos produzida e Receita Total
fabricação variáveis
vendida
totais
Mesas 4.500 u 5,0 h/u 135.000,00 180.000,00
Estantes 14.000 u 4,0 h/u 189.000,00 245.000,00
Armários 5.000 u 25,0 h/u 535.000,00 750.000,00
Os custos e despesas fixos totalizaram $ 300.000,00 no ano.

Pede-se:

a) caso a Pinheirinho decida aumentar sua capacidade produtiva passando para 220.000
horas/ano, qual o mix de produção e vendas que melhor resultado proporciona, supondo-
se que a demanda não se modifique?
b) se a empresa não ampliar sua capacidade produtiva e a demanda não se modificar, qual
o mix de produção e vendas que melhor resultado proporciona? Demonstre.
c) compare o mix encontrado em b com o atual e faça um comentário.

39) Uma empresa fabrica os produtos Alfa e Beta. As horas de fabricação e o consumo de
matéria-prima são:

Horas de Fabricação Consumo de Matéria-Prima


Produtos
Máquina 1 Máquina 2 Mat. Prima X Mat. Prima Y
Alfa 2 h/u 3 h/u - 7 kg/u
Beta - 6 h/u 2 kg/u 4 kg/u

Os custos dessa empresa são os seguintes:

Mão-de-obra direta:
Máquina 1 = $ 100,00/h
Máquina 2 = $ 150,00/h

Matéria-prima:
Matéria-prima X = $ 180,00/kg
Matéria-prima Y = $ 120,00/kg

Custos indiretos de fabricação:


Fixos = $ 300.000,00/mês
Variáveis = 70,00/h

Gestão de Custos em Processos


92

Despesas:
Administrativas Fixas = $ 400.000,00/mês
Vendas Fixas = $ 250.000,00/mês
Vendas Variáveis = 5% do preço de venda

Preço de venda:
Produto Alfa = $ 3.000,00/u
Produto Beta = $ 3.500,00/u

Disponibilidade de horas-máquina:
Máquina 1 = 3.000 h/mês
Máquina 2 = 6.450 h/mês

Quantidade produzida e vendida:


Produto Alfa = 1.400 u/mês
Produto Beta = 300 u/mês

Havendo capacidade ociosa de máquinas, caso a empresa resolva ocupá-la, qual seria o
acréscimo de quantidades dos produtos?

40) Um barzinho comercializa mensalmente 4.000 latas e 5.000 garrafas de cerveja. Os


valores pagos ao distribuidor são: $ 0,45 a lata e $ 0,60 a garrafa. São vendidas a $ 1,00
a lata e $ 1,50 a garrafa. Ambas são acondicionadas na mesma geladeira, e uma garrafa
ocupa o espaço de duas latas. O proprietário do bar percebeu a possibilidade de aumentar
as vendas, no entanto, está disposto a oferecer quantidades adicionais de apenas um
desses produtos. O espaço ocioso é suficiente para acomodar o correspondente a 400 latas.

Pede-se: Qual dos dois produtos você escolheria?

41) Hoje em dia tem-se observado uma expansão de lojas que vendem água em garrafões
de 10 e 20 litros. Um empreendedor resolveu montar uma loja dessas.

Suas despesas mensais fixas são:

Aluguel do ponto = $ 2.000,00


Honorários do contador = $ 200,00
Impostos municipais = $ 350,00
Mão-de-obra = $ 600,00

São comercializados mensalmente 2.500 garrafões de 10 litros e 3.200 garrafões de 20


litros. Os garrafões de 10 litros são adquiridos a $ 1,30 cada e vendidos a $ 2,00 e os de
20 litros, adquiridos por $ 2,00 cada e vendidos a $ 3,00 cada. Como as vendas estão
crescendo, abriu-se a oportunidade de aumentar os estoques desses produtos. No entanto,
o proprietário resolveu adquirir quantidades adicionais de apenas um deles, pois a loja tem
um fator que restringe a quantidade em estoque, que é o espaço físico disponível. Ainda
há espaço disponível no estoque para armazenar o correspondente a 150 garrafões de 20
litros. Um estudo apontou que no mesmo espaço ocupado por 3 garrafões de 20 litros daria
para armazenar 5 garrafões de 10 litros.

Considere que a oferta atual não seja modificada. Por qual desses produtos deve optar
para aumentar as vendas? Quanto aumentaria o lucro da loja?

Gestão de Custos em Processos


93

42) O Departamento de Contabilidade da fábrica de doces Bom Bom S.A. efetuou o


seguinte quadro:
Produto Preço unitário C+D Variável Unitário
Paçoca 0,40 0,25
Pipoca doce 0,30 0,15
Maria-mole 0,25 0,20
Pirulito 0,15 0,10

A Bom Bom quer melhorar seu resultado e por isso está convidando você para assessorá-
la. O chefe de produção informou que os fornecedores de açúcar têm reduzido
sistematicamente a entrega desse insumo. O consumo de açúcar é o seguinte por unidade
produzida:

Produto Consumo
Paçoca 20 gramas
Pipoca doce 25 gramas
Maria-mole 5 gramas
Pirulito 10 gramas

Indique ao presidente da Bom Bom a ordem dos produtos de que você priorizaria a
produção e vendas para tornar o lucro o mais alto possível.

43) Uma empresa está trabalhando no limite de sua capacidade produtiva instalada, que
é de 120.000 h/mês. Dessas horas em outubro, 50% foram gastas na produção de X, que
consome 40 h/u; 30% na produção de Y, que consome 30 h/u; e o restante do tempo na
produção de Z, que consome 6 h/u.

Os custos e despesas variáveis com os respectivos preços dos produtos são:

Produtos Custos e Despesas Variáveis Preço de Venda


X 55,00/u 80,00/u
Y 44,00/u 57,80/u
Z 8,00/u 14,00/u

A empresa verificou que a demanda poderia ser de 2.000 u de X, 1.500 u de Y e 5.000 u


de Z. Se aumentar sua capacidade de produção para 146.000 h/mês, qual o melhor mix
de produção e vendas que você sugere para essa empresa considerando essa expectativa
de demanda?

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44) Uma empresa fabrica e vende os produtos X e Y com os custos e preços abaixo:

Produtos Custo Variável Preço de Venda


X 180,00 250,00
Y 370,00 440,00

Os dois produtos são trabalhados na mesma máquina, sendo que cada unidade de X utiliza
2 horas e de Y, 1,5 hora. Havendo ociosidade de 600 horas nessa máquina, qual produto
deveria ser priorizado, quantas unidades poderiam ser produzidas nessas horas e qual a
margem de contribuição máxima que seria obtida?

45) Dados de uma empresa que está viabilizando a fabricação do produto T:

Preço de Venda = $ 400,00/u


Custos e Despesas Variáveis = $ 300,00/u
Custos e Despesas Fixos = 160.000,00/mês
Depreciação (inclusa nos custos e despesas fixos) = 20.000,00/mês
Patrimônio líquido = 16.000.000,00
Lucro desejado = 6% ao ano do patrimônio
líquido

Determine:

a) O PEC.
b) O PEE.
c) O PEF.

46) Um empreendedor está estudando a implantação de uma fábrica de bexigas. Planeja


investir $ 30.000,00 no negócio e deseja um lucro correspondente a 5% ao mês deste
investimento.

Estimou os seguintes valores:


Preço = $ 5,00 a dúzia
Custo Variável = $ 3,00 a dúzia
Despesas Variáveis = 10% do preço
Custos e Despesas Fixos = $ 3.000,00 por mês

Determine o PEE.

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47) A Indústria Pau-Brasil S.A. está interessada em avaliar um novo projeto. O custo fixo
anual foi previsto em $ 1.200.000,00, o custo variável do produto a ser fabricado, $ 120,00
por unidade, e o preço de venda, $ 200,00 por unidade.

Determine:
a) O Ponto de Equilíbrio em quantidade e em valor do projeto.
b) O Ponto de Equilíbrio caso o produto seja vendido por $ 215,00 a unidade e o custo
variável seja $ 140,00 a unidade.

48) Uma empresa está produzindo e vendendo 5.000 u mensais de seu produto XPTO.
Seus custos e despesas mensais são:

Fixos: = $ 50.000
Variáveis: = $ 125.000

Qual seria o preço de venda unitário que a empresa deveria praticar, mantendo-se a
mesma quantidade produzida e vendida, bem como os custos atuais para que obtenha um
lucro:

a) de $ 25.000,00 mensais.
b) de 20% do preço de venda.
c) de 30% do custo variável.

49) Dados de uma empresa que está analisando a viabilidade de produzir e comercializar
o produto JOTA:

Custos e despesas variáveis = $ 7,50/u


Custos e despesas fixos = $ 3.000,00/mês

A capacidade de produção deverá ser de 1.000 u mensais.

Pede-se:

a) o preço de venda unitário para que o Ponto de Equilíbrio Contábil ocorra em cada uma
das quantidades abaixo:
a1) 250 u.
a2) 500 u.
a3) 750 u.
a4) 1.000 u.

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50) Calcule a MSO de uma empresa que produz e vende o produto Q. Os seguintes dados
estão disponíveis:

Quantidade vendida = 20 u
Custos e despesas variáveis = $ 4.800,00/u
Custos e despesas fixos = 32.000,00/mês
Preço de venda = 8.000,00/u
Em uma decisão do diretor de vendas, baseando-se no comportamento de mercado, optou-
se por reduzir o preço de venda em 20%. Qual será a nova MSO, mantendo o mesmo nível
de unidades vendidas?

51) A Mundo da Lua S.A. produz bijuterias finas para mulheres jovens. Em novembro/x3
cada peça era vendida por $ 100,00. Seu Ponto de Equilíbrio Contábil foi de 1.100 unidades
e a Margem de Segurança Operacional foi de 220 peças, proporcionando um lucro
operacional de $ 13.200,00. Qual foi o custo fixo da Mundo da Lua?

52) A empresa J.D. Luz Ltda. produz e vende o produto R. Os seguintes dados estão
disponíveis:

Quantidade vendida = 20 u
Custos e despesas variáveis = $ 4.800,00/u
Custos e despesas fixos = 32.000,00/mês
Preço de venda = 8.000,00/u

Caso a empresa conceda um aumento salarial a seus funcionários, haverá um acréscimo


de 5% nos custos e despesas variáveis e de 20,25% nos custos e despesas fixos. Em
função disso, qual seria a nova Margem de Segurança Operacional? Compare com a MSO
anterior e analise o efeito dessa decisão.

53) Uma empresa está produzindo e vendendo 3.500 u mensais de seu produto W, com
os seguintes custos e despesas:

Custos e Despesas Fixos:


Aluguel = $ 500.000,00
Mão-de-obra = $ 800.000,00
Depreciação = $ 200.000,00
Outros = $ 300.000,00

Custos e despesas variáveis:


Matéria-prima = $ 400,00/u
Mão-de-obra direta = $ 300,00/u
Custos indiretos variáveis = $ 200,00/u
Despesas de vendas variáveis = 10% do preço de venda

O preço de venda praticado é de $ 2.000,00 por unidade. Caso ocorra um aumento de 500
unidades na Margem de Segurança Operacional, qual o Grau de Alavancagem Operacional
dessa empresa?

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54) A Cia P. Lêgo Ltda. produz estantes de aço que são vendidas por $ 7.000,00 cada. Em
março/x1, a produção e as vendas foram de 500 unidades, proporcionando um lucro de
20% sobre a receita total. Nesse mês, os custos e despesas variáveis representaram 50%
da receita total. Calcule o Grau de Alavancagem Operacional caso a Margem de Segurança
Operacional aumente em 50 unidades.

55) A B. Paschoal Ltda., ao aumentar sua produção e vendas em 30%, passando para
5.200 unidades mensais do produto Alfa, teve o custo total (fixo+variável) aumentado de
$ 470.000,00 para $ 560.000,00. Considerando que o preço de venda unitário é de $
200,00, determine qual foi o Grau de Alavancagem Operacional.

56) A empresa Beleza Pura Ltda. fabrica creme hidratante para os pés. Atualmente sua
produção e vendas são de 15.800 potes de 500g mensais, os quais são vendidos por $
3,50 cada, proporcionando um lucro operacional de 15% sobre a receita total. Sua
produção anterior era 20% inferior, também vendida a $ 3,50 o pote, e proporcionando
um lucro operacional de 10% sobre a receita total. Qual foi o Grau de Alavancagem
Operacional dessa empresa?

57)Uma empresa fabrica pecas de automóveis. Quase sempre contrata serviços de outros
fabricantes, dependendo de se suas instalações estão plenamente utilizadas. A empresa
está em vias de tomar algumas decisões finais em relação ao uso de suas instalações de
produção no próximo ano.
Abaixo representamos os custos de fabricação da peca K426,um componente básico de
um sistema de controle de emissão.

CUSTO TOTAL CUSTO UNITÁRIO

Material Direto 300.000 5


Mão de Obra Direta 480.000 8
Custos Indiretos Variáveis 360.000 6
Custos Indiretos Fixos 300.000 5
TOTAL 1.440.000 24

Outro fabricante ofereceu-se para vender a mesma peca à empresa por $22 cada. Todos
os custos fixos indiretos continuariam a existir, exceto os custos de $120.000 relativos a
alguns supervisores e vigilantes que poderiam ser evitados. Pede-se:

Suponhamos que a capacidade ora utilizada para produção fique ociosa se elas passarem
a ser compradas. As pecas devem ser produzidas ou compradas?
Suponhamos que a capacidade ora utilizada para a produção das pecas seja(a) alugada a
um fabricante da proximidade por $ 50.000 por ano ou (b) usada para fazer carburadores
que proporcionem uma contribuição $ 80.000. A peca deve ser comprada ou fabricada.?

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58) A Net Minder Manufacturing fabrica raquetes de tênis. Atualmente, a companhia fabrica
as capas das raquetes, com os seguintes custos:

CUSTO TOTAL CUSTO UNITÁRIO

Material Direto 20.000 2,00


Mão de Obra Direta 10.000 1,00
Custos Indiretos Variáveis 7.500 0,75
Custos Indiretos Fixos 2.500
Custos indiretos fixos rateados 15.000

Um fabricante externo propôs fornecer qualquer quantidade de capas por $4,10. Pede-se
Caso, por questões estratégicas a Cia decida comprar apenas a metade das capas, diga se
vale a pena.
No nível de produção atual , é melhor comprar ou fabricar?
Para qual quantidade, é indiferente para a Cia comprar ou fabricar?

59) Suponha que a Casio Company necessite de 20.000 unidades de certo componente de
um de seus produtos. O custo da fabricação unitário do componente é o seguinte:

Material Direto 3,00


Mão de Obra Direta 10,50
Custos Indiretos Variáveis 4,00
Custos Indiretos Fixos 5,00

A Cia pode comprar o componente por $21 a unidade. Sessenta por cento dos custos fixos
não poderão ser eliminados. A Cia deve aceitar a oferta?

60) A Campus Bookstore apresentou a seguinte DRE relativa ao terceiro trimestre:

LIVROS PAPELARIA MERCADORIAS


EM GERAL

Receita 200 80 120


Custo Variável 60 45 95
Custo Fixo
Aluguel 6 6 6
Salários 16 10 14
Despesa Fixa 12 12 12

O gerente está preocupado com o resultado apresentado pelo setor de mercadorias em


geral e está com a idéia de eliminá-lo. Para tal requisitou algumas informações ao setor de
Contabilidade que informou o seguinte:

Os empregados que trabalham na seção seriam demitidos;


Nada do aluguel poderá ser economizado.
Um total de 6. em despesas fixas seriam economizadas.

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Pede-se:

Você recomenda a eliminação da Seção de Mercadoria em Geral.? Justifique.


O espaço ocioso poderia ser utilizado para a venda de livros adicionais, que geraria uma
margem de contribuição de 35, despesas de salários de 14 e despesas fixas evitáveis de
4. Você recomenda neste caso a eliminação?
Para qual valor de margem de contribuição, mantendo-se os mesmos acréscimos de
salários e de despesa fixas do item anterior, seria indiferente a venda de livros adicionais
ou a manutenção da Seção de Mercadorias em Geral? Justifique

61) A Sierra Ski Company opera atualmente com 75% de sua capacidade de produção.
Preocupado com o desempenho da companhia, seu presidente está considerando a
eliminação da linha de esquis cross-country. Se essa linha for eliminada, suas receitas
serão perdidas e seus custos variáveis economizados. Quinze pôr cento dos custos fixos
totais da companhia também serão economizados.
DRE
Downhill Racing Cross Country Regular Downhill

Receita 65.200 85.600 102.400


Custos Variáveis 44.000 77.200 80.200
Custos Fixos Rateados 9.400 12.000 14.200
Pede-se:
Você concorda com a eliminação da linha de produto cross-country? Justifique,
demonstrando os cálculos
O presidente pode eliminar a linha de produção acima e alugar a área ociosa. Qual deve
ser o valor mínimo do aluguel para ser indiferente a eliminação com aluguel ou a
manutenção da linha de produção.? Demonstre os cálculos.

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62)A administração da Quicksilver Corporation está revendo a lucratividade da companhia,


tentando melhorar seu desempenho por meio de melhor planejamento. A companhia
fabrica três produtos em sua linha de bijuterias- colares, braceletes e anéis. Dados
selecionados sobre os três itens são apresentados abaixo;

COLARES BRACELETES ANÉIS

Preço de Venda 50,00 37,50 25,00


Margem de Contribuição 20,00 15,00 10,00
Tempo de máquina necessário
À fabricação de uma unidade 0,5h 0,25h 0,30h

A Cia dispõe de 120 horas de tempo de máquina por mês. A demanda de cada produto é
muito superior à capacidade de produção da companhia. Não há outras restrições
relevantes.
Atualmente a Cia fabrica a mesma quantidade de cada produto. O vice presidente de
produção, entretanto, tem defendido que a companhia deveria concentrar a produção em
colares, porque esse produto tem a maior margem de contribuição. Se essa recomendação
fosse seguida, nenhum bracelete ou anel seria fabricado.
Pede-se :
a)Se os custos fixos forem de R$ 2.500,00 por mês, qual será o lucro da companhia se ela
seguir a recomendação do vice- presidente de produção ?
b)Quanto deve ser produzido de cada produto para que seja atingido o lucro máximo e
qual seria este lucro?
c)Se a demanda de cada produto fosse de 150 unidade, qual deveria ser o mix da produção
com vista a alcançar o lucro máximo e qual seria este lucro ?

Gestão de Custos em Processos


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63)A Tony Pizza entrega pizzas de diversos sabores em um tamanho único. Cada Pizza é
vendida por R$ 10,00.
O gerente recebeu os seguintes custos projetados:

Quantidade de 10.000 12.000


Pizzas vendidas

CUSTOS
Massa R$ 4.000 R$ 4.800
Recheios 2.500 3.000
Queijo 4.500 5.400
Tomates 3.000 3.600
Energia 1.500 1.500
Pessoal de limpeza 2.500 3.000
Pessoal de cozinha 3.000 3.000
Pessoal de entrega 2.200 2.640
Aluguel do carro 2.000 2.000
Gasolina 1.500 1.800
Instalações 10.000 10.000
Publicidade 4.500 4.500
Pede-se
Se a quantidade vendida for de 15000 unidades, qual e a margem de segurança
operacional?

64) A Prime Printer fabrica impressoras com os seguintes custos unitários: Material direto
R$ 375; Mão de obra direta R$ 500, Outros custos variáveis- R$ 625 e Custo fixo- R$ 500.
O preço de venda é de R$ 2.500. Atualmente são vendidas 200 unidades da referida
impressora. A capacidade atual da fabrica é de 6.000 horas. A taxa salarial média atual,
incluindo os benefícios indiretos é de R$ 20. Um comprador deseja comprar as referidas
impressoras desde que o preço de venda seja de R$ 2.000. Pede-se;

Qual a quantidade máxima de impressoras que a Prime Printer poderá vender ao novo
cliente?
Qual será o novo lucro caso a Cia venda as impressoras pelo preço ofertado na quantidade
calculada no item anterior?

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65) Uma empresa fabrica bicicletas, inclusive o conjunto que compõe a roda traseira, cujo
custo unitário é o seguinte:

Materiais diretos -R$ 3,50


MOD – R$ 15,00
Custos indiretos variáveis- R$ 6,00
Custos indiretos fixos- R$ 8,00

Este custo baseia-se em um produção anual de 20.000 unidades.


Recentemente, a empresa recebeu uma proposta de um fornecedor que deseja vender-lhe
20.000 conjuntos de rodas traseiras ao preço unitário de R$ 30,00. A aceitação da proposta
fará com que a empresa economize R$ 100.000,00 de custos fixos.
Pede-se;
Se a empresa deseja fazer uma economia de R$ 12.500,00 pôr ano, ela deve aceitar a
oferta? Justifique, demonstrando os cálculos.
Se a quantidade for de 5.000 unidades, você muda a sua resposta? Demonstre os cálculos.
Para qual nível de atividade, é indiferente comprar ou fazer, considerando a economia de
R$ 12.500,00?

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103

FIM

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