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Dama
sem tanto ardor embora ainda flamante
A rosa que cruel ou lacerada e lassa
Se deveste do alvor que a púpura deslaça
Para em sua carne ouvir o choro do diamante
1887
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Sonnet
Dame
sans trop d’ardeur à la fois enflammant
La rose qui cruelle ou déchirée et lasse
Même du blanc habit de pourpre le délace
Pour ouïr dans sa chair pleurer le diamant
1887
– Stéphane Mallarmé, no livro “Poesia da recusa”. [organização e tradução Augusto de
Campos]. Coleção signos 42. São Paulo: Editora Perspectiva, 2006.
§
Cansado do ócio amargo…
Cansado do ócio amargo onde meu tédio humilha
A gloria que me fez perder outrora a trilha
De uma infância de bosques e de rosas, puro.
Azul matico e, ainda mais, do pacto duro.
De cavar toda noite uma fossa imponente
No território avaro e hostil da minha mente,
Coebeiro impiedoso da esterilidade,
– Quer dizer a esta Aurora, ó Sonho, infinidade
De rosas, se, temor de suas rosas frias,
O vasto cemitério une as valas vazias? –
1864
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1864
– Stéphane Mallarmé, no livro “Poesia da recusa”. [organização e tradução Augusto de
Campos]. Coleção signos 42. São Paulo: Editora Perspectiva, 2006.
1887
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1887
– Stéphane Mallarmé, no livro “Poesia da recusa”. [organização e tradução Augusto de
Campos]. Coleção signos 42. São Paulo: Editora Perspectiva, 2006.
Triunfalmente a fugir…
Triunfalmente a fugir o belo suicida,
Tição de glória, espuma em sangue, ouro, tormenta!
Oh! riso se me chama a púrpura perdida
Ao cortejo real da tumba que me tenta.
1885
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Victorieusement fui…
Victorieusement fui le suicide beau
Tison de gloire, sang par écume, or, tempête!
Ô rire si là-bas une pourpre s’apprête
A ne tendre royal que mon absent tombeau.
1885
– Stéphane Mallarmé, no livro “Poesia da recusa”. [organização e tradução Augusto de
Campos]. Coleção signos 42. São Paulo: Editora Perspectiva, 2006.
Tristeza de verão
O sol, na areia, aquece, ó brava adormecida,
O ouro da tua coma em banho langoroso,
Queimando o seu incenso em tua face aguerrida,
E mistura aos teus prantos um filtro amoroso.
1864
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Tristesse d’été
Le soleil, sur le sable, ô lutteuse endormie,
En l’or de tes cheveux chauffe un bain langoureux
Et, consumant l’encens sur ta joue ennemie,
Il mêle avec les pleurs un breuvage amoureux.
1864
– Stéphane Mallarmé, no livro “Poesia da recusa”. [organização e tradução Augusto de
Campos]. Coleção signos 42. São Paulo: Editora Perspectiva, 2006.