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O PENSAMENTO DE GRAMSCI E A EDUCAÇÃO

Brunna Felkl do Nascimento1


Lucas Bortolotto Martins2

O que esta posto como ideia central do pensamento Gramsciano, é a construção


de uma nova sociedade, por meio de um processo de hegemonização de uma nova
cultura - popular - em substituição à cultura burguesa capitalista, opressora e liberal.
Gramsci buscou proporcionar um movimento cultural capaz de substituir o senso
comum – objeto de criação da classe burguesa – trabalhando com as classes populares
em prol da construção de uma filosofia das massas, capaz de transformar cada homem
em um intelectual, capaz de criar uma nova elite – distante da elite tradicional
capitalista -, ou seja, uma elite das massas e para as massas. Para esta transformação, a
educação é essencial.

O materialismo histórico e dialético compreende que a história do homem é a


história da produção cultural. Infelizmente, com a divisão do trabalho e o aparecimento
das classes sociais, o homem não mais produz a cultura, ao contrário é alienado a ela, ou
seja, a cultura passa a ser uma realidade distante e independente - das classes populares
- não mais produzida e consumida por todos, sendo então privilégio das classes
dirigentes.

Cultura, em Gramsci é um conceito móvel que dialoga com outros conceitos


importantes como hegemonia, classe social, política e educação. Ele entende cultura
como um modo de expressão da sociedade, a cultura é compreendida e vivida de modo
diferente por cada classe social. Ou seja, cultura aparece como concepção de mundo,
como elemento que norteia a relação do homem com sua realidade, é também e ao
mesmo tempo religião laica, capaz de construir uma ética, um modo de vida e um
modelo de comportamento. Deste modo, a cultura é concebida como expressão prática,
estruturada, organizada e organizadora da sociedade. Gramsci percebe a importância e a
urgência de construir outra cultura, de buscar uma unificação cultural do gênero
humano, ou seja, uma cultura que desmonte o conceito tradicional - burguês e opressor -
de senso comum. Esta concepção que Gramsci espera para uma outra cultura esta a
serviço de uma melhor condição social para todos os homens, em prol do término da
1
Estudante de ciências sociais pela Universidade Federal de Santa Maria. E-mail:
Brunnafelkl22@gmail.com
2
Estudante de música pela Universidade Federal de Santa Maria.
submissão ao capital, por isto esta nova cultura precisa ser uma cultura popular, com
base em conceitos humanitários, que trate com respeito e dignidade todos os homens.
Organizar uma nova cultura é então um ato político e revolucionário.

Uma transformação cultural é visto por Gramsci como essencial, e reformas


econômicas passam a ser uma consequência das transformações culturais, ideologias e
morais. Parece estranho pensar na economia – que é vista pelos Marxistas como o
elemento central da teoria – como uma consequência, mas Gramsci mostra que se
pensarmos que a estrutura – econômica – é organizada com base em ideologias e
concepções morais, as transformações intelectuais, morais e culturais aparecem como o
primeiro passo para que reformas econômicas sejam possíveis. Ou seja, a transformação
econômica é resultado, é consequência das transformações culturais.

Consoante o pensamento de Gramsci, ao buscar a construção de uma nova


sociedade, é preciso de um novo bloco histórico, não burguês, proletário, e isto só é
possível por meio de reforma intelectual e moral. Percebemos, deste modo, que para
Gramsci a moral e cultura são elementos essenciais para a transformação social. Há
ainda um outro elemento essencial para Gramsci, a hegemonia, que aparece como o
elemento orgânico e dialético entre a estrutura e a superestrutura.

Preocupado com como proporcionar as transformações sociais, Gramsci vê na


ideologia um elemento indispensável. A ideologia está sempre conectada a uma classe e
a um momento histórico, por isto precisamos diferenciar ideologias historicamente
orgânicas - que são úteis a uma estrutura - de ideologias arbitrárias e racionalistas,
quando historicamente orgânicas, as ideologias organizam as massas humanas,
proporcionam aos homens consciência de classe. Deste modo, a luta pela hegemonia é
uma luta de ideologias. Ideologias não são simples idéias, não para Gramsci, pois ele
percebe as mesmas como dotadas de uma estrutura material que mantém coesos os
aparelhos sociais. A classe dirigente tem sua própria estrutura ideológica, ou seja, uma
organização material, voltada para manter, desenvolver e defender a ideologia do capital
opressor e explorador, como parte da estrutura ideológica burguesa podemos citar os
jornais, as bibliotecas, e também as escolas. Gramsci dá importância a ideologia por
acreditar que apenas por meio dela um sujeito pode chegar a consciência de si e
contrapor-se a hegemonia do inimigo. Podemos entender ainda ideologia como um
sistema de ideias políticas - mas não limitada a isto - e Gramsci ainda relaciona a
mesma ao senso comum. Deste modo, cada camada social tem sua consciência e sua
cultura, ou seja, sua ideologia. Não podemos limitar o conceito de ideologia a política,
pois ela é mais, é todo um sistema de ideias, uma concepção de mundo essencial para a
conquista e manutenção do poder.

A ideologia se encontra na arte, na economia, no direito e em todas as


manifestações da vida, coletiva ou individual. Gramsci procura modos de terminar com
a exploração capitalista, que cega os olhos das massas. Para isto precisa criar uma
ideologia própria às classes populares, com base em bom senso e construída contra o
senso comum que maltrata a população.

O autor pondera que o proletário e todas as minorias precisam de bom senso, de


senso crítico para compreender que independente da vontade e da consciência do
indivíduo, ele é elemento que constrói a própria história. Apenas com a consciência de
que o senso comum está a serviço do capital e apenas com bom senso os indivíduos
podem ver o seu papel social e criar uma concepção de mundo realista e crítica, uma
consciência que proporciona o entendimento de que a ideologia burguesa, dita de todos
e tida como universal, explora, oprime e aliena o cidadão simples.

Entre a dualidade de senso comum - expressão da ideologia burguesa - e bom


senso - expressão da criação de uma ideologia de camadas populares contra o capital -
encontramos a filosofia da práxis como elemento fundamental para Gramsci. Para
Gramsci a filosofia da práxis é uma concepção de mundo original, baseada na ação
concreta do homem, que por suas necessidades históricas, transforma e opera o seu
cotidiano. Considera a mesma como a medula do materialismo histórico. Por meio da
filosofia da práxis, o indivíduo é capaz de tomar ciência da relação entre a
superestrutura - objeto de vontade humana - e a estrutura - econômica. Mas o que se
coloca em jogo para Gramsci é a vontade humana, essencial em seus conceitos. O que a
filosofia da práxis apresenta é a coincidência entre a consciência e ação, ou seja, ao
mesmo tempo em que proporciona uma teorização de relações humanas, cria uma
vontade, um ânimo que empreende a transformação social. A filosofia da Práxis aparece
como um comportamento polêmico, que busca e proporciona a superação do status quo,
ou seja, proporciona a superação do senso comum, que maltrata as camadas populares
em prol de um capitalismo opressor e burguês.
A filosofia da práxis não exclui a história política, ao contrário, busca a
construção de uma hegemonia estatal - não mais burguesa e capitalista - que dê ênfase a
cultura, a economia e a política, e procede com estes elementos a uma nova visão de
mundo. O que está em jogo é a superação da cultura dominante - burguesa - e de senso
comum, ou seja, Gramsci busca a passagem da subalternidade à hegemonia.

Ponderamos anteriormente que a hegemonia é elemento dialético e orgânico


entre a estrutura e a superestrutura. Gramsci percebe que a construção de uma filosofia
da práxis se dá através da construção de uma contra hegemonia burguesa, capaz de
colocar fim ao senso comum. Como hegemonia Gramsci entende a capacidade de
operar na estrutura econômica, na organização política, no modo de pensar, na ideologia
e no modo de conhecer. Podemos compreender que Gramsci entende hegemonia como
capacidade de direção e de dominação e capacidade de fornecer a base social do estado.
Deste modo, por meio de uma filosofia da práxis pretende criar uma ideologia das
classes populares e uma nova cultura. Busca colocar o pensamento proletariado como
hegemônico, ou seja, transformar a sociedade e o modo de pensar, em teoria, prática e
filosofia, por meio de dialética entre estrutura econômica e social.

Desmontar a hegemonia burguesa e construir uma filosofia da práxis é o modo


pelo qual o filósofo pretende terminar com a dominação e a exploração das classes
populares. Isto porque, o senso comum – essencialmente burguês – é tomado por
concepções liberais, ou seja, o liberalismo é uma concepção de mundo e deste modo –
considerando a posição socialista de Gramsci – é preciso criar um novo modo de pensar
a sociedade, é preciso criar uma outra hegemonia, capaz de transformar homens
submissos em homens livres e críticos, capazes de perceberem o mundo de submissão
que vivem e transformarem um mundo de obrigações em um mundo de liberdade.

Para as classes populares, a hegemonia consiste em criar os mecanismos que


proporcionam uma direção política e uma participação efetiva e consciente. É preciso
que o proletariado forme seus próprios intelectuais, crie uma teoria política que busque
transformações radicais, capazes de perceber, criticar e transcender as contradições do
capitalismo opressor.

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