SOLUÇÕES TÉCNICAS 1 2 3

3 Tubulação de gás natural

Conheça a configuração de um sistema típico
de distribuição de gás natural

O gás natural é uma fonte versátil de energia e pode ser utilizado em indústrias, no
comércio, em residências e em veículos. As tubulações de gás, nas cidades, são de
responsabilidade de empresas concessionárias – que fazem a distribuição e a expansão da
rede. Antes de chegar até as concessionárias, a matéria-prima do gás é extraída dos poços
e, depois de tratado, o produto é transportado até os city gates, local em que é vendido às
distribuidoras que levarão o gás ao consumidor final – a concessão de transporte é
diferente da concessão de distribuição. Veja como funciona uma rede típica e quais são
seus elementos.

72 – INFRAESTRUTURA URBANA no 4 – JULHO 2011

 Instalação de novas redes
A instalação de novas redes de gás precisa ter autorização do município
e, em muitos casos, deve cumprir leis ambientais. As concessionárias,
em geral, disponibilizam o mapa das redes de gás natural às prefeituras,
autarquias de governos e empresas de outros serviços de redes
subterrâneas cujas obras possam se realizar em locais onde já se
encontra a tubulação de gás natural.
DIVULGAÇÃO: COMGÁS
Escavações
As tubulações têm sido instaladas, em sua maioria, por meio de
métodos não destrutivos (MND’s). Mas podem também ser usadas valas
abertas. A profundidade varia de acordo com a concessionária e
costuma ser de 1 m (sob as calçadas) a 60 cm (sob as vias). Também é
estabelecido um afastamento mínimo de outras infraestruturas
subterrâneas (tubos de saneamento, telefonia, energia elétrica etc.), que
pode ser de 30 cm. O uso de retroescavadeiras para as escavações a
menos de 1 m da rede é contraindicado. Neste caso, o melhor método é
a escavação manual.
Tubulações
As tubulações são instaladas sob as
vias de rolamento ou sob as calçadas.
Possuem uma grande variedade de
diâmetros – no geral variam de
40 mm a 180 mm, sendo as mais
comuns, nas redes urbanas, de
63 mm e 125 mm – e são fabricados
em polietileno. No caso da Comgás,
uma das concessionárias do Estado de São Paulo, de 80% a 90% da
tubulação é nesse material. Nas redes de alta pressão, conhecidas
também como gasodutos, o material utilizado é o aço. Os tubos são
feitos com as resinas PE 80 (amarelo) e PE 100 (laranja). As cores são
normatizadas para identificar que se trata de tubulação de gás. O
material escolhido para os tubos obedece a critérios técnicos. O
polietileno costuma ser empregado para distribuir gás a uma pressão de
até 4 bar. Acima disso, atualmente são usados tubos de aço carbono. A
pressão de distribuição comum, nas cidades, vai de 350 milibar a 4 bar.
Placas e sinalizadores
Todo o percurso da rede de gás
deve ser cadastrado – para
orientar futuras perfurações do
solo – e possuir
sinalização indicativa por meio de
placas de aviso, balizadores,
tachões no piso de calçadas e de
pinturas asfálticas. Quando a
tubulação é instalada com
abertura de valas, geralmente se
coloca uma fita plástica de
segurança aplicada acima da tubulação. Em locais como travessias
de ruas e calçadas também é comum o uso de placa de concreto
com a inscrição da concessionária acima da tubulação. Antes do
início da obra para novas instalações, a rede de gás deve ser
demarcada com tinta, estacas, bandeiras ou fitas.
Medidores e reguladores
Além dos tubos, a rede também é composta de medidores e
reguladores. Esses equipamentos podem ser instalados em caixas
subterrâneas ou de forma aparente, em estações de regulagem por
exemplo. Os reguladores podem ter uma composição simples ou mais
complexa – com válvulas de alívio e válvulas de segurança
por sobrepressão.
Legislação e normas
Em dezembro de 2010, um decreto (no 7.382) regulamentou a “Lei
do Gás” (no 11.909, de 4 de março de 2009). Entre diversos
aspectos, esse decreto define que cabe à Agência Nacional de
Petróleo (ANP) a elaboração dos editais e contratos de concessão
para o transporte de gás. Os editais devem trazer, entre outros
itens, o percurso do gasoduto, os períodos de exclusividade e de
concessão e a indicação de que cabe ao concessionário o
pagamento de indenizações por desapropriações e a obtenção das
licenças exigidas (como as ambientais) nos órgãos competentes.
O gás natural é distribuído por meio de tubulações
especialmente projetadas de acordo com as normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Entre elas,
estão a NBR 14461 – Sistemas para Distribuição de Gás
Combustível para Redes Enterradas – Tubos e Conexões de
Polietileno PE 80 e PE 100 – Instalação em Obra por Método
Destrutivo e a NBR 14462 – Sistemas para Distribuição de Gás
Combustível para Redes Enterradas – Tubos de Polietileno PE 80
e PE 100 – Requisitos.
Por Rodnei Corsini
Colaboração: Paulo Ricardo Cunha, gerente de padrões técnicos da Comgás; CEG;
Compagas (Companhia Paranaense de Gás).
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