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IV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA MILITAR

PROMOÇÃO: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE


LONDRINA

APOIO
Departamento de História – UEL
Programa de Pós-Graduação em História Social - UEL
Especialização em História das Religiões – UEL
Pró-Reitoria de Extensão Universitária – UEL
H2H Visual Media
GT História Militar - ANPUH-Brasil
GT História Militar - ANPUH-Paraná
GT História Militar - ANPUH-Rio de Janeiro
GT História Militar - ANPUH-Rio Grande do Sul
Laboratório História Militar e Fronteiras da Universidade Salgado de
Oliveira – UNIVERSO
Grupo de Pesquisa Estudos Culturais, Política e Mídia – UEL
Grupo de Pesquisa Militares, Política e Fronteiras na Amazônia -
UFPA

Salgado de Oliveira - UNIVERSO


Reitor
Prof. Dr. Sérgio Carlos de Carvalho

Vice-Reitor:
Prof. Dr. Décio Sabbatini Barbosa

Diretora do Centro de Letras e Ciências Humanas


Profa. Dra. Viviane Bagio Furtoso

Chefe do Departamento de História


Prof. Dr. Rogério Ivano

Coordenador do Colegiado de Graduação


Prof. Dr. André Lopes Ferreira

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em História


Social
Prof. Dr. Rivail Carvalho Rolim

Coordenadora da Especialização em História e Religiões


Profa. Dra. Monica Selvatici
IV SIMPOSIO NACIONAL DE HISTÓRIA MILITAR
Coordenador

José Miguel Arias Neto - Universidade Estadual de Londrina

Comissão Organizadora

Carlos André Lopes da Silva - Diretoria do Patrimônio Histórico e


Documentação da Marinha
Edina Laura Nogueira da Gama - Diretoria do Patrimônio Histórico e
Documentação da Marinha
Francisco César Alves Ferraz - Universidade Estadual de Londrina
Francisco Eduardo Alves de Almeida - Escola de Guerra Naval
Fernando da Silva Rodrigues - Universidade Salgado de Oliveira
Gabriel Ignacio Garcia - Universidade Estadual de Londrina
Giovana Ferreira de Faria - Universidade Estadual de Londrina
Ianko Bett - Museu Militar do Comando Militar do Sul
Marcello José Gomes Loureiro - Escola Naval
Matheus Moreto Guisso Rodrigues - Universidade Estadual de Londrina
Pierre Paulo da Cunha Castro - Diretoria do Patrimônio Histórico e
Documentação da Marinha
Raquel Fernandes Lanzoni - Universidade Estadual de Londrina
Ricardo Pereira Cabral - Escola de Guerra Naval
Rosemeri Moreira - Universidade do Centro-Oeste do Paraná
Victor Hugo Bento da Costa Traldi - Universidade Estadual de Londrina
Wagner Luiz Bueno dos Santos - Diretoria do Patrimônio Histórico e
Documentação da Marinha

Comissão Científica

André Átila Fertig - Universidade Federal de Santa Maria


Andrea Mazurok Schactae – Instituto Federal do Paraná
Braz Batista Vaz - Universidade Federal do Tocantins
Carlos Roberto Carvalho Daróz - Universidade Salgado de Oliveira
Celso Castro - CPDOC/FGV
Cláudia Guerra - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Dennison de Oliveira - Universidade Federal do Paraná
Fernando da Silva Rodrigues - Universidade Salgado de Oliveira
Francisco César Alves Ferraz - Universidade Estadual de Londrina
Francisco Eduardo Alves de Almeida - Escola de Guerra Naval
Ianko Bett – Museu Militar do Comando Militar do Sul
Leandro José Clemente Gonçalves - Instituto Federal de São Paulo
Luiz Claudio Duarte - Universidade Federal Fluminense
Marcello José Gomes Loureiro - Escola Naval
Ricardo Pereira Cabral - Escola de Guerra Naval
Rosemeri Moreira Universidade do Centro-Oeste do Paraná
Sueny Diana Oliveira de Souza – Universidade Federal do Pará
Willian Gaia Farias – Universidade Federal do Pará

Secretaria Executiva

Giovana Ferreira de Faria - Universidade Estadual de Londrina


Matheus Moreto Guisso Rodrigues - Universidade Estadual de Londrina
Victor Hugo Bento da Costa Traldi - Universidade Estadual de Londrina
APRESENTAÇÃO

É com satisfação que o Departamento de História da Universidade


Estadual de Londrina recebe pesquisadores de todo o Brasil para o IV
Simpósio Nacional de História Militar.

Em tempos de crise sem precedência na História da República,


podemos afirmar que a realização deste evento é uma vitória do grupo de
pesquisadores que culminou com a criação do GT Nacional de História Militar
da Associação Nacional de História, ANPUH-Brasil. Evidencia também que o
interesse que a História Militar – campo polissêmico que abarca diversas
perspectivas teóricas e metodológicas – vem crescendo entre nós,
pesquisadores acadêmicos da área de Humanidades em todo o Brasil. A
presença de pesquisadores de todo o país também demonstra o caráter
nacional deste Simpósio, que esperamos, venha a crescer nos próximos anos.

Agradecemos o apoio recebido da PROEX – Pró-Reitoria de Extensão,


Cultura e Sociedade da UEL, do ITEDES – Instituto de Tecnologia e
Desenvolvimento Social, do CESA – Centro de Estudos Sociais Aplicados, do
CLCH- Centro de Letras e Ciências Humanas, do Departamento de História, do
Programa de Pós-Graduação em História Social, da Especialização em História
e Religiões, da COM - Coordenadoria de Comunicação Social da UEL, da
Gráfica-UEL, da EDUEL, dos Grupos de Pesquisa em Estudos Culturais,
Política e Mídia da UEL e Militares, Política e Fronteiras na Amazônia da
UFPA. Agradecemos também o apoio do grupo Cantoria, Nossa Escolha, do
CECA - Centro Esportivo de Capoeira Angola, do Núcleo de Documentação e
Pesquisa Histórica, do Museu Histórico de Londrina e da H2H – Visual Media.

Agradecemos a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a


realização deste evento e que não estão nominados acima e que são tantas
pessoas que nos acolheram com delicadeza e competência na resolução de
questões de toda ordem. Aos funcionários do Departamento de História e aos
da Secretaria Geral bem como, aos Monitores e pessoal da Secretaria do
Evento um agradecimento especial pela dedicação e empenho.

A todos, desejamos uma estada agradável na cidade de Londrina, na


Universidade Estadual de Londrina e uma proveitosa participação no IV SNHM.
PROGRAMAÇÃO
27/08 (terça-feira)

10h: Abertura
Apresentação do Centro Esportivo de Capoeira Angola
Local: Anfiteatro Maior do Centro de Letras e Ciências Humanas
(CLCH)

10h30-12h: Conferência de Abertura


Gênero, Forças Armadas e Guerra – Suzeley Kalil (PPRI – San
Tiago Dantas/UNESP e GEDES – Grupo de Estudos de Defesa e
Segurança Internacional)
Local: Anfiteatro Maior do Centro de Letras e Ciências Humanas
(CLCH)

14h-15h30: Simpósios Temáticos (salas do Centro de Estudos


Sociais Aplicados (CESA))/Iniciação Científica (na Sala de Eventos
do Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH))
16h-18h: Simpósios Temáticos (salas do Centro de Estudos Sociais
Aplicados (CESA))/Iniciação Científica (na Sala de Eventos do
Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH))

28/08 (quarta-feira)
9h-10h: Minicursos
Local: salas do Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH)
10h30-12h: Mesa Redonda 01
Mulher, Gênero, Instituições Armadas – Celso Castro
(CPDOC/FGV), Andrea Mazuroch Schactae (IFPR) e Laís Godoi
Lopes (UFMG)
Moderadora: Rosemeri Moreira (UNICENTRO)
Local: Anfiteatro Maior do Centro de Letras e Ciências Humanas
(CLCH)

14h-15h30: Simpósios Temáticos (salas do Centro de Estudos


Sociais Aplicados (CESA))/Iniciação Científica (na Sala de Eventos
do Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH))
16h-18h: Simpósios Temáticos (salas do Centro de Estudos Sociais
Aplicados (CESA))/Iniciação Científica (na Sala de Eventos do
Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH))

18h30: Lançamento de livros


Local: Anfiteatro Maior do Centro de Letras e Ciências Humanas
(CLCH)

19h: Apresentação do Grupo Cantoria, Nossa Escolha


Local: Anfiteatro Maior do Centro de Letras e Ciências Humanas
(CLCH)

29/08 (quinta-feira)

9h-10h: Minicursos
Local: salas do Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH)
10h30-12h: Mesa Redonda 02
Militares, Poder e Sociedade na Amazônia – William Gaia Farias
(UFPA), Fernando da Silva Rodrigues (UNIVERSO) e Tássio
Franchi (ECEME)
Moderadora: Sueny Diana Oliveira de Souza (UFPA)
Local: Anfiteatro Maior do Centro de Letras e Ciências Humanas
(CLCH)

14h-15h30: Simpósios Temáticos (salas do Centro de Estudos


Sociais Aplicados (CESA))/Iniciação Científica (na Sala de Eventos
do Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH))
16h-18h: Simpósios Temáticos (salas do Centro de Estudos Sociais
Aplicados (CESA))/Iniciação Científica (na Sala de Eventos do
Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH))

18h: Assembleia
Local: Anfiteatro Maior do Centro de Letras e Ciências Humanas
(CLCH)

30/08 (sexta-feira)
9h-10h: Minicursos
Local: salas do Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH))

10h30-12h: Mesa Redonda 03


Os Militares Brasileiros no Tempo Presente – Paulo Ribeiro
Rodrigues da Cunha (UNESP/Marília), Samuel Alves Soares
(UNESP/Franca/PPRI San Tiago Dantas) e Samantha Viz Quadrat
(UFF)
Moderador: José Miguel Arias Neto (UEL)
Local: Anfiteatro Maior do Centro de Letras e Ciências Humanas
(CLCH)

12h: Conferência de Encerramento


O campo da História Militar e suas relações acadêmicas no
Brasil – Francisco Carlos Teixeira da Silva (ECEME)
Local: Anfiteatro Maior do Centro de Letras e Ciências Humanas
(CLCH)

DE 27/08 (terça-feira) A 30/08 (sexta-


feira)

Exposição “150 Anos da Batalha Naval do Riachuelo”


Local: Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica (NDPH)

Exposição “Lusofonias – Língua e Cultura das Nações


Lusófonas”
Local: Museu Histórico de Londrina Pe. Carlos Weiss
Endereço: Rua Benjamim Constant, 900 - Centro
MINICURSOS

MINICURSO 1 - Aproximações entre História da Arte e


História Militar
Ministrantes: Bárbara Tikami de Lima (UNISINOS) e Luciana da
Costa Oliveira (Colégio Rui Barbosa - RS)
Sala 127 (Centro de Letras e Ciências Humanas)

MINICURSO 2 - O conceito de Guerra Revolucionária


pelos civis e militares da Escola Superior de Guerra –
1953 e 1954
Ministrante: Durval Augusto da Costa Neto (UNIVERSO)
Sala 135A (Centro de Letras e Ciências Humanas)

MINICURSO 3 - Forças Armadas, polícias e


desaparecimento forçado de pessoas: análise de casos
na história recente do México
Ministrante: Edna Mallely Bravo Luis (UFPR)
Sala 138 (Centro de Letras e Ciências Humanas)

MINICURSO 4 - "Os soldados ilustrados”: os usos da


imprensa durante a Guerra da Tríplice Aliança contra o
Paraguai (1864-1870)
Ministrante: Gabriel Ignácio Garcia (UEL)
Sala 146 (Centro de Letras e Ciências Humanas)
MINICURSO 5 - O papel da Armada Nacional e Imperial
no processo de formação e consolidação do Império do
Brasil (1822-1870)
Ministrante: Jéssica de Freitas e Gonzaga da Silva (FGV/Fundação
Casa de Rui Barbosa)
Sala de Eventos (Centro de Letras e Ciências Humanas)

MINICURSO 6 - A Guerra Civil Americana em três temas


- Combate, Logística e Medicina
Ministrante: Leandro José Clemente Gonçalves (IFSP)
Sala 147 (Centro de Letras e Ciências Humanas)

MINICURSO 7 - Militares e Fronteiras Amazônicas:


História e Historiografia
Ministrante: Pablo Nunes Pereira (UFPA)
Sala 148 (Centro de Letras e Ciências Humanas)
RESUMOS
SIMPÓSIO TEMÁTICO 1 - História e Historiografia da
Segunda Guerra Mundial: perspectivas globais e a
participação brasileira
Coordenadores: Francisco César Alves Ferraz (UEL) e
Dennison de Oliveira (UFPR)

27/08 (terça-feira) - sala 465 (Centro de Estudos Sociais


Aplicados)
BRASIL CORTA RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS COM A ALEMANHA, COMO
A DIPLOMACIA DESTE PAÍS ACOMPANHA AS NOTÍCIAS SOBRE SEU
CORPO DIPLOMÁTICO E SOBRE OS DEMAIS CIDADÃOS ALEMÃES?
Andrea Helena Petry Rahmeier (FACCAT)
Este trabalho tem o objetivo refletir como foram recebidas a notícias sobre o
corpo diplomático que estava em solo brasileiro, bem como os demais
cidadãos, após o cortou relações diplomáticas (28 de janeiro de 1942) até a
declaração de guerra (agosto de 1942). A razão do desenvolvimento da
pesquisa centra-se na necessidade de compreender como ocorreram os
processos de relações diplomáticas em períodos em que os dois países
envolvimentos ainda não estavam formalmente em guerra. O objetivo da
pesquisa é analisar os tramites das notícias, tanto de forma oficial como a
informal sobre o corpo diplomático e os interesses alemães. A historiografia
tem a informação de que a partir de 1942, a diplomacia espanhola ficou
responsável pelos cidadãos alemães. Todavia, a documentação espanhola
sobre os cidadãos alemães ainda não havia sido analisada. Fato que leva a
várias perguntas: Como ocorreu as mediações espanholas referente ao corpo
diplomático e aos cidadãos alemães? Quais os trâmites legais? Como foram
organizadas as relações neste tempo de corte das relações diplomáticas? Com
o fim de compreender estes trâmites serão analisados a documentação alemã
do Auswärtiges Amt (Ministério das Relações Exteriores – Berlim - Alemanha) e
do Archivo General de la Administración, (Madri - Espanha). Este processo
pretende compreender as semelhanças e diferenças dos trâmites legais antes
de 1941, período de relações diplomáticas plenas, e no primeiro semestre de
1942, período do corte das relações diplomáticas.
Palavras-chave: Diplomacia; Segunda Guerra Mundial; Alemanha.
A SEGUNDA GUERRA PARA ALÉM DO FRONT: A POSSIBILIDADE DE
PESQUISA DA PROPAGANDA DE GUERRA ALIADA NO BRASIL
ATRAVÉS DAS REVISTAS EM GUARDA E A GUERRA ILUSTRADA (1939-
1945)
Larissa Foss Sochodolhak (UEL)
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939- 1945) a mídia teve tanta força
quanto os tanques nos fronts, sendo utilizada como uma das peças
fundamentais na construção de narrativas legitimadoras de poder. Eixo e
Aliados utilizaram-se desse aparato tanto para destruir seu oponente de forma
midiática ao mundo, mostrando suas fraquezas, bem como, exaltar sua
superioridade apontando seu poderio bélico e de apoio à outros países. Nesse
contexto do uso midiático como propaganda política as revistas Em Guarda:
para a defesa das Américas e A Guerra Ilustrada são exemplos de periódicos
estrategicamente criados no período de guerra e utilizados a favor da difusão
de concepções de países aliados. Ambas foram distribuídas no Brasil entre o
período de 1940 a 1945. Consistem em importantes fontes históricas para
compreender o uso político vislumbrado pelos países através da imprensa,
sendo editadas por órgãos oficiais de governo. Nossa intenção portanto, é
demonstrar a possibilidade de estudo da propaganda de guerra contida nos
periódicos mencionados através dos pressupostos teórico- metodológicos da
História da Imprensa e da História Política, conforme destacados por nomes
como Tania Regina de Luca (2008) e René Rémond (2003), nos possibilitando
entender mais sobre a Segunda Guerra Mundial para além do front.
Palavras-chave: Segunda Guerra Mundial; propaganda política; mídia;
periódicos.

“A CULMINÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO ATIVA DO BRASIL NA SEGUNDA


GUERRA MUNDIAL”: CONFLITOS E CONTRADIÇÕES DA ALIANÇA
MILITAR BRASIL-EUA NA ORGANIZAÇÃO DO DESFILE DA FORÇA
EXPEDIONÁRIA BRASILEIRA NO RETORNO À PÁTRIA (1945)
Dennison de Oliveira (UFPR)
Ao final da Segunda Guerra Mundial na Europa em 8 de maio de 1945 a
aliança militar Brasil-EUA entrava em uma nova fase. As preocupações do pós-
guerra com a Defesa Hemisférica e a manutenção do principio da solidariedade
continental passavam ao centro das preocupações das autoridades
estadunidenses. Da parte das lideranças brasileiras a prioridade era capitalizar
ao máximo as vantagens obtidas com a aliança militar com os EUA, almejando
garantir o status de potência mundial. Tais preocupações presidiram o
planejamento e execução do desfile de retorno do primeiro escalão da Força
Expedicionária Brasileira (FEB) que seria realizado na Avenida Rio Branco no
Rio de Janeiro, então capital federal, em 18 de julho de 1945. Além da proposta
original do desfile concebida pelas autoridades militares estadunidenses, esta
pesquisa se dedica a examinar os eventos programados que ocorreram em
paralelo, como a condecoração de altas patentes do Exército dos EUA, visitas
oficiais, discussões e negociações sobre vendas de armas ao Brasil. Entre a
documentação consultada predominam os acervos da JBUSMC (Joint Brazil
United States Military Commission – Comissão Militar Conjunta Brasil-EUA)
então com sede no Rio de Janeiro (RJ) e atualmente depositados nos Arquivos
Nacionais Americanos (US National Archives II) em Maryland (USA).
Palavras-chave: Segunda Guerra Mundial; Aliança Militar Brasil-EUA; Força
Expedicionária Brasileira; defesa hemisférica; relações internacionais.

ENTRE ARMAS E LENTES: A MUDANÇA NO OLHAR FOTOGRÁFICO DE


KEN DOMON (1937-1958)
Richard Gonçalves André (UEL)
Ken Domon (1909-1990) é considerado um dos principais fotógrafos
japoneses, cujo olhar abordou tanto imagens voltadas para a propaganda
bélica durante a Guerra do Pacífico quanto a crítica em relação ao Estado
nipônico durante o pós- guerra. A comunicação proposta tem o objetivo de
analisar a mudança da perspectiva política de Domon, tendo em vista o período
de 1937, que marca seu envolvimento como fotógrafo a serviço do governo a
partir da Segunda Guerra Sino-Japonesa, até 1958, quando publica uma de
suas obras mais famosas, “Hiroshima”, em que chama a atenção para a
herança da bomba nuclear sobre a cidade homônima. Como fontes, são
utilizadas as produções fotográficas realizadas ao longo desse período, bem
como os ensaios produzidos pelo fotógrafo. Do ponto de vista metodológico,
compreende-se a fotografia como representação fundamentada num duplo
corte sobre o universo fenomênico, baseado no tempo e no espaço, como
propõe Philippe Dubois. Como resultados, espera-se sugerir que o fotógrafo foi
cooptado pelo Estado militar para produzir propaganda de guerra, embora suas
críticas pudessem ser percebidas em determinados momentos de sua
trajetória. Nos anos 1950, livre da censura japonesa e daquela imposta pelo
governo norte-americano de ocupação, Domon passou a tornar explícitas suas
posições críticas no tocante à posição do governo durante o período de guerra.
Palavras-chave: Ken Domon; fotografia; guerra; pós-guerra.

OS LIVROS DE VISITA DO CEMITÉRIO DE PISTÓIA (1945-1960) COMO


FONTE PARA A HISTÓRIA DA FEB
Adriane Piovezan (FIES)
Os livros de visitas são fontes relevantes para compreender a relação do
público com o espaço e o conhecimento histórico referente a esse contexto.
Surgidos no final do século XVI, os livros de visitantes são comuns em museus
e nas suas origens informavam apenas o nome do visitante e cidade. A partir
do século XX surgem comentários mais elaborados. No caso do Cemitério
Militar Brasileiro de Pistoia no período em que o espaço funcionou como local
de sepulturas dos soldados mortos durante a Segunda Guerra Mundial, tais
livros informam além dos dados gerais impressões relevantes sobre o papel
dos combatentes brasileiros e a ideia de sacrifício desses jovens por uma
causa justa. Percebe-se nesses livros os comentários individuais e coletivos,
diversas turmas de formandos em universidades brasileiras visitavam Pistoia
nesse período em viagens de formatura. O ponto de vista socialmente
determinado aparece em inúmeros registros, como aqueles que se assinam
como “doutor” e também os militares que se identificam como tal nessas
visitas. As inscrições desse material destacam os elementos de bravura, de
honra, de orgulho que todo brasileiro deve sentir naquele espaço. Tais fontes
problematizam a relação da sociedade com a morte e com a morte em guerra.
Palavras-chave: Morte; cemitério; Força Expedicionária Brasileira.

A CONSTRUÇÃO DE ESTEREÓTIPOS DOS COMBATENTES DA FORÇA


EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA NO CINEMA
Giovana Ferreira de Faria (UEL) e Victor Hugo Bento da Costa Traldi (UEL)
Embora pertençam a um campo pouco explorado pelos trabalhos acadêmicos,
os filmes ficcionais sobre a Força Expedicionária Brasileira são fontes que
fornecem ricas possibilidades de investigação. Um dos principais elementos
passíveis de observação é estereótipo do combatente brasileiro construído a
partir da sétima arte. A partir dessa premissa, tencionamos analisar as
representações dos soldados brasileiros nos dois únicos longas-metragens
sobre a atuação da FEB em terras italianas: Sangue, Amor e Neve (1957) –
dirigido por Jerônimo Geberlotti – e A Estrada 47 (2013) – dirigido por Vicente
Ferraz. A metodologia mobilizada para o presente estudo consiste nos
conceitos pontuados por Manuela Penafria (2009) para análise fílmica e as
indicações de Johnni Langer (2004) para análise de estereótipos em filmes
históricos. Procuramos refletir também sobre os interesses implícitos nas
representações em questão, bem como sobre os motivos para a existência de
somente dois longas-metragens ficcionais sobre a participação do Brasil na
Segunda Guerra Mundial. Após a comparação dos dois filmes, ficou evidente a
passagem de uma abordagem tradicional, heroica e gloriosa presente em
Sangue, Amor e Neve para uma representação mais complexa e matizada em
A Estrada 47.
Palavras-chave: Cinema; Força Expedicionária Brasileira; Segunda Guerra
Mundial.
A MEMÓRIA DA FEB E O ESPAÇO PÚBLICO: O MEMORIAL DA FEB EM
JUIZ DE FORA
Rodrigo Musto Flores (UFV)
A memória é um dos principais canais de acesso às experiências passadas
para que possamos acessá-la, necessitamos de uma força externa que atue na
motivação do processo de recordação. Destarte, é evidente o papel dos
“lugares de memória” nesse processo de recordação, atuando como elementos
de transmissão o lugar de memória, tem o poder de reativar a recordação
assim como, a recordação de reativar o lugar. A construção de monumentos
dedicados a participação da FEB na Segunda Guerra Mundial, é um ponto
importante da atuação das entidades associativas no sentido de transmitir e
comemorar dos feitos dos soldados brasileiros na campanha da Itália. Uma vez
que ficasse claro na retórica veiculada pelas associações, a importância da
participação do Brasil na guerra e suas consequências, tornar as experiências
dos soldados envolvidos com os combates na Itália inteligível ao corpo social e
transmitir os valores delegados a essa participação são algumas das funções
desses monumentos. Demarcar na paisagem da cidade que daquele município
saíram homens que integraram as Forças Armadas durante a guerra, deixa
ainda mais evidente as posturas da agremiação em torno do combate ao
esquecimento social. Nesse sentido, o simbolismo apresentado na sua
inauguração, ressaltava que a participação da FEB na guerra não era somente
um marco na história do país, mas era significativa para a história do próprio
município. Nesse sentido, apresento a seguinte proposta que tem como
objetivo analisar os discursos veiculados pela AECB-JF na institucionalização
do primeiro monumento em comemoração à participação da FEB na Segunda
Guerra Mundial. Esta proposta se encaixa em uma análise mais ampla que
contempla a reintegração social dos expedicionários da cidade de Juiz de Fora,
as disputas travadas no campo da representação social dos ex-combatentes
pela AECB e ANVFEB na cidade, bem como, a construção de uma narrativa de
memória por parte dos veteranos e entidades.
Palavras-chave: Memória, monumentos; discursos.

28/08 (quarta-feira) - sala 465 (Centro de Estudos


Sociais Aplicados)
COMBOIOS VS. SUBMARINOS: A LUTA DOS ALIADOS CONTRA O EIXO
NO OCEANO ATLÂNTICO
Leonardo da Costa Ferreira (Escola Naval)
A apresentação tem por objetivo central analisar como os Aliados, em
particular, o Reino Unido, os Estados Unidos e o Canadá conseguiram vencer
as forças do Eixo, especialmente a Alemanha, na Batalha do Atlântico, isto é,
como venceram os submarinos nazistas mantendo em funcionamento todo um
sistema de comboios marítimos em direção às ilhas britânicas. O trajeto da
análise consiste na descrição do palco da batalha, do cenário político e militar e
de um estudo sobre a estratégia de ataque alemã, bem como dos problemas
técnicos enfrentados pelos aliados e as soluções que possibilitaram a sua
vitória no mar.
Palavras-chave: Segunda Guerra Mundial; Atlântico; comboios; submarinos.

“RED FASCISTS”: GRUPOS ANTINAZISTAS SOB A SUSPEIÇÃO DO FBI


Wanilton Dudek (UPF)
Desde a ascensão de Adolf Hitler na Alemanha em 1933 muitos alemães
contrários ao nazismo buscaram exílio no continente americano, formando
complexos movimentospolíticos tanto nos Estados Unidos quanto na América
Latina. A presença do Free German Movement e do Council for a Democratic
German em Los Angeles ligou alerta nas autoridades norte-americanas,
principalmente pelas ligações desses grupos com o comunismo e suas
relações com outros movimentos políticos na além da fronteira. Dessa forma,
em 1940 foi criada a Special Intelligence Service for Latin America (SISLA),
uma divisão do Federal Bureau of Investigation (FBI), responsável por produzir
dossiês e relatórios sobre as atividades políticas dos exilados antinazistas,
corriqueiramente chamados de “Communazis” e “Red Fascists”; pelos agentes
investigadores. O objetivo deste trabalho é analisar a atuação do Federal
Bureau of Investigation (FBI) nas investigações dos grupos de exilados de
alemães antinazistas na Califórnia e ao sul da fronteira dos Estados Unidos no
contexto da Segunda Guerra Mundial. A pesquisa conta com arquivos do
Exiled German-peaking intellectuals in Southern California archives da
University of Southern California, de Los Angeles.
Palavras-chave: Antinazismo; exílio; FBI.

A MODERNIZAÇÃO NAVAL ARGENTINA NA SEGUNDA GUERRA


MUNDIAL
Ludolf Waldmann Júnior (UFSCar)
A Argentina teve uma trajetória complexa durante a Segunda Guerra Mundial,
marcada por sua neutralidade polêmica, com atritos e tensões tanto nas suas
relações externas como na sua política doméstica. A Armada tinha um papel
destacado nestas questões, pois tinha a difícil missão de proteção da
neutralidade como também era um importante ator político. O país tinha
constituído a esquadra mais poderosa da América do Sul no pré-guerra, porém
viu sua posição se deteriorar durante o conflito global, tanto por causa do
progresso tecnológico naval como também pelas transferências de
armamentos promovidas pelos EUA para aliados na região, sobretudo o Brasil.
Neste quadro e temendo uma coalização hostil, a Armada Argentina buscou
fazer planos e negociações para o reaparelhando naval. Nosso objetivo é
justamente analisar estes processos, tendo em consideração a complexa
situação política do país. Para isso, utilizaremos documentação diplomática-
naval e a literatura especializada sobre o assunto. Apontamos que a Armada
tinha planos audaciosos no início do conflito, porém enfrentou dificuldades nas
negociações, em especial com os EUA, que inclusive impuseram um embargo
sobre a Argentina. Diante deste cenário, a marinha reduziu suas ambições e
buscou outros possíveis fornecedores, incluindo neutros e a construção naval
no próprio país.
Palavras-chave: Poder Naval; Argentina; Segunda Guerra Mundial; comércio
de armamentos.

AS TENSÕES POLÍTICO-MILITARES COM A CRIAÇÃO DA AERONÁUTICA


Antonio Modesto dos Santos Junior (UFRB)
A criação do Ministério da Aeronáutica causou tensões político-militares no
Estado Novo, regime instaurado por Getúlio Vargas e com o apoio das Forças
Armadas. A transferência de todo o aparato aéreo da Marinha e do Exército
para a Aeronáutica não foi algo bem recebido pela alta cúpula militar, em
especial a Marinha que questionou a decisão do presidente Getúlio Vargas por
meio de seus relatórios ministeriais. Tanto a Marinha quanto o Exército, através
do Estado Maior de cada força apresentaram pareceres a respeito da criação
do Ministério do Ar, este trabalho busca problematizar a posição de cada
instituição militar.
Palavras-chave: Estado Novo; Exército; Marinha; Aeronáutica.

A FORÇA AÉREA BRASILEIRA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL:


QUESTÃO ÉTNICA
Heitor Esperança Henrique (UFPR)

O Brasil participou junto dos Aliados na Segunda Guerra Mundial tendo a Itália
como o seu cenário de atuação. Entrou na guerra contra o Eixo em 1942 após
vários acontecimentos e desentendimentos contra a Alemanha. Enviou para a
guerra duas unidades militares: a FEB (Força Expedicionária Brasileira) e a
FAB (Força Aérea Brasileira). Este trabalho tem como objetivo mostrar como
seu deu e se resolvia possíveis problemas relacionados a questão étnica no
interior do 1° Grupo de Aviação de Caça que representava a FAB nos conflitos,
traçando um paralelo de como as mesmas questões poderiam ter cabo no
interior da FEB, e outras unidades aéreas ou de terra dos Estados Unidos, ao
qual o Brasil estava subordinado na guerra. Como embasamento teórico foi
utilizado a História Militar em diálogo com a História política, tendo como base
contextual para o trabalho as obras de Francisco César Ferraz e Dennison de
Oliveira, reconhecidos pesquisadores do tema.

Palavras-chave: 1° Grupo de Aviação de Caça; Brasil; Estados Unidos; negros;


Segunda Guerra Mundial.

PROBLEMAS DISCIPLINARES NA FORÇA EXPEDICIONÁRIA


BRASILEIRA: ESTUDO DOS PROCESSOS DA JUSTIÇA MILITAR NA
CAMPANHA DA ITÁLIA

Francisco Cesar Alves Ferraz (UEL)

O objetivo deste trabalho foi analisar os problemas disciplinares ocorridos entre


os componentes da Força Expedicionária Brasileira na Campanha da Itália
(1944-1945). Para tanto, foram usados os processos da Justiça Militar da FEB,
expostos no livro “A Justiça Militar na Campanha da Itália”, do Promotor do
Ministério Público da União junto à Justiça Militar Bento Costa Lima Leite de
Albuquerque, e dos documentos da Justiça Militar de campanha do Arquivo
Histórico do Exército. Notou-se que há diferenças marcantes entre os delitos e
problemas disciplinares entre os combatentes da retaguarda e os da linha de
frente. Os desafios à hierarquia e disciplina, principalmente entre os
combatentes da linha de frente, também chamaram a atenção para as tensões
naturais entre as mentalidades de praças, conscritos civis em sua maioria, e
oficiais militares regulares.

Palavras-chave: Força Expedicionária Brasileira; Justiça Militar; disciplina.


SIMPÓSIO TEMÁTICO 2 - História Militar: teoria,
metodologia e fontes de pesquisa
Coordenadores: José Miguel Arias Neto (UEL), Carlos André Lopes
da Silva (DPHDM) e Pierre Paulo da Cunha Castro (DPHDM)

27/08 (terça-feira) – sala 466 (Centro de Estudos Sociais


Aplicados)
PINTAR A GUERRA: A REPRESENTAÇÃO DA CIVILIZAÇÃO NA PINTURA
HISTÓRICA DE EDOARDO DE MARTINO

Fernanda Deminicis de Albuquerque (DPHDM) e Marcello Loureiro (Escola


Naval)

A guerra, em seu lato sensu, é o resultado mais violento dos contrastes e dos
antagonismos, um plasma entre o grotesco e uma sublime explosão de força. A
memória da guerra, particularmente, deveria ser parte de um processo
civilizador, o que explica a produção de quadros imensos, verdadeiros
“monumentos iconográficos”, a serviço do poder. A presente comunicação
pretende aproximar alguns dos aspectos da pintura de Edoardo De Martino aos
movimentos artísticos mais largos do século XIX, nomeadamente o
Romantismo. Para tanto, debruça-se e examina sua produção imagética acerca
das representações de paisagens, em sua maioria marítimas, e de cenas da
Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1865-1870). Para além, sua obra
é posta em diálogo com obras literárias, principalmente os escritos de Charles
Baudelaire, e outros pintores de sua contemporaneidade. Propomos assim não
apenas contextualizar e vincular De Martino ao movimento Romântico, mas
também propor reflexões e analisar as ideias que permearam sua obra. Trata-
se de discutir, portanto, como tais expressões artísticas se filiavam e
legitimavam projetos de civilização de um Estado e de uma Nação em
construção.

Palavras-chave: Edoardo De Martino; paisagem; guerra; civilização; Estado.


CAPENGA NÃO FORMA E CORCUNDA NÃO PERFILA: O
RECRUTAMENTO PARA A GUERRA DO PARAGUAI NAS LETRAS DE
LUNDUS, POLCAS E RECITATIVOS

Silvia Cristina Martins de Souza (UEL)

A historiografia brasileira que se dedicou a estudar a Guerra do Paraguai


durante um longo tempo tendeu a priorizar a história dos vencedores,
dedicando pouca atenção às histórias vivenciadas por sujeitos comuns que
nela se envolveram. Estes silêncios começaram a ser rompidos com a
publicação de estudos que se voltaram, dentre outros assuntos, para a
participação dos escravos, homens livres, soldados e mulheres na guerra.
Procurando caminhar nesta mesma direção, nos propomos explorar um corpus
documental pouco usual nessa comunicação: as letras de polcas, lundus e
recitativos escritos e publicados durante a Guerra do Paraguai. Pela riqueza
dos comentários imediatos sobre um tempo vivido neles contido, este corpus
documental apresenta-se como um “lugar de memória” e como uma porta de
acesso privilegiada à compreensão de diferentes visões construídas sobre o
recrutamento levado a cabo pelo Exército Brasileiro durante o conflito.

Palavras-chave: Guerra do Paraguai; recrutamento; lundus; polcas; recitativos.

OS SOLDADOS NA GRANDE GUERRA: REPRESENTAÇÕES DE


COMBATENTES EM CARTÕES-POSTAIS FRANCESES NA PRIMEIRA
GUERRA MUNDIAL (1914-1918)

Lucas Otavio Boamorte (UEPG)

O trabalho analisa um conjunto de representações imagéticas veiculadas


através de cartões-postais franceses difundidos no período da Grande Guerra
(1914-1918). Buscando perceber como os combatentes franceses eram
representados neste tipo de mídia e contrapondo com os relatos de soldados
que lutaram no front, a pesquisa busca através do método
iconográfico/iconológico desenvolvido por Panofsky (2011) e utilizado em
diversos trabalhos de Stancik (2009, 2012, 2013, 2014, 2017) perceber
rupturas e permanências de um imaginário social característico do século XIX
ainda presente no início do século XX. A Guerra Romântica é vista aqui como
aquela idealizada e representada em singelos souvenirs, em uma nação que
valorizava a estética militar com seus combatentes viris e adornados em campo
de batalha. A Guerra Real é aquela que não foi representada nos cartões-
postais, onde os soldados sangram e rastejam em trincheiras. Esta
contraposição é realizada na pesquisa através desses cartões-postais que
difundiram um discurso de caráter bélico, nacionalista e ufanista, mas ao
mesmo tempo romântico, sentimentalista e colorido com tons suaves, o azul, o
branco e o vermelho, as cores da França. Mais do que simples postais, as
imagens contidas nestes nos servem de leitura de uma sociedade ainda presa
a antigos valores militares e que na aurora da Primeira Guerra Mundial
acreditava vencer as metralhadoras com cargas de cavalaria. Os cartões-
postais além de idealizar o combate, a forma como lutá-lo e de como vencê-lo
serviram como imagens de guerra e para a guerra.

Palavras-chave: Primeira Guerra Mundial (1914-1918); cartão-postal;


representação; combatentes.

A RESISTÊNCIA E A SULTA: REPRESENTAÇÕES ACERCA DO HAMAS


DURANTE AS ELEIÇÕES NA PALESTINA EM 2006 NOS QUADRINHOS DE
JOE SACCO (2002-2010)

José Rodolfo Vieira (UNESP-Assis)

O objetivo desse trabalho consiste em compreender as mais variadas formas


de representações acerca às eleições do corpo legislativo na Palestina em
janeiro de 2006, nas páginas de “Notas sobre Gaza” do jornalista
estadunidense Joe Sacco. Inserido no macro evento da guerra contra o
terrorismo, iniciado após os ataques às Torres Gêmeas em setembro de 2001
nos Estados Unidos, as eleições na Palestina foram vencidas pelo grupo militar
Hamas, reconhecido como grupo terrorista na Europa, por Israel e Estados
Unidos. Em nossa tentativa de analisar as representações acerca dessas
eleições, observaremos, além de “Notas sobre Gaza” escolhida como nossa
fonte o objeto de pesquisa, documentos emitidos pelas Nações Unidas e de
periódicos estadunidenses como o The New York Times e The Washington
Post. Diante desse escopo de fontes documentais, questionaremos como
esses grupos, produtores de sistemas de representações que disputam entre si
a representação de sua verdade criada e estabelecida conforme suas
necessidades e seus interesses acerca das eleições na Palestina e
especialmente sobre o papel do Hamas nessas eleições. Como metodologia,
utilizaremos os preceitos de Jean Starobinsky acerca da análise dos textos
literários. Como referencial teórico, nosso estudo será embasado pelo conceito
de representações do historiador francês Roger Chartier.

Palavras-chave: Hamas; Faixa de Gaza; meios de comunicação.


A MÚSICA MILITAR E OS CAMPOS DA HISTÓRIA DA MÚSICA E DA
HISTÓRIA MILITAR NO BRASIL: SILÊNCIOS, PAUSAS, REPOUSOS E
MOVIMENTOS

Anderson de Rieti Santa Clara dos Santos (UFF-DPHDM)

Não obstante o reconhecimento que atualmente se faz pela pertinência de


estudos que tenham como temática as expressões artísticas, a exemplo da
música, como momento para a reflexão acerca das representações sobre ou
por sujeitos e instituições militares, a música praticada por militares foi objeto
ou mencionada de maneira esparsa por estudiosos que podem ser
circunscritos a dois campos de estudos históricos no Brasil: a História da
Música e a História Militar. No caso da História da Música, a música militar,
quando mencionada, foi colocada em status de inferioridade, em virtude dos
cânones que balizaram a sua escrita, algo que tem se modificado com estudos
atualmente realizados e que buscam repensar tal quadro. Por outro lado,
quanto à História Militar, a música tem recebido certo destaque por alguns
estudos, mas como acessório. Diante do exposto, cabe a reflexão: quais as
possibilidades que a música militar apresenta para cada um dos campos? É o
que o presente trabalho busca apontar.

Palavras-chave: História Militar; História da Música; historiografia brasileira;


música; música militar.

MILITARES BRASILEIROS E MISSÕES DE PAZ

Michela de Souza Cotian (CPAEx)

A participação das Forças Armadas brasileiras em ações de guerra e/ou paz


remonta fatos econômicos, sociais e políticos evidenciados em vários países
ao longo dos séculos XX e XXI. A participação do Brasil em missões de paz
teve início em 1947, com a criação da ONU. Assim como as operações de
guerra, as operações militares de não guerra – como as missões de paz –
também sofreram mudanças nos últimos anos, tornando-se incrivelmente
difusas e complexas. Os militares envolvidos em missões de imposição e
manutenção de paz atualmente devem ser capazes de conciliar dois papéis: o
de soldado e o de pacificador. O elemento perene neste processo é o
homem/mulher, o militar empregado nestas ações, visto que ao serem
planejadas e executadas, as missões de paz demandam recursos humanos
necessários para sua efetivação. O que torna importante questionar sobre as
ações específicas voltadas aos militares brasileiros empregados em missões
de paz. A perspectiva de cuidado e proteção aos militares e suas famílias é
compreendida em nossas análises, como elemento central e estratégico não só
para o cumprimento das missões de forma satisfatória, mas igualmente como
recurso que aumenta a qualidade do processo de desmobilização e retorno dos
militares à sua rotina.

Palavras-chave: Missões de paz; militar; família militar.

CAUSAS DA GUERRA COM O PARAGUAI: A ESCRITA DA HISTÓRIA


MILITAR E A PERSPECTIVA NACIONALISTA DE SOUZA DOCCA EM SUA
OBRA

Ismael Baptista Vincensi (UEL)

No presente trabalho, a Guerra do Paraguai será analisada pela ótica de Emílio


Fernandes de Souza Docca, ou apenas Souza Docca, militar nascido em São
Borja – RS em 1884. O intuito é verificar, através de análise de sua principal
obra: Causas da Guerra com o Paraguay, que tipo de narrativa ele produziu
acerca do conflito, que abordagem ele privilegiou, que ou quais diálogos
historiográficos ele construiu e que fontes usou, sob uma perspectiva
nacionalista e da criação de heróis nacionais. Souza Docca, como militar, usa
do caráter nacional para enfatizar os feitos realizados por tais homens em seus
distintos feitos na guerra, tornando-os responsáveis pelos rumos tomados pelo
Império do Brasil. A historiografia acerca da Guerra do Paraguai possui três
momentos distintos, a primeira chamada de tradicional atribuía as causas do
conflito restritamente ao ímpeto imperialista de Solano Lopez como causador
único da guerra, a segunda tendência passou a ser escrita a partir dos anos de
1960, onde considerava a Inglaterra como grande fomentadora dos atritos, pois
não queria a ascensão de uma nova potência na região, por fim as correntes
historiográficas recentes buscam revelar que as causas do conflito estão
relacionadas ao processo de construção dos Estados Nacionais.

Palavras-chave: Souza Docca; historiografia; Guerra do Paraguai.


28/08 (quarta-feira) – sala 466 (Centro de Estudos
Sociais Aplicados)
A PRÁTICA DE GOVERNO NA AMÉRICA MERIDIONAL DURANTE O
DESPOTISMO ESCLARECIDO: REGIME DE INTENDÊNCIA,
ENGENHEIROS E COMANDANTES MILITARES NA FRONTEIRA SUL
ENTRE AMÉRICA HISPÂNICA E PORTUGUESA (S. XVIII)

Alfredo de Jesus Dal Molin Flores (UFRGS)

O processo de profissionalização da carreira militar, o qual comumente se


identifica com reformas em práticas de ensino e burocratização do corpo militar
que se consolidam no séc. XIX, muitas vezes tem servido de paradigma
retrospectivo para enquadrar cenários que se desenharam em períodos
anteriores. Visando proporcionar elementos que podem servir de critério para a
adequada análise de tais enquadramentos, buscar-se-á apresentar nesta
pesquisa a relevância da formação militar que se desenvolve durante o séc.
XVIII nos regimes ibéricos como critério para a escolha de dirigentes que
estavam a serviço de ditas Monarquias, particularmente no contexto da
fronteira meridional da América. Nesse sentido, o contexto de constante conflito
entre Portugal e Espanha durante tal período fez com que engenheiros
militares, comandantes e intendentes fossem de grande importância para
consecução dos respectivos processos de expansão e consolidação de
território. Com base em bibliografia secundária e fontes documentais da época,
serão analisadas figuras históricas e seus respectivos encargos delimitados em
legislação e prática governativa, no intuito de identificar a intersecção entre
política e cultura militar no citado contexto.

Palavras-chave: Despotismo esclarecido; América portuguesa; América


hispânica; governo militar; Intendência; fronteira.

“A DESORDEM DAS FAMÍLIAS": APONTAMENTOS INICIAIS PARA UMA


ANÁLISE SOBRE O RECRUTAMENTO DE CRIANÇAS E JOVENS PARA
ARMADA IMPERIAL NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX

Wagner Luiz Bueno dos Santos (DPHDM)

A prática de recrutamento da infância remonta a formação das marinhas na


Europa Ocidental, intensificada no processo de formação dos Estados
Nacionais. Esquadras, como a inglesa, lançavam mão de crianças e jovens
acreditando que assim a formação do homem do mar teria melhores resultados
se iniciada durante a tenra idade. Portugal, como um dos primeiros estados
nacionais a se formar, mantinha como parte da tripulação de suas Naus e
Caravelas esses homens em idade pueril. A admissão de mancebos a bordos
dos vasos de guerra foi herdada pelo Brasil Imperial de sua metrópole europeia
e teve nas Companhias de Aprendizes-Marinheiros a institucionalização da
prática. A instituição surgiu na esteira da reformulação da estrutura
administrativa da Marinha Imperial no contexto da formação do Estado
Nacional brasileiro, em meados do século XIX, este forjado com uma forte
concepção de ordem, cuja restruturação das Forças Armadas foi fundamental.
As análises sobre o recrutamento de crianças e jovens, tanto no campo da
sociologia quanto da história, privilegiaram as relações entre os recrutáveis e
as instituições militares, negligenciando a outra ponta dessa relação dinâmica,
as famílias dos pequenos marujos. Pretendemos nesse trabalho, apontar
algumas preocupações iniciais a respeito das relações entre o recrutamento de
crianças e jovens para Armada Imperial brasileira e suas famílias. A princípio,
queremos verificar em que medida essas relações foram estabelecidas e, se há
conexões entre elas que permitam perceber se houve e como se deu a
penetração da ideia de ordem difundida pelo projeto de Estado no interior das
famílias. Para nossa investigação lançaremos mãos das petições de familiares
encaminhadas à administração naval, em sua maioria de mulheres, que
pretendiam entregar ou resgatar seus filhos da Marinha Imperial.

Palavras-chave: Império; Marinha; recrutamento.

A EXPERIÊNCIA AUTOBIOGRÁFICA DO TENENTE JOÃO CABANAS

Caroline Tecchio (UNICENTRO-UNIOESTE)

Integrante da Força Pública em São Paulo quando eclodiu o Levante Paulista


em 1924, João Cabanas aderiu ao movimento e se tornou um de seus
principais líderes, sobretudo com a retirada dos tenentistas da cidade e a
formação da Coluna Paulista. Exilado no Paraguai, publicou o livro A Coluna da
Morte em 1926, cujo título alude ao nome da coluna liderada por Cabanas. No
ano de 1928, o livro chegava a sexta edição, na qual foram acrescentadas
conferências que a polícia impediu o autor de proferir. Ao descrever os conflitos
armados nos quais esteve envolto, cria representações de si numa narrativa
autobiográfica: um homem “temido”, “patriótico” e “justiceiro”. Essas e outras
construções sobre si estão atreladas ao projeto de nação exposto no livro. O
empreendimento autobiográfico foi um recurso para imortalizar a memória
daqueles combatentes. Contar a história desses heróis, sendo
reconhecidamente um líder tenentista, é contar a própria história e conferir
relevância à sua conduta militar e política.
Palavras-chave: autobiografia; João Cabanas; Coluna da Morte.

O ARQUIVO COCHRANE NA MARINHA DO BRASIL: VESTÍGIOS


SULAMERICANOS DE UM PERSONAGEM POLÊMICO

Carlos André Lopes da Silva (DPHDM)

O escocês Thomas Cochrane, 10º Conde de Dundonald, foi um oficial da


Marinha Britânica que angariou certa fama durante as Guerras Napoleônicas
não apenas pela sua extrema combatividade, mas pelo seu envolvimento
político com alas radicais do Parlamento que teria levado, inclusive, a um breve
período na prisão e a perda de sua patente de oficial. Seu envolvimento nos
processos de independência sulamericanos, comandando esquadras no
Pacífico e no Atlântico contra as marinhas das metrópoles ibéricas, sedimentou
seu nome na história política e naval do Chile e do Brasil, mesmo que com
matizes e relevos diversos. Dentro das iniciativas comemorativas do
sesquicentenário da Independência, a Marinha do Brasil buscou reintegrar o
almirante escocês à historiografia naval da Independência, reproduzindo em
microfilme documentos que faziam referência à sua passagem pela América do
Sul então preservados no fundo 10th Earl of Dundonald Papers do National
Records of Scotland. A conformação desse novo fundo no então Serviço de
Documentação da Marinha expõe o anterior encobrimento desse personagem
na historiografia, inclusive naval, do processo de independência brasileiro. Já o
estudo dos seus documentos nos mostram uma duradoura relação de
Cochrane com o Brasil na sua intenção de comprovar sua relevância na Guerra
da Independência para subsidiar suas demandas financeiras não
correspondidas pelo Governo imperial.

Palavras-chave: Arquivos; Guerra da Independência; Thomas Cochrane

OS LIVROS DE SOCORROS: REGISTROS DAS DIFERENTES PUNIÇÕES


APLICADAS AOS SUBALTERNOS NOS NAVIOS MISTOS DA MARINHA
IMPERIAL

Pierre Paulo da Cunha Castro (DPHDM)

As pesquisas sobre disciplina na Marinha, durante o período da vigência dos


castigos corporais, por muito tempo estiveram vinculadas aos estudos sobre a
Revolta dos Marinheiros de 1910, de modo que muitas pesquisas foram
impactadas pelos períodos autoritários que dominaram o Estado brasileiro. Por
conseguinte, refletiram as disputas ideológicas em torno da revolta. Somente
no atual período democrático, o aprofundamento das pesquisas sobre
disciplina a bordo dos navios desdobraram-se para o período do século XIX,
apresentando novos olhares que compreenderam, de diferentes formas e
variados aspectos, a manutenção da disciplina em um período onde não há
registros de revoltas contra os castigos. De maneira geral, esses trabalhos
preocuparam-se em compreender as causas da revolta partindo da análise dos
rígidos códigos disciplinares em vigor. A necessidade de abordar como foi
possível o mais elementar espaço da Marinha, o navio, operar segundo uma
lógica disciplinar de aplicação de castigos corporais, este trabalho apresenta o
Livro de Socorros como a fonte que reuniu os registros de todos os indivíduos
que embarcaram no mesmo navio em um determinado período, a fim de
possibilitar uma abordagem da disciplina considerando os diferentes grupos
embarcados e suas atividades, bem como as relações entre si, para então,
partirmos para o entendimento da disciplina nos navios mistos (movidos à vela
e à vapor) da Marinha Imperial. Ao nos afastarmos das abordagens que
propuseram o entendimento do castigo corporal, a partir da análise dos Artigos
de Guerra, como um suplício proveniente dos regimes absolutistas, buscamos
entender como a “vigilância hierárquica” e a “sansão normalizadora” se
consolidaram, concomitantemente com a complexificação das atividades
marinheira, atuando no estabelecimento das relações entre comandantes,
oficiais, grupos intermediários e setores subalternos, a fim de perceber como
aqueles homens agiam em torno do sistema disciplinar a que estavam
submetidos, estabelecendo complexas relações que sustentaram a
manutenção de uma disciplina aparente, enquanto estavam submetidos aos
regulamentos disciplinares que previam a aplicação de castigos corporais.

Palavras-chave: História Naval; Marinha Imperial; disciplina.

BIOGRAFIA E HISTÓRIA MILITAR: O MARECHAL JOSÉ PESSOA E OS


PRIMEIROS PASSOS DOS BLINDADOS NO EXÉRCITO BRASILEIRO

Rafael Roesler (AMAN)

As transformações ocorridas no campo da história, de uma maneira geral, e na


história do século XX, especialmente, geraram uma nova discussão sobre o
papel dos atores sociais, o que permitiu que a biografia retomasse o seu
espaço nos debates historiográficos. A renovação que se operou no campo da
história militar, a partir da década de 1990, cuidou de mudar o seu foco
tradicional e apresentou à historiografia novos olhares sobre as instituições
militares e a atuação de seus personagens, reavivando as pesquisas
biográficas sobre militares, ainda incipientes no meio acadêmico. Abordando
parte da pesquisa de doutorado que tem como objeto escrever a biografia do
Marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, este artigo pretende
apresentar um breve debate sobre o esforço desse militar para a introdução
dos blindados no Exército Brasileiro. Voluntário no Exército Francês, na I
Guerra Mundial, partícipe da Missão Militar Brasileira enviada à Europa, em
1918, e estagiário na Escola de Carros de Combate de Versalhes, em 1919,
José Pessoa foi o grande responsável pela aquisição dos primeiros blindados
pelo Brasil, em 1921, graças aos seus conhecimentos e gestões feita nesse
sentido. É o autor da obra Os Tanks de Guerra Europeia 1914-1918, primeiro
livro escrito em língua portuguesa sobre o tema.

Palavras-chave: Exército Brasileiro; Marechal José Pessoa; blindados.

29/08 (quinta-feira)
SESSÃO 1 – sala 465 (Centro de Estudos Sociais
Aplicados)
APONTAMENTOS TEÓRICOS SOBRE AS MUTAÇÕES DA GUERRA E DA
POLÍTICA

Eduardo Mei (UNESP)

A historiografia da guerra envolve a consideração das problemáticas relações


entre a política e a própria guerra. Estas relações são historicamente
cambiantes, como o são as perspectivas do observador (cientista ou não) que
se debruça sobre elas. A premissa segundo a qual a guerra é um ato de
violência que visa impor ao inimigo a nossa vontade impacta fortemente a
teoria e a historiografia da guerra. Contudo, convém recordar que ela é a
premissa inicial e alicerce do que Clausewitz considerou uma lógica delirante
[logischen Träumerei]: a guerra absoluta desvirtua a compreensão e conduta
das guerras reais. Paradoxalmente, essa definição da guerra que proclama a
imposição da vontade à revelia das relações políticas subjacentes aos conflitos
e guerras é politicamente conveniente: permite tratar as forças adversas à
revelia do direito e da própria humanidade (talvez não por acaso a tradução
dessa conveniência nos meios de comunicação de massa sejam as ameaças
zumbis e alienígenas). Todavia, as bases políticas que fundamentaram a teoria
clausewitziana da guerra também estão ruindo. As condições socioeconômicas
que permitiram a constituição do exército profissional subordinado ao soberano
político — a expropriação dos mercenários e outros atores armados sub ou
paraestatais — estão se alterando rápida e violentamente, modificando, talvez
irreversivelmente, as proporções entre “razão, inteligência e paixão”, “povo,
forças armadas e Estado”. Qual será o impacto dessas transformações no
aparato militar, na sociedade e no Estado — e na conduta da guerra? Ao
refletir sobre a teoria da guerra e suas relações com a história política pós
Revolução Francesa, pretendemos sugerir alguns vislumbres dessas
transformações.

Palavras-chave: Guerra; política; Clausewitz; Marx; Weber.

HISTÓRIA MILITAR

José Miguel Arias Neto (UEL)

A História Militar é usualmente identificada às relações entre guerra e política:


as questões da estratégia dos estados, das relações com a política interna e
até mesmo com conteúdo civilizacionais e antropológicos (a construção do
outro, o inimigo). Por outro lado, também está associada aos entornos da
guerra: a estratégia, as táticas, os armamentos, as configurações das forças
militares e de suas instituições, a logística. Assim as polêmicas em torno de
uma suposta subordinação da história militar à história política, bem como as
controvérsias em torno de uma suposta oposição entre a concepção da
“batalha” como objeto nuclear de uma história militar e aqueles outros
elementos são parciais, datadas e, ao cabo, desprovidas de relevância
epistemológica. De fato, quando se trata de História Militar ainda se trata de
História e o fator determinante é o problema de investigação a que vai se
dedicar o pesquisador. Além disto, o lugar de onde o historiador enuncia seu
discurso é fundamental para se compreender a sua posição em relação à
questão. O fato é que dificilmente se poderá construir um conhecimento
significativo acerca dos militares no tempo presente sem se recorrer à esta
dupla tradição, isto é, à sua dimensão política e às questões associadas
diretamente ao exercício de suas funções, isto é, ao fazer da guerra.

Palavras-chave: Historia Militar; Guerra.

MISSÕES DE PAZ, FAMÍLIA E RESILIÊNCIA


Erica dos Santos Gomes (CPAEx)

Em 1948, o Brasil iniciou sua participação em missões de paz sob a égide da


recém criada ONU, quando foram enviados dois militares para a Comissão
Especial das Nações Unidas para os Balcãs, na Grécia. A partir daí, o Brasil
vem participando de diversas missões de paz, além de algumas missões
estabelecidas pela Organização dos Estados Americanos (OEA). Nessas
missões foram enviados observadores militares, peritos eleitorais, profissionais
de saúde, policiais militares e tropa armada em países como Suez, República
Dominicana, Moçambique e Angola, além das missões de tropa no Timor Leste
e a mais recente e duradoura missão de paz no Haiti. Este tipo de missão
demanda comprometimento máximo dos militares empregados, do qual o
afastamento do convívio familiar se constitui como um dos principais pontos
sensíveis. A separação geográfica, a periculosidade da atuação, a proteção, o
cuidado e as demandas dos demais membros da família, bem como, as
dificuldades de estabelecimento de contato são indicadores de estresse
evidenciados de forma recorrentemente. Uma das formas de lidar com esta
questão está na sistemática das ações de promoção de resiliência, buscando
avaliar de forma prolongada os efeitos da exposição ao estresse da operação
militar ao longo do tempo, evidenciando a importância do hardness, suporte
social, o equilíbrio entre ativação/ relaxamento e a personalidade positiva.

Palavras-chave: Missões de paz; família; resiliência.

GUERRA E ÉTICA: A TEORIA DA GUERRA JUSTA DA IDADE MÉDIA ATÉ


A CONTEMPORANEIDADE

Wendell Williamy Cristye Silva (UFRN)

O nosso trabalho se propõe a refletir sobre a relação entre Guerra e Ética,


partindo de uma análise da trajetória da Teoria da Guerra Justa (TGJ) no
pensamento filosófico ocidental. A TGJ assume como ponto de partida a ideia
de que há situações em que é moralmente justificável fazer uso da guerra e da
violência que obrigatoriamente a acompanha. Suas raízes filosóficas remontam
à obra de Agostinho, tendo sido discutida por vários autores posteriormente,
tais como Tomás de Aquino, Francisco de Vitoria, Hugo Grotius entre outros.
Contemporaneamente, o mais conhecido propositor desta Teoria é Michael
Walzer. A TGJ se divide em duas partes. A justiça do guerrear (jus ad bellum)
diz respeito aos motivos que justificariam o recurso à guerra, concentrando-se
na discussão sobre agressão e autodefesa. Já a justiça no guerrear (jus in
bello) se concentra na discussão sobre o cumprimento ou a violação das
normas de combate, normas estabelecidas tanto pelo costume quanto por
instrumentos legais. As guerras contemporâneas têm colocado novas questões
que testam a validade dos preceitos da TGJ. Entre essas questões podemos
citar a introdução de novas tecnologias e a mudança nos atores envolvidos nos
conflitos, com a presença de entes não-estatais como beligerantes.
Palavras-chave: Ética; guerra; moralidade; Michael Walzer; Teoria da Guerra
Justa.

A ARTE DA GUERRA: UMA ANÁLISE DA BRIGADA LEVE BRITÂNICA NA


BATALHA DE SEBASTOPOL A PARTIR DA OBRA DE SUN TZU

José Renato Ferraz da Silveira (UFSM)

A obra de Sun Tzu, A arte da Guerra, continua um clássico na arte militar. É um


tratado filosófico que extrapola tempo, espaço e a arte bélica, impactando nas
realizações de todas as pessoas em geral: homens e mulheres, civis e
militares, políticos e eleitores, professores e estudantes e etc. Ou seja, basta
reconhecer a situação ou desdobramento apropriado e aplicar o conceito. No
presente paper, aplicaremos o capítulo VI (ação ofensiva), capítulo VII
(manobras estratégicas), capítulo VIII (nove circunstâncias) e capítulo IX
(marchas e topografia) para analisar a atuação catastrófica do Ataque da
Brigada Leve na Guerra da Crimeia, em especial, a Batalha de Sebastopol.
Utilizaremos dos mencionados quatro capítulos da Arte da Guerra de Sun Tzu
para revelar as falhas inconsistências na informação, percepção, tomada de
decisão e ação no ataque de 673 homens e que 387 morreram, assim como
520 cavalos (esses foram números iniciais, e não consideraram os
sobreviventes que retornaram mais tarde às linhas britânicas).

Palavras-chave: Arte da Guerra; Sun Tzu; Sebastopol.

A CRISE DO CARVÃO MINERAL NO BRASIL E NA AMAZÔNIA DURANTE


A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

Pablo Nunes Pereira (UFPA)

Este trabalho é parte das pesquisas desenvolvidas no projeto de tese “Os


almirantes dos rios: navegação, poder fluvial e combate nos rios amazônicos
(1868-1924)” tendo por objetivo analisar desdobramentos da crise de
abastecimento de carvão mineral do Brasil durante a Primeira Guerra Mundial
na Amazônia. Considero três aspectos fundamentais dessa conjuntura: a
inserção do carvão como recurso estratégico na economia-mundo envolvendo
desde o comércio internacional à circulação na Amazônia na virada do século,
inclusive como recurso essencial ao esforço de guerra; a dependência da
Marinha de Guerra a ele, sobretudo com a modernização da força naval do
início do século XX e a solução encontrada na região amazônica com o
comércio direto com os Estados Unidos garantido pela existência de uma
marinha mercante à vela expressiva. A partir das questões apresentadas, o
trabalho também considerará a crise do carvão mineral como um dos fatores
decisivos para a entrada do Brasil na Guerra. Metodologicamente, conduzi
levantamentos quantitativos da relevância do carvão nos orçamentos federais e
da Marinha em particular, verifiquei valores de circulação do produto na
Amazônia e informações sobre o carvão na Guerra através de jornais,
relatórios do ministério da Marinha, relatórios das relações exteriores e a
legislação afim.

Palavras-chave: Amazônia; carvão mineral; Primeira Guerra Mundial.

REFLEXOS DA SAÚDE PÚBLICA NO RIO GRANDE DO SUL SOBRE OS


MILITARES NO SÉCULO XIX

Thaís Bender Cardoso (UFRGS)

A história da construção do Hospício São Pedro é um marco da sociedade


gaúcha dos anos que vão do Decreto Provincial de 1879, até a inauguração em
1884, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Um Estado pouco povoado, recém
saído de uma intensa participação na Guerra do Paraguai (1864-1867) aonde
contribuiu com, 48 mil de um total de 160 mil combatentes brasileiros. O
Governo Imperial exigia que a Santa Casa de Misericórdia atendesse os ex-
soldados e demais vítimas da guerra, porém, não fornecia os recursos
necessários. Os doentes mentais eram em pequeno número, porém
necessitavam de uma instituição de atendimento individual, com a criação do
Hospício São Pedro, a atenção especializada a saúde mental dos militares,
também ganhou um foco inicial, ênfase da investigação deste trabalho, com
base no acervo documental do denominado, desde 1962, Hospital Psiquiátrico
São Pedro, em Porto Alegre.

Palavras-chave: Hospício São Pedro; Rio Grande do Sul; saúde pública.


SESSÃO 2 – sala 466 (Centro de Estudos Sociais
Aplicados)
CLAUSEWITZ NO BRASIL

Virgílio Caixeta Arraes (UnB)

Faltoso de instituições de educação superior desde sua constituição no século


dezesseis como parte do crescente império lusitano, o Brasil não consegue
ombrear-se com as demais potências desenvolvidas em todas as áreas de
ensino e de pesquisa, a despeito dos esforços de investigadores de modo
individual ou reunidos em pequenos grupos aqui ou acolá. Entre os autores
europeus disseminados de forma tardia no território nacional, destaque-se o
originalmente prussiano Carl von Clausewitz, militar de carreira – chegou ao
final ao posto de general. Entre seus estudos, fruto de sua experiência como
combatente e como instrutor castrense, figura Da Guerra, alentada obra
divulgada postumamente. O livro veio a tornar-se uma das principais
referências no segmento militar mundial, ao ser bastante citado até hoje, em
decorrência da validade de seus preceitos, entre os quais, por exemplo, a
definição de estratégia e de tática. O objetivo da apresentação não é o de
esmiuçar as reflexões instigantes de Clausewitz, porém o de identificar as
primeiras – ao menos, algumas - referências no Brasil ao seu clássico trabalho,
ainda que não sejam elas acadêmicas, quer civis, como as de periódicos ou as
de dizeres do parlamento ou as de alusões de repartições, quer castrenses,
como as dos documentos ministeriais. Para tanto, serão consultados jornais do
Rio de Janeiro e fontes parlamentares nacionais, a partir da proclamação da
República em novembro de 1889, vez que no império não se encontraram
menções à obra.

Palavras-chave: Clausewitz; Brasil; História das Relações Internacionais.

A ESQUERDA MILITAR NO BRASIL: DISPUTA IDEOLÓGICA, LUTA DE


CLASSES E LEGALIDADE DEMOCRÁTICA NA DÉCADA DE 1950

Carlos Henrique Lopes Pimentel (UEL)

O presente estudo abordará a trajetória e as ações de militares à esquerda na


disputa político-ideológica nas Forças Armadas e pelo controle do Clube Militar
no início da década de 1950. O envolvimento desses militares militantes
ganhou destaque na sociedade brasileira do período, dividindo opiniões e
estratégias de ação nas principais discussões políticas e sociais, como o
debate em torno da Campanha do Petróleo e de outros recursos naturais, além
da negação ao alinhamento do país com os Estados Unidos da América na
Guerra da Coréia. A exploração dos recursos naturais e suas consequentes
discussões simbolizaram uma divisão sobre os distintos planos de Nação que
se apresentaram no Brasil a partir de 1945. O conflito entre os grupos de
esquerda e de direita, influenciados pela Guerra Fria, antecipam as práticas de
intimidação que seriam a base dos conflitos internos nas Forças Armadas nas
décadas de 1950/1960.

Palavras-chave: História Política; esquerda militar; Forças Armadas; luta de


classes.

A PARTICIPAÇÃO DE EDUARDO GOMES (1896-1981) NOS MOVIMENTOS


TENENTISTAS DE 1922 E 1924: UMA DISCUSSÃO ACERCA DAS FONTES
DE NOSSO ESTUDO

Lucas Mateus Vieira de Godoy Stringuetti (UNESP-Assis)

O objetivo deste trabalho é tratar sobre a participação de Eduardo Gomes


(1896-1981) nos movimentos tenentistas de 1922, no Rio de Janeiro e em
1924, em São Paulo, ressaltando a ideologia política do movimento,
principalmente em 1924, através da discussão das fontes que utilizamos na
pesquisa de mestrado, já finalizada. Assim, discutiremos como foi a nossa
experiência à ida ao Centro de Pesquisa e Documentação de História
Contemporânea do Brasil (CPDOC), localizado no Rio de Janeiro para a
catalogação das fontes. Ao mesmo tempo, comentaremos como foi o contato
com as fontes, bem como nossa análise sobre elas, que em sua maioria foram:
arquivos, jornais do período e programas políticos do próprio movimento
tenentista encontrados em livros de época.

Palavras-chave: Eduardo Gomes; Tenentismo; fontes.

CONTRIBUIÇÃO PARA A HISTÓRIA DO SISTEMA DOI-CODI NO PARANÁ

José dos Santos de Abreu (UFRGS)

O sistema DOI-CODI implantado no Brasil a partir de 1970, caracterizou-se


pela unificação operacional das forças militares (Exército, Marinha e
Aeronáutica) e policiais (Policias civil, militar e federal) e pelo emprego
sistemático da tortura no combate aos opositores da ditadura de Segurança
Nacional brasileira (1964-1985). A partir de novas fontes, notadamente, uma
entrevista com um agente doicodiano do Paraná, e o Relatório Especial de
Informações Nº 1/75 - Operação Marumbi, abrigado no Arquivo Nacional,
procuraremos deixar claro, contrariando as afirmações da historiografia
disponível, o real momento de estruturação do DOI-CODI no Paraná, sob o
comando da 5ª Região Militar (e coordenação do tenente-coronel Waldyr
Coelho, único comandante da OBAN, embrião do DOI-CODI) que
jurisdicionava os estados do Paraná e Santa Catarina. Na sequência, apoiados
em outro documento localizado no Arquivo Nacional, a saber, uma carta escrita
pelo dirigente do PCB de Santa Catarina, Teodoro Ghercov, analisaremos
algumas das formas de torturas infligidas aos prisioneiros políticos na chamada
Clínica Marumbi, sede do DOI-CODI em Curitiba, durante a interdição de
comunistas do Paraná e Santa Catarina no âmbito das operações Marumbi e
Barriga Verde, deflagradas em novembro de 1975.

Palavras-chave: Ditadura; DOI-CODI; tortura; comunismo; Paraná.

É POSSÍVEL UMA (NOVA) HISTÓRIA MILITAR DA DITADURA MILITAR


BRASILEIRA?
Kelvin Emmanuel Pereira da Silva (MMCMS)

Esta comunicação tem por objetivo questionar a aplicabilidade da perspectiva


da história militar (ou nova história militar) à análise do período da ditadura
militar brasileira de 1964. Isto é, tendo em vista a discussão sobre os marcos
teóricos da história militar (ou nova história militar), busca-se identificar
possibilidades (e impossibilidades) de interpretação desse período à luz do que
tem sido colocado como uma “história militar”. Busca-se, com isso, os meios de
se construir discussões epistemológicas que proporcionem a historiadoras/es
perceber, nesse processo histórico, formas de compreensão que dialoguem
com os objetos trazidos pela historiografia da história militar. A presente
comunicação se justifica, na medida em que se observa, nessa mesma
historiografia, certo silenciamento em relação ao questionamento sobre uma
possível história militar da ditadura brasileira de 1964. Ou seja, até que ponto
tratar da ditadura militar se restringe às fronteiras da história política, cultural,
etc? E até que ponto podemos trazer para a discussão sobre a ditadura militar
o olhar da história militar? Esses questionamentos norteiam a presente
comunicação, que parte de indagações mais teóricas, cujas percepções advém
da pesquisa empírica realizada para a dissertação, que teve por objeto a
prática política de policiais da Brigada Militar.

Palavras-chave: História Militar; ditadura militar brasileira; epistemologia.


VÍNCULO MILITAR NO ATUAL GOVERNO BRASILEIRO: POSSÍVEIS
REFLEXÕES ATRAVÉS DA HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE
Matheus Moreto Guisso Rodrigues (UEL)

Com sua recente vitória, o atual Presidente da República, Jair Messias


Bolsonaro, trouxe consigo não somente um declarado e, em certa medida
virulento jeito de fazer política, mas igualmente um novo grupo de pessoas que
ficarão a cargo dos seus Ministérios. Em meio ao grupo, estão diversos
militares, mais especificamente 7 nos ministérios – 9 se levarmos em conta o
próprio Presidente e seu vice. São atribuições que vão desde o Ministério de
Minas e Energia, até o Ministério da Controladoria-Geral da União. O presente
trabalho busca versar-se a partir deste fato destacado para problematizar e
pensar novos debates sobre fontes de pesquisa nesse campo que se propõe
pensar a confiança e prestígio que a instituição militar tem alcançado mais
recentemente. Isto é, poderíamos assumir que pelo fato de Bolsonaro ser um
militar reformado, naturalmente traria com ele, seus homens de convívio e
confiança, porém, essa afirmação também pode ser sistematizada. O
movimento do atual Presidente da República com as Forças Armadas do
Brasil, vai além da proximidade e identificação institucional, se respalda em
outros aspectos que os militares possuem consigo. Sendo assim, através da
História do Tempo Presente, é possível a sistematização das relações que
permeiam nossa política contemporânea.

Palavras-chave: Governo Bolsonaro; Forças Armadas; militares; História do


Tempo Presente.

HISTÓRIA ORAL E OFICIAIS DO EXÉRCITO BRASILEIRO: REFLEXÕES


SOBRE TEORIA, METODOLOGIA E PRÁTICA

Victor Hugo Bento da Costa Traldi (UEL)

Este trabalho pretende pontuar e discutir questões teórico-metodológicas e


práticas relativas à realização de entrevistas de História Oral com militares –
mais especificamente, com oficiais do Exército Brasileiro – na atualidade.
Primeiramente, é necessário refletir sobre a própria História Oral, sobre quais
problemáticas essa metodologia pode levantar e sobre como ela pode ajudar a
trazer respostas e a analisá-las criteriosamente. Além dos escritos de cunho
historiográfico, estudos na área da Antropologia – desenvolvidos através do
método etnográfico, principalmente – se constituem em valioso referencial para
pensar as possibilidades da prática do historiador oral e as dificuldades que
poderá encontrar em sua pesquisa. Amparado por análises sobre o Exército
Brasileiro produzidas nas últimas décadas por historiadores e cientistas sociais,
o presente trabalho tenciona lançar bases para pesquisas que buscam
entender, através da História Oral, quem são os oficiais dessa força nos dias
de hoje. Entre as questões que podem ser abordadas estão as motivações
para o ingresso na carreira militar, a origem social do oficial, suas experiências
nas instituições militares de ensino, seus espaços de sociabilidade, bem como
as relações que estabelece com o mundo civil.

Palavras-chave: Exército Brasileiro; História Oral; oficiais.

AS RELAÇÕES DA DITADURA MILITAR (1965-1985) COM A SOCIEDADE


CIVIL: A REPRESSÃO COMO POLÍTICA DE SILENCIAMENTO DOS
AGENTES CONTRÁRIOS AO REGIME

Regina Célia Daefiol (UEM)

O presente artigo busca analisar, por meio de revisão bibliográfica, a relações


civis-militares durante a ditadura instaurada no Brasil pós-golpe de Estado de
1964. Neste período as relações entre sociedade civil e regime militar foram
ambíguas. Se, num primeiro momento, houve apoio de uma parcela da
população ao golpe e às medidas adotadas nos anos iniciais do governo
militar, a partir do fechamento e do endurecimento do regime, especialmente
após a edição do Ato Institucional número 5, em 1968, a reação da sociedade
civil foi se modificando, inclusive entre agentes que apoiaram o golpe, como o
caso da grande imprensa. Além da censura à liberdade de expressão, do
fechamento do Congresso Nacional, com a cassação de vários políticos, o AI-5
deu bases institucionais para o recrudescimento da ação dos órgãos do
complexo aparato repressivo montado pela ditadura, e a prática da tortura,
morte e desaparecimento de presos políticos foi transformada em política de
Estado. Neste contexto, as forças de oposição organizadas encontraram
diversos meios de atuar e confrontar a repressão, seja por meio da luta armada
ou de outras formas de resistência que, apesar da censura, encontravam
canais para se manifestar. Um exemplo desses canais foi a imprensa
alternativa, cuja produção registrou grande crescimento no final da década de
1960 e início da década de 1970.

Palavras-chave: Ditadura militar; relações civis-militares; imprensa alternativa.


SIMPÓSIO TEMÁTICO 3 - Gênero, História da Guerra e
das Instituições Militares
Coordenadores: Manuel Rolph de Viveiros Cabeceiras (UFF),
Ricardo Pereira Cabral (EGN) e Francisco Eduardo
Alves de Almeida (EGN)

27/08 (terça-feira) – sala 467 (Centro de Estudos Sociais


Aplicados)
POEIRA EM ALTO MAR: O PENSAMENTO ESTRATÉGICO NAVAL
ATRELADO AO ATRASO DO DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA NAVAL
NACIONAL

Bruno Magalhães Castro Gama Filho (UNESA)

O Brasil sai da Segunda Guerra Mundial atrelado a uma visão política


estratégica norte-americana, de caráter primordialmente defensivo,
antissubmarino. Sendo um parceiro chave dos Estados Unidos no Atlântico Sul,
O Brasil irá assinou um acordo de ajuda militar (MAP) com o mesmo. Ao curto
prazo, o Brasil seria beneficiado com meios flutuantes norte-americanos
usados, a preços simbólicos e menos obsoletos que os nossos meios
flutuantes, que em sua maioria ainda eram remanescentes da esquadra de
1910, porém, obsoletos e de tecnologia atrasada. Esse acordo a médio e longo
prazos, iria vislumbrar que o atrelamento do pensamento naval estratégico aos
interesses dos Estados Unidos significaria o atraso do desenvolvimento
tecnológico da nossa indústria naval nacional. O pensamento estratégico iria
começar a mudar na década de 60 com o Programa de Renovação dos Meios
Flutuantes de 1967, quando o Brasil se reaproxima da indústria europeia em
busca de equipamentos mais modernos que os oferecidos pelo supremo ator
político e econômico do continente americano. O pensamento político
estratégico naval nacional iria ser repensado gradualmente ao longo da década
de 1970 culminando, enfim, na denúncia do Programa de Ajuda Militar junto
aos norte-americanos, pondo fim também, à missão naval americana em solo
brasileiro.

Palavras-chave: Programa de Ajuda Militar; Programa de Renovação dos


Meios Flutuantes; desenvolvimento tecnológico; indústria naval nacional.
O PROCESSO DE CRIAÇÃO DA COMPANHIA DE APRENDIZES
MARINHEIROS COMO ESPAÇO DE REFLEXÃO SOBRE A
INTERDEPENDÊNCIA NA MARINHA IMPERIAL

Jorge Antonio Dias (CPDOC-FGV)

Em 1840 foi criada a primeira Companhia de Aprendizes de Marinheiros do


Brasil Imperial. Este acontecimento originou ao longo da segunda metade do
século XIX, um processo que culminaria com a criação de outras dezessete
companhias alocadas em diferentes províncias de norte ao sul do Brasil. Nosso
estudo procura evidenciar, com base em pesquisas recentes sobre o tema, que
o processo histórico e político que originou a criação da primeira Companhia de
Aprendizes de Marinheiros, têm suas raízes na interdependência do trabalho
naval entre marinheiros e as “autoridades subalternas”, ou seja, uma conduta
política institucional.

Palavras-chave: Companhia de Aprendizes; interdependências; autoridades


subalternas.

A LITERATURA MILITAR NAVAL BRITÂNICA E A SÉRIE MESTRE DOS


MARES

Ricardo Pereira Cabral (EGN)

A série de livros Mestre dos Mares, de Patrick O’Brian, é um dos expoentes da


literatura naval britânica do século XX. Composta de vinte e um livros lançados
de 1969 a 2004, centradas nos personagens Jack Aubrey e Stephen Maturin,
contam suas aventuras durante as Guerras Napoleônicas. As obras combinam
aventuras, descrição detalhadas da rotina dos navios de guerra e da
navegação a vela do período, combates no mar, expedições científicas e
espionagem. Patrick O’Brian, por si só um grande personagem por sua história
de vida, é um dos principais novelistas navais ingleses do século XX. Esta
comunicação pretende apresentar algumas das características da série e
analisar os perfis dos principais personagens.

Palavras-chave: Literatura Naval; Mestre dos Mares; História Naval.


EXPANSÃO E RETRAÇÃO DO PODER NAVAL BRASILEIRO: UM OLHAR
EVOLUTIVO SOB A LUZ DO PENSAMENTO DE ARMANDO VIDIGAL

Felipe Malachini Maia (EGN)

A história marítima do Brasil é um período rico e repleto de momentos


marcantes. A atuação da Marinha do Brasil (MB) em eventos como a
consolidação do território brasileiro, a Campanha Cisplatina, a Guerra do
Paraguai e nas duas Grandes Guerras são exemplos disto. Expoente do
pensamento naval brasileiro, Armando Vidigal lança luz sobre os diversos
momentos vividos pela MB entre sua formação e 1985 em seu livro, “A
Evolução do Pensamento Estratégico Naval Brasileiro”. Sua leitura desperta
questionamentos sobre as constantes variações do poder naval brasileiro.
Notou-se que sempre que algum evento ocorria, em especial eventos
internacionais, e/ou que havia uma modificação no entendimento estratégico
naval brasileiro havia uma expansão do poderio da armada, ao passo que, na
maioria das vezes que tais eventos se acomodavam, dava-se um relaxamento
nas atenções dispensadas à Marinha, levando a uma retração do seu poder
naval. Assim sendo, a presente comunicação tem como objetivo apresentar
uma pesquisa em andamento que identifica na obra de Vidigal os ciclos
evolutivos da MB desde sua fundação até 1985, e busca apontar os prováveis
motivos desta flutuação.

Palavras-chave: Poder Naval; Marinha do Brasil.

28/08 (quarta-feira) – sala 467 (Centro de Estudos


Sociais Aplicados)
O BATALHÃO DA MORTE DE MULHERES: MARIYA BOCHKAREVA E AS
UNIDADES DE COMBATE FEMININAS RUSSAS NA PRIMEIRA GUERRA
MUNDIAL
Carlos Roberto Carvalho Daróz (UFF)

Desde a Antiguidade, a participação das mulheres nos diferentes guerras é um


fato incontestável. Apesar disso, no entanto, o efetivo papel feminino nos
conflitos se tornou um domínio recente, ocupando um espaço importante no
que, a recente historiografia americana denominou de gender history - a
história de gênero. Inicialmente nas fábricas, a seguir nos serviços públicos,
depois nas Forças Armadas, lentamente as mulheres foram deixando a vida
privada pela pública. Embora atuassem em combate de um modo ou de outro,
coube à Rússia, após a Revolução de fevereiro de 1917 e em meio às derrotas
sofridas na Primeira Guerra Mundial, a primazia de criar uma unidade de
combate composta unicamente por mulheres – o Batalhão da Morte de
Mulheres – ao qual se seguiram outras unidades do gênero. A proposta da
presente pesquisa é estudar o papel desempenhado por Mariya Bochkareva,
criadora das unidades femininas, bem como a trajetória destas no curso da
Primeira Guerra Mundial e da Revolução Russa, até a desmobilização pelo
Governo Bolchevique.

Palavras-chave: Estudos de gênero; mulher; guerra; Primeira Guerra Mundial.

O LIVRO DO FEITO DE ARMAS - CHRISTINE DE PISAN E A MULHER NA


GUERRA MEDIEVAL

Hiram Alem (GEHM-CEIA/UFF-CEHAM/UERJ)

Das jovens nobres que aguardam o retorno de seus cavaleiros amados que
partiram para combater às acompanhantes na retaguarda dos exércitos, para a
Historiografia Militar Tradicional, o lugar da mulher no mundo bélico medieval é
sempre um que está distante, às margens do combate propriamente dito. No
entanto, com as possibilidades abertas pela Nova História Militar descortina-se
uma presença mais ativa da mulher à frente da defesa de fortificações na
ausência de seus maridos e, no caso de Christine de Pisan, a autoria de um
manual militar. O objetivo da presente comunicação é, portanto, à luz do Livro
de Feitos de Armas de Christine de Pisan, analisar o lugar da mulher no fazer
militar medieval. Escrito em 1410, a obra bebe de fontes clássicas como
Vegécio e de autores contemporâneos de Christine. Com algumas cópias
tendo sua autoria feminina suprimida e, posteriormente, no século XX,
desconsiderado pela historiografia como mera cópia de manuais antigos,
revisitar criticamente o manual de Christine de Pisan bem como o lugar da
mulher medieval na Guerra faz-se uma necessidade.

Palavras-chave: Mulher; Idade Média; Christine de Pisan; Nova História Militar.

AS TRANSFORMAÇÕES DA TECNOLOGIA MILITAR NOS ESTADOS


UNIDOS E O SEU IMPACTO NA GUERRA DO GOLFO (1991)

Sandro Heleno Morais Zarpelão (USP-IFSP)

O ataque à Bagdá marcou o início da Guerra do Golfo, em janeiro de 1991,


quando os EUA colocaram em movimento a sua máquina militar, por meio da
Operação “Tempestade no Deserto”; contra o Iraque. Era a Doutrina Powell
sendo aplicada no campo militar e estratégico. Desde as experiências
desastrosas enfrentadas pelas grandes potências em guerras, caso da França,
na Guerra da Argélia (1954-1962), dos EUA, na Guerra do Vietnã (1965-1975)
e da URSS, na Guerra do Afeganistão (1979-1989) estava sendo engendrada
uma série de transformações militares, principalmente na seara da tecnologia
militar. O objetivo é analisar, em termos gerais, como ocorreu o processo de
transformações militares e de desenvolvimento de novas tecnologias militares e
como esta se tornou a grande aposta dos EUA. Para tanto, serão estudadas as
transformações militares, com destaque para a tecnologia militar, o impacto do
Vietnã nesse processo com as mudanças na estrutura burocrática de Defesa
como a criação do TRADOC, fortalecimento da DARPA, mudança no Perfil de
Força, estratégia de compensação de Carter, criação do SDI, elaboração da
doutrina Weinberger, Lei Goldwater-Nichols e a criação da Força Delta. Tais
transformações desembocaram na necessidade de uma nova doutrina militar e
de relações internacionais, no caso a Doutrina Powell, que foi aplicada na
Guerra do Golfo, por meio das Operações Escudo do Deserto e Tempestade
do Deserto organizadas pelos EUA contra o Iraque, em virtude da invasão
deste último sobre o Kuwait, em agosto de 1990.

Palavras-chave: Guerra do Golfo; impacto; tecnologia militar; transformações;


Tempestade do Deserto.

29/08 (quinta-feira) – sala 467 (Centro de Estudos


Sociais Aplicados)
O CONCEITO DE GUERRA REVOLUCIONÁRIA PELOS CIVIS E MILITARES
DA ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA – 1953 E 1954

Durval Augusto da Costa Neto (UNIVERSO)

Esta comunicação objetiva compreender como que o conceito de guerra


revolucionária foi incorporado à construção da Doutrina de Segurança Nacional
pelos intelectuais da Escola Superior de Guerra no período entre 1953 e 1954
quando a doutrina foi elaborada teoricamente contendo em si conceitos que lhe
serviram de suporte. Entre os conceitos basilares da doutrina encontramos o
conceito de guerra revolucionária. Tratava-se de uma exigência por parte dos
intelectuais da Escola Superior de Guerra porque se viam inseridos numa
realidade político-ideológica internacional, no caso, na Guerra Fria, tendo e
vista a bipolarização entre capitalismo e socialismo, e nacional, este por conta,
no olhar destes homens da instituição, da infiltração na sociedade brasileira,
inclusive nas Forças Armadas, do comunismo o qual era visto como uma real
ameaça a ordem democrática e suas instituições. Sendo assim, a apropriação
do conceito de guerra revolucionária foi necessária porque passou a ser
imperativo combater o inimigo interno, o comunismo, e para tal era preciso ter
uma justificativa que legitimasse tal combate. A Doutrina de Segurança
Nacional tornou-se a arma ideológica de legitimação do combate e a guerra
revolucionária sua lógica.

Palavras-chave: Escola Superior De Guerra; Guerra Revolucionária;


intelectuais.

TREINAMENTO FÍSICO MILITAR E NACIONALISMO NO ESTADO NOVO: O


PAPEL DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Joana Darc do Carmo Lima (FCC)

A Educação Física militar originada na Calistenia, relacionada às atividades


físicas preparatórias para as guerras, assumiu durante o Estado Novo os ideais
políticos brasileiros. O domínio militar sobre o campo da Educação Física teve
máxima expressão através da institucionalização dessa disciplina como método
nacional. A pesquisa bibliográfica, no período de 1937 a 1945, destaca o papel
dos profissionais de educação física no “adestramento físico”, na expressão de
Foucault, como dever dos jovens com relação à economia e defesa do País,
ideal concretizado na Constituição Federal de 1937. Análises realizadas
permitem identificar a ginástica calistênica, forjada nas instituições militares
originando novo espaço para as práticas de atividades físicas e esportivas,
designadas sequencialmente como ginásios, academias de ginástica e
recentemente os boxes de Crossfit. Elementos históricos permitem aqui situar a
influência dos militares na formação dos profissionais de Educação Física.

Palavras-chave: Educação Física militar; Calistenia; Estado Novo;


nacionalismo; profissionais de Educação Física.

FAMÍLIAS E MISSÕES DE PAZ: INDAGAÇÕES PRELIMINARES SOBRE A


PARTICULARIDADE DE MULHERES MILITARES

Sabrina Celestino (Centro de Estudos de Pessoal e Forte Duque de Caxias)

A Resolução nº 1.325/2000 (Mulheres, paz e segurança) refere o


reconhecimento e a importância da inserção de mulheres (civis e militares) em
operações de paz, com destaque à perspectiva de igualdade de gênero e ao
impacto cultural das ações partilhadas entre homens e mulheres “no terreno”.
Considerando a particularidade do emprego de militares em missões de paz, as
quais demandam afastamento do convívio familiar por períodos de seis meses
a um ano, indagamos sobre a particularidade vivenciada por mulheres militares
recrutadas e empregadas em ações deste tipo compreendendo a centralidade
que ainda vige sobre a mulher, em se tratando do cuidado e da organização da
dinâmica familiar. Quais as particularidades enfrentadas pelas mulheres
militares brasileiras considerando a seleção, preparo e emprego para missões
de paz? Como se dá a relação entre a vida pessoal e as aspirações
profissionais? As indagações ora propostas tomam por materialidade o âmbito
do Exército Brasileiro e estão pautadas como um indicador do projeto de
pesquisa financiado pela Coordenadoria de Avaliação e Desenvolvimento da
Educação Superior Militar (CADESM) vinculada, ao Departamento de
Educação e Cultura do Exército e liderado pelo Centro de Estudos de Pessoal
e Forte Duque de Caxias (CEP/FDC) ao logo do ano de 2019.

Palavras-chave: Família; mulheres; missões de paz.

CLASSIFICAÇÃO DE MARINHAS: UMA PROPOSTA DE METODOLOGIA


COMPARATIVA

Francisco Eduardo Alves de Almeida (EGN)

A classificação de marinhas, segundo o seu poder relativo, tem sido um desafio


para a área acadêmica que trabalha com temas no campo da Segurança e da
Defesa. Classificações qualitativas têm sido apresentadas por pesquisadores
do porte de Colin Gray, Hervé Coutau-Begarie e Michael Morris, no entanto
essas tentativas têm esbarrado em sua simplicidade e pouca abrangência. A
questão que se apresenta tem sido como comparar marinhas de combate em
uma classificação que as apresente da mais poderosa para a menos
capacitada para o cumprimento de suas missões constitucionais? A partir de
estudos baseados em fontes de acesso aberto procurou-se estabelecer uma
metodologia comparativa que não só levasse em consideração fatores
qualitativos mas também quantitativos. Procurou-se com esse método inovador
classificar as marinhas de guerra dos diferentes Estados em um ranking de
poder levando-se em consideração parâmetros como o número de meios,
capacidade de construção naval, quantidade de bases e arsenais, efetivos
navais e disponibilidade de recursos, dentre alguns, de modo a hierarquizar
esses poderes navais. Essa metodologia pretende diminuir as incertezas na
classificação de marinhas e servir de referência para futuros trabalhos na área
acadêmica que se dedicam aos campos de Segurança e Defesa.

Palavras-chave: Poder Naval; metodologia; comparação de poderes; Marinhas


de Guerra.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 4 - História Militar e Fronteiras
Coordenadores: Fernando da Silva Rodrigues (UNIVERSO), William
Gaia Farias (UFPA) e Sueny Diana Oliveira de Souza (UFPA)

27/08 (terça-feira) – sala 468 (Centro de Estudos Sociais


Aplicados)
DO PARÁ PARA O MARANHÃO: O DEBATE EM TORNO DA
DESANEXAÇÃO DA REGIÃO DO TURIAÇU (1836-1852)

Sueny Diana Oliveira de Souza (UFPA)

O presente trabalho tem como objetivo compreender o debate em torno da


desanexação da fronteira de Turiaçu da província do Pará iniciado em 1836 e
sua incorporação ao Maranhão em 1852 que esteve em grande medida
relacionado à utilização do espaço, que em sua maior parte era explorado por
indivíduos pertencentes ao Maranhão. A relação dos habitantes de Turiaçu
com sua espacialidade fronteiriça era ambígua. Primeiramente é preciso
lembrar que havia uma tensa relação com as autoridades imperiais. Além, dos
sujeitos tidos como “vagabundos”, “refugiados” e amocambados, a localidade
do Turiaçu tinha algum comércio e habitantes já fixados desde a segunda
metade do século XVIII, mesmo assim não conseguia uma condição melhor na
administração desde o período colonial. A discussão e processo em torno da
desanexação da região do Turiaçu traz a tona diferentes interesses de homens
influentes, sobretudo do Maranhão, os menos abastados e governantes tanto
do Pará como do Maranhão que tomaram a frente e investiram esforços nessa
empreitada. Este trabalho busca refletir sobre os interesses que homens mais e
menos abonados teriam com a mudança administrativa da região de Turiaçu e
os impactos que o processo trouxe para a zona fronteiriça do Pará com o
Maranhão.

Palavras-chave: Pará; Maranhão; Turiaçu; fronteira; século XIX.

O ARSENAL DA MARINHA DO PARÁ E A FORMAÇÃO DE “HÁBEIS


OPERÁRIOS E HONRADOS CIDADÃOS” (1871 – 1880)

Admarino Gonçalves de Matos Júnior (UFPA)

O presente trabalho propõe analisar a iniciativa política e militar do Arsenal de


Marinha do Pará em oferecer o ensino de ofícios à meninos pobres, órfãos e
desvalidos através da criação de Companhia de Aprendizes Artífices. Para
isso, a análise dos relatórios anuais apresentado pelo Ministro da Marinha à
Assembleia Legislativa, os relatório do Presidente da Província do Pará e as
fontes oficiais do fundo Arsenal de Guerra e de Marinha do Arquivo Público do
Estado do Pará (APEP), onde encontra-se boa parte da documentação relativo
a Companhia de Artífices como os termos de admissão de menores, os ofícios
de inspeção e relatórios, são fundamentais para compreensão do objetivo
proposto. A formação nas Companhias de Aprendizes objetivava encaminhar
meninos para formação de futuros operários que atendessem as necessidades
das oficinas do próprio Arsenal Militar que passava por um processo de
reorganização e ampliação estrutural, questão que coaduna, portanto, com o
projeto político das elites imperiais e locais em disciplinar a população –
principalmente a criança - livre e pobre por meio de uma educação voltada para
o trabalho através do ensino de ofícios.

Palavras-chave: Arsenal de Marinha do Pará; aprendizes artífices; ensino de


ofícios.

A REPÚBLICA SOLVEU-SE EM FATOS: A ATUAÇÃO DOS MILITARES NA


FORMAÇÃO JUNTA GOVERNATIVA DO PARÁ – 1889

Tiago Berros Ferreira (UFPA)

O presente artigo propõe discutir a formação da Junta Governativa responsável


pelos negócios político-administrativos do Pará com enfoque na participação
das Forças Armadas, quando da adesão do Pará ao regime republicano em
1889. A relevância de tal abordagem deve-se as polêmicas envolvendo a
atuação militar, representada pelo capitão-tenente José Maria do Nascimento;
inspetor do Arsenal de Marinha, e do tenente-coronel Bento José Fernandes;
comandante do 4º Batalhão de Artilharia paraense, ante a de Justo Chermont;
expoente republicano nessa parte da fronteira amazônica. Destarte, faz-se
necessário pensar qual a representatividade dos militares na cena política
paraense nesse momento assaz conturbado, onde diversas forças atuaram sob
a nova forma de governo. A base documental utilizada tem suporte em notas
dos jornais coevos que narram os primeiros momentos do regime republicano
no Pará, isto é, o período de atuação da Junta compreendido entre 17 de
novembro a 17 de dezembro de 1889; período superior ao vigente em outras
partes do país. Esta fonte documental revela que havia certa dualidade acerca
da atuação dos militares ante o elemento civil. Algo latente, sobretudo nas
folhas que passaram a fazer oposição aos governistas, após a dissolução da
Junta, que, no mais das vezes, exaltava os militares como o “O Democrata”.
Palavras-chave: República; militares; fronteira; Pará; Amazônia.

O SENADOR MILITAR E AS QUESTÕES DO AMAPÁ E DO ACRE

Alan Christian de Souza Santos (IFPA)

Ao longo da Primeira República, o paraense Lauro Sodré (1858-1946) alcançou


posição de destaque no cenário político nacional, ocupando sucessivos
mandatos senatoriais pelo seu estado natural e pelo Rio de Janeiro. Na vida
pública construiu em torno de si uma reputação diretamente ligada ao Exército,
o que lhe rendeu a alcunha de senador militar. Engenheiro de formação, ligado
enquanto ex-aluno e lente catedrático da Escola Militar, Sodré encontrou no
debate parlamentar um modo de articular o interesse político pelos assuntos
nacionais, regionais e da caserna. Neste sentido, a presente comunicação
pretende considerar o início da trajetória senatorial de Sodré e, mais
especificamente, suas colocações acerca dos litígios de fronteira do Brasil com
a Guiana Francesa (Questão do Amapá) e com a Bolívia (Questão do Acre).
Tais intervenções, problematizadas a partir de materiais como os Anais do
Senado Federal e jornais de época, indicam que o parlamentar paraense
manteve postura crítica em relação à diplomacia e ao governo brasileiro e
aproveitou a ocasião para denunciar as condições estruturais às quais se
encontravam submetidos os militares encarregados de garantir a soberania
nacional nos territórios contestados. Promovendo um debate que não se
encerrou exatamente com os arbitramentos internacionais.

Palavras-chave: Lauro Sodré; Primeira República; fronteira; Questão do


Amapá; Questão do Acre.

OS PACTOS DE MAYO (1902): DISPUTA FRONTEIRIÇA E POLÍTICA


ARMAMENTISTA ENTRE ARGENTINA E CHILE NA VIRADA DO SÉCULO

Adelar Heinsfeld (UPF)

Argentina e Chile protagonizaram no final do século XIX uma efetiva corrida


armamentista, colocando em risco a paz da região do Cone Sul da América.
Esta corrida armamentista está diretamente vinculada à questão fronteiriça
entre os dois países. Logo após a emancipação político-administrativa
começou a discussão sobre a linha fronteiriça que separava os respectivos
territórios. Na década de 1850 a questão fronteiriça se intensificou com a
ocupação da região da patagônia. Um tratado de limites em 1881 pareceu
amenizar a situação, mas no último lustro do século a tensão entre os dois
países foi potencializada novamente com a chamada questão da Puna de
Atacama, fazendo os dois países se aventurar na compra de armamentos. A
corrida armamentista somente vai ser encerrada em 1902 quando os dois
países assinaram os acordos que ficaram conhecidos como os Pactos de
Mayo.

Palavras-chave: Fronteira; armamentismo; Argentina-Chile.

QUESTÃO LETÍCIA: ANÁLISE DA ATUAÇÃO MILITAR BRASILEIRA NO


CONFLITO COLOMBO-PERUANO (1932-1934)

Helio Irany Wanderley Junior (UNIVERSO)

O nosso objetivo com esse trabalho é analisar a atuação brasileira no conflito


Colombo-Peruano, ocorrido entre 1932 e 1934, na região de Letícia. Para isso,
será realizada uma análise detalhada dos documentos produzidos pelo
Exército Brasileiro, que se enquadram numa perspectiva de defesa e
manutenção das fronteiras conquistadas. Trata-se de fontes manuscritas,
acervos pessoais de militares, fontes impressas e livros escritos no período.
Pretende-se, com isso, descortinar esse importante momento de construção do
Estado Brasileiro.

Palavras-chave: Conflito colombo-peruano; Exército Brasileiro; Letícia.

FRONTEIRAS MARÍTIMAS, POTÊNCIAS DOMINANTES E GUERRA NA


AMÉRICA DO SUL: ESTUDO DE CASO DAS “GUERRA DA LAGOSTA” E
GUERRA DAS MALVINAS

Edgar Indalecio Smaniotto (Secretaria Municipal de Educação de Marília-SP)

O Brasil possui uma extensa área oceânica, a intitulada “Amazônia Azul”


compreendendo o Mar Territorial, Zona Contígua, Zona Econômica Exclusiva e
Plataforma Continental (4,5 milhões de km²). A proteção deste enorme espaço
marítimo é um desafio militar considerável para uma nação com os desafios
econômicos e sociais que o Brasil possui, já que o país conta com recursos
finitos para a defesa de uma fronteira marítima tão extensa. Neste trabalho
busca-se a partir do estudo da crise diplomática e militar conhecida como
“Guerra da Lagosta” (1961-1963) entre França e Brasil e na Guerra das
Malvinas (1982) entre Argentina e Inglaterra, elementos para uma análise de
conjuntura da atual situação geopolítica do Brasil, e da América do Sul, com
relação aos confrontos marítimos com potências militares extracontinentais.
Ainda que improvável, não se pode descartar possíveis guerras entre nações
em desenvolvimento e potências dominantes, estas capazes de projetar poder
naval e aéreo para além de sua área de influência imediata. Entender a crise
da “Guerra da Lagosta” e a “Guerra das Malvinas”, possibilita pensarmos em
possíveis medidas estratégicas a serem tomadas pelos países da América do
Sul, e o Brasil em particular, na possibilidade de um enfrentamento com nações
extracontinentais, é um objetivo primordial deste trabalho.

Palavras-chave: Malvinas; Guerra Naval; potência; Amazônia Azul.

28/08 (quarta-feira) – sala 468 (Centro de Estudos


Sociais Aplicados)
O FORTE DE SANTA TECLA: MANIFESTAÇÕES DE PODER E CONTROLE

Paloma Falcão Amaya (UFRJ)

No período colonial na América do Sul, a fronteira platina configurou-se a partir


de diferentes conflitos entre diversos atores sociais. Nos estudos sobre as
fortificações na região sul, observamos que o pampa gaúcho apresenta-se
como um espaço heterogêneo e multidimensional, no qual ocorreram
importantes conquistas militares e disputas de poder. Sendo assim, este
trabalho mostra os estudos sobre o Forte de Santa Tecla, em Bagé – RS. A
paisagem do Forte de Santa Tecla foi elemento ativo e constitutivo das
relações dos diferentes grupos que estavam em constante interação, por vezes
conflituosas. Portanto, devemos entender o cenário do Forte de Santa Tecla e
a formação da fronteira sul através de sua diversidade, e com isso, a
articulação entre o espaço físico, isto é, o ambiente natural em que as pessoas
estão inseridas, e o espaço social. A partir das disputas territoriais este espaço
fronteiriço passou a ser o ambiente em que diferentes grupos sociais
acumularam capitais simbólicos locais. O contexto social e histórico no qual se
inseriram os grupos sociais distintos definiu a organização social das
sociedades e os símbolos socialmente compartilhados.

Palavras-chave: Forte de Santa Tecla; fronteira; paisagem.


A REVOLTA QUE NÃO HOUVE: ADHEMAR DE BARROS E A
ARTICULAÇÃO CONTRA O GOLPE CIVIL-MILITAR (1964-66)
Carlos Henrique dos Santos Ruiz (UNESP-Marília)

Em 1º de abril de 1964, é derrubado o presidente constitucional da república


João Goulart, consolidando o Golpe Civil-Militar. De início, muitos participantes
e apoiadores do golpe acreditavam que os militares logo devolveriam o poder
aos civis. Mas a prorrogação do mandato do General Castelo Branco e a
consequente cassação de expoentes históricos civis que apoiaram o golpe
como Juscelino Kubitschek, outras lideranças começaram a perceber que um
grupo dos militares procurava se hegemonizar no poder e estava conquistando
espaço, com projeto político próprio. O Governador de São Paulo Adhemar de
Barros entendeu que seria o próximo político a ser cassado. Face à
impopularidade do regime devido à crise econômica, ele se alia a vários grupos
políticos descontentes distintos, entre os quais a esquerda nacionalista e ligada
ao PCB, e a militares descontentes, como o General Amaury Kruel, entre
outros, articulando-se com ele à frente de um contragolpe. No entanto, a
revolta não aconteceu, e Adhemar de Barros teve o mandato de governador
cassado e os direitos políticos suspensos por dez anos. O objetivo deste
trabalho é apresentar os resultados obtidos da pesquisa, e ao mesmo tempo,
fazer uma análise política da tentativa de revolta.

Palavras-chave: Adhemar de Barros; militares; crise de hegemonia.

FRONTEIRAS DA AMAZÔNIA COMO DESAFIO HISTÓRICO PARA O


EXÉRCITO NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX

Fernando da Silva Rodrigues (UNIVERSO)

Esta comunicação é um dos resultados da investigação sobre parte da


documentação produzida pelo Exército, que revela a posição institucional sobre
a política de fronteiras do Estado brasileiro para a América do Sul, procurando
identificar nesses documentos construções históricas e políticas sobre as
tensões fronteiriças, na primeira metade do século XX. A pesquisa reforça
ainda que, além de conflitos como a Guerra do Chaco, entre Bolívia e
Paraguai, ocorriam tensões políticas estabelecidas entre o Brasil e a Argentina
por conta da rivalidade tradicional e da disputa pelo controle do poder regional.
A pesquisa, pautada nos argumentos teóricos estabelecidos pela geopolítica de
Mário Travassos ajudou, também, a demonstrar que os militares brasileiros do
período foram os principais responsáveis pela intervenção da região Norte e do
Centro-Oeste brasileiro considerando, para este propósito, a ocupação
territorial e o controle dos limites terrestres, para manutenção da soberania
nacional.

Palavras-chave: Fronteiras; Geopolítica; Exército Brasileiro.

MILITARES, GEOPOLÍTICA E FRONTEIRAS


Shiguenoli Miyamoto (UNICAMP)

Historicamente, as fronteiras inicialmente estabelecidas pelo Tratado de


Tordesilhas foram constantemente empurradas. Ao longo dos anos até o início
do século XX formatou-se o atual território brasileiro. O texto discute a forma
como se deu essa expansão e o papel que as instâncias militares
desempenha(ra)m para a definição do espaço brasileiro e na defesa das
fronteiras e da soberania nacional. Ênfase será concedida sobretudo às
décadas mais recentes da história nacional, quando vários projetos do governo
brasileiro concederam especial atenção ao problema da fronteira, mormente na
região amazônica. De fato, pelo menos desde o século XIX a questão
amazônica se tornou objeto de preocupação, envolvendo interesses diversos,
incluindo a presença das Forças Armadas através de projetos como o Calha
Norte e sendo constante a menção ao tema em documentos como a Política de
Defesa Nacional e Estratégia Nacional de Defesa. O problema das fronteiras e
a presença militar, portanto, se fizeram presentes desde sempre na formação
do território brasileiro.

Palavras-chave: Fronteiras; Forças Armadas; soberania nacional; Amazônia;


defesa nacional.

ARMADA NACIONAL E O PROCESSO DE ABERTURA DO RIO AMAZONAS

Raimundo Nonato da Silva (IFPA)

Esse trabalho faz parte da minha tese de doutoramento que está sendo
desenvolvida no presente momento. Partindo da formação do Estado nacional
brasileiro e sua inserção na era do capital busco compreender o papel da
Armada Nacional nas relações que o Estado brasileiro passar a desenvolver
nas décadas de 1850 e 1860 na Amazônia, tendo como foco os acordos com
países ribeirinhos e o desenvolvimento de uma navegação comercial na bacia
Amazônia. Diante destes eventos minha pesquisa busca desenvolver uma
investigação sobre a função que a Armada ocupou nesse cenário. Com o
aumento da navegação na região as tensões que eram observadas
anteriormente começaram a se intensificar dentro da fronteira do império,
levando, o Brasil a desenvolver uma política para região que levasse em conta
os problemas dessa abertura do Rio Amazonas. O primeiro momento onde
observamos isso é no acordo Brasil – Peru que levou a uma serie de incidentes
diplomáticos e permitiu que países que não faziam parte da região buscasse
ganhar vantagem com esses, criando uma preocupação com as fronteiras
nacionais que estavam ainda em definição. Em minha analise utilizo o seguinte
corpo documental: relatórios de relações exteriores, relatórios dos
governadores, jornais, relatórios da Marinha, Diário de bordo.

Palavras-chave: Armada Nacional; Império Brasileiro; Rio Amazonas.

MARINHA IMPERIAL VERSUS CABANAGEM: O CONFLITO NA AMAZÔNIA

William Gaia Farias (UFPA)

Proponho discutir a atuação da Marinha Imperial na repressão à Cabanagem,


ocorrida na década de 1830, na região amazônica, onde o predomínio fluvial
exigiu cuidados especiais nos momentos de deslocamento de tropas,
sobretudo em um período no qual o quantitativo de embarcações de guerra era
incipiente e inexistia uma unidade especializada voltada aos navios, como a
Flotilha do Amazonas que fora criada somente em 1868. A pesquisa em
questão procura identificar as estratégias empregadas pela esquadra imperial
no mar, rios, paranás, furos e igarapés nos momentos da luta ribeirinha,
possibilitando também compreender as estratégias dos cabanos em seu
território. Contudo é possível identificar a capacidade bélica das forças
envolvidas legalistas e cabanas, principalmente no que se refere aos
armamentos e embarcações, já que se trata de condições efetivas de
deslocamento de tropas e de questões de eficiência nas ações em áreas de
rios e matas que muitas vezes se tornaram grandes obstáculos aos
marinheiros vindos de outras regiões. A pesquisa priorizou a análise de
relatórios de presidentes de províncias, relatórios de agentes do poder imperial
civis e militares, correspondências oficiais e principalmente uma obra rara que
trata das ações da Marinha Imperial contra a Cabanagem.

Palavras-chave: Marinha Imperial; Cabanagem; estratégias; Amazônia.


29/08 (quinta-feira) – sala 468 (Centro de Estudos
Sociais Aplicados)
A ESTABILIZAÇÃO DO HAITI: IMPACTO DAS FORÇAS ARMADAS
BRASILEIRAS ENTRE 2004 E 2017

Emerson do Prado Oliveira (UFPR) e Henri Francis Ternes de Oliveira (UFPR)

O Brasil participa das operações de paz da Organização das Nações Unidas


(ONU) desde 1947. Nestes 70 anos, o país integrou diversos contingentes,
enviando mais de 40 mil militares brasileiros, empregados na busca de
soluções de conflitos internacionais. Entretanto, a Mission des Nations Unies
pour La stabilisation en Haïti (MINUSTHA) foi a missão que teve mais projeção
midiática, em virtude de farta cobertura jornalística. A proposta deste trabalho,
que já está sendo desenvolvido no curso de Mestrado Acadêmico em História
da UFPR, pretende confrontar as manchetes jornalísticas e os dados oficiais do
Exército Brasileiro com as experiências de haitianos e militares veteranos da
MINUSTAH que vivenciaram estas operações. O objetivo é identificar
disparidade entre as notícias e os relatos pessoais de quem esteve em solo
haitiano. A análise histórica das ações de segurança empreendidas pelo
Exército Brasileiro na capital haitiana (entre os anos de 2004 e 2017) será
realizada com base nos eventos noticiados pela imprensa brasileira (através do
caderno Mundo do jornal Folha de S. Paulo e pelos jornais Gazeta do Povo e O
Globo), assim como das matérias divulgadas pelo Portal Brasil, veículo
midiático do governo federal. Também serão entrevistados militares
participantes das forças de paz e cidadãos haitianos.

Palavras-chave: Exército Brasileiro; Forças de Paz; Haiti.

UMA ABORDAGEM DO ETHOS MILITAR: AS DIFERENTES VISÕES


SOBRE OS VALORES CASTRENSES

Fabio da Silva Pereira (UNIVERSO)

O artigo objetivou verificar possíveis mudanças na maneira de ser e de pensar


dos militares formados pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) na
década de 1990. Para isso, a pesquisa contará com o acesso a entrevistas,
documentos internos do Exército Brasileiro (EB), além da bibliografia disponível
para a temática do ethos. Para isso, abordou-se a conceituação do ethos no
discurso partindo da Retórica de Aristóteles e das contribuições teóricas de
Dominique Maingueneau e Ruth Amossy. Como resultado, o Exército Brasileiro
investiu tempo e recursos para adequar o oficial ao novo perfil desejável, onde
algumas missões que não eram da responsabilidade exclusivamente militar,
foram adicionadas. Em consequência da atenção dada à criação de novos
dispositivos e artefatos, o cadete passou a receber um tratamento mais rígido e
sob um controle mais fechado. Assim, a boa imagem causada pela atitude
desejável do cadete pode contribuir para causar a boa imagem da instituição
perante a opinião pública, reforçada pela disciplina acadêmica e pelas ações
institucionais de comunicação social.

Palavras-chave: ethos militar; educação militar; análise do discurso.

EXÉRCITO E RELIGIÃO: AS CONSEQUÊNCIAS DE UM REGIME


CONFESSIONAL NA INSTITUIÇÃO MILITAR LIBANESA

Karime Ahmad Borraschi Cheaito (UNESP-Marília)

A presente pesquisa visa analisar de que forma o regime político libanês,


pautado no Confessionalismo, influenciou as atuações do Exército Libanês
durante os anos de 1960 e 1970. O Confessionalismo se consolidou no Líbano
através do Pacto Nacional de 1943, elaborado após a conquista da
independência do país. Esse sistema político consiste na divisão dos cargos
políticos e institucionais entre as comunidades religiosas do Líbano, de forma
proporcional, determinando, como obrigatoriedade, que os mais altos cargos de
cada instituição fossem ocupados por um cristão maronita, como a Presidência
e o Comando do Exército. Desde o princípio, essa lógica foi contestada pelos
muçulmanos, que se sentiam injustiçados pela divisão imposta. Com o objetivo
de analisar como o Confessionalismo refletiu no Exército especificamente, tem-
se como foco do estudo os ataques realizados pela Instituição Militar aos
campos de refugiados palestinos durante os anos de 1960 e 1970, ataques
estes identificados pelos muçulmanos como uma representação dos interesses
da classe dominante cristã, deslegitimando a força militar como uma instituição
que representava os interesses da nação. Utiliza-se como referencial
metodológico uma “concepção instrumental”, que analisa as manifestações
militares a partir de interesses de classes, grupos e forças políticas,
demonstrando a existência de uma relação militar-civil.

Palavras-chave: Confessionalismo; Exército; Líbano; Religião.


SIMPÓSIO TEMÁTICO 6 - Gênero, instituições e grupos
armados
Coordenadoras: Rosemeri Moreira (UNICENTRO) e Andrea
Mazurok Schactae (IFPR)
27/08 (terça-feira) – sala 469 (Centro de Estudos Sociais
Aplicados)

A DINA DO ARAGUAIA: ENTRE MITOS E ROMPIMENTOS


Ary Albuquerque Cavalcanti Junior (UFGD)

Nos últimos anos a historiografia brasileira passou por mudanças profundas no


trato com as diferentes fontes e metodologias de análise, com isso, muitas
personagens até então esquecidas passaram a fazer parte de discussões
importantes no cenário social brasileiro. Nessa perspectiva, estudos em voga
da Guerrilha do Araguaia saíram do preâmbulo político e passaram a
apresentar quem foram os envolvidos e suas trajetórias. A partir desse
contexto, o presente estudo busca apresentar ainda que brevemente a atuação
de Dinalva Oliveira, conhecida como Dina do Araguaia, única mulher a fazer
parte da guerrilha e que chegou a se tornar Subcomandante de um
grupamento. A partir dessa comunicação buscamos fazer uma reflexão acerca
da presença da mulher na historiografia brasileira no tocante aos eventos
ocorridos ao longo do século XX tendo como foco a participação das mulheres
no combate denominado Guerrilha do Araguaia. Além disso, buscamos
problematizar a visão que as forças de repressão exerciam sobre as mulheres
e como seus atos transgrediam uma cultura machista que predominava tanto
do lado partidário como do Estado.

Palavras-chave: Guerrilheira; Araguaia; política; gênero.

MULHERES, VIOLÊNCIA E MASCULINIDADE NO LIVRO “A COLUNA DA


MORTE” (1926)

Caroline Tecchio (UNICENTRO-UNIOESTE)

As representações produzidas por João Cabanas em seu livro A Coluna da


Morte (1926) sugerem uma análise que leve em conta as discussões sobre
gênero. O líder tenentista combateu no Levante Paulista de 1924 e se destacou
pelo uso de estratégias militares audaciosas, principalmente a frete da Coluna
da Morte, uma subdivisão da Coluna Paulista que existiu desde a retirada dos
rebeldes da capital paulista até meados de 1925. Em seu texto autobiográfico,
Cabanas constrói um discurso de masculinidade ao narrar a si mesmo como
um líder audacioso, um homem justiceiro e que não se furtava de fazer uso da
violência para aplicar o seu senso de justiça. Além disso, aborda crimes de
estupro ou tentativas de estupro praticados por seus soldados subordinados,
crimes esses punidos com fuzilamentos. Nas diferentes circunstâncias
narradas, o discurso do autor produz representações sobre as mulheres, sobre
masculinidade e ajustam fatos com o pensamento político que o defende.

Palavras-chave: João Cabanas; mulheres; masculinidade; violência.

NOTAS SOBRE “O QUE É SER UMA POLICIAL MILITAR”: UMA


DISCUSSÃO NO CAMPO DA PSICODINÂMICA DO TRABALHO

Daniela Cecilia Grisoski (UEL)

O presente trabalho é parte de uma dissertação de mestrado que está em


andamento, cujo objetivo principal é delinear e analisar as vivências subjetivas
de mulheres policiais militares atuantes em um Batalhão de um município do
estado do Paraná. Como recorte desta dissertação, aqui traçamos uma linha
de análise referente às respostas das três primeiras participantes da pesquisa
à uma pergunta primordial: “o que é ser uma policial militar?”.
Metodologicamente, este trabalho foi desenvolvido através de um viés do
campo denominado Psicodinâmica do Trabalho. Além disso, o texto também
refere-se a uma produção sobre os estudos de gênero, visto que abordou
perspectivas sobre como a questão de gênero é organizada dentro da Polícia
Militar, tendo como ponto de partida trechos das entrevistas realizadas. A partir
desta análise, puderam ser identificados vários aspectos da constituição
subjetiva de mulheres policiais, compreendendo, dessa forma, que a identidade
das entrevistadas condiz com suas vivências laborais. Estudos como este
possuem relevância no que diz respeito a questão da visibilidade do trabalho
de policiais militares, nesse caso, dando importância às mulheres policiais.

Palavras-chave: Processos de subjetivação; Polícia Militar; gênero;


Psicodinâmica do Trabalho.
VIOLÊNCIA, AUTORIDADE E VIRILIDADE ENTRE OS POLICIAIS DE
PORTO ALEGRE (FINS DO SÉCULO XIX)

Giane Caroline Flores (UNISINOS)

O trabalho apresentado trata-se de um estudo ainda em fase inicial de


desenvolvimento que tem como objetivo analisar as forças policiais da cidade
de Porto Alegre/RS no final do século XIX, a partir de uma perspectiva de
gênero. Pretende-se analisar como as noções de masculinidade e virilidade
norteavam a ação destes sujeitos. Pensando que “ser homem”, neste período,
estava ligado a concepções pautadas na força viril, na defesa da honra e na
demonstração da masculinidade; entre os policiais, vestidos com o prestígio e a
autoridade que a farda lhes concedia, tendiam a expressar de forma ainda mais
intensa estas concepções. Dito isso, os objetivos do trabalho consistem em
analisar a influência destes ideais de masculinidade e virilidade no
comportamento policial a partir de aspectos envolvendo violência, dominação,
defesa da honra, abuso de autoridade, entre outras situações presentes não só
durante o exercício do trabalho policial, como também nos momentos de lazer
e sociabilidade destes sujeitos, em suas relações com as pessoas que
deveriam reprimir, com as mulheres, com soldados e com seus próprios
colegas de farda.

Palavras-chave: Gênero; polícia; masculinidade; autoridade; violência.

MULHERES CONTRA MULHERES, CORPOS CONTRA CORPOS: POLÍCIA


MILITAR DO PARANÁ E O MOVIMENTO DAS ESPOSAS

Henri Francis Ternes de Oliveira (UFPR) e Emerson do Prado Oliveira (UFPR)

O trabalho em questão versa sobre um evento ocorrido no ano de 2001 durante


a greve dos policiais militares do Paraná, conhecida como “Movimento das
Esposas”. O movimento como um todo pode ser considerado um objeto de
estudos extremamente valioso para as ciências humanas no que tange as
relações de gênero e militares, uma vez que foi protagonizado e liderado pelas
esposas dos policiais. Este fato revelou diversas implicações e contradições da
instituição militar. Entretanto, neste artigo iremos nos concentrar em um evento
específico ocorrido durante a greve. Trata-se da ordem de retirada das
mulheres acampadas na entrada do QG da PMPR. A execução desta ação, o
contanto físico da tropa feminina com as esposas acampadas em protesto é
muito revelador tanto das relações da PM com as mulheres da corporação
como com as mulheres de “fora da instituição”. O artigo pretende portanto,
problematizar essas relações do ponto de vista das mulheres policiais e das
mulheres em protesto.

Palavras-chave: Polícia Militar; mulheres; movimento grevista.

AS “PANTERAS ENTRARAM EM CENA”: A HISTÓRIA SOBRE O


INGRESSO DE MULHERES POLICIAIS MILITARES NOS JORNAIS DO
PARÁ A PARTIR DA DÉCADA DE 1980
Jesiane Calderaro Costa Vale (UFPA)

Neste trabalho, apresento a trajetória da mulher em âmbito da Corporação


policial militar no Pará, desde a criação do primeiro pelotão feminino em 1982,
nos jornais publicados no estado. A imprensa escrita apontava para o
melhoramento da imagem e humanização da corporação, positivando a
desenvoltura feminina no policiamento com crianças, idosos, nos logradouros
públicos, atribuindo às mulheres policiais, a disciplina, graciosidade, beleza e
força. Em contrapartida, existem relatos sobre as relações interpessoais nos
quarteis, como permeadas de preconceitos, discriminações, desigualdades,
violência simbólica e dominação masculina, que podem ser analisadas à luz
das acepções de Pierre Bourdieu. Na década de 1980, por ser incomum, a
admissão das mulheres policiais, adotou-se o modelo do gênero masculino,
como forma de gerenciar o padrão feminino das atividades de policiamento, e
criou-se expectativas de um ethos comportamental diferenciado, com
fiscalização e rigor sobre o padrão do uniforme, corte de cabelos, tamanho das
unhas, uso de maquiagem e joias, controle sobre o estado civil, a gravidez,
amizades. etc. Posteriormente, o trabalho policial, compreendido como tarefa
eminentemente masculina, teve a partir da inserção feminina, outra dinâmica
intra e intercírculos, provocando reflexões, adaptações e mudanças, nas
diretrizes e regulamentos institucionais.

Palavras-chave: Mulheres; jornais; Polícia Militar; Pará.

ASSÉDIO MORAL E INSTITUIÇÕES MILITARES: O PERCURSO DA


VIOLÊNCIA SUBJETIVA

Joana Darc do Carmo Lima (FCC)

O assédio moral nas organizações sociais surge em diferentes espaços


laborais e tendem a se acentuar a partir da fragmentação social e econômica.
Nas organizações militares emergem, principalmente pela ausência de diálogo
e falha na percepção de alteridade nos relacionamentos, fundamentadas nas
teorias de Buber e Levinas. A pesquisa realizada envolveu análise na
percepção de 06 (seis) policiais feminino sobre o assédio moral no trabalho, no
período de março a junho de 2017, na região metropolitana de Belém. A
abordagem qualitativa permitiu compreender que a fragmentação social acirra
os conflitos nas relações interpessoais, afetando a saúde física e psicológica
dos indivíduos e trazendo prejuízos para o desenvolvimento emocional das
pessoas e incentivando o aumento dos casos de assédio moral nas
organizações militares. A partir de uma abordagem transdisciplinar
apresentamos sugestões que possibilitem a transformação das relações
sociais, reforçando valores éticos que estimulem a reflexão e diálogo sobre
nossas interações sociais.

Palavras-chave: Assédio moral; policiais femininos; perda da percepção da


alteridade; valores morais.

O(S) FEMININO(S) EM INSTITUIÇÕES ARMADAS NA AMÉRICA LATINA:


BRASIL E CUBA

Andréa Mazurok Schactae (IFPR)

O presente texto é uma reflexão sobre a construção de um ideal de


feminilidade nos espaços das armas e é uma adaptação de um texto publicado
na Revista Dimensões (2016). Sendo assim, busca-se iniciar uma reflexão
sobre a feminilidade hegemônica e o espaço das armas na América Latina,
observando como estudo de caso as imagens de mulheres em instituições
armadas no Brasil e em Cuba, nos anos de 1970 e 1980. Para a análise das
imagens são utilizados periódicos publicados em Cuba e no Brasil, cuja análise
é pautada na categoria gênero e nos conceitos de masculinidade hegemônica
e feminilidade hegemônica.

Palavras-chave: Feminilidades; masculinidades; instituições armadas.

HEROÍNAS, GÊNERO E GUERRAS: O FEMININO DE PERIÓDICOS


MILITARES (1942-1945)
Rosemeri Moreira (UNICENTRO)

Esta pesquisa é uma reflexão sobre a concepção de feminino(s) e de heroínas


militares, presente na imprensa militar, no período de 1942-1945. Da véspera
ao fim da participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial, analiso as reportagens e
notícias referentes a mulheres, de forma indireta ou direta, publicadas nas
seguintes revistas militares: A Defesa Nacional; Nação Armada e Revista
Militar Brasileira.

Palavras-chave: Gênero; imprensa militar; mulheres.


SIMPÓSIO TEMÁTICO 7 - Historiografia, Memória e
Patrimônio Militar
Coordenadores: Paulo André Leira Parente (UNIRIO), Ianko Bett
(MMCMS), Claudia Bucceroni Guerra (UNIRIO) e Adler Homero
Fonseca de Castro (IPHAN)

27/08 (terça-feira) – sala 471 (Centro de Estudos Sociais


Aplicados)
CARACTERÍSTICAS ARQUITETÔNICAS MEDIEVAIS NAS
FORTIFICAÇÕES BRASILEIRAS
José de Arimathéia Cordeiro Custódio (UEL)

Este trabalho se debruça sobre a arquitetura das fortificações brasileiras, de


maneira geral, com o objetivo de descrever e distinguir características de
origem medieval, caracterizando uma fase de transição no estilo arquitetônico
em direção à Idade Moderna, que já apresentava inovações táticas e
tecnológicas, como o uso de armas de fogo. Fortificações foram construídas
entre os séculos XVI e XVIII, e algumas nem foram projeto de portugueses,
como a Fortaleza de Santa Cruz da Barra, em Niterói, que nasceu francesa.
Muitas nasceram modestas em sua arquitetura. Várias foram erguidas durante
o período da União Ibérica, sob domínio espanhol. Por meio de pesquisa
bibliográfica, aborda a presença destes sistemas defensivos no Brasil e seus
principais elementos arquitetônicos, com destaque para aqueles de origem
medieval. Como recorte temporal, restringe-se às fortificações litorâneas
erguidas no período colonial, sobretudo nos dois primeiros séculos. Igualmente,
defende sua importância como patrimônio arquitetônico, militar, histórico e
cultural do Brasil.

Palavras-chave: Arquitetura militar; fortificações; Idade Média.

A COLÔNIA MILITAR DO AVANHANDAVA (1858) E OS IDEAIS MILITARES


NA OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO PAULISTA

Nilson Ghirardello (UNESP-Bauru) e Daniel Candeloro Ferrari (UNESP-Bauru)

A colonização militar foi um plano realizado pelo império brasileiro, a partir de


meados do século XIX, com o intuito de ocupação territorial em escala
nacional. O governo instalou criteriosamente pequenos contingentes de
soldados-colonos em locais estratégicos, aplicando com muito esforço os seus
recursos financeiros e humanos. Foram duas colônias militares criadas em
território paulista: Itapura e Avanhandava, ambas em zonas ainda não
ocupadas pelo homem branco. O trabalho visa analisar o material textual e
cartográfico coletado em Arquivos Públicos sobre a Colônia Militar do
Avanhandava, especialmente plantas e projetos. O objetivo é demonstrar que
havia um ideal que estava além de ocupar, demarcar, vigiar e proteger o
território; mas principalmente tendo como meta implantar estabelecimentos sob
um projeto racional, cujas bases parecem vir de colônias militares romanas. A
ideia era construir no interior uma cidade planejada, inicialmente de caráter
militar e agrícola, que seria a semente de futuro núcleo civil. Com olhares
voltados para a arquitetura e o urbanismo, o estudo analisa o espaço projetado
(e nem sempre construído), revelando precioso material documental, e
contribuindo para uma nova perspectiva voltada para o entendimento do
cotidiano dessas colônias e de sua concepção espacial, além do discurso
civilizatório que a estrutura.

Palavras-chave: Colonização militar; Colônia Militar Avanhandava; Ocupação


territorial paulista.

O LYCEU DE ARTES E OFFÍCIOS BENJAMIN CONSTANT E A ATUAÇÃO


DE MILITARES NA FORMAÇÃO DE TRABALHADORES

Lucas Ayres Cardoso (UFPA)

A pesquisa objetiva compreender o funcionamento e as diretrizes adotadas no


Lyceu de Artes e Offícios Benjamin Constant que funcionava de 18:00 as 21:00
horas, escola que teve sua justificativa de criação por ser voltada a formação
dos trabalhadores e de seus filhos, no período de 1891 a 1897. A referida
escola foi criada pela Sociedade Propagadora de Ensino que tinha a frente o
oficial do Exército Brasileiro e governador do Estado do Pará, Lauro Nina Sodré
que recebeu formação na Escola Militar da Praia Vermelha nos anos finais da
Monarquia, tornando-se engenheiro militar que militou pela República, sendo
membro da “mocidade militar”. Tendo como base a trajetória de Lauro Sodré,
idealizador do Lyceu Benjamin Constant e a presença de outros militares
atuando, procuro compreender as seguintes questões: até que ponto as
diretrizes seguidas nesta instituição de ensino foram influenciadas pela
formação militar e em quais dimensões isso é possível ser percebido? Qual a
compreensão que um governador militar de grande referência na história da
República tinha para a formação de trabalhadores e seus filhos? Na
perspectiva de responder estes questionamentos utilizei o método descritivo e
exploratório a partir da análise e cruzamento das informações obtidas na
documentação pesquisada, como as obras raras e periódicos do acervo do
CENTUR e de legislação, currículos e outros documentos do acervo do Arquivo
Público do Estado do Pará.

Palavras-chaves: Lyceu Benjamin Constant; formação; militares; Belém.

NOTAS SOBRE A CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA HISTORIOGRÁFICA


NO TEMPO PRESENTE DA ARMADA IMPERIAL

Edina Laura Nogueira da Gama (DPHDM)

A comunicação tem o propósito de, mediante um estudo de caso sobre a


criação da Biblioteca da Marinha, contribuir para o reconhecimento da memória
social da Armada Imperial enquanto lembranças, vivências e interesses de
grupos e indivíduos, e sua adição a historiografia, numa breve reflexão sobre a
construção de uma cultura histórica nacionalista. Neste processo, observou-se
o surgimento e fomento da conscientização de grupo na Armada Imperial a
respeito da necessidade de uma afirmação da Força, imbricada ao seu
profissionalismo e papel no fortalecimento do Estado Nacional. Assim, as
atividades de uma Biblioteca da Marinha, da Revista Marítima Brasileira, da
criação do Museu Naval, da ordenação dos Arquivos..., e da escrituração de
uma história naval brasileira aconteceram, trazendo ainda memórias
nacionalistas da Guerra do Paraguai, enquanto tempo presente, e mesmo no
pós-guerra.

Palavras-chave: Armada Imperial; cultura; historiografia.

MAR DE IMAGENS: A RELAÇÃO ESTABELECIDA ENTRE EDUARDO DE


MARTINO, A MARINHA BRASILEIRA E AS IMAGENS PRODUZIDAS PELO
ARTISTA NO FINAL DO SÉCULO XIX

Bárbara Tikami de Lima (UNISINOS)

Este trabalho pretende apresentar os resultados da pesquisa de mestrado “Mar


de imagens. A relação estabelecida entre Eduardo de Martino, a Marinha
Brasileira e as imagens produzidas pelo artista no final do século XIX” que foi
desenvolvida no Programa de Pós-graduação em História da Universidade do
Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Em seu escopo mais amplo o estudo
analisou a relação entre Eduardo de Martino, um pintor-marinheiro italiano que
chegou à América do Sul como tenente da marinha de guerra de seu país e
renunciou à carreira militar para se dedicar à carreira artística, a Marinha
Brasileira e as obras de arte produzidas por este pintor-marinheiro no final dos
anos de 1800. Deste modo, ao partir das imagens investigamos a trajetória do
artista no que tangeu à sua inserção nos âmbitos artístico e militar; a
apropriação de suas telas e esboços pela força armada naval; bem como a
maneira que seus quadros repercutiram na imprensa de sua época de
produção e foram associadas à instituição castrense.

Palavras-chave: História da Arte; História Militar; Eduardo de Martino; Marinha


Brasileira; imagens.

28/08 (quarta-feira) – sala 471 (Centro de Estudos


Sociais Aplicados)
A CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA SOBRE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
NO ANIME HOTARU NO HAKA (1988)

Luana Martina Magalhães Ueno (UEL)

A presente pesquisa tem como objetivo analisar a animação Hotaru no Haka


(Túmulo dos vagalumes) de Isao Takahata, estreado em 1988 no Japão. Já no
Brasil, essa produção foi exibida em 2007 durante uma mostra em São Paulo.
A animação relata a história sobre dois irmãos que procuram um local para
viver após a morte de sua mãe, em meio ao Japão arrasado durante a
Segunda Guerra Mundial. O anime é baseado em fatos reais e foi criado a
partir do livro de Akiyuki Nosaka. E assim como diversas produções que
surgem nesse período, busca repensar algumas questões sobre a participação
do Japão na Segunda da Guerra Mundial, como também a própria identidade
dos japoneses e, para além disso, buscam uma construção da memória sobre
esses eventos. Para realizar a análise da animação, metodologicamente
utilizaremos os autores Marcos Napolitano (2011) e, além disso, utilizaremos o
conceito de memória discutido por Michel Pollak (1989) e por Pierre Nora
(1993).

Palavras-chave: Japão; Segunda Guerra Mundial; Guerra do Pacífico; Hotaru


no Haka.
AS RELAÇÕES NO COTIDIANO DA GUERRA: A MEMÓRIA DO CONVÍVIO
DE DOIS GRUPOS DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Priscila Ervin Saval (UNISINOS)

Este artigo propõe, um estudo das memórias das vivências de dois grupos; dos
militares brasileiros e dos civis italianos, no front europeu durante a Segunda
Guerra Mundial, uma vez que, a memória daqueles que vivenciaram, de forma
direta ou indireta, o cotidiano da guerra tornou-se uma cicatriz irreparável, uma
marca impossível de ser apagada. Temos como objetivo compreender, através
das memórias individuais, como se estabeleceram as relações entre os
integrantes destes grupos, durante a atuação da FEB no front europeu.
Utilizamos como fontes fotografias e entrevistas que foram analisadas diante
das metodologias propostas por Ana Maria Mauad e Alessandro Portelli. A
problematização destas memórias fez com que compreendêssemos outra face
da atuação brasileira no front italiano, não apenas como força militar, mas de
auxílio mútuo e generosidade.

Palavras-chave: Memória; cotidiano; Segunda Guerra Mundial.

A FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA NO MUSEU MILITAR DO CMS:


HISTÓRIA, MEMÓRIA E OS USOS DO PASSADO NA EXPOSIÇÃO
MUSEOLÓGICA

Ianko Bett (MMCMS)

O tema da Força Expedicionária Brasileira (FEB) vem sendo, desde pelo


menos os anos de 1960, constantemente utilizado pelo Exército Brasileiro
como um aspecto privilegiado na produção e divulgação de sua imagem
institucional, através da oficialização de datas comemorativas, nas quais a
“Tomada de Monte Castelo” é a principal; no constante apoio e integração
entre o Exército e as associações de veteranos; na produção de documentos,
tendo como destaque a publicação da “História Oral do Exército na Segunda
Guerra Mundial”, além de pequenas notas e inserções midiáticas sobre o tema
em diversos canais de comunicação social utilizados pela Instituição. Além
disso, há os espaços de memória das organizações militares de todo o país e
os museus militares, locais em que a temática é bastante trabalhada, tendo em
vista a herança material e imaterial possível de ser encontrada nesses
espaços. O Museu Militar do Comando Militar do Sul (MMCMS), desde sua
fundação (maio de 1999), vem apresentando o tema em diversas exposições
(curta, média e longa duração), sendo mais um partícipe nesse conjunto de
atores que buscam, em maior ou menor intensidade, comunicar a história e
memória dos ex-combatentes brasileiros, bem como da participação brasileira
no conflito. É nesse aspecto que se insere o objetivo principal desta
comunicação: analisar o conteúdo das exposições sobre a FEB realizadas pelo
MMCMS. Para isso, no primeiro momento, o esforço será no sentido de
verificar a intensidade e periodicidade com que o tema esteve presente nas
exposições do Museu, procurando evidenciar quais os aspectos e sentidos de
historicidade mais privilegiados nas narrativas expositivas. Na segunda parte,
serão objetos específicos de estudo os postulados teórico/metodológicos que
nortearam a produção discursiva das exposições, tratando de verificar
possíveis rupturas ou continuidades na forma com que a instituição
museológica, ao longo de seus vinte anos de existência, vem fazendo uso do
passado da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial.

Palavras-chave: Força Expedicionária Brasileira; Museu Militar do Comando


Militar do Sul; Segunda Guerra Mundial.

HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA AÉREA COMO INSCRIÇÃO E INSTRUMENTO


DA GUERRA: O CASO DE AUSCHWITZ SEGUNDO HARUN FAROCKI

Claudia Bucceroni Guerra (UNIRIO)

No documentário “Imagens do mundo e inscrição da guerra” (1988), o cineasta


alemão Harun Farocki narra o episódio em que aviões norte-americanos, em
abril de 1944, fotografaram uma região da Polônia, país ocupado pela
Alemanha nazista, à procura de fábricas de armamentos. No entanto, os
militares aliados não perceberam que, dentre as diversas fotografias aéreas,
havia registros do campo de concentração de Auschwitz. Tais registros teriam
sido ignorados, segundo Farocki, porque o objetivo era encontrar e destruir
fábricas. O campo de concentração estava lá na fotografia, mas ficou invisível
até 1977 quando dois funcionários da CIA decidiram pesquisar as imagens nos
arquivos. O objetivo deste trabalho é apresentar um histórico das fotografias
aéreas como fonte de pesquisa na história militar e da guerra baseado no
cinema de Harun Farocki, buscando nessas imagens um protocolo do que se
busca ver em oposição do que possível ver.

Palavras-chave: Fotografia aérea; Auschwitz; guerra; Harun Farochi.


AS REPRESENTAÇÕES DOS MILITARES NA GRANDE MÍDIA: MORAL E
“ALTOS VALORES” COMO INSTRUMENTO LEGITIMADOR DO GOLPE DE
1964 E SEUS ABUSOS

Fernando Miramontes Forattini (PUC-SP)

Buscamos analisar uma importante questão sobre os mitos e narrativas que


pairam sobre os militares, especialmente no caso brasileiro, difundido por
grande parte da imprensa na época (1964) e, em muitos casos, também,
hodiernamente: de que os militares seriam pessoas possuidoras de uma moral
e valores acima das pessoas comuns e, por isso, dotados de capacidade
“regeneradora” do Estado, quando este se encontra em “degeneração”,
legitimando, assim, a intervenção. Visamos compreender este discurso e de
onde vem esta concepção, presente também na memória coletiva de muitos
grupos da sociedade brasileira, e de como ela é representada, apoiada e
difundida. Para isto, iremos analisar a importância da profusão desta narrativa
para a legitimação do golpe de 1964 e do governo de Castelo Branco em que
boa parte (incialmente, quase a totalidade) da grande mídia brasileira o apoia –
mesmo em relação às denúncias que irão contrariar essa “moral superior”,
como abusos em IPMs, torturas e casos de corrupção. Utilizaremos dois dos
mais influentes jornais da época, um paulista e outro carioca: O Estado de S.
Paulo e O Globo. Bem como veremos como OESP irá utilizar esta mesma
narrativa para deslegitimar Castelo ao retirá-lo desta concepção altaneira de
um ethos militar.

Palavras-chave: Moral; narrativas históricas; representações; mídia; militares.

OS DESTINOS DO PATRIMÔNIO CULTURAL MILITAR


Adler Homero Fonseca de Castro (IPHAN)

As políticas governamentais de proteção ao patrimônio cultural no mundo


moderno tiveram suas origens em questões militares, voltadas para a
mobilização das sociedades para combater inimigos externos, a criação do
Louvre, na França, em 1793, no contexto da Revolução Francesa é
considerada como um marco inicial desse processo. Durante o século XIX, a
questão da preservação do patrimônio imaterial, ou talvez a criação de um,
somou-se ao processo, com o movimento do Romantismo na literatura. No
Brasil houve ações modestas no campo de preservação, cremos que por falta
de uma compreensão de quais seriam as funções ideológicas da preservação,
uma situação que se alterou no governo Vargas (1930-1945), quando foi
implantada uma política governamental para a área da cultura, abordando os
mais diferentes campos da cultura. Essa situação mudou depois do final da
Segunda Guerra Mundial, não só devido à problemas internos, como devido a
conjuntura internacional. Hoje em dia é necessário se rediscutir toda a questão
os objetivos dos órgãos de preservação cultural, especialmente os com
acervos de origem militar, face a um mundo bem diferente daquele que deu
origem a proposta dessas entidades.

Palavras-chave: Preservação do patrimônio cultural; História da preservação;


políticas públicas; museus militares; mobilização nacional.
SIMPÓSIO TEMÁTICO 8 - A guerra e as instituições
militares no século XIX
Coordenadores: Leandro José Clemente Gonçalves (IFSP) e Braz
Batista Vas (UFTO)

27/08 (terça-feira) – sala 472 (Centro de Estudos Sociais


Aplicados)
SOMOS DA PAZ, MAS NÃO É FÁCIL: O ESTRESSE EMOCIONAL EM
MISSÕES DE PAZ

Angela Nogueira Neves (EsEFEX)

A origem das operações de paz da Organização das Nações Unidas (ONU)


remonta ao ano de 1948, quando o Conselho de Segurança autorizou o envio
de observadores militares para o Oriente Médio. Desde então, foram mais de
70 missões realizadas, com envolvimento de pessoal de mais de 120 países. A
ONU define as missões de paz como operações que têm por objetivo ajudar os
países a percorrerem o difícil caminho do conflito para a paz. Nesse processo,
em um contexto ampliado, as missões de paz da ONU têm três funções
centrais, a saber: 1) criar um ambiente seguro e estável, enquanto fortalece a
capacidade do Estado de promover segurança, com total respeito às leis e aos
direitos humanos; 2) facilitar o processo político local e 3) proporcionar uma
estrutura capaz de assegurar a todos os atores internacionais das Nações
Unidas e outros órgãos o exercício de suas atividades no nível nacional de
maneira coerente e coordenada. O Brasil já participou de 47 operações de paz,
individuais e de tropa, estando presente nesse cenário desde 1948 – com um
período de ausência entre 1964 e 1985. Até o ano de 2017, o país já havia
empregado cerca de 50.000 militares, policiais e civis. Apesar de ter enviado
tropas em outras missões de paz – como em Angola (1991), Moçambique
(1993) e Timor Leste (1999) – nenhuma participação anterior se compara ao
engajamento brasileiro no Haiti (MINUSTAH), no período compreendido entre
2004 e 2017. A experiência Brasileira na MINUSTAH pode ser dividida em
quatro momentos: “(i) 2004/2005: ambientação, engajamento inicial e
reordenamento da estrutura operacional e treinamento; (ii) 2005/2007:
pacificação; (iii) 2007/2009: consolidação da pacificação; 2009/2010: terremoto;
e (iv) 2010/2017: recuperação pós-terremoto e retorno do país à normalidade.
As atividades militares executadas pelas tropas Brasileiras na MINUSTAH,
foram autorizadas de acordo com o Capítulo VII, utilizando força letal quando
necessário. O imprevisível revés sofrido com o terremoto de 2010 representou
um grande desafio, pois literalmente colocou por terra grande parcela do
trabalho realizado até então, expondo a fragilidade do Estado e da população
haitiana frente à catástrofe. Essa situação proporcionou aos militares uma larga
experiência pessoal e profissional frente às dificuldades impostas pela missão
e pelo ambiente operacional. A MINUSTAH seguiu até 2017 com reconhecido
sucesso pela comunidade internacional. Mas, apesar do envolvimento
Brasileiro ao longo do tempo em missões de paz, é ainda uma lacuna no
cenário brasileiro a discussão sobre os efeitos das operações de paz, no
período de engajamento e desengajamento da tropa, em termos de saúde
física e mental dos militares envolvidos. Apesar dos objetivos pacíficos,
Missões de paz em áreas caóticas podem ser extremamente desafiadoras e
duras. Os soldados, quase sempre, se defrontam com violência atual ou com
as consequências nocivas de violência passada. Ademais, existem os perigos
à integridade física daqueles envolvidos na missão, incluindo o risco de morte.
Os relatórios atuais indicam que, até 31 de agosto de 2018, houve 3767
fatalidades de peacekeapers, uma evidência de que, apesar de o
estabelecimento e a manutenção da paz serem o objetivo principal, o risco
imediato aos envolvidos no processo é parte do cenário. Apresentaremos a
revisão de literatura com as evidencias sobre estresse e seu manejo em
missões de paz individuais e de tropas Brasileiras, com especial atenção à
MINUSTAH.

Palavras-chave: Promoção da paz; Brasil; estresse; estado da arte.

O CONDE D’EU AS DIFICULDADES LOGÍSTICAS NA CAMPANHA DA


CORDILHEIRA

Braz Batista Vas (UFTO)

A Guerra do Paraguai foi um dos maiores eventos bélicos da América no


transcurso do século XIX. Sua dinâmica político-econômica, batalhas e
contingentes envolvidos não permitiram sua rápida conclusão. Nesse sentido,
este trabalho visa apresentar e discutir alguns aspectos sobre a ascensão ao
comando militar do conde d’Eu (Luis Filipe Gaston de Orleans), as dificuldades
logísticas do conflito em si, especialmente da fase final do conflito, entre 1869 e
1870, destacando mais especificamente a Campanha da Cordilheira. Com a
indicação do Conde d’Eu ao comando das forças brasileiras na Guerra do
Paraguai, de abril de 1869 a 1870, este se depara com a difícil tarefa de
substituir Caxias, reverter à situação de estagnação das tropas em Assunção e
levar adiante a atribulada fase de interiorização das forças militares em
território paraguaio, mediante a premência em finalizar o conflito. Por
conseguinte, é significativo para o debate historiográfico sobre a Guerra do
Paraguai, destacando o brasileiro, a análise e problematização dos eventos
relacionados a Campanha da Cordilheira e a atuação do Conde d’Eu na
mesma.

Palavras-chave: Guerra do Paraguai; Logística; Historiografia; Conde d’Eu;


Campanha da Cordilheira.

OS ESTADOS UNIDOS E AS GUERRAS ESQUECIDAS DO SÉCULO XIX


Débora Jacintho de Faria (UnB)

No final do século XVIII, os Estados Unidos da América (EUA) se tornaram


uma República com o processo de independência e a ratificação da
constituição. A primeira metade do século XIX foi fundamental para a
consolidação desse novo Estado-Nação e para a definição de seu território
continental. Nesse sentido, com o contexto do Destino Manifesto, doutrina que
expressava a convicção norte-americana de ser o povo escolhido por Deus, o
expansionismo militar foi uma das marcas principais desse período. Assim,
essa apresentação pretende abordar duas das chamadas “guerras esquecidas
do século XIX”: a Guerra de 1812, conflito envolvendo os EUA, o Reino Unido e
nativo-americanos, entre 1812 e 1815; e a Guerra contra o México (1846-
1848), responsável pela anexação de boa parte do Oeste dos Estados Unidos.
Tais confrontos foram relevantes para a definição dos Estados Unidos como
Nação e de sua identidade, especialmente cimentada nos princípios do Destino
Manifesto, o que possibilita compreender a potência militar que o país viria a se
tornar no século XX.

Palavras-chave: Estados Unidos da América; expansionismo; Guerra de 1812;


Guerra contra o México.

O CORPO DE POLÍCIA PARAENSE: (RE)ORGANIZAÇÃO, DESAFIOS, E


PROFISSIONALIZAÇÃO EM FINS DO SECULO XIX

Diego Nazareno de Jesus Santos Filgueiras (UFPA)

O final do século XIX aparece na historiografia regional como o marco temporal


de um dos principais ciclos de desenvolvimento econômico e urbano na
Amazônia. Esse cenário é similar as consequências do desenvolvimento
industrial nas principais cidades europeias, em que o progresso trazido pelas
fábricas trazia o consequente amontoar de pessoas em seus arredores, e
colocava como desafio uma nova demanda: a necessidade de controle do
espaço público. O panorama belenense de fins do século XIX dialoga com esse
cenário na medida em que o espaço público passa a ser compartilhado por
diferentes sujeitos, como lugar de lazer, de trabalho, mas também de conflitos
diários, de briga, de jogos, e de policiamento. No atendimento dessa demanda,
a Polícia passa a ser o principal braço do estado no ordenamento do espaço
público. Entretanto, havia uma distância entre o policiamento idealizado e o
policiamento efetivo, na medida em que a efetividade dependia de fatores
como a capacidade das finanças e da burocracia estatal, e das praças ponta de
lança no trato diário com a população. Dessa forma, neste trabalho
buscaremos dar ênfase ao processo de transição da polícia paraense com
vistas a modernização e profissionalização, destacando questões envolvendo
os desafios do recrutamento e instrução, e o perfil social das praças de polícia.

Palavras-chave: Amazônia, espaço; público; polícia; praças.

28/08 (quarta-feira) – sala 472 (Centro de Estudos


Sociais Aplicados)
PROFISSIONALIZAÇÃO E REFORMAS DO EXÉRCITO NOS ANOS 1850:
UMA ANÁLISE DO JORNAL “O MILITAR”
Filipe Santos Rosa (UNESP-Ourinhos)

Dado o consenso existente na literatura acadêmica que aponta a década de


1850 como o principal ponto de ruptura com o padrão de “baixa
profissionalização”, até então vigente nas forças armadas brasileiras, e a
posterior adoção progressiva de um sistema de ascensão hierárquica nas
carreiras militares atrelada à formação escolar especifica, este trabalho se
propõe a analisar a visão dos militares brasileiros em formação neste período
de modernização e profissionalização incipiente do Exército Brasileiro, bem
como as suas propostas, suas preocupações e expectativas para o futuro da
força armada. Para compreender de forma mais aprofundada o processo de
modernização do exército acima citado e obter pistas sobre a visão dos
próprios oficiais em formação sobre as reformas iniciadas após as experiências
da Guerra do Prata (1851 e 1852) em meio ao aprofundamento das tensões
diplomáticas que culminariam na Guerra do Paraguai (1864), foi realizada uma
análise do periódico “O Militar”, devido à sua autonomia e não estando
necessariamente atrelado às posições oficiais do governo da época.

Palavras-chave: Reforma; profissionalização; Exército; periódico.


A REPÚBLICA DO PARAGUAI NA POLÍTICA DE GUERRA DO ESTADO
IMPERIAL NA BACIA DO PRATA (1852-1864)
Jéssica de Freitas e Gonzaga da Silva (CPDOC-FGV)

A proposta da comunicação é analisar a guerra como um recurso do Estado


Imperial para obter seu fortalecimento, no âmbito das relações internacionais
na bacia do Prata, a partir do estudo de caso de suas relações políticas com a
República do Paraguai. Sob arcabouço teórico e metodológico da análise de
discurso, as fontes utilizadas serão documentos oficiais, publicações e
correspondências produzidas por diplomatas brasileiros, entre os quais
destacamos José Maria da Silva Paranhos (1819-1880), visconde do Rio
Branco; Paulino José Soares de Souza (1807-1866), visconde do Uruguai;
José Maria do Amaral (1813-1883) e Duarte da Ponte Ribeiro (1795-1878) com
o objetivo de responder as seguintes problemáticas: porque a guerra era um
instrumento político do Estado brasileiro na bacia do Prata? Em seguida, o
objetivo é responder: Qual era o papel estratégico da República do Paraguai
para o Brasil na dinâmica política regional e como esse país foi alvo desse
instrumento violento? Mediante análise documental de fontes oficiais
produzidas pela Marinha Imperial no século XIX que nos informam sobre a
estratégia naval brasileira para a guerra no rio Paraguai.

Palavras-chave: Paraguai; guerra; Império do Brasil.

TECNOLOGIAS MILITARES NA GUERRA CIVIL AMERICANA (1861-1865)

Leandro Clemente Gonçalves (IFSP)

A presente apresentação visa mostrar como os soldados, federais e


confederados, sentiram o combate durante a Guerra Civil Americana (1861-
1865), mostrando suas experiências e tratando, especialmente, a drástica
mudança nas suas percepções acerca da batalha, apresentando suas
memórias sobre as novas armas resultantes das novas tecnologias industriais
produtos da 2ª Revolução Industrial. Nesta guerra, inovações como o
mosquete e a artilharia raiada, armas de repetição (fuzis, carabinas, revólveres
e metralhadoras), minas terrestres e navais, navios a vapor, submarinos,
ferrovias, balões de observação, telegrafia, impactaram sobre o combate.
Todavia, tecnologias próprias do século XVIII, como o mosquete de alma lisa e
a artilharia lisa ainda cobravam uma elevada conta em vidas humanas. Como
forma de analisar o impacto destas tecnologias no cotidiano da guerra
recorremos aos testemunhos (cartas, diários, artigos jornalísticos) e às
memórias (reminiscências) produzidos pelos combatentes deste conflito, para
mostrar como percebiam a eficiência/ineficiência destas tecnologias.
Palavras-chave: Tecnologia; armamento; guerra.

A IMPLEMENTAÇÃO DA OITAVA REVOLUÇÃO NOS ASSUNTOS


MILITARES NA ARMADA IMPERIAL BRASILEIRA

Leonardo Camargo Rodrigues (EGN)

A Armada Imperial Brasileira foi fundada em 1822, logo após a independência


ser decretada. Ela teve um papel fundamental para a consolidação da
independência do país. Apesar das dificuldades iniciais, que ela enfrentou na
sua fundação, ela conseguiu se desenvolver rapidamente, exercendo um papel
fundamental para a preservação do território nacional. Além disso, a Marinha
Imperial foi capaz de absorver grande parte dos inventos tecnológicos que
surgiram ao longo do século XIX com certa destreza. Desse modo, este
trabalho busca demonstrar como que a Armada Imperial implementou essas
inovações tecnológicas na sua esquadra.

Palavras-chave: Armada Imperial Brasileira; História Naval Brasileira;


Revolução nos Assuntos Militares.

29/08 (quinta-feira) – sala 472 (Centro de Estudos


Sociais Aplicados)
AS RELAÇÕES POLÍTICO-MILITARES NO EMPREENDIMENTO DA
LOGÍSTICA NA GUERRA DA TRÍPLICE ALIANÇA: O CASO DO ARSENAL
DE GUERRA DE PORTO ALEGRE
Paola Laux (UFRGS)

Esta comunicação tem por objetivo apresentar os resultados preliminares


obtidos na pesquisa de mestrado que vem sendo desenvolvida junto ao
Programa de Pós-Graduação em História da UFRGS. Tendo em vista as
atividades logísticas empreendidas pelo Arsenal de Guerra de Porto Alegre,
discutiremos as relações estabelecidas entre a instituição militar e as esferas
políticas e militares, da Província e da Corte. Através da análise de fontes
oficiais produzidas pelo poder executivo provincial, pelo Arsenal de Guerra de
Porto Alegre, pelo Ministério da Guerra, pela Câmara Municipal de Porto Alegre
e pelo Conselho de Estado, buscaremos apontar como estas instâncias
atuaram e/ou se conectaram para suprir as demandas logísticas da Guerra da
Tríplice Aliança. Desse modo, ainda que todas as esferas não mantivessem
relações diretas, este trabalho atenta para as possíveis dinâmicas de
subordinação e dependência existentes entre a instituição militar de Porto
Alegre e algumas das diversas autoridades que se envolveram com o
abastecimento militar durante o confronto contra o Paraguai.

Palavras-chave: Arsenal de Guerra de Porto Alegre; logística; Guerra da


Tríplice Aliança; relações político-militares.

OS PROBLEMAS VENÉREOS E A MEDICINA MILITAR NO CONTEXTO DO


INÍCIO DO SÉCULO XX

Tiago Vicente Penteado Bomfim (UNIOESTE)

Esta comunicação tem por objetivo explanar sobre o lugar da medicina militar
na discussão referente os combates as doenças venéreas no contexto da
Primeira Guerra Mundial. Procuraremos neste trabalho demonstrar que a
medicina militar deixou de ser um conhecimento de interesse interno dos
médicos militares, para tornar-se uma alternativa para se solucionar os
problemas envolvendo o alto número de doentes venéreos, considerados um
grande obstáculo para a construção da nacionalidade nos anos de 1910 a 1920
na Europa e no Brasil. Para isso devemos compreender de que maneira os
exércitos envolvidos neste conflito contribuíram para a ampliação das
propostas higienistas elaboradas pelos médicos militares nestas duas primeiras
décadas do século XX.

Palavras-chave: Doenças venéreas; Exército; higiene.

AS REPRESENTAÇÕES DAS INVASÕES NAPOLEÔNICAS NO ROMANCE


GUERRA E PAZ

João Gabriel Correia (UEL)

Em 1812 quase meio milhão de homens do exército francês caminharam para


Rússia. O objetivo era submeter o tsar Aleksandr I às forças de Napoleão
Bonaparte. O momento foi decisivo para os russos, até então inundados pela
cultura francesa, sendo mais comum ouvir as famílias falarem francês do que o
próprio russo. Desta forma, a invasão francesa será um dos importantes fatores
da sociedade russa para o rompimento com não apenas a cultura francesa,
mas a europeia de maneira geral. O objetivo do presente trabalho analisar tais
mudanças a partir dos eventos da campanha napoleônica na Rússia presentes
no romance histórico Guerra e paz, publicado entre 1865 e 1869 pelo conde
Liev Tolstói. Desta feita, pretendemos analisar os aspectos culturais dos russos
antes e depois da invasão napoleônica e como eles se apresentam no romance
do autor.

Palavras-chave: Guerras Napoleônicas; Guerra e Paz; Tolstói.

IMAGENS FOTOGRÁFICAS DA GUERRA DA CRIMÉIA: FRONTEIRAS


ENTRE AS LIMITAÇÕES TÉCNICAS E OS PROTOCOLOS DO VISÍVEL

Claudia Bucceroni Guerra (UNIRIO)

A narrativa histórica da fotografia situa o conflito entre o Império Russo e a


coligação integrada pelo Reino Unido, a França, o Reino da Sardenha e o
Império Otomano na região da Criméia (1853 – 1856) como a primeira guerra
fotograficamente registrada. A invenção da fotografia data de 1839, quando da
compra da patente de Louis Daguerre pelo governo Francês, criando dois tipos
de desafios para os primeiros fotógrafos: como lidar com as limitações de uma
técnica ainda artesanal e quais seriam as utilidades desse novo meio de
impressão de imagens. O fotógrafo Roger Fenton recebeu do governo britânico
autorização para fotografar a guerra da Criméia e suas imagens são
celebradas como os primeiros registros fotográficos de uma guerra. No entanto,
não há no trabalho de Fenton nenhuma imagem de batalha ou conflito, exceto
a foto “Vale da sombra da morte” de 1855. Alguns historiadores atribuem esse
fato à censura do governo britânico e outros à técnica artesanal e limitante do
colódio húmido como impossibilidade de fotografar com rapidez. Esta
comunicação pretende discutir as limitações e possibilidades dessas duas
abordagens discursivas sobre as fotografias da guerra da Criméia sob a
seguinte questão: Roger Fenton não registrou os conflitos porque a técnica
fotográfica não permitia ou porque ainda não havia um protocolo, uma regra, de
como registrar uma guerra?

Palavras-chave: Guerra da Criméia; fotografia; Roger Fenton.


SESSÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA (PARA
GRADUANDOS)
Coordenadores: Edina Laura Nogueira da Gama (DPHDM) e
Marcello Loureiro (Escola Naval)

27/08 (terça-feira) – Sala de Eventos (Centro de Letras e


Ciências Humanas)
EXÉRCITO E MASCULINIDADE(S): UMA ANÁLISE SOBRE
HOMOSSEXUALIDADE E EXÉRCITO BRASILEIRO
Ingleson Tiago Kinapp (UNICENTRO)

Esta pesquisa tem como objetivo discutir, a partir de uma análise de gênero, e
uma discussão teórica breve acerca dos conceitos de masculinidade(s),
virilidade e militarismo, as narrativas sobre a presença de homossexuais no
Exército Brasileiro, a partir do caso do primeiro casal de sargentos
homoafetivos das Forças Armadas, Laci de Araújo e Fernando Figueiredo que
tornaram público seu relacionamento, tendo sido o caso noticiado na revista
Época no dia 2 de junho em sua edição n° 524 de 2008 e, no mesmo ano
publicado o livro Soldados Não choram: a vida de um casal homossexual no
exército do Brasil, resultado de uma entrevista concedida por um dos cônjuges,
Fernando Figueiredo, ao jornalista Roldão Arruda. Considerando que as fontes
históricas, vestígios sob os quais recaem análises de historiadores/as, contem
simultaneamente representações e informações sobre acontecimentos,
eventos e/ou processos históricos, importando aos historiadores/as analisar
como elas são produzidas, quais a condições da produção, quem as produz, as
intencionalidades, para quem são produzidas, além da análise do dito em si. A
pesquisa se encontrara até a data ainda em andamento, sendo assim não
trazendo uma conclusão, mas uma breve apresentação e discussão.

Palavras-chave: Gênero; masculinidades; militarismo; homossexualidade.

ESTUPRO E GUERRA: VIOLÊNCIA SEXUAL NA BASE MILITAR DE VAL-


DE-CANS, EM BELÉM E RELAÇÕES INTERNACIONAIS ENTRE BRASIL E
ESTADOS UNIDOS

Sarah de Souza Mendes Coutinho (UFPA) e Victoria Sozinho Prado (UFPA)

O trabalho objetiva compreender o crime e as relações político-sociais que


permearam um caso de estupro ocorrido em 1946, no qual a vítima foi uma
jovem de dezesseis anos e o acusado um soldado norte-americano a serviço
na Base Militar de Val-de-Cans, em Belém-Pará. No contexto em questão as
tropas dos EUA se destacaram como principais protagonistas na vitória dos
Aliados contra o Eixo na Segunda Grande Guerra Mundial. Portanto,
procuramos compreender melhor este caso de estupro envolvendo um militar
estrangeiro de tropa destacada no conflito mundial e as reverberações da
relação entre Brasil e Estados Unidos da América no contexto pós-guerra, no
ambiente de uma base militar na região amazônica e a condição social
feminina naquele período. Para analisar estas questões recorremos a
bibliografia especializada de história das relações internacionais, história militar
e da guerra, com destaque aos autores que discutem as ações envolvendo
violências sexuais por militares durante as guerras. Quanto as fontes primarias
pesquisamos os acordos firmados entre Brasil e Estados Unidos, os periódicos
paraenses e como documento principal o processo criminal que trata do caso e
encontra-se no Centro de Memória da Amazônia.

Palavras-chave: Belém; estupro; soldado norte-americano; pós-Segunda


Guerra Mundial.

SONS DA CASERNA: AS MULHERES NAS CANÇÕES MILITARES DO 2º


BATALHÃO DE INFANTARIA E SELVA – PARÁ
Maria Vitória de Oliveira Cardoso (UFPA)

É proposta deste trabalho compreender as representações femininas nas


canções militares cantadas em Belém do Pará nos exercícios de rotina do
Segundo Batalhão de Infantaria e Selva do Exército Brasileiro no tempo
presente. Para o desenvolvimento da temática considerei dois pontos
principais: a construção social de exaltação ao militar e a construção das
imagens femininas nessas canções pelo universo masculino da caserna.
Quanto aos métodos e documentos foram utilizadas fontes orais, observações
sobre o objeto de estudo, sobretudo relacionados ao Treinamento Físico Militar
(TMF), especificamente no momento de corridas diárias e análise das canções
cantadas pela tropa. Com o objetivo de melhor compreender os sentidos,
significados e formas de presença femininas nestes momentos de exercício
militar recorri a bibliografia especializada nos campos da história militar, história
e música considerando a produção, o texto e o contexto e questões de história
das mulheres e relações de gênero.

Palavras-chave: Mulheres; militar; canções; Exército Brasileiro.


AS MASCULINIDADES E UMA METODOLOGIA DE ANÁLISE EM “GUERRA
AO TERROR” E “SNIPER AMERICANO”
Amanda Taéli Rodrigues (UNICENTRO)

Este texto apresenta um projeto que tem como intenção realizar um estudo
comparativo entre duas obras cinematográficas e as noções que elas carregam
sobre as masculinidades. Trata-se de uma pesquisa de iniciação científica em
fase inicial, vinculada ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
Científica (PIBIC), a ser desenvolvido durante Agosto 2019 - Julho 2020. A
primeira das obras que será analisada é “Guerra ao Terror”, dirigida por
Kathryn Bigelow (2008), e a segunda intitulada como “Sniper Americano”,
dirigido por Clint Eastwood (2014). Os longas-metragens trabalham com o
cotidiano de militares durante a invasão militar americana ao Iraque. Nessa
pesquisa será considerado o contexto social dos diretores, uma mulher e um
homem, dialogando com Gênero, Cinema, História do Corpo e com os
conceitos de Estética e Política do filósofo Jacques Ranciére. Considerando
que a pesquisa está em fase preliminar e ainda não há resultados a serem
disseminados, pretende-se, aqui, discorrer brevemente sobre as fontes que
serão analisadas no projeto e a metodologia que será utilizada até então.

Palavras-chave: Gênero; cinema; militarismo.

POLÍTICA E TECNOLOGIA NAS LETRAS MILITARES: A IMPRENSA DA


MARINHA NO SÉCULO XIX

André Alexander Alves (UEL)

A seguinte pesquisa do qual o artigo é fruto visa debater as ebulições no


campo das novas tecnologias surgidas durante o sec. XIX empregadas
especificamente na área naval/militar, as reflexões de ordem política e
organizativa e o debate acerca das condições estratégicas de defesa do pais
que permeavam os meios da marinha imperial. A pesquisa tem como fonte a
produção jornalística voltada e feita pela classe militar no ultimo quartel deste
século, que se traduz na Revista Marítima Brasileira (1881). Precisamente é
analisado o seu primeiro ano de tiragem como publicação institucional, vista
enquanto lugar comum para a discussão das mudanças no campo da
tecnologia, disposição de material bélico, defesa nacional, bem como também
a defesa dos interesses da classe frente ao governo e de sua identidade dentro
da sociedade brasileira. Em suma este trabalho discute a introdução de novas
tecnologias surgidas durante a segunda revolução industrial, seu emprego e
problemática na marinha imperial a partir da mídia impressa produzida no
período.
Palavras-chave: Política; tecnologia; militar; Marinha; imprensa.

VIDA A BORDO: COSTUMES E HIERARQUIA NA CANHONEIRA GUARANY


- AMAZÔNIA (1885-1900)

Matheus Gomes de Lima (UFPA)

A pesquisa tem como objetivo analisar as questões de hierarquia militar na


Marinha de Guerra do Brasil relacionadas a alimentação e bebidas adquiridas
pela Canhoneira Guarany no cotidiano da embarcação. Nesta perspectiva
analisamos os livros de bordo e cruzamos aos dados obtidos nos periódicos da
época, observando tabelas de preços dos produtos no mercado regional, além
da identificação das despesas destinadas a Marinha nos relatórios do
Ministério da Guerra. Na pesquisa também procuramos identificar os gêneros
da dieta alimentar de oficiais e praças, os conflitos culturais e os rituais
relacionados a alimentação na rotina da referida canhoneira. Como principal
referência metodológica utilizamos a noção de paradigma indiciário de Carlo
Ginzburg para investigar as minucias dos documentos, afim de elucidar os
eventos já citados.

Palavras-chave: Marinha do Brasil; Amazônia; alimentação; Canhoneira


Guarany.

MARINHEIROS NO PORTO DE BELÉM: CONFLITOS, AMORES,


SOCIABILIDADE E TROCAS CULTURAIS (1889-1912)

Eduarda Josefa Peixoto Alves (UFPA)

O trabalho objetiva discutir as relações sociais entre os sujeitos que viviam,


trabalhavam ou frequentavam a área portuária de Belém no tempo consagrado
pela historiografia regional como Belle Époque que foi marcado por intensas
transformações urbanas e emergência de valores defendidos por intelectuais e
pela elite regional. Como espaço de grande movimentação de pessoas, cargas
e embarcações a área portuária atraia sujeitos com interesses distintos;
negócios, diversão, músicas, danças, namoros, recepções e despedidas,
dentre outras coisas da vida social e da efervescência cultural. Considerando
este ambiente como cenário de múltiplas relações esta pesquisa prioriza a
compreensão sobre as relações estabelecidas entre e marinheiros nacionais e
estrangeiros, militares e mercantes, trabalhadores portuários e mulheres que
frequentavam este espaço para atividades de trabalho e lazer. Contudo, é
importante destacar que a ênfase da pesquisa não é na prostituição, mas sim
em diferentes dimensões das relações sociais e culturais da vida de homens e
mulheres que frequentavam o porto, sendo a prostituição uma delas. Como
fonte de investigação utilizo jornais, ocorrências policiais, processos criminais,
livros de memórias, literatura, livros de bordo e livros de chegada e saída de
embarcações.

Palavras-chave: Porto; marinheiros; relações sociais; trocas culturais; amores.

28/08 (quarta-feira) – Sala de Eventos (Centro de Letras


e Ciências Humanas)
A CANHONEIRA GUARANY: INSUBORDINAÇÃO, INDISCIPLINA E
PUNIÇÕES (1885-1900)

Deyvisson Cardoso Machado (UFPA)

A pesquisa aqui apresentada enfatiza as ações de insubordinação, indisciplinas


e punições que infringiam o regulamento da Armada Imperial e Marinha de
Guerra (Republicana) relacionadas a ordem hierárquica e legislação
institucional. Com base nisso, pretende-se compreender a vida dos praças na
canhoneira Guarany em sua atuação na Amazônia, suas práticas tidas como
indisciplinas, bem como as execução das punições nas situações acima
destacadas. A atenção voltada para estas questões poderão possibilitar o
entendimento sobre as dinâmicas da vida abordo no tempo de transição da
Monarquia a República e das relações sociais, cultura, hierarquia e
(in)disciplina militar de tropa embarcada. Considera-se também as condições
de vida e dificuldades cotidianas destes “marujos dos rios”. Sendo assim,
priorizou-se como fontes de pesquisa os livros de bordo da canhoneira
Guarany (1885-1900), alguns periódicos da época, tais como jornais e revistas,
além de referenciais teóricos-metodológicos especializados no campo da
História Militar e obras raras.

Palavras-chave: Insubordinação; indisciplina; Armada; Canhoneira Guarany;


Amazônia.
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL NO PARÁ: ANÁLISE DE PROCESSOS DE
HOMICIDIO DO ACERVO DO CENTRO DE MEMÓRIA DA AMAZONIA –
UFPA (1931-1933)

Alan da Silva Dias (UFPA)

A pesquisa ora apresentada tem por objetivo analisar a investigação criminal e


seus métodos em dois processos da 4ª Vara Criminal da Capital do Pará, dos
anos de 1931 e 1933, envolvendo dois casos de homicídios. Assim, procurei
descrever os passos do processo investigativo e suas características, seus
pontos convergentes e divergentes e suas inferências nos processos. Nesta
diretriz a análise considerou referências bibliográficas como aporte
metodológico como no caso do tratamento dado por Carlo Ginzburg ao que
considerou como Paradigma Indiciário, e outras obras relevantes ao
entendimento sobre criminologia, investigação e literatura criminal que de
alguma forma permitem compreender as orientações e práticas da criminologia
do final do século XIX e primeira metade do século XX, que influenciaram nas
investigações, análises de processos e resultados sentenças. Daí a relevância
da obra de Norbert Elias e de estudos da criminologia de Cessare Lombroso,
dos ideais freudianos, e do entendimento sobre a literatura criminal inglesa de
Arthur Conan Doyle e Agatha Christie para compreender a formação estrutural
da investigação dos crimes e os métodos que foram aplicados em ambos os
casos.

Palavras-chave: Investigação criminal; métodos; criminologia; Paradigma


Indiciário.

A JUSTIÇA MILITAR NO PARÁ – 1945 A 1970: CONTRIBUIÇÕES AOS


ESTUDOS DE CRIMES MILITARES COM A DOCUMENTAÇÃO DO CENTRO
DE MEMÓRIA DA AMAZÔNIA

Luana Camila da Silva Rosário (UFPA)

A Justiça Militar no Pará surgiu em 1950, com o intuito de investigar crimes


militares e civis no estado e que antes eram competências do Tribunal de
Justiça. A este respeito proponho apresentar um perfil dos crimes da Justiça
Militar no período de 1950 a 1970 levando em conta 36 processos por mim
catalogados e que se encontram no Centro de Memória da Amazônia CMA -
UFPA. Consoante a estes documentos realizei alguns balanços levantando
dados e fazendo comparações entre os crimes militares encontrados nestes
processos e outros crimes que envolveram militares momento antes da criação
da Justiça Militar, que vão de 1945 a 1950 e que também fazem parte do
acervo do CMA. Para isso, o trabalho foi baseado em leituras especializadas
de história militar, história da justiça e do crime e na análise dos decretos
referentes ao Código Penal Brasileiro e Militar. Além de apresentar o recém-
chegado conjunto documental a pesquisa busca contribuir com os novos
estudos apontando algumas possibilidades de pesquisa.

Palavras-chave: Justiça Militar; Pará; processos; Tribunal de Justiça.

AS REFORMAS CONSTITUCIONAIS DOS GOVERNOS MILITARES: A


CONSTITUIÇÃO DE 1967, A EMENDA CONSTITUCIONAL DE 1969, O AI-5
E AS LIMITAÇÕES À DEMOCRACIA NO BRASIL
Gleisieli Aparecida de Freitas da Luz (UniCesumar) e Mariana Schemberger
Bardi (UniCesumar)

Os governos militares que se iniciaram em 1964 e permaneceram no poder ao


longo de duas décadas no Brasil utilizavam-se de certos artifícios para que
fosse possível a manutenção do regime e o controle social. Para efetivar suas
ações, determinaram reformas constitucionais no intuito de concretizar seus
objetivos políticos, adotando medidas como repressão à oposição política e a
movimentações sociais, censura, controle social e desrespeito a diversas
regras consagradas da democracia, como a liberdade de imprensa e a
liberdade de associação política. Para efetivar as mudanças institucionais que
garantiam a manutenção de seu poderio, os presidentes militares utilizaram-se,
entre outras coisas, de institutos jurídicos, como é o caso da outorga da
Constituição de 1967, da emenda constitucional de 1969 e do ato institucional
número 5. Elaborada de acordo com os intuitos dos militares, a constituição de
1967 formalizava um regime autoritário no Brasil e colocava de lado, de forma
clara e oficial, diversos princípios democráticos. O presente trabalho busca
compreender o relevante papel desses instrumentos legais para a
normalização institucional e tecnocrática das práticas autoritárias.

Palavras-chave: Repressão; censura; direitos fundamentais; carta magna;


governos militares.
A EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA NAS ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE
APUCARANA DURANTE A DITADURA MILITAR ATRAVÉS DA MEMÓRIA
DE PROFESSORES/AS

Felipe Alexandre Correia Guarilha (UEL)

Objetiva-se apresentar no presente trabalho como o regime militar instaurado


em 1964 pretendia formar indivíduos que se adequassem a um novo projeto de
sociedade, mais “conservador”, pois como observa Selva G. Fonseca (1993), o
ensino que já sofria intensas influências sob o viés de se formar o cidadão para
o mercado de trabalho, com o advento do golpe militar em 1964, seus objetivos
estiveram estritamente vinculados ao ideário de segurança nacional e de
desenvolvimento econômico. Neste sentido, o Estado mudou a sua forma de
intervenção sobre todas as instituições, inclusive na área educacional.
Pretende-se, assim, neste trabalho, discutir uma destas mudanças: a
implementação e obrigatoriedade da Educação Moral e Cívica, cujo objetivo
era, essencialmente, moldar o comportamento e convencer a população acerca
das benesses do regime. É possível perceber que os conteúdos transmitidos
aos alunos pelos livros didáticos, eram utilizados de acordo com o contexto
político, econômico e social daquele momento, pois implicava diretamente na
construção do tipo de indivíduo que se pretendia. Portanto, nossa pesquisa tem
como objetivo investigar possível fragmentação da disciplina História assim
como outras disciplinas relacionas à área das ciências humanas, e analisar
através da memória de professores/as como operou a mesma no Município de
Apucarana.

Palavras-chave: Educação Moral e Cívica; História da Educação; ditadura


militar; História Militar.

29/08 (quinta-feira) – Sala de Eventos (Centro de Letras


e Ciências Humanas)
A SEGURANÇA HEMISFÉRICA: COOPERAÇÃO MILITAR BRASIL-
ESTADOS UNIDOS NO PÓS-GUERRA (1944-1945)
Vinicius Marcondes Araújo (UEL)

Este trabalho tem como objeto as propostas e acordos de cooperação militar


firmados entre Brasil e Estados Unidos no imediato pós-Segunda Guerra. Já
nos últimos meses do conflito, os EUA começam a se preocupar com a futura
conjugação de forças mundiais, depositando especial atenção no continente
americano – região fundamental para a garantia da “segurança hemisférica”.
Sob a perspectiva da história das relações internacionais, as fontes de origem
diplomática permitem reconstruir os avanços e transformações nas
negociações e conversações de alto nível entre os dois países. Desta forma,
ao se analisarem as instruções iniciais e as definições de parâmetros e
premissas para a condução das negociações bilaterais e os pareceres e
memorandos consulares, revelam-se os conflitos entre o idealismo/otimismo
das relações militares e o realismo/pragmatismo da ação diplomática. Neste
momento inicial de configuração da ordem mundial pós-Segunda Guerra, as
relações conflituosas e expectativas contraditórias entre os representantes
diplomáticos e os militares já apontam para o futuro papel de segundo plano da
América Latina na ordem bipolar. Oliveira (2015) e Pecequilo (2011) fornecem
os referenciais teóricos e historiográficos do trabalho.

Palavras-chave: Relações Internacionais; Brasil; Estados Unidos; cooperação


militar; Segunda Guerra Mundial.

A SEGURANÇA DOS POVOS INDÍGENAS NAS FRONTEIRAS


AMAZÔNICAS: A ATUAÇÃO POR MEIO DAS FORÇAS ARMADAS E DA
ORGANIZAÇÃO DO TRATADO DE COOPERAÇÃO AMAZÔNICA

Lucas de Lima Pinto (UNESP-Franca)

São conhecidas as dificuldades que circundam a preservação do direito dos


povos indígenas no Brasil, os quais representam parcela expressiva da
população na Amazônia - região compartilhada por outros nove Estados-nação.
A questão torna-se ainda mais delicada quando observamos a presença das
comunidades autóctones em regiões de fronteiras delimitadas na construção
destes Estados, delimitação essa que segue com especial atenção devido a
sua permeabilidade, ao mesmo tempo em que apresentam um local sensível a
ameaças. Desse modo, o projeto de pesquisa tem por objetivo responder a
pergunta de como a segurança destas comunidades tem entrado em pauta em
instituições que não possuem ligação direta com a Fundação Nacional do Índio
(FUNAI), sendo aqui escolhidas as Forças Armadas do Brasil (FFAA) e a
Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). A escolha não é
aleatória, uma vez que as FFAA têm conhecida presença na região e no
patrulhamento de fronteiras, e a OTCA representa a institucionalização do
tratamento de questões compartilhadas entre oito dos países amazônicos.
Diante disso, propõe-se um estudo documental e bibliográfico tendo em vista o
recorte temporal de 1998-2018, do ano de criação da OTCA até o último ano
de vigência de sua última Agenda Estratégica.

Palavras-chave: Segurança; fronteiras amazônicas; povos indígenas.


AS FORÇAS ARMADAS E O COMBATE AO TRÁFICO DE DROGAS NA
TRÍPLICE FRONTEIRA – BRASIL, COLÔMBIA E PERU

Júlia Carvalho Junqueira (UNESP-Franca)

O Brasil, desde os anos de 1960, deixou de ser visto como apenas uma rota
para o tráfico de drogas e se tornou um dos maiores consumidores de cocaína
na América Latina. A facilidade que os traficantes encontram, por meios fluviais
e terrestres, é graças ao ineficiente patrulhamento das Forças Armadas na
área de fronteira. A fronteira amazônica -Colômbia e Peru- possui cerca de
4.639 km de extensão, somado a isso, existe o problema da falta de verba para
a compra de equipamentos e para aumentar o número de operações de defesa
na área. Com isso, facções como o Primeiro comando da capital (PCC) e o
Comando Vermelho (CV) aliado à uma das maiores facções da região Família
do Norte (FDN) disputam o controle da área o que impacta, principalmente, do
estilo de vida da população de Tabatinga, cidade brasileira que faz fronteira
com a Colômbia e Peru, fazendo também a manutenção de um negócio tão
rentável.

Palavras-chave: Tráfico; drogas; Forças Armadas; Brasil; Colômbia; Peru.

FRONTEIRAS BRASILEIRAS E FORÇAS ARMADAS – O IMPACTO DAS


OPERAÇÕES ÁGATA NO COMBATE AO TRÁFICO TRANSNACIONAL DE
ILÍCITOS

Rodolfo Queiroz Sverzut (UNESP-Franca)

A presente investigação tem como objeto de estudo a atuação das Operações


Ágatas no combate ao tráfico internacional de ilícitos na faixa de fronteira do
Arco Norte brasileiro. Assim, pretende-se compreender os impactos dessas
operações na área limítrofe entre o Brasil, Bolívia, Colômbia, Peru e
Venezuela. Nesse viés, o estudo engloba a atuação das forças armadas nas
políticas de segurança interna e defesa externa nessas regiões, por meio das
Ágata, objetivando as investidas estatais na fiscalização e apreensão dos
crimes e tráfico de ilícitos. Concomitante a isso, é de fundamental importância o
estudo das dinâmicas socioeconômicas na faixa de fronteiras, considerando a
forma como o Estado brasileiro tem encarado e delineado, historicamente, as
suas fronteiras pelo viés do desenvolvimento nacional e pela defesa da
soberania. Ademais, a análise das Constituições (tanto brasileiras quanto dos
países fronteiriços), a leitura de trabalhos acadêmicos sul-americanos, a
utilização de bases de dados do Grupo de Estudos de Defesa e Segurança
Internacional (GEDES), os sítios governamentais e o estudo da Estratégia
Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (ENAFRON), compõem o
escopo procedimental desta pesquisa.

Palavras-chave: Operações Ágata; fronteiras; Forças Armadas; tráfico


transnacional; América do Sul.
LINHAS DE ÔNIBUS QUE LEVAM ATÉ A UEL

SAINDO DO TERMINAL CENTRAL:


305 – Campus
307 – Conjunto Avelino Vieira
315 – Columbia

SAINDO DO TERMINAL DO SHOPPING CATUAÍ:


904 – São Lourenço – Terminal Oeste
933 – Terminal Vivi Xavier-UEL

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