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sejam conseqüências unicamente de sanções legítimas, ou


que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram 1.
CRIME DE TORTURA – LEI Nº 9.455/97
Observa-se que a Convenção Contra a Tortura e outras penas define a
(Doutrina, Jurisprudência e exercícios de fixação)
tortura como crime próprio praticado por agente público.

Referida Convenção, em seu art. 2°, estabelece que "Cada Estado


VALDINEI CORDEIRO COIMBRA Parte tomará medidas eficazes de caráter legislativo, administrativo, judicial ou de
outra natureza, a fim de impedir a prática de atos de tortura em qualquer território
Mestre em Direito Penal Internacional pela Universidad Granada - Espanha sob sua jurisdição".
Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo ICAT/UNIDF
Especialista em Gestão Policial Judiciária – APC/Fortium Em 1985, surge a Convenção Interamericana para Prevenir a
Professor de Preparatórios para Concursos Públicos
Tortura, que em seu artigo 1° dispôs: "Os Estados Partes obrigam-se a prevenir e a
Coordenador do www.conteudojuridico.com.br
Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal
punir a tortura, nos termos desta Convenção", vindo também a definir o termo
Ex-analista judiciário do TJDF tortura, no seu art. 2°, como sendo:
Ex-agente de polícia civil do DF Todo ato pelo qual são infligidos intencionalmente a uma
Ex-agente penitenciário do DF pessoa penas ou sofrimentos físicos ou mentais, com fins
Ex-policial militar do DF de investigação criminal, como meio de intimidação, como
vcoimbr@yahoo.com.br castigo pessoal, como medida preventiva, como pena ou
com qualquer outro fim. Entender-se-á também como
COMENTÁRIOS INTRODUTÓRIOS tortura a aplicação, sobre uma pessoa, de métodos
tendentes a anular a personalidade da vítima, ou a diminuir
Muitos anos se passaram desde a criação da Declaração Universal dos
sua capacidade física ou mental, embora não causem dor
Direitos Humanos, firmada em 10.12.1948 até a Lei n° 9.455, de 7 de abril de 1997,
física ou angústia psíquica.
que define o crime de tortura no Brasil. Referida Declaração dos Direitos Humanos
prevê em seu art. V, que "ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou
Na Europa, em 1987 surge a Convenção Européia para a prevenção da
castigo cruel, desumano ou degradante", entretanto não definiu o que seria a
tortura e das penas ou tratamentos desumanos ou degradantes, firmada em
conduta do crime de tortura.
Strasbourg, criando-se um Comitê Europeu com atribuição de realizar visitas nos
estabelecimentos penais dos Estados membros, visando à fiscalização.
Em 1969, foi criada a Convenção Americana de Direitos Humanos, que
em seu art. 5°, 2, dispôs: "Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou
Em 1989, surge a Convenção Sobre os Direitos da Criança, que
tratos cruéis, desumanos ou degradantes". Também não definiu a conduta do crime
também fez referencia ao combate à tortura, determinando em seu art. 37, que "os
de tortura.
Estados partes assegurarão que nenhuma criança seja submetida à tortura nem a
outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes".
Somente com a Convenção Contra a Tortura e outras Penas ou
Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes, firmada em 10.12.1984, em Nova No Brasil, o legislador constituinte de 1988, seguindo os diplomas
York, assinada pelo Brasil em 1985 e ratificada em 1991, foi definido a tortura, no internacionais, já ratificados pelo país, dispôs sobre o tema em dois dispositivos da
seu art. 1° da seguinte forma: Constituição Federal. No inciso III, do art. 5°, determina que "ninguém será
submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante". E no inc. XLIII,
Para fins da presente convenção, o termo 'tortura' designa estabelece que "a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça
qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
pessoa a fim de obter, dela ou de terceira pessoa, mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem", ou seja,
informações ou confissões; de castigá-la por ato que ela equiparou o crime de tortura aos crimes hediondos, terrorismo e tráfico de drogas.
ou uma terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita Assim, apesar de já termos a definição da tortura, nas convenções
de ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou acima mencionadas, não tínhamos o crime de tortura tipificado no ordenamento
outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em jurídico brasileiro, sendo que o Código Penal previa a tortura, apenas como uma
discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou circunstância agravante (art. 61, III, "d"). No entanto a Lei n° 8.069/90, Estatuto da
Criança e do Adolescente - ECA, previa em seu art. 233, o crime de tortura, sem
sofrimentos são infligidos por um funcionário público ou
outra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua
instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência. 1
Ratificado pelo Brasil pelo Decreto n. 40, de 15 de fevereiro DE 1991.
Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos que
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defini-lo, restringindo sua punição apenas para os casos de tortura contra criança ou a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira
adolescente.
pessoa; (tortura prova)
A Lei n. 8.072/90, que define os crimes hediondos, equiparou o crime
de tortura a hediondo, quando em seu art. 2º dispôs: b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; (tortura crime)
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; (tortura racismo)
ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são
insuscetíveis de:
Sujeito ativo - o crime pode ser praticado por qualquer pessoa, portanto trata-se de crime
I - anistia, graça e indulto; comum. No caso de ser praticado por agente público, a lei dá um tratamento especial no § 4°,
II - fiança. punindo com um aumento de pena de um sexto a um terço, além de que a condenação
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida acarretar a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo
inicialmente em regime fechado. dobro do prazo da pena aplicada.
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados
aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de
de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de
3/5 (três quintos), se reincidente. violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. (tortura castigo)
fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no Pena - reclusão, de dois a oito anos.
7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste
artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual A tortura-castigo é crime próprio, pois o sujeito ativo somente poderá ser quem possua
período em caso de extrema e comprovada necessidade. autoridade, guarda ou poder sobre a vítima (pai, tutor, curador, diretor ou funcionário de
hospital, colégio), enquanto que a sujeito passivo, somente pode ser pessoa que esteja sob a
Em 07 de abril de 1997, finalmente o legislador cuidou de definir o autoridade, vigilância, guarda ou poder do sujeito ativo (filho, tutelado, curatelado, internado)
crime de tortura através da Lei n°. 9.455, trazendo algumas variações da tortura,
considerando ainda como um crime comum, admitindo a sua prática por qualquer A tortura-castigo se assemelha o crime de maus-tratos, previsto no CP, art.136, o qual
pessoa, seja particular, seja agente público, este último sendo punido de forma mais dispõe: "expor a perigo a vida ou a saúde da pessoa sob sua autoridade, guarda ou
grave, senão vejamos: vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando de
alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou
inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina". Entretanto, no crime de
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997. tortura-castigo, a lei exige que a vítima seja submetida a sofrimento físico ou mental, com
intensa dor, enquanto que no código penal, não há essa exigência.

Define os crimes de tortura e dá outras § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de
providências. segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não
previsto em lei ou não resultante de medida legal (tortura-castigo).
Art. 1º Constitui crime de tortura:
Comentário: aqui temos outra hipótese de tortura-castigo, praticada por agentes públicos,
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe pois o dispositivo fala em pessoa submetida à prisão ou sujeita à medida de segurança,
sofrimento físico ou mental: assim, trata-se de crime próprio, pois o sujeito ativo somente poderá ser quem detém a
custódia da vítima submetida à prisão ou medida de segurança. Ressalte-se que o sofrimento
por si só, relacionado à privação da liberdade, não constitui tortura, pois é resultante da
medida legal (prisão ou medida de segurança).
O fato de constranger alguém pode desencadear crimes como constrangimento ilegal e
abuso de autoridade conforme abaixo listado: O crime em comento guarda uma semelhança com o crime tipificado na Lei n° 4.898/65
Código Penal - Constrangimento ilegal (abuso de autoridade), no seu art. 4°, b, que dispõe: submeter pessoa sob sua guarda ou
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei, entretanto com ele não se
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei confunde, pois na tortura, a vítima deve ser submetida a um sofrimento físico ou mental,
permite, ou a fazer o que ela não manda: intensa dor, enquanto que no crime de abuso de autoridade, basta que a vítima seja
Lei 4898/65 - Abuso de Autoridade exposta a vexame desnecessário, como por exemplo, exibir presos nus apenas com o fim
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: de humilhá-los.
I - à incolumidade física do indivíduo;
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§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá- II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência,
las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de
2003)
Comentários: responde pelo crime de tortura as pessoas que, tendo conhecimento de sua
prática, omitirem-se, deixando de apurá-los ou evitá-los. Na conduta omissiva de apuração, o No inciso II, temos uma causa de aumento de pena idêntica às circunstâncias agravantes,
responsável será sempre uma autoridade, que seja competente para tanto. Já no caso de se previstas no art. 61, inc. III, "h" do Código Penal: contra criança, maior de 60 (sessenta) anos,
evitar a tortura, o sujeito ativo poderá ser não só a referida autoridade, bem como qualquer enfermo ou mulher grávida. Por se tratar de norma especial, quando da fixação da pena, o
outro pessoa que, de alguma maneira, teria condições de impedir a consumação do delito e juiz deverá abster de considerar tais circunstâncias como agravante e utilizá-las na terceira
que se enquadra em uma das hipóteses do art. 13,§ 2°, do CP: "o dever de agir incube a fase da dosimetria da pena como causa de aumento de pena, atendendo o comando do art.
quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção e vigilância; b) de outra forma, assumiu 61, caput, que dispõe: são circunstância que sempre agravam a pena, quando não
a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco constituem ou qualificam o crime.
da ocorrência do resultado".
III - se o crime é cometido mediante seqüestro.
Em virtude da pena cominada (detenção de um a quatro anos), o delito comporta a
suspensão do processo, previsto no art. 89 da Lei n. 9.099/95, cabendo ainda a substituição No caso do inciso III, crime cometido mediante seqüestro, deve ser considerado o seqüestro
da pena de prisão, por restritiva de direitos, nos termos do art. 44 do Código Penal, desde prolongado, uma vez que o arrebatamento da vítima por uma duração estritamente
que o réu preencha os demais requisitos. necessária para a prática da tortura, ficará absorvida pela tortura.

O crime de omissão tratado no referido dispositivo (§ 2° do art. 1°), não pode se assemelhar a
crime hediondo, pois o legislador cominou pena de detenção, a qual possui o regime semi- § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a
aberto, sendo que o § 7º da Lei de Tortura excepciona o crime de omissão previsto no §2º do
interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
regime inicial fechado.

Comentário: O Código Penal, no seu artigo 92, prevê os efeitos da condenação, entre eles,
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de a perda do cargo, função pública ou mandato eletivo nos crimes praticados com abuso de
poder ou violação de dever para com a Administração Pública, exigindo-se declaração
reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis expressa e motivada do juiz, a aplicação deste efeito. Já a perda do cargo, função ou
emprego público, bem como a interdição para o seu exercício pelo dobro do prazo da pena
anos. aplicada por condenação ao crime de tortura, não depende de declaração expressa, é
efeito automático da condenação. O STJ neste sentido se manifestou:
Comentários: São os casos de tortura qualificada pelo resultado (preterdolosa). Aqui, a lesão
HC 95335 / DF 2007/0280629-7 5ª T. Mini. Arnaldo Esteves Lima
corporal e a morte são conseqüências culposas da tortura. Não são desejadas pelo autor, que
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE TORTURA. ART. 1º, § 5º,
age com dolo no antecedente (tortura) e culpa no conseqüente (lesão corporal grave ou
DA LEI 9.455/97. PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA. EFEITO OBRIGATÓRIO DA
gravíssima ou morte, resultados não pretendidos).
SENTENÇA. NULIDADE. NÃO-OCORRÊNCIA. ORDEM DENEGADA.
1. A perda do cargo público e a interdição do seu exercício pelo dobro do prazo da
Assim, ocorrendo os resultados acima descritos, faz necessário demonstrar que o autor não
pena aplicada é efeito genérico, automático e obrigatório da condenação
quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo. Caso contrário, responderá por tortura
imposta ao paciente, sem que seja necessária fundamentação específica para
simples e lesão corporal grave ou gravíssima, em concurso formal, ou por homicídio
a sua aplicação (art. 1º, § 5º, da Lei 9.455/97).
qualificado pela tortura, art. 121, §2°, III, do CP, conforme a hipótese.
STJ RESP 700.468 [...] 4. A condenação por delito previsto na Lei n° 9.455/97
Ressalte-se que esta qualificadora não se aplica à figura omissiva do §2º. acarreta, como efeito extrapenal automático da sentença condenatória, a perda
do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo
dobro do prazo da pena aplicada. 5. Recurso conhecido, em parte, e improvido.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: (REsp 799.468/AP, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado
I - se o crime é cometido por agente público; em 21.09.2006, DJ 09.04.2007 p. 290)

Comentários: No inciso I, a Lei refere-se a "agente público", sem defini-lo, portanto, a melhor
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia,
solução é considerar a disposição do art. 5° da lei n° 4.898/65, equiparando o conceito de
autoridade como agente público, ou seja aquele que exerce cargo, emprego ou função A anistia é concedida através de Lei Federal, de competência exclusiva (não delegável) da
pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração. União (CF, art. 21, XVII) e privativa do Congresso Nacional (art. 48, VIII da CF), com sanção
do Presidente da República. É lei penal de efeito retroativo que retira as conseqüências de
No caso dos crimes próprios que exigem qualidade especial do sujeito ativo, como sendo alguns crimes já praticados, promovendo o seu esquecimento jurídico. Refere-se a fatos e
agente público (art. 1°, § 1°), essa causa de aumento não deve incidir, sob pena de violação não a pessoas, e por isso, atinge todos que tenham praticado delitos de certa natureza. Pode
ao princípio do ne bis in idem. ocorrer antes ou depois da sentença penal condenatória (anistia própria ou imprópria).
Distingue-se da abolitio criminis (art. 2° do CP), uma vez que nesta a norma penal
incriminadora deixa de existir, enquanto na anistia são alcançados apenas fatos passados,
continuando a existir o tipo penal. A Lei de Tortura não admite a anistia.
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Em relação à Graça, a lei não a admite a sua concessão, ficando omissa em relação ao Essa é uma tendência quando se trata de crimes que violam direitos humanos, sendo que a
indulto, surgindo assim dúvidas se o legislador quis ou não proibir a concessão de indulto. tortura encontra definição no Estatuto de Roma, como crime contra a humanidade.
Isso porque a doutrina define graça como sendo o indulto individual, enquanto que indulto
seria a graça coletiva (ou indulto coletivo). Na verdade o legislador infraconstitucional apenas Ressalte-se que em 2004, através da Emenda Constitucional n° 45, tivemos uma alteração na
acompanhou o legislador constituinte, pois a Constituição Federal, em seu art. 5°, inc. XLIII, Constituição Federal, relacionada à competência para julgamento das causas que envolvem
proibiu a concessão de graça e anistia, para os crimes hediondos, tortura, terrorismo e tráfico direitos humanos, visto que foi acrescido ao art. 109, o inciso V-A, dispondo: "as causas
de drogas, não fazendo nenhuma referência em relação ao indulto. Graça é um termo mais relativas a direitos humanos a que se refere o § 5° deste artigo", são de competência dos
amplo, abrangendo indulto individual e o indulto coletivo. juízes federais (art. 109 caput). E no § 5° dispôs: "Nas hipóteses de grave violação de direitos
humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de
Assim, definimos graça como sendo um benefício individual concedido mediante provocação obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja
da parte interessada, enquanto o indulto é de caráter coletivo e concedido espontaneamente. parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito
Ambos os institutos são concedidos pelo Presidente da República (art. 84, XII da CF), que ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal". Aqui temos
podem ser delegados aos ministros de Estado ou ao Procurador-geral da República e a Federalização dos crimes que violam os direitos humanos, tornando a Justiça Federal a
Advogado-Geral da União (Art. 84, par. único., CF). A CF/88, no art. 84, XII da CF, só tratou competente para julgamento das causas violadoras destes direitos, sendo que o § 5°, foi
do indulto, entretanto no art. 5° XLIII, menciona a anistia e a graça, sendo que a LEP, ao apelidado de incidente de deslocamento de competência, o que vem sendo questionado junto
tratar da graça, o faz como indulto individual (art. 188). ao STF, pela Associação dos Magistrados Brasileiros - AMB, através da ADIn n° 3486,
entretanto o STF, ainda não se manifestou.
Acompanhando os decretos presidenciais de concessão de indulto, que normalmente são
publicados no mês de dezembro de cada ano, percebe-se que o Presidente não tem
concedido indulto para autores de crimes hediondos, por crime de tortura, terrorismo ou Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
tráfico ilícito de drogas. Por fim a faculdade presidencial de conceder indulto pode ser
limitada, não só por dispositivos constitucionais, mas também pela legislação ordinária. Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da
Criança e do Adolescente.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o
Comentário: O crime de tortura praticado contra criança, com a redação da Lei 9.455/97, não
cumprimento da pena em regime fechado. foi abolido, apenas deixou de ser crime pelo Estatuto da Criança e do adolescente, pois o
Em virtude do crime de tortura ser equiparado aos crimes hediondos, faz-se legislador preferiu unificar o tratamento do crime de tortura, aplicando-se a Lei de Tortura.
Infelizmente, o legislador não atentou para o teor do art. 9° da Lei n° 8.072/90 que pune com
necessário a combinação do § 7° do art.1° da Lei 9.455/97, com o § 2° do art. 2° da
maior rigor os crimes hediondos praticados contra criança, ou seja, a tortura contra criança é
Lei N° 8.072/90, para a definição do regime prisional aos condenados por crime de menos grave do que um crime hediondo praticado contra criança, pois no caso da tortura a
tortura, cujo regime inicial será o fechado e os requisitos para progressão de regime Lei n° 9.455/97 prevê no seu art. 1°, § 4°, um aumento de um sexto a um terço.
serão os mesmos dos crimes hediondos, ou seja, após o cumprimento de 2/5 (dois
quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente,
além do bom comportamento carcerário, exigido pela Lei n° 7.210/84.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido INVESTIGAÇÃO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO
HABEAS CORPUS. TORTURA. INVESTIGAÇÃO REALIZADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO, SEM
em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local PARTICIPAÇÃO DA POLÍCIA JUDICIÁRIA. POSSIBILIDADE. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL
POR ATIPICIDADE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE. DELITO PRATICADO POR
sob jurisdição brasileira. POLICIAIS MILITARES PARA CONTENÇÃO DE MOTIM. EXERCÍCIO TEMPORÁRIO DE FUNÇÃO
ATRIBUÍDA À POLÍCIA CIVIL. GUARDA, PODER E AUTORIDADE SOBRE OS DETENTOS, EM
TESE, CONFIGURADA. ORDEM DENEGADA. 1. O Ministério Público, por expressa previsão
Comentários: Temos aqui o princípio da extraterritorialidade, também previsto no art. 7° do constitucional e legal (art. 129, VI, da Constituição Federal e art. 26, I, b, da Lei 8.625/93), possui a
Código Penal, o qual consiste na aplicação da lei brasileira aos crimes praticados fora do prerrogativa de conduzir diligências investigatórias, podendo requisitar diretamente documentos e
território nacional. Assim, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob informações que julgar necessários ao exercício de suas atribuições de dominus litis. 2. O policial
jurisdição brasileira, o Brasil poderá aplicar os dispositivos da Lei de Tortura. militar que auxilia a polícia civil na contenção de rebelião em estabelecimento prisional, durante a
operação, detém, legitimamente, guarda, poder e autoridade sobre os detentos, podendo, nessa
Na primeira hipótese, sendo a vítima brasileira, tem-se o princípio real, da defesa ou condição, ainda que momentânea, responder, em tese, pelo crime de tortura preconizado no art. 1º,
proteção, levando-se em conta a nacionalidade do bem violado, tratando-se ainda de uma inciso II, da Lei 9.455/97. 3. Ordem denegada. (HC 50095/MG, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES
extraterritorialidade condicionada (art. 7°, II do CP), exigindo-se a ocorrência das condições LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 06/05/2008, DJe 23/06/2008)
previstas § 2° do art. 7° do Código Penal, quais sejam: a) entrar o agente no território
nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído TORTURA POR MILITAR: COMPETENCIA
entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente CC - CONSTITUCIONAL - COMPETENCIA - POLICIAL MILITAR - CRIME DE TORTURA -
absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no
COMPETE A JUSTIÇA COMUM PROCESSAR E JULGAR POLICIAL MILITAR ACUSADO DA
estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais
PRATICA DE CRIME DE TORTURA. ESSA INFRAÇÃO NÃO ESTA DEFINIDA COMO CRIME
favorável.
MILITAR. (CC 14893/SP, Rel. Ministro LUIZ VICENTE CERNICCHIARO, TERCEIRA SEÇÃO,
julgado em 02/02/1996, DJ 03/03/1997 p. 4564).
Na segunda hipótese, em que o agente encontrar-se em local sob jurisdição brasileira, aplica-
se o princípio da jurisdição universal ou cosmopolita, pois o crime de tortura é reconhecido
PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME DE TORTURA PRATICADO POR POLICIAL MILITAR, NO
pela comunidade internacional, ou seja, o bem jurídico tutelado é reconhecido como um bem
EXERCÍCIO DO CARGO DE DELEGADO MUNICIPAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM.
de natureza internacional, onde os interesses nacionais cedem diante do direito universal.
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APELO EM LIBERDADE. POSSIBILIDADE. "HABEAS CORPUS". RECURSO. 1. Compete à Justiça TORTURA versus MAUS TRATOS
Comum o processo e julgamento de policial militar acusado da prática de crime de tortura. STJ - CRIMINAL. RESP. TORTURA QUALIFICADA POR MORTE. DESCLASSIFICAÇÃO PARA
Precedente da eg. 3ª Seção. 2. A mera referência ao caráter hediondo do crime praticado, não CRIME DE MAUS-TRATOS QUALIFICADO PELA MORTE PROMOVIDA PELO TRIBUNAL A QUO.
justifica, por si só, a vedação ao apelo em liberdade. 3. A Constituição Federal, em seu art. 93, IX, REVISÃO DA DECISÃO. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N.º 07/STJ. RECURSO
exige a motivação de todas as decisões judiciais, sob pena de nulidade. 4. Recurso em "Habeas NÃO-CONHECIDO. I. A figura do inc. II do art. 1.º, da Lei n.º 9.455/97 implica na existência de
Corpus" conhecido e parcialmente provido. (RHC 11532/RN, Rel. Ministro EDSON VIDIGAL, QUINTA vontade livre e consciente do detentor da guarda, do poder ou da autoridade sobre a vítima de causar
TURMA, julgado em 21/08/2001, DJ 24/09/2001, p. 321) sofrimento de ordem física ou moral, como forma de castigo ou prevenção. II. O tipo do art. 136, do
Código Penal, por sua vez, se aperfeiçoa com a simples exposição a perigo a vida ou a saúde de
TORTURA CONTRA CRIANÇA OU ADOLESCENTE pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, em razão de excesso nos meios de correção ou
disciplina. III. Enquanto na hipótese de maus-tratos, a finalidade da conduta é a repreensão de uma
E M E N T A: TORTURA CONTRA CRIANÇA OU ADOLESCENTE - EXISTÊNCIA JURÍDICA DESSE indisciplina, na tortura, o propósito é causar o padecimento da vítima. IV. Para a configuração da
CRIME NO DIREITO PENAL POSITIVO BRASILEIRO - NECESSIDADE DE SUA REPRESSÃO - segunda figura do crime de tortura é indispensável a prova cabal da intenção deliberada de causar o
CONVENÇÕES INTERNACIONAIS SUBSCRITAS PELO BRASIL - PREVISÃO TÍPICA CONSTANTE sofrimento físico ou moral, desvinculada do objetivo de educação. V. Evidenciado ter o Tribunal a quo
DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (LEI Nº 8.069/90, ART. 233) - CONFIRMAÇÃO desclassificado a conduta de tortura para a de maus tratos por entender pela inexistência provas
DA CONSTITUCIONALIDADE DESSA NORMA DE TIPIFICAÇÃO PENAL - DELITO IMPUTADO A capazes a conduzir a certeza do propósito de causar sofrimento físico ou moral à vítima, inviável a
POLICIAIS MILITARES - INFRAÇÃO PENAL QUE NÃO SE QUALIFICA COMO CRIME MILITAR - desconstituição da decisão pela via do recurso especial. VI. Incidência da Súmula n.º 07/STJ, ante a
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM DO ESTADO-MEMBRO - PEDIDO DEFERIDO EM PARTE. inarredável necessidade reexame, profundo e amplo, de todo conjunto probatório dos autos. VII.
PREVISÃO LEGAL DO CRIME DE TORTURA CONTRA CRIANÇA OU ADOLESCENTE - Recurso não conhecido, nos termos do voto do relator. (REsp 610395/SC, Rel. Ministro GILSON
OBSERVÂNCIA DO POSTULADO CONSTITUCIONAL DA TIPICIDADE. - O crime de tortura, desde DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 25/05/2004, DJ 02/08/2004, p. 544)
que praticado contra criança ou adolescente, constitui entidade delituosa autônoma cuja previsão
típica encontra fundamento jurídico no art. 233 da Lei nº 8.069/90. Trata-se de preceito normativo que
encerra tipo penal aberto suscetível de integração pelo magistrado, eis que o delito de tortura - por
comportar formas múltiplas de execução - caracteriza- se pela inflição de tormentos e suplícios que EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
exasperam, na dimensão física, moral ou psíquica em que se projetam os seus efeitos, o sofrimento
1) ESCRIVÃO DE POLÍCIA SUBSTITUTO - 2008 - PC/RN - CESPE (questão 89). Em relação aos crimes de
da vítima por atos de desnecessária, abusiva e inaceitável crueldade. - A norma inscrita no art. 233
tortura (Lei n.º 9.455/1997) e ao Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas (Lei n.º 9.807/1999), assinale a
da Lei nº 8.069/90, ao definir o crime de tortura contra a criança e o adolescente, ajusta-se, com
extrema fidelidade, ao princípio constitucional da tipicidade dos delitos (CF, art. 5º, XXXIX). A opção correta.
TORTURA COMO PRÁTICA INACEITÁVEL DE OFENSA À DIGNIDADE DA PESSOA. A simples (cód. Q25853)
referência normativa à tortura, constante da descrição típica consubstanciada no art. 233 do Estatuto
a) Um delegado da polícia civil que perceba que um dos custodiados do distrito onde é chefe está sendo
da Criança e do Adolescente, exterioriza um universo conceitual impregnado de noções com que o
senso comum e o sentimento de decência das pessoas identificam as condutas aviltantes que fisicamente torturado pelos colegas de cela, permanecendo indiferente ao fato, não será responsabilizado
traduzem, na concreção de sua prática, o gesto ominoso de ofensa à dignidade da pessoa humana. A criminalmente, pois os delitos previstos na Lei n.º 9.455/1997 não podem ser praticados por omissão.
tortura constitui a negação arbitrária dos direitos humanos, pois reflete - enquanto prática ilegítima, b) A Lei n.º 9.807/1999 não prevê a concessão de perdão judicial para o acusado que tenha colaborado efetiva e
imoral e abusiva - um inaceitável ensaio de atuação estatal tendente a asfixiar e, até mesmo, a voluntariamente com a investigação e o processo criminal, mas apenas a redução de um a dois terços na pena
suprimir a dignidade, a autonomia e a liberdade com que o indivíduo foi dotado, de maneira do réu que tenha contribuído para a localização da vítima com vida e na recuperação total ou parcial do produto
indisponível, pelo ordenamento positivo. NECESSIDADE DE REPRESSÃO À TORTURA - da atividade criminosa.
CONVENÇÕES INTERNACIONAIS. - O Brasil, ao tipificar o crime de tortura contra crianças ou c) O programa de proteção de que trata a Lei n.º 9.807/1999 é exclusivo para vítimas ou testemunhas
adolescentes, revelou-se fiel aos compromissos que assumiu na ordem internacional, especialmente ameaçadas, não podendo ser estendido aos parentes destas, sob pena de grave comprometimento dos recursos
àqueles decorrentes da Convenção de Nova York sobre os Direitos da Criança (1990), da Convenção financeiros destinados a custear as despesas específicas de proteção.
contra a Tortura adotada pela Assembléia Geral da ONU (1984), da Convenção Interamericana d) A pena para a prática do delito de tortura deve ser majorada caso o delito seja cometido por agente público,
contra a Tortura concluída em Cartagena (1985) e da Convenção Americana sobre Direitos Humanos ou mediante seqüestro, ou ainda contra vítima maior de 60 anos de idade, criança, adolescente, gestante ou
(Pacto de São José da Costa Rica), formulada no âmbito da OEA (1969). Mais do que isso, o portadora de deficiência.
legislador brasileiro, ao conferir expressão típica a essa modalidade de infração delituosa, deu e) Se um membro da Defensoria Pública Estado do Rio Grande do Norte, integrante da Comissão Nacional de
aplicação efetiva ao texto da Constituição Federal que impõe ao Poder Público a obrigação de Direitos Humanos, for passar uma temporada de trabalho no Haiti -- país que não pune o crime de tortura -- e lá
proteger os menores contra toda a forma de violência, crueldade e opressão (art. 227, caput, in fine). for vítima de tortura, não haverá como aplicar a Lei n.º 9.455/1997.
TORTURA CONTRA MENOR PRATICADA POR POLICIAL MILITAR - COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA
COMUM DO ESTADO-MEMBRO. - O policial militar que, a pretexto de exercer atividade de
repressão criminal em nome do Estado, inflige, mediante desempenho funcional abusivo, danos
físicos a menor eventualmente sujeito ao seu poder de coerção, valendo-se desse meio executivo 2) AGENTE DE POLÍCIA CIVIL - 2009 - PCES - CESPE (questão 82). Considerando que X, imputável, motivado
para intimidá-lo e coagi-lo à confissão de determinado delito, pratica, inequivocamente, o crime de por discriminação quanto à orientação sexual de Y, homossexual, imponha a este intenso sofrimento físico e
tortura, tal como tipificado pelo art. 233 do Estatuto da Criança e do Adolescente, expondo-se, em moral, mediante a prática de graves ameaças e danos à sua integridade física resultantes de choques elétricos,
função desse comportamento arbitrário, a todas as conseqüências jurídicas que decorrem da Lei nº queimaduras de cigarros, execução simulada e outros constrangimentos, essa conduta de X enquadrar-se-á na
8.072/90 (art. 2º), editada com fundamento no art. 5º, XLIII, da Constituição. - O crime de tortura figura típica do crime de tortura discriminatória. (cód. Q21623)
contra criança ou adolescente, cuja prática absorve o delito de lesões corporais leves, submete-se à
competência da Justiça comum do Estado-membro, eis que esse ilícito penal, por não guardar a) Verdadeiro
correspondência típica com qualquer dos comportamentos previstos pelo Código Penal Militar, refoge b) Falso
à esfera de atribuições da Justiça Militar estadual. (HC 70389, Relator(a): Min. SYDNEY SANCHES,
Relator(a) p/ Acórdão: Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 23/06/1994, DJ 10-08-
2001 PP-00003 EMENT VOL-02038-02 PP-00186)
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3) PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO - MPE/RR - 2008 - CESPE (Penal, Questão 43). Em cada um dos 7) ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - STJ - 2008 - CESPE (Penal, questão 78). O condenado pela
itens de 40 a 45, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada, relativa a prática de crime de tortura, por expressa previsão legal, não poderá ser beneficiado por livramento condicional,
contravenções penais, crimes contra o patrimônio, fé pública, administração pública e tortura. se for reincidente específico em crimes dessa natureza. (cód. Q14534)

43 - Daniel, delegado de polícia, estava em sua sala, quando percebeu a chegada dos agentes de polícia Irineu a) Verdadeiro
e Osvaldo, acompanhados por uma pessoa que havia sido detida, sob a acusação de porte de arma e de b) Falso
entorpecentes. O delegado permaneceu em sua sala, elaborando um relatório, antes de lavrar o auto de prisão
em flagrante. Durante esse período, ouviu ruídos de tapas, bem como de gritos, vindos da sala onde se
encontravam os agentes e a pessoa detida, percebendo que os agentes determinavam ao detido que ele
8) Defensor Público do Estado de São Paulo - SP - 2009 - FCC (Penal, questão 21). Em relação ao crime de
confessasse quem era o verdadeiro proprietário da droga. Quando foi lavrar a prisão em flagrante, o delegado
tortura é possível afirmar:
notou que o detido apresentava equimoses avermelhadas no rosto, tendo declinado que havia guardado a droga
(cód. Q20632)
para um conhecido traficante da região. O delegado, contudo, mesmo constatando as lesões, resolveu nada
fazer em relação aos seus agentes, uma vez que os considerava excelentes policiais. Nessa situação, o a) Passou a ser previsto como crime autônomo a partir da entrada em vigor da Constituição Federal de 1988
delegado praticou o crime de tortura, de forma que, sendo proferida sentença condenatória, ocorrerá, que, no art. 5o , inciso III afirma que ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento desu- mano e
automaticamente, a perda do cargo. (cód. Q11183) degradante e que a prática de tortura será considerada crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
b) É praticado por qualquer pessoa que causa constrangimento físico ou mental à pessoa presa ou em medida
a) Verdadeiro
de segurança, pelo uso de instrumentos cortantes, perfurantes, queimantes ou que produzam stress, angústia,
b) Falso
como prisão em cela escura, solitária, submissão a regime de fome etc.
c) É cometido por quem constrange outrem, por meio de violência física, com o fim de obter informação ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa, desde que do emprego da violência resulte lesão corporal.
4) INVESTIGADOR POLICIAL - PCRJ - 2006 - CESGRANRIO (legislação Especial, questão 35). O Delegado de d) Os bens jurídicos protegidos pela 'tortura discriminatória' são a dignidade da pessoa humana, a igualdade, a
Polícia responsável por uma delegacia surpreende outros policiais, seus subordinados, praticando crime de liberdade política e de crença.
tortura contra um preso. A respeito da situação narrada, assinale a afirmação INCORRETA. (cód. Q05316) e) É praticado por quem se omite diante do dever de evitar a ocorrência ou continuidade da ação ou de apurar a
responsabilidade do torturador pelas condutas de constrangimento ou submissão levadas a efeito mediante
a) O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. violência ou grave ameaça.
b) Os autores do tipo penal estão sujeitos à perda do cargo e interdição para o seu exercício pelo dobro do prazo
da pena aplicada.
c) Se o Delegado se omitir, todos os envolvidos, inclusive ele, estarão sujeitos à mesma pena privativa de
liberdade cujo cumprimento se iniciará em regime fechado. 9) 1º EXAME OAB2009 – MG - OABMG (Penal e Proc. Penal, questão 81). A Lei de tortura tem tipos penais
d) Se a Autoridade Policial se omitir, estará sujeita à pena de detenção por período inferior à pena dos autores descritos que visam proteger o seguinte objeto jurídico:
do fato. (cód. Q22446)
e) Se o preso torturado for maior de 60 (sessenta) anos, deficiente físico ou mulher gestante, será caso de
a) o estado, devido aos abusos dos direitos constitucionais, principalmente os previstos no artigo 5º da
aumento de pena.
Constituição da República.
b) a administração pública, considerando que tal lei revogou os crimes de abuso de autoridade.
c) a vida, sendo inclusive, julgados pelo Tribunal do Júri.
5) AGENTE DE POLÍCIA CIVIL - 2009 - PCES - CESPE (questão 84). O crime de tortura é crime comum, d) os direitos à integridade física, psicológica e de cidadania da pessoa, inclusive a própria dignidade.
podendo ser praticado por qualquer pessoa, não sendo próprio de agente público, circunstância esta que, acaso
demonstrada, determinará a incidência de aumento da pena. (cód. Q21625)

a) Verdadeiro 10) AGENTE DE POLÍCIA CIVIL - 2009 - PCES - CESPE (questão 83). Se um policial civil, para obter a
b) Falso confissão de suposto autor de crime de roubo, impuser a este intenso sofrimento, mediante a promessa de mal
injusto e grave dirigido à sua esposa e filhos e, mesmo diante das graves ameaças, a vítima do constrangimento
não confessar a prática do delito, negando a sua autoria, não se consumará o delito de tortura, mas crime
comum do Código Penal, pois a confissão do fato delituoso não foi obtida. (cód. Q21624)
6) PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO - MPRO - 2006 - PRÓPRIA (Legislação Especial, questão 09). Sob
o enfoque da Lei 9.455/97, no crime de tortura: (cód. Q09234) a) Verdadeiro
b) Falso
a) o cumprimento da pena sempre se iniciará no regime fechado;
b) a reprimenda sempre implica em reclusão;
c) a condenação pode acarretar a interdição para o exercício do cargo ou função pública pelo dobro da pena
aplicada; 11) DOUTRINA EM GERAL (Penal extravagante). Analise as afirmações abaixo e escolha a resposta correta:
d) não há estipulação de qualificadoras;
e) o móvel do agente sempre será a obtenção de informação ou confissão da vítima. I - Aplicar-se-á o disposto na Lei 9.455/97 (Lei da Tortura) ainda que o crime não tenha sido cometido em
território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.

II - Se o crime de tortura for praticado por agente público, sua condenação acarretará a perda do cargo, função
ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
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III - O resultado lesão ou morte deve ser a título de dolo para que fique configurado o crime de prática de tortura
qualificado. IV - Aquele que se omite em face das condutas tipificadas como tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou
(cód. Q25720) apurá-las, incide nas mesmas penas a ele cominadas.

a) As afirmações I e II estão corretas. V - Nos crimes de tortura incide exceção ao princípio-regra da territorialidade, pois a Lei Federal nº 9.455/97
b) As afirmações II e III estão corretas. expressamente determinou a aplicação de suas disposições mesmo quando o crime não tenha sido
c) As afirmações I e III estão corretas. cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob
d) Todas as afirmações estão corretas. jurisdição brasileira.
(cód. Q11400)

a) todas as afirmativas estão corretas.


12) PERITO - TO - 2008 - CESPE (questão 89). b) as afirmativas I, II, III e V estão corretas.
c) as afirmativas I, III e V estão corretas.
Quanto ao direito penal e às leis penais extravagantes, julgue os itens que se seguem. d) as afirmativas II, III e V estão corretas.
e) as afirmativas II, III e IV estão corretas.

89 Considere que três policiais militares, denunciados por um cidadão por corrupção ativa, sejam excluídos da
16) AGENTE DE POLICIA - PCPE - 2006 - IPAD (Legislaçao Especial, questão 42). Após diligências policiais, foi
corporação, após o devido processo legal. Revoltados com a denúncia, seqüestrem o denunciante e, durante um
descoberto que Sérgio, junto com três comparsas, eram os principais suspeitos de fazerem parte de uma
breve espaço de tempo, imponham-lhe intenso sofrimento físico e mental, com a finalidade de vingança. Nessa
quadrilha de roubo de carros que andava circulando pelo bairro de Santo Amaro. Preso, provisoriamente, ao
situação, a conduta dos três agentes caracterizará o crime de tortura, com aumento de pena decorrente da
chegar à Delegacia, Sérgio foi colocado em um pau-de-arara, levou choque elétrico para que revelasse o nome
privação da liberdade da vítima. (cód. Q24352)
dos demais integrantes da quadrilha.
a) Verdadeiro
b) Falso Dada a hipótese acima narrada, assinale a alternativa correta:

(cód. Q05391)

13) DOUTRINA EM GERAL. O condenado a pena de detenção por crime previsto na Lei de Tortura (Lei nº a) Os agentes da polícia civil praticaram crime de tortura contra Sérgio, não sendo um dos efeitos da
9.455/97): condenação a perda do cargo público de policial.
(cód. Q25680) b) É certo que roubo de carro é crime agravado por si só.
c) Apesar de os agentes terem causado intenso sofrimento físico a Sérgio, aqueles não praticaram o crime de
a) não terá direito ao livramento condicional. tortura porque Sérgio efetivamente veio a confessar o nome dos demais integrantes da quadrilha. Ou seja, o
b) deverá cumpri-la inicialmente no regime fechado. corretivo dado foi necessário e se mostrou eficaz.
c) não terá direito ao sistema progressivo de cumprimento. d) Independente de qualquer delito que Sérgio e seus comparsas tenham cometido, os agentes da polícia civil
d) poderá cumpri-la inicialmente no regime aberto cometeram crime de tortura.
e) O crime de tortura é inafiançável, porém suscetível de graça, anistia e indulto.

14) DOUTRINA EM GERAL (Penal extravagante). Sobre o crime de Tortura, é INCORRETO dizer: 17) AGENTE DE POLÍCIA - TIPO A - 2009 - PCDF - FUNIVERSA (questão 76). De acordo a Lei n.º 9.455, de
(cód. Q25714) 1997, que define os crimes de tortura, assinale a alternativa correta.
(cód. Q21805)
a) O bem jurídico tutelado é a integridade e liberdade física e psíquica da pessoa humana.
b) Caracterizará o crime de tortura o constrangimento, através do emprego físico, de alguém para obter a) A condenação de agente público no crime de tortura não acarretará a perda do cargo, função ou emprego
informações, declarações ou confissões. público nem a interdição para seu exercício.
c) O crime de tortura é essencialmente doloso, não comportando a figura culposa. b) O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça, mas pode ser anistiado.
d) Não se admite a prática de tortura por omissão. c) Se a vítima for brasileira, o disposto nessa lei aplica-se ainda quando o crime tenha sido cometido fora do
território nacional.
d) A pena do crime de tortura não aumenta quando é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência,
15) PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO - MPE/PR -2008 - PRÓPRIA (Penal, Questão 10). Analise as
adolescente ou maior de sessenta anos de idade.
proposições seguintes e, na seqüência, assinale a opção correta:
e) Não é considerado crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de
violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental como forma de aplicar castigo pessoal.
I - Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental,
em razão de discriminação racial ou religiosa, configura crime de tortura, delito esse equiparado a hediondo.
Gabarito
II - Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo, configura
crime de tortura, delito esse que admite a progressão de regime de cumprimento de pena. 1) R: Alternativa D

III - Nos crimes de tortura incide causa de aumento de pena quando o crime é cometido por agente público. 2) R: Falso
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3) R: Verdadeiro

4) R: Alternativa C

5) R: Verdadeiro

6) R: Alternativa C

7) R: Verdadeiro

8) R: Alternativa E

9) R: Alternativa D

10) R: Falso

11) R: Alternativa A

12) R: Falso

13) R: Alternativa D

14) R: Alternativa D

15) R: Alternativa C

16) R: Alternativa D

17) R: Alternativa C

Bibliografia:

ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. São Paulo: Saraiva, 2010.

BECHARA, Fabio Ramazzini. Legislação penal especial (Coleção curso & concurso/coordenador
Edílson Mougenot Bonfim). São Paulo: Saraiva, 2005.

CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, Legislação Especial, v.7. São Paulo: Saraiva, 2012.

FRANCO, Alberto Silva; STOCO, Rui. Leis penais especiais e sua interpretação jurisprudencial. São
Paulo: Editora RT, 2002.

LAZARINE NETO, Pedro. Código Penal Comentado e Leis Penais Especiais Comentadas. São
Paulo: Primeira impressão, 2007.

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