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O financiamento do RGPS se dá pelas contribuições dos trabalhadores, empregadores e das

receitas próprias da Previdência Social, mas, para além disto, existem as receitas advindas dos
impostos destinados ao fundo da seguridade social, a exemplo do Cofins – Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social e a CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Tais
contribuições por fazerem parte do fundo da seguridade social englobam a Previdência Social
e, portanto, devem ser tidos como fontes de receitas.

Destarte, os meios de receitas no atual sistema previdenciário pátrio é um dos mais complexos
e avançados do mundo. Contudo, sua falha consiste em estabelecer uma política arrecadatória
baseada em grande parte no trabalhador, seja direta ou indiretamente, favorecendo uma
baixa arrecadação dos blocos de empresas e empregadores. Isto gera um desequilíbrio na
esfera arrecadatória do sistema.

Tratando-se da Proposta de Emenda Constitucional – PEC 287/16 (Reforma da Previdência)


que é tangenciada pelo governo, e por expressiva classe política e de economistas nacionais,
como necessária para a saúde fiscal do país, uma vez que é apresentado um déficit
previdenciário onde supostamente as receitas alcançadas pela previdência social seriam
incompatíveis com seu atual gasto. Tal situação teria ocorrido pelo aumento da expectativa de
vida, pela relação inversamente proporcional entre a massa contribuinte e a segurada, bem
como pelo aumento dos custos de manutenção do sistema.

Destaca que todos os pontos apontados pelo governo são condizentes, mas há um outro
aspecto (ponto de vista) que precisa ser analisado. É necessário vislumbrar que o sistema está
desequilibrado principalmente por uma má utilização das receitas, bem como por uma série de
isenções destinadas às empresas. A título de exemplo, no ano de 2015 as renúncias fiscais
marcaram mais de 40 bilhões de reais que deixaram de ser arrecadados pela Previdência
Social. Outro mecanismo que favoreceu as empresas foi a desoneração na folha que, também
no ano de 2015, geraram um prejuízo de 25 bilhões de reais para a previdência.

Inobstante, tivemos, até o ano de 2015, a DRU - “a Desvinculação de Receitas da União, criada
em 2000, é um mecanismo orçamentário do governo federal que lhe permite usar livremente
20% das receitas de impostos e contribuições federais” (ARVATE; BIDERMAN, 2005, p. 317).
Deste modo, permitiu que parte das receitas do sistema de Seguridade Social fossem utilizados
em outros campos, a exemplo dos pagamentos dos juros da dívida pública. A DRU, no tempo
em que ficou ativa, causou sérios prejuízos às receitas sociais. No atual cenário há a PEC
87/2015 para estender a utilização da DRU até 2023 e com um aumento de 20% para 30% na
utilização das receitas advindas das contribuições sociais e econômicas.

O interessante é que mesmo com tantas desonerações ou isenções o sistema


continua superavitário, ainda que se incluam os gastos de manutenção e de pessoal.
Ocorre que a Constituição de 88 determina que sejam elaborados três níveis de
orçamentos, quais sejam, o fiscal, o da seguridade social e o de investimento de
estatais. Porém, juristas e economistas já vêm apontando que na execução
orçamentária o governo só apresenta os dois primeiros, ratificando as receitas e
despesas nestes, o que faz com que mostre um sistema deficitário.
Neste sentido, não há de se falar em um déficit previdenciário, o que pode ser
referendado com os dados dos Auditores da Receita Federal, vejamos:
Nesse contexto, verifica-se que a Seguridade Social, segundo dados
apresentados pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da
Receita Federal do Brasil (ANFIP), obteve no ano de 2010 um superávit
de R$ 58 bilhões, senso que esse valor nos últimos cinco anos é estima
em R$ 100 bilhões. Dessa forma, fica fácil perceber, à luz do que
estabelece a Carta Magna, que o pretenso déficit da previdência é
inexistente. O que existe, muito pelo contrário, é um superávit bastante
elevado (GARCIA, 2017, p. ebook).
O que na verdade ocorreu foi uma série de desvios dos recursos da Previdência
utilizando das receitas nos mais diversos campos, como o pagamento de juros da
dívida pública e construções de grande monta, como a Hidrelétrica de Itaipu e, até, o
financiamento da construção da capital nacional, não podendo-se esquecer das
isenções que tendem a favorecer a classe econômica em prejuízo dos trabalhadores
Indubitavelmente que deve-se haver uma reformulação no sistema previdenciário, mas
mais no intuito de fortalece-lo do que de provocar um verdadeiro retrocesso. Faz-se
importante uma auditoria previdenciário-fiscal para estabelecer o nosso real potencial
de arrecadação bem como a destinação das receitas a fim de consubstanciar um
verdadeiro equilíbrio no sistema.
.
REFERÊNCIAS

GARCIA, Edgardo Camilo. Dívidas com bancos – manual do endividado. 1. ed. Rio de Janeiro:
Autografia, 2017. Ebook.

BIDERMAN, Ciro; ARVATE, Paulo. Economia do setor público no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier,
2005.

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