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M Ó D U L O
MILITAR
33 Denúncia
35 Jurisdição e Competência
45 Da Prisão
Da Prisão em Flagrante 48
Da Prisão Preventiva 51
Menagem 52
Prisão decorrente de Sentença
condenatória 54
Rito Processual
Procedimento Ordinário
58
Do Procedimento Especial 60
Sumaríssimo
Deserção de Oficiais e Praças
68
(Comparação)
Deserção de Praças 69
70 Insubmissão
73 Das Nulidades
76 Dos Recursos
83 Da Execução da Sentença
92 Artigo 9º do CPM
Designer Instrucional:
Isis Batista Ferreira
Capa:
Isis Batista Ferreira
Diagramação:
Isis Batista Ferreira
Revisão de Originais:
Claudio Miguel Amin
Efigênia Pereira Martins
Pedro Henrique Fonseca Pereira
Marcia Britto
Evolução Histórica
Durante o Império e início da fase republicana o Tribunal foi presidido pelos Che-
fes de Estado: no império, pelo regente D. João VI e pelos imperadores D. Pedro I e D.
Pedro II e, na república, pelos presidentes Marechal Deodoro e Marechal Floriano. So-
mente em 18 de julho de 1893, por força de Decreto Legislativo, a Presidência do re-
cém criado Supremo Tribunal Militar, denominação que substituiu o imperial Conselho
Supremo Militar e de Justiça, passou a ser exercida por membros da própria Corte, elei-
tos por seus pares. Ressalte-se que apenas houve mudança no nome do Tribunal, pois
foram mantidos todos os componentes do antigo Conselho Supremo Militar e de Justi-
ça, despojados de seus títulos nobiliárquicos e denominados, genericamente, Ministros.
A Constituição de 1946 consagrou o nome atual: Superior Tribunal Militar - STM.
Desde sua fundação, à Justiça Militar da União cabem funções judiciais e administrativas,
embora só fosse introduzida, efetivamente, no Poder Judiciário, pela Constituição de 1934.
Lei de Organização
Judiciária da JMU
nº 8.457, de 04/09/1992
Artigo 1º
Órgãos da JMU – O Superior Tribunal Militar é órgão de segunda instância da
JMU. Nas Justiças Militares Estaduais, os órgãos de segunda instância são os Tribu-
nais de Justiça Militares nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul;
nos demais, são os próprios Tribunais de Justiça. Naqueles três estados, os Magistra-
dos civis prestam concurso de provas e títulos específicos para atuação naquelas Jus-
tiças especializadas; nos demais, são Juízes designados pelos Tribunais de Justiça;
Artigo 2º
São doze circunscrições judiciárias militares; na Justiça Comum Estadual, chamamos
de Comarcas. As sedes de cada CJM estão especificadas no artigo 102 da LOJMU;
Artigo 3º
Composição do STM: 15 Ministros, sendo 10 militares ( 3 Oficiais-Generais da Ma-
rinha, 4 do Exército e 3 da Aeronáutica, todos do mais alto posto da carreira) e 5 civis:
3 advogados, 1 Juiz-Auditor e 1 membro do Ministério Público Militar. Trata-se de uma
composição injustificável, pois, sendo órgão do Poder Judiciário, não se pode admitir que
apenas um Magistrado de carreira faça parte dessa composição. O quinto constitucional
deveria ser calculado com base no número de civis, como ocorre para o Ministério Público
Militar. Assim, o correto seria a composição com três Magistrados da JMU, um advogado e
um membro do MPM;
Artigo 11º
Circunscrição Judiciária Militar – na 1ª CJM, existem quatro auditorias, na 2ª e na
11ª, duas, na 3ª são três e nas demais apenas uma. Observem que na 3ª CJM as sedes se
localizam em Porto Alegre. Bagé e Santa Maria e, por essa razão, não se aplica o critério
da distribuição, como ocorre nas 1ª, 2ª e 11ª CJM’s, pois lá deverá ser verificado o local do
crime e aplicado o Decreto nº 69.102 que estabeleceu a divisão territorial no Rio Grande do
Sul;
Todas as auditorias são mistas, o que significa dizer que julgam militares de todas as
Forças, civis e qualquer outro sujeito que pratique crime de natureza militar, com exceção
dos que possuem prerrogativa de foro.
Antes da Lei nº 8.457/92 entrar em vigor, havia auditorias especializadas para Mari-
nha, Exército e Aeronáutica na 1ª CJM, o que justificava o disposto na parte final do artigo
89 do Código de Processo Penal Militar;
Artigos 12º/14º
A Auditoria de Correição não possui função judicante, sendo órgão de fiscalização
e orientação judiciário-administrativa. Não atuam membros do Ministério Público Militar,
nem Defensores;
As principais competências são: realizar correições nas Auditorias, nos processos findos
e nos autos de IPM mandados arquivar pelo Juiz-auditor., embora os últimos Juízes-audi-
tores corregedores não tenham representado ao STM, respeitando as decisões dos Juízes-
-auditores e, principalmente, o disposto no artigo 25 do CPPM;
Artigo 15º
Existe uma divisão igualitária de procedimentos investigatórios distribuídos à Audi-
toria, sendo que o Juiz-auditor é o responsável pelo cartório e ordenador de despesas;
Artigo 16º
Espécies de Conselhos de Justiça: Conselho Especial (CEJ) e Conselho Permanente
(CPJ):
CEJ – processa e julga oficiais, exceto oficiais-generais; é constituído para cada pro-
cesso; não há suplentes. Praças e civis podem responder perante o CEJ, desde que reco-
nhecida a conexão ou continência com fato envolvendo oficiais, exceto oficiais-generais.
Na composição, deve-se observar o posto do acusado, devendo o Presidente ser um oficial
superior ou oficial-general;
CPJ – processa e julga acusados que não sejam oficiais; é constituído para cada tri-
mestre, não se vinculando ao processo. Na composição, o Presidente é um oficial-superior
e os demais são intermediários ou subalternos. Há suplente para o Presidente e outro para
os intermediários ou subalternos;
Composição:
* Art. 16, b
Conselho * Juiz-Auditor e quatro militares, sendo um oficial superior
Permanente e três oficiais de posto até Capitão-Tenente ou Capitão.
de Justiça
Duração: * Art. 24
* Constituído a cada trimestre.
Artigo 18º
Sorteio entre oficiais da sede da Auditoria;
Artigo 20º
Sorteio do CEJ – exige-se a presença do réu preso;
Artigo 21º
Sorteio do CPJ;
Artigo 23º
Leiam os comentários do artigo 16;
Artigo 24º
Duração do CPJ é de três meses, podendo ser prorrogada na hipótese prevista na
parte final do artigo 436 do CPPM;
Artigo 25º
Funcionamento dos Conselhos e julgamento: durante a instrução, bastam três mem-
bros do Conselho de justiça, desde que presentes o Presidente, o Juiz-auditor e um oficial
intermediário ou subalterno. No caso do CEJ, se o Presidente não comparecer, por exem-
plo, a uma audiência de oitiva de testemunhas, se houver outro oficial-superior, deverá
atuar como presidente. No entanto, na audiência de julgamento, são necessários presença
e voto de todos os componentes do Conselho de Justiça;
Artigo 27º
Competência dos Conselhos de Justiça: comentários do artigo 16;
Artigo 28º
Competência dos Conselhos de Justiça: a partir do recebimento da denúncia, as de-
cisões passam a ser tomadas pelos Conselhos de Justiça, porém a marcha processual é
determinada pelo Juiz-auditor. Observem que o artigo se refere a acusados e processos.
Assim, por exemplo, a prisão preventiva do indiciado é competência do Juiz-auditor, mas
no curso do processo, essa mesma medida, será de competência do Conselho de Justiça.
Todos os membros do Conselho podem formular perguntas aos acusados, testemunhas
e ofendidos e cada voto possui o mesmo valor. Desse modo, se três oficiais subalternos
decidem pela decretação de prisão preventiva e o Juiz-auditor e o Presidente votam contra-
riamente, a decisão daqueles três prevalecerá. O mesmo acontece no momento de decidir
pela condenação ou absolvição, lembrando que primeiro vota o Juiz-auditor e, em seguida,
os militares por ordem inversa de hierarquia (artigo 435 do CPPM).
Se houver unanimidade quanto à condenação e divergência quanto à pena, aplica-se o
disposto no parágrafo único do artigo 435 do CPPM, salientando que no Tribunal do Júri,
ao contrário, os jurados não aplicam pena, o que é o correto, pois desconhecem o sistema
trifásico. Assim deveria ser na JMU, cabendo ao Juiz-auditor monocraticamente aplicar a
pena.
Artigo 30º
Competência do Juiz-Auditor:
Artigos 69º/70º
Ministério Público Militar: em regra, junto à cada auditoria atuam um procurador e
dois Promotores, que ingressam na carreira, mediante concurso de provas e títulos. Vejam
a LC nº 75;
Artigos 69º/70º
Defensoria Pública da União: os Defensores Públicos Federais atuam na defesa
daqueles que não pagar honorários, sem prejuízo do sustento próprio. Ao contrário dos
membros do MPM, podem atuar junto às Justiças Federal, Supremo Tribunal Federal, Su-
perior Tribunal de Justiça. A origem da DPU encontra-se na JMU, quando eram chamados
“advogados de ofício” e eram pelo próprio STM e somente atuavam junto à JMU;
Não há custas processuais.
Todas as sessões são públicas, podendo haver restrição por motivo especial, devida-
mente fundamentado;
Os militares ficam dispensados do serviço nos dias das sessões, embora isso quase
sempre não ocorra na prática;
Na Justiça Militar Estadual, o Presidente do Conselho é o Juiz togado que é chamado
de Juiz de Direito e não mais Juiz-auditor, desde a entrada em vigor da Emenda Constitucio-
nal nº 45. Outra diferença é o julgamento pelo Juiz de Direito, monocraticamente, quando
a vítima for civil.
A JME julga, além dos crimes militares cometidos por policiais militares e bombeiros
militares, as ações judiciais contra atos disciplinares. Em hipótese alguma, julga civis.
Artigo 2º
A regra é a interpretação literal, com exceções previstas no par. 1º. Entretanto, essas
exceções sofrem restrições estabelecidas no par. 2º;
Artigo 3º
Casos omissos – até mesmo quando há norma expressa no CPPM, é possível aplicar
o CPP, como, por exemplo, o artigo 366 do CPP, apesar de não ser o entendimento do STM.
É preciso lembrar que o CPPM não sofre alterações significativas, desde sua entrada em
vigor, embora tenham ocorrido tantas transformações sociais.
Outra hipótese é a aplicação da inversão do rito processual, passando o interrogató-
rio a ser realizado, após a oitiva de testemunhas. O STM não admite. Uma solução, quando
o MPM discorda da inversão, é deferir a possibilidade da realização do interrogatório antes
e depois, cabendo à Defesa decidir se o acusado deve permanecer em silêncio no primeiro
ato, evitando possível alegação de nulidade junto ao STF;
Artigo 4º
Aplicação do CPPM dentro e fora do território nacional, observando-se o disposto
nos tratados e convenções;
Artigo 5º
Aplicação intertemporal;
Artigo 6º
Aplicação à Justiça Militar Estadual do CPPM, exceto em relação à organização da
Justiça, aos recursos e à execução da sentença;
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DIREITO PROCESSUAL
PENAL MILITAR
Da Polícia Judiciária Militar:
Artigo 7º
Exercício da polícia judiciária militar.
- par. 1º – delegação a oficiais da ativa
- par. 2º – delegação para instauração de IPM – o encarregado deve ser de posto superior
ao do indiciado.
- par. 3º – se não houver de posto superior, deverá ser do mesmo posto, mais antigo.
- par. 4º – se o indiciado for oficial da reserva ou reformado, poderá ser nomeado como
encarregado qualquer oficial da ativa do mesmo posto.
- par. 5º – designação de oficial da reserva de posto mais elevado, somente se não houver
oficial da ativa nas condições acima. O CPPM excluiu a possibilidade de o oficial reformado
ser encarregado de IPM.
Artigo 8º
Atribuições da polícia judiciária militar.
- Apurar crimes militares.
- Cumprir diligências em qualquer local.
- Cumprir mandados de prisão.
- Representar acerca de prisão preventiva e da insanidade mental.
- Solicitar de órgãos públicos estaduais a realização de exames.
Valor probatório relativo – confissão extrajudicial. Não poderá ensejar decreto conde-
natório com base exclusivamente na confissão extrajudicial, pois não foi submetida ao
contraditório.
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DIREITO PROCESSUAL
PENAL MILITAR
Artigo 9º
Finalidade do IPM: apurar crime militar e sua autoria. Se houver indícios da prática
de crime de natureza comum conexo a um crime militar, deverá o encarregado encami-
nhar peças à auditoria, a fim de que seja concedida a oportunidade de o MPM se manifes-
tar sobre possível arguição de incompetência. Da mesma forma, não pode a autoridade
militar lavrar auto de prisão em flagrante quando se deparar com a prática de crime co-
mum ocorrido no interior do quartel. Nesse caso, o preso será encaminhado à Delegacia
daquela região. Se houver menor de 18 anos, será apreendido e encaminhado ao Juizado
da Infância e da Juventude ou a uma Delegacia especializada, observando-se as cautelas
em relação à condução, como por exemplo, a proibição da colocação dele na “caçamba” do
camburão, bem como o uso de algemas.
Par. Único – atos efetivamente instrutórios: são atos que, em regra, não serão repetidos
no curso da instrução criminal, tais como, perícias, exames e avaliações. Assim, na medida
do possível, é interessante conceder à defesa a possibilidade de formular quesitos nos
exames periciais, mesmo na fase inquisitorial.
Artigo 10º
início do IPM. Observem que o Juiz-auditor e o Conselho de Justiça não podem de-
terminar a instauração de IPM e, caso verifiquem a ocorrência de crime militar, deverão
encaminhar peças ao MPM. Nesse sentido, vejam o disposto no artigo 442 do CPPM;
- A autoridade militar tem a obrigação de instaurar o IPM quando houver indícios de crime
militar, mesmo que não haja qualquer indício de autoria, pois uma das finalidades do IPM
é justamente apurar a autoria.
- Instaurada a sindicância, poderá ser dispensado o IPM, se já houver indícios de crime e
autoria;
Artigo 13º
Nos crimes não transeuntes, aqueles que deixam vestígios, é indispensável a realiza-
ção de exame de corpo de delito; nos crimes patrimoniais, a avaliação do bem; nos crimes
de entorpecentes, o laudo definitivo; quando ocorrer saque indevido em agência bancária,
solicitar, de imediato, o conteúdo das gravações das câmeras, pois são destruídas, em re-
gra, após 90 dias;
Artigo 14º
A assistência do Ministério Público Militar pode ser solicitada sempre que o encarre-
gado tiver dificuldade na apuração do fato. Independente de solicitação formal para acom-
panhamento de toda a investigação, sempre que houver dúvidas, o encarregado deverá
solicitar auxílio ao MPM e não ao Juiz-auditor que deve preservar sua imparcialidade;
Artigo 15º
Encarregado do IPM. Nada impede que um Tenente seja nomeado encarregado,
desde que não haja outro oficial de posto superior. De qualquer forma, a nomeação de um
Tenente não enseja a nulidade do IPM;
Artigo 16º
Essa questão encontra-se superada pelo teor da Súmula Vinculante nº14. Entretan-
to, o advogado não terá acesso às diligências não concluídas que necessitam de sigilo,
como por exemplo a interceptação telefônica, mas somente ao conteúdo da degravação.
Por essa razão, deve ser feita autuação em separado desses procedimentos. Vejam, ainda,
o disposto no artigo 7º, XIII a XV e par. 1º, Lei 8.906/94;
Artigo 18º
Detenção pela autoridade: esse artigo gera controvérsias, mas certamente deve se
ajustar ao disposto no inciso LXI do artigo 5º da CR, ou seja, somente nos crimes propria-
mente militares. De qualquer forma, a prisão deverá ser comunicada ao Juiz-auditor ime-
diatamente a fim de que sejam analisados os aspectos relacionados à legalidade e conve-
Artigo 20º
Prazo para conclusão.
SOLTO – 40+20+critério do comandante
PRESO – 20 dias sem prorrogação
Artigo 22º
Relatório e solução (par. 1º). Apesar do disposto na parte final do artigo, não se jus-
tifica aquela manifestação do encarregado, pois se trata de mero relatório, lembrando que
cabe ao MPM formar a opinião sobre a existência ou não de indícios de crime militar;
Artigo 23º
Remessa dos autos à Auditoria.
Par. 1º – não existem mais auditorias especializadas.
Par. 2º – IPM instaurado fora do território nacional – remessa às auditorias da 11a CJM.
Artigo 24º
Arquivamento pelo encarregado – princípio da indisponibilidade. O encarregado do
IPM não pode determinar o arquivamento de IPM.
Artigo 25º
Instauração de IPM após arquivamento, apenas se surgirem provas substancialmen-
te novas, devendo ser analisado pelo MPM a possibilidade desse desarquivamento. Cabe
lembrar que o IPM arquivado por inexistência de crime, impede a instauração de outro,
mesmo surgindo novas provas. Os efeitos da decisão equivalem, nesse caso, ao de trânsito
em julgado material;
Artigo 26º
A devolução dos autos de IPM à autoridade militar ocorrerá sempre que o MPM en-
tender que é necessária a realização de outras diligências. O Juiz-auditor não deve tomar
a iniciativa de investigar, como permite o inciso II, a fim evitar o comprometimento de sua
imparcialidade;
Artigo 27º
Auto de prisão em flagrante – se não houver necessidade de diligências, o APF servi-
rá de base para manifestação do MPM;
Artigo 28º
Dispensa do IPM – desacato a autoridade judiciária militar (art. 341 do CPM) e deso-
bediência a decisão judicial (art. 349 do CPM). O presente artigo reforça o entendimento de
que o IPM é dispensável, desde que, por outro modo, já tenham sido colhidos elementos
que apontem indícios de crime e de autoria.
Artigo 397º
Se o MPM formular pedido de arquivamento e o Juiz-auditor discordar, deverá re-
meter os autos ao Procurador-Geral da JMU; se concordar, os autos serão encaminhados
à Auditoria de Correição, podendo ocorrer a representação do Juiz-auditor Corregedor di-
rigida ao STM pelo desarquivamento. Ressalte-se que o STM deverá remeter os autos ao
Procurador-Geral da JMU que pode determinar – não requer- o arquivamento ou designar
outro membro do MPM para oferecimento da denúncia. Na JMU, não há previsão de o Pro-
curador-Geral oferecer a denúncia nas hipóteses acima.
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DIREITO PROCESSUAL
PENAL MILITAR
Questões Prejudiciais
Questões prévias:
- Preliminares – Direito Processual – Impede a decisão
- Prejudiciais – Direito Material – Condiciona a Decisão
Conceito:
Toda questão jurídica de direito penal ou extrapenal que verse elemento integrante do
crime e cuja solução, escapando à competência do Juiz criminal e provocando a suspensão
da ação penal, deve preceder a decisão da questão principal.
Classificação:
- Homogênea/Heterogênea – ramo do direito
- Total/Parcial – existência do crime/circunstância
- Obrigatórias/Facultativas
Sistemas de Solução:
1) Predomínio da Jurisdição Penal / Cognição Incidental
“quem conhece da ação também deve conhecer da exceção”
2) Separação Jurisdicional Absoluta / Prejudicialidade Obrigatória
- especialização
- Artigo 123 CPPM
3) Prejudicialidade Facultativa
4) Misto/Eclético
Objeto da Prova
É a coisa, o fato, o acontecimento que deve ser conhecido pelo Juiz para que possa emitir
um juízo de valor.
Objeto de prova
É saber o que se precisa provar: o fato ou o direito? Fatos notórios não.
Meios de prova
Todos aqueles utilizados pelo Juiz para conhecer a verdade dos fatos, previstos ou não em
lei (provas inominadas). Ex.: confissão, perícia, depoimentos, etc.
Classificação da Prova
Objeto: diretas e indiretas; sujeito: pessoal e real; forma: testemunhal, documental e ma-
terial.
Natureza jurídica
Direito subjetivo de índole constitucional de estabelecer a verdade dos fatos.
Princípios da prova
Princípios são as verdades primeiras.
Prova ilícita
Ofensa ao direito material.
Prova ilegítima
Ofensa ao direito processual.
Prova irregular
Admitida pela norma processual mas colhida sem a observância das formalidades legais.
Busca e apreensão
Mais de um morador – consentimento e abrangência da busca na ausência de um deles.
Conexão entre os fatos (receptação de bens diferentes).
Prova emprestada
É aquela que foi produzida em um processo e trasladada para outro.
Indício – indicar, apontar. É todo e qualquer fato, ou circunstância, certo e provado, que
tenha conexão com o fato, mais ou menos incerto, que se procura provar. Ver artigo 382
do CPPM.
Presunção
Significa opinião ou juízo baseado nas aparências; suposição ou suspeita. Ver artigo 236
do CPM.
Ficção
Significa ato ou efeito de fingir. Considerar como verdadeiro um fato que realmente não
o é. Ex.: funcionário público por equiparação, militar inativo empregado na administração
militar, crime continuado.
Prova indiciária
Indício é um meio de prova (artigo 382 do CPPM). É possível a condenação, se a prova re-
colhida for suficiente para a condenação. Ver HC nº 8.928/SP.
Ônus da Prova
Significa encargo. Trata-se de obrigação para consigo mesmo e, se não cumprida, será ele
o único prejudicado. O STF decidiu que o ônus da prova é exclusivo do Ministério Público
(HC 84580/SP).
Procedimento Probatório:
- Proposição das Provas (indicação pelas partes);
- Admissão das provas (cabe ao Juiz);
- Produção das provas (contradição feita pelas partes). Provas não renováveis – contradi-
tório diferido;
- Valoração das provas (apreciação pelo Juiz na sentença);
Provas antecipadas
São aquelas realizadas na fase do inquérito visando a preservar o objeto de prova que
seria colhido no curso do processo, mas que por algum motivo poderá não existir naquele
momento. Ex: testemunha idosa e doente.
Provas cautelares
Periculum in mora e fumus boni iuris.
Classificação dos
Atos Processuais
Despachos:
Atos de impulso processual/não há controvérsias;
São irrecorríveis;
Cabe correição parcial.
Decisões Interlocutórias:
Recurso em sentido estrito. Não julgam o mérito da pretensão penal.
- Simples: são, em regra, irrecorríveis. Cabe Habeas Corpus/Mandado de Segurança em
decisão de recebimento de denúncia. Quando submetidas ao prazo preclusivo, caberá re-
curso em sentido estrito. Não extinguem o processo.
- Mistas: encerram uma fase procedimental ou mesmo a própria relação processual sem
o julgamento do mérito. Exemplo: acolhimento das exceções de litispendência e coisa jul-
gada.
Extensão da punibilidade:
a) não julgam a questão penal, mas apenas reconhecem a inexistência de interesse ou
pretensão punitiva.
Resolvem mas não apreciam o mérito
b) há decisão ou solução de mérito por que há preclusão da matéria como se tratasse de
coisa julgada.
Importante é realçar que no processo penal militar não se admite nem a ação
penal privada, esceto a subsidiária da pública, por força de dispositivo constitu-
cional (artigo 5º, LIX) nem a pública condicionada à representação. Verifica-se
apenas a hipótese da ação penal pública incondicionada e a da condicionada à
requisição.
Entendeu o legislador que os bens jurídicos tutelados são indisponíveis, pois antes
de atingir o interesse de um particular, o delito afronta a Instituíção Militar, que seria o
sujeito passivo principal, implícita ou explicitamente. A finalidade maior do Código penal
Militar é a proteção às Instituições Militares, que apresentam nos seus pilares básicos, a
hierarquia e disciplina. Essa é a razão de uma Justiça Especializada e, consequentemente,
de uma legislação específica.
Artigo 29º
Princípio da oficialidade. Apenas o MPM pode promover ação penal junto à JMU,
com exceção da ação penal privada subsidiária da pública, quando houver inércia por par-
te do MPM;
Artigo 30º
Princípio da obrigatoriedade. A denúncia deverá ser promovida sempre que houver
prova de fato que, em tese, constitua crime militar e indícios de autoria. Entretanto, mesmo
presentes esses requisitos, nada impede que o MPM formule pedido de arquivamento dos
autos do IPM, sob algum fundamento, como, por exemplo, por ter ocorrido o ressarcimen-
to do prejuízo ou ainda por ausência de interesse processual;
Artigo 31º
Ação penal pública condicionada à requisição. Além dessa hipótese, encontramos
a requisição como condição especial para o regular exercício do direito de ação, no pará-
grafo único do artigo 95 da LOJMU (em tempo de guerra). Não há a chamada ação penal
condicionada à retratação. No entanto, cabe discutir a aplicação da Lei nº 9.099/95, na hi-
pótese de o indiciado/denunciado/acusado for civil, pois não estão sujeitos aos princípios
de hierarquia e disciplina que impedem a aplicação dos institutos previstos naquela legis-
lação aos militares;
Requisição
- ato político/qualquer tempo enquanto não extinta a punibilidade.
- irretratável/não vincula o Ministério Público.
Artigo 32º
Princípio da indisponibilidade. Do mesmo modo, o MPM não poderá desistir do re-
curso interposto, como dispõe o artigo 512 do CPPM. No entanto, o MPM poderá opinar
pela absolvição do acusado, ao término da instrução criminal, mas tal manifestação não
vincula o Conselho de Justiça, de acordo com o disposto na alínea b do artigo 437 do CPPM;
- Princípio da indivisibilidade.
Existe o entendimento que tal princípio deriva do princípio da obrigatoriedade;
- Princípio da intranscendência.
A pena não poderá passar da pessoa do condenado;
Artigo 77º
Requisitos: não são indispensáveis, mas deve a denúncia ser narrada de modo que
permita ao eventual acusado o exercício pleno do princípio da ampla defesa;
Artigo 78º
Rejeição da denúncia.
Cuida o artigo 78 do Código de Processo Penal Militar das hipóteses de rejeição de de-
núncia, ou seja, quando o Juiz entender que a acusação não deve ser aceita por ausência
de requisitos previstos no artigo 77, por incompetência da Justiça Militar, por ausência de
condições para o regular exercício do direito de ação, etc., proferirá o que se domina de
despacho liminar negativo. Assim, no momento em que a denúncia é apresentada cabe ao
Juiz exercer o controle sobre a mesma sob três aspectos: regularidade formal da denúncia;
viabilidade da relação processual – analisa os pressupostos processuais; viabilidade do
direito de ação.
Distinção entre as alíneas b e d do artigo 78.
Recurso contra rejeição de denúncia e seu aditamento – artigo 516, d do CPPM. Ob-
servem que o CPP não admite expressamente a interposição do recurso em sentido estrito
quando ocorrer rejeição ao aditamento à denúncia.
Artigo 79º
Prazo para manifestação do MPM. Observem que o CPPM se refere a acusado quan-
do deveria tratar como denunciado, visto que a denúncia ainda não foi recebida, contra-
riando o disposto no artigo 69 do CPPM:
Artigo 80º
Baixa para diligências. O MPM pode requerer a realização de novas diligências para
formar sua convicção sobre o fato apurado;
Artigo 81º
Extinção de punibilidade.
Princípios:
Juiz Natural (art. 5º, LIII e XXXVII, CR), do devido processo legal (art. 5º, LIV), da correlação
ou da relatividade.
Diante dos chamados “princípios jurisdicionais”, o princípio do Juiz natural apresenta-se
como um dos mais relevantes no ordenamento pátrio.
Apresenta-se consagrado na Constituição Federal de 1988, como um dos Direitos e Garan-
tias Fundamentais: “Art. 5°, XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;” e “Art. 5°, LIII
- ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;” Assim,
havendo provocação da justiça e instaurada a lide, a prestação jurisdicional deverá ser feita
por juízes, tribunais e órgãos previstos na Constituição Federal, criados antes do cometi-
mento do fato, garantindo assim ao cidadão imparcialidade dos julgadores.
Por sua vez, o Princípio do devido processo legal é também apresenta-se como uma garan-
tias constitucionais de maior importância, pois dele decorrem todos os demais princípios
e garantias constitucionais. Desta forma, ele é serve de base legal para aplicação de todos
os demais princípios processuais, garantindo, assim, inúmeros outros postulados como
os princípios do contraditório, da ampla defesa e da motivação (apesar de autônomos e
independentes entre si), integrando-se totalmente os incisos LIV e LV, ambos do artigo 5º
da Carta Magna de 1988. Tais princípios ajudam a garantir a tutela dos direitos e interesses
individuais, coletivos e difusos.
Artigos 99º/107º
Conexão e continência.
Haverá conexão: se, ocorridas duas ou mais infrações, tiverem sido praticadas, ao
mesmo tempo, por várias pessoas reunidas ou por várias pessoas em concurso, embora
diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; se, no mesmo
caso, umas infrações tiverem sido praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para
conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; quando a prova de uma
infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infra-
ção.
Haverá continência: quando duas ou mais pessoas forem acusadas da mesma
infração; na hipótese de uma única pessoa praticar várias infrações em concurso.
A conexão, na Justiça Especializada, quanto aos seus conceitos e espécie, não difere da Jus-
tiça Comum. Assim, no artigo 99, alínea a do Código de Processo Penal Militar encontram-
-se as três espécies de Conexão intersubjetiva – por simultaneidade, por concurso e por re-
ciprocidade. Na alínea b do mencionado artigo 99, retratam-se as modalidades de conexão
teleológica – para facilitar, ocultar, conseguir impunidade ou conseguir vantagem – tudo
em relação a infrações e, finalmente, na alínea c a conexão probatória (instrumental).
Quanto à continência, o artigo 100 da mesma lei adjetiva castrense a deferência em:
continência por Cúmulo Subjetivo (alínea a) e por Cúmulo Objetivo (alínea b) conforme se
tratar de concurso de agentes ou concurso de crimes.
Deve-se finalmente atentar para a hipótese de, não obstante a conexão e continên-
cia, serem instaurados processos diferentes, devendo o juiz prevalente avocar os proces-
sos em andamento, ressalvada a sentença definitiiva, hipótese em que a unidade do pro-
cesso se dará ulteriormente, para efeito de soma ou unificação de pena (art. 107).
Artigos 109º/110º
Desaforamento – representação ao STM para designar uma auditoria. A palavra de
formação parassintética pode ser entendida como a subtração da lide, do processo, de um
determinado foro (Auditoria) para outro foro (Auditoria), pelas razões alineadas no artigo
109.
Uma das razões, a da alínea c) – impossibilidade de se constituir o Conselho de Jus-
tiça ou de mantê-lo constituído – é típico da Lei adjetiva Penal Militar. O processo e julga-
mento dos crimes militares, na instância inferior, se faz pelos Conselhos – Juiz-togado, por
mais quatro oficiaism obedecido o Princípio do “pares paribus iudicantur” ( oficiais-juízes
da mesma Força a que pertencer o acusado)m o quem nem sempre é possível, daí o desa-
foramento.
O pedido de desaforamento é feito ao STM, Podendo fazê-los os Comandantes da
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica; do Dsitrito Naval, Região Militar e de Comando Aé-
reo; Conselhos de Justiça ou Auditor e ainda mediante representação do Ministério Público
ou do acusado (art. 109, § 1º).
Caso defira o pedido, o Superior Tribunal Militar, ouvido o Procurador-Geral, se dele
não preveio o pedido, designará a Auditoria por onde deva ter curso o processo (art. 109,
§§ 2º e 4º). O pedido, embora negado, poderá ser renovado, se houver motivo superve-
niente (art. 110).
Artigos 111º/121º
Conflitos de competência. Em que pese a redação do art. 121 do CPPM, compete ao
STJ processar e julgar os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, bem como
entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos,
na forma do art. 105, I, “d”, da CF).
Espécies:
- Prisão-Pena
Ocorre após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
- Prisão Processual/Provisória.
É decretada antes do trânsito em julgado (temporária e preventiva), bem como a prisão em
decorrência de flagrante.
- Prisão Civil.
Atualmente a única hipótese cabível é a do devedor de alimentos, não mais se admitindo
a do depositário infiel.
- Prisão Disciplinar.
Encontra amparo no art. 5º, LXI, CR)
Destaca-se que a chamada prisão para averiguação não é mais admitida no ordenamento
jurídico pátrio, pois, conforme doutrina e jurisprudência dos tribunais superiores, tal espé-
cie não encontra amparo na Constituição Federal de 1988.
Da Prisão Provisória
Conceito: Prisão provisória é a que ocorre durante o inquérito, ou no curso do pro-
cesso, antes da condenação definitiva.
Requisitos: periculum in mora (periculum libertatis) e fumus boni iuris. Natureza
processual/cautelar.
Espécies – flagrante, preventiva, em virtude de sentença condenatória recorrível,
artigo 18 do CPPM, prisão do desertor (art. 452 do CPPM) e prisão temporária (não se aplica
à Justiça Militar).
Características: jurisdicionalidade, instrumentabilidade, provisoriedade e propor-
cionalidade.
Insubmisso – O termo, juntamente com os demais documentos relativos à insub-
missão, tem o caráter de instrução provisória, destina-se a fornecer os elementos necessá-
rios à propositura da ação penal e é o instrumento legal autorizador da captura do insub-
misso, para efeito da incorporação. Tal hipótese encontra previsão no art. 5º, LXI, da CF/88,
que dispõe que ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fun-
damentada de autoridade judiciária competente, excepcionando os casos de transgressão
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
Desertor: o mesmo se aplica ao crime de deserção, pois, conforme expressa previ-
são legal, o termo de deserção tem o caráter de instrução provisória e destina-se a fornecer
os elementos necessários à propositura da ação penal, sujeitando, desde logo, o desertor à
prisão
Frise-se que o artigo 18 do CPPM, que prevê que o indiciado poderá ficar deti-
do durante as investigações policiais, por até trinta dias, independentemente
de flagrante delito, não foi recepcionado pela CRFB/88.
Cumpre destacar que a prisão de militar deverá ser feita por outro militar de
posto ou graduação superior; ou, se igual, mais antigo, com a ressalva de que
qualquer pessoa poderá e os militares deverão prender quem for insubmisso
ou desertor, ou seja encontrado em flagrante delito.
Artigo 228º
Precatória entre autoridades militares. Se o capturando estiver em lugar estranho
à jurisdição do juiz que ordenar a prisão, mas em território nacional, a captura será pedi-
da por precatória, da qual constará o mesmo que se contém nos mandados de prisão.
Artigo 230º
Par. Único – a recaptura de evadido independe de mandado.
Artigo 234º
Critério da razoabilidade. O emprego de força só é permitido quando indispensá-
vel, no caso de desobediência, resistência ou tentativa de fuga. Se houver resistência da
parte de terceiros, poderão ser usados os meios necessários para vencê-la ou para defesa
do executor e auxiliares seus, inclusive a prisão do ofensor. De tudo se lavrará auto subs-
crito pelo executor e por duas testemunhas.
Artigo 237º
Nota de culpa/aplicação analógica da parte final do art. 286 do CPP.
Artigo 238º
Preso à disposição da Justiça.
Artigo 242º
Prisão especial só até o trânsito em julgado da sentença condenatória. Ver Lei nº
10.258, de 11/07/2001 (artigo 295 do CP).
Prisão de eleitor – não é permitida desde 5 dias antes até 48 horas após a eleição, salvo
flagrante delito ou em virtude de sentença penal condenatória (artigo 236 do Código Elei-
toral)
Da Prisão em Flagrante
Conceito: Trata-se de medida restritiva de liberdade, de natureza cautelar e proces-
sual, consistente na prisão, independentemente de ordem escrita do Juiz competente, de
quem é surpreendido cometendo ou logo após o cometimento. Trata-se de mecanismo de
autodefesa da sociedade, ao permitir qualquer pessoa de privar, temporariamente, aque-
le que está praticando ou praticou infração penal, da sua liberdade de locomoção, sendo
desnecessário mandado de prisão.
Artigo 243º
Qualquer pessoa poderá (flagrante compulsório) e os militares deverão (facultativo)
prender quem for insubmisso ou desertor, ou seja encontrado em flagrante delito
Espécies:
- Flagrante próprio – art. 244, a e b do CPPM; O agente está cometendo o crime ou acaba
de cometê-lo;
- Flagrante presumido ou ficto – art. 244, d do CPPM; O agente é encontrado, logo de-
pois, com instrumentos, objetos, material ou papéis que façam presumir a sua participa-
ção no fato delituoso.
- Flagrante forjado ou urdido: Consiste em uma situação falsa de flagrante criada para
incriminar alguém. É uma modalidade ilícita do flagrante, onde o único infrator é o agente
forjador.
Artigo 245º
Lavratura do auto – oitiva do condutor, oitiva de duas testemunhas (o condutor pode
ser uma delas), na ausência de testemunhas do crime poderão assinar duas testemunhas
da apresentação do preso (testemunhas instrumentais ou indiretas) e interrogatório do
preso (direito ao silêncio – art. 5º, LXIII, CRFB).
Artigo 247º
Nota de culpa no prazo de 24h.
Lavratura do APF por autoridade civil: Quando a prisão em flagrante for efetuada
em lugar não sujeito à administração militar, o auto poderá ser lavrado por autoridade
civil, ou pela autoridade militar do lugar mais próximo daquele em que ocorrer a prisão.
Artigo 251º
Remessa do APF ao Juiz.
Artigo 253º
Liberdade provisória com vinculação. Acrescente-se as hipóteses dos artigos 222,
par. 3º e 36, ambos do CPM.
A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar, pelas provas
constantes dos autos, a existência de situação que configure excludente de ilicitude.
Menagem
A menagem, instituto tipicamente militar, é, na definição de Homero Prates, o bene-
fício outorgado pela lei a certos acusados – os que respondem por crimes cujo máximo da
pena for inferior a quatro anos – para ficarem presos sob palavra, fora do cárcere, uma vez
preenchidos os requisitos legais.
Pelo Código de Justiça Militar só poderia ser concedida se a pena fosse infe-
rior a quatro anos, enquanto pela legislação atual cabe inclusive nos crimes
apenados até quatro anos. Trata-se de uma medida que vem evitar o recolhi-
mento provisório do acusado à prisão, ou seja, substitui o instituto da prisão
provisória.
Antes de decidir, o Juiz dará vista dos autos ao membro do MPM a fim de que este
se manifeste sobre a concessão da menagem, embora, obviamente, ao seu parecer não
esteja vinculado o juízo.
Uma vez concedida a menagem, o acusado fica vinculado a certas obrigações, tais
como a de não se ausentar do local para o qual ela foi deferida, além de não faltar, sem
causa justificada, a qualquer ato judicial para que tenha sido intimado ou a que deva com-
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DIREITO PROCESSUAL
PENAL MILITAR
parecer independente de intimação. Mal comparando, a situação do acusado se equipara
àquela estabelecida ao indivíduo ao qual é concedida a liberdade provisória sob vincula-
ção, pois o descumprimento de qualquer obrigação levará à cassação da menagem.
Prisão decorrente de
sentença condenatória
Condições para recorrer: Apesar da literalidade do artigo 527 do CPPM, no senti-
do de que o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se primário e de bons
antecedentes, e regra atual é a do condenado recorrer em liberdade. Somente quando
preenchidos os requisitos da prisão preventiva é que este poderá ser preso, devendo o juiz
fundamentar a decisão.
Artigo 449º
Efeitos da sentença condenatória recorrível. ser o réu prêso ou conservado na pri-
são;
b) ser o seu nome lançado no rol dos culpados
- Súmula nº 9 do STJ.
- Súmula nº 267 do STJ.
- Prisão cautelar x execução provisória da pena.
- Réu preso durante o processo.
- Réu solto durante o processo – reincidente e de maus antecedentes.
- Réu condenado por infração da qual se livra solto – artigo 270 do CPPM.
Aplicação Provisória de
Medida de Segurança
Artigo 272º
Hipóteses cabíveis: No curso do inquérito, mediante representação do encarrega-
do, ou no curso do processo, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, enquanto
não for proferida sentença irrecorrível, o juiz poderá, observado o disposto no art. 111, do
Código Penal Militar, submeter às medidas de segurança que lhes forem aplicáveis: os que
sofram de doença mental, de desenvolvimento mental incompleto ou retardado, ou outra
grave perturbação de consciência; os ébrios habituais; os toxicômanos; os que estejam no
caso do art. 115, do Código Penal Militar.
As medidas de segurança são pessoais ou patrimoniais. As da primeira espécie
subdividem-se em detentivas e não detentivas. As patrimoniais são a interdição de estabe-
lecimento ou sede de sociedade ou associação, e o confisco.
Artigo 274º
Necessidade de perícia médica após a aplicação da medida de segurança: A apli-
cação provisória da medida de segurança, no caso dos que sofram de doença mental, de
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, ou outra grave perturbação de consci-
ência, não dispensa nem supre realização da perícia médica, nos termos dos artigos 156 e
160 do CPM.
Artigo 276º
Especialização: A suspensão provisória do exercício do pátrio poder, da tutela ou da
curatela, para efeito no juízo penal militar, deverá ser processada no juízo civil.
Rito Processual
Procedimento Ordinário
Remessa do IPM/APF/Peça Informativa para a Auditoria.
Oferecimento da Denúncia
- Prazo de cinco dias para o indiciado preso e 15 + dobro + triplo para indiciado solto.
Recebimento da Denúncia
- Prazo de 15 dias para o Juiz-Auditor receber a denúncia;
- Sorteio do CEJ ou convocação do CPJ; designação de data para instalação do Conselho;
citação do acusado e intimação do MPM e testemunhas.
Interrogatório
- Só se poderá realizar 7 dias após a designação. Exceção: prazo de 48 horas após o inter-
rogatório.
Testemunhas de Defesa
- Até 5 dias após oitiva da última testemunha de acusação;
- Cada acusado poderá arrolar até 6 testemunhas numerárias +3 informantes.
Diligências
- Prazo de 5 dias para as partes requererem o que for de direito
Diligências – Juiz-Auditor
- Se o processo estiver preparado, designará o dia do julgamento
Julgamento
- Sustentação oral;
- 3 horas para cada parte e 1 hora para réplica e tréplica;
- Advogado de mais de uma parte, +1 hora;
- Mais de 10 acusados, 1 hora para defesa de cada um. Não poderá exceder a 6 horas o
tempo total.
Do Procedimento Especial
Sumaríssimo
O delito de deserção vem tratado no Capítulo II do Título referente aos crimes contra
o serviço militar e o dever militar, nos artigos 187 a 194 do Código Penal Militar.
Deserção, do latim desertio, significa abandono.
O rito no processo de deserção é sumaríssimo, caracterizado pela celeridade, sendo
reduzidos,
Em regra, o delito de deserção consuma-se após o oitavo dia de ausência. Esse perí-
odo de oito dias é o denominado prazo de graça, que não existe na hipótese do artigo 190
do CPM. Essa contagem do prazo, embora haja divergências, deve ser feito da seguinte for-
ma: Contam-se oito dias, tendo-se por termo a quo o dia seguinte ao da ausência. A partir
do primeiro instante do nono dia estará configurado o Crime. Vale ilustrar, com o seguinte
exemplo:
Ausência 1º Dia 2º Dia 3º Dia 4º Dia 5º Dia 6º Dia 7º Dia 8º Dia Consumação
Prazo Prazo Prazo Prazo Prazo Prazo Prazo Prazo
de de de de de de de de
Graça Graça Graça Graça Graça Graça Graça Graça
Dia 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Cabendo observar, pelo exemplo acima, o seguinte: não importa o horário de ausên-
cia, se no início ou no final do dia 2; o primeiro dia de contagem do prazo de graça é aquele
imediatamente após a ausência, ou seja, dia 3; até a data de 10, seria o chamado prazo de
graça; por fim, o dia 11, sendo o nono, configurado está o delito de deserção.
Observa-se que este só se consuma após oito dias. De uma forma mais simples,
basta somar nove ao dia de ausência, que se chegará à data de consumação do delito. No
exemplo, 2 (dia da ausência) mais nove, chega-se ao dia 11.
Sendo assim, no dia da consumação, deve o Comandante lavrar o termo de deser-
ção, no qual será relatado que o militar ausentou-se sem autorização num determinado
dia e que não retornou dentro do prazo de graça. Não se deve confundir com a parte de
ausência, que é lavrada após 24 horas do dia em que o militar se ausentou.
Dessa forma, o melhor entendimento seria no sentido de que não deveria ser es-
tabelecido um prazo para prisão, mas sim que fosse concedido ao Juiz a possibilidade de
avaliar, acerca da necessidade da custódia e, assim, mantê-la apenas se presente um dos
motivos alencados no artigo 255 do Código de Processo Penal Militar. Nessa linha de racio-
cínio, a custódia poderia ser mantida durante todo o curso do processo, independente de
prazo, desde que não houvesse um retardamento injustificado da instrução criminal.
Nesse sentido, haveria uma prisão inicial, por expressa autorização constitucional,
pois trata-se de crime propriamente militar, e uma manutenção da mesma, com funda-
mento na legislação processual penal castrense.
Oportunamente, cabe lembrar que o Superior Tribunal Militar não admite a concessão de
liberdade provisória, antes de decorrido o prazo de sessenta dias, tendo editado a súmula
nº 10:”Não se concede liberdade provisória a preso por deserção antes de decorrido o pra-
zo previsto no artigo 453 do CPPM.”
Deserção de Oficial
*Lavratura do Termo de Deserção e publicação em boletim, com a Parte de Ausência
CPPM, art. 454;
*Agregação até o trânsito em julgado § 1º;
*Remessa para a Auditoria: Parte de Ausência, inventário, cópia do boletim e assenta-
mentos § 2º;
*Autuação e vista do MPM, por 5 dias § 3º;
*Requer o arquivamento, requer diligência, argui a incompetência, Oferece a Denún-
cia;
*Recebida a Denúncia, aguarda a apresentação ou captura § 4º;
*Preso, sorteio e convocação de CEJ, citação, rt. 455;
*Caso não seja julgado em 60 dias, responde solto art. 453;
*Audiência: interrogatório e inquirição de testemunhas do MPM § 1º;
*Defesa tem 3 dias para arrolar até 3 testemunhas, que serão ouvidas dentro de 5/10
dias;
*Cumprimento de diligências, se for o caso;
*Sustentação oral: 30 minutos para cada parte, mais 15 minutos § 2º;
*SENTENÇA.
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DIREITO PROCESSUAL
PENAL MILITAR
Do Procedimento Especial
Sumaríssimo
Do Processo de Deserção de Praça, com ou
sem Graduação e de Praça Especial
O procedimento nos crimes de deserção de praças apresenta distinções em relação
aos que envolvem oficiais, e mesmo entre praças existem diferenças em relação àqueles
com estabilidade e sem estabilidade.
Ao se verificar a ausência, deve ser lavrada parte de ausência, realizar o inventário
de bens pertencentes à Fazenda Nacional, a fim de saber se foi extraviada, por exemplo,
alguma peça de uniforme, e, após o transcurso do prazo de graça, deverá ser lavrado o
termo de deserção.
Enquanto a praça especial ou sem estabilidade é excluída do serviço ativo, a praça
estável será agregada, como ocorre com os oficiais. Essa distinção traz enorme repercus-
são no próprio procedimento.
A título de ilustração, praça especial, de acordo com § 4º do artigo 16 do Estatuto dos
Militares, são os Guardas-Marinha, os Aspirantes-a-Oficial e os alunos de órgãos específi-
cos de formação de militares, enquanto as praças estáveis são aquelas que já completaram
dez anos de serviços ativo.
Após o cumprimento de todas as condições acima, os autos da instrução provisória
de deserção (IPD) devem ser remetidos à auditoria competente. Vale lembrar que não se
exige mais a realização de diligências visando à captura do “desertor”, embora a autorida-
de militar possa tomar tal iniciativa, tendo o cuidado de não efetuar a prisão, no interior de
residência, sem autorização judicial, caso não haja consentimento do morador. Aliás, essa
diligência visando à captura deveria ser sempre realizada, pois, em muitos casos, o deser-
tor se encontra, durante o período de ausência, em sua própria residência. Assim, poderia
se evitar a consumação do delito que não interessa a própria autoridade militar, haja vista
a série de procedimentos que deve observar, desviando-se dessa forma, de suas funções.
É excluída do serviço
Agrega-se com a Agrega-se com a ativo com a consu-
consumação do consumação do cri- mação do crime
Situação crime Permanece me Reverte-se após É reincluída após a
agregado até o trân- a apresentação vo- apresentação volun-
sito em julgado luntária ou a captura tária ou captura
Incapacidade
definitiva CPPM omisso CPPM omisso Isenta da reinclusão
e do processo
Insubmissão
Consiste o delito de insubmissão, de acordo com o artigo 183 da Lei Penal Castren-
se, em “deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe foi
marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorporação”.
O termo de insubmissão será lavrado, caso o convocado não se apresente até a
data limite para incorporação ou se ausente antes do respectivo ato oficial. Cuida-se de
documento indispensável ao oferecimento da denúncia. Entretanto, o referido termo não
é suficiente para que seja comprovada a prática do delito, sendo ainda indispensável a jun-
tada da listagem de designação, a fim de que seja comprovado que tinha conhecimento da
data e local de incorporação, como dispõe o § 2º, além desse entendimento ter sido objeto
da Súmula nº 7, editada pelo Superior Tribunal Militar:“O crime de insubmissão, capitulado
no artigo 183 do CPM, caracteriza-se quando provado de forma inconteste o conhecimento
pelo conscrito da data e local de sua apresentação para incorporação através de documento
hábil constante dos autos. A confissão do indigitado insubmisso deverá ser considerada no
quadro do conjunto probatório.“
Após a juntada da ata de inspeção de saúde, bem como do ato de inclusão poderá o
Ministério Público Militar oferecer denúncia, devendo o “insubmisso” ser julgado no prazo
de sessenta dias a contar de sua captura ou apresentação voluntária, pois, caso contrário,
será posto em liberdade.
*Remessa à Auditoria;
*Se apto: incluído; remessa dos documentos à Auditoria. Vista ao MPM por 5 dias § 2º;
Artigo 499º
Trata do Princípio do Prejuízo (pas de nullité sans grief). As partes devem demons-
trá-lo ao arguir qualquer modalidade, exceto quando se referir à absoluta, pois o que se
protege, essencialmente, é o interesse público.
Artigo 501º
Cuida do princípio do interesse, não se aplicando às nulidades absolutas. Vige o
princípio da lealdade, não podendo a parte invocar a nulidade que produziu ou para a qual
concorreu. Ninguém, pode alegar a própria torpeza em seu benefício.
Artigo 502º
Refere-se ao princípio da instrumentalidade das formas, sendo importante que se
alcance a Justiça , mesmo que haja irregularidades que não influíram na apuração da ver-
dade substancial ou na decisão da causa.
Sabe-se que a citação é ato indispensável, pois visa a dar ao réu ciência da acusação
formulada contra ele. No entanto, se apesar de não ter sido citado, o réu comparece à
audiência de qualificação e interrogatório, a irregularidade estará sanada, podendo o Juiz
adiar o ato, a fim de que possibilite ao acusado a ampla defesa, dando oportunidade a ele
de constituir advogado e, consequentemente, ser devidamente orientado.
Dos Recursos
Recurso é o direito público subjetivo de se pedir o reexame de uma decisão. Apre-
senta como pressuposto lógico um ato jurisdicional com conteúdo decisório, e como pres-
suposto fundamental e sucumbência, que se traduz na desconformidade entre o que uma
vez não se conformando com a decisão, a parte pode requerer que aquela seja apreciada
pelo Tribunal. Vale, ainda, destacar os pressupostos objetivos e subjetivos dos recursos:
Pressupostos objetivos
Adequação
Cada decisão comporta a interposição de apenas um determinado recurso. No en-
tanto, pelo princípio da fungibilidade dos recursos estampado no artigo 514 do CPPM,
onde não houve má-fé, o Juiz deverá admitir o recurso interposto, mesmo que não seja o
correto, se aquele obedecer, ainda, o prazo do recurso cabível. Exemplo: se a parte inter-
põe o recurso em sentido estrito, o Juiz deverá admiti-lo, desde que tenha sido interposto
no prazo estabelecido para este último, ou seja, até o terceiro dia a contar da intimação da
decisão.
Tempestividade
Cada recurso estabelece prazo para sua interposição, devendo ser observado sob
pena de não ser admitido.
Motivação
O recurso deve apresentar fundamentação, ou seja, as razões de fato e de direito
que levam a parte a requerer a modificação da decisão. A exceção é o recurso de apelação
que pode subir, independente das razões, pois o âmbito de apreciação do recurso pelo
Tribunal está adstrito à petição de interposição da Apelação.
Preparo
Os processos na Justiça Militar não estão sujeitos a custas, conforme dispõe o artigo
712 do CPPM.
Pressupostos subjetivos
Interesse
A parte deve demonstrar a necessidade e utilidade de se buscar a modificação da
decisão impugnada, em conformidade com o parágrafo único do artigo 511 do CPPM.
Legitimidade
O artigo 511 do CPPM traça os limites da legitimação para recorrer, prescrevendo
que o recurso pode ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo réu, seu procurador, ou
defensor.
Suspensivo
Significa que, em cestas hipóteses, sua interposição impede a produção imediata
dos efeitos da decisão.
Extensivo
Se houver mais de um réu no mesmo processo, a decisão do recurso interposto por
apenas um deles favorecerá os demais, desde que haja situação pessoal idêntica entre
eles.
O CPPM elenca no Título II do livro III os seguintes recursos dirigidos ao Superior Tri-
bunal Militar: Recurso em sentido estrito; Apelação; Embargos; Revisão. Podem ser acres-
centados, ainda, o Recurso inominado e o Recurso de ofício.
Cabe esclarecer que os embargos previstos nos artigos 203 e 219 do CPPM são de-
cididos pelo Juízo de primeira instância, cabendo recurso para o Superior Tribunal Militar
apenas da decisão relativa aos próprios embargos. Vale lembrar ainda que a correição
parcial, tratada no artigo 498 do CPPM, é classificada como processo especial, embora siga
o rito previsto para o recurso em sentido estrito.
Apelação
Está tratada nos artigos 526 e seguintes do CPPM.
Deverá ser interposta no prazo de cinco dias, sendo as razões apresentadas em
dez dias, assim como as contra-razões. Os autos poderão subir independentemente das
razões recursais, pois é a petição de interposição pelo Tribunal.
O efeito suspensivo é a regra. As exceções encontram-se nos artigos 272, 527
e 606, todos do CPPM.
Quanto ao direito de apelar em liberdade, que se refere o artigo 527, o réu será
recolhido à prisão caso seja reincidente ou de maus antecedentes. Há entendimento no
sentido de que mesmo nessas hipóteses, só deverá ser recolhido à prisão se estiver pre-
sente uma das hipóteses do artigo 255 do CPPM.
Embargos
Nos artigos 538 a 549, o CPPM trata dos embargos de nulidade, infringentes e de
declaração.
Os embargos de nulidade visam a anulação do julgamento, cuidando-se de matéria
processual; os embargos infringentes têm por objetivo a modificação do acórdão e refe-
rem-se ao mérito da decisão; e, por fim, os de declaração, quando o acórdão for ambíguo,
obscuro, contraditório ou omisso. Se o acórdão for unânime, somente serão admitidos os
embargos de declaração.
O julgamento dos embargos obedecerá ao rito previsto para o recurso de apelação.
Recurso Extraordinário
Possui o Rito processual previsto no Regimento Interno do STM.
O Recurso Extraordinário contra decisões do Tribunal, nos casos previstos na Consti-
tuição Federal, será interposto no prazo de quinze dias, contados da intimação da decisão
recorrida ou da sua publicação, em petição dirigida ao Presidente, que conterá a exposição
do fato e do direito; demonstração do cabimento do recurso interposto; as razões do pedi-
do de reforma da decisão recorrida.
Recebida a petição pela Secretaria do Tribunal e aí protocolizada, será intimado o
recorrido, abrindo-se vista pelo prazo de quinze dias para apresentar contra-razões.
Findo o prazo deste artigo, serão os autos conclusos ao Presidente para admissão
ou não do recurso, no prazo de quinze dias, em decisão fundamentada.
Admitido o recurso, os autos serão imediatamente remetidos ao Supremo Tri-
bunal Federal.
O recurso extraordinário não tem efeito suspensivo, desde que admitido, mas
susta o trânsito em julgado da decisão recorrida.
Reclamação
O Superior Tribunal Militar poderá admitir reclamação do procurador-geral ou da
defesa, a fim de preservar a integridade de sua competência ou assegurar a autoridade do
seu julgado.
Ao Tribunal competirá, se necessário, avocar o conhecimento do processo em que
se verifique manifesta usurpação de sua competência, ou desrespeito de decisão que haja
proferido; determinar lhe sejam enviados os autos de recurso para êle interposto e cuja
remessa esteja sendo indevidamente retardada.
Destaca-se que o civil, assim como o militar condenado e excluído das Forças
Armadas, cumpre a pena imposta pela Justiça Militar em estabelecimento pri-
sional sujeito à jurisdição ordinária, cabendo a esta decidir sobre eventuais
incidentes.
O militar, preso provisoriamente ou em cumprimento de pena, será recolhido
à organização militar da respectiva Arma. Excluído das Forças Armadas, passa
a cumprir a pena em estabelecimento prisional sujeito à jurisdição civil.
Com relação à detração penal, importante ressaltar que será levado em conta
no cumprimento da pena, o tempo de prisão provisória, excluindo-se a mena-
gem concedida na cidade.
Livramento condicional
Na Justiça Militar aplica-se somente ao militar da ativa, ao inativo, ou ao excluído da
corporação, que cumpre pena em estabelecimento castrense, inclusive presídio militar.
Cabe ao Juiz da Vara de Execuções Penais estadual a concessão do livramento condicional
ao civil condenado pela Justiça Militar federal, visto que o civil cumpre pena privativa de
liberdade em estabelecimento prisional civil, logo, sujeito à jurisdição do Juiz da Justiça co-
mum.
O condenado pela Justiça Militar à pena de reclusão por tempo igual ou superior
a 2 anos poderá ser libertado condicionalmente: desde que tenha cumprido metade da
pena, se primário, ou dois terços, se reincidente; tenha reparado o dano causado pelo cri-
me, salvo impossibilidade de fazê-lo; tenha boa conduta durante a execução da pena, sua
adaptação ao trabalho e às circunstâncias atinentes à sua personalidade, ao meio militar
ou social, e à sua vida pregressa permitam supor que não voltará a delinquir.
Reabilitação
É requerida, pela defesa técnica, após 5 anos contados da extinção da pena princi-
pal, ou do término de sua execução, ou do dia em que findou o prazo de suspensão condi-
ciona da pena ou do livramento condicional, desde que o condenado comprove que tenha
tido, durante esse prazo, domicílio no país.
Compete ao Juiz da Justiça Militar federal, onde correu o processo decidir do pedido
de reabilitação de condenado, militar da ativa ou militar inativo, mesmo tendo cumprido a
pena em estabelecimento civil.
O pedido deverá ser instruído com: certidões comprobatórias de não ter o reque-
rente respondido, nem estar respondendo a processo, em qualquer Juízo, no prazo acima
referido; prova do domicílio no prazo supra mencionado, através dos assentamentos mili-
tares, no caso do militar da ativa, ou do documento da repartição castrense, se militar na
inatividade remunerada, ou atestado de autoridade policial dos lugares do domicílio; ates-
tado de bom comportamento público ou privado; prova de haver ressarcido o dano causa-
do pelo crime, ou prova de impossibilidade de fazê-lo até o dia do pedido, ou documento
que comprove a renúncia da vítima, ou novação da dívida. Há crimes que, por motivos
óbvios, é dispensada prova de ressarcimento de dano.
Caso necessário, o Juiz determinará diligências necessárias para apreciação do pedi-
do, cercando-a do sigilo possível, e decidirá, após ouvir o MP.
Artigo 91º
Conselho Superior de Justiça Militar
Composição
Dois oficiais-generais, de carreira ou reserva convocado, e um JuizAuditor, nomea-
dos pelo Presidente da República.
Artigo 93º
Conselho de Justiça
Composição
Um Juiz-Auditor ou Juiz-Auditor Substituto e dois oficiais de posto superior ou igual,
desde que mais antigo.
Competência
Julgamento dos oficiais até o posto de Coronel, inclusive. Observar que o processo
correrá perante o Juiz-Auditor e somente o julgamento será de competência do Conselho
de Justiça. Compete, ainda, ao Conselho decidir sobre arquivamento de inquérito e ins-
tauração de processo, nos casos de violência praticada contra inferior para compeli-lo ao
cumprimento do dever lega, ou em repulsa a agressão.
Artigo 93º
Composição das auditorias.
Artigo 97º
Juiz-Auditor
Competência
Presidir a instrução criminal dos processos em que forem réus praças, civis ou ofi-
ciais até o posto de Coronel ou capitão-de-mar-e-guerra, inclusive e julgar praças e civis.
No CPPM, verificar os artigos 675 e seguintes.
Artigo 9º do CPM
PENAL MILITAR
INCISO II
a) Militar da Ativa e artigo Militar da Ativa
12, CPM
INCISO III
a) Civil / Militar da Reserva / Patrimônio sob Administra-
Militar Reformado ção
Militar / Ordem Administra-
tiva
Militar
Graduados
Cabo Taifeiro-Mor; Cabo Cabo; Taifeiro-Mor
Soldado Primeira-
Taifeiro Primeira-
Classe; Taifeiro
Marinheiro Classe
Primeira-Classe