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27/08/2019 TST - RR - 153500-39.2009.5.03.

0042 - Data de publicação: 24/02/2012 07:00:00

A C Ó R D Ã O

3ª Turma

GMHSP/ua/lr/smf

RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CONTATO COM


ANIMAIS MORTOS - Constatada que a tarefa a cargo do Reclamante
se resumia ao corte de animais e transporte para a composteira,
não se defronta sequer com a pretensa analogia com a atividade
classificada no Anexo 14 da NR-15, na medida em que não restou
provado que o Autor efetivamente lidava com resíduos de animais
deteriorados, ou seja, degenerados ou apodrecidos, tal como nos
revela o e. Tribunal Regional. Indenes, pois, os dispositivos de
lei invocados. Recurso de revista não conhecido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de


Revista n° TST-RR-153500-39.2009.5.03.0042, em que é Recorrente
JOSÉ RODRIGUES DA SILVA e Recorrido SÉRGIO MARGULHANO.

O e. Tribunal Regional do Trabalho da 3ª. Região,


mediante decisão às fls. 260-265, deu provimento parcial ao
recurso da Reclamada para excluir da condenação o adicional de
insalubridade e reflexos.

Inconformado, o Reclamante interpõe recurso de revista,


conforme razões às fls. 278-288, objetivando a reforma da v.
decisão do e. Tribunal Regional relativamente ao adicional de
insalubridade. Denuncia violação de lei e divergência
jurisprudencial.

O recurso foi admitido pelo r. despacho às fls. 308-310.

Deduzidas contrarrazões às fls. 311-326, sendo


dispensada a remessa dos autos ao douto Ministério Público do
Trabalho, por força do artigo 83, § 2º, II, do Regimento Interno
do Tribunal Superior do Trabalho.

É o relatório.

V O T O

Satisfeitos os pressupostos de tempestividade (fls. 277


e 278), representação processual (fls. 20 e 257) e dispensado o
preparo (beneficiário da justiça gratuita).

1 - CONHECIMENTO

1.1 - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - CONTATO COM ANIMAIS


MORTOS

Eis a motivação do decisum:

"Superada a arguição de nulidade da r. sentença, que se fundou em laudo pericial realizado


por engenheiro do trabalho, afirma a reclamada que o laudo técnico '... carece de elementos
técnicos e qualitativos para embasar tal insalubridade,...' (f. 215). Aduz que a NR15, Anexo 14
prevê o contato com animais deteriorados como causa justificadora do pagamento do adicional
de insalubridade, o que não foi constatado pelo Sr. Perito, já que o autor tinha contanto com
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animais imediatamente à sua morte, quando eram cortados em pedaços e colocados com
serragem na compostagem.

De fato, a NR 15, Anexo 14, que cuida das atividades e operações insalubre por risco
biológico estabelece a "Relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja
insalubridade é caracterizada pela avaliação qualitativa", dispõe sobre o direito do empregado à:

'Insalubridade de grau médio:

Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material


infecto-contagiante, em:

...........

resíduos de animais deteriorados'.

Deteriorado, segundo o vernáculo, quer dizer o que apresenta deterioração, sendo deteriorar
'Pôr em mau estado; danificar, estragar, arruinar' e deteriorar-se significa apodrecer. ("Grande
Dicionário Larousse Cultural da Língua Portuguesa", Editora Nova Cultural, 2000).

Desta forma, o contato com animais que gera direito ao adicional de insalubridade por agentes
biológicos deve-se dar quando tais animais estejam em estado de apodrecimento.

Na descrição das funções do autor, o perito engenheiro afirmou que, no setor de compostagem,
'... o reclamante cortava (com faca e machado) as matrizes de suínos (em partes de oito quilos) e
leitões mortos e placenta realizando diversas camadas com serragem para compostagem' (f. 140).

No entanto, o Sr. Perito não informou qual o estado dos animais mortos - se recém mortos,
como alega a reclamada ou apodrecidos, informação essencial para se definir o direito ao
adicional em questão.

A testemunha ouvida a rogo do autor não informou o estado de conservação dos animais
mortos que o autor transportava para a compostagem, mas disse que ele os transportava "... o dia
inteiro...", donde se pode presumir que não havia tempo hábil para o apodrecimento dos corpos,
pois tal atividade ocupava todo o dia do autor (f. 185).

A testemunha Josevaldo declarou que '...quando há necessidade de levar algum resto do


animal para a composteira, o depoente amarra o corpo do animal em uma corda e esse animal é
puxado por um trator até a composteira;... o reclte fatiava os animais mortos, quando a morte
ocorria no pasto' (f. 186).

Às perguntas feitas pela reclamada, no sentido de quais EPIs o autor usava, bem como se
havia manutenção na composteira (f. 186), o Sr. Perito apenas afirmou, em resposta ao quesito 4
de f. 154, que 'Existe ficha de EPI apensa aos autos, entretanto, a adoção de EPI não neutraliza a
insalubridade por agentes biológicos.' (f. 154).

Na conclusão, o Sr. Perito disse que o autor, por ter contato '... com animais e resíduos' (f. 155)
fazia jus ao adicional de insalubridade. Contudo, o direito a tal adicional está condicionado ao
contato com animais apodrecidos, do que não se tem prova nos autos, com a devida venia da r.
sentença, não se podendo convalidar o superficial laudo pericial de fs. 138-156.

Dou provimento para excluir da condenação o adicional de insalubridade e reflexos, invertidos


os ônus da sucumbência, que recairão sobre o reclamante e dos quais fica isento, nos termos da r.
sentença de f. 197." (Fls. 262/263)

Em razões de revista, sustenta o Reclamante que pela


redação da NR 15, há insalubridade quando o trabalhador tem
contato com animais em estábulos e com resíduos de animais
deteriorados. A norma coloca as mencionadas hipóteses de

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configuração da insalubridade em itens distintos, o que


significa que tanto numa quanto noutra hipótese o trabalhador
faz jus ao respectivo adicional.

Aduz que, nessas condições, independentemente do que se


entenda por "deteriorados", o fato é que, nos termos da NR 15,
para que se configure a insalubridade em grau médio basta o
contato com animais nos estábulos (galpões) como ocorria com o
Autor, sendo desnecessário que tais animais estejam deteriorados
ou em estado de apodrecimento, como entendeu o e. Tribunal
Regional.

Argumenta, por fim, que o acórdão também viola os arts.


190 e 195, da CLT, segundo os quais não cabe ao juízo, mas ao
perito, a avaliação das condições de trabalho do empregado para
concluir pela configuração ou não da insalubridade.

Acosta arestos.

Encontra-se consagrado nesta Corte, por meio da OJ nº 4


da SBDI-I, o entendimento segundo o qual para a classificação de
determinada atividade como insalubre é imprescindível que
essa conste da relação oficial elaborada pelo Ministério do
Trabalho e Emprego.

No presente caso dos autos, noticia o e. Tribunal


Regional: "Na conclusão, o Sr. Perito disse que o autor, por ter
contato '... com animais e resíduos' (f. 155) fazia jus ao
adicional de insalubridade. Contudo, o direito a tal adicional
está condicionado ao contato com animais apodrecidos, do que não
se tem prova nos autos, com a devida venia da r. sentença, não
se podendo convalidar o superficial laudo pericial de fs. 138-
156."

Desse modo, constatado que a tarefa a cargo do


Reclamante se resumia ao corte de animais e transporte para a
composteira, não se defronta sequer com a pretensa analogia com
a atividade classificada no Anexo 14 da NR-15, na medida em que
não restou provado que o Autor efetivamente lidava com resíduos
de animais deteriorados, ou seja, degenerados ou apodrecidos,
tal como nos revela o e. Tribunal Regional.

Daí a evidência de o Tribunal Regional, ao classificar a


atividade do ex-empregado como não insalubre, o que afasta a
violação dos dispositivos legais invocados.

Por divergência jurisprudencial, os arestos acostados


não abarcam todos os fundamentos adotados pelo e. Tribunal
Regional, o que os tornam inespecíficos. (Súmula 23 e 296, I,
TST).

Não conheço.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Terceira Turma do Tribunal


Superior do Trabalho, por unanimidade, não conhecer do recurso
de revista.

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Brasília, 15 de Fevereiro de 2012.


Firmado por Assinatura Eletrônica (Lei nº 11.419/2006)

Horácio Raymundo de Senna Pires


Ministro Relator

fls.

PROCESSO Nº TST-RR-153500-39.2009.5.03.0042

Firmado por assinatura eletrônica em 15/02/2012 pelo Sistema de Informações Judiciárias do Tribunal
Superior do Trabalho, nos termos da Lei nº 11.419/2006.

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