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SPEROTTO, F. M.
SPINELLI, R. B.
estão em risco de desnutrição pela presença desnutrição leve; prega cutânea tricipital me-
de doenças, incapacidades físicas, saúde den- nor que 85% do valor médio-padrão aponta
tal e oral precárias, polifarmácia, isolamento para risco nutricional.
social, limitações financeiras ou saúde mental “Nos últimos anos os estudos tem
prejudicada. mostrado prevalências altas de idosos
O risco de desnutrição pode se dar por vá- desnutridos. Os valores oscilam entre
rias razões, entre as quais, ausência de educa- 15 a 60% dependendo do local, de onde
ção nutricional, restrições financeiras, dimi- o idoso se encontra (hospitalizado, em
nuição das capacidades físicas e psicológicas, casa ou asilo) e da técnica utilizada para
isolamento social e tratamento de distúrbios diagnóstico” (CASAS et al., 2004 apud
múltiplos e doenças concomitantes. Outras Emed, Kronbauer, Magnoni, 2006).
causas secundárias de desnutrição incluem Desde a década de 1970, várias propostas
incapacidade de alimentação, anorexia, má demonstram a importância de projetos tera-
absorção por disfunção gastrointestinal, ne- pêuticos que mobilizem a família, a comuni-
cessidades aumentadas de nutrientes como dade e os profissionais para o cuidado integral
resultado de lesão ou doença, interação de dos idosos. No entanto, a realidade dos muni-
drogas e nutrientes resultante de polifarmácia cípios pouco se alterou: a institucionalização
e abuso de substâncias como o alcoolismo, prevalece e representa uma possibilidade de
disfagia, úlceras de pressão, doença de Al- sobrevivência para os idosos mais pobres.
zheimer, de Parkinson, dificuldade de bom Essa perspectiva é gerada pela precariedade
desenvolvimento geriátrico, osteoporose, das condições socioeconômicas e culturais
diabetes tipo 2, hipertensão e constipação que incidem sobre o envelhecer e por ele são
(HARRIS, N.G apud MAHAN e KRAUSE, reforçadas (GARCIA & FERREIRA, s.d.).
2005). Nos objetivos nacionais de População
Segundo Finley (1997), a depressão Sadia, a avaliação nutricional é enfatizada
também pode afetar o estado nutricional do como um componente necessário do cuida-
idoso, sendo necessário avaliar se a falta de do primário. A projeção e as intervenções
apetite é um sintoma da doença; a saúde oral nutricionais têm demonstrado boa relação
principalmente pela presença de cáries, in- custo-benefício, melhoraram a qualidade
fecções periodontais, próteses mal adaptadas de vida, promoveram a saúde, reduziram as
e pela xerostomia (redução de saliva) pode complicações e a duração da estada em hos-
ser uma agravante do estado nutricional do pitais, reduziram os custos de cuidado com a
idoso institucionalizado, bem como a visão saúde e postergaram as internações em Clíni-
que, quando prejudicada, pode causar dimi- cas de Repouso. A Mini-Avaliação do Estado
nuição do apetite pelo baixo reconhecimento Nutricional (Mini Nutritional Assessment -
dos alimentos e habilidade de se alimentar. MAN) é um método eficiente, inovador e não
Busnello (2007) considera subnutrido invasivo, de determinar o risco de desnutrição
o idoso que apresentar Índice de Massa (MAHAN & KRAUSE, 2005).
Corporal menor que 22 Kg/m²; resultado do A Mini-Avaliação Nutricional consiste de
escore da Mini-Avaliação Nutricional menor questões e medidas antropométricas para de-
que 17 pontos; circunferência da panturrilha terminar um escore indicador de desnutrição
menor que 31 cm, evidencia perda de massa (VELLAS M. et al., 1999).
muscular; circunferência do braço, com por- Segundo Hendrics e Calasanti (1986 apud
centagem menor que 80-90%, já evidencia SANTELLE; LEFEVRE E CERVATTO,
idoso, dentre os avaliados, em bom estado esse fato se agrava com a alta frequência de
nutricional, segundo a Mini-Avaliação Nu- dependência nas atividades diárias, que se
tricional. traduz no cotidiano na forma do autocuidado.
Com relação ao Índice de Massa Corporal,
observou-se que 25% dos idosos, ou seja, n=5
encontraram-se com diagnóstico de magreza
(IMC<22); 50% (n=10) apresentaram-se
eutróficos (IMC 22-27) e 25% (n=5) com
excesso de peso (IMC >27).
Considerações finais
No Brasil, assim como no mundo todo,
o envelhecimento vem crescendo em ritmo
galopante. Então, é necessário e fundamental
criar estratégias para a promoção e preven-
Figura 5: Gráfico demonstrativo da Circunferência da Pan- ção da saúde dos idosos, visando à melhor
turrilha dos Idosos Independentes, Institucionalizados
Fonte: SPEROTTO, F. M., 2009 qualidade de vida daqueles que residem em
instituições de longa permanência.
O objetivo da Ciência da Nutrição é pro-
Em relação à Circunferência da Pantur-
porcionar qualidade de vida à pessoa idosa,
rilha, observou-se que a metade da amostra
procurando reduzir ao máximo o hiato entre
ou 50%, n=10, encontrou-se com perda de
o ideal e o possível. A alimentação na vida
massa muscular (valores <31cm).
do idoso tem uma importância emocional e
Um estudo realizado por Spinelli (2008), está intimamente ligada a um comportamento
que avaliou 30 idosos independentes, insti- apreendido e às questões ligadas ao relacio-
tucionalizados, e 30 não institucionalizados, namento familiar. Fazer uma dieta saudável
com idades maior ou igual a 60 anos, no está atrelado aos sentimentos e frustrações,
município de Erechim, RS, observou uma independente das condições econômicas e
diferença significativa na faixa etária dos 60 culturais.
aos 69,9 anos, comparando os dois grupos Fazendo uma análise de todos os métodos,
estudados, sendo que, nessa faixa etária, os empregados para avaliar os idosos asilares
valores encontrados para CP foram acima de deste trabalho, pode-se observar que existe
31cm. Na faixa etária dos 70 anos ou mais, um forte índice de desnutrição entre a amos-
observou-se que, também, ocorreu diferença tra, visto que na MAN, IMC, CP, CMB e
significativa, mantendo os valores médios PCT se obtiveram resultados de desnutrição
acima de 31cm. Porém, comparando os e perda de massa muscular. Os resultados
dois grupos, concluiu-se que os valores de das medidas antropométricas podem fornecer
CP são menores nos idosos independentes dados necessários para sugerir intervenções
institucionalizados, sugerindo maior perda que possam prevenir os riscos nutricionais
de massa muscular. atrelados aos riscos à saúde dos idosos.
Segundo Cuppari (2005) e WHO (1995), Os idosos da Instituição pesquisada, assim
a CP é considerada um indicador sensível de como idosos em vários estudos revisados,
alterações musculares no indivíduo idosos, encontravam-se em risco nutricional. Sugere-
caracterizando desnutrição. se que os profissionais da Saúde busquem a
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