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Ciência Animal, 16(1):17-26, 2006

INTOXICAÇÕES POR PLANTAS CIANOGÊNICAS NO BRASIL

(Intoxication by cyanogenic plants in Brazil)

Sara Lucena de AMORIM, Rosane Maria Trindade de MEDEIROS & Franklin RIET-
CORREA

Centro de Saúde e Tecnologia Rural/Universidade Federal de Campina Grande

RESUMO

Plantas cianogênicas são aquelas que contêm como princípio ativo o ácido cianídrico (HCN). Este se
encontra ligado a carboidratos denominados glicosídeos cianogênicos e é liberado após sua hidrólise. No
Brasil, as principais plantas cianogênicas de interesse econômico são: as do gênero Manihot
(Euphorbiaceae), que inclui Manihot esculenta, mandioca e diversas espécies silvestres de Manihot
conhecidas como maniçobas; Anadenanthera (Piptadenia) macrocarpa, árvore pertencente à família
Leguminosae-Mimosoideae, conhecida popularmente por angico preto; Piptadenia viridiflora, conhecida
popularmente como espinheiro e surucucu; Sorghum spp. e Prunus sellowii (=P. sphaerocarpa), árvore
pertencente a família Rosaceae, conhecida popularmente como pessegueiro bravo. A intoxicação por M.
esculenta ocorre, geralmente, quando os ruminantes ingerem tubérculos imediatamente após a colheita e
a intoxicação por Manihot spp. quando os animais ingerem as plantas, geralmente após a brotação. As
intoxicações por A. macrocarpa, P. viridiflora e P. sellowii ocorrem quando os animais têm acesso a
ramas ou árvores cortadas e as intoxicações por Sorghum spp. quando são ingeridas plantas em brotação.
Alguns surtos de intoxicação cianídrica pela ingestão de Cynodon dactylon (capim tifton) também têm
sido diagnosticados. Como a absorção é rápida, os sintomas da intoxicação cianídrica aparecem logo
após ou mesmo durante a ingestão da planta, e caracterizam-se por dispnéia, taquicardia, mucosas cianóticas,
sialorréia, tremores musculares intensos, andar cambaleante, nistagmo e opistótono. O animal cai
permanecendo em decúbito lateral. A dificuldade respiratória torna-se cada vez mais acentuada, o animal
entra em coma e morre. A morte sobrevém por parada respiratória dentro de 15 minutos a poucas horas,
após o aparecimento dos primeiros sinais. O HCN quando ingerido em doses abaixo da letal, por longo
prazo, pode causar lesão no sistema nervoso e tireóide. O HCN é detoxificado metabolicamente pela
enzima rodanase, que o transforma em tiocianato, substância atóxica. Além da detoxificação metabólica
existem outras formas de detoxificar o material cianogênico, como a ralação ou trituração do material
vegetal, a fenação, o aquecimento, a prensagem, onde os glicosídeos cianogênicos solúveis são arrastados
com a água, o cozimento, a fermentação e a desidratação. O tratamento de animais intoxicados é feito
com uma solução aquosa de tiossulfato de sódio a 20% na dosagem de 50 mL por cada 100 kg de peso
vivo, por via endovenosa, o qual funciona como antídoto. Esse tratamento pode ser repetido mais de uma
vez, caso seja necessário. A profilaxia consiste em evitar que animais ingiram plantas cianogênicas em
quantidades suficientes para causarem a intoxicação em curto prazo.
PALAVRAS CHAVES: ácido cianídrico, plantas tóxicas, plantas cianogênicas, ruminantes.

*Autor para correspondência:


Hospital veterinário, CSTR,
Universidade Federal de Campina Grande,
Campus de Patos, 58700-000. Patos – Paraíba
rmtmed@uol.com.br

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ABSTRACT

Cyanogenic plants had hydrocyanic acid as active principle, which is bound to cyanogenic glycosides, and
liberated after the hydrolysis of these compounds. In Brazil the important toxic cyanogenic plants are:
Manihot spp. (Euporbiaceae), including Manihot esculenta (cassava) and many wild species of Manihot;
Anadenanthera (Piptadenia) macrocarpa and Piptadenia viridiflora, trees from the Leguminosae-
Mimosoideae family; Sorghum spp. (gramineae); and Prunus sellowii (= P. sphaerocarpa), trees from
the Rosaceae family. The intoxication by M. esculenta occurs, frequently, when ruminants consume the
roots shortly after collection. The intoxication by wild Manihot spp. occurs when cattle or goats consume
the plant after sprouting. The intoxication by A. macrocarpa, P. viridiflora and P. sellowii. occurs, when
ruminants consume leaves from fallen trees or branches, and the intoxication by Sorghum spp. occurs
after the ingestion of the sprouting young plants. Few outbreaks of intoxication by Cynodon dactylon
(Tifton) had been reported. Because the fast absorption of cyanide, clinical signs of cyanide intoxication
are observed immediately after or during plant ingestion. They are characterized by increased respiratory
and cardiac frequencies, cyanotic mucous membranes, salivation, intense muscular tremors, nystagmus,
incoordination, and falling, followed by lateral recumbence, opisthotonos, accentuated dispnea, paddling
movements, and finally coma. Death occurs due to respiratory failure between 15 minutes and few hours
after first clinical signs. If ingested in low doses, cyanide also can cause chronic intoxication, with lesions on
the nervous system, thyroid and other organs. Cyanide is detoxicated by the enzyme rodanase, which
change it to tiocyanate, a not toxic substance. Cyanide can be detoxicated by grunding or trituration, hay
production, heating to remove the residues of free cyanide; by pressing, where the soluble cyanogenic
glycosides are dragged with the water; by cooking; by fermentation; and by or dehydratation. Affected
animals are treated by the intravenous administration of 50 mL for 100 kg body weight of a sodium
tiosulfate 20% solution. The prevention of the intoxication is by avoiding the ingestion of large amounts of
the toxic plants in a short period.
KEY WORDS: cyanide, cyanogenic plants, poisonous plant, ruminants.

INTRODUÇÃO (VETTER , 2000; RADOSTITS et al., 2000). O


objetivo deste trabalho foi fazer uma revisão das
São consideradas plantas cianogênicas intoxicações por plantas cianogênicas,
aquelas que contêm como princípio ativo o ácido especialmente as que ocorrem no Brasil.
cianídrico (HCN). Este é um líquido incolor, muito Plantas cianogênicas do Brasil
volátil, considerado como uma das substâncias mais As plantas cianogênicas mais importantes do
tóxicas que se conhecem. Nas plantas, o HCN Brasil são as do gênero Manihot (Euphorbeaceae).
encontra-se ligado a carboidratos denominados de A mais conhecida é Manihot esculenta Crantz,
glicosídeos cianogênicos, sendo liberado após sua conhecida como mandioca, macaxeira ou aipim. Os
hidrólise. Os glicosídeos cianogênicos têm sido tubérculos da M. esculenta são comestíveis e a
constatados em plantas de muitas famílias, entre elas: intoxicação ocorre quando administrados aos
as Rosaceae, Leguminoseae, Gramíneae, Araceae, ruminantes imediatamente após a colheita ou durante
Passifloraceae e Euforbiceae. Além das plantas o a fabricação da farinha e outros produtos, quando
HCN também é encontrado em cogumelos, fungos os animais têm acesso a manipueira, líquido rico
e bactérias, considera-se que há mais de 1.000 em HCN, resultante da compressão da massa
espécies vegetais cianogênicas, enquanto que são ralada das raízes (CANELLA et al., 1968). O
mencionadas cerca de 2.000 espécies vegetais tratamento dos tubérculos mediante a moagem ou
cianogênicas. No entanto, a maioria delas não causa a ralação faz com que percam a toxicidade
danos, em função da sua baixa palatabilidade e/ou (CEREDA 2003). Diversas espécies silvestres de
seu baixo teor de glicosídeos cianogênicos Manihot, conhecidas como maniçobas causam

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intoxicação em bovinos e, possivelmente, em outros realizados com amostras de P. macrocarpa em
ruminantes na região nordeste do Brasil. No semi- alguns estados do Nordeste demonstraram que
árido nordestino encontram-se oito espécies do certas plantas são tóxicas e outras não apresentam
gênero Manihot: 1) Manihot glaziovii Muel. Arg toxicidade (CANELLA et al., 1966; TOKARNIA
(maniçoba do Ceará); 2) Manihot dichotoma Ule et al., 1994b). Experimentos com folhas frescas de
(maniçoba de jequié); 3) Manihot cearulescens A. macrocarpa coletadas no município de Patos
Pohl (maniçoba do Piauí); 4) Manihot causaram intoxicação por HCN na dose de 10g/
diamantinensis Allem (mandioca brava); 5) kg/pv (MEDEIROS et al., 2000). Resultados
Manihot jacobinensis Muell. Arg. (mandioca semelhantes foram obtidos por TOKARNIA et al.
brava); 6) Manihot janiphoides Muel. Arg. (1994b; 1999). AMORIM et al. (2004)
(mandioca brava); 7) Manihot maracasensis Ule reproduziram a intoxicação com doses a partir de
(maniçoba); 8) Manihot spp. (mandioca tapuio). 5g /kg/pv em bovinos. Outra espécie de
Além das oito espécies mencionadas de Manihot, Piptadenia, P. viridiflora (Kunth.) Benth., da
existe no semi-árido nordestino um híbrido natural família Leguminosae-Mimosoideae, conhecida
entre maniçobas e mandiocas, conhecido por vários popularmente como espinheiro e surucucu tem sido
nomes, entre os quais destaca-se: Prinunça, responsabilizada por surtos de intoxicação por
Pornuncia, Mandioca de Sete Anos e Maniçoba HCN na Bahia. TOKARNIA et al. (1999)
de Jardim, muito utilizada atualmente como planta reproduziram a intoxicação com as folhas frescas e
ornamental e que foi utilizada, também, para a murchas de P. viridiflora com doses a partir de 5 e
produção de farinha. A principal espécie estudada 4,43g/kg/pv respectivamente.
como tóxica é M. glaziovii, também cultivada como Os sorgos (Sorghum hapelense, S.
forrageira (ARAÚJO et al., 2001). A intoxicação sudanense e S. vulgare e variedades híbridas) são
por essa espécie ocorre quando animais famintos empregados em algumas regiões do Brasil para a
invadem culturas, quando as primeiras chuvas são produção de forragem, podendo produzir alta
seguidas de uma estiagem de vários dias e os animais mortalidade por conter elevadas quantidades de
ingerem as plantas em brotação ou secas glicosídeos cianogênicos quando estão na fase de
(“murchas”), ou quando são alimentados com as crescimento ou quando rebrotam rapidamente em
folhas frescas e/ou tubérculos sem os devidos condições favoráveis, geralmente quando as plantas
cuidados quanto à eliminação do princípio ativo têm menos de 20 cm de altura ou 7semanas de
(CANELLA et al., 1968). Experimentos realizados plantio, ou quando as plantas jovens rebrotam após
por CANELLA et al. (1968) com M. glaziovii em terem seu crescimento prejudicado, durante
bovinos conseguiram reproduzir a intoxicação com períodos de seca ou após geadas (MENDEZ,
doses a partir de 2,5g/kg/pv. Por outro lado 1993). Surtos de intoxicação por S. halepense
TOKARNIA et al. (1994a; 1999) e AMORIM et (sorgo de Alepo) foram descritos recentemente no
al. (2004) só conseguiram reproduzir a intoxicação semi-árido da Paraíba e Rio Grande do Norte, onde
em bovinos com M. glaziovii, a partir de 5g/kg/pv. essa planta é freqüentemente encontrada como
AMORIM et al. (2003) desenvolveram a invasora em beiras de açudes e culturas irrigadas,
intoxicação cianídrica em caprinos com M. glaziovii sendo utilizado como forrageira, na época seca, em
a partir de 6,7 g/kg/pv. áreas de vazante (NÓBREGA et al., 2006).
Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Speg. Outra gramínea considerada cianogênica é
(= Piptadenia macrocarpa Benth.) pertencente à Cynodon spp. GAVA et al. (1998) reproduziram a
família Leguminosae-Mimosoideae, é uma árvore intoxicação com administrações de 5 e 8 g/kg/pv
conhecida popularmente como angico preto e de folhas verdes de Cynodon dactylon (Tifton 68)
encontra-se distribuída em todo Nordeste brasileiro. em dois bezerros, após verificar a ocorrência da
Segundo os criadores as intoxicações em bovinos intoxicação cianídrica natural em bovinos em
ocorrem quando os animais comem folhas murchas pastagem desta gramínea em Santa Catarina.
e quentes, após derrubadas das árvores ou após a Prunus sellowii Sw, pertencente à família
queda de galhos durante temporais. Experimentos Rosaceae, conhecido popularmente como

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pessegueiro bravo também é uma planta cianogênica HIBBS (1979) acrescenta que o teor de glicosídeos
encontrada na região Sudeste e Sul do Brasil (SAAD pode estar mais elevado durante prolongados
& CAMARGO 1967; GAVA et al., 1992). A períodos de seca, seguidos por um curto período
intoxicação natural foi diagnosticada por SAAD & chuvoso, quando a brotação é intensa.
CAMARGO (1967) em caprinos e bovinos no OBIGBESAN (1984) verificou o efeito da
estado de São Paulo. GAVA et al. (1992) fertilização com N (nitrogênio) sobre o teor de
objetivando esclarecer informações de criadores e linamarina nas folhas e em raízes de mandioca e
veterinários de Santa Catarina sobre um quadro concluiu que a fertilização com N aumenta
clínico de evolução superaguda em bovinos, significativamente o teor de linamarina das plantas.
relacionado à ingestão de P. sellowi, realizaram Linamarina e lotaustralina, dois dos mais comuns
experimentos com esta espécie, administrando a 14 glicosídeos cianogênicos de um total de 35
bovinos, folhas verdes nas três fases vegetativas conhecidos podem ocorrer em conjunto num
(brotação, floração e frutificação) e concluíram que mesmo vegetal, como nas plantas do gênero
todas as fases foram capazes de causar intoxicação Manihot e no linho (BAND et al., 1981;
cianídrica. IKEDIOBI et al., 1980). NARTEY (1968)
Holocalix glaziovii, uma árvore da família acrescentou que as concentrações de linamarina e
Leguminoseae-Mimosoideae é, também, lotaustralina em amostras de mandioca são de 93%
cianogênica, mas a intoxicação espontânea por esta e 7 % respectivamente.
planta nunca foi descrita (ARMIEN et al. 1995).
Hidrólise dos glicosídeos cianogênicos
Características gerais dos glicosídeos Os glicosídeos cianogênicos são solúveis em
cianogênicos água, que potencialmente liberam HCN (CEREDA
O ácido cianídrico responsável pela toxidez 2003). Quando o material vegetal é dilacerado
é resultante do desdobramento dos glicosídeos como, por exemplo, mediante a mastigação, o
cianogênicos. Numerosos glicosídeos têm sido glicosídeo em presença de água é hidrolisado
isolados e incluem linamarina da linhaça e do linho, enzimaticamente por ß-glicosidases, que encontram-
lotaustralina do trevo branco, durrina do sorgo, se separadas dos glicosídeos no tecido vegetal
lotusina do Lotus arabicus, amigdalina das intacto (IKEDIOBI et al., 1980; RADOSTITS et
amêndoas amargas e linamarina e lotaustralina da al., 2000; TOKARNIA et al., 2000). Segundo
Manihot sp. (RADOSTITS et al., 2000). O MCMAHOM et al. (1995) as enzimas localizam-
primeiro glicosídeo cianogênico estudado foi se na parede celular e os glicosídeos cianogênicos
descoberto em 1802 por Scrader (apud VETTER nos vacúolos. Essa situação não faz diferença para
2000), que obteve o ácido prússico de amêndoas os ruminantes, uma vez que as bactérias ruminais
amargas e de folhas de pessegueiro. Os glicosídeos podem hidrolisar os glicosídeos cianogênicos com
são produtos secundários do metabolismo das rapidez, liberando o HCN. Por outro lado, o pH
plantas e provavelmente fazem parte do sistema de ácido do estômago nos monogástricos faz com que
defesa contra herbívoros, insetos e moluscos as ß-glicosidases não atuem e a liberação do cianeto
(RADOSTITS et al., 2000). A concentração dos seja lenta, o que dá tempo para a sua eliminação,
glicosídeos cianogênicos é variável nas diferentes sem alcançar a dose letal (TOKARNIA et al., 2000,
espécies de plantas, e numa mesma espécie varia RADOSTITS et al., 2000, CEREDA 2003).
dependendo do clima e outras condições que Segundo RADOSTITS et al. (2000) os ovinos são
influenciam o crescimento da planta como adubação mais resistentes que os bovinos, aparentemente
nitrogenada, deficiência de água e idade da planta, devido às diferenças entre os sistemas enzimáticos
pois quanto mais nova e de crescimento rápido, nos compartimentos anteriores do estômago. A
maior será o seu teor em glicosídeos cianogênicos. hidrólise dos glicosídeos cianogênicos produz
Isto se deve a intensa atividade celular, glucose e alfa–hidroxinitrilas. Esta última, quando
principalmente observada nas folhas e sementes em catalisada por uma hidroxinitrila liase, tranforma-se
germinação (EGEKEZE & OEHME 1980). em HCN e nas acetonas correspondentes. Esse

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Figura. 1. Processo de liberação do cianeto por enzimas autóctones

processo chamado de cianogênese é apresentado A absorção do HCN é rápida, os sinais de


na Fig. 1 (CEREDA 2003). intoxicação cianídrica aparecem logo após ou
mesmo durante a ingestão da planta, e caracterizam-
Intoxicação por ácido cianídrico se por dispnéia, taquicardia, mucosas cianóticas,
Após a ingestão de plantas cianogênicas, sialorreia, tremores musculares intensos, andar
os glicosídeos cianogênicos liberam HCN, o qual é cambaleante a ponto de o animal cair, nistagmo e
rapidamente absorvido no tudo digestivo e opistótono. Finalmente ocorre queda seguida de
distribuído para os tecidos através da corrente decúbito lateral, dispnéia cada vez mais acentuada
sanguínea (SMITH 1994; TOKARNIA et al., e coma. AMORIM et al. (2005) observaram em
2000). Segundo SMITH (1994) isso ocorre, em experimentos em caprinos com M. glaziovii que
parte, devido ao peso molecular e tamanho do os sinais clínicos aparecem durante a administração
composto. Acrescenta-se a baixa densidade de ou até 5 a 10 minutos após o final da mesma. A
carga, o que aumenta o grau de lipossolubilidade. morte sobrevém por parada respiratória dentro de
As intoxicações só ocorrem quando doses tóxicas 15 minutos a poucas horas após o aparecimento
são ingeridas em curto período de tempo, no entanto, dos primeiros sinais (TOKARNIA et al., 2000,
a ingestão da mesma dose tóxica no espaço de um RADOSTITS et al., 2000). Quando a morte não
dia, não causa qualquer problema. A dose tóxica ocorre, a inibição da respiração celular é revertida
de HCN é de 2 a 4 mg de HCN por kg/pv por pela eliminação do HCN pelas trocas respiratórias
hora (TOKARNIA et al., 2000). O cianeto inibe ou por detoxificação metabólica (MENDEZ 1993;
diversos complexos enzimáticos. Seu mecanismo TOKARNIA et al., 2000; CEREDA 2003). Na
primário de ação relaciona-se com a inibição da necropsia não se encontram lesões características.
enzima citocromo-oxidase e seu local de ação é o Destaca-se a cor vermelho-brilhante do sangue, que
ferro da metalo-porfirina (GOMES 1980, coagula com dificuldade. A musculatura apresenta-
BURROWS 1981). O HCN possui grande se escura, e ocorre congestão pulmonar, renal e
afinidade pela forma heme-férrico da citocromo- hepática. As folhas mastigadas das plantas
oxidase, formando nas mitocôndrias complexo cianogênicas podem ser encontradas na parte
relativamente estável ciano-citocromo-oxidase, crânio-ventral do rúmen. Os exames histológicos
deixando o ferro em estado trivalente, não revelam alterações de significado (GAVA et al.,
interrompendo o transporte de elétrons ao longo 1992; ARMIÉN et al., 1995; TOKARNIA et al.,
da cadeia respiratória, inibindo, desse modo, o 2000). Alterações degenerativas e necrose nas
mecanismo oxidativo e a fosforilização, ou seja, a substâncias branca e cinzenta do cérebro têm sido
transferência de elétrons da citocromo-oxidase para observadas nas intoxicações naturais e
o oxigênio molecular é interrompida e a cadeia experimentais em cães, macacos e ratos, quando
respiratória é paralisada. Em conseqüência ocorre sobrevivem mais tempo (JUBB & HUXTABLE,
uma anóxia histotóxica, resultando em asfixia tissular, 1993). No homem, casos comprovados de
pela paralisia dos sistemas enzimáticos tissulares intoxicação são pouco freqüente. Na África,
(EGEKEZE & OEHME 1980). Como a caracterizada por conjuntura especial de
oxihemoglobina não pode liberar o oxigênio para o subdesenvolvimento, falta de recursos para a saúde
transporte de elétrons, o sangue apresenta uma e alimentação, baixa escolaridade e falta de
coloração vermelho-brilhante (RADOSTITS et al., informações em geral, a mandioca (M. esculenta)
2000). e seus derivados são os principais alimentos, fazendo

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com que alguns dos problemas de saúde sejam número de vacúolos de reabsorção no colóide dos
relacionados com o consumo desta raiz (CEREDA, folículos tireoideanos (SOTO-BLANCO et al.,
2003). AKINTONWA & TUNWASHE (1992) 2001b; 2004; SOUSA et al., 2002). Segundo JUBB
relataram um caso de intoxicação fatal, em três & HUXTABLE (1993), as lesões degenerativas do
pacientes, duas mulheres de 17 e 18 anos e um cérebro em intoxicações experimentais podem
menino de oito anos foram admitidos em um hospital envolver as substâncias cinzenta ou branca. Quando
em Lagos, Nigéria, depois de ingerir alimento afeta a substância cinzenta há necrose laminar com
baseado em gari (tipo de farinha de mandioca). Os perda das células do córtex cerebral, núcleo
pacientes tinham vomitado e reclamavam de dores caudato e tálamo. Em experimentos com ratos as
abdominais logo após a ingestão da comida. Foi lesões crônicas principais foram na substância
diagnosticada falência renal e todos morreram em branca especialmente no corpo caloso. No entanto,
24 horas após a admissão no hospital. existem controvérsias quanto à localização da lesão
MATHANGI et al. (2000) lembraram que no sistema nervoso central. O mais lógico é que as
a mandioca é consumida como alimento principal intoxicações agudas causem lesões degenerativas
em alguns países em desenvolvimento. A introdução da substância cinzenta por anóxia, enquanto que as
do consumo de mandioca foi ligada a várias doenças intoxicações crônicas causariam degeneração da
inclusive diabete pancreática (pancreatite de substância branca. A forma crônica com malacia da
calcificação tropical). Porém foram feitos estudos medula espinhal e sinais de incontinência urinária e
com a ingestão de mandioca a longo prazo em alopecia devido a queimaduras pela urina e
modelos de ratos, e concluíram que a ração de incoordenação dos membros posteriores pode
mandioca não causou diabete em ratos, mesmo acontecer em bovinos, ovinos e eqüinos que pastam
depois de um ano de alimentação contínua de S. sudanense (capim Sudão ou capim Sudão
mandioca. Resultados semelhantes foram híbrido), assim como artrogripose causando distocia
observados em experimentos com ratos (SOTO- em mães que pastam Sorghum spp. (RADOSTITS
BLANCO et al., 2002a, 2001a), suínos (SOTO- et al., 2000).
BLANCO et al., 2001a) e caprinos (SOTO- Além das encefalopatias, as plantas
BLANCO et al., 2001a, 2001b). cianogênicas também podem produzir
Ainda não está claro até que ponto a hepatotoxicidade e nefrotoxicidade, como aquelas
intoxicação crônica por HCN ocorre nos animais observadas em ratos após uma exposição
domésticos. Segundo STEYN (1977), plantas prolongada ao cianeto de potássio, que
cianogênicas ingeridas em doses abaixo da letal, por apresentaram degeneração hidrópica das células
períodos prolongados, a intoxicação crônica epiteliais dos túbulos renais e degeneração hidrópica
apresenta duas formas: a nervosa, o sistema nervoso dos hepatócitos (SOUSA et al., 2002).
central seria afetado pela anóxia de longa duração; Uma informação científica que tem sido pouco
e bociogênica, visto que os glicosídeos são explorada na literatura é a de que baixos teores
transformados no fígado em tiocianato, substância residuais de linamarina podem matar células
atóxica que impede a absorção do iodo pela cancerosas, sem afetar as normais. Segundo
tireóide, provocando bócio. Vários trabalhos foram CEREDA & MATTOS (1996) a base bioquímica
realizados para comprovar o efeito tóxico da desta teoria é que a ação detoxificante das células
ingestão por longos períodos, tendo sido se dá pela enzima rodanase. As células humanas
demonstrado que os glicosídeos cianogênicos são normais têm rodanase e conseguem se defender do
capazes de causar lesões no sistema nervoso cianeto, mas células cancerosas não possuem
central, caracterizadas pela presença de esferóides rodanase e são alvos preferenciais do cianeto.
axonais na ponte, medula oblonga e corno ventral SENIOR (2002) relatou que o cianeto pode ser
da medula espinhal, gliose e espongiose da medula usado para matar as células cancerosas. Um dos
oblonga, gliose da ponte e perda das células de glicosídeos avaliados, com bom resultado, foi à
Purkinge do cerebelo (SOTO-BLANCO et al., amidalina das amêndoas amargas (SYRIGOS et al.,
2002a; 2002b; 2004), como também aumento no 1998).

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2000; CEREDA, 2003). A detoxificaçao pode ser
Detoxificação realizada também por ralação ou trituração do
Os fatores mais importantes que podem material vegetal, permitindo que a ruptura das células
levar a detoxificação dos alimentos são aqueles que libere as ß-glicosidades, enzimas capazes de
interferem no processo bioquímico de hidrólise dos hidrolisar os glicosídeos cianogênicos; por
glicosídeos capazes de gerar cianeto. Esses fatores aquecimento para remover os resíduos de cianeto
são: o pH; a disponibilidade de água e a temperatura livre (acetonacianidrina e HCN); e por prensagem,
(CEREDA, 2003). Se os valores de pH estiverem onde os glicosídeos solúveis em água são arrastadas
fora do valor ótimo, a reação de detoxificação será com a água existente no material cianídrico, embora
mais lenta. Se os valores saírem da faixa ideal, ou possa trazer sérios transtornos ambientais, em razão
seja, abaixo de 3,5 o processo de detoxificação é da presença do cianeto em águas residuais
bloqueado e ficam resíduos do glicosídeo. Isso (RADOSTITS et al., 2000; CEREDA 2003). Além
acontece no estômago dos monogástricos, que têm destas formas de detoxificação, existem outras
o pH baixo, sendo inadequado para hidrólise, maneiras como o cozimento, a fermentação e a
permitindo que o cianeto liberado no intestino seja desidratação (CEREDA, 2003).
convertido em tiocianato e eliminado pela urina. Por
outro lado, a intoxicação é um problema sério para Determinação do HCN
animais poligástricos, que têm o pH do estômago A determinação e a quantificação de
neutro ou básico (MENDEZ 1993; CEREDA, glicosídeos cianogênicos no material vegetal podem
2003). ser realizadas em laboratório pelo método de O’
A disponibilidade de água ou atividade de BRIEN et al. (1991). A extração dos glicosídeos
água é indispensável, já que sem água disponível as consiste de 0,1M de ácido ortofosfórico, contendo
reações são paralisadas ou tornam-se muito lentas, 25% de etanol. Por outro lado, a determinação do
portanto a rapidez do processo de secagem e a cianeto no material vegetal pode ser realizada través
temperatura são importantes para a eliminação do de uma mistura de T cloromine, ácido barbitúrico e
HCN. A secagem ao sol, por ser mais lenta que na ácido isonicotínico, para a mudança da cor (ESSER
estufa, pode facilitar a eliminação do cianeto, et al., 1993). As plantas suspeitas ou conteúdo
permitindo maior tempo de ação da enzima, e a ruminal podem ser testados qualitativamente a
secagem na sombra é ainda melhor. O processo de campo pelo teste do papel picrosódico
preparo com água livre favorece a detoxificação do (RADOSTITS et al., 2000). Prepara-se este papel-
HCN (CEREDA, 2003). reagente, molhando-se tiras de papel filtro em uma
Considerando a primeira e segunda fase da solução composta de 5g de carbonato de sódio e
hidrólise, a temperatura não deve ultrapassar 65°C, 0,5g de ácido pícrico dissolvido em água destilada,
mas também não deve estar abaixo de 30°C. Para para 100 mL de solução. As tiras de papel assim
acelerar a detoxificação a temperatura deve subir preparadas apresentam-se amarelas. A amostra da
lentamente até o limite de 65°C. A temperatura de planta é esmagada e colocada em um vidro fechado,
fervura não facilita a detoxificação e pode promover fixando a tira do papel de ensaio já seca, na tampa
a fixação do cianeto pela inativação da enzima do vidro, de modo que fique suspensa livremente
linamarase (CEREDA, 2003). acima do material. Em seguida mantém-se o vidro
Existem diferentes formas de detoxificar o em posição vertical, a temperatura de 30°C a 35°C.
material cianogênico. Na detoxificação metabólica O papel anteriormente de cor amarela, na presença
o cianeto é detoxificado a tiocianato. Ocorre em do HCN, muda gradualmente para a cor laranja
maior quantidade no fígado e é realizada pela enzima seguido do vermelho tijolo. O aparecimento da cor
tiossulfato sulfotransferase ou rodanase que converte vermelho tijolo intensa, dentro de 5 a 10 minutos, é
o íon cianeto em tiocianato, na presença de indicativo de quantidades tóxicas. Reações discretas
cisteínaum aminoácido doador de enxofre. O aparecem após uma ou mais horas. Quanto mais
tiocianato é uma substância atóxica que é eliminada rápido mudar a cor maior será a quantidade do
pela urina (MENDEZ 1993; TOKARNIA et al., HCN (TOKARNIA et al., 2000). Porém esse teste

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tem valor apenas relativo quanto às concentrações mistura de nitrito de sódio e tiossulfato de sódio,
dos glicosídeos cianogênicos no material vegetal, dissolvendo 5g de nitrito de sódio e 15g de
uma vez que trabalhos anteriores demostraram que tiossulfato de sódio em 200 mL de água destilada e
amostras de plantas cianogênicas quando murchas aplicado lentamente na dosagem de 40 mL para cada
e secas não reagiram ou reagiram lentamente ao teste 50kg/pv (TOKARNIA et al., 2000). Porém, esse
do papel picrosódico e mesmo assim foram capazes tratamento não é mais utilizado, por causar
de causar intoxicação cianídrica (TOKARNIA et intoxicação por nitratos e nitritos quando
al., 1999; AMORIM 2005). administrado em excesso, uma vez que os nitritos
Amostras de músculo, fígado, sangue e induzem a formação de metemoglobina,
conteúdo ruminal principalmente da região do cárdia comprometendo o transporte de oxigênio pela
são os locais ideais para se detectar o cianeto, sendo hemoglobina para os tecidos, desenvolvento anóxia
o músculo, o local de detoxificação mais lenta anêmica e exacerbando a anóxia tissular
(EGEKEZE & OEHEME 1980). Assim, pode-se (ALVARIZA 1993; SMITH 1994; RADOSTITS
detectar o cianeto em músculo até 24 horas após a et al., 2000).
morte do animal, e no fígado, até 4 horas após. A profilaxia consiste em evitar que animais
RADOSTITS et al. (2000) afirmaram que uma famintos invadam plantações de Manihot spp. As
quantidade de cianeto de 0,63 mg/mL no músculo raízes de mandioca devem ser trituradas antes da
confirmara intoxicação, enquanto que para HATCH administração para a volatilização dos glicosídeos
(1977) a intoxicação pode ser diagnosticada em cianogênicos. As maniçobas devem ser passadas
níveis acima de 14 ppm no fígado e 10 ppm no em forrageira e administradas aos animais após
conteúdo ruminal. As amostras para a verificação algumas horas. AMORIM et al. (2005) observaram
do HCN devem ser retiradas logo após a morte, que amostras de M. glaziovii não trituradas
pelo fato da putrefração causar um resultado falso permaneceram tóxicas até 30 dias após a sua
positivo, uma vez que os microorganismos podem colheita, sugerindo que o feno recém preparado
produzir HCN suficiente para dar um resultado falso pode ser tóxico. Por outro lado a planta triturada
positivo. O material a ser examinado deve ser perdeu sua toxicidade após 72 horas de colhida,
preservado em vidro, submerso em uma solução desta forma sugere-se que a planta deve ser triturada
aquosa de bicloreto de mercúrio a 1:100 e enviado e somente após 96 horas deste procedimento
ao laboratório. administrada aos animais. A mesma recomendação
deve ser feita em relação ao feno, que deve ser
Tratamento e profilaxia preparado com a planta triturada. O sorgo só deve
Embora a maioria das vezes os animais ser administrado após ter passado da fase vegetativa
sejam encontrados mortos, dado a rapidez com que ou dos 20 cm de altura ou sete semanas de plantio,
ocorre a morte, a intoxicação cianídrica é uma das quando os níveis de cianeto estão baixos, não
poucas intoxicações que tem tratamento específico, apresentando níveis tóxicos (MENDEZ, 1993). Em
com recuperação imediata. O tratamento é feito com caso de dúvidas pode ser feito o teste do papel
uma solução aquosa de tiossulfato de sódio a 20% picrosódico, para estimar a concentração de HCN
na dosagem de 50 mL por 100 kg de peso vivo por (MENDEZ, 1993). Quanto a A. macrocarpa, P.
via endovenosa a qual funciona como antídoto viridiflora e P. sellowii deve-se evitar que animais
(BURROWS 1981). Trabalhos realizados por pastem em áreas onde existe derrubada destas
AMORIM et al. (2004), SOTO-BLANCO et al. árvores ou após a queda de galhos durante
(2004), TOKARNIA et al. (2000) e GAVA et al. temporais (TOKARNIA et al., 2000).
(1992) obtiveram resultados positivos quanto ao
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Recebido em: 23.08.2005 Aceito em: 11.02.2006

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