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Desse fato, tiramos outra instrução negativa. Não procure termos, proposições ou
argumentos na literatura imaginativa. Esses recursos são lógicos, não poéticos. Como
disse uma vez o poeta Mark Van Doren, "Na poesia e no teatro, a afirmação é um dos
meios mais obscuros". Aquilo que um poema lírico "afirma", por exemplo, não pode ser
encontrado em nenhuma de suas sentenças. E o todo, que inclui todas as palavras em suas
relações e reações mútuas, diz algo que nunca pode ser preso na camisa de força das
proposições. (Porém, a literatura imaginativa contém elementos que são análogos a
termos, proposições e argumentos, e vamos discuti-los em breve.)
Claro que podemos aprender com a literatura imaginativa, com poemas, narrativas e
sobretudo, talvez, com peças teatrais - mas não no mesmo sentido em que aprendemos
com livros científicos e filosóficos. Aprendemos com a experiência - a experiência que
temos no curso de nossa vida cotidiana. Assim, também, podemos aprender com as
experiências substitutas, ou criadas artisticamente, que a ficção produz em nossa
imaginação. Nesse sentido, os poemas e as narrativas tanto ensinam quanto provocam
deleite. Mas o sentido em que a ciência e a filosofia nos ensinam é diferente. As obras
expositivas não nos proporcionam experiências originais, elas comentam as experiências
que já tivemos ou que podemos ter. É por isso que parece correto dizer que os livros
expositivos fundamentalmente ensinam, ao passo que os livros imaginativos só ensinam
de modo derivado, criando experiências com as quais podemos aprender. Para aprender
com esses livros, temos de pensar nós mesmos sobre a experiência; para aprender com
cientistas e filósofos, primeiro temos de tentar entender aquilo que eles pensaram