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RESUMO
1. INTRODUÇÃO
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Artigo elaborado como instrumento avaliativo da disciplina de Direito Processual Civil II, ministrada
pelo Profº Pedro Bentes do curso Bach. em Direito da Universidade Federal do Pará .
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Discente regularmente matriculada, sob o nº 201306140179, no 5º semestre do curso Bach. em Direito
da Universidade Federal do Pará <amandachaves.ufpa@gmail.com>
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Discente regularmente matriculada, sob o nº 201106140130, no 5º semestre do curso Bach. em Direito
da Universidade Federal do Pará <caramesbrenda@gmail.com>
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CÂMARA, Alexandre Freitas. O Novo Processo Civil Brasileiro. São Paulo: Atlas, 2015.
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CÂMARA, Alexandre Freitas. O Novo Processo Civil Brasileiro. São Paulo: Atlas, 2015. P. 923.
ou ao aprimoramento da decisão atacada”. Ademais, só se admite recurso para impugnar
decisão judicial e nem todo pronunciamento judicial poderá ser impugnado mediante
recurso.
Com efeito, nosso objeto de estudo concentra-se no Recurso Especial,
notadamente, na sua disciplina à luz do Novo Código de Processo Civil. Cuida-se de
recurso excepcional interposto ao Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses elencadas
pelo art. 105, inciso III da CF/88. No CPC/2015 encontraremos seu regramento nos arts.
específico nos artigos 1.029 a 1.035. Nos artigos 1.037 a 1.041, CPC/2015 situa-se a
disciplina dos recursos extraordinário e especial repetitivos. No art. 1.042 é tratado o
recurso de agravo em recurso extraordinário e especial, e, por fim, nos artigos 1.043 e
1.044, estão dispostas as regras sobre o processamento dos embargos de divergência em
REsp e RExt, que não serão abordados neste trabalho.
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THEODORO JÚNIOR, Humberto; BAHIA, Alexandre Melo Franco; NUNES, Dierle; PEDRON,
Flávio Quinaud. Novo CPC: Fundamentos e Sistematização. 2ª edição, rev., atual., e ampl. Rio de
Janeiro: Forense, 2015. p. 62
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aumento dos poderes do magistrado. Contudo, juízes, assim como todos os demais
sujeitos do processo estão sob a égide da norma. Ou seja, antes de invocar por um
princípio, este precisa estar envolvido na moldura da norma.
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ARENHART, Sérgio Cruz; MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. O Novo Curso de
Processo Civil. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
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FREIRE, Rodrigo da Cunha Lima; SÁ, Renato Montans. Processo Civil III: Recursos cíveis e outros
meios de impugnação às decisões judiciais. São Paulo: Saraiva, 2012.
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3.1. Pressupostos gerais
a) Prequestionamento (“causas decididas”)
Há três acepções conhecidas para o vocábulo prequestionamento: a parte deve
alegar previamente a matéria federal controvertida; a parte deve alegar e o Tribunal a
quo deve decidir previamente a matéria federal controvertida; e o Tribunal a quo deve
decidir previamente a matéria federal controvertida.
Para o Superior Tribunal de Justiça, o prequestionamento significa que a
matéria federal controvertida deve ser decidida previamente pelo Tribunal a quo. É o
que basta. Normalmente o Tribunal a quo só decide a matéria federal controvertida
quando a parte alega. No entanto, o Tribunal a quo poderá agir de ofício quando a
matéria federal controvertida for de ordem pública (por exemplo: ilegitimidade para a
causa ou ausência de citação de litisconsorte necessário) ou quando se tratar de reexame
necessário, por exemplo.
Importa, para o prequestionamento, que a matéria federal controvertida seja
enfrentada pelo Tribunal a quo, pouco importando que isso decorra de uma alegação da
parte ou que o Tribunal tenha agido de ofício. Alguns entendem que o
prequestionamento é a atividade da parte, mas que o requisito constitucional exigido é a
decisão do Tribunal. Trata-se de um mero jogo de palavras.
Se a matéria federal controvertida não for decidida pelo Tribunal a quo, caberá
ao recorrente interpor o recurso de embargos de declaração (embargos de declaração
prequestionadores). Esses embargos não serão tidos como protelatórios. Caso o
Tribunal a quo permaneça omisso, a despeito da interposição dos embargos de
declaração, caberá ao recorrente interpor recurso especial por violação ao disposto no
art. 1022 do NCPC.
Corrigido o problema, e proferida nova decisão pelo Tribunal a quo, o
recorrente poderá, então, interpor o recurso especial a respeito da matéria principal.
Vale destacar que o Superior Tribunal de Justiça tem admitido o chamado
prequestionamento implícito, que se dá quando o Tribunal a quo enfrenta a questão
federal controvertida, mas não menciona explicitamente a norma legal violada.
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Portanto, havendo prequestionamento implícito, o recorrente não precisará opor
embargos de declaração. No entanto, se a matéria federal controvertida for enfrentada
apenas pelo voto vencido, o recorrente terá que opor os embargos de declaração
prequestionadores, para a admissão do recurso especial.
d) Matéria de direito
No recurso especial se analisa apenas a questão de direito, porque cabe ao
Superior Tribunal de Justiça interpretar, em última instância, o Direito Federal,
proferindo decisões paradigmáticas. Não se admite discutir o fato, porque este se limita
ao caso. O fato é apenas um iter procedimental para discutir o direito. Assim, não pode
haver reexame de prova em recurso especial.
Vale destacar, porém, que o recurso especial pode versar sobre matéria
probatória, desde que esta seja uma matéria de direito. Alguns exemplos: o tribunal
inverteu erroneamente o ônus da prova; o tribunal deixou de apreciar a prova; o tribunal
admitiu uma prova ilegal; o Tribunal admitiu a produção da prova mediante
procedimento diverso do previsto em lei.
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Enunciado 203 da súmula do Superior Tribunal de Justiça - STJ
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Igualmente se considera matéria de direito a qualificação jurídica dada ao fato.
Por exemplo: o contrato é de locação ou de comodato? Por outro lado, o Superior
Tribunal de Justiça também não admite recurso especial para interpretação de cláusula
contratual. Ademais, nada impede a utilização do recurso especial para a interpretação e
o controle da aplicação de cláusulas gerais, materiais ou processuais, como a cláusula
geral da boa-fé.
b) Negativa de vigência à lei federal, em razão de a decisão recorrida julgar válido ato
de governo local contestado em face de lei federal
Se julgar válida uma lei local, contestada em face de uma lei federal, caberá
recurso extraordinário, porque o legislador pressupõe que existe violação a uma regra
constitucional sobre competência legislativa.
c) Dissídio jurisprudencial
Vale dizer, a decisão recorrida der à lei federal interpretação divergente da
que lhe haja atribuído outro tribunal (para fatos semelhantes, os Tribunais apresentam
soluções jurídicas diversas. Por exemplo: no acórdão recorrido, um Tribunal diz que o
solteiro não faz jus aos benefícios da lei do bem de família; e no acórdão paradigma,
outro Tribunal afirma que o solteiro faz jus aos benefícios da lei do bem de família).
Importante assinalar que no recurso especial interposto por dissídio jurisprudencial, os
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acórdãos confrontados devem ser proferidos por Tribunais diversos Ademais, o dissídio
jurisprudencial deve ser atual.
Enunciado 220. (art. 1.029, § 3º). O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Formatted: Line spacing: single
Tribunal de Justiça inadmitirá recurso extraordinário ou recurso especial
quando o recorrente não sanar o vício formal de cuja falta foi intimado para
corrigir. (Grupo: Recursos Extraordinários).
Enunciado 222. (art. 1.029, § 50, I) Fica superado o enunciado 635 da súmula
do STF após a entrada em vigor do CPC (“Cabe ao presidente do tribunal de
origem decidir o pedido de medida cautelar em recurso extraordinário ainda
pendente do seu juízo de admissibilidade”). (Grupo: Recursos
Extraordinários).
O artigo 1.030, parágrafo único, CPC/2015 traz uma das maiores e mais
importantes inovações quanto ao REsp e ao RExt: o juízo de admissibilidade a cargo da
Corte excepcional. Assim, o juízo a quo não tem mais a incumbência de fazer esse
juízo, cabendo-lhe apenas recepcionar o recurso, intimar o recorrido para apresentar
contrarrazões e, após, remeter o recurso ao STJ (Resp) ou STF (RExt). Essa norma
também se aplica ao RExt interposto contra decisão de turma recursal, consoante
entendimento trazido pelo enunciado de nº 362 do FPPC.
Em relação aos Resp’s e RExt’s, pendentes de admissibilidade ao tempo da
entrada em vigor do CPC, vale o entendimento contido no enunciado nº 365 do FPPC:
Enunciado 365. (art. 1.046; art. 1.030, parágrafo único). Aplica-se a regra do
art. 1.030, parágrafo único, aos recursos extraordinário e especial pendentes
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Fórum Permanente de Processualistas Civis.
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de admissibilidade ao tempo da entrada em vigor do CPC, de modo que o
exame da admissibilidade destes recursos competirá ao STF e ao STJ.
(Grupo: Direito intertemporal e disposições finais e transitórias).
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No art. 1.035, § 2º, CPC/2015, encontra-se uma mudança sutil quanto à
exposição da repercussão geral. O código de 1973 fala que a repercussão geral deve ser
demonstrada em preliminar do RExt, em tópico específico. A redação dada pelo
CPC/2015 determina que a repercussão geral seja demonstrada de forma fundamentada,
independentemente de preliminar ou tópico específico, entendimento este corroborado
pelo enunciado nº 224 do FPPC.
O art. 1.035, CPC/2015 amplia as hipóteses presumidas de repercussão geral.
Na novel legislação, além das hipóteses previstas pelo Código de 1973 (recurso para
impugnar decisão contrária à súmula ou jurisprudência dominante do Tribunal), há mais
duas: sempre que o recurso impugnar acórdão que tenha sido proferido em julgamento
de casos repetitivos ou tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei
federal, nos termos do art. 97 da CF/88.
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apenas um, e sim, dois ou mais recursos poderão ser objetos do “pinçamento”11. Para
tanto, não só os casos individuais, mas também o processos coletivos poderão ser
suspensos, seguindo entendimento do enunciado nº 364 do FPPC.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Extrai-se, pois, que o Novo Código Processo Civil, mais que uma lei nova é
um novo sistema pautado na ideia de normas fundamentais e na teoria dos precedentes.
Percebe-se, nitidamente, a intenção do legislador em primar pela uniformização dos
julgados, e, no que tange ao Superior Tribunal de Justiça, vê-se a preocupação em
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BAHIA, Alexandre Melo Franco; NUNES, Dierle; PEDRON, Flávio Quinaud; TEODORO JÚNIOR,
Humberto. Novo CPC: Fundamentos e Sistematização. 2ª edição, rev., atual., e ampl. Rio de Janeiro:
Forense, 2015.
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determinar-lhe competência de Corte de vértice e de interpretação dos precedentes,
juntamente com o Supremo Tribunal Federal.
Ademais, foram criados mecanismos para coibir a chamada ‘jurisprudência
defensiva” como o uso da técnica da sanação e da primazia do julgamento de mérito. A
isenção de custas para a instauração de incidentes e dos recursos repetitivos é, no
mínimo, um estímulo ao acesso ao judiciário e reforça a lógica da uniformização. A
cooperação entre o STJ e o STF no julgamento do REsp e do RExt e a conversibilidade
desses recursos homenageia o princípio do aproveitamento dos atos.
A ampliação das hipóteses de repercussão geral confere também impulsiona o
julgamento em bloco das demandas. Por fim, a retirada do juízo de admissibilidade do
tribunal a quo, sem dúvida é uma das inovações que merece maior destaque. Além de
reduzir o julgamento dos pedidos de “destrancamento de recurso”, possibilita o acesso
às Cortes livrando-nos da má vontade dos tribunais de 2º grau. O Novo CPC é,
sobretudo, uma nova maneira de pensar o processo civil e o papel das Cortes
Superiores.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2015.
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm> Acesso
em 24 de novembro de 2015.
CÂMARA, Alexandre Freitas. O Novo Processo Civil Brasileiro. São Paulo: Atlas,
2015.
FREIRE, Rodrigo da Cunha Lima; SÁ, Renato Montans. Processo Civil III: Recursos
cíveis e outros meios de impugnação às decisões judiciais. São Paulo: Saraiva, 2012.
código de Processo Civil Comentado. São Paulo: editora Revista dos Tribunais, 2015.
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