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Poupança 
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Poupança 
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Petiscos de economia e mundo digital 
 

Edson Nova 
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Copyright © 2018 by Edson Nova 
 

Diagramação  Edson Nova 

Capa  Edson Nova 

Revisão  Edson Nova 


____________________________________________________ 
N935p_Edson Nova 
Poupança  exposta  na  janela:  petiscos  de  economia  e 
mundo digital / Edson Nova. 1 ed. São Paulo, SP. 
Esta obra é uma produção independente. 
Copyright [2018] by Edson Nova 
Todos os direitos reservados ao autor da obra. 
1. Jornalismo 
____________________________________________________ 
 
 
Índice para catálogo sistemático: 
 
1. Jornalismo CDD 070 
 
 
 
 
 
 
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A Eliene (em memória), minha mãe. 

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SUMÁRIO 
 
Apresentação 11 

Capítulo 1 13 

Preciso, mas impreciso 13 

Capítulo 2 18 

O que são criptomoedas? 18 


MOEDA: UMA BIOGRAFIA NÃO AUTORIZADA 18 
POR QUE NÃO FAZER SUA PRÓPRIA MOEDA? 20 

Capítulo 3 24 

O porquinho vale mais que a moeda 24 


GARANTIA MUNDIAL ANTI-FRAUDE 25 
O FUTURO É COLABORATIVO 26 

O que concluímos? 29 

SOBRE O AUTOR 31 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Apresentação 

 
 
Nossos  avós  costumavam  usar  o  colchão: 
confortável  para as costas, mas não para o dinheiro. Enfim 
vieram  os  bancos  e  todo  o  sistema  financeiro  conhecido  - 
com  um  pouco  de  sorte  e  um  monte de conhecimento sobre 
o  mercado  financeiro  restrito  a  poucos,  é  possível 
conseguir  ganhos  interessantes.  Mas  eis  que  o  mundo 
digital veio dificultar ainda mais as coisas. 
Grandes  empresas  de  entretenimento  e 
comunicação  viram  seus  mercados  mudarem,  bancos  e 
instituições  financeiras  não  parecem  nada  a  vontade  com 
essa  histeria  coletiva  ao  redor  das  criptomoedas,  e  até  o 
mundo  acadêmico  parece  fascinado pela tal de b
​ lockchain: 
tão  comentada  e  tão  pouco  compreendida.  As  tecnologias 
que  deveriam  nos  proteger  parecem  nos expor ainda mais: 
todos  parecem temer que suas poupanças sejam vítimas de 
mãos bobas. Mas na informação há salvação! 

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Este  livreto  apresenta  três  artigos  curtos  e 
objetivos,  para  ajudar  aqueles  que  se  interessam  por 
economia,  mundo  digital,  informação,  mas  ainda  não 
entenderam  por  onde  começar  a  entender.  O  primeiro 
artigo  apresenta a mudança de modelo econômico que está 
acontecendo  nas  empresas  de  informação,  comunicação  e 
entretenimento,  importante  para  profissionais  e  aqueles 
que apenas querem ser expectadores mais esclarecidos.  
O  segundo  artigo  trata  das  criptomoedas:  sua 
origem,  de  onde  vem  o  seu  valor  em  comparação  com  as 
moedas  tradicionais,  e como consegui-las. O terceiro artigo 
explica  o  que  é  a  tão  comentada  blockchain,  e  porque  esse 
sistema  vai  muito  além  da  sua  aplicação  nas 
criptomoedas. 
 
 
 
 
 
 
 

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Capítulo 1 

Preciso, mas impreciso 

 
Quem  viveu  os  anos  1990  se  lembra  de  uma palavra 
usada  amplamente  por  artistas,  editores,  profissionais  da 
mídia,  e  com  uma  carga  de  drama  e  horror  no  nível 
máximo  -  a palavra é pirataria! Qualquer um que já tivesse 
feito  uma  cópia  caseira  de  qualquer  produto  midiático  se 
sentia  um  criminoso  hediondo…  Mas  uma  nova  geração 
nasceu,  e  já  com  computadores e banda larga. Essa mesma 
geração  cresceu,  e  já  com  smartphones  nas  mãos.  Eis  que 
uma  nova  geração  de  executivos  chegou  às  empresas 
midiáticas, e já não se fala mais na palavra execrável. 
Na  verdade,  até  que  se  tentou  falar  em  “pirataria 
digital”  nos  anos  2000,  quando  as  cópias  passaram  a  ser 
feitas com mais facilidade e distribuídas na internet, mas a 
gíria  não  pegou.  O  que  será  que  mudou?  Há muitas formas 
em  que  os  detentores  de  direitos  autorais  podem agir para 

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se  proteger,  mas  a  maioria  das  pessoas  que  replica 
conteúdo não comete realmente um crime. 
Então  como  as  empresas,  que  investem  na 
produção,  podem  se adaptar a isso? Olha que não foi fácil… 
Aliás,  continua  não  sendo  fácil!  A  trajetória  dos  jornais 
deixa  bem  claras  as  tentativas  e  transições.  A  primeira 
fase, ainda nos anos 1990, foi da transcrição: o mesmíssimo 
jornal  da  banca  era  colocado  na  tela  do  computador,  mas 
apenas  para  assinantes,  e  sem nenhuma imagem para não 
parar de vez a banda “nada-larga” da época. 
No  começo  do  novo  século  começou  a  ser  feito 
conteúdo  exclusivo  para  a  web,  mas  o  modelo  de 
monetização  ainda  era  baseado  em  assinaturas: 
justificadas  por  uma  série  de  outros  serviços  online  que 
vinham  de  brinde  (quem  não  lembra  das  pitorescas  salas 
de bate-papo?). 
Somente  perto  da  virada  para  os  anos  2010  os 
jornais  passaram  a  produzir  conteúdo  exclusivo  para  a 
internet  em  larga  escala  e  acessível  a não assinantes. Essa 
prática  reflete  uma  mudança  técnica  (popularização  da 
banda  larga),  cultural  (os  hábitos  dos  novos  internautas 

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são  soberanos, quem não quer pagar sempre dá um jeito de 
conseguir  o  conteúdo  de  graça),  e  econômica.  Essa  última 
merece mais que um parêntese. 
São  muitos  os  estudiosos  que  acreditam  ter  havido 
uma  mudança  no  modelo  econômico  das  indústrias  de 
produtos  culturais  e  midiáticos.  Na  era  analógica,  o 
modelo  era  baseado  na  venda  de cópias (daí a importância 
de  demonizar  a  pirataria).  Porém,  esse  modelo  estaria 
sendo  agora  superado  por outro, típico da era digital (daí o 
desaparecimento  da  palavra  execrável).  Em  vez  de  vender 
cópias  do  produto  midiático  (seja  música,  livro ou notícia), 
a  monetização  agora  se  baseia  na  construção  de  uma 
marca  forte  o  bastante  para  cativar  uma  audiência, 
aproveitada  para  propaganda  e  venda  de  outros  produtos 
licenciados. 
Ou  seja,  a  notícia  deixaria  de  ser  um  produto  para 
ser  um  serviço;  se  ela  for  gratuita  atende  a  um  público 
maior;  se  o  público  for  maior,  existem  mais  opções  de 
publicidade associada a essa notícia. 
A  maior  parte  dos  estudiosos  acredita  que  os  dois 
modelos  vão  existir  lado  a  lado,  mas  o  novo  modelo 

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(informação  e  cultura  como  serviço  digital)  tende  a  se 
tornar  massivo  que  o  modelo  antigo (informação e cultura 
como  produtos copiados e vendidos no varejo) tende a ficar 
restrito  a  mercados  segmentados.  Mas,  enfim,  qual  a 
consequência  disso  para  quem  trabalha  com comunicação 
corporativa? Olha, a vida fica um pouco mais complicada! 
A  começar  pela  publicidade.  A  digitalização  e  seu 
novo  modelo  econômico  até  abrem  mais  possibilidades  de 
campanhas  publicitárias  (principalmente  campanhas 
segmentadas),  mas  dificulta  o  mapeamento  do  público  e  a 
verificação  da  eficácia  da  campanha,  pois  o  público  está 
muito  mais  disperso.  A  mesma  dificuldade  de  chamar  a 
atenção  de  todas  as  pessoas  certas,  e  de  uma  só vez, passa 
a fazer parte da assessoria de imprensa. 
O  que  dizer  então  da  promoção  de  eventos  e 
atividades  presenciais?  É  verdade  que  está  mais  fácil 
incrementá-las  com  essa  informação  e  cultura  que 
passaram  a  ser  serviço.  Mas  o  difícil  é  convencer  as 
pessoas  a se desplugar e se reunir num só lugar com outros 
de  sua  espécie.  A  mesma  dificuldade  existe  na 
comunicação  interna:  nesse  modelo  “em  rede”  as  relações 

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de  trabalho  estão  muito  mais  fluidas.  Aliás,  a  maior  parte 
dos  artistas  e  jornalistas  hoje  em  dia  são  empreendedores 
individuais,  que  prestam  serviço  para  as  grandes 
corporações. 
Resumindo,  o  admirável  mundo  novo  permite 
milhões  de  possibilidades  adicionais  na  hora  de  se 
comunicar,  mas  tornou  muito  mais  difícil  despertar  o 
interesse,  chamar a atenção e conseguir a concentração do 
público com quem você quer se comunicar. Se nem os gurus 
chegam  a  um  consenso,  imagina  para  nós  mortais?  Mas 
trabalhando  sempre,  e  pensando  um  pouquinho,  até  que 
dá. 
 
 

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Capítulo 2 

O que são criptomoedas? 

 
 
A  pergunta  do  título  é  até  fácil  de  responder:  são 
moedas  virtuais,  que  usam  sistemas  de  computador  que 
trabalham  de  modo  parecido  com  as  instituições  que 
produzem  e  administram  o  dinheiro.  Se  ainda  restam 
dúvidas,  e  é  provável  que  sim,  significa  que  na  verdade 
você  não  sabe  realmente  o  que  são  as  moedas.  Mas  isso 
também é fácil de entender. 
 

MOEDA: UMA BIOGRAFIA NÃO AUTORIZADA 

 
 
No  início  da  sociedade,  cada  um  se  especializou  em 
um  tipo  de  trabalho,  mas ainda precisavam dos produtos e 
serviços  uns  dos  outros.  Vamos  trocar!  Primeiro  veio  a 

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troca  direta,  mas  como?  Quanto  vale  cada  coisa?  Depende 
de  quanto  trabalho  cada  coisa  demanda  para  ser  feita  ou 
encontrada.  E  assim deram as primeiras trocas: meu milho 
pelo  seu  feijão.  Depois  veio  a  ideia  de  criar  um  objeto  que 
representasse  o  valor  de  tudo,  chamado  na  Economia  de 
equivalente geral, mas você pode chamar só de dinheiro. 
A  escolha  mais  óbvia de objeto para funcionar como 
equivalente  geral  eram  os  metais  preciosos,  como  ouro  e 
prata  (e  são  preciosos  porque  dão  muito  trabalho  para 
serem  achados  e  tratados).  A  época  do  surgimento  do 
dinheiro  foi  a  mesma  de  quando  surgiram  os  países  no 
formato atual, o que não é mera coincidência. 
Os  novos  governos  se  aliaram  com  as  poucas 
pessoas  da  sociedade  civil  que  tinham  riqueza  e  poder 
suficientes  para  criar  os  bancos.  Assim,  toda  a  sociedade 
concordou  que  o  dinheiro  precisava  nascer  e  circular 
apenas  entre  essas  poucas  instituições  estatais  e 
bancárias. Parecia ser o mais seguro.   
O  próximo  passo  foi  a  moeda  de papel. No início, seu 
valor  era  garantido  pelo  ouro  que os governos guardavam 
-  a  quantidade  de  ouro  limitava  a  quantidade de papel que 

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podia  ser  impressa.  Mas  lembra  que  o  valor  das  coisas 
depende  de  quanto  trabalho  elas  demandam?  Pois  é:  o 
mundo  moderno  ficou  tão  cheio  de  gente  trabalhando, que 
os  metais  preciosos  guardados  pelos  governos  não  eram 
mais  suficientes  para  equivaler  tanto  valor  produzido  por 
esse enorme volume de trabalho. 
Assim  nasceram  as  moedas  fiduciárias.  O  nome 
complicado  significa  apenas  “dinheiro  de  papel  sem 
garantia  em  ouro”.  Governos  e  bancos  prometem  que 
aquele  papel  tem  valor,  e  todos  acreditam.  Quando  surge 
um  novo  país  que  cria  uma  nova  moeda,  ele  precisa 
convencer  os  bancos  e  os  outros  governos  do  mundo  que 
seus  cidadãos  trabalham  e  geram  valor  suficiente  para 
justificar imprimir papel e chamá-lo de dinheiro. 
 
 

POR QUE NÃO FAZER SUA PRÓPRIA MOEDA? 

 
 
Essa  foi  a  ideia  do  ilustre  desconhecido  Satoshi 
Nakamoto.  Em  2008  alguém  usou  esse  nome  e publicou um 
artigo  explicando  seu  projeto  para  criar  a  própria  moeda: 

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o  ​Bitcoin​. Esse autor misterioso desapareceu, mas deixou o 
caminho  para  as  várias  criptomoedas.  Lembre-se  que 
dinheiro  é  apenas  um  documento  que  promete  valor,  mas 
como  convencer  todos  a  confiar  na  sua  promessa?  Os 
governos  e  bancos  trabalham  para  supervisionar  e 
autorizar  as  transações  financeiras;  eles  garantem  que  a 
mesma  quantia  de  dinheiro  não  possa  ser  usada  duas 
vezes,  garantem  que  cada  centavo  é  um  documento  único. 
E  é  claro  que  nós  pagamos  a  eles  por  isso,  com  impostos  e 
taxas  bancárias.  Nakamoto  criou  o  sistema  digital 
chamado  ​blockchain ​para  imitar a forma como governos e 
bancos trabalham. 
Só  é  possível  usar  a  criptomoeda  dentro  do 
programa,  e todos os computadores onde ele está instalado 
e  funcionando  se  conectam  numa  rede  mundial.  Cada 
troca  de  moeda  gera  um  registro;  então  vários 
computadores  do mundo todo são acionados para verificar 
se  a  mesma  moeda  não  está  sendo  usada  duas  vezes  (o 
sistema  usa  seu  computador  para  fazer  cálculos 
matemáticos  complexos,  e  criptografar  toda  a 
informação). 

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Os  donos  dos  computadores  que  verificam  e 
autorizam  as  transações  ganham  taxas  sobre  o  valor 
movimentado,  igual  aos  bancos  (nada  mais  justo,  já  que  a 
sua  máquina  será  usada  para  verificar  a  transação  de 
alguém).  Quando  a  transação  é  autorizada  pelo  grupo  de 
computadores  avaliadores,  todos  os  computadores  do 
mundo  recebem  o  histórico criptografado. Por isso, quanto 
maior  a  rede,  maior  a  garantia  de  que  cada  moeda  seja 
única. 
Assim  como  o  governo  imprime  uma  quantia 
limitada  de  dinheiro,  o  sistema  “fabrica”  moedas  virtuais 
com  um  limite,  para  evitar  a  inflação.  A  quantidade  de 
moedas  fabricadas  vem  caindo  ano  a  ano,  até  chegar  o 
momento  em  que  vai  parar.  Para ganhá-lo será necessário 
comprar  com  dinheiro  normal  ou  trocar  por  trabalho: 
certamente nenhuma novidade. 
Em  resumo,  o  dinheiro  é  só  um  documento  com 
promessa  de  valor,  que  usa  um  sistema  complexo  para 
garantir  que  cada  centavo  seja  único.  Teoricamente, 
qualquer  um  que  puder  recriar  esse  sistema,  como  o 
misterioso  Nakamoto,  pode criar uma nova moeda. E mais: 

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o  ​blockchain  p
​ ermite  criar,  trocar  e  evitar  duplicação  de 
qualquer  documento  digital.  O  sistema  das  criptomoedas 
ainda  pode  revolucionar  muito  mais  a  forma  de  trocar 
informação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Capítulo 3 

O porquinho vale mais que a 


moeda 

 
 
A  valorização  das  criptomoedas  foi  tão  grande  em 
2017  que  passou  a  chamar a atenção também daqueles que 
não  são  aficionados  por  tecnologias  digitais.  O  B
​ itcoin​, 
primeira  e  mais  importante  criptomoeda,  até  sofreu  uma 
desvalorização  no  final  de  janeiro  de  2018,  mas  ainda 
assim  fechou  o  mês  com  um  valor  de  US$  10  mil  por 
unidade. 
Porém,  a  polêmica  cresceu  na  mesma  proporção. 
Vários  governos  e  entidades  financeiras  fizeram  críticas 
ao  dinheiro  virtual,  associando-o  a  atividades ilegais. Nem 
os  economistas  são  unânimes  sobre  como  classificar  esses 
ativos. 

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Já  a  tecnologia  que  permitiu  o  surgimento  das 
criptomoedas  é  diferente.  A  b
​ lockchain ​despertou  o 
interesse  de  bancos  como  ​JP  Morgan​,  HSBC,  Santander  e 
Bank  of  America​.  Até  o  Banco  Central  do  Brasil  já  flertou 
com  a  possibilidade  de  usar  esse  sistema.  E,  acredite,  ele 
pode  revolucionar  muito  mais  que  o  setor  bancário.  Mas  o 
que é a ​blockchain​? 
 
 

GARANTIA MUNDIAL ANTI-FRAUDE 

 
 
Como  se  sabe,  o  dinheiro  é  apenas  um  documento 
com  promessa  de valor. O papel dos governos e instituições 
financeiras  é  garantir  que  cada  centavo  seja  um 
documento  único,  que  só  pode  ser  usado  uma  vez por cada 
pessoa.  A  ​blockchain ​é  um  sistema  virtual  que  faz  o 
mesmo.  Todos  os  computadores  que  usam  o  programa 
formam  uma  rede  e,  na  hora  de  usar  a  criptomoeda  numa 
transação,  literalmente  o  mundo  inteiro  verifica  se aquela 
moeda é única. 

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Assim,  a  única  forma  de  fraudar  criptomoedas  é 
hackeando  milhões  de  computadores  potentes  de  todos  os 
lugares  do  mundo  -  é  mais  difícil  que  hackear  os  sistemas 
atuais  de  governos e bancos. Fica fácil entender o interesse 
por  esse  programa  mesmo  por  aqueles  que  criticam  as 
criptomoedas:  a  ​blockchain ​pode  garantir  que  qualquer 
documento  seja  único.  Governos  e  empresas  podem 
registrar  seus  dados  com  mais  segurança.  Um  diploma 
emitido  pela  faculdade  na  ​blockchain​,  por  exemplo,  teria 
validade  global.  Ou  seja,  é  possível  eliminar  uma  série  de 
burocracias  nacionais  e  internacionais  para  emitir  e 
autenticar  documentos.  Pode  ser  o  fim  das  intermináveis 
idas ao cartório, nada agradáveis. 
 
 

O FUTURO É COLABORATIVO 

 
 
A  colaboração  em  rede  já  é  uma  realidade  na 
cultura  e  na  economia.  Agora,  também  será  o  futuro (quer 
dizer,  já  é  o  presente)  da  segurança  da  informação.  É 
inovador e simples: mais seguro do que esconder os dados é 

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dar  uma  cópia  para  o  mundo  inteiro,  e  deixar  que  milhões 
de  pessoas  independentes  garantam  a  validade  da 
informação. 
Curioso  que  o  autor  desse  programa  seja 
desconhecido.  Em  2008  foi  publicado  o  artigo  que  explica e 
inaugura  a  b
​ lockchain​,  assinado  por  Satoshi  Nakamoto. 
Mas  ninguém  sabe  quem  é  ele, ou provavelmente eles. Fato 
é  que  o  porquinho  das  criptomoedas  pode  aumentar  a 
segurança  de  qualquer  informação,  já  é  um  caminho  sem 
volta, e qualquer negócio pode se beneficiar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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O que concluímos? 

 
 
Que  não  concluímos  coisa  alguma!  As  tecnologias 
mudam  com  cada  vez  mais  velocidade,  e  é  difícil 
acompanhar  todos  os  resultados  possíveis  de  seu  uso  na 
economia.  Para  isso  existem  diversos  pesquisadores  de 
Ciências  Econômicas  nas  universidades  brasileiras.  A 
economia  nacional  acompanha  a  tendência  de  diversos 
outros  setores  sociais  e  vive  uma  crise  considerável,  e  a 
informação ainda é a arma mais poderosa. Aos que querem 
proteger  suas  poupanças  de  uma  mão  boba:  paciência  e 
vida longa! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SOBRE O AUTOR 
 
 
Edson  Nova  é  formado  em  Jornalismo  pela 
Universidade  Federal  de  Sergipe  (UFS),  já  tendo  atuado em 
redação  de  jornal  e  assessorias  de  comunicação.  Em  2017 
concluiu  o  mestrado  em  Comunicação  pela  UFS.  A 
dissertação  abordou  as  relações  entre  economia, 
comunicação  e  tecnologias  digitais.  Tendo  como  objeto  a 
indústria  fonográfica,  a dissertação conta com entrevistas 
exclusivas  de  grandes  executivos  do  mercado brasileiro de 
música.  Continua  desenvolvendo  pesquisas e trabalhos em 
comunicação estratégica. 
 
 
 
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