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DIREITO PENAL III

Aula 1

Prof. Me. Renato Philippini


O CÓDIGO PENAL

▪ O Direito Penal, nos códigos e na doutrina, divide-se


em Parte Geral e Parte Especial.

▪ A Parte Geral consiste em um corpo de disposições


genéricas que ordena todo o Direito Penal  nela se
definem seus princípios e fundamentos, seu poder e
suas limitações, suas regras etc.

▪ Encontra-se nos art. 1º a 120.

▪ No entanto, é necessário que se defina, em termos


precisos e limitativos, o que realmente vem a ser crime e
quais as penas que lhe podem ser aplicadas.
PARTE ESPECIAL

▪ É na Parte Especial que se encontram as normas


penais em sentido estrito, ou seja é nela que se
encontram descritos os crimes em espécie, com seu
preceito primário na estrutura da fórmula, proibindo ou
ordenando determinadas ações, e a disposição
sancionadora, que vem em anexo.

▪ Constitui-se pelos art. 121 a 361 (os crimes em


espécie, estão entre o art. 121 e o 359H).
PARTE ESPECIAL

▪ O tipo penal, portanto, é uma fórmula na qual : 1 – o


preceito primário, proíbe ou determina determinadas
ações (p.ex. art. 121 –Matar alguém); e 2- a sanção
[Pena – reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos].

▪ É possível um Código Penal sem Parte Especial ? 


Projeto do Código Penal Russo de 1930.

▪ O que hoje forma a Parte Especial, definidora dos fatos


puníveis, constituiu, por muito tempo, todo o conteúdo do
Direito Penal.
A ESTRUTURA DA
PARTE ESPECIAL

▪ Tendo em vista a relevância e as conexões que os diferentes bens


jurídicos tutelados guardam entre si, legislador classifica os crimes em
Títulos, Capítulos e Seções da seguinte maneira:
- Crimes contra a pessoa;
- Contra o patrimônio;
- Contra a propriedade imaterial;
- Contra a organização do trabalho;
- Contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos;
- Contra os costumes;
- Contra a família;
- Contra a incolumidade pública;
- Contra a paz pública;
- Contra a fé pública; e
- Contra a administração pública.
▪ Os crimes contra a vida dividem-se em:

a)homicídio;
b)induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio;
c) infanticídio; e
d)aborto.
HOMICÍDIO

.
HOMICÍDIO SIMPLES
(art. 121, “caput”, CP)

Art. 121. Matar alguém

▪ Matar - é a eliminação da vida de uma pessoa


praticada por outra.

▪ Objeto jurídico – vida humana extrauterina (a vida


intrauterina é protegida pelo tipo do aborto). O bem
jurídico é público e indisponível (isto é, mesmo com o
consentimento da vítima, configura-se a prática do
delito).
HOMICÍDIO SIMPLES
(art. 121, “caput”, CP)

▪ Ação – matar (destruir ou eliminar) pessoa humana,


por qualquer meio.

- é crime de ação livre (admite qualquer forma para a


execução  meios físicos ou morais / diretamente ou
indiretamente / por ação ou omissão).

▪ Sujeito ativo – qualquer pessoa (crime comum).


Sujeito passivo – qualquer pessoa. Obs: certas vítimas
tem características que podem alterar a capitulação
(enquadramento) do crime cometido, como por exemplo
se a vítima for o Presidente da República  LSN.
HOMICÍDIO SIMPLES
(art. 121, “caput”, CP)

▪ Elemento subjetivo – no homicídio simples, é o dolo.

O dolo consiste na vontade de matar e pode ser direto (o


agente quer produzir o resultado morte. Ex.: o sujeito
dispara um revólver contra a vítima, querendo matá-la)
ou indireto [que possui duas espécies  o dolo eventual,
na qual o agente não quer diretamente o resultado, mas
aceita o risco de produzi-lo (p. ex. o sujeito atira contra a
pessoa que quer matar, mas não se importa se os
disparos venham a atingir uma pessoa que está atrás; e
dolo alternativo, quando o agente quer produzir um ou
outro resultado (ferir ou matar).
HOMICÍDIO SIMPLES
(art. 121, “caput”, CP)

▪ Consumação – consuma-se com a morte da vítima


(crime material).
obs: prevalece a morte encefálica, tendo em vista o
disposto na Lei nº 9.434/97, que trata da retirada de órgãos.
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
(art. 121, §1º, CP)

▪ Trata-se de uma causa especial de redução de pena


diante da qual o juiz pode (leia-se deve) efetuar diminuir
a pena de 1/6 até 1/3.

▪ Configura-se em duas hipóteses.


HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
(art. 121, §1º, CP)

A - relevante valor moral ou social – valor moral diz


respeito a interesse individualmente importante para o
matador (compaixão ante a irremediável sofrimento da
vítima, por exemplo; eutanásia), enquanto valor social
trata-se de interesse coletivo (p. ex, alguém que lesiona
um perigoso estuprador, que a polícia não consegue
prender.

obs.: também estão previstos como atenuantes no art.


65, III mas no caso do homicídio só funcionam como
causa de redução de pena.
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
(art. 121, §1º, CP)

B - domínio de violenta emoção, logo em seguida a


injusta provocação da vítima
Requisitos:
- emoção violenta;
- injusta provocação do ofendido;
- reação imediata; e
- situação de domínio pela emoção.

▪ Distingue-se da atenuante genérica, “influência de


violenta emoção”, do art. 65, III, in fine, uma vez que
naquela o agente não se encontra dominado pela
emoção (apenas influenciado), nem tampouco há
necessidade de verificar o requisito temporal “logo em
seguida” injusta provocação da vítima.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
(art. 121, §2º, CP)

▪ A pena passa, de 6 a 20 anos para, de 12 a 30 anos de


reclusão.

▪ São 7 hipóteses que qualificam o homicídio.


HOMICÍDIO QUALIFICADO
(art. 121, §2º, CP)

I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou


outro motivo torpe. Qualificadora subjetiva.
Motivo torpe é aquele moralmente reprovável,
desprezível, que provoca aversão ou repugnância geral
(ex.: assassinar alguém para obter herança; homicídio
praticado por pagamento).

obs.: este inciso contém forma de interpretação


analógica: o legislador utiliza fórmula genérica, após o
emprego de fórmula exemplificativa (paga e promessa
de recompensa). Estas são espécies de motivos torpes.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
(art. 121, §2º, CP)

▪ Tanto o mandante quando o mandado respondem por


homicídio qualificado (apesar de ser pessoal, é
elementar do tipo  Teoria Monista/Unitária, cf. art. 29,
CP).
HOMICÍDIO QUALIFICADO
(art. 121, §2º, CP)

II – motivo fútil. Qualificadora subjetiva. Motivo fútil é


aquele insignificante, sem importância, incapaz de dar
ao ato uma explicação razoável (ex.: um simples
incidente de trânsito).

▪ a ausência de motivos: não se equipara.

▪ os motivos fútil e torpe não podem coexistir em um


mesmo ato.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
(art. 121, §2º, CP)

III – emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura


ou outro meio insidioso ou cruel, ou que possa
resultar perigo comum. São qualificadoras objetivas.

▪ meio insidioso – dissimulado; cometido por meio de estratagema.

▪ meio cruel – é o que causa sofrimento desnecessário à vítima ou


revela uma brutalidade incomum.  não incide se a vítima já
estava morta.

▪ meio de que possa resultar perigo comum – é o que pode expor


a perigo um número indeterminado de pessoas (explosão,
incêndio, desabamento etc).
HOMICÍDIO QUALIFICADO
(art. 121, §2º, CP)

IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação


ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a
defesa do ofendido; São qualificadoras objetivas. Em
todas as qualificadoras desse inciso o agente, de alguma
forma, dificulta a defesa da vítima.

▪ traição – tanto físico, como matar pelas costas, como moral -


aproveitar de prévia confiança (marido x mulher)

▪ emboscada – tocaia – O agente aguarda escondido a passagem


da vítima.

▪ dissimulação – é o disfarce, que oculta o crime. Pode ser


material (com uso de aparato ou disfarce) ou moral (quando o
agente ilude a vítima. Por exemplo no caso do maníaco do parque,
HOMICÍDIO QUALIFICADO
(art. 121, §2º, CP)

V – assegurar a execução , a ocultação, a


impunidade ou vantagem de outro crime.
Qualificadoras subjetiva. O objetivo é matar a vítima por
conta de outro crime

Ex: matar o marido para estuprar a esposa; o incendiário


que mata a testemunha que o viu atear fogo à casa.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
(art. 121, §2º, CP)

VI – Feminicídio. Qualificadora objetiva. Apesar de


estar na lei “por razões da condição de sexo feminio”,
visa coibir a violência de gênero (Proj. de Lei do Senado
nº 292/13 – “por razões de gênero feminino”). Ocorre
quando envolver violência doméstica e familiar ou
menosprezo à condição de mulher.

 Femicídio (vítima mulher) x Feminicídio (contra mulher em


razão da sua condição; com discriminação; com ódio à condição
de mulher).
HOMICÍDIO QUALIFICADO
(art. 121, §2º, CP)

VII – Crime praticado contra agente estatal e seus


parentes. Qualificadora objetiva.

Vítimas: art. 142,CF (Forças Armadas); art. 144,CF


(polícias); integrantes do sistema prisional; integrantes
da Força Nacional de Segurança Pública; cônjuge/
companheiro, parente consanguíneo até 3º grau (em
razão dessa condição).
HOMICÍDIO
PRIVILEGIADO-QUALIFICADO

“Admite-se a figura do homicídio priveligiado-qualificado,


sendo fundamental, no particular, a natureza das
circunstâncias. Não há incompatibilidade entre as
circunstâncias subjetivas e objetivas” (STJ).

Por exemplo, que o motivo de relevante valor moral não


impede que incida da qualificadora da surpresa, como no
caso de um pai que, logo após o estupro da filha, pega o
estuprador de emboscada.

Convivem as qualificadoras dos inc. III e IV com as causas de


diminuição do §1º/ Não se dão as qualificadoras dos inc. I, II e V
com as mesmas causas.
HOMICÍDIO CULPOSO
(art. 121, §3º, CP)

Pena – detenção de 1 a 3 anos.

 Homicídio culposo no trânsito – art. 302, CTB


CAUSAS DE AUMENTO
(art. 121, §4º, CP)

▪ Polêmica sua aplicação no homicídio culposo.

▪ Aumenta em 1/3 no homicídio doloso se: a vítima tem


menos de 14 anos ou mais de 60 anos de idade.
PERDÃO JUDICIAL
(art. 121, §5º, CP)

▪ No homicídio culposo, permite que o juiz não aplique a


pena, quando as consequências atingirem o agente de
forma tão grave que a sanção penal se torna
desnecessária

▪ Um dos fundamentos da pena é a retribuição do mal


causado. Se o autor já sofreu uma pena natural, de nada
serviria a pena estatal. Por outro lado, a pena tem
finalidade preventiva; do mesmo modo o sofrimento
impõe um processo interno de reeducação e
aprendizado.
AUMENTO DE PENA
(art. 121, §6º, CP)

▪ Aumento de pena de 1/3 até ½ - praticado por milícia


privada, sob pretexto de serviço ou por grupo de
extermínio.

 Incompatível com a torpeza.


AUMENTO DE PENA
NO FEMINICÍDIO
(art. 121, §7º, CP)

▪ Aumenta de 1/3 até ½ se:


I – durante a gestação ou nos 3 meses posteriores ao
parto;
II – pessoa menor de 14 anos, maior de 60 ou com
deficiência;
III – na presença de descendente ou ascendente da
vítima.

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