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ORIGENS
A LÓGICA DO JOGO
O grande humanista suíço C. G. Jung ao estudar os processos de
adivinhação, desenvolveu a teoria da sincronicidade ou das
coincidências significativas. Por esta teoria ao se tirar cartas,
moedas ou em nosso caso, lançar búzios, tendo em mente uma certa
questão, há uma interação entre a pessoa que faz o jogo, a
formulação feita e a resposta que reside em algum ponto do espaço-
tempo. Como tudo ocorre no mesmo instante o nome sincronicidade
está bem aplicado.
A PRÁTICA
Uma forma bastante comum do jogo de búzios é a que utiliza uma
peneira como base. Esta peneira estará coberta por um pano branco,
em redor da peneira deverão ser colocadas as guias, que são colares
de contas com as cores dos orixás, formando um círculo, em seu
interior poderá conter outros objetos, que complementam a magia,
moedas, pedras e outros amuletos que representam os orixás.
OS JOGOS DE BÚZIOS
Os jogos mais difundidos são :
A INTERPRETAÇÃO
A interpretação da "caída" dos búzios se fundamenta na quantidade
de búzios abertos e fechados e na relação que existe entre este
número e determinados orixás. Em certos casos como a opção 1 é
considerado igualmente o dia da semana em que o consulente
nasceu, exatamente como no ocidente o Domingo é dia do sol
(sunday), Sábado de Saturno (saturday) etc., cada dia da semana é
regido por um ou mais orixás, conforme abaixo:
O RITUAL
Os búzios deverão ter sido deixados no sereno, em noite de lua
cheia, num preparado com ervas de colônia, Santa Luzia, Saião,
Elevante, Fortuna, Orepê, Seiva de alfazema, Açúcar com Epó de
Oxalá e Macaça. Pela manhã, antes do sol nascer, deverão ser
lavados com as ervas em água corrente e mel e deixados em
descanso por algumas horas antes do jogo. O olhador, deverá estar
de roupa clara, descalço e com as guias de seus orixás. Não deve
beber ou fumar antes e durante o jogo. Deverá então pedir licença
para o orixá que rege o dia da semana para abrir o jogo saudando
todos os orixás, começando por "Exú " e finalizando com "Oxalá".
Pedir a iluminação de "Ifá" pronunciando a seguinte oração em
yorubá:
O ser humano sempre questionou o motivo de sua estadia sobre a terra e, principalmente
,o mistério que envolve o seu futuro. A insegurança e a curiosidade em relação ao futuro
fez com que o homem tentasse, de diferentes maneiras prever o que lhe estava reservado,
vindo a se precaver de todos os tipos de maléficos, como pôr exemplo, a má sorte,
dificuldades amorosas, sociais, financeiras e outros, sendo assim o homem assegurava
para si a certeza da efetivação dos diferentes acontecimentos benéficos.
Podemos encontrar muitos sistemas oraculares existentes com esta finalidade acima
citada, não importando a origem dos sistemas nem a sua filosofia de estudo, aprendizado
ou execução, todos se concentram em único significado que é encontrar os melhores
métodos para prevenir ou ainda remediar situações maléficas, trazendo assim um alívio
imediato para a pessoa e ou sua comunidade ou família.
Quase todos os oráculos, independente de sua origem cultural, absorvem uma tendência a
alguma tipo ou aspecto religioso, vindo sempre a sugerir ou indicar um certo tipo de ritual
ou prática religiosa, de caracter e aspectos muito mais, ou ainda quase que
completamente, místicos do que científicos.
Em particular no Brasil, o sistema mais conhecido, pelo fato de sua ampla divulgação e
fácil acesso a interpretação dos conhecimentos e execução é o jogo de búzios, que tem
origens totalmente africanas, embora muitas das mesmas, feliz ou infelizmente, adaptadas
ou ainda modificadas em nosso país. Mais especificamente falando essas origens não só
são africanas como são de origem do culto à Òrúnmìlà, que nos permite exercer tal função
através das interpretações dos Odù, esses estão totalmente ligados aos seres humanos e
aos òrìsà, ou ainda podemos dizer que os diferentes Odù juntamente de Èsù e Ifá são os
meios pelo qual o homem pode vir a ajustar e melhorar a sua vida terrena e espiritual.
A nossa cultural assimila de forma notável os costumes de origem africana, que foram
trazidos até nós pôr intermédio dos escravos e de maneira brutal e trágica durante diversos
séculos.
De maneira geral, podemos dizer que a música, a culinária, a maneira de agir e pensar do
brasileiro demonstram de forma inequívoca a influência africana aqui exercida, que não
poderia deixar de ser verificada também, na postura estabelecida por nós diante das
religiões, quando independente de sua opção ou credo, adotamos sempre uma atitude
pautada num certo profundo misticismo.
Para o brasileiro e também para o africano, não cai uma folha de uma árvore sem que para
isto não haja uma determinação espiritual ou um motivo de fundo religioso.
Qualquer pessoa pode aprender e conhecer o oráculo dos búzios africano, que nada mais é
do que conhecer os segredos contido nos Odù, porém somente os iniciados e consagrados
podem realmente ter acesso a prática do oráculo.
Os odù que utilizamos para o oráculo dos búzios é a interpretação dos 16 principais odù,
que nada mais são do que 16 caminhos interligados um com o outro, ou seja o primeiro
caminho está interligado com todos os demais 15, e é pôr este motivo que em,
determinadas situações não é somente um odù que se apresenta para resolver o problema
da pessoa, ou seja aquele determinado problema está sendo causado pôr diversos motivos,
sendo assim o mesmo exige diferentes soluções, porém todas interligadas.
Quando agora a pouco comentamos que o oráculo dos búzios é a interpretação dos 16
principais odù, estamos realmente afirmando que estamos estudando referente os 16
primeiros e principais odù enviados à terra pôr Òrúnmìlà, e que desses 16 principais foi
dado origem à 256 omo odù (odù filhos), e que hoje já podemos dizer que existem cerca
de 4098 odù do método de interpretação de Ifá.
Todo odù está ligado a diversos òrìsà, porém aquele òrìsà que se apresentar primeiro em
um determinado odù, será ele um dos responsáveis direto à solucionar o problema do
consulente.
Abaixo iremos relacionar os 16 principais odù que começaremos a estudar com mais
afinco:
1. ÒKÀNRÀN
2. EJÌOKO ou OYÈKÚ
3. ÉTAÒGÚNDÁ ou ÌWÒRI
4. ÌROSÙN
5. ÒSÉ
6. ÒBÀRÀ
7. ÒDÍ
8. EJÌONÍLE ou EJÍOGBÈ
9. ÒSÁ
10. ÒFÚN
11. ÒWÓNRÍN
14. ÌKÁ
Esses últimos quatro odù são muito pesados quanto ao seu lado negativo devendo sempre
tomar muito cuidado na sua interpretação, e principalmente na criação e execução de seus
ebo, até mesmo o 16º odù que normalmente traz notícias esplendidas e excelentes, vindo
aparecer em um determinado jogo em uma situação negativa pode passar a trazer um
recado muito perigoso ao consulente.
Esses quatro últimos odù estão completamente ligados à feitiços, doenças, tragédias,
dramas, etc., porém os mesmos também podem se apresentar de maneira completamente
positiva, podendo depender também da combinação dele com os demais e da sua
colocação e situação no jogo em questão Existe também aqueles odù que podemos chamar
de confirmativos, que são os odú 4, 6, 8, 10 e 12, porém é de nossa inteira obrigação
mencionar que esta observação depende não só da situação, colocação e combinação no
jogo, mas também da ligação do sacerdote com Ifá referente esses odù e suas
interpretações em relação ao sistema divinatório, pois Ifá com certeza sabe o que se passa
na cabeça do sacerdote e do consulente no momento da pergunta para assim poder
fornecer a sua devida resposta.
Deve-se ter no momento do jogo toda uma concentração e total interação com os
elementos que determinam o mesmo, isto feito com certeza o sacerdote alcançara a
sensibilidade de visualizar e pressentir no decorrer do jogo quando que realmente um odù
traz um recado de solução do problema da pessoa através de caminhos de ebo ou qualquer
outro tipo de sacrifício, alguns problemas que surgem na vida das pessoas estão realmente
marcados para acontecerem, e se fizermos alguns trabalhos para modificarmos o rumo da
situação poderemos fazer com que o consulente venha a ser prejudicado no futuro, pôr
isso a importância de se cultuar o orì, muitas vezes, diríamos até na maioria dos casos
vale-se muito mais um egborì (cerimonia de adoração a cabeça) do que um ebo, adímu ou
etutu.
Texto extraido do Livro: Búzios a Interpretação dos Segredos
Autores: Nelson Pires Filho e Fábio Escada
Ed. Madras
O JOGO DE BÚZIOS
Como será meu dia de amanhã?
Diz ainda que Oxum era a companheira de Ifá e os homens lhe pediam
constantemente que respondesse às suas perguntas. Oxum contou o caso
a Orunmilá que concordou que ela fizesse a adivinhação com a ajuda de
16 (dezesseis) búzios. Porém, as respostas seriam indicadas por Exu.
Exu, então, voltou à antiga função, ou seja, a de responder às perguntas
de Oxum. Depois disso, por espírito de vingança, Exu passou a atormentar
com mais raiva os filhos de Oxum.Na verdade, o jogo de búzios é o
instrumento de maior consulta constante do Babalorixá ou Yalorixá, pois é
através dele que ele(a) irá dirigir diversas situações dentro da casa de
orixá.
ODÙ
A palavra odù vem da língua yorubá e significa "destino". Portanto, odù é o
destino de cada pessoa.
Cada odù ou destino está ligado a um ou mais orixá. Este orixá que rege o
odù de uma pessoa influenciará muito durante toda a vida dela. Mas, nem
por isso ele será obrigatoriamente o orixá-ori, ou "o pai de cabeça" daquela
pessoa, ou seja, o orixá-ori independe do odù da pessoa. Vejamos um
exemplo: um omon-orixá de Yansã que tenha no seu destino a regência do
odù ofun (que é ligado à Oxalá), essa pessoa terá todas as características
dos filhos de Yansã: independentes, autoritários, audaciosos. Mas, sofrerá
as influências diretas do odù ofun, trazendo portanto para este filho de
Yansã, lentidão em certos momentos da vida. Situação esta desagradável
para os filhos de Yansã, que tem a rapidez como marca registrada.
Porém, como expliquei, existe o lado evolutivo e o próprio odù odi citado
aqui em nosso exemplo possui características boas e marcantes como:
caráter forte e firme e tendência a liderança.
Na verdade, são os odùs que governariam tudo que está ligado a vida em
todos os sentidos.
ODÙ ORIXÁ
1.Òkànràn Exu
2.Éji Òkò Ogun e Ibeji
3.Étà Ògúndá Obaluaiye e ainda Ogun
4.Ìròsùn Yemanjá
5.Òsé Oxum
6.Òbàrà Oxossy, Xangô, Yansã e Logun-Edé
7.Òdì Exu, Omolu
8.Éjì Onílè Oxaguian
9.Òsá Yemanjá e Yansã
10.Òfún Oxalá
11.Òwórín Yansã e Exu
12.Èjìlá Seborà Xangô
13.Éjì Ológbon Nanã
14.Ìka Oxumarê
15.Ogbègúndá Obá e Ewa
16.Àlàáfia Orunmilá
O que é Odú?
A Origem do Odú
0 9
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2 0
1 1
3 12 3+12=15 12+15=27 2+7=9
Axé, Mojubá