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FUNDADA EM 11 DE SETEMBRO DE 1928 POR THIERS VELLOZO. Nº 31.384. ANO XC

www.gazetaonline.com.br VITÓRIA, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019 - EDIÇÃO ENCERRADA: 22h GRANDE VITÓRIA R$ 4,00 DEMAIS CIDADES R$ 5,00

H 31.12.1931 > 16.02.2019

Dom Silvestre
Legado de luta e
amor pelos mais
necessitados
Pág. 30 a 32
VITOR JUBINI

Produção de
alegoria na
quadra da
Mocidade
Unida da Glória

a indústria da folia
Desfiles em Vitória movimentam milhões de reais, criam oportunidades e
abrem espaço para quem quer lucrar nos bastidores do espetáculo Págs. 8 a 12

Informe Publicitário
Igreja Cristã Maranata
Missão na Amazônia leva atendimento médico
e social para comunidades carentes. VEJA NA PÁGINA 15
‘’Se alguém não ama ao Senhor Jesus Cristo, seja anatema. Maranata!’’ - I Coríntios 16:22
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2 | BOM DIA VIPS PDF DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019

AMARILDO FALA, LEITOR

Endereço: Rua Chafic Murad, 902, Monte Belo, Vitória-ES – CEP 29053-315.
E-mail: carta@redegazeta.com.br. Telefone: (27) 3321-8073. Só serão
aceitas cartas assinadas. A redação reserva-se o direito de editar os textos
por motivos de clareza e/ou espaço.

t Despedida Ensinamentos
A morte do arcebispo
emérito de Vitória Dom Que perda para a Igreja
Silvestre, na madrugada Católica. Que Deus o re-
deste sábado (16), ceba de braço aberto,
causou comoção entre descanse em paz. Deixa-
nossos leitores, não rá muitas lembranças
apenas da comunidade boas e ensinamentos.
católica. Muitos deles Carpegiane Rocon
usaram o Facebook do
Gazeta Online para —
homenagear o religioso.
Confira alguns Amor
comentários:
Quando realmente sen-
tido, o amor verdadei-
Agradecimento ramente transforma!
Descanse em paz, Dom
D. Silvestre Luis Scandian Silvestre!
faleceu ontem, aos 87 Jêniffer Teixeira
anos, recebendo merecida —
homenagem dos fiéis. Co-
mo os demais arcebispos Altruísmo
de Vitória, seguiu os en-
sinamentos de Cristo, op- Perda imensa, como
tando pelos pobres. imenso será seu legado
Ameaçado várias vezes de uma vida altruísta
por defender os humildes, voltada à pureza da fé.
chegou a ser esfaqueado Kleber Menezes
por um fanático, que ale- —
DA REDAÇÃO gou “receber ordens divi-
nas, pois o Arcebispo não Missão
falava a verdade do livro

A partida de um líder próximas gerações para

que sirva de inspiração
aos nossos líderes, em to-
sagrado”. Inesquecível
pastor divulgador da fé
cristã e tantas vezes nos
Deus o recebeu. Pelo
trabalho de tantos anos,
cumpriu sua missão. Vai

do bem e o seu legado das as áreas. A cobertura

A MORTE de Dom Sil-
vestre Luís Scandian, ar-
cebispo emérito de Vitó-
ria, ocorrida na madru-
gada de ontem, mexeu
com os sentimentos dos
capixabas, tanto dos que o
conheciam quanto daque-
les que, infelizmente, não
tiveram o prazer da con-
vivência com aquele se-
FOTOLEITOR
Vitória
“Mais uma obra-prima
da mãe natureza, na orla
de Camburi.” FOTO: Nélio
A. Castro
nhor que prezava pela ca-
ridade, pelo amor ao pró-
ximo e pelo combate às
injustiças. O sentimento
de tristeza misturou-se
aos de saudade e admi-
ração, quando o foco era o
legado do religioso. Os
depoimentos da popula-
ção e as homenagens de
autoridades do Estado a
Dom Silvestre dão uma
amostra do homem pú-
blico, líder nato, que o
Espírito Santo perdeu. Co-
nhecido pela seriedade no
trato com tudo, pelo con-
forto das palavras e pelas
atitudes direcionadas aos
mais necessitados, Dom
Silvestre merece que sua
história seja contada às
completa está nas páginas
30 a 32.
***
A edição de hoje também
traz um material especial
sobre a indústria do car-
naval capixaba. Conheça
detalhes de como a má-
gica acontece nos barra-
cões até o dia da coroação
do trabalho, com os des-
files das escolas.
Bom dia e boa leitura.
deu a paz ao nos benzer,
é nossa vez de dizer:
Obrigado, D. Silvestre,
na paz. Senhor.
Saraleeh Rocha
—
descanse em paz.
Aldo José Barroca Coração
—
Está com Deus! Grande
Generosidade arcebispo, de muitos en-
sinamentos. Permanece-
Muito humilde e carinho- rá eternamente nos nos-
so com todos. Tive uma sos corações.
caminhada linda na Pas- Giuliana Marchi Pignaton
toral da Saúde pela Igreja —
São Pedro da Praia do
Suá. Às quartas-feiras, em Céu
um hospital particular de
Vitória, levava a Santa Que Deus abençoe e
Eucaristia, orações e Un- conforte os familiares do
ção aos Enfermos. Muitas bispo que foi atender o
vezes buscava Dom Sil- chamado de Deus. Que
vestre fora de hora para Deus dê a ele um lugar
levá-lo ao hospital, para muito bom lá no céu.
dar Unção. Muito obriga- Maria Neuza Santos Lemos
do ao nosso bispo por sua —
generosidade, que sempre
foi muito grande.
Luiza Crissaff Carneiro
ERRAMOS
—

Descanso t Partido
O deputado federal
O céu recebeu um grande Amaro Neto é filiado
CARO LEITOR evangelizador. Descanse ao PRB e não ao
Esta seção está aberta a colaborações nos braços do Senhor. PPS, como publicado
pelo e-mail fotoleitor@redegazeta.com.br.
Os leitores deverão se identificar com Maria de Lourdes na página 25 de
nome completo e telefone de contato e Bernadina Pianissola ontem.
enviar somente foto de própria autoria.
—

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 VIPS PDF
Vida & família.
CRIANÇAS TÊM MIOPIA
CADA VEZ MAIS CEDO
Problema de vista tem relação com uso de celulares e tablets
PAULA STANGE
prosi@redegazeta.com.br
Assim como a maioria das
crianças da idade dele, Ma-
teus, 10 anos, adora ver ví-
deos no celular ou no tablet.
Sedeixarem,elepassahoras
ali, com os olhos fixos na te-
la.Amãedomenino,adona
de casa Jo Ann Scalzer, 45
anos, até fica incomodada e
tenta, ao máximo, tirar o
aparelho das mãos dele.
Até porque ela sabe que,
por causa desse hábito, Ma-
teus já precisa usar óculos,
mais cedo do que os dois ir-
mãos mais velhos, que não
tiveram tanto contato com
as telas na infância.
Não é de hoje que os es-
pecialistas alertam para es-
sa relação entre as telas e os
problemas de visão como a
miopia. Só que eles têm ob-
servadoqueodistúrbiovem
aparecendocadavezdefor-
ma mais precoce.
Mateus descobriu a
miopia aos 8 anos de ida-
de. “Aos 6 anos, ele não ti-
nha nada. Aos 8, já tinha
1,75 grau. Fiquei assusta-
da quando vi que ele não
enxergava as letras que a
médica mostrava no exa-
me”, contou Jo Ann.
Com os olhos vidrados
nas telinhas desses apare-
lhos, as crianças estão per-
dendo a capacidade de en-
xergarbemdelonge,oque
caracteriza a miopia.
ESFORÇO
“Estudos afirmam que
esse esforço visual que
elas mantêm para enxer-
gar de perto está fazendo
com que desenvolvam
miopia”, diz o oftalmolo-
gista Bruno Valbon.
O problema, segundo o
médico,nãoestásónofato
de esse hábito forçar a vis-
ta para perto. “Antigamen-
te, as crianças brincavam
mais na rua. Mas as dessa
última geração ficam mais
em ambientes fechados,
em casa, até por questões
ligadas à segurança. En-
tão, não estão desenvol-
vendo a visão de longe”.
Mateus, 10 anos, já usa óculos. Para a mãe dele, Jo Ann, a culpa da miopia pode ser o “vício” do menino em telas
A oftalmologista Han-
na Teodoro, especialista
em oftalmopediatria e es-
trabismo, afirma que uso
excessivo de eletrônicos
tem contribuído para um
aumento da miopia em
quem tem já o problema e
para o surgimento da
doença em crianças com
predisposição a ela. “A
miopia já é considerada
pela Organização Mun-
dial de Saúde a epidemia
do século”, destaca.
Estima-se que em 2050,
metade da população
mundial seja míope, daí a
preocupação dos médi-
cos, que orientam os pais a
adotarem medidas impor-
tantes para tentar adiar a
necessidade dos óculos.
A primeira delas é limi-
tar o uso dos aparelhos e le-
var os pequenos para curtir
outro tipo de diversão, de
preferência fora de casa. “O
aumento dos casos de mio-
pia em crianças está rela-
cionado à falta de ativida-
des ao ar livre. Ou seja, es-
tamos deixando nossas
crianças muito envolvidas
nesse mundo virtual. E esse
uso abusivo poderá trazer
consequências para toda a
vida”, aponta Hanna.
DOSE
Mas qual seria a dose
certa de tela por dia? A es-
pecialista lembra que a So-
ciedade Brasileira de Oftal-
mopediatria recomenda
que até os 2 anos de idade
as crianças não tenham
contato com eletrônicos.
Entre 2 e 5 anos, que seja de
até uma hora por dia, e, a
partirde5anos,deduasho-
ras por dia, no máximo.
“Isso vale para quaisquer
eletrônicos, incluídos aqui
os computadores e a televi-
são. Mas a preocupação
com os celulares e tablets é
maiorporcausadaproximi-
dade do rosto”, frisa ela.
Essarecomendação,diza
médica, também vale para
adultos: “Não tanto pela
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
Editora: Daniella Zanotti z dzanotti@redegazeta.com.br
WhatsApp: (27) 98135.8261 | Telefone: (27) 3321.8446
ATENDIMENTO AO ASSINANTE: (27) 3321-8699
CARLOS ALBERTO SILVA
questão da miopia, pois a
formação da parte ocular já
está completa. Mas sim pela
questão de cansaço visual,
dores de cabeça e sintomas
deolhosecoqueoexcessode
eletrônicos pode causar”.
Porcausadessanovarea-
lidade, outra medida seria
levar os filhos ao oftalmolo-
gistabemmaiscedoenãosó
na adolescência, como
ocorria antes. Por isso, se na
sua casa tem um menino ou
menina de 2 anos “viciado”
“Estamos em celular e tablet, vale
deixando nossas marcar ua consulta.
crianças muito “Aos 2 anos já pode levar
sim! Principalmente se os
envolvidas nesse pais têm algum grau ou se a
mundo virtual. E criançafazmuitousodeele-
esse uso abusivo trônicos, porque sabemos
poderá trazer queissotendeapiorar.Além
disso,amaioriadascrianças
consequências não sabe relatar as queixas
para toda de dificuldade visual ou se
a vida delas” temdificuldadedeenxergar
comumdosolhos.Daíaim-
HANNA TEODORO portância de um exame
OFTALMOPEDIATRA
completo precoce”, comen-
ta Hanna.
3
|
FIQUE DE OLHO
A MIOPIA
É caracterizada pela
dificuldade de enxergar
de longe. A visão fica
embaçada
E AS TELAS?
Estudos mostram que o
esforço visual contínuo
para perto na frente de
telas eletrônicas é um
fator importante do
aumento da miopia,
sobretudo em crianças
muito pequenas
LIMITES
Até os 2 anos de
idade, as crianças não
devem ter contato
com eletrônicos. Entre
2 e 5 anos, pode ser no
máximo 1h por dia e, a
partir de 5 anos, não
deve ultrapassar 2h
por dia
ALTERNATIVAS
As crianças devem ser
estimuladas a fazer
atividades ao ar livre,
brincar em praças,
praias e parques, jogar
bola, andar de bicicleta,
fazer natação. Isso vai
fazer com que
desenvolvam a visão
para longe
TELONA
A TV ainda pode ser
uma melhor opção, em
vez de celular e tablet,
por estar mais distante
dos olhos
EXAMES
Bebês acima de 6
meses podem fazer
exame oftalmológico.
Mesmo em crianças
pequenas, de 2 anos,
que não sabem relatar
dificuldades visuais, já é
possível identificar um
problema de visão. O
exame é feito através
da dilatação da pupila e
da retinoscopia.
4 | VIDA & FAMÍLIA
| VOLTA ÀS AULAS |
PAIS NO WHATSAPP: COMO
TIRAR PROVEITO DO GRUPO
Se usada sem bom senso, ferramenta pode gerar conflitos
À partir da esquerda, Elaine Casotti, com a filha Fernanda; Irla Nogueira, com João Felipe; e Bianca Barbirato, com Ana Clara: boa relação no mundo virtual
PAULA STANGE
prosi@redegazeta.com.br
Ao matricular seu filho na
escola ou na creche, você
passa a fazer parte de mais
um grupo no WhatsApp: o
dos pais. Por meio dele, é
possível conhecer quem são
os pais dos amiguinhos de
turma, combinar encontros
com eles, organizar caro-
nas, convidar para festinhas
de aniversário ou simples-
menteacharodonodobrin-
quedinho que foi parar na
mochila errada.
Masoaplicativoquetan-
to ajuda na comunicação e
na aproximação das famí-
lias também pode ser moti-
vo de dor de cabeça. Basta
um dos membros começar
a falar de política, reclamar
de um professor ou querer
tirar satisfação porque o fi-
lho apareceu com uma
mordida no braço.
Uma pesquisa de 2017
do Instituto iStart apon-
tou que 77,7% dos inci-
dentes escolares têm rela-
VIPS PDF
ção com os grupos de
WhatsApp, seja os de alu-
nos, seja os de pais.
PROBLEMAS
“Não é algo incomum e
acontece em escolas de pe-
queno,médioegrandepor-
te. Todas já tiveram proble-
mas com grupos de What-
sApp”, comenta Elaine de
Souza Ferreira, supervisora
pedagógica do colégio Sa-
lesiano, em Vitória.
No ano passado, a escola
enviou aos pais dos alunos
uma circular com uma refle-
xão sobre a utilização do
aplicativo de conversas. O
artigo é assinado pela dire-
ção pedagógica de um gran-
decolégioemSãoPauloele-
vantaadiscussãosobreane-
cessidadederesponsabilida-
de e bom senso no uso desse
canal de comunicação.
“Quando começamos a
perceber formação dos
grupos, também iniciamos
umtrabalhoeducativocom
as famílias, mostrando que
“Quando
percebemos a
formação dos
grupos, iniciamos
um trabalho
educativo com
as famílias”
ELAINE DE SOUZA
FERREIRA
SUPERVISORA PEDAGÓGICA
o aplicativo é uma oportu-
nidade para elas amplia-
rem as relações, mas que
esse processo tem que ser
muito consciente, filtrado.
Porque antigamente as
conversasentrepaisemães
aconteciam no portão da
escola. Hoje em dia é na in-
ternet”, diz Elaine.
A educadora faz ques-
tão de dizer que vê com
bons olhos a ferramenta:
“Não somos contra. Por
meio do aplicativo, os pais
têmumarelaçãomaisrápi-
da, compartilham as infor-
mações.Eissonãopodeser
retirado deles. Mas sempre
pedimos bom senso, para
que possamos cuidar do
bem-estar dos alunos”.
Ignez Martins, diretora
pedagógica da escola da ilha
Novo Mundo, também na
Capital,éoutraquereconhe-
ce a utilidade dos grupos de
WhatsApp de pais. “É uma
facilidade.Seospaistêmdú-
vidas sobre o conteúdo de
determinada prova, sobre o
horáriodealgumafesta,não
precisam ligar para a escola
para se orientar”.
Um dos maiores proble-
mas com esses grupos, se-
gundo Elaine, é quando os
pais se esquecem que a es-
coladeveseraprimeiraaser
comunicadasobrequalquer
situação da rotina escolar.
“Com o WhatsApp, a gente
perde um pouco a contri-
buição dos pais, o feedback
deles, positivo ou não. Vai
um falando para o outro,
distorcendo tudo. E aí,
quando o problema chega à
escola, já ocorreram muitos
ruídos, e a gente não conse-
gue dar uma resposta mais
assertiva muitas vezes”, ob-
serva a supervisora.
DISTORÇÃO
Assim como em qual-
quer grupo de WhatsApp,
os de pais também são alvo
de boatos, que quase nunca
são inofensivos. “Muitas
vezes,ospaisseacomodam
e preferem buscar informa-
ções no grupo em vez de
procurar a escola. Só que
ouvem relatos distorcidos,
parciais, prejulgamentos
que levam a escola à obri-
gação de esclarecer que o
quefoiditonãoérealidade.
Mas nem sempre a escola
toma conhecimento do que
houve, nem tudo chega até
nós”, afirma Ignez.
Por essas e outras, as es-
colas reforçam a importân-
cia de os pais saberem onde
buscar a informação corre-
ta. “A gente sempre fala pa-
ra as famílias buscarem a
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
FERNANDO MADEIRA
fonte oficial. Aqui, envia-
mos informações na agen-
da do aluno, por meio de
circulares, e para os e-mails
dos pais”, conta a diretora.
Ela ressalta que muitos
pais sabem bem qual a fun-
ção do aplicativo. “Já rece-
bemos pais dizendo que
iriam sair do grupo porque
não concordavam com o
excesso de críticas de ou-
tros pais. Isso é uma grande
contribuição com a escola.
Eles sabem que, se há uma
crítica, vamos acolhê-la e
refletir sobre ela”.
“É comum surgir algu-
ma insatisfação com pro-
fessor, com uma palavra
que um professor usou na
sala de aula, uma ativida-
de com a qual o pai não
concorda... Mas pedimos
que levem isso à direção.
Porque se jogam no What-
sApp, pessoas que não sa-
bem do contexto vão dar
opinião e, em vez de aju-
dar, complicam tudo ain-
da mais”, aponta Elaine.
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
Gabriela Escobar participa
de dois grupos de pais
diferentes: um da turma do
Rafael e outro da do Victor
| VOLTA ÀS AULAS |
“Há mães que nem
conheço pessoalmente”
Mãe de dois meninos,
Gabriela nunca teve
problemas com grupos
de pais da escola
A engenheira mecânica
GabrielaEscobarLudolf,42
anos, trabalha o dia inteiro
e mal dá conta de acompa-
nhar os grupos de What-
sApp dos quais participa.
Entre eles, estão os grupos
de pais das turmas dos me-
ninos.Esãodois:umdasala
doRafael,de7anos,eoutro
da sala do Victor, de 10.
“Nem sempre tenho
tempo para ler as mensa-
gens. Teve época em que
era muita mensagem, mui-
tos pais reclamando de de-
ver de casa. Au achava o
grupo meio cansativo. Mas
nos outros anos, o grupo
acalmou”, conta ela.
Gabriela gosta da pratici-
dade do grupo. “Crianças
assim, nas séries iniciais,
ainda estão desenvolvendo
a questão da responsabili-
dade. Então, se ficam doen-
tes, pedimos no grupo para
algum pai avisar a professo-
ra, tirar a foto de um dever
de casa... Essa comunicação
rápida é importante”.
Felizmente, os grupos
nunca causaram nenhum
problema. “Nunca aconte-
VIPS PDF
ceu nada grave. Acho legal.
A gente combina cinema,
mandaconvitedeaniversá-
rio. Converso com algumas
mães ali que nem conheço
pessoalmente, só no gru-
po”, admite a engenheira.
A publicitária Bianca Oli-
veira Guimarães Barbirato,
35 anos, e a contadora Elai-
ne Casotti, 41 anos, coloca-
ram os filhos na mesma es-
cola. Por isso, têm muito as-
suntoemcomum.Maspou-
cas vezes elas se encontram
pessoalmente para um ba-
te-papo. É ali, no grupo do
WhatsApp, que elas colo-
cam a conversa em dia.
SOCIALIZAÇÃO
Para Elaine, mãe da Fer-
nanda, de 11 anos, o apli-
cativo teve um papel im-
portante na socialização
da menina, recém-chega-
da à escola. “Minha filha
entrou no colégio no ano
passado. Quando entrei no
grupo, senti que o acolhi-
mento foi 100%. Porque a
maioria dos pais dessa tur-
matemosfilhosestudando
juntos há muito tempo”.
Já veterana no grupo,
Biancasótemelogiosparaa
ferramenta: “É um grupo
muito tranquilo. São mais
ou menos 26 pais, e os no-
RICARDO MEDEIROS
— vatos deste ano estão sendo
“Quando entrei adicionados. Nem todo
mundo interage. Claro que
no grupo, a gente se identifica mais
senti que o com uma ou outra mãe,
marca de sair com as crian-
acolhimento foi ças... Os homens falam me-
100%. Porque a nos. Meu marido nem é
membro”, destaca a mãe da
maioria dos Ana Clara, de 12 anos.
pais dessa As mensagens ali, segun-
turma tem do Bianca, se resumem pra-
ticamente ao cotidiano es-
os filhos colar. “Por exemplo, se hou-
estudando veumaprovadifícil,naqual
a maioria dos alunos tirou
juntos há muito nota baixa, a gente comen-
tempo” ta, pergunta a opinião dos
outros pais”.
— No ano passado, ano
ELAINE CASOTTI,
eleitoral, algumas mensa-
41 anos, contadora
gens de cunho político se
infiltraram nas conversas,
—
maslogolevaramum“che-
“É um grupo ga pra lá”. “Alguns pais fo-
tranquilo. Nem ram postando opiniões
contraditórias sobre políti-
todo mundo ca. Mas foi tudo com res-
interage. Os peito. As divergências fo-
ram resolvidas numa boa”,
homens falam relata a contadora.
menos. Meu O fato de o grupo ter re-
gras claras facilita. “Não
marido nem é chegou a causar proble-
membro” ma. Foram umas publica-
ções, mas logo uns pais pe-
— diram que parassem e aca-
BIANCA BARBIRATO
35 anos, publicitária bou por isso mesmo”,
acrescenta Elaine.
VIDA & FAMÍLIA | 5
Educadores alertam para
grupos só de estudantes
Para as escolas, os grupos
formados só por alunos são
um motivo maior de preo-
cupação. A supervisora pe-
dagógicaElaineFerreiradiz
que já foi preciso intervir,
junto aos pais, para alertar
sobre o funcionamento dos
grupos de WhatsApp de
crianças com 8 e 9 anos de
idade. “Elas têm uma facili-
dade muito grande com a
tecnologia, mas não têm
maturidade para lidar com
certas ferramentas. Então,
o grupo pode ser nocivo”.
Questões simples po-
dem virar uma grande con-
fusão. “Já aconteceu de um
aluno fazer uma festa de
aniversárioedeixardecon-
vidar um ou outro amigo
da escola. Depois, a foto da
festa vai parar no grupo. A
família nem dá conta dos
desdobramentos disso”, ci-
ta a supervisora.
PARA USAR SEM ABUSAR
COMO UTILIZAR BEM O
GRUPO
a Para avisos importantes
O grupo de pais no
WhatsApp pode ser útil
para trocar informações
importantes sobre a rotina
escolar: seu filho pegou
uma conjuntivite e você
gostaria de avisar aos
outros pais? O brinquedo
de algum coleguinha
apareceu na mochila de
seu filho? O WhatsApp
ajuda a identificar o dono
a Para socializar
É uma oportunidade de
estreitar relações com as
famílias dos coleguinhas do
seu filho, que, muitas
vezes, vão acompanhá-lo
por muitos anos. Use o
grupo para marcar
encontros com outros pais
e filhos, para pegar um
cineminha ou ver uma
peça de teatro. Pode enviar
sugestões de lazer, como
bailinho de carnaval. E para
convidar todo mundo para
festinhas de aniversário
a Para trocar dicas
Onde comprar material
escolar mais barato?
O grupo pode
ajudar. Quem
pode dar uma
carona para a
A escola da diretora pe-
dagógica Ignez Martins
também teve que chamar
os pais para uma conversa.
“Algumascriançasestavam
ficando até tarde da noite
conversando no What-
sApp. E isso começou a ter
malefícios no dia seguinte
porque elas estavam per-
dendo parte do sono”.
O alerta também foi para
osriscosaqueascriançases-
tão expostas no mundo vir-
tual. “É como uma porta
aberta para a rua. Dá acesso
ao que eles quiserem e tam-
bém acesso a intrusos”,
orienta Ignez.
“Os pais precisam acom-
panhar, garantir que o filho
use com responsabilidade e
saber que ele está suscetível
a riscos que a gente nem
consegue imaginar. É algo
quepodefugirdocontrole”,
acrescenta Elaine.
escola? Acione o grupo
O QUE DEVE SER EVITADO
a Evite fake news e boatos
Evite compartilhar notícias
de fonte duvidosa, pois um
fato pode tomar uma
dimensão enorme e
prejudicar alguém. Busque
os canais oficiais da escola
para se informar sobre
atividades,
posicionamento
pedagógico, avisos sobre
doenças circulando na
instituição e etc
a Evite queixas
Evite falar mal da escola ou
queixar-se de algum
professor ou aluno no
grupo. Isso pode gerar
outras interpretações, criar
ruídos. Desentendimentos
entre crianças são normais.
Avalie se há necessidade
de criar confusão no grupo.
Se há um problema, vá até
a escola para resolver. Evite
expor seu filho ou o filho
dos outros
a Crie regras
O grupo pode ter regras,
como proibir correntes
de oração e de
postagens de
cunho político
e outros.
SHUTTERSTOCK
6 | VIDA & FAMÍLIA
| PERDAS |
COMO LIDAR COM O LUTO
COLETIVO EM TRAGÉDIAS
Para especialistas, a empatia é importante e ajuda a superar
ALINE NUNES
anunes@redegazeta.com.br
Estamos vivendo algo como
um luto coletivo. Difícil en-
contrar quem não tenha re-
vivido o drama de Mariana
diante da lama que arrasou
Brumadinho, ambas cida-
des mineiras destruídas pe-
lorompimentodebarreiras.
Tampouco nos deparamos
com pessoas que não la-
mentem pelos adolescentes
mortosnoCentrodeTreina-
mento do Flamengo. Na se-
quência,aindahouveaque-
da do helicóptero com o jor-
nalista Ricardo Boechat,
que estava no cotidiano de
tantos. Eagora nos despedi-
mos do arcebispo emérito
de Vitória, Dom Silvestre
Scandian, um grande lí-
der religioso que mor-
reu ontem, aos 87
anos. O ano mal co-
meçoueumasuces-
são de tragédias já
faz muita gente
desejar que 2019
termine logo.
Como não é
possível supri-
mir os dias, é
O JEITO CERTO DE LIDAR COM CADA LUTO
TRAGÉDIAS
a No coletivo
Ainda que as pessoas
estejam num ambiente
de comoção, a morte
tem um impacto
diferente para cada
uma. Depende de suas
vivências e de como
aprendeu a lidar com a
VIPS PDF DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
fundamental aprender a li- doutoranda pela Ufes. psicóloga Adriana Müller sar na nossa história.” quanto uma pessoa é im-
dar com a dor. “Por outro lado, nesse aponta que, embora a Adriana diz que lidar portante. Então, para
“As tragédias mexem luto, se conseguimos de- morte seja uma certeza, com o luto gera dor, an- quem aprende a lidar, o lu-
muito com o coletivo por- monstrar mais empatia e socialmente não se apren- gústia, medo, que são to promove esse movi-
que não há uma prepara- respeito pelo outro, o que de a lidar com ela. sentimentos paralisan- mento de cuidado físico,
ção para lidar com tantas é muito importante, ajuda “Então, quando nos ve- tes, mas, se promove essa emocional e relacional.”
mortes. E, em situações a superar”, acrescenta. mos diante dessas tragé- reflexão sobre a vida, Outro aspecto que tor-
como a dos meninos do Não só pelo número de dias, ainda que não esteja- tem aspectos positivos. na determinadas tragé-
Flamengo, somam-se pessoas mortas - Brumadi- mos diretamente ligados a “Ao refletir sobre a finitu- dias mais difíceis de serem
outros fatores: eram jo- nho já passou de 160, no elas, retomamos ao óbvio de da vida, passamos a de assimiladas, como a de
vens, atletas, sonhavam Flamengo foram 10 - mas de que a morte vai aconte- valorizar mais a saúde, a Brumadinho e a do Fla-
com um futuro melhor a morte em si é carregada cer. E começamos a nos vida, a segurança nossa mengo, é que poderiam
no futebol”, observa de tabu, o que dificulta o questionar: e se fosse comi- e das pessoas que são ter sido evitadas, segundo
Tammy Andrade Motta, processo de luto. Comen- go, com alguém da minha próximas. Gera uma aponta a psicóloga Danie-
membro do Conselho tarista da CBN Vitória, a família? Paramos para pen- disponibilidade interna la Reis e Silva, especialista
Regional de Psi- de resolver pen- em luto e coordenadora
cologia dências ou do grupo de Apoio a Per-
(CRP) e dizer o das Irreparáveis (API) do
Espírito Santo.
É importante, reforça
Daniela, que as pessoas
respeitem o tempo dos
enlutados para se res-
tabelecer. “Há quem
pense que, quem es-
tá de luto, no outro
dia já precisa re-
tomar a vida nor-
mal. O que ela
precisa é ser aco-
lhida e receber a
orientação ade-
quada”, sus-
tenta.
morte. Por isso, é quem morreu, por outro, mas também Cuidar mais de si e dos outra vivência de luto, que
importante falar da exemplo, “virou ajudam a superar o que gosta, resolver pode durar até três anos.
morte com estrelinha.” trauma. pendências (conversar Não se deve evitar falar de
naturalidade, inclusive a Pensar no outro a Reflexões com aquela pessoa com quem morreu, mas não é
com crianças. Para elas, Quando a pessoa não Em vez de se paralisar quem brigou), fazer para “forçar a barra”. Para
a notícia deve ser dada está diretamente ligada à por dor e medo, refletir declarações de afeto. essas pessoas, é
por uma pessoa em tragédia, a empatia e o sobre a finitude da vida e FAMÍLIA importante mostrar-se
quem confia, usando respeito pela dor alheia a própria história é um a Proximidade disponível para ouvir,
linguagem adequada, são sentimentos que não modo de se mobilizar a Seja morte trágica, seja ajudar no que for solicitado
sem fantasias de que apenas contribuem para o adotar novas atitudes. natural, familiares têm e incentivar boas escolhas.
7 | VIDA & FAMÍLIA VIPS PDF DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019

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VIPS PDF
Cidades. 8
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019 |
Editora: Daniella Zanotti z dzanotti@redegazeta.com.br
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e dinheiro
no bolso
O carnaval da Capital
movimenta em torno de
R$ 13 milhões e cria mais
de 4 mil empregos diretos
4 mil empregos diretos nas 19 es- O CARNAVAL EM NÚMEROS
colas que desfilam durante os três O desfile das Escolas de Samba em Vitória acontece na quinta, sexta e sábado da semana anterior
diasdeeventonoSambãodoPovo. ao carnaval oficial
AinformaçãoédoObservatóriodo 2014 2015 2016 2017* 2018
Turismo da Prefeitura de Vitória.
De acordo com as agremia-
ções, apenas os desfiles devem Escolas 13 15 15 14 18
custar, juntos, mais de R$ 7 mi-
lhões. Parte dos recursos utiliza-
dos pelas escolas é proveniente Movimentação
DINÁ SANCHOTENE dorepassedasprefeituras.EmVi- financeira R$ 12,5 R$ 13 R$ 13 R$ 11 R$ 12
SULLIVAN SILVA tória, as quatro escolas que des- estimada milhões milhões milhões milhões milhões

O
Carnaval de Vi- filarão na sexta-feira, 22, recebe-
tória vai muito rão um total de R$ 504.960, ou
além de uma Participantes
misturadecores, nos desfiles 12.500 17.674 17.674 18.200 20.800
ritmoealegria.A
grande festa po-
Circulação
pular que existe há mais de cinco
“Faltam estimada de - 60 60 45 50
décadas na Capital é garantia de
pessoas mil mil mil mil
samba no pé e também dinheiro palavras para
no bolso. Além de movimentar re-
cursos milionários, a indústria do
descrever o que Voluntários nas
carnaval abre espaço para quem sinto quando escolas de - 674 674 3.200 3.600
quer lucrar nos bastidores do es- samba
petáculo, seja nos barracões das
vejo tudo
escolas, seja nas atividades tercei- pronto e a Empregos diretos
rizadasligadas aocomércio,servi- escola entrando nas escolas de 3 mil 1.124 1.124 3.500 4 mil
çoseturismo,ouaindagarantindo samba
uma oportunidade de emprego na avenida”
para quem está desempregado. — Média de
Em2019,oeventomovimenta- ROSÂNGELA RANGEL ocupação 75,7% 61,5% 61,5% 37,4% 50,7%
rá algo perto de R$ 13 milhões. COSTUREIRA NA NOVO hoteleira
Além dos milhões, a festa popular, IMPÉRIO
queesteanoaconteceentreosdias *2017 houve queda nos índices por conta da Greve da PM
21 e 23 de fevereiro, gera cerca de Fonte: Observatório Municipal do Turismo que faz parte dos anuários de 2019, 2018, 2017, 2016 e 2015 Infografia | Marcelo Franco

Rosângela Rangel
fecha seu ateliê de
costura para ganhar
um dinheiro extra
como costureira na
Novo Império. Já
Alef Anjos (Novo
Império, ao lado) e
José Berlarmino
(MUG, abaixo)
aproveitam a
oportunidade
para driblar o
desemprego
seja, R$ 126.240 para cada uma.
Jáascincoescolasqueseapresen-
tarão no sábado, 23, vão receber,
cada uma, o valor de R$ 297.808,
totalizando R$ 1.489.040.
A Prefeitura de Vila Velha infor-
mou que investirá R$ 255 mil nas
escolas de samba do município,
sendo R$ 170 mil para a MUG e
R$ 85 mil para a Independente de
São Torquato. Em Cariacica, um
convênioentreaprefeituraeaBoa
Vista garante um repasse de
R$ 150 mil. Há menos de cinco
dias para início dos desfiles a Pre-
feitura da Serra ainda não definiu
o valor do repasse para as quatro
escolas do município.
O diretor-presidente da Com-
panhia de Desenvolvimento, Ino-
vação e Turismo de Vitória (CDV),
Leonardo Krohling, avalia os efei-
tos positivos dos desfiles que são
realizados uma semana antes do
carnaval oficial. “As escolas geram
emprego e outros setores também
aproveitam para garantir di-
nheiro extra, como é o caso de
quem trabalha com venda de
marmitex, motoristas de táxis
e aplicativos, entre outros. A
movimentação de turistas
tambémégrandenacidade,au-
mentandoaagitaçãoembares,no
comércio e registrando uma mé-
dia de ocupação hoteleira em tor-
VIPS PDF
no de 60%”, destaca.
O presidente da Federação do
Comércio de Bens, Serviços de
Turismo do Espírito Santo (Fe-
comércio), José Lino Sepulcri,
destaca que o evento é de vital
importância para o comércio.
“Todos ganham: hotéis, bares e
pontos turísticos. As lojas regis-
tram um aumento nas vendas
por conta dos turistas que pas-
sam pela cidade”, diz.
EMPREGO
O aderecista da Novo Império,
“As escolas
geram emprego
e garantem
oportunidades
para outros
setores”
— Império.Comodinheiroextraque
LEONARDO KROHLING
DIRETOR-PRESIDENTE DA
COMPANHIA DE
DESENVOLVIMENTO,
INOVAÇÃO E TURISMO
DE VITÓRIA (CDV)
FERNANDO MADEIRA
BERNARDO COUTINHO
escola de Vitória, Alef Anjos, 24
anos, faz faculdade de Design de
Interiores e trabalha pelo segundo
ano no barracão. O jovem, que
desfilacomopassistadaescola,es-
tava desempregado e garante que
o dinheiro vem em boa hora. “O
valor que recebo ajuda a pagar a
faculdade. Dá muito orgulho ver
as fantasias que fiz na avenida”,
comenta.
Quem também estava desem-
pregado era José Belarmino, 36
anos, que atua como soldador nos
carros da MUG. “Esta é a primeira
vez que trabalho no carnaval. Fi-
quei desempregado e com dificul-
dades financeiras, não tinha nem
para onde ir. Consegui este traba-
lhotemporárioedepoisvoucorrer
atrás de um emprego com carteira
assinada”, conta.
AcostureiraemodelistaRosân-
gela Rangel, 60 anos, também fe-
cha seu ateliê de costura por um
período só para se dedicar à Novo
vai receber para confeccionar as
fantasias,elaquerconcluirafacul-
dade de Moda. “Trabalho com o
carnaval há sete anos. A correria é
grande, mas o resultado final nos
dá muita satisfação. Faltam pala-
vras para descrever o que sinto
quandotudoestáprontoeaescola
entra na avenida”, resume.
fféri
é r ia s
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
VALE ATÉ tirar
PARA AJUDAR
A ESCOLA
O amor pela escola de samba
fala mais alto e faz com que di-
versos profissionais deixem de
lado suas atividades para colo-
car a mão na massa e ajudar a
agremiação a entrar na avenida.
Há aqueles que chegam a tirar
férias para trabalhar como vo-
luntários, enquanto outros fe-
cham as portas de seus negócios
por alguns meses para se dedi-
car à indústria do carnaval.
É o que faz Chica Chiclete, 50
anos,quedeixadefazervestidos
de noiva e de festa para confec-
cionar as fantasias que serão
usadas pelos foliões da escola
Novo Império, de Vitória.
“Aviso minhas clientes que o
ateliê fica fechado por alguns me-
ses para trabalhar exclusivamente
naescolaqueconheciaos10anos.
Trago até pessoas que trabalham
comigo para ajudar no barracão.
Alguns problemas acontecem no
meio do caminho, como a falta de
material em alguns momentos, e
aindasofremoscomafaltadepro-
fissionais qualificados. No entan-
to, a paixão pela agremiação fala
mais alto”, conta Chica.
Ela diz que o sentimento de
realização é muito grande quan-
do a agremiação entra na aveni-
da. “Choro igual a uma criança.
É muita emoção ver o resultado
de tanto trabalho. O carnaval
tem muitos benefícios: para
mim, é uma forma de ganhar um
dinheiro extra, enquanto que
para outras pessoas que estão
fora do mercado de trabalho é
uma boa época de equilibrar as
contas”, afirma Chica Chiclete.
Já a servidora pública Gina
Valéria Coelho, 51 anos, tira 20
Chica Chiclete dedica-se à escola Novo Império há 40 anos
| 9
dias de férias todos os anos para
trabalhar como voluntária no
barracão pesado da Unidos de
Jucutuquara, de Vitória. Ela,
que sempre desfilou pela escola,
pisou em um barracão há 10
anos e se apaixonou.
“Abro mão do descanso e fico
até as duas da manhã ajudando
a confeccionar os carros alegó-
ricos. Sinto muito orgulho de
pertencer à história que é conta-
da na avenida”, ressalta.
OgerentedeCapacitaçãoPro-
fissional, Emprego e Renda da
Agência do Trabalhador de Ca-
riacica, Joe Lima, 55, é diretor fi-
nanceiro da Boa Vista e também
abre mão das férias para ajudar a
escola. “O carnaval se profissio-
nalizou bastante, gera emprego
e renda para famílias, mas ainda
existem pessoas que amam a es-
cola e atuam como voluntários,
assim como eu”, comenta.
“Para uns, é
uma forma de
ter uma renda
extra, mas para
outros que estão
desempregados
é uma maneira
de equilibrar
as contas”
—
CHICA CHICLETE
COSTUREIRA
FERNANDO MADEIRA
10 | CIDADES
Luis Otávio da
Silva trabalhava
nos estúdios do
Projac, no Rio. Na
MUG, ele prepara
as esculturas
de isopor
OOport
portunniidaades
des
atraem profissionais de outros Estados
Na bagagem, trabalhadores trazem experiência e qualificação
DINÁ SANCHOTENE
SULLIVAN SILVA
A
indústria do Car-
naval de Vitória
também abre as
portas para pro-
fissionais de ou-
tros Estados. Na
bagagem, eles trazem talento,
experiência e qualificação pa-
ra as escolas de samba do Es-
pírito Santo.
Depois de anos de atuação co-
mo escultor no Projac, da Rede
Globo, Luis Otávio da Silva Oli-
veira, 43 anos, foi indicado por
um amigo para fazer esculturas
de isopor e fibra de vidro para os
carros alegóricos da Mocidade
Unida da Glória (MUG). A opor-
tunidade é temporária, mas ele
gostou tanto de Vila Velha que já
trouxe toda a família para morar
no município.
“Comecei a trabalhar por
aqui em novembro. Não conhe-
cia ninguém e foi um amigo ade-
recista que me indicou para tra-
balhar na escola. Estou adoran-
do a cidade e o trabalho. Em ja-
neiro, meus filhos e esposa vie-
ram de mudança. Quando mo-
rava no Rio de Janeiro, demora-
va duas horas para ir de casa até
o Projac, mas aqui tudo é perto.
O custo de vida reduziu bastan-
te, por isso decidi ficar”, conta.
Otávio trabalhou no carna-
val carioca nas escolas Impé-
VIPS PDF
rio da Tijuca e Mangueira.
Apesar de o volume de traba-
lho ser grande, ele não desa-
nima. “O resultado de tanta
dedicação poderá ser conferi-
do na avenida. Depois dos
desfiles, quero continuar a fa-
zer esculturas para eventos e
cenário, mesmo como free-
lancer em outros locais. Este é
o primeiro carnaval capixaba
e não quero mais sair daqui”,
ressalta.
Maicon Santana de Souza, 23
anos, também é do Rio de Janei-
ro, onde trabalha como capotei-
ro. Pelo segundo ano consecuti-
vo ele veio trabalhar na monta-
gem dos carros alegóricos da
Boa Vista, de Cariacica.
“Vim para o Estado em dezem-
bro e vou permanecer aqui até de-
poisdodesfile.Nesteperíodo,olo-
cal onde trabalho no Rio fica fe-
chado,emfériascoletivas,esenão
viesse para cá, iria ficar parado.
Então, aproveitei para ganhar um
dinheiro extra na escola. Uso as
técnicas da capotaria, como o cor-
te de tecidos, para que os acaba-
mentos dos adereços fiquem per-
feitos de maneira que não atrapa-
lhe o resultado final”, destaca.
Pela primeira vez no Espírito
Santo, Gabriel da Silva Monteiro,
23 anos, veio do Rio de Janeiro
para atuar como aderecista na
Unidos de Jucutuquara, de Vitó-
ria. “Um amigo entrou em conta-
Maicon Santana trouxe técnicas da capotaria para a Boa Vista
Sônia Rossi aproveita para ganhar dinheiro extra na Jucutuquara
to comigo e me chamou para vir
trabalhar no Estado por conta da
experiência que tenho no carna-
val carioca. Está sendo um expe-
riência muito boa”, conta.
CARLOS ALBERTO DA SILVA
FERNANDO MADEIRA
EMPREENDEDORES
Costureiras, aderecistas e esti-
listas são profissionais essenciais
para a confecção das fantasias
que serão usados pelos foliões na
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
BERNARDO COUTINHO
avenida. Os profissionais que tra-
balham dentro dos barracões po-
dem ganhar, em média, cerca de
R$ 300 por semana. Se o serviço
for terceirizado, é possível rece-
beremtornodeR$2milpelapro-
dução de uma ala ou R$ 7 mil por
casal de mestre-sala e porta-ban-
deira. Agora, se a roupa for de lu-
xo, é possível ganhar até R$ 30
mil,deacordocomoscarnavales-
cos das escolas.
A aderecista Sônia Rossi, 64
anos, já trabalha com o carnaval
há pelo menos 20 anos. Ela é res-
ponsável pela produção das pe-
ças-piloto das fantasias da Uni-
dos de Jucutuquara. “Tenho um
ateliê de costura e meu trabalho
na escola é feito com o mesmo
capricho”, argumenta.
A indústria do carnaval tam-
béméumaboaoportunidadepara
outrosprofissionaisganharemum
dinheiro extra. A proprietária do
WAStudio,UrssulaAgnesCoelho,
afirma que os desfiles no Sambão
do Povo aumentam o movimento
no salão em 20%. “As pessoas que
vão para o camarote querem fazer
maquiagem, penteado e unhas
com cores vibrantes”, comenta.
Já a maquiadora Bilbiane Fer-
raz aproveita para fechar pacote
paramaquiarosdançarinosdaco-
missão de frente da Boa Vista. “Es-
te é o segundo ano que faço este
trabalho. É uma forma de mostrar
meu lado artístico”, diz.
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
Escolas investem até
Colocartodoocoloridoeobrilho
na avenida é uma tarefa que pre-
cisadebastantedinheiro.Eparafa-
zer bonito na passarela do samba,
as escolas investem de R$ 60 mil a
R$ 1 milhão, de acordo com o gru-
po em que cada uma se encontra.
No Grupo Especial, que des-
fila no dia 23, sábado, o maior
orçamento previsto, de R$ 1 mi-
lhão, é o da Mocidade Unida da
Glória (MUG), seguido pela Boa
Vista, R$ 650 mil. Já os desfiles
da Unidos da Piedade, Novo Im-
pério e Unidos de Jucutuquara
devem custar R$ 600 mil cada
uma. O carnaval da Pega no
Samba deve custar R$ 500 mil,
enquanto que da Imperatriz do
Forte, R$ 450 mil.
Já entre as escolas do Grupo
A, que desfilam na sexta-feira,
22, os investimentos vão de R$
100 mil a R$ 500 mil. As agre-
destaque para o
Durante o período do carnaval,
MARCELO PREST
os ateliês se enchem de demanda
para a produção de fantasias de
destaquesdeluxo,aslindasroupas
dos casais de mestre-sala e por-
ta-bandeira e da comissão de fren-
te. Trajes que levam brilho, criati-
vidade e estimulam os olhos mais
críticos na avenida do samba.
No ateliê do estilista Rômulo
Cosmoski, 33 anos, localizado no
Morro da Piedade, em Vitória, o
trabalho é intenso desde outubro
do ano passado. Ele se especiali-
zou nesse segmento, após perce-
berademandadocarnaval,ehoje,
produz peças até para o Rio de Ja-
neiro. “Vi que faltavam profissio-
nais nessa área e resolvi me espe-
cializar e aprender mais. Agora eu
atendo a casais da Andaraí, Che-
gou O Que Faltava, Novo Império
e MUG”, disse.
Segundo Rômulo, as roupas de
mestre-sala e porta-bandeira cus-
tam de R$ 35 mil a R$ 45 mil no
carnaval capixaba, de acordo com
o material utilizado em sua con-
fecção. E os detalhes dessa produ-
ção precisam ficar prontos sema-
nas antes dos desfiles para que os
casais possam fazer testes com o
vestuário.
“Estamos trabalhando desde
outubro e agora é a fase de prova
de roupa. É preciso dar tranquili-
dade ao casal para fazer os testes
com a roupa”, afirma Rômulo. A
apresentação do mestre-sala e da
porta-bandeira é avaliado por ju-
rados, um quesito para pontuação
na disputa do título do carnaval, e
a roupa faz toda a diferença.
O luxo e o bom acabamento
também estão presentes nas rou-
pas do estilista Flávio Rafalski,38
anos, que começou a atuar no car-
naval após produzir a própria rou-
pa para desfilar no Sambão do Po-
vo. Este ano, ele vai vestir musas,
destaques masculino e feminino e
até o rei de bateria da Unidos de
VIPS PDF
miações que se apresentam na
quinta-feira, 21, vão investir en-
tre R$ 60 mil a R$ 150 mil.
Apesar de levar um desfile
grandioso para a avenida, o pre-
sidente da MUG, Carlos Roberto
dos Santos Ribeiro, conhecido
como Robertinho, reclama que
as escolas ainda são muito de-
pendentes do poder público e
que a iniciativa privada não des-
pertou o interesse de investir no
Carnaval de Vitória.
“Aqui não temos apoio dos
grandes empresários e só con-
lluxo
uxo
tamos com uma porcentagem
que recebemos do governo do
Estado (R$ 60 mil), por meio da
Liga Independente das Escolas
de Samba do Grupo Especial
(Liesge), e da Prefeitura de Vila
Velha (R$ 200 mil), ou seja, um
quarto da verba. A cada ano, en-
tramos no colapso e no verme-
Rômulo prepara a porta-bandeira da Andaraí, Marina
Flávio produziu a fantasia que Leonardo vai usar este ano
“Em uma
fantasia não
podem faltar
penas de
faisão. O
costeiro tem
que chamar
a atenção”
— clientes de várias agremiações.
FLÁVIO RAFALSKI
ESTILISTA
RR$$ 1 mmiilhhãoão
lho. Os outros 50% con-
seguimos com os trabalho
de quadra e mais 25%, com par-
ceiros amigos. Mas fica sempre
to e chegamos a um
montante de R$ 650
mil. Se teremos esse dinheiro
para terminar o carnaval, isso
CIDADES | 11
as escolas da Capital, além do
pagamento de jurados, compo-
sitores e intérpretes, premiação
dos 1º e 2º lugares dos grupos A
uma pendência de 25%, que são não sabemos. Provavelmente, e Especial.
as dívidas”, disse. ficaremos com dívida. Temos o As agremiações também re-
Segundo o presidente da Boa convênio com a prefeitura, que cebemR$700milderepassesdo
Vista, de Cariacica, Emerson é o menor convênio entre as es- governo estadual, conforme in-
Xumbrega, a escola pretende colas do grupo especial”, apon- formou a Liesge. As escolas tam-
usar R$ 650 mil para fazer o car- ta Xumbrega. bém contarão, este ano, com o
naval de 2019. Em setembro do Ele avalia que a geração de dinheiro da venda dos ingressos
ano passado, parte da estrutura renda que as escolas proporcio- do Sambão do Povo.
dos carros alegóricos foi destruí- namparaascomunidadeséuma
do por um incêndio e o dinheiro coisa grandiosa. “A Boa Vista,
que seria gasto para montar ale- por exemplo, gera 100 empre-
gorias precisou ser investido na gos diretos, entre costureiras,
reconstrução dos veículos. carpinteiros, soldador e adere-
Ele comenta que o dinheiro cistas. São várias pessoas traba- www.gazetaonline.com.br
para a escola fazer o carnaval lhando por cinco meses. Esse é
vem do convênio firmado com a um ponto forte do nosso carna- VEJA NA WEB
Prefeitura de Cariacica, no valor val”, pontua. Confira no portal os vídeos com
de R$ 150 mil, parceiros, vendas A Prefeitura de Vitória vai in- a preparação das escolas para o
Carnaval de Vitória.
de fantasias e ensaios. vestir um total de R$ 2.179.950
“Fizemos um planejamen- no evento. O dinheiro vai para leia.ag/carnaval
QUANTO CUSTA UM DESFILE?
Valor em R$ (orçamento dos desfiles deste ano)
MUG 1 milhão
Boa vista 650 mil
Novo Império 600 mil
Piedade 600 mil
Jucutuquara 600 mil
Pega no Samba 500 mil
MARCELO PREST
Chegou o que Faltava 500 mil
Independente de São Torquarto 500 mil
Imperatriz do Forte 450 mil
Barreiros 300 mil
Rosas de Ouro 300 mil
Império de Fátima 200 mil
Tradição Serrana 150 mil
R$ 7
Jucutuquara,LeonardoBremen-
kamp. Andaraí
milhões
150 mil
“Tudo aconteceu por aca- É quanto vai
so. Em 2012, fui convidado custar o
a desfilar na Pega no Sam- União Jovem Itacibá 150 mil carnaval das
ba. Fiz minha própria fan- 19 escolas
tasia de destaque e fui Mocidade da Praia 150 mil
este ano
agraciado ao ganhar o
prêmio Faisão de Ouro Há dois
de melhor fantasia. A Chega Mais 100 mil
anos, eram 15
partir daí, todos queriam vestir escolas, que
as minhas roupas”, disse Flávio, investiram um
que este ano irá atender 20 Mocidade Serrana 100 mil pouco mais,
chegando a um
valor total de
“Em uma fantasia de luxo não
Independentes de Eucalipto 60 mil R$ 7,1 milhões
pode faltar faisão. O costeiro tem
que ser grande. Gosto de coisas
grandes e exageradas”, conclui. Fonte: Presidentes das escolas Infografia | Marcelo Franco
12 | CIDADES
M ais ttempo
Mais e m po
de transmissão na tv
Neste ano, a exibição da TV
Gazeta vai começar a partir
das 22h45 e vai mostrar
todas as escolas de samba
No próximo sábado, dia 23, a
TV Gazeta irá transmitir ao vivo
os desfiles das escolas de samba
doGrupoEspecialdoCarnavalde
VitóriaparatodooEspíritoSanto.
A novidade deste ano é que a exi-
bição vai começar mais cedo, a
partir das 22h45, diretamente do
estúdio panorâmico montado no
final do Sambão do Povo.
“O diferencial da cobertura é
mostrar todas as escolas. Isso
mostra a credibilidade que o
evento tem e que a Globo confia
no produto. O nosso estúdio
também muda de lado, que pos-
sibilitará uma visão ampla para
a arquibancada e toda a aveni-
da”, afirma o gerente de Opera-
ção e Produção da TV Gazeta,
Carlos Gonzaga.
Aexibiçãoirácomeçarduran-
te a passagem da primeira esco-
la, Imperatriz do Forte, que vai
entrar no Sambão do Povo às
22h. Enquanto isso, os internau-
tas poderão assistir aos desfiles
de qualquer parte do mundo pe-
VIPS PDF
lo portal de notícias G1/ES.
Para a transmissão, profissio-
nais da TV Gazeta recorreram a
experiência da Rede Globo em
coberturas especiais. ”Ano pas-
sado, quando veio essa oportu-
nidade, recorremos à Globo
através do diretor de produção e
eventos Fernando Gueiros, res-
ponsável pela organização da
cobertura dos carnavais do Rio
de Janeiro e de São Paulo, dos
Jogos Olímpicos, entre outros
projetos. Ele disponibilizou to-
do projeto de estúdio do Carna-
val de São Paulo, deu dicas de
linguagem de transmissão”, dis-
se Gonzaga.
O diretor de Operação e Pro-
gramação da TV Gazeta, Gabriel
Moura, comemora o interesse
dos capixabas pela transmissão
do Carnaval de Vitória, que, no
ano passado, na madrugada de
domingo, atingiu bons índices
de audiência. Às 4 horas, 80%
dos televisores do Estado esta-
vam ligados na TV Gazeta. Mou-
ra ressalta ainda a importância
da transmissão para a profissio-
nalização das escolas.
“Estamos juntos com a Liga pa-
ra levar o Carnaval de Vitória para
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
MARCUS ALEXANDRE ALCÂNTARA - 05/02/2018
Bastidores do
estúdio de vidro
da TV Gazeta
durante a
transmissão do
Carnaval de
Vitória no
Sambão do Povo
PROGRAME-SE
LIESES
QUINTA (21)
a Horário
Os portões serão abertos às
19h e os desfiles das escolas
de samba vão começar às
21h, com encerramento
previsto para 1h
a Ordem dos desfiles
a 3. Rosas de Ouro
a 4. Independente de São
Torquato
a 5. Chega Mais
a 6. Tradição Serrana
a 7. Chegou o que Faltava
a 8. Império de Fátima
LIEGES
SÁBADO (23)
outro patamar. É um evento de a 1. Mocidade Serrana a Horário
grande visibilidade para todo o a 2. Mocidade da Praia Os portões serão abertos às
país também pelo G1. O que pode a 3.União Jovem de Itacibá 20h e os desfiles vão
estimular ainda mais o turismo a 4. Independente de começar às 22h, com
para o Estado. Outro ponto posi- Eucalipto encerramento previsto para
tivo é que quando acaba esse car- 6h
navaljáestamospensandonopró- SEXTA (22)
ximo.Asescolassecomprometem a Horário a Ordem dos desfiles
em dar continuidade. É um estí- Os portões serão abertos às a 1. Imperatriz do Forte
mulo à profissionalização”, assi- 19h e os desfiles vão começar a 2. Piedade
nala Gabriel Moura, acrescentan- às 21h, com encerramento a 3. Mocidade Unida da
do que a TV Gazeta é a emissora previsto para 6h Glória (MUG)
oficial do evento até 2021. a 4. Pega no Samba
a Ordem dos desfiles a 5.Boa Vista
COBERTURA a 1. Andaraí a 6. Novo Império
A transmissão do carnaval re- a 2.Barreiros a 7.Jucutuquara
ceberá atenção especial de todos SECUNDO REZENDE
os veículos da Rede Gazeta. Se-
rão cerca de 180 profissionais na
cobertura. Na CBN Vitória o ou-
vinte acompanhará diversos
flashsaovivoduranteosdesfiles.
No Gazeta Online, muitas gale-
rias de fotos das escolas e dos ca-
marotes, além de uma cobertu-
ras especial pelas redes sociais. E
segunda-feira, dia 25, os leitores
de A GAZETA conferem um ca-
derno especial dos desfiles.
CARNAVAL CONTINUA Vista de cima do Sambão do Povo no Carnaval de Vitória
na Revista.AG
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019 VIPS PDF CIDADES | 13

durarem os estoques de 20.000 (vinte mil) assinaturas. Os cursos TOTS, KIDS e LITTLE KIDS não participam desta promoção. Para descrição dos prêmios, forma de participação
MATRICULOU, GANHOU!

Participação exclusiva para novos alunos, residentes em território nacional, exceto bolsistas, válida para matrículas realizadas entre os dias 01/01 e 31/03/2019 ou enquanto
e demais informações, consulte o regulamento em www.wizard.com.br/promocaotelecineplay. Certificado de autorização SEFEL nº 02.000777/2018. Imagens ilustrativas.
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tablets, smart TVs, Chromecast e Xbox One.
inglês na Wizard!
Aracruz 27 3256-2088 Serra Jacaraípe 27 3066-6449
Baixo Guandú 27 3732-1922 Serra Laranjeiras 27 3328-5858
Cachoeiro de Itapemirim 28 3521 6622 Vila Velha Itapoã 27 3389-3547
Cariacica 27 3236-0765 Vila Velha Praia da Costa 27 3340-6683
Guaçuí 28 3553-3805 Vila Velha Praia de Itaparica 27 3329-8850
Guarapari 27 3362-2102 Vitória Bento Ferreira 27 3019-3919
Linhares 27 3264-4099 Vitória Jardim Camburi 27 3237-0825
Nova Venécia 27 3752-6214 Vitória Jardim da Penha 27 3026-2779
Presidente Kennedy 28 3535-1729 Vitória Mata da Praia 27 3345-3955
São Mateus 27 3763-1407 Vitória Praia do Canto 27 3227-8283

/wizard.oficial I wizard.com.br I wizkids.com.br

 VIPS PDF
14 | CIDADES
LEONEL XIMENES
OAB-ES vai
criar canal
de denúncia
sobre a
lentidão no
Judiciário
A OAB-ES vai criar até o fim deste
mês o SOS Morosidade, um canal di-
reto de denúncia na internet sobre a
lentidão no andamento de processos do
Judiciário do Espírito Santo e dos pro-
cessos administrativos internos da pró-
pria Ordem. Com o site, a Ouvidoria da
OAB pretende atuar diretamente contra
a morosidade, observando o cumpri-
mento de prazos, o despacho de do-
cumentos e a razão da demora.
Sigilo do reclamante
Nos casos de comprovação de mo-
rosidade injustificada, tribunais serão
acionados oficialmente para que ado-
tem de imediato as providências le-
gais para impulsionarem os proces-
sos. Esse trabalho será feito também
pela assessoria jurídica da OAB, que
vai atuar junto aos magistrados e ser-
vidores, sempre preservando a iden-
tificação do reclamante.
Ranking macabro
O Espírito Santo está entre os cinco
Estados brasileiros líderes de casos de
torturas nos presídios, de acordo com
relatório de denúncias feitas pela
Pastoral Carcerária. Entre junho de
2014 e agosto de 2018, foram re-
latados oito casos graves de torturas,
sem contar os casos de subnotifica-
ção, ou seja, quando acontecem e
não são denunciados.
Ranking macabro 2
O macabro ranking é liderado por
São Paulo (68), seguido por Minas
Gerais e Goiás – ambos com 16 casos.
O Espírito Santo divide a quarta po-
sição com o Mato Grosso do Sul.
O popular
Especialista em segurança deu entre-
vista na TV e foi reconhecido no dia
LXIMENES@REDEGAZETA.COM.BR | TEL.: 3321-8521
O VERÃO É COM ELA
Técnica em Meio Ambiente e bacharel em Direito, Fernanda Santos de
Paula é mineira de Mantena, mas mora em Colatina, cidade de clima
quente. O que não é problema para a nossa bela de domingo: “Adoro
verão, praia e piscina”, enumera Fernanda, que também gosta de cantar.
FOTO DO LEITOR
seguinte pela operadora de caixa de
uma lanchonete. “Moço, te conheço
de algum lugar”, disse a funcionária.
Nas nuvens
E a moça, antes de o ex-militar, todo
prosa, fazer aquela cara de galã de
novela mexicana, emendou: “Você é
astronauta?”
Do contra
De um marqueteiro ao constatar que o
desejo de mudança está cada vez mais
forte na sociedade brasileira, inclusive
nas eleições de representação classista
e corporativa: “A partir de agora só
faço campanha de oposição”.
Aviso
Nada de secretário especial do De-
senvolvimento Social: Lelo Coimbra
prefere ser tratado de “ministro-ad-
junto da Cidadania”.
Fim da taxa
O deputado Amaro Neto (PRB-ES)
protocolou na Câmara dos Deputados
um projeto de lei que prevê o fim da
taxa de terreno de marinha. Pela pro-
posta, fica extinta a cobrança de taxa
de ocupação, foro e laudêmio.
O povo no poder
Apesar de poderoso, o secretário es-
tadual da Fazenda, Rogélio Pegoretti,
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
LEIA.AG/LEONELXIMENES
é um cara simples. Na Sefaz, ele toma
café num copo pequeno de requeijão.
Pode isso, dona Hilda Cabas?
Bom exemplo
Policiais militares aposentados estão
atuando no sistema de videomoni-
toramento da Guarda Municipal da
Serra. É mais uma prova de que os
militares poderiam se aposentar um
pouco mais tarde no Brasil.
Negócio da China
Grupos de pessoas, geralmente de
países da América do Sul, estão em-
prestando dinheiro a pequenos co-
merciantes de Vila Velha e Vitória. O
curioso é que o pagamento dos juros
do empréstimo é diário, com prazo
máximo de quitação de 20 dias.
Negócio da China 2
Os cobradores vão de moto aos es-
tabelecimentos comerciais receber os
juros do empréstimo. Quem pega
R$ 300, por exemplo, tem que pagar
18 parcelas diárias de R$ 20, per-
fazendo o total de R$ 360. O maior
empréstimo é de R$ 1,5 mil, que tem
que ser quitado em 20 parcelas diá-
rias de R$ 90 (total de R$ 1,8 mil).
Ônibus queimados
Bandidos queimaram mais de 50 ôni-
bus no Espírito Santo entre 2004 e
2019, segundo o relatório Levanta-
mento de Ônibus Incendiados no Bra-
sil, da Associação Nacional das Em-
presas de Transportes Urbanos
(NTU), lançado nos últimos dias.
Vitória lidera
Pelo levantamento, Vitória lidera a lis-
ta, com 37 registros – sendo 17 casos
em 2006, quando ocorreram ataques
liderados por facções criminosas. Sete
cidades capixabas foram elencadas na
pesquisa: Vitória, Vila Velha, Serra, Ca-
riacica, Viana, Linhares e Aracruz.
Aceita um Rivotril?
Tem prefeito muito nervoso.
O espaçoso
Como se não bastasse o caos diário
da Leitão da Silva, agora uma re-
vendedora resolveu expor seus veí-
culos à venda num trecho da avenida.
Alô, eleitor!
É um governo de família ou uma
família no governo?
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
Fé e assistência social
em missão na Amazônia
Igreja Maranata leva
atendimento médico
e odontológico a
regiões remotas
I
magina morar em uma das regiões
menos desenvolvidas do Brasil, em
condições extremas, devido ao cli-
ma bem marcado pelas cheias e
chuvas, sem estradas pavimentadas,
sem médicos, dentistas, remédios ou
laboratórios de análise clínica.
É justamente para levar dignidade,
respeito e atendimento qualificado de
saúde para as pessoas que vivem nestas
áreas que a direção da Igreja Cristã
Maranata realiza, periodicamente, vi-
sitas a municípios e vilarejos escondidos
no meio da densa mata, às margens do
Rio Amazonas. É a Missão Amazônia,
que une ação social e evangelização.
Para vencer as centenas de quilô-
metros rio a dentro, partindo de Belém,
capital do Pará, os voluntários contam
com um barco especialmente montado
para receber os profissionais, além de
equipamentos, alimento e suprimentos
ALÉM DE ATENDIMENTO MÉDICO e odontológico, a Missão Amazônia tem ensino de LIBRAS e doação de próteses. Também há atividades socioeducativas, de saúde, beleza e higiene e evangelização da Palavra de Deus
VIPS PDF
INFORME PUBLICITÁRIO
para que a equipe possa ficar entre 10 e
12 dias a bordo. Todos os custos dos
voluntários, a partir de Belém, são pagos
pela Missão Internacional Cristã Ma-
ranata (MICM).
ATENDIMENTO
Os atendimentos à população ri-
beirinha são realizados por médicos,
dentistas, enfermeiros, farmacêuticos,
auxiliares de farmácia e de enfer-
magem, que atendem à população nas
especialidades médicas de clínica ge-
ral, cardiologia, ginecologia, pediatria,
ortopedia, radiologia e odontologia.
Após a consulta, é feita a distribuição
gratuita de medicamentos prescritos
pelos médicos do projeto. Simulta-
neamente aos atendimentos médicos e
odontológicos, dentistas se revezam
para ministrar palestras para as crian-
ças e adolescentes da comunidade so-
bre como fazer uma boa higiene bucal.
Nessas palestras, são distribuídos, de
graça, kits de higiene bucal.
“Paralelamente ao atendimento mé-
dico, são realizadas ações socioeduca-
tivas e de evangelização nas ruas, casas,
comércios, praças em ginásios. Tudo
para que a população local possa ouvir a
SAIBA
As seis edições da Missão
Amazônia foram realizadas
nas seguintes datas
1ª Missão Amazônia – 11 de abril a 20 de
abril de 2016;
2ª Missão Amazônia – 17 de outubro a 23 de
outubro de 2016;
3ª Missão Amazônia – 07 de abril a 15 de
abril de 2017;
4ª Missão Amazônia – 23 de outubro a 30
de outubro de 2017;
5ª Missão Amazônia – 20 de maio a 28 de
maio de 2018;
6ª Missão Amazônia – 18 de novembro a 26
de novembro de 2018
Palavra de Deus. Em todas as atividades,
são entregues convites (Uma Palavra de
Esperança para o seu Coração), o Novo
Testamento e é anunciada a Salvação em
Jesus Cristo”, informa o presidente da
Missão Internacional Cristã Maranata,
pastor João Cidade.
Ao longo das seis edições da Missão,
foram atendidos mais de 8 mil pacientes.
Cerca de 30 mil procedimentos de en-
CIDADES | 15
FOTOS: MARANATA/DIVULGAÇÃO
fermagem foram realizados, e quase 16
mil unidades de medicamentos distri-
buídos gratuitamente para os ribeirinhos
que foram atendidos pelos médicos e
dentistas da Missão Amazônia.
“Igreja é comunidade de fé. O
cristianismo tem um dom espiritual
que engloba todas as coisas”, afirma
o presidente da insituição, pastor
Gedelti Gueiros.
Os moradores recebem ainda ati-
vidades socioeducativas, de saúde e de
beleza, com cortes de cabelo e oficinas
de higiene bucal. Em cada edição da
Missão, foram distribuídos cerca de 900
kits para as crianças e adolescentes.
Entre os integrantes da Missão, há
uma equipe de pesquisadores, profes-
sores doutores de universidades federais
do país que coletam amostras da água e
do solo em vários pontos da comu-
nidade para a realização de pesquisas e
apresentação de soluções para o tra-
tamento da água e do manejo do solo.
A ideia agora é formar parcerias com
as prefeituras e Estado, a Igreja Cristã
Maranata e as universidades federais de
Viçosa (UFV) e de Lavras (UFLA), ambas
no Estado de Minas Gerais, para ampliar
o projeto de sustentabilidade ambiental.
VIPS PDF
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019 VIPS PDF CIDADES | 17
Fale com Mayara
Coluna do /mayararimolo
@mayararimolo

por Mayara Rímolo

Gastronomia, Desfile no Carnaval

de Vitória
carnaval e Está chegando, mas ainda dá
tempo de garantir sua participa-

motivação
ção animada no Carnaval de Vi-
tória. Assinantes têm descontos
exclusivos para comprar fanta-
sias nas escolas Novo Império,
Quem aí já está em contagem re- Pega no Samba e Mocidade Uni-
gressiva para o carnaval? Fique de da da Glória. Basta visitar sua
olho nas dicas para aproveitar esse escola do coração e apresentar o
período pré-folia com muita animação seu cartão do Clube. Os descon-
e comida boa. Sou Mayara Rímolo, tos vão até 40%. Não perca essa
consultora de estilo, e vocês podem oportunidade de mostrar seu ta-
me acompanhar pelo Instagram tam- lento na avenida.
bém. Estou aqui para ajudar vocês,
assinantes do Clube A Gazeta, a curtir
todas as vantagens oferecidas da me-
lhor maneira possível.

Arriba!
Ainda no clima de tirar um tempinho
para você e seus amigos, o Los Chicos é
um lugar com o astral contagiante e
ótimo para aproveitar com a galera. Se
você ainda não conhece, a casa é es-
pecialista em comida mexicana da boa.
Além de servir à la carte, eles oferecem
um rodízio bem bacana, com ótimo cus-
to-benefício. E tudo isso acompanhado
de drinques irresistíveis.

Para motivar
Você que está precisando dar aquela
chacoalhada boa na vida, o seu lugar
é o WA – Wide Awake – com o best
seller e palestrante internacional Ge-
ronimo Theml, de 15 a 17 de março.
Assinantes ganham acesso VIP e mui- UM POUCO DE DOÇURA
tos outros benefícios especiais. Lem- Fui curtir um fim de tarde agradável na Amor com Açúcar e foi uma
brando que o evento dura três dias, ou ótima pedida. A casa oferece uma excelente variedade em doces, mas
também conta com lanches salgados muito apetitosos. Fui na clássica
quiche de tomate seco, manjericão e muçarela de búfala que, por sinal,
estava fresquinha e muito saborosa. Recomendo. Para acompanhar,
uma fatia de red velvet com cream cheese, que é aquele bolo ótimo
para quem prefere algo doce na medida e sem exageros. Para beber, Ainda não faz parte?
escolhi o cappuccino da casa com chantily, que é dos meus preferidos, Gostou dos benefícios e exclusivi-
e merece ser apreciado lentamente. Tire um tempinho para você e dades do Clube A Gazeta, mas ain-
aproveite os benefícios. Ah! E tem uma novidade: se for aniversariante da não é assinante? Escolha o plano
do mês, você tem 20% de desconto na compra do bolo da sua festa. mais adequado para você ou apro-
FOTO: MAYARA RÍMOLO veite o valor promocional de
R$ 1/mês no Plano Digital Clube,
nos três primeiros meses de con-
seja, é um belo upgrade muito Parada obrigatória tratação, após esse período, o valor
bem-vindo. O WA é um evento vi- Para finalizar a tour gastronômica, que mensal passa a ser R$ 15,90. Aces-
vencial e transformacional, com exer- tal aquele lanche no capricho? Rock se: assine.gazetaonline.com.br
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dos para que você consiga acessar to- búrgueres, também oferece um almoço Acesse clubedoassinante.agaze-
do seu poder interior, se libertando executivo de primeira e com preços ta.com.br para conferir os parcei-
daquilo que possa estar impedindo vo- atrativos. Comida boa e, na playlist, o ros, eventos, promoções e regras de
cê de ter a vida que sempre sonhou. nosso bom e velho rock n’roll. utilização dos benefícios.

Como baixar
seu cartão?
1. Acesse o site do Clube:
Fale com o Clube clubedoassinante.agazeta.com.br
(27) 3321-8699 2. No canto superior direito insira o
CPF/CNPJ do assinante
/clubejornalagazeta
@clubejornalagazeta 3. Clique em "Ok" e aguarde o
download do cartão em pdf
clubedoassinante.agazeta.com.br 4. Imprima ou salve em seu smartphone
18 | CIDADES VIPS PDF DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019

FOTOS: EDUARDO DIAS

O incêndio no bar, na Ilha de Santa Maria, ocorreu após o rompimento de uma mangueira de gás. A cozinheira, que está grávida, teve queimaduras nas pernas

Incêndio em lanchonete deixa

shopping fechado o dia inteiro
Shopping Praia da burgueria têm sido recor-
Costa reabre hoje após rentes."Essetipodesituação
susto. Em Vitória, tem ocorrido com certa fre-
cervejaria pegou fogo quência no estado do Espí-
rito Santo, não somente em
EDUARDO DIAS estabelecimentos comer-
RAQUEL LOPES ciais, mas também em áreas
Dois incêndios em estabe- residências. Muitas vezes,
lecimentos comerciais isso tem feito com que pes-
marcaram a manhã de on- soas venham a perder um
tem na Grande Vitória. O apartamento inteiro ou que
primeiro aconteceu ainda tenha um prejuízo muito
de madrugada, por volta grande na área comercial",
das 5 horas, em uma ham- disse o tenente-coronel Car-
burgueria localizada no los Wagner Borges.
Shopping Praia da Costa,
em Vila Velha. Já o segun- Fogo em lanchonete BAR
do incêndio destruiu um ocorreu de madrugada. Jáoincêndioemumbar
bar e deixou uma mulher Dono (acima) disse que localizado em Vitória co-
feriada, no bairro Ilha de panela pode ser a causa meçou após o rompimen-
Santa Maria, em Vitória. to de uma mangueira de
De acordo com o por- rante todo o dia. A asses- mativa de prejuízos, mas REDES SOCIAIS zendo com que a loja pe- gás. Clientes que estavam
ta-voz do Corpo de Bom- soria de imprensa infor- não divulgou. O proprietário do Ri- gasse fogo no Shopping no local, na Ilha de Santa
beiros, tenente-coronel mou que as lojas não Nenhum funcionário ck´s Burguer, Henrique Praia da Costa. Ninguém Maria, contaram que o fo-
Carlos Wagner Borges, a abriram ontem e apenas foi autorizado a entrar Cesar Hellmeister, se ma- ficou ferido. Vamos ter que go começou na cozinha do
suspeita é de que o incên- a entrada Gourmet, loca- no shopping, mas tive- nifestou nas redes sociais. fazer tudo de novo, recu- estabelecimento. A cozi-
dio na hamburgueria Ri- lizada em uma de suas ram que ficar esperando Em vídeo, ele confirmou perar tudo de novo. Eu nheiradobar,queestágrá-
ck’s Burger, no shopping entradas principais, é o dia inteiro na porta do que a suspeita é de que o conto com o apoio de vo- vida, teve queimaduras
Praia da Costa, foi causa- que foi aberta durante a local. O vendedor Wag- incêndio tenha ocorrido cês. As outras lojas estarão nas pernas e foi levada pa-
do por uma panela esque- noite. No entanto, ga- ner Moreira chegou às 9 após uma panela ser es- funcionando. Estamos ra um hospital. O fogo se
cida no fogo. A Defesa Ci- rantiu que hoje funcio- horas para trabalhar, quecida no fogo, após o fe- aqui tentando solucionar alastrou pelo segundo an-
vil avaliou que o incêndio naria no horário normal mas ficou até o final da chamento da unidade. o problema." dar do prédio e deixou o
não comprometeu a estru- de domingo, ou seja, ali- tarde esperando para sa- "Nesta madrugada tive- local bastante destruído.
tura do shopping. mentação a partir das 11 ber se iria trabalhar. mos problemas técnicos, RECORRENTE Quatro guarnições dos
No local não houve fe- horas e lojas a partir das “Não almocei, fiquei es- provavelmente deixaram O representante do Cor- bombeiros foram envia-
ridos, mas o problema 14 horas. A assessoria foi perando para saber se uma panela no fogo e se po de Bombeiros alerta que das ao local e as chamas
causou transtornos du- questionada sobre a esti- iria abrir”, afirma. alastrou para a coifa, fa- episódios como o da ham- extintas.

EDUARDO DIAS

Segundo incêndio em três meses

Num período de três atender a ocorrência. Fo- pamentos deu início ao fo- gou a se manifestar nas re-
meses é a segunda vez que ram os próprios funcioná- go, que se alastrou para a des sociais após o ocorrido.
uma unidade do Rick’s rios e vizinhos que apaga- coifa e tubulação. "Chega- “Eu sou isso, e só sei fazer
Burguer pega fogo. Em ram as chamas. Ninguém mos a acionar o Corpo de isso. Vou me levantar quan-
novembro do ano passado se feriu. O fogo começou Bombeiros,masvizinhose tas vezes forem necessá-
um incêndio destruiu a co- faltando cerca de 15 mi- funcionários conseguiram rias. Se tiver que começar
zinhadahamburgueriano nutos para a hamburgue- conter as chamas, antes de novo, farei. Não é uma
bairro Soteco, em Vila Ve- ria abrir. que tivesse mais danos". opção", desabafou.
lha. O prejuízo estimado Na ocasião, o diretor de A loja de Soteco foi a pri-
na época foi de R$ 100 marketing do Rick's Bur- DESABAFO meira a ser aberta pelo em-
mil. guer, Wallace Aranha, in- O proprietário do Rick´s presário, que hoje já possui
Na época, O Corpo de formou que um vazamen- Burguer, Henrique Cesar outras três em shoppings
Bombeiros não precisou to de gás em um dos equi- Hellmeister, também che- da Grande Vitória. Os funcionários do shopping não puderam entrar
 VIPS PDF
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
Jovem que
morreu no Rio
era capixaba
Ele morreu após levar
uma “gravata” de um
segurança de uma rede
de supermercados
RAQUEL LOPES
rflopes@redegazeta.com.br
O jovem Pedro Henrique
de Oliveira Gonzaga, de
19 anos, que morreu na úl-
tima quinta-feira após le-
var uma “gravata” de um
segurança de um super-
mercado da Rede Extra,
no Rio de Janeiro, nasceu
no Espírito Santo. Ele mo-
rou em Vitória por um
tempo e mudou-se para o
Rio de Janeiro após seus
pais se separarem.
Nos últimos anos, ele
morava no Rio de Janeiro
com a mãe, que estava
com ele no supermercado,
o padrasto e a irmã.
VIOLÊNCIA
Bandido leva mata-leão e é espancado
Um socorrista profissio-
nal de 35 anos reagiu a um
assalto e imobilizou um
bandido com golpes de
jiu-jítsu na noite de sex-
ta-feira, no bairro Serra
Dourada III, na Serra. O cri-
minoso, que estava com
umapistolafalsa,foiespan-
cadopormoradores.Elees-
tá internado no Hospital
Jayme Santos Neves.
Avítimacontouqueche-
gou em casa às 22h20. Ao
parar o veículo na frente do
imóvel, acionou o portão
eletrônico e desceu do car-
ro em direção à garagem.
Pedro foi sepultado on- que foi divulgado em al-
tem no Cemitério Jardim guns sites nacionais, um
da Saudade, em Paciência, familiar negou que a infor-
bairro da zona oeste do Rio mação fosse verdadeira.
de Janeiro. Para o enterro “Não procede a informa-
do jovem, saíram do Espí- ção de que ele era usuário
rito Santo os avôs pater- de drogas e tinha proble-
nos, uma tia e uma prima. mas psiquiátricos; inclusi-
Ao ser questionado so- ve, ele estava apenas fa-
bre a ida de Pedro a uma zendo compras com a mãe
clínica de reabilitação, o dele. Não estava indo para
uma clínica de reabilita-
ção”, destacou.
Um vídeo que
circula nas redes O CASO
Pedro foi imobilizado
sociais mostra o por um segurança e aca-
rapaz sendo bou sufocado. A ação du-
imobilizado, rou cerca de quatro minu-
aparentemente tos. Enquanto a mãe pedia
clemência pelo filho, o se-
desacordado, gurança Davi Ricardo Mo-
com o segurança reira respondia, aos ber-
deitado sobre ele ros, que ela mentia sobre a
situação do filho estar fi-
FERNANDO MADEIRA
O socorrista foi assaltado em Serra Dourada III
Pedro Henrique fazia compras com a mãe quando foi imobilizado pelo segurança
cando roxo.
Um vídeo que circula
nas redes sociais mostra o
rapaz sendo imobilizado,
aparentemente desacor-
dado, com o segurança
deitado sobre ele. O segu-
rança refuta pedidos de
outras pessoas para que
solte Gonzaga.
Uma delas diz: “Está
desmaiado, não está não?”.
Outra fala: “Ele tá com a
mão roxa”. Mas o seguran-
“Na hora que desci, o ban-
dido apontou a arma, e
anunciou o assalto”.
O socorrista ainda pediu
ao bandido para retirar a
bolsa com documentos que
estava no banco de trás.
Nesse momento, o crimino-
so entrou e assumiu a dire-
ção. “Eu percebi que ele es-
tavacomdificuldade,poiso
carro é automático e dei um
mata-leão nele”.
O bandido então apon-
touaarmaemdireçãoaoso-
corrista. “Suspeitei que a ar-
ma fosse falsa. Quando ele
estava imobilizado prendi o
CIDADES | 19
REPRODUÇÃO REDE SOCIAL
ça se nega a sair de cima e doaempresa,foiconstata-
responde: “Quem sabe sou do que “se tratou de uma
eu”.Outrosfuncionáriosdo reação à tentativa de furto
supermercado ainda cir- aarmadeumdosseguran-
cundam os dois homens no çasdaunidadedaBarrada
chão, mas nada fazem. Tijuca”. Informou ainda
Em nota, o supermerca- que os seguranças envol-
do Extra, que pertence ao vidos foram afastados.
Grupo Pão de Açúcar, afir- O segurança foi preso
mou que repudia atos de em flagrante por homicí-
violência em suas lojas e dio culposo, quando não
que abriu uma investiga- há intenção de matar. En-
ção interna para apurar o tretanto, o suspeito foi sol-
caso. Inicialmente, segun- to após pagar fiança.
LOTERIAS
MEGA-SENA
01 31 44 46
concurso 2125
53 58
braço esquerdo dele com QUINA concurso 4904
uma chave de braço. Luto
jiu-jítsu há cinco anos”. 07 45 57 58 77
“Quando ele começou a
perder as forças, começou a DUPLA SENA concurso 1903
gritar ‘não me mata!’. Tirei o 1º Sorteio
06 16 20 25 27 40
cara do carro, mas num va-
cilo ele fugiu. Só que mora-
2º Sorteio
dores o imobilizaram nova-
03 11 20 28 34 35
mente”. Deitado, ele foi
agredidocomsocos,chutese FEDERAL 05363
pancadas na cabeça. Um
grupo de mulheres se apro- 1º Prêmio nº 08047 R$ 700.000
ximou e impediu que a 2º Prêmio nº 78683 R$ 30.000
agressão continuasse.
3º Prêmio nº 58115 R$ 26.000
Uma ambulância do Sa-
mufoiacionadaeosuspeito 4º Prêmio nº 27572 R$ 22.600
foi levado para o hospital. 5º Prêmio nº 02348 R$ 20.758
20 | VIPS
Entrevista de PDF
domingo.
Rogério de Souza Torres Barbosa
“Vou até em bocas de
fumo, mas sempre peço
permissão para entrar”
Usando a própria experiência como testemunho de mudança,
missionário de Vitória percorre comunidades, presídios e até favelas
do Rio de Janeiro para ajudar jovens a saírem do mundo do crime
ISAAC RIBEIRO
iribeiro@redegazeta.com.br
Armado com a voz, conhecimentos re-
ligiosos e a experiência de vida de quem
foi assaltante e traficante de drogas em
bairros da Grande Vitória por 10 anos,
Rogério de Souza Torres Barbosa, de 40
anos, hoje pratica missões religiosas em
comunidades com vulnerabilidade so-
cial, presídios e até em favelas cariocas.
Morador do bairro São Pedro, na Ca-
pital, casado e pai de duas filhas, ele
aponta que seu maior desafio é permitir
que crianças e adolescentes tenham op-
ção de escolha e “não optem pelo con-
vidativo mundo do tráfico de drogas e
da criminalidade”.
O primeiro contato de Rogério com a
reportagem foi na última segunda-feira,
no bairro Santo Antônio, Vitória. Após o
assassinato de Henrique Salles Siqueira,
26 anos, ele foi até o local e, enquanto o
corpo ainda estava no meio da rua, pre-
gou para as pessoas, alertando sobre os
perigos do mundo do crime.
Após um assassinato no bairro Santo
Antônio, enquanto o corpo ainda não
havia sido periciado pela polícia, o se-
nhor fez uma pregação no local. Qual
era seu objetivo naquele momento?
Eu cresci naquela comunidade e apro-
veitei o respeito com o qual me tratam
para dar um recado muito sério e ur-
gente. Recado não, advertência: ‘saiam
dessa vida porque vocês podem morrer
cedo. Eu conheço isso e me diziam que
eu não passaria dos 18 anos’. Completei
40 anos no último dia 10 porque lá atrás
eu fiz escolhas diferentes.
No caso do jovem assassinado, eu sabia
que, infelizmente, ele foi vítima do en-
volvimento com o tráfico de drogas. Por
experiência própria, eu sei o quanto o
tráfico pode dar status e algum dinhei-
ro, mas tudo isso é passageiro. Tudo
acaba quando vem a prisão ou, pior ain-
da, quando vem morte. E não adianta
nada morrer sem ter Jesus presente em
nossa vida.
O senhor fala que tem experiência
com mundo do tráfico. Como foi en-
volvimento com o crime?
A minha infância foi muito dura, muito
sofrida. Sou de família pobre e muito
humilde. Já crescemos no berço do trá-
fico de drogas.
Como assim “no berço do tráfico”?
Tenho dois irmãos e duas irmãs. Aos 8
anos, nós tínhamos um tio que coman-
dava o tráfico de drogas na região. Cres-
cemos vendo a violência de perto: a for-
ma como ele agia em casa e com as
outras pessoas do bairro. Fomos influen-
ciados por esse ambiente de violência.
Meu pai e minha mãe nunca se envol-
veram com nada errado, mas a gente era
criança e tinha curiosidade. A primeira
droga que eu usei foi a cachaça. Depois
passei a fumar cigarro, maconha até
chegar a cocaína. Aos 13, larguei a es-
cola, acho que estava na 7ª série, e co-
mecei a trabalhar no tráfico de drogas.
Qual era a sua função?
Ainda adolescente, eu vendia drogas
no bairro. Pegava minha bicicleta e an-
dava com a droga aonde eu fosse. Como
todo mundo me conhecia, me aborda-
vam pela rua e eu vendia. Fui ganhando
respeito e me tornei gerente da boca de
fumo. Rapidamente, eu me tornei braço
direito do chefe do tráfico.
E como eram as atividades do gerente
de uma boca de fumo?
No meu caso, eu mais vendia. Eu to-
mava conta da venda e do dinheiro. Não
era tão fácil ter acesso a armas pesadas
como hoje. Naquela época, às vezes,
aparecia alguém vendendo um revólver
calibre 32, calibre 22 ou uma garrucha.
Arma pesada, de guerra, igual tem hoje,
era raridade.
“Eu tinha no meu
coração o desejo de
vingança ainda pela
morte do meu
primo, entende?
Pensava até em ir
para alguma favela
do Rio de Janeiro,
aprender com os
traficantes de lá”
E qual foi o destino do seu tio?
Ele foi assassinado dentro um bar,
quando eu ainda era adolescente. Outra
morte que me marcou e revoltou pro-
fundamente foi a do meu primo. Ele era
o meu parceirão. Um grupo rival foi ma-
tar um cara no bairro, não encontrou o
alvo e matou o meu primo para não
perder a viagem. Nosso grupo revidou o
ataque e virou uma guerra.
Além do tráfico, também se envolvia
com outros tipos de crime?
O roubo, que era mais como um “hob-
by” que a gente tinha para manter a
nossa vida e nossos vícios. A gente rou-
bava para curtir a vida, comprar roupa e
tênis de marca e aproveitar em baile
funk. Mas não era sempre, não.
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
Nunca foram presos por isso?
Fui preso duas vezes. Aos 14 anos, fui
detido por roubo em Vitória. Me acu-
saram de assaltar um homem em Jardim
da Penha. Não conseguiram provar a au-
toria e fui liberado. Mesmo depois disso,
continuei na vida do crime. A segunda foi
aos 18 e lembro desse dia como se fosse
hoje. Eu vendia cocaína e tinha passado
duas noites virado (acordado) por causa
do tráfico. No domingo, acordei à tarde e
comecei a me arrumar para ir a uma
festa. Lembro que minha mãe me disse
por três vezes para não sair, mas a tei-
mosia foi maior e eu saí mesmo assim.
Depois da festa, fui para o morro e de lá
saí em um carro da polícia.
E qual foi a acusação?
Como eu e meus amigos já éramos co-
nhecidos da polícia, fomos abordados
mas não acharam nada com a gente.
Fomos pegos e depois fomos levados
para a delegacia. Ficamos a noite e um
dia todo na delegacia. Graças a Deus,
conseguiram um advogado e fomos sol-
tos. Não fui levado ao presídio. A ex-
periência da segunda prisão foi muito
dura, muito amarga para a minha vida.
Mas a prisão possibilitou que eu esti-
vesse vivo. Para muitos pode parecer
loucura, mas hoje eu entendo que foi
permissão do próprio Deus para eu me
tornar o que sou hoje.
Como aconteceu essa reviravolta?
Após a segunda prisão, em 1997, houve
um atrito onde eu morava e precisei ir pra
Governador Valadares, Minas Gerais, para
casa de um amigo. Mas também me en-
volvi com o tráfico de drogas lá. Certo dia,
minha mãe me ligou dizendo que tinha
uma casa de recuperação para dependen-
tes químicos na Serra. Voltei para o Estado
para me tratar e me reaproximar da fa-
mília. Na época, o pastor foi na minha casa
me buscar. Eu não queria ficar naquele
lugar. O pastor que cuidava do tratamento
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019 VIPS PDF | 21
FOTO: BERNARDO COUTINHO

“De fato, quem

morre são os
jovens negros,
pardos, que
moram nos
bairros carentes.
Era o meu perfil.
Eu sobrevivi
porque segui
um caminho
diferente”

era ex-traficante e ex-assaltante. Ele falou:
‘vocêvaificaraqui,sim.Sevocêforembora
você vai morrer’. Discutimos, ele insistiu e
eu acabei ficando. Eu tinha no meu co-
raçãoodesejodevingançaaindapelamor-
te do meu primo, entende? Pensava até em
ir para alguma favela do Rio de Janeiro,
aprender com os traficantes de lá.
E o plano de viajar para o Rio de Ja-
neiro não deu certo?
Hoje eu vejo que o próprio Deus não
permitiu. Lá na casa de recuperação eu
comecei a ler a Bíblia e a ouvir hinos.
Quando minha mãe ia me visitar, aquela
situação torturava meu coração. Terminei
o tratamento, deixei o mundo das drogas
e comecei a buscar emprego. Trabalhei
como vendedor de gás e me formei em um
curso de vigilante.
Hoje o senhor é missionário da Igreja
Assembleia de Deus, mas onde mora
todos o chamam de pastor.
Pois é. Depois de sair da casa de re-
cuperação, em 1998, frequentei a Igreja
Presbiteriana e eles me ajudaram a me
formar como missionário. Como faço pre-
gações na Igreja Assembleia em Santo
Antônio ou nos lugares onde sou con-
vidado, todos me tratam como pastor. Eu
atendo, mas hoje sou missionário. Nosso
objetivo é apresentar o evangelho às pes-
soas que estavam como eu: viciados, tra-
ficante de drogas. Enfim, todas as pessoas
que desejam nos ouvir. Quando for o mo-
mento de Deus, quero iniciar o presbitério
e depois, me formar pastor.
Na prática, como funciona o seu tra-
balho como missionário?
É um trabalho difícil porque meu único
poder é o meu testemunho e a minha fé
em Deus. Eu faço abordagens nas ruas
das comunidades e convido eles para
irem à igreja. Alguns vão e pedem ajuda
para sair do mundo do crime, pedem
para serem internados. Também vou em
bocas de fumo, mas sempre peço per-
missão para entrar e não gerar conflito.
Quando sou autorizado, falo sobre a mi-
nha vida e converso sobre a importância
de Deus. Muitas mães também me ligam
pedindo ajuda para os filhos. Levo muita
gente para as casas de recuperação.
Quando uma mãe me procura em de-
sespero, chego junto e falo para o filho:
‘você quer mesmo sair dessa vida? Está
preparado?’. Uns vão e se recuperam.
Outros vão e não ficam nem um dia.
Faço isso aqui no Estado e fora daqui,
como nas favelas do Rio de Janeiro.
Quantos o senhor já resgatou?
Eu não salvo ninguém, levo a palavra às
pessoas. Eu só tento dar a mão, quem
salva é Deus. Posso dizer que ajudei mui-
tos. Mas, com tristeza, digo que outros
não quiseram e morreram.
No Rio de Janeiro, como é recebido
nas favelas dominadas pelo tráfico?
Olha como são as coisas: quando jovem,
eu queria ir para o Rio aprender com os
traficantes. Hoje, vou lá levar a palavra de
Deus. Peço permissão ao dono do morro
ou favela para fazer o trabalho. Eles sem-
pre permitem. Visito as favelas de Bangu,
Complexo do Alemão... Certa vez cheguei
noaltodeumafavela carioca eviuma cena
que nunca esqueço: uma fila de traficante
com fuzis, pistolas e um monte gente em-
balando droga. O chefe do movimento me
viu e gritou: ‘pessoal, para tudo que o
pastor chegou. Ele vai falar com a gente’.
Os traficantes mandam chamar a gente
para conversar e orar por eles. Eu vou!
O senhor se envolveu com o tráfico
muito cedo. Como trabalhar para im-
pedir que mais crianças se envolvam
nesse mundo?
Temos de construir caminhos que im-
peçam que elas optem pelo convidativo
mundo do tráfico de drogas e da cri-
minalidade. Outro ponto forte é que a
“Como são as coisas:
quando jovem, eu
queria ir para o Rio
de Janeiro aprender
com os traficantes.
Hoje, vou lá levar a
palavra de Deus. Peço
permissão ao dono do
morro ou favela para
fazer o trabalho. Eles
sempre permitem”
desobediência da nossa geração causa
tudo isso. O meu desejo para esses jo-
vens e adolescentes é que eles sigam um
dos mandamentos de Deus e honrem
seus pais e mães. Antigamente, era tudo
na base do respeito: ‘sim, senhor. Sim,
senhora’. Hoje, os pais falam alguma
coisa e filho responde: ‘relaxa, pai. Tá de
boa’. Eu prego na minha comunidade e
em bairros de vulnerabilidade social
dando o meu testemunho de vida e fa-
lando que há um caminho de saída na
contramão do tráfico de drogas, da cri-
minalidade ou dos vícios.
A família tem papel fundamental nesse
quesito também. Deve acompanhar, se
preocupar, perguntar e educar. Os pais
precisam se aproximar cada vez mais
dos filhos.
Na sua opinião, os presídios ajudam
na ressocialização?
As cadeias não ressocializam. O principal
caminho para sair da criminalidade é a
educação. Têm pessoas que são inocentes
e estão presas. Outras ainda estão pa-
gando, mas já deveriam estar soltas. Tem
ainda a questão da superlotação. Como
um cara desses vai se recuperar se na
cadeia não tem educação, nenhum tra-
balho ou projeto social que o incentiva?
Esses meninos precisam de oportunidade:
educação e serviço. Se eu boto na cadeia e
deixo lá, a tendência é sair de lá com a
mente mais trabalhada para o crime.
O presidente assinou um decreto que
flexibiliza a posse de armas. Como
avalia essa medida?
Sou contra a facilitação do acesso de
armas. Há poucos dias, vimos dois mo-
toristas brigando no trânsito na Serra.
Se um deles tivesse arma, poderíamos
ter uma tragédia ainda maior. Mais ar-
mas só vão trazer mais mortes.
Segundo a polícia, a maioria dos ho-
micídios registrados no Estado tem
relaçãodiretacomotráficodedrogas.
Qual a sua opinião sobre a liberação
dos entorpecentes?
Durante toda a minha passagem no
mundo do crime, nunca matei ninguém.
De fato, quem morre são os jovens ne-
gros, pardos, que moram nos bairros
carentes. Era o meu perfil. Eu sobrevivi
porque segui um caminho diferente. Co-
mo homem da sociedade e servo de
Deus, gostaria de ver a sociedade liberta
disso. Não gostaria de ver a liberação.
Onde há droga, a sociedade é refém e
dominada pelo tráfico. Eu sei que é di-
fícil a libertação, mas entendo que, ape-
sar dos esforços, também é complexa a
questão do combate à chegada dos en-
torpecentes no Estado.
22 | OPINIÃO VIPS PDF
Editora: Carol Rodrigues z opiniao@redegazeta.com.br | Telefone: (27) 3321.8073 DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019

OPINIÃO DA GAZETA EVANDRO MILET

É consultor e palestrante em Inovação e Estratégia

PRÍNCIPES Petróleo no túmulo

DA REPÚBLICA Investimentos potenciais estatal, a exigência irreal de conteúdo
local com a criação de outra estatal
Cargo de conselheiro de tribunais de contas na cadeia do petróleo no para produzir sondas, fora outras ati-
Brasil em dez anos devem tudes que mereciam ampliar os anos
tem despertado a cobiça não pela nobre missão, de cadeia dos irrresponsáveis.
atingir R$ 2,5 trilhões Enquanto o Brasil se perdia em de-
mas por significar uma suculenta aposentadoria lírios ideológicos ignorantes que res-
suscitavam slogans jurássicos como “O
Em recente palestra na Findes, o su- petróleo é nosso” (ou, então, era deles
vacância no cargo de conselheiro do Tribunal de

A
perintendente do Instituto Brasileiro
Contas do Estado, com a aprovação da aposenta- de Petróleo e Biocombustíveis (IBP)
doria de Valci Ferreira nesta semana, causou um apresentou um quadro promissor do
alvoroço no meio político capixaba. O histórico re- setor de petróleo para os próximos
anos, apesar da crescente substituição
cente mostra que a ocupação tem despertado a co- de combustíveis fósseis por energias
biça, tanto aqui quanto em Brasília, no TCU, não alternativas. Em 2016, carvão, pe-
exatamente pela reputação da função, mas pelo fato de que um tróleo e gás representavam 80% da
emprego na Corte de Contas representa uma suculenta aposen- matriz energética no mundo. As pre-
visões de especialistas apontam para
tadoriaparaparlamentares,queencaramopostocomoachancede 76% em 2040, 50% em 2050 e 22%
pendurar o terno em alto estilo, junto à elite do funcionalismo. em 2070. À medida que o petróleo é
Atarefadeauditarascontasdopoderpúblicoestadual,incluindodo substituído, a demanda diminui e,
naturalmente, o preço cai.
governador e dos prefeitos, que a lógica recomenda que deveria ser
Hoje, os três lugares com maior pro-
missão de um corpo técnico, fica assim entregue a aliados políticos. dutividade na produção de petróleo
Dos sete conselheiros do TCES, três são escolhidos pelo governador e são o Oriente Médio, os EUA com o
os outros quatro são de livre escolha da Assembleia Legislativa. É essa shale oil e o nosso pré-sal.
O Brasil perdeu muito tempo e pro-
regra que abre as portas para a exaltação do prestígio, em detrimento moveu a maior destruição de valor da
do mérito. É claro que entre os amigos do rei há aqueles que têm a sua história ao paralisar por cinco
coragemdeapontarqueomonarcaestánu,masabrechaestácriada– anos as rodadas de petróleo, o que
e sacramentada na lei, diga-se de passagem – para que príncipes da detonou a cadeia de petróleo, pro-
vocou a perda de 500.000 empregos,
República façam vistas grossas à vestimenta real. a quebra de inúmeras empresas e a
Recentes indicações políticas mostraram-se indigestas, com três saída do país de muitos fornecedores.
conselheiros envoltos em uma névoa de ilicitudes. Valci Ferreira Uma lambança completa feita por
populistas despreparados, imaginan-
está preso por lavagem de dinheiro e peculato. José Antonio Pi-
do que tinham ganho bilhete de lo-
mentel foi denunciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro teria com o pré-sal descoberto. Fi-
e participação em organização criminosa. E Sérgio Borges também zeram desnecessária mudança de re-
foi condenado por corrupção. gime de concessão para partilha que
só provocou a criação de mais uma
Ser conselheiro do tribunal significa ter um cargo vitalício com
salário de R$ 35,4 mil. À guisa de comparação, o piso de um pro-
fessor da rede pública estadual é de R$ 1,9 mil. Ou seja, o político HÁ 50 ANOS
ungido com o cargo ganha quase 18 vezes mais que um docente, tão
valorizado na teoria, mas tão menosprezado no mundo real das
salas de aula. Com os infames penduricalhos do funcionalismo pú- Mercado de cerveja não entrará
FOTO: PROJETO ACERVO DIGITAL / WWW.AGENCIAAG.COM.BR
mesmos), a Noruega atingia um tril-
lhão de dólares no seu fundo so-
berano, montado inteligentemente
com a exploração tempestiva do seu
petróleo, para garantir a aposenta-
doria dos seus cidadãos e a maior
renda per capita no mundo. Como
dizia Roberto Campos: ”Infelizmente,
o Brasil nunca perde uma oportu-
nidade de perder oportunidades".
Os investimentos potenciais na ca-
deia do petróleo no Brasil nos pró-
ximos dez anos deve atingir os R$ 2,5
trilhões, o que representa, de longe,
o nosso maior setor industrial. Se o
Brasil crescer com taxas razoáveis
próximas a 3% nos próximos anos,
teremos, inevitavelmente, um apa-
gão de mão de obra no setor de
petróleo com a demanda de 800.000
trabalhadores com alta qualificação,
considerando que já foi entregue a
primeira plataforma que não precisa
de gente para operar. Os empregos
serão gerados na cadeia de forne-
cedores, muitos do mundo digital, e
na logística de portos, que promete
outro gargalo e, ao mesmo tempo,
inúmeras oportunidades.
Temos de correr ou iremos para o
túmulo junto com o “Petróleo é nosso”,
riqueza sem valor para sempre en-
terrada.

blico, a cifra ultrapassa o limite do bom senso. Dois conselheiros do em colapso no carnaval
Após ser anunciada a possibilidade de um
TCES receberam salários superiores a R$ 100 mil em janeiro deste colapso do mercado de cervejas durante o
ano, como mostrou reportagem deste jornal. carnaval de Vitória, em 1969, as
Até existe lei para impor uma fronteira razoável aos vencimentos, o distribuidoras de bebidas organizaram um
esquema para permitir o fornecimento em
chamado abate-teto, atualmente no valor de R$ 39,3 mil. Mas as bre- clubes e bares sem qualquer interrupção. A
chas... as brechas sempre estão lá. Alguns ganhos são tachados de Sunab havia negado um pedido das
“verbasindenizatórias”,eficamforadoscálculos.Enessamarcha,tão distribuidoras para liberar o aumento do
velhaquantoavelhapolítica,acúpuladoserviçopúblicotorna-seuma preço tabelado da cerveja durante os dias
folia.
casta de privilegiados, em meio a uma massa de desempregados e
remediados. Praticamente blindada ao controle social, à avaliação de Missa de Cinzas será às 6h e às
desempenho, coleciona regalias com o peso de direitos. O encaste- 18h na Catedral
lamento dos burocratas está em rota de colisão com o equilíbrio de- A tradicional Missa de Cinzas da Catedral seria
mocrático.Vainacontramãodosapelosporajustefiscaleeficiênciada realizada em dois horários na quarta-feira: às
administração pública – dois pontos que, por ironia, deveriam ser o 6h e às 18h. Vários retiros estavam sendo
realizados durante o carnaval.
norte dos nobres conselheiros. Já passou da hora de governadores e
deputados lutarem para mudar as leis que permitem essa distorção. A IMAGEM DESTE JORNAL ESTÁ AMPLIADA NA EDIÇÃO DIGITAL DE A GAZETA

Presidente do Conselho de Administração: CARLOS FERNANDO LINDENBERG FILHO | Diretor-Geral da

Rede Gazeta: CARLOS FERNANDO LINDENBERG NETO | Diretor de Negócios: MARCELLO MORAES |
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gazetaonline.com.br 25/04/2018 - 25/04/2019
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
JOSÉ CARLOS RIZK FILHO
É advogado e presidente da OAB-ES
Respeito à Constituição
Que o Congresso encontre
a melhor saída para que o
Brasil avance em suas
políticas de segurança
O pacote anticrime do ministro da
Justiça e da Segurança Pública, Sérgio
Moro, anunciado no início deste mês
em Brasília, recolocou em debate a
necessidade de revisão da legislação
brasileira, para que o país ganhe efi-
cácia na luta contra a impunidade, a
violência e a corrupção.
Na área de Segurança, dados alar-
mantes de homicídios mostram que a
guerra do tráfico segue a todo vapor.
Mata-se mais de 60 mil pessoas por ano
no Brasil. No campo político, a série de
escândalos dos últimos anos e as novas
suspeitas apontam a necessidade de
endurecimento das leis. O momento é
de análise profunda das medidas.
Alguns pontos terão que passar por
maior reflexão, como a mudança na
regra de legítima defesa de policiais -
vista por críticos como licença para
abusos da corporação - e a prisão
automática após condenação em se-
gunda instância, polêmica que divide
juristas. Outras medidas têm potencial
de caminhar para o consenso, indo ao
encontro de antigas demandas da so-
ciedade. O pacote propõe, por exem-
plo, a prisão em regime fechado para
os condenados por corrupção e tipifica
o crime de caixa 2. Tais medidas
carregariam um efeito simbólico im-
portante, buscando desestimular os
HENRIQUE GEAQUINTO HERKENHOFF
É professor do Mestrado em Segurança Pública da UVV
A melhor defesa
é a confissão
A plea bargain só ficará realmente perigosa quando
começamos a achar que ela não o é
Apesar de eficaz, a liberdade de transação
penal, a plea bargain norte-americana,
sofre críticas, tanto lá como cá, espe-
cialmente de advogados, para quem ela
constitui uma restrição ao direito de defesa
e um caminho para o encarceramento em
massa, que de fato ocorreu nos EUA, mas
Diretor de Jornalismo: ABDO CHEQUER abdo@redegazeta.com.br | Editor-chefe: ANDRÉ HEES ahees@redegazeta.com.br |
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VIPS PDF
bandidos do topo da pirâmide.
O projeto anticrime também mira o
crime organizado, com foco nas mi-
lícias e em grupos criminosos, como o
conhecido PCC. O Estado quer parar
de fingir que essas organizações não
existem. Investigações já mostraram
que elas se espalharam por todas as
regiões. Para freá-las, há que se man-
dar uma mensagem clara. Pelo pacote,
condenados por participação nesses
grupos não poderão progredir de re-
gime de prisão. Criminosos reinci-
dentes terão a liberdade dificultada.
Imprescindível ressaltar que a OAB
estará vigilante para que não haja
ameaças ao amplo direito de defesa
dos réus, garantido pela Carta Magna,
nem retrocessos quanto às prerroga-
tivas dos advogados, luta histórica e
justa de nossa classe. O desafio do
Congresso Nacional será atingir esse
reequilíbrio da legislação: prever pu-
nições que desestimulem o crime, sem,
entretanto, agredir a Constituição e o
pleno direito dos cidadãos.
Com presídios superlotados e gastos
cada vez maiores, está claro que o país
precisa criar alternativas que tirem do
encarceramento os criminosos de menor
periculosidade e, ao mesmo tempo, en-
dureçam a punição dos envolvidos no
crime organizado, sejam eles traficantes,
políticos ou empresários. Esses bandidos
profissionais, sem dúvida alguma, custam
muito mais caro à sociedade quando
soltos, agindo nas ruas, do que presos.
Que o Congresso encontre a melhor saída
para que o Brasil consiga avançar, à luz da
Constituição, em suas políticas de se-
gurança e de combate à corrupção.
não necessariamente por este motivo:
aquele país se convenceu de que mais
prisões implicam automaticamente menos
crimes; criaram-se inúmeros mecanismos
tanto para ampliar o número de acusados
como para tornar as condenações mais
prolongadas, mas, em uma análise isenta, a
ANTÔNIO CARLOS DE MEDEIROS
É pós-doutor em ciência política pela The London School of Economics and
Political Science
O Congresso em ação
O governo coloca a
ampulheta sobre a mesa
para não passar do ponto
do seu tempo político
Chegou a hora de o governo Bolsonaro
começar para valer. As propostas de
campanha vão sair do discurso para a
prática no Congresso Nacional. O jogo
começa agora, com a volta do presidente
ao Palácio. O novo Congresso tem 48
novos senadores e 267 novos deputados.
Lá, há sinais de ruptura, em curso, na
política. As agendas mudaram.
O Congresso deverá reverberar estas
prováveis rupturas e mudanças. Reno-
vado, ele tem pelo menos duas novidades.
A primeira é que as pautas da Previdência
e da segurança vão requerer articulação
com os governadores. A federação entrou
na roda. A segunda é que há uma in-
tenção de ruptura influenciando as ati-
tudes dos parlamentares: da velha política
para a nova política.
O governo coloca a ampulheta sobre
a mesa para não passar do ponto do
seu tempo político. Não dá para deixar
para depois. É preciso aprovar os pri-
meiros projetos – Previdência e se-
gurança - para não perder força po-
lítica e queimar a largada.
Na Câmara, estima-se que o bloco go-
vernista tenha 302 deputados. Junta num
mesmo balaio PSL, PP, PSD, MDB, PR,
PRB, DEM, PSDB, PTB, PSC e PMN. E em
assuntos econômicos poderá ainda ter oito
votos do NOVO e mais alguns espalhados
por PHS, PRP e outros. Na avaliação de
plea bargain não parece ter tido maior
contribuição para o problema.
Todos preferimos adiar nossos pro-
blemas: melhor dois marimbondos
voando que um na mão. Mesmo um
culpado não aceitará ir imediatamente
para a cadeia a não ser que perceba não
haver a menor chance de escapar do
castigo. Mais difícil ainda será con-
vencer um inocente a confessar um
crime que não cometeu, apenas porque
todas as provas parecem incriminá-lo.
Além disso, a transação penal depende da
concordância da defesa e da homologação
do juiz. Apenas, é claro, precisaremos
tomar o cuidado de não passarmos a
pensar como consta em um certo manual
da Inquisição: “o papel do advogado de
defesa é convencer o réu a confessar”.
A plea bargain tende, realmente, a
aumentar inicialmente o número de
encarcerados, mas apenas porque an-
tecipará condenações que só ocorre-
riam daqui a um ano. Portanto, depois
OPINIÃO | 23
Sylvio Costa, “isto mostra que o governo
começa com uma maioria confortável na
Câmara”. No Senado, o quadro é mais
frágil, pois só permaneceram 33 sena-
dores e chegaram 48 novos. Uma esfinge a
ser decifrada. Mesmo assim, Sylvio Costa
estima que o governo tenha, hoje, maioria
para “aprovar uma reforma da Previ-
dência razoável, com mais de 50 se-
nadores”. Mas, ele alerta, não vai ser
simples. O “bolsonarismo” no Senado é
menor - serão necessárias negociações
individuais, acima dos partidos.
É possível aprovar a reforma da Pre-
vidência nas duas casas. Mas o governo
tem que se acertar na coordenação po-
lítica e na relação com os presidentes da
Câmara e do Senado. O governo tem
errado muito. Talvez por isto, Bolsonaro
estimula o trabalho nas redes sociais, para
fazer pressão sobre os parlamentares.
As duas agendas – da Previdência e
da segurança – poderão ter forte im-
pacto nas expectativas do mercado e
forte apelo popular, estimulando o
retorno do crédito ao consumo e dos
investimentos produtivos no país.
Só o Congresso pode abrir caminho para
um ajuste fiscal estrutural e duradouro.
Estrutural quer dizer que o gasto público é
maior que a receita de impostos. Esta é
uma tarefa difícil. Há um rombo con-
tinuado nas contas públicas e o próprio
Congresso tem contribuído para isto. Ago-
ra, ele tem a tarefa de tapar este rombo.
Não vai ser fácil lidar com as corporações.
É hora de arbitrar quem ganha e quem
perde. Samuel Pessôa lembra: “Somente o
Congresso tem a legitimidade de gerir
nosso conflito distributivo”. Conflitos à
vista. A vaca vai tossir?
de um prazo semelhante, essa influên-
cia tende a diminuir e depois se inverter
gradativamente, em primeiro lugar por-
que as penas serão muito menores (essa
é a contrapartida oferecida pela acu-
sação); em segundo, porque a punição
aplicada evitará que o réu, respon-
dendo ao processo em liberdade sem ter
recebido nenhuma sanção, possa e se
sinta encorajado a reincidir, tantas e
tantas vezes até que o Estado perca a
paciência e o mantenha preso de vez.
Portanto, não são fundados os temores de
que essa medida venha a aumentar sis-
tematicamente a superlotação dos pre-
sídios e muito menos a condenação de
inocentes. Mesmo assim, recomenda-se ao
Ministério Público prudência na sua apli-
cação, aos juízes critério na sua fiscalização
e, principalmente, aos advogados, muita
vigilância e combatividade para apenas
avalizar acordos adequados. A plea bargain
só ficará realmente perigosa quando co-
meçamos a achar que ela não o é.
24 | OPINIÃO
UM TEMA, DUAS VISÕES
Chegou a hora de legalizar a
educação domiciliar no Brasil?
O governo Bolsonaro anunciou que a regulamentação da educação em casa, sob responsabilidade das
famílias, será feita por Medida Provisória, sendo uma das prioridades dos cem primeiros dias de gestão
Desescolarização não
pode priorizar o debate
Maria Celi Chaves Vasconcelos é
pós-doutora em Educação Domiciliar,
professora da UERJ e vice-presidente do
Conselho Estadual de Educação do RJ
Há um antigo ditado inglês - “Don't throw
the baby out with the bath water" (“Não
jogue o bebê junto com a água suja”) - que
alertava os apressados sobre os riscos de
colocar tudo a perder no açodamento de,
ao querer cumprir seus objetivos, não
observar o que se está fazendo. O ditado
aplica-se, de certa forma, ao que se vê,
hoje, nas tentativas de se buscar, sem
prévia análise, legalizar a educação do-
miciliar no Brasil. Inadvertidamente, po-
dem acabar por condená-la a uma prática
sem nenhuma credibilidade, atrelada a
projetos políticos pontuais, descaracteri-
zando-a do debate na arena na qual
deveria estar: os órgãos de educação, e
com os interlocutores que deveriam dis-
cuti-la, educadores e pesquisadores.
A educação domiciliar é uma modalidade
de educação que foi majoritária até que o
projeto de escolarização do século XX se
tornasse hegemônico. Portanto, não se
trata de algo “novo”, mas sim de uma
reconfiguração dos espaços domésticos,
com auxílio das tecnologias disponíveis,
que recobraram sua capacidade educativa.
Em alguns países essa educação jamais foi
proibida e continuou sendo praticada. É o
caso de Portugal, por exemplo.
Contudo, recentemente, vem sendo de-
monstrado um maior interesse por parte
das famílias de retomar essas práticas,
devido a uma série de fatores que vão
desde razões religiosas até uma veemente
crítica à escola, pública ou privada. Ao ser
recolocada no cenário, a “disputa que se
vê” não tem como aspecto nodal apenas o
foco na educação domiciliar em si, ainda
que se possa defender intensamente a
obrigatoriedade da escolarização, a im-
portância da socialização e a convivência
para além dos ambientes privados, mas o
problema está, particularmente, nas prio-
ridades em educação.
Não se pode priorizar uma prática para
a qual não há estudos suficientes sobre
seus resultados, sua adequação à rea-
lidade brasileira, sua organização, sua
necessidade de garantias legais, estru-
turas que teriam que ser criadas e ade-
quadas – condições observadas nos países
onde é permitida –, quando há assuntos
estudados, dissecados em dissertações,
teses, programas e projetos que ainda não
se tornaram prioridade dos governos.
A questão central não são as conse-
quências que essa legalização poderia tra-
zer, mas a constrangedora constatação que
VIPS PDF
— Rick Dias é presidente da Associação
Há famílias que
aguardam vaga na escola
pública e gostariam da
mesma intencionalidade
pela melhoria do
processo de escolarização
ao invés de se ter como meta prioritária
escolarizar todas as crianças na idade
certa, ampliar a jornada escolar, melhorar
a qualidade das escolas, as condições de
formação, de trabalho e salariais dos pro-
fessores, o debate paralelo que ganha
importância é o da desescolarização. Ain-
da que muito importante, sem dúvida,
para as famílias que já praticam o ensino
domiciliar e precisam ser consideradas, há
milhares de outras que, neste instante,
aguardam uma vaga na escola pública e
gostariam da mesma intencionalidade pe-
la melhoria do processo de escolarização.
É com essas que o poder público deveria
ter o compromisso inicial.
Tentar “legalizar” a educação domiciliar
sem um projeto aprovado no Parlamento,
discutido nas instâncias que representam
a população, sujeito às críticas, às cen-
suras, aos questionamentos, mas também
às defesas, às soluções, aos enfrenta-
mentos no campo teórico e prático da
educação, é, grosso modo, “jogar o bebê
com a água da bacia”, e recuperá-lo, em
sua legitimidade, como modalidade edu-
cacional, será tarefa difícil, pois terá,
desde a sua origem, cometido a in-
sensatez da solução a qualquer preço.
Um marco para a
liberdade educacional
Nacional de Educação Domiciliar (Aned)
O ano de 2019 deverá ser um marco
para a liberdade educacional no
Brasil. É que a educação domiciliar,
modalidade educacional conhecida
internacionalmente como homes-
chool, poderá ser regulamentada, a
partir de uma Medida Provisória,
que será enviada ao Congresso Na-
cional, pelo Ministério da Mulher,
Família e Direitos Humanos, com a
chancela do MEC.
Reconhecida, regulamentada ou
permitida em mais de 60 países, nos
cinco continentes, a educação do-
miciliar teve assombroso cresci-
mento no Brasil nos últimos anos,
passando de 360 (2011) para 7500
famílias praticantes em 2018, com
cerca de 15000 estudantes. Em nos-
so país, o homeschool se apresenta
hoje como um movimento impa-
rável, consolidado, sólido e de cres-
cimento exponencial.
Embora, no Brasil, o assunto seja
alvo de questões polêmicas, algu-
mas antagônicas e outras separadas
por linhas tênues, como direitos
humanos, legalidade, Constitui-
ção, Estado, família, socialização,
entre outros, são inegáveis os fan-
tásticos resultados proporcionados
pela educação domiciliar, em todo
o mundo.
Estudos diversos, como os do Ins-
tituto NHERI, do Dr. Bryan Ray,
mostram que ficou evidente que os
homeschoolers (como são chama-
dos os estudantes de educação do-
miciliar) obtém resultados acadê-
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
—
Conforme
conceituados
educadores já haviam
previsto, cada vez
mais famílias têm
abandonado esse
modelo compulsório
de educação,
substituindo-o por
outro, interativo,
personalizado, eficaz
micos de 15 a 30 por cento su-
periores aos dos estudantes de es-
colas convencionais. Também apre-
sentam menor propensão ao uso de
álcool, drogas, mostram-se mais so-
ciáveis, mais envolvidos em ativi-
dades cívicas e trabalho voluntário
e também demonstram mais tole-
rância política e religiosa do que os
demais estudantes.
Reconhecer, portanto, o direito dos
pais poderem optar pelo homeschool,
não apenas devolve às famílias bra-
sileiras a prioridade de escolher a
forma de educar, como versam os
Tratados Internacionais de Direitos
Humanos, mas começa a romper com
uma velha casca na combalida edu-
cação brasileira e retirar as escoras que
sustentam esse modelo obsoleto, fa-
lido e agonizante.
Conforme conceituados educadores
já haviam previsto, cada vez mais
famílias têm abandonado esse modelo
compulsório de educação, substituin-
do-o por outro, interativo, persona-
lizado, eficaz. E seus filhos estão en-
trando nas universidades com as mé-
dias mais altas e com mais conhe-
cimento. Não se pode continuar edu-
cando crianças e adolescentes, nas-
cidos com o Google, em salas de aulas
do século XIX.
Embora muito distante de assumir
uma postura antiescola ou da sua
demonização, regulamentar a edu-
cação domiciliar quebra velhos e
insustentáveis paradigmas, desfaz
o mito da socialização e ainda eleva
o Brasil no índice de liberdade edu-
cacional, no qual ocupa a 58ª po-
sição, vexatória para um país de-
mocrático.
 DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019 | | 25

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Vitória (ES), domingo, 17 de fevereiro de 2019

26 | | DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
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VIPS PDF
28 | | DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019

VIPS PDF
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019 VIPS PDF OPINIÃO | 29
 VIPS PDF
Política. 30
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019 |
Editora: Samanta Nogueira z snogueira@redegazeta.com.br
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SIUMARA GONÇALVES

Vindo de Minas Gerais, corpo de Dom Silvestre chegou à Catedral de Vitória somente às 22h30 de ontem, ao som da música “Virgem da Penha Minha Alegria”

| DOM SILVESTRE |

SILÊNCIO DE UMA VOZ

EM FAVOR DOS POBRES
Arcebispo emérito de Vitória morreu enfrentando uma meningite
Combativo, homem de
fé, caridoso, preocupado
com as pessoas e sempre
pronto para defender os
mais pobres e os injustiça-
dos, mesmo que isso lhe
custasse risco de vida, co-
mo no enfrentamento ao
crime organizado no Espí-
rito Santo. Algumas des-
sasexpressõesforamouvi-
das ao longo de todo o dia
de ontem, após a notícia
da morte do arcebispo
emérito de Vitória Dom
Silvestre Luís Scandian,
aos 87 anos, durante uma
internação em que tenta-
va se recuperar de uma
meningite, na cidade de
Juiz de Fora, em Minas Ge-
rais.
Por estar em Minas, o
corpo de Dom Silvestre so-
mente chegou à Catedral
de Vitória às 22h30 de on-
tem. Entrou na igreja ao
som da música “Virgem da
Penha Minha Alegria”, um
pedido do atual arcebispo
Metropolitano de Vitória,
Dom Dario Campos, por
Dom Silvestre ser, segun-
do ele, “muito Mariano”.
“Dom Silvestre deixa
um legado de simplicida-
de, de convivência com o
povo, de ser um homem
que sabia escutar, de uma
espiritualidade muito pro-
funda e totalmente volta-
do aos mais necessitados e
pobres. Aqui em Vitória, a
presença dele com os mais
simples, com a Justiça,
com aqueles marginaliza-
dos era bem marcante”,
observou Dom Dario.
Dom Silvestre passou a
vida na missão de evangeli-
zar, o que incluía o olhar pe-
lo bem-estar dos que mais
precisavam e a crença na
transformação das pessoas.
“O discurso não trans-
forma. É o amor, o exem-
plo. Eles são capazes de
mudar. Os homens preci-
sam de fé, é verdade. Mas
tambémprecisampraticar
a caridade. É uma obriga-
ção de sacerdote e, tam-
bém, de fiel. Se fosse só pa-
ra celebrar a missa seria
muito pouco”, disse o ar-
cebispo emérito em entre-
vista publicada no Natal
de 2011 em A GAZETA.
A presença dele
com os mais
simples, com a
Justiça, com
aqueles
marginalizados
era bem
marcante”
— mente na vida do então Ar-
DOM DARIO CAMPOS,
ARCEBISPO METROPOLITANO
DE VITÓRIA
DEDICAÇÃO
Dedicou 67 anos de con-
sagração religiosa, 60 nos
de sacerdócio ministerial e
quase 44 anos de vida como
bispo que se completariam
no próximo dia 22 de feve-
reiro. Sendo 20 desses anos
SIUMARA GONÇALVES
dedicados à Arquidiocese
de Vitória.
FAMÍLIA
Era visto como uma pes-
soaquesepreocupavacom
a família, incluindo a dele
própria, na união dos pa-
rentes. “Ele se preocupava
muito com a família. Aos
domingos,elesempreiaal-
moçar com a gente. Ele fa-
lavapouco,masgostavade
contar piadas e fazia brin-
cadeiras com as pessoas,
inventava frases e era um
homem que sabia compre-
ender as pessoas com pou-
cas palavras”, disse a cu-
nhada de Dom Silvestre,
Noelia Oliveira Scandian.
ESFAQUEADO
Em 2003, num momen-
to marcante na história dos
capixabas, e, principal-
cebispo de Vitória, Dom
Silvestre foi esfaqueado
quando prestava atendi-
mento espiritual na arqui-
diocese, na Cidade Alta. O
professordeEducaçãoFísi-
ca aposentado Robinson
Sarsenburg Sant’Ana, de
52 anos, foi preso e confes-
sou.Eledisseterouvidovo-
zes ordenando o atentado.
CORRUPÇÃO
Um dos grandes legados
de Dom Silvestre foi a par-
ticipação ativa e articulado-
ra no movimento que mar-
cou a história do Estado no
enfrentamento à corrupção
que uniu igrejas, a Ordem
dos Advogados do Brasil
(OAB)easociedadecivilor-
ganizada, como o Fórum
Reage Espírito Santo.
O velório segue na Cate-
dral de Vitória até o meio
da tarde de hoje, quando
deve seguir para sepulta-
mento no cemitério do
Bosque, em Alvorada, Vila
Velha. Até o sepultamento,
serão realizadas missas a
cada duas horas na igreja.
 VIPS PDF
MOMENTOS MARCANTES
HELÔ SANT'ANA | DOM SILVESTRE |
FIÉIS SE
DESPEDEM
Em 2003, peritos da Polícia Civil periciando o local
onde o arcebispo de Vitória foi esfaqueado
NA CATEDRAL
EDSON CHAGAS
Autoridades lembraram o carisma
e a bondade do líder religioso
SIUMARA GONÇALVES
sfgoncalves@redegazeta.com.br
Os fiéis que passavam on-
tem pela Catedral Metro-
politana de Vitória para se
despedir do arcebispo
emérito Dom Silvestre re-
lataram que fé, esperança
e caridade eram valores
que ele pregava e que ele
cumpria. Essas virtudes,
Em 2004, com o então presidente da OAB, Agesandro segundo eles, mostravam
Pereira, recebendo o prêmio pelo Fórum Reage ES o carisma social, a simpli-
NESTOR MULLER cidade e a preocupação
que o líder religioso tinha
com as pessoas.
Dona de casa Nadir Pi-
menta da Silva, de 61 anos,
saiu de Cariacica para se
despedir do amigo, como o
chamava. “Cheguei por
volta das 11 horas à Cate-
dral. Conheci ele quando
eu tinha 10 anos. Lembro
que minhas irmãs me trou-
xeramnaCatedralescondi-
da dos nossos pais para as-
sistir à Missa do Galo. Me
encantei pelas palavras de
amor, bondade e caridade
dele. Era um homem de
Em 2005, esbanjando boa forma física, ele posou Deus”, relata.
para fotos fazendo flexão no Morro do Moreno Já a aposentada Maria
GILDO LOYOLA Iraci de Carvalho, 76 anos,
conta que Dom Silvestre
secou muito as lágrimas
dela. “Ele me deu ombro
para chorar quando preci-
sei. Quando trabalhei na
Pastoral da Saúde, em Ca-
riacica, eu conversava
muito com ele sobre a si-
tuação das famílias da co-
munidade. Ele tinha um
carisma social, era como
um pai meigo, preocupa-
do, companheiro e sempre
de mão estendida”, relata.
Prima do arcebispo,
Darci Scandian, de 63
Em 2008, recebendo a imagem de Santa Terezinha, anos, veio com familiares
durante comemoração de 50 anos de sacerdócio de Alfredo Chaves, no in-
terior do Estado, para
acompanhar o velório.
“Eleeraumapessoadepaz
e muito amada. Para o Es-
tado é uma perda muito
grande”, conta.
Aos 82 anos, a aposen-
tada Alzira Roveda Ribei-
ro lembra como se fosse
hoje do pedido que fez ao
arcebispo há algumas dé-
cadas. “Ele celebrou as bo-
dasde67anose70anosde
casados dos meus pais.
Era uma pessoa muito
simples”, conta.
AUTORIDADES
Assim que a informação
damortedoarcebispoemé-
rito de Vitória, Dom Silves-
tre Scandian, foi confirma-
da pela Arquidiocese de Vi-
tória,autoridadesdoEspíri-
to Santo se manifestaram
sobre a perda. O governa-
dor Renato Casagrande,
Um grande
líder que
exerceu seu
papel religioso,
mas também
cumpriu uma
tarefa política
importante em
defesa dos
princípios
éticos na
gestão pública”
— to perde um grande refe-
RENATO CASAGRANDE,
GOVERNADOR DO ESTADO
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019 | 31
“Ele me deu
um ombro para
chorar quando
precisei.
Conversava
muito com ele
sobre a
situação das
famílias da
comunidade”
—
MARIA IRACI, 76 ANOS,
APOSENTADA
por exemplo, destacou o le-
gado do religioso em defesa
da vida e do amor ao próxi-
mo é um orgulho para o po-
vo capixaba.
“Um grande líder que
exerceu seu papel religio-
so, mas também cumpriu
uma tarefa política das im-
portantes em defesa dos
princípios éticos e republi-
canos na gestão pública”,
salientou.
O ex-governador Paulo “Ele era uma
Hartung disse que Dom pessoa de paz
Silvestre foi uma voz firme
cobrando justiça e ética. e muito amada
Sempre doce, mas sem por todos. Para
nunca deixar de marcar
posição. “Era uma voz im-
o Estado é uma
portante da sociedade. O perda muito
Espírito Santo perde um
grande homem”, disse.
grande”
O presidente da Assem- —
bleia Legislativa, Erick DARCI SCANDIAN, 63
Musso, salientou que os ANOS, APOSENTADO
ensinamentos de Dom Sil-
vestre sobre a ética e jus-
tiça deixaram frutos mes-
mo depois da sua partida.
"Acordamos de luto. É
com pesar que recebi a in-
formação do falecimento
do nosso líder religioso”.
O presidente da Ordem
dos Advogados do Brasil
(OAB-ES), José Carlos Ri-
zkFilho,dissequeDomSil-
vestrefoiumgrandealiado
da Ordem no enfrenta-
“Conheci ele
mento ao crime organiza- aos 10 anos.
do no Estado, no final dos
anos 90. “Era muito queri-
Me encantei
do pela população. Nos pelas palavras
eventos e nas missas, pre- de amor e
gava as palavras de Deus e
cobrava ética na política e bondade dele.
ação do poder público em Era um homem
favor da população menos
favorecida. O Espírito San- de Deus”
—
rência, um líder que dei- NADIR PIMENTA, 61
xou uma grande história”. ANOS, DONA DE CASA
32 | POLÍTICA VIPS PDF DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019

HELÔ SANT’ANA – 26/11/2003

| DOM SILVESTRE |

VOZ CONTRA
O CRIME
ORGANIZADO
Arcebispo foi um importante
líder no combate à corrupção
Dom Silvestre em reunião do Fórum Reage ES, com Agesandro Pereira e Iriny Lopes

RAQUEL LOPES Espírito Santo. Um dos lí- do também lembrou de contra o crime organizado nhoff,relembrouatrajetó- precisou ficar sob escolta
SIUMARA GONÇALVES deres do Fórum Reage Es- quando o arcebispo defen- e a impunidade em todos ria do arcebispo no com- devidoàsameaçasdemorte
Dom Silvestre Luís Scan- pírito Santo, Dom Silves- deu o afastamento do en- os poderes. Estávamos so- bate à corrupção. “Ele via quesofreunaqueleperíodo.
dian, Arcebispo Emérito tre é fortemente lembrado tão governador da época, frendo há três mandatos o combate à corrupção co- “Houve um ato em que 10
de Vitória, que morreu na pelo movimento que mar- José Ignácio Ferreira. sucessivos os problemas mo uma medida de prote- milpessoaspediamempra-
madrugada de ontem, cou a história do Espírito “Ele participou de toda de atraso de pagamento, ção aos direitos humanos. ça pública o fim da era dos
contribuiu não apenas pa- Santo. coordenação da fundação desvio de recursos, de um Se você desvia o dinheiro desmandos,poréticanapo-
ra formação religiosa de Em entrevista ao “CBN do Fórum Reage Espírito domínio de forças do cri- da saúde e das escolas, por lítica. O Fórum Reage ES foi
muitos capixabas, como Vitória”, o ex-deputado Santo. Em todas as plená- me organizado sobre qua- exemplo, alguém vai ficar responsável pela mudança
também teve uma grande Claudio Vereza, relem- rias e assembleias ele esta- se todas as instituições pú- sem aquele serviço”, diz. nopatamardapolíticacapi-
participação nos movi- brouaatuaçãodeDomSil- va presente e foi força de blicas do Estado”, afirma. Já a deputada estadual xaba. Foi um período em
mentos de enfrentamento vestre junto ao Reage Es- convocação do povo capi- O ex-procurador da re- IrinyLopescontou,porrede quenosunimosemtornode
ao crime organizado no pírito Santo. O ex-deputa- xaba para a mobilização pública Henrique Herke- social, que Dom Silvestre uma causa comum.”

Religioso será enterrado em Vila Velha

Como norma da Igreja encaminhado para a cripta lugar em que seus familia-
Católica, os bispos devem da Catedral de Vitória. res estão enterrados.
ser sepultados numa cripta, No entanto, o corpo será No entanto, o pároco da
uma construção subterrâ- enterrado no Cemitério do Catedral de Vitória, Rena-
nea nas catedrais onde fi- Bosque, em Alvorada, Vila toCristoCovre,informouà
cam guardados os restos Velha, hoje. Isso porque, reportagem que, após cin-
É com consternação e mortais de sacerdotes im- apesar de ser uma norma, co anos do sepultamento
imenso pesar que portantes.Porcausadisso,o prevalece o desejo do sa- de Dom Silvestre, os restos
corpo do arcebispo emérito cerdote. E o arcebispo dei- mortais dele serão levados
acolhemos a morte de Dom
de Vitória Dom Silvestre xouregistradoquegostaria para a Catedral de Vitória e
Silvestre Scandian, Luís Scandian deveria ser de ser sepultado no mesmo colocados na cripta.
arcebispo emérito de
Vitória, ocorrida neste OPINIÃO DA GAZETA
sábado. É certo que o
sentimento de perda
contrapõe-se à percepção,
DOM SILVESTRE VIVEU TUDO O QUE PREGOU
que é de toda sociedade    

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capixaba, de que Dom          

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Silvestre nos legou uma í
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preciosa e eterna   çã ó
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contribuição à construção     
   
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de virtudes basilares de ó   à     
    
uma sociedade mais ética,    “   
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justa, solidária e  ã  à   ê
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democrática.     

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Não poderíamos deixar de      $é  

registrar o seu papel de liderança, que foi muito além do campo     ç à      
da religiosidade, na reconstrução das instituições capixabas no   !""# $    “
    

início do século XXI, quando agiu corajosamente para nos tirar     
     

dos tempos nebulosos pelos quais passou o estado. Ele acreditou çã    çã  
 çõ  

duplamente no Espírito Santo: tinha confiança na capacidade do  çõ ú çã  
 é 
povo do estado do Espírito Santo de encontrar e pavimentar um    
   
  * 
caminho de prosperidade inclusiva, justiça e harmonia; bem como      í&   á

 

contava, em comunhão com sua crença, com o auxílio do divino         ã  

í     
 à    

Espírito Santo para tanto. O Espírito Santo ficará eternamente ú
ã   &      
grato pelo conjunto da sua obra. Como homem da paz, que viva          +

eternamente na paz do Senhor! çã 
 ê      ,ó
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
VITOR
O novo viés
ideológico
de Vandinho
Da tribuna em plenário, o orador faz
discursos inflamados contra “a esquerda”
(uma genérica “esquerda”); acusa pro-
fessores de promoverem a “ideologia de
gênero”, praticarem “doutrinação ideo-
lógica” e ensinarem “pouca vergonha”
em sala de aula; exalta a retomada da
aliança entre Brasil e Israel. E por aí vai.
Quem é esse orador? Sem conhecer o
autor das palavras e apenas lendo a
transcrição dos discursos, o leitor poderia
deduzir: Jair Bolsonaro; talvez, Magno
Malta, quando ainda estavam no Con-
gresso. Não estaria longe da verdade.
Mas não. O parlamentar em questão
é Vandinho Leite (PSDB), que acaba de
retornar à Assembleia Legislativa após
uma primeira passagem, compreendida
entre 2007 e 2015. E volta de modo
surpreendente. Dos 30 deputados es-
taduais recém-empossados, entre reelei-
tos e estreantes, ninguém tem mantido
uma postura mais fora do previsível do
que o único “reestreante”.
Vandinho retorna à Casa visivelmente
determinado a se firmar como uma es-
pécie de porta-voz do discurso mag-
no-bolsonarista no parlamento estadual.
Para isso, de imediato, tem radicalizado
em uma pauta conservadora de cos-
tumes de fazer inveja ao ex-senador
gospel (Magno, aliás, tem a ver com as
origens políticas de Vandinho, que é
evangélico e já pertenceu ao PR).
Questionado pela coluna, o próprio
deputado se definiu como um político
Vitória de Casagrande
Com a desistência do deputado Marcelo
Santos (PDT) e o caminho escancarado
para Luiz Carlos Ciciliotti (PSB), quem
mais ganha, claro, é Renato Casagrande
(PSB). Além de vedar os vazamentos na
parede da sua base, evitando o seu
desmoronamento, o governador atinge
o objetivo estratégico de emplacar no
TCES um aliado de sua mais absoluta
confiança. Foi claro o recado para o
mercado político, em um momento de
autoafirmação: “quem dita as cartas no
Espírito Santo de novo sou eu”.
Quem mais perde
Quem mais perde são os deputados que
não queriam nem ouvir o nome de
Ciciliotti para a vaga do conselheiro Val-
ci Ferreira no TCES. E não eram poucos.
Luiz Ciccione
Um exemplo da resistência que o nome
de Ciciliotti provoca em alguns depu-
tados – principalmente reeleitos que
conviveram com o dirigente do PSB no
governo passado de Casagrande, quando
ele foi chefe da Casa Civil (2011-2013):
“É o rei da barrigada. Se ele for para o
Tribunal de Contas, eu sei que lá terei
um conselheiro que nunca vai me aten-
VIPS PDF
VOGAS
VVOGAS@REDEGAZETA.COM.BR TEL: 3321-8319
conservador e de centro-direita. Em al-
guns momentos, com base em seus dis-
cursos da tribuna, acrescentaríamos o
prefixo “ultra” a essa autodefinição. Tu-
do bem. Tudo normal e legítimo. Até o
ponto em que começa a passar do limite
do respeito e ofender colegas. Não se
pode confundir discurso duro com dis-
curso agressivo. Foi o que ocorreu na
última terça-feira.
Em conformidade com a estratégia
adotada, o primeiro projeto apresentado
por Vandinho foi o “Escola Sem Dou-
trinação” (nos mesmos moldes do “Escola
Sem Partido”), arquivado por inconsti-
tucional (o que, de fato, é). Ele recorre.
Na segunda, o deputado Majeski
(PSB) subiu à tribuna para contestar o
“Escola Sem Partido” e projetos do mes-
mo gênero – se é que se pode falar em
“gênero”. Não citou Vandinho nem fez
menção específica ao projeto dele. Ape-
nas discursou contra iniciativas do tipo.
Argumentou que as causas dos maus
resultados da educação brasileira nada
der em nada!”, diz um deputado que
chegou a assinar a lista de Marcelo.
Em tempo
Ciciliotti é sobrenome italiano e, na lín-
gua de Dante, “ciccione” significa “gor-
ducho”, “barrigudo”.
Marcelistas
Teriam votado em Marcelo, com certeza:
Hudson Leal (PRB), Pazolini (PRP), As-
sumção (PSL), Bahiense (PSL), Torino
(PSL), Favatto (Patri) e Xambinho (Rede).
Bunker na presidência
Na quinta à noite, véspera do anúncio de
PRAÇA OITO
têm a ver com um suposto trabalho de
conversão de estudantes do ensino básico
ao marxismo, mas com questões estru-
turais muito mais concretas e realistas,
como a evasão escolar, a infraestrutura
precária das escolas e a sub-remuneração
dos docentes; que projetos desse tipo não
atacam os verdadeiros problemas da
educação brasileira; e que a melhoria do
ensino não passa por vilanizar profes-
sores e tratá-los como ameaças, antes por
valorizá-los. Majeski, enfim, argumentou.
Vandinho não entendeu assim. Sen-
tindo-se ofendido pela fala do ex-colega
de PSDB, subiu à tribuna para rebatê-la.
E referiu-se ao pronunciamento de Ma-
jeski como uma “farra bizarra”.
Pode-se discordar da argumentação
de Majeski, mas, analisando-a sem pai-
xões, não houve nela bizarrices nem fan-
farronices, tampouco ofensa a Vandinho.
O que se seguiu foi uma fala exaltada,
muitos tons acima do normal – o que
inclusive foge ao padrão de Vandinho, em
geral muito calmo e cordial no trato com
“SEU PREFEITO”
Casagrande recebeu ve-
readores de Vitória na
quarta de manhã. Seu cor-
religionário, Davi Esmael,
chegou atrasado. O gover-
nador o saudou: “Davi,
meu vereador”. Davi retru-
cou: “Quero ser o seu pre-
feito”. E Casagrande: “Vou
perguntar ao Luciano”. FO-
TO: ADEMIR RIBEIRO/SECOM
Marcelo, o “Estado-Maior” do deputado
reuniu-se no gabinete do presidente da
Assembleia, Erick Musso (PRB), para ava-
liar a situação. O clima já era de derrota.
Traições e duplicatas
Na sexta, logo após o anúncio, apoiadores
de Marcelo reclamavam reservadamente
de “traição”. Ao menos três deputados
teriam assinado a lista de Marcelo e tam-
bém a de Ciciliotti, de modo que eles não
contavam realmente com todos os votos
que antes julgavam seguros.
Revalida o líder
O deputado Enivaldo dos Anjos (PSD)
POLÍTICA | 33
LEIA.AG/VITORVOGAS
a imprensa e com colegas. Dessa me-
tamorfose na tribuna, depreendem-se ou-
tros dois pontos reveladores da estratégia
de Vandinho: alta dose de performance e
predisposição para polarizar em plenário
com Majeski. Este mordeu a isca, voltou
ao plenário correndo e chamou Vandinho
de “criatura bizarra”, no que também
errou feio. Enfim, um triste espetáculo.
A questão que fica é: por que Van-
dinho está fazendo isso? A resposta ób-
via é: para chamar atenção. Mas por
que chamar atenção assim? Aí a res-
posta está no calendário eleitoral.
O ano de 2019 é um ano espremido
entre duas eleições. Vandinho está com
um olho no passado recente (2018) e o
outro no futuro próximo (2020). Da
eleição de outubro passado, vem a ins-
piração bolsonarista. Político inteligente
que é, Vandinho quer surfar na onda do
presidente, como não deixam dúvida as
pautas e o estilo escolhidos por ele para
dar início ao mandato na Assembleia.
Isso, podemos apostar, visando à pró-
xima eleição municipal.
Em 2020, o deputado quer ganhar a
disputa a prefeito da Serra, município
onde Bolsonaro teve 58,3% dos votos
válidos no 2º turno contra Haddad e
cujo eleitorado é particularmente sen-
sível a esse discurso conservador de cu-
nho neopentecostal. Prova disso foi o
pleito de 2016, no qual um combalido
Audifax Barcelos (Rede) virou uma elei-
ção praticamente perdida contra Sérgio
Vidigal (PDT) com uma retórica na linha
“voltei do mundo dos mortos, aleluia!”.
Enquanto isso, Vandinho pisa no ace-
lerador. Sua primeira sessão solene? Será
no próximo dia 27. Adivinhem o tema.
Homenagem à “restauração da aliança
Brasil & Israel”. Simbolicamente, os Bol-
sonaros e Magno Malta estarão presentes.
pretende apresentar um projeto de re-
solução para que o líder do governo em
plenário, cargo ocupado por ele no mo-
mento, seja “revalidado” a cada seis
meses. Esse será o “prazo de validade”
da liderança. A cada semestre, o go-
vernador poderá substituir ou confir-
mar o ocupante do cargo. Assim, nem o
governador fica constrangido de fazer a
troca quando o líder não vai bem, nem
o próprio líder fica constrangido de se-
guir no cargo quando já não o quer.
Como é hoje
Na prática, hoje, o exercício do cargo
não tem duração pré-definida, e o go-
vernador muda o seu líder quando
bem entende.
Mas já?
Será que Enivaldo já se cansou do
fardo da liderança?
Vice-líder
A propósito, o vice-líder de Casagrande
será o deputado Freitas (PSB). Para
aumentar o espaço de atuação do cor-
religionário de Casagrande, Enivaldo já
cedeu para Freitas a vaga de titular
para a qual havia siso escalado na es-
tratégica Comissão de Justiça.
34 | POLÍTICA VIPS PDF DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019

| GOVERNO BOLSONARO |

Bebianno admite que deve ser

exonerado do cargo amanhã
Ministro é pivô de crise
política, que envolve
candidaturas de
laranjas do PSL
BRASÍLIA
Pivô da maior crise políti-
ca do governo Bolsonaro, o
ministro da Secretaria-Ge-
ral da Presidência, Gustavo
Bebianno, disse ontem que
deve ser demitido amanhã,
quando, segundo interlo-
cutores do governo, será
publicada no Diário Oficial
daUniãoademissãoassina-
da pelo presidente.
Nos últimos dias, políti-
cos e militares tentaram
interceder a favor de Be-
bianno, mas Jair Bolsona-
ro está irredutível e plane-
janomearumgeneralpara
o lugar do ministro. Se isso
ocorrer, será o nono mili-
tar a ocupar o primeiro es-
calão. O mais cotado para
o cargo é o general Floria-
noPeixoto,secretário-exe-
cutivo da pasta, que esteve
ontem com o presidente.
Na madrugada de on-
tem,Bebiannopublicouum
texto em seu perfil no Insta-
gram, em tom de desabafo:
“O desleal, coitado, viverá
sempre esperando o mun-
do desabar na sua cabeça”.
A mensagem atribuída ao
escritor Edgard Abbehusen
acrescenta: “Saímos de
Bebianno afirmou ontem sobre a possível exoneração que “a tendência é essa”
qualquer lugar com a cabe-
ça erguida ao carregar no
coração a lealdade”. Be-
bianno não cita o nome do
presidente na publicação.
Questionado sobre os
termosdaconversaqueteve
comopresidenteJairBolso-
naro na sexta-feira, 15, Be-
bianno confirmou que rece-
beu convitepara ocuparum
cargo na Itaipu Binacional,
não aceitou, e apontou que
a sinalização é de que será
exonerado. No início da cri-
se,oministrochegouadizer
que não pretendia pedir de-
missão. Ele está no centro
de denúncias sobre repasse
de verbas do PSL, dinheiro
público, a candidata suspei-
tadeserlaranjaemPernam-
buco, o que nega.
“A tendência é essa,
exoneração”, afirmou.
Apesar de dizer que essa
foi a sinalização de Bolsona-
ro, Bebianno afirmou que
quer “ver o papel com a exo-
neração” e ponderou que o
presidente passou por uma
cirurgiadifícil,“enfiadoden-
DIDA SAMPAIO/AGÊNCIA ESTADO
tro de um hospital receben-
do informações que muitas
vezesnãochegamdemanei-
racorreta”.Porisso,segundo
ele, o presidente precisa de
umtempopara“botarnaba-
lança o que ele quer fazer”.
“Quando vocês pergun-
tam (sobre exoneração), é
o seguinte: eu quero ver o
papel com a exoneração, a
horaquesairopapelcoma
exoneração é porque eu
fui exonerado”, disse,
acrescentando: “O presi-
denteéumserhumanoco-
“É o seguinte:
eu quero ver
o papel com
a exoneração,
a hora que
sair o papel
com a
exoneração
é porque eu
fui exonerado”
GUSTAVO BEBIANNO
MINISTRO DA SECRETARIA-
GERAL DA PRESIDÊNCIA
mooutroqualquer,passou
por cirurgia muito difícil.
(...) Precisa de um tempo
para ele depurar na cabe-
ça dele o que aconteceu e
botar na balança o que ele
quer fazer, só isso. Simples
assim.”
Sobre o cargo em Itai-
pu, Bebianno disse que
não aceitou porque não
está no governo “para ga-
nhardinheiro”e“nempre-
cisa de emprego”.
“Meu projeto era eleger
a pessoa que me inspirava
confiança e eu achava que
ia mudar os rumos do Bra-
sil para melhor. Eu apostei
nisso, investi a minha vida
nisso e continuo acredi-
tando. Acho que o Brasil
vai (mudar), o governo é
ótimo”, destacou.
A CRISE
Há uma semana, o jor-
nal “Folha de S.Paulo” in-
formou que o PSL repassou
três dias antes da eleição
R$ 400 mil a Maria de
Lourdes Paixão candidata
a deputada federal em Per-
nambuco que teve 274 vo-
tos. O repasse aconteceu
noperíodoemqueGustavo
Bebianno era o presidente
do PSL. A candidata foi be-
neficiáriadoterceiromaior
volume de recursos trans-
feridos para um candidato.
Recebeu mais até que o
próprio Bolsonaro. Como
presidente do partido, Be-
bianno repassou os valo-
res. Depois das eleições
saiu da presidência do PSL
e assumiu a Secretaria-Ge-
ral da presidência, que tem
status de ministério.
Durante os primeiros
rumores de que seria de-
mitido pelo presidente,
Bebianno afirmou que ha-
via falado três vezes com
Bolsonaro enquanto este
estava internado. O minis-
tro, então, foi chamado de
mentiroso por Carlos Bol-
sonaro, filho do presiden-
te – Bebianno se negou a
comentar a atitude.
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E se eu te dissesse que é possível aprender

como sua mente funciona pra alcançar
qualquer objetivo que você tenha na vida.

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DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019 VIPS PDF POLÍTICA | 35

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36 | POLÍTICA
ELIO
A rebelião
do andar
de cima
Quem se encantou pela franquia
Bolsonaro, achando que se livraria
das bandeiras do corporativismo pe-
tista, não sabia o tamanho do ati-
vismo do andar de cima. O presi-
dente anunciou que “vamos botar um
ponto final em todos os ativismos do
Brasil”. Todos, não.
Desde sua eleição, o governo foi
confrontado por três movimentos cor-
porativos. Cedeu em dois e é provável
que a Procuradoria-Geral da República
cederá no terceiro. Em todos os casos
mobilizaram-se servidores do andar de
cima, gente com salários mensais que
vão de R$ 20 mil a sabe-se lá quanto.
A primeira rebelião veio dos procu-
radores da Fazenda Nacional. Paulo Gue-
des queria colocar um diretor do BNDES
na cadeira de procurador-geral. A cor-
poração rebelou-se, avisando que cen-
tenas de procuradores abandonariam
seus cargos em comissão, pois o pro-
Nos EUA mexe-se na ‘Bosta Seca’
Oito em cada dez magistrados bra-
sileiros querem importar o instituto
saxônico do “plea bargain” sem que
exista sequer tradução consolidada
dessas palavras para o português. O
ministro Sérgio Moro fala em “solução
negociada”. Trata-se de aceitar que um
réu reconheça sua culpa, negocie um
acordo com o Ministério Público e ob-
tenha alguma leniência do juiz.
Muito bonito na teoria, mas a prá-
tica será outra. O Brasil importou o
mecanismo da delação premiada e
A privacidade de Moro
Em Brasília, o ministro Sérgio Moro
foi do noviciado ao folclore em me-
nos de dois meses.
Quando lhe perguntaram se, dias an-
tes da edição do decreto que facilitou
a posse de armas, encontrou-se com
hierarcas da indústria Taurus, deu a
seguinte resposta: “O direito à pri-
vacidade, no sentido estrito, conduz à
pretensão do indivíduo de não ser fo-
co de observação de terceiros, de não
ter os seus assuntos, informações pes-
soais e características expostas a ter-
ceiros ou ao público em geral.”
Madame Natasha intrigou-se com a
vontade de Moro de ficar fora das
vistas do “público em geral”. Mandava
melhor Armando Falcão, seu anteces-
sor de 1974 a 1979, com o famoso
bordão “nada a declarar”.
Faltou sorte a Moro. Na mesma semana
a Alta Corte do Reino Unido julgou o
caso dos endinheirados proprietários de
VIPS PDF
GASPARI EDITORIA.ARTIGOS@OGLOBO.COM.BR
criou o monstrinho da doutrina da
“Bosta Seca”. Em 2015, quando o do-
leiro Alberto Youssef disse numa au-
diência em Curitiba que um outro réu
mentira em sua delação e ofereceu-se
para uma acareação, um procurador
disse que “esse é o tipo de coisa que
quanto mais mexe, pior fica”. Em se-
guida, ouviu-se: “É igual a bosta seca:
mexeu, fede”.
Os pacotes de bosta foram reme-
tidos às instâncias superiores e poucas
delações foram anuladas por serem
um prédio vizinho ao museu Tate, que
reclamavam porque binóculos colocados
no terraço devassavam suas casas. O juiz
Anthony Mann mandou-os passear e su-
geriu que fechassem as cortinas ou bai-
xassem as persianas.
Os Bolsonaros
O Brasil vai completar 200 anos e já
teve de tudo, governantes larápios, se-
nis e mesmo com famílias rapaces,
mas nenhum deles tentou institucio-
nalizar suas proles.
Getulio Vargas deu corda a um irmão e
ele foi associado à sua deposição de
1945 e ao suicídio de 1954. Um filho
deputado também não o ajudou. D. Pe-
dro II, chefe de uma dinastia, aturou um
cunhado italiano e perdulário, mas man-
teve-o longe. O genro, príncipe consorte,
também não lhe trouxe fortuna. No-
meando-o comandante das tropas que
guerreavam o Paraguai, alimentou a no-
civa intriga política segundo a qual a
mentirosas. O direito saxônico funcio-
na melhor que o brasileiro, mas a pi-
rataria de mecanismos obrigará or-
questras de frevos a tocar rock.
Na semana passada a juíza ame-
ricana Amy Jackson, que está com um
dos processos que infernizam a vida
de Donald Trump, mostrou como as
coisas funcionam por lá. Em junho ela
mandou para a cadeia Paul Manafort,
o poderoso chefe da campanha elei-
toral do presidente. Em setembro ele
se declarou culpado e fez um acordo
Coroa tentava obscurecer a figura do
Marquês de Caxias, seu antecessor.
Pela primeira vez, a família de um
presidente participa institucionalmen-
te da vida política do país. Os três
filhos de Bolsonaro têm mandatos po-
pulares, mas isso nunca deu certo.
A Kombi de Bebianno
Quando a equipe que carregava a can-
didatura presidencial de Jair Bolso-
naro cabia numa Kombi, Gustavo Be-
bianno era o motorista.
Como o sapo que não percebe o va-
garoso aquecimento da água de uma
panela, ele não reagiu ao início de sua
fritura. Passou de provável ministro
da Justiça a possível chefe da Casa
Civil, mas acabou numa desidratada
Secretaria-Geral da Presidência.
O doutor não dura.
O limite de Guedes
Guedes pode muito, mas não deve
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
curador-geral deveria ser escolhido no
quadro da instituição. Ganharam.
O segundo confronto deu-se com os
auditores da Receita Federal. A Agên-
cia Nacional de Aviação queria que
eles cumprissem a norma da revista ao
entrarem em áreas restritas dos ae-
roportos. Os descontentes mostraram
seu desagrado apurrinhando a vida de
milhares de passageiros, obrigando-os
a esperas de até quatro horas nas filas
das alfândegas. Resolveram inspecio-
nar todas as malas desses supostos
contrabandistas. No dia seguinte três
ministérios foram acionados e o go-
verno cedeu.
A terceira rebelião veio dos pro-
curadores da República. Até a última
terça-feira, 192 doutores devolveram
325 funções não remuneradas. Eles
apresentam reivindicações técnicas,
nas quais está embutida uma questão
salarial, escondida nos penduricalhos
de uma categoria que ganha, no ba-
rato, R$ 25 mil líquidos. Por trás
dessa rebelião está o painel da su-
cessão da procuradora-geral, Raquel
Dodge. A batalha ainda não termi-
nou. Até hoje, magistrados e procu-
radores ganharam todas.
Ativismo do andar de cima é outra
coisa.
de colaboração. Em novembro o pro-
curador Robert Mueller Jr. informou à
juíza que Manafort mentiu em diver-
sos pontos de sua confissão.
A juíza estudou o caso, entendeu
que ele mentiu e desobrigou-se de tra-
tá-lo com leniência. Manafort, de 69
anos, está com a saúde em panda-
recos. A sentença virá em março e ela
pode lhe dar até dez anos de prisão.
Manafort, um dos homens mais po-
derosos de Washington, dificilmente
sairá vivo da cadeia.
mexer com o agronegócio sem com-
binar com a ministra da Agricultura,
Tereza Cristina.
A lealdade do pessoal que sustenta a
doutora tem uma solidez que não
existe na turma do papelório.
Lula em casa
Cresceu a ala de comissários petistas
interessados em sondar magistrados
para saber como seria recebido um
pedido da defesa de lá para que ele
fosse transferido para o regime de pri-
são domiciliar.
EletroSuriname
A Enel, ex-Eletropaulo, interrompeu
três vezes o fornecimento de energia
na região da Avenida Paulista. Em to-
dos os casos foram aquelas piscadas
que fazem a alegria das empresas que
consertam equipamentos danificados.
Seria boa ideia que ela investisse
nessa área.
 VIPS PDF
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
MERVAL PEREIRA
Nas redes
da intriga
A crise que culminou com a queda
do ministro da Secretaria-Geral da
Presidência guarda dentro de si uma
crise maior, alimentada pelo próprio
governo, a crise da democracia re-
presentativa. Esse é um fenômeno
contemporâneo globalizado que vai se
alastrando à medida que os novos
meios de comunicação vão abrindo
espaço cada vez maior para a par-
ticipação direta dos cidadãos nas de-
cisões políticas.
Esse empoderamento do cidadão
tem seu lado negativo quando os po-
líticos passam a se guiar pelas redes
sociais, em vez de liderar ações ne-
cessárias ao país, mesmo quando im-
populares. O atual Congresso é exem-
plo concreto desse momento contur-
bado que vive a democracia. Parla-
mentares montam estúdios em seus
gabinetes para lançar mensagens per-
manentes, e votam de acordo com as
redes sociais.
Um governo eleito fundamental-
mente pela ação nas redes sociais,
beneficiado pelo poder de expor suas
ideias sem ser confrontado, devido à
possibilidade de não comparecer a de-
bates de televisão, sente-se dono da
comunicação política. E reputa de “ini-
migos” aqueles que contestam suas de-
cisões. Um governo desse tipo fica ex-
posto a intrigas e manipulações várias.
O caso em questão é exemplar dessa
situação. Se o ministro Gustavo Be-
bianno foi demitido devido às acu-
sações de manipulação ilegal de di-
nheiro na campanha eleitoral, a mes-
ma decisão deveria ter atingido o mi-
nistro do Turismo, acusado também de
desviar recursos partidários utilizan-
do-se de “laranjas”.
Na verdade, independentemente de
Bebianno ser ou não culpado, o que
determinou sua derrubada foi uma
disputa de poder com o filho do pre-
sidente, o vereador Carlos Bolsonaro.
Especialista em usar as mídias sociais
para defender seus pontos de vista, ele
teve atuação permanente durante a
campanha, mesmo que apartado do
aparato formal.
Foi um trabalho solitário, ao lado do
pai, sem características profissionais, o
que permite a ele até hoje o papel de
portador da voz do presidente, fora do
circuito oficial, que assume posições
com base na intermediação com o
Congresso, nas pressões da sociedade
MPEREIRA@GLOBO.COM.BR
e na representatividade das corpora-
ções, todos representantes da opinião
publica.
Carlos, não. É do tipo “twitteiro”,
que pretende formar a opinião pública
com o uso das novas tecnologias que
permitem inclusive a potencialização
do alcance das mensagens com o uso
de robôs e técnicas de disparos em
massa de mensagens que desequili-
bram a disputa de ideias no espaço
público.
A democracia representativa está
sendo desvirtuada pelas mídias sociais
e transforma-se em uma nova espécie
de democracia direta. A ética da res-
ponsabilidade que Max Weber definiu
para a atuação política não pode sub-
meter-se à irresponsabilidade das re-
des sociais. O político, como ressaltava
o próprio Weber, tem sua ética pe-
culiar, mas quando ela se confronta
com a ética da consciência, não pode
prevalecer.
O homem moderno, de posse da
tecnologia, dispensa intermediários e
pretende assumir as rédeas do próprio
futuro, interferindo nos governos, na
política nacional. A contrapartida de-
veria ser uma classe política capaz de
cumprir seus deveres, de assumir o
papel contramajoritário justamente
para guiar, e não ser guiado.
POLÍTICA | 37
A democracia representativa se
apresenta em contraposição à demo-
cracia direta, que, com o uso de ple-
biscitos e consultas populares, torna
mais fácil assumir decisões difíceis.
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella,
que anuncia pretender fazer um ple-
biscito para decidir se derruba a ci-
clovia Tim Maia, é exemplo desse
comportamento.
O surgimento de governos popu-
listas seria, para alguns estudiosos,
sintoma de uma época cujos fracas-
sos só superaremos se nos engajar-
mos na defesa da política contra a
democracia despolitizada. O novo
ativismo é individualista, isolado,
orientado para questões de estilo de
vida e crescentemente apolítico. A
democracia representativa sofre, se-
gundo esses especialistas, com a am-
bivalência de cidadãos cujas deman-
das desarticuladas são frequente-
mente contraditórias.
O cidadão empoderado não tem
responsabilidade por suas opiniões
nas redes sociais, e os políticos e
governantes não podem resolver
que a solução é seguir a maioria que
se expressa nelas, que certamente
não representa a maioria dos cida-
dãos e pode muito bem estar sendo
manipulada.

Economia.
| ENERGIA |
GERAÇÃO COMPARTILHADA
FAZ CONTA DE LUZ CAIR 80%
Repartir a produção solar é opção para cooperativas no Estado
GERALDO CAMPOS JR
gcjunior@redegazeta.com.br
Já pensou em ter a sua pró-
pria usina de geração de
energia e compartilhar a
produção com quem você
quiser,mesmoaquilômetros
de distância? Parece algo
meio impossível, mas essa já
começa a ser uma realidade
no Espírito Santo. O modelo
de geração compartilhada,
que foi criado a partir de um
marco regulatório da Agên-
cia Nacional de Energia Elé-
trica (Aneel), em 2015, tem
permitido que os consumi-
dores economizem até 80%
em suas contas de energia.
O funcionamento é mais
simples do que parece: no
sistema, uma unidade gera-
dora de energia, como uma
usina fotovoltaica, produz e
compartilha a energia de
baixo impacto ambiental
com consumidores que es-
tão na mesma área de con-
cessão da distribuidora (co-
moaáreadaEDP,porexem-
plo, que abrange 70 muni-
cípios do Estado). A energia
gerada na usina é injetada
na rede da concessionária,
que depois desconta esse
percentualqueélançadona
fatura das unidades que
compartilham a geração.
Para que um grupo con-
siga aderir a esse modelo,
no entanto, é preciso que
consumidores se unam so-
lidariamente, ou seja, é
preciso fazer um consórcio
ou ser parte de uma coope-
ENTENDA A NOVIDADE
COMO FUNCIONA?
a É construída uma
unidade geradora de
energia, como uma usina
fotovoltaica, que produz e
compartilha a energia
gerada com consumidores
que fazem parte do grupo
de compartilhamento,
desde que eles estejam na
mesma área de concessão
VIPS PDF
Energia solar gerada em usina de cooperativa em Santa Maria de Jetibá é compartilhada com outros grupos
rativa, conforme explica o
economista Vitor Romero,
que é especialista em gera-
ção compartilhada e dire-
tor-executivo da Cleanclic,
startup capixaba pioneira
na gestão e monitoramen-
to desse tipo de produção.
“Isso é ideal para locais
onde não é possível ter uma
usina solar, como aparta-
mentoseáreassombreadas,
já que a usina pode estar em
outrolugar.Nonossocaso,a
gente só trabalha com coo-
perativas. Então, para ade-
rir, é preciso fazer parte de
da distribuidora. A energia
gerada na usina é injetada
na rede da concessionária,
que depois desconta o
que é lançado na fatura
das unidades que
compartilham a geração.
SERVE PARA QUEM?
a Ideal para locais
sombreados,
uma cooperativa existente
ou até formar uma, com o
investimento na usina sen-
do realizado pelos próprios
cooperados. Outra opção é
uma cooperativa fazer o in-
vestimento e comercializar
os créditos gerados, como
um aluguel”, afirma.
ECONOMIA
Segundo Romero, a esti-
mativa é que a economia da
cooperativaquefizeressein-
vestimentocheguea80%na
redução da conta de luz. Já
para quem alugar a partici-
apartamentos ou regiões
de pouca incidência de
raios solares, já que as
placas podem ficar até
quilômetros de distância
da unidade de consumo.
QUEM PODE ADERIR?
a Para
aderir, é preciso
que esse grupo esteja
unido solidariamente, ou
pação em uma usina, esse
desconto deve ser, em mé-
dia, de 10%. O trabalho da
startup é justamente o de fa-
zer a gestão dessa geração
monitorando o que é injeta-
donaredeerepassadocomo
crédito aos consumidores.
No Estado, a primeira
usinafotovoltaicacomparti-
lhada existe desde o final de
2017 e foi implementada
pelo Sicoob em Santa Maria
deJetibá.Cominvestimento
deR$156mil,acooperativa
decréditoinstalou48placas
solaresnotetodaagênciada
seja, através de
cooperativas, fazendo
parte ou até mesmo
criando uma nova.
COMO FAÇO PARA TER?
a Basicamente existem
dois modelos: o
investimento pode ser
feito pelos próprios
cooperados que vão
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
Editora: Joyce Meriguetti z jmeriguetti@redegazeta.com.br
WhatsApp: (27) 98135.8261 | Telefone: (27) 3321.8327
ATENDIMENTO AO ASSINANTE: (27) 3321-8699
SICOOB/DIVULGAÇÃO
cidade que, juntas, têm ca-
pacidade de produzir 4.800
quilowatts (KWh) por mês,
energia que é partilhada
com outras três cooperati-
vasdacidade:umadetrans-
portes, outra agropecuária e
uma da área de educação.
Deacordocomovice-pre-
sidente do Sicoob Espírito
Santo,ArnoKerckhoff,osre-
sultados dessa primeira usi-
na estão indo além do espe-
rado.“Estamosfazendoava-
lidação se vale a pena, ava-
liandoopayback(retornodo
investimento), que deve ser
compartilhar a geração
ou a cooperativa pode
fazer o investimento e
comercializar os créditos
gerados, como um
aluguel pela partilha.
QUAL A VANTAGEM?
a O modelo resulta numa
boa economia na conta
de luz, já que a energia
38
|
“A geração
compartilhada é
ideal para locais
onde não é
possível ter placas
solares, como
apartamentos e
áreas sombreadas,
já que a usina
pode estar em
outro lugar”
VITOR ROMERO
DIRETOR-EXECUTIVO
DA CLEANCLIC
em quatro anos e, com base
no que já temos visto, esta-
mos otimistas”, disse o exe-
cutivo, que também preside
o Sicoob Centro-Serrano.
Aboaavaliaçãodessapri-
meira usina e a percepção
domercadoatual,emqueas
placas solares estão mais
acessíveis e o custo da ener-
giaelétricaaumentou,estão
estimulando o Sicoob a fa-
zer um investimento ainda
maior, que deve ser detalha-
do em breve, para gerar
energia a partir de uma usi-
na e compartilhar essa pro-
dução com todas as agên-
cias da cooperativa no Esta-
do. Também está em estudo
um terceiro investimento,
de escala ainda maior, que
deverá ser feito no futuro,
para repartir a geração do
Sicoob com pessoas físicas e
jurídicas associadas.
solar que foi gerada na
usina compartilhada é
abatida da fatura. No
caso de cooperados que
fizeram o investimento
na própria usina, a
economia mensal
estimada é de 80% do
total da fatura, segundo
projeta a startup
Cleanclic.

| ENERGIA |
Só 66 no ES
aderiram à
tarifa branca
Tarifa com desconto
para quem consome
energia fora das horas de
pico tem baixa adesão
GERALDO CAMPOS JR
gcjunior@redegazeta.com.br
Outraopçãodecobrançade
energia que pode represen-
tar economia nas contas é a
chamada tarifa branca, mo-
dalidade que existe desde o
ano passado e que, em
2019, foi ampliada. Desde
janeiro, casas e pequenos
estabelecimentos comer-
ciais que consomem a partir
de250kWh(quilowatts)de
energia por mês podem pa-
gar até 20% na conta de luz
por meio da tarifa branca,
segundoespecialistasfinan-
ceiros. No entanto, apesar
Maior adesão e isenção de ICMS
devem impulsionar microgeração
Uma das expectativas de
especialistas em energia é
que a tarifa branca, se en-
grenar, deve impulsionar a
microgeração de energia
pelos próprios consumido-
res e, assim aliviar o parque
gerador do país. Isso por-
que, com essa geração sen-
do feita por placas solares,
por exemplo, o cliente não
precisariamudarseushábi-
tos de consumo e horários,
já que o desconto que é ob-
tido com a energia fotovol-
taica produzida compensa-
ria a tarifa maior da noite.
Segundoodiretordere-
lacionamentos e negócios
da empresa W-Energy,
Wagner Cunha Carvalho,
até mesmo a geração com-
partilhada deve ser benefi-
ciada se a tarifa branca for
mais difundida. “Existe
uma expectativa de cresci-
mento da cogeração distri-
buída para reduzir o con-
sumo e ganhar descontos
VIPS PDF
da ampliação, apenas 66
consumidores capixabas
aderiram ao regime.
Como é opcional, esse
novo modelo de tarifação
precisa ser solicitado pelo
cliente à concessionária de
energia. E isso precisa ser
bem avaliado, já que um
descontoefetivosóaconte-
cerá para aqueles que con-
seguirem consumir a
maiorpartedaenergiafora
dos horários de pico, con-
centrados entre 17 horas e
21h59. Pelo sistema, o
cliente paga valores dife-
rentes em função da hora e
do dia da semana em que
ele está usando a energia.
Antes, havia apenas
umatarifa,aconvencional,
que tem umvalorúnicopa-
PIXABAY
Parque gerador do país
pode ser beneficiado
nas concessionárias”, des-
taca o executivo.
Outro fator que gera ex-
pectativas para o aumento
no número de microgera-
dores no Estado é a isenção,
que foi concedida há um
anodoImpostosobreCircu-
lação de Mercadorias e Ser-
viços (ICMS) para micro e
minigeração de energia dis-
ra cada kWh. Agora, com a
tarifa branca, existem três
preços diferentes: um para
o horário de ponta, um pa-
ra o intermediário e outro
para o fora de ponta. Dessa
forma, cabe ao consumi-
dor escolher qual regime
tarifário é mais adequado
para o seu dia a dia.
Dos 66 capixabas que
aderiramatéagora,65estão
naáreadeconcessãodaEDP
Espírito Santo (que atende
1,5milhãodeconsumidores
em 70 cidades do Estado) e
um na área da Empresa Luz
eForçaSantaMaria(ELFSM
– que atende 110 mil clien-
tes em 11 municípios capi-
xabas). Ambas empresas
não informaram quantos
consumidores têm consu-
tribuída. Até então, quem
gerava sua própria energia
no Espírito Santo era tribu-
tado quando consumia a
carga excedente de sua pro-
duçãoquefoiinjetadanare-
de distribuidora.
Na micro ou minigera-
ção, o consumidor produz a
própria energia, por meio
de painéis solares e pode in-
jetar a energia excedente na
rede da distribuidora. Isso
possibilitagerarenergianos
horários de ponta, trazendo
redução de gastos em rela-
ção à tarifa convencional.
De acordo com a Aneel,
atualmenteexistemmaisde
53 mil unidades consumi-
doras usando o sistema de
micro ou minigeração dis-
tribuída e gerando um total
de 660,13 megawatts
(MW) de energia. A maior
parte delas usa placas sola-
resparagerarenergiaelétri-
ca. Só no Estado são cerca
de 600 microgeradores.
mo apto para aderir ao regi-
me (a partir de 250 kWh).
ADESÃO
Apesar do número de
optantes pela tarifa branca
serbembaixo,aindanãose
dáparafalaremfaltadesu-
cesso do formato segundo
o gerente da CAS Tecnolo-
gia, Octavio Brasil, empre-
sa que atua na assistência
às concessionárias no mo-
nitoramento do consumo.
“É uma novidade ainda.
E claro, é uma questão de
consumo. A tarifa branca é
opcional e, ao ir na conces-
sionária, o consumidor é
orientado se para ele vale a
pena ou não. Isso não é, por
exemplo, para aquele con-
sumidor padrão que traba-
SAIBA MAIS SOBRE A TARIFA BRANCA
O QUE É?
a Nova opção
A tarifa branca é uma
nova opção que sinaliza
aos consumidores a
variação do valor da
energia conforme o dia e
o horário do consumo.
a Valor
Nos dias úteis, o valor da
tarifa branca varia em
três horários: ponta,
intermediário e fora de
ponta. Na ponta e no
intermediário, a energia é
mais cara. Fora de ponta,
é mais barata. Nos
feriados nacionais e nos
fins de semana, o valor é
sempre fora
de ponta.
a Avaliação
Comparada com a
tarifa
convencional,
a tarifa
branca pode
resultar em
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
lha de dia e fica em casa à
noite, consumindo mais
energia nesse horário. Não
vai ter um boom de adesões
na minha visão, mas, aos
poucos, a medida em que
cada um analise seu consu-
mo pessoal, vai crescendo
aos poucos”, explica.
Comoamédiadeconsu-
mo de clientes residenciais
é baixa (na EDP a média é
de 153,8 kWh/mês e na
ELFSM160kWh/mêspara
esse perfil de consumo),
por agora, a tarifa branca
tende a abranger e benefi-
ciar mais os estabeleci-
mentos comerciais peque-
nosemédios.Inclusive,pa-
ra muitos que funcionam
até as 18 horas, a nova mo-
dalidade é recomendada.
redução na conta de luz
na medida em que houver
possibilidade de deslocar
o consumo de energia do
período de ponta para o
de fora de ponta. Caso
não consiga evitar o
consumo no horário de
ponta, a adesão à
tarifa branca pode
resultar em uma conta
maior: nessa situação,
é mais vantajoso
continuar na tarifa
convencional.
| 39
PIXABAY
DESISTÊNCIAS
A condição para que o
sistema possa valer a pena,
que é o consumo fora dos
horários de ponta, deve ser
observada, ressalta Octa-
vio, já que nos horários de
ponta,atarifamédiaé96%
mais cara que a convencio-
nal. Ou seja, quem aderir à
tarifa branca e não mudar
o perfil de consumo pode
ver a conta de luz, ao invés
de cair, subir de preço.
Alguns consumidores do
Estado, inclusive, já experi-
mentaram esse modelo e,
ao ver que não compensou,
voltaram para a tarifa con-
vencional. Na ELFSM, um
cliente desistiu da tarifa
branca. Já a EDP não forne-
ceu esse número.
QUEM PODE ADERIR?
a Quem tem consumo
acima de 500 KWh/mês
Desde 01/01/2018.
a Quem tem consumo
acima de 250 KWh/mês
Desde 01/01/2019.
a Todos os consumidores
A partir de 01/01/2020.
FERNANDO MADEIRA
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
| EMPREGOS |
Confederação defende menos
direitos com nova carteira
Proposta de carteira
“verde e amarela” vai
ser apresentada ao
ministro Paulo Guedes
BRASÍLIA
Enquanto tenta salvar o
Sistema S dos cortes pla-
nejados pela equipe eco-
nômica, a Confederação
Nacional do Comércio
(CNC) vai entregar ao mi-
nistro da Economia, Paulo
Guedes, um formato do
que considera ser ideal pa-
ra a criação da “carteira
verde e amarela” – regime
com menos direitos, mas
que garantiria mais em-
pregos para os mais jo-
vens, segundo o ministro.
A proposta é ampliar o
atual programa Jovem
Aprendiz, que hoje coloca
adolescentes de 14 a 18
anosnasempresas,parain-
corporar todo o contingen-
SEGURANÇA
Dois milhões de airbags
podem estar com defeito
Cerca de dois milhões de
airbags instalados em car-
ros brasileiros podem estar
com defeito. Eles foram
produzidos pela japonesa
Takata e estão em veículos
da BMW, Mitsubishi, Nis-
san, Subaru e Fiat Chrysler.
Estima-se que 50 mi-
lhões de veículos foram
equipadas com infladores
quepodemseromperaose-
rem acionados. Dos 3,5 mi-
lhões de carros identifica-
doscomosairbagsdefeituo-
sos no país, que resultaram
em 55 chamadas de recall,
VIPS PDF
te de jovens até 22 anos.
Para o vice-presidente
da CNC, Valdeci Cavalcan-
te, a proposta tem o poten-
cial de empregar 4,5 mi-
lhões de trabalhadores
nessa faixa etária nos pró-
ximos dois anos.
“Àsvezesagenteatirano
que vê e acerta no que não
vê. A carteira verde e ama-
rela é uma ideia fantástica,
mas não da maneira como
o ministro Guedes imagi-
na”, afirmou Cavalcante.
Nesse modelo de Jo-
vem Aprendiz, os contra-
tos da carteira verde e
amarela teriam jornadas
de meio período e remu-
neração em forma de bol-
sa – inferior a um salário
mínimo (hoje de R$ 998).
O resto do dia seria usado
pelos jovens em cursos
técnicos do Serviço Nacio-
nal de Aprendizagem Co-
DIVULGAÇÃO/TAKATA
Equipamentos deveriam
ter passado por recall
Projeto não muda direitos de quem tem carteira azul
pouco mais de 1,5 milhão
passaram pelo conserto.
A BMW, que registrou
recall com 5% de resposta,
diz que se empenha em
elevar os índices de ade-
são dos recalls. Mitsubishi
e Nissan, que tiveram cha-
madas com 14% e 10% de
atendimento, destacaram
ainda a dificuldade de lo-
calizar os veículos depois
que são negociados pelo
primeiro dono.
Já a Fiat Chrysler, com
9% de atendimento, disse
que todas as campanhas
obedecemàlei.ACaoa,que
responde pela Subaru e te-
ve um dos recalls com zero
atendimento, não respon-
deu. (Agência O Globo)
INVESTIMENTOS
Ações do Banco do Brasil e Itaú
são as preferidas dos analistas
As ações do Banco do
Brasil e do Itaú Unibanco
são as mais recomendadas
pelos analistas da bolsa de
valores após o fim da safra
de balanços relativos ao
quarto trimestre de 2018.
O Itaú entrou nas car-
teiras de três corretoras, e
o Banco do Brasil foi inse-
rida em uma recomenda-
ção, e está presente em ou-
tras três. O BB é a top pick
da Planner Corretora para
o setor bancário.
Para Pedro Galdi, ana-
ECONOMIA | 40
mercial (Senac).
“Os jovens de 18 a 22
anos estão em uma faixa
de risco na qual muitas ve-
zes o desemprego – cuja
taxa para esse grupo está
emmaisde25%–acabale-
vando a pequenos delitos.
Com a ampliação do pro-
grama, será criada toda
uma nova categoria de tra-
balhadores, com menos
custosparaosempregado-
res e com um grande atra-
tivo de formação”, disse.
DIREITOS
Esse modelo de empre-
goteriamenosdireitosque
o tradicional da carteira de
trabalho azul. Por exem-
plo, nãohaveria pagamen-
to do adicional de férias,
aviso prévio e outros bene-
fícios, como vale-alimen-
tação. Direitos considera-
dos pétreos na Constitui-
lista da Mirae Asset, a me-
lhor aposta para este ano
entreosgrandes bancoséo
BB. Ele cita a estratégia do
governo de enxugar as es-
tatais que não serão priva-
tizadas. No entanto, para a
próxima semana, o banco
que faz parte da carteira da
Mirae é o Itaú Unibanco.
ParaoanalistaVictorFi-
gueiredo, os pontos positi-
vos do banco público apre-
sentados no balanço do
quarto trimestre foram a
redução das provisões
ção, como 13º salário e fé-
rias, continuariam, mas
com uma liberdade maior
no pagamento.
Por exemplo, o 13º po-
deriaserpagoem12vezese
as férias tiradas em várias
prestações. A contribuição
previdenciária dessa cate-
goria – já em um novo regi-
me de capitalização – seria
baixa, de 5% a 6% do valor
dabolsa,commais2%para
o Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS).
Isso bastaria para que o
tempo de contribuição na
carteira verde e amarela
fosse computado e, ao
completar 23 anos, o jo-
vem passaria automatica-
mente para o regime da
carteira de trabalho azul,
podendo firmar um novo
contrato de trabalho com
a inclusão de mais benefí-
cios. (Agência Estado)
contra créditos de liquida-
ção duvidosa; aumento
das receitas de serviços;
despesas alinhadas com a
inflação; melhora da ren-
tabilidade e boas perspec-
tivas para 2019.
Segundo Figueiredo, no
Brasil os bancos devem ge-
rar resultados melhores
neste ano. Ele aponta que
osmaiorescrescimentosno
setor devem ser registrados
pelo Banco do Brasil, Bra-
desco,ItaúUnibancoeSan-
tander. (Agência Estado)
 VIPS PDF
41 | ECONOMIA
MÍRIAM LEITÃO
As
revelações
da crise
política
O governo Bolsonaro tem 48 dias e
já viveu várias crises, a última tem
elementos perigosos e reveladores.
Primeiro, o caso do ministro Gustavo
Bebianno envolve suposto desvio de
fundos públicos, nos mesmos moldes
da velha política que o presidente Jair
Bolsonaro prometeu combater. Se-
gundo, exibiu também de forma ex-
travagante a anomalia que se temia: a
intervenção da família nas questões
de governo. Por fim, Bolsonaro tentou
ajeitar tudo oferecendo a Bebianno
uma diretoria da Itaipu, como se car-
go fosse moeda de troca.
Bebianno foi copa e cozinha de Bol-
sonaro desde a pré-campanha. Não há
o que o atinja que não respingue no
presidente. Fez parte do círculo mais
restrito que iniciou a caminhada que
levou Bolsonaro ao Planalto. Foi o
coordenador da campanha e, portan-
MIRIAMLEITAO@OGLOBO.COM.BR
to, tinha o poder de distribuir dinhei-
ro. O esquema que está sendo reve-
lado é conhecido no Brasil. Verba elei-
toral vai para candidatos-laranja, que
depois não sabem explicar como foi
usado o dinheiro. Neste caso, não falta
nada, nem a gráfica suspeita.
A primeira reação do grupo go-
vernista foi a odiosa frase do pre-
sidente do PSL, Luciano Bivar, para
explicar os duzentos e poucos votos
na candidata que recebeu a maior
parte do fundo partidário. “Política
não é muito a vocação da mulher.
Essa regra (de 30% de candidaturas
femininas) violenta o homem”. Para
ele, a vocação da mulher é ser bai-
larina. O país está tão calejado de
frases discriminatórias que isso nem
provocou maiores reações. Afinal, na
mesma semana, o Supremo Tribunal
Federal (STF) suspendeu os proces-
sos contra Bolsonaro, que foi acu-
sado de incitação ao estupro. O STF
fez isso porque ele virou presidente,
e assim determina a lei, mas o tri-
bunal não consegue explicar por que
não o julgou em tempo hábil.
Bolsonaro nunca escondeu de nin-
guém seu pensamento jurássico sobre
várias questões, mas ele havia garan-
tido que combateria a corrupção. Já
surgiram vários casos como o do mi-
nistro do Turismo, Marcelo Álvaro An-
tônio, que teria usado quatro candi-
datas-laranja na campanha do PSL em
Minas Gerais. O mesmo esquema no
qual agora está envolvido Bebianno.
Há ainda a fratura exposta das mo-
vimentações bancárias de Fabrício
Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolso-
naro e do próprio senador.
O presidente Bolsonaro disse que
mandou a Polícia Federal investigar
as suspeitas sobre as candidatu-
ras-laranja do PSL que receberam
recursos do partido. Imagina-se que
a PF investigue, em geral, sem es-
perar pedidos presidenciais, até pa-
ra não aceitar vetos presidenciais.
Os assuntos que precisam ser inves-
tigados que o sejam.
Mas a questão que permanece aber-
ta, independentemente da exoneração
de Gustavo Bebianno, é que muito
cedo começaram a aparecer sinais da
velha política no grupo político mais
próximo do presidente. Também mui-
to mais cedo do que se imaginava
surgiram turbulências provocadas pe-
los filhos do presidente. O Brasil não
elegeu um clã, até porque a demo-
cracia não toleraria isso. Elegeu Jair
Bolsonaro. Os três filhos do primeiro
dos três casamentos do presidente fo-
ram eleitos e exercem seus mandatos.
É natural que tudo o que eles façam
ganhe muito destaque, mas eles têm
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
exagerado. O vereador Carlos Bolso-
naro interferir em assuntos do Pla-
nalto é completamente fora de pro-
pósito. E o que ele disse foi confir-
mado pelo pai.
Tudo nesse episódio é esdrúxulo. E
disso sabem integrantes do governo.
Mesmo que a turma das patentes entre
tentando pôr equilíbrio na bagunça,
será difícil evitar novos episódios. Car-
los, Eduardo e Flávio jamais terão per-
fil discreto porque nunca tiveram.
Aliás, de todos, Flávio é o menos in-
flamado, mas é o mais encrencado
pessoalmente. Jair Bolsonaro criou os
filhos assim, eles se espelham no pai.
A família jamais se notabilizou pela
sensatez e pelo equilíbrio. Só que ago-
ra é tempo de governar, e esses poucos
dias de exercício do poder têm dado
sinais inquietantes.
O desfecho do caso Bebianno já foi
dado, sejam quais forem os próximos
desdobramentos. A "filhocracia", na fe-
liz definição do colega Ancelmo Gois
na coluna de quinta-feira, está ins-
talada, os métodos da velha política
estão presentes no novo governo, e
diretoria de empresa pública é moeda
de troca e prêmio de consolação. A
crise confirmou as piores previsões so-
bre o governo Bolsonaro.
  

 (de São Paulo)
 VIPS PDF
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
BEATRIZ SEIXAS
A lapidação
do setor de
rochas
Lapidar é a especialidade do setor
de rochas ornamentais. Mas nos úl-
timos anos, a lapidação que o seg-
mento vem buscando é muito mais
profunda. Vai além do aperfeiçoa-
mento puro e simples do mármore e
do granito. Está diretamente ligada à
necessidade das empresas de se rein-
ventarem para se manterem fortes e
competitivas no mercado global.
Há muitos fatores exigindo uma
mudança de atitude desta indústria:
questões econômicas, como um ce-
nário de crise já conhecido, a velo-
cidade com que a tecnologia se apre-
senta para o mundo, a exigência cada
vez maior por qualidade e uma con-
corrência crescente e feroz.
Os dados revelam um pouco da di-
mensão dos desafios. Desde 2013,
quando as exportações somaram US$
1,3 bilhão, elas têm apresentado um
comportamento declinante no merca-
do externo, segundo a Associação
Brasileira da Indústria de Rochas Or-
namentais (Abirochas). Em 2018, o
Atestado de má-fé
Dono de uma rede de supermercados
do Estado contou indignado que de-
mitiu três funcionárias por justa causa
após receber atestado médico, todos
de uma mesma clínica de Vitória, e
descobrir que as três empregadas es-
tavam em um pagode. “Não teve nem
como elas se justificarem. Tinha uma
transmissão ao vivo pela rede social
que mostrava o trio se divertindo. In-
felizmente, esse tem sido um proble-
ma recorrente no setor.”
Dinheiro sob o comando feminino
Da segurança à gerência, todos os
profissionais da nova agência do Si-
coob na Praia da Costa, Vila Velha, são
do sexo feminino. Ao todo, são 12
trabalhadoras. É a primeira vez que
uma unidade do banco – hoje existem
107 agências em todo o Estado –, tem
BSEIXAS@REDEGAZETA.COM.BR
faturamento foi de US$ 992,5 milhões.
O consumo interno também recuou
nesse período, passando de 78 milhões
de metros quadrados (m²), em 2013,
para 67,8 milhões m² no ano passado.
A queda dos resultados acendeu um
alerta para quem é do setor, o que,
neste caso, atinge em cheio o Espírito
Santo, o maior exportador brasileiro
de mármore e granito com um fa-
turamento de 80% do total do país.
Por aqui, muitas empresas já en-
xergaram que não podem continuar
fazendo o mesmo trabalho de anos
atrás. Elas reconhecem que a sobre-
vivência no mercado e a conquista de
novos clientes passam pela reformu-
lação do modelo de gestão dos ne-
gócios e por mais investimentos em
tecnologia e inovação.
Na última semana, com a realização
da 47ª edição da Vitoria Stone Fair, esse
foi um dos principais temas debatidos
entre os participantes. Tanto é que o
setor agora considera enfrentar um no-
vo ciclo. O presidente da Abirochas,
Reinaldo Sampaio, diz tratar-se da ter-
ceira onda de exportações. Segundo
ele, a primeira aconteceu com os blo-
cos, a segunda foi com as chapas ser-
radas e polidas e a atual é com o
produto final, em que as empresas ofe-
recem uma mercadoria com muito mais
valor agregado. “Queremos conquistar
Operação plena,
o ar nem tanto
Não é só o tempo seco o responsável pelo
agravamento da percepção da sociedade
capixaba de que o pó preto está mais
intenso neste verão. Para fontes ouvidas
pela coluna, a retomada das usinas 1 e 2
de pelotização tem relação direta com o
aumento da emissão de poluentes. As
duas plantas, que estavam desativadas
desde 2012, foram religadas no ano pas-
sado. Elas representam de 7% a 10% da
movimentação total das oito usinas.
JOACIR AZEREDO/DIVULGAÇÃO
um time exclusivamente feminino.
Mas se tiver algum bandido metido a
machão, a mulherada já manda o re-
cado. Segundo elas, a agência é equi-
pada com os mais modernos dispo-
sitivos de segurança, inclusive sistema
que lança fumaça em caso de invasão.
TEL.: 3321-8512
o mercado de produto final, a obra, o
projeto, agregando valor e sofisticação.”
Parte dessa estratégia é para fazer
frente a concorrentes que têm intro-
duzido materiais rochosos artificiais.
Josy Andrade, da área de marketing da
Andrade Group, cita o caso do quartzo
chinês. “O que vem acontecendo com
o setor de rochas naturais é uma exi-
gência num ritmo que antes não exis-
tia. O quartzo chinês, um material fei-
to pelo homem, trouxe uma velocidade
de moda para gente, e o mercado teve
que se reinventar para acompanhar.”
O gerente de exportação da Margra-
mar, Madson Hora, reforça as mudan-
ças. “A concorrência tem aumentado
até mesmo fora do nosso segmento de
rochas, com produtos como cerâmica,
porcelanato e quartzos artificiais. Tudo
isso tem nos obrigado a nos reinventar
todos os dias. Hoje temos uma ten-
dência de muito mais qualidade e me-
nos quantidade, e os quartzitos estão
vindo com força total, por serem ma-
teriais resistentes e mais sofisticados.”
Ricardo Presti, gerente comercial da
PBA Stones, cita outra transformação.
“Com relação a materiais, também ve-
jo o Brasil em um momento de rein-
venção e de adequação para atender
os mercados que têm buscado muita
diversificação de rochas, e isso é o que
Quase lá
Até abril, a 1ª Vara Federal Criminal
de Vitória deve dar a sentença sobre
o emblemático caso da Telexfree.
Esse, que é o principal processo en-
volvendo a empresa, vai julgar três
sócios, que respondem ainda por
outros 20 processos. Os réus são
acusados de cometerem crimes con-
tra o sistema financeiro e contra a
economia popular.
Sobrecarregado
Um detalhe curioso é que o juiz res-
ponsável pelo caso precisou suspen-
der temporariamente outro processo
contra os envolvidos no esquema de
pirâmide para dar conta de analisar
todas as provas relativas à ação pe-
nal principal. Não é para menos.
Além de complexo, o processo tem
quase 5 mil páginas.
Impulso do interior
O setor da construção civil está
mais otimista para 2019. Mas, por
ser uma área que depende de in-
vestimentos mais elevados, essa
recuperação não é imediata. Mes-
mo assim, em algumas regiões do
Estado, empresários dizem que o
ano começou aquecido. O presi-
dente da Soma Urbanismo, Gus-
tavo Barbeitos, conta que, em ja-
neiro, a loteadora teve bons re-
sultados no Norte e no Noroeste.
“Tivemos um aumento de 300%
em vendas de lotes, sem lança-
mento de produto, apenas com es-
toque. Um recorde em toda nossa
história de dez anos.”
ECONOMIA | 42
LEIA.AG/BEATRIZSEIXAS
o nosso país tem de melhor. É nessa
linha que a gente tem se preparado.”
A consultora no setor de mineração
e meio ambiente Olivia Tirello diz que
o Espírito Santo tem muitas compa-
nhias que já estão surfando na onda
dos produtos acabados, mas alerta que
o segmento precisa deixar o amado-
rismo de lado e se profissionalizar.
Ela chama a atenção ainda para um
problema antigo e conhecido do setor,
o gargalo portuário. “Continuamos fa-
zendo o transbordo das nossas cargas,
ou seja, precisamos enviar as rochas
para Rio e São Paulo para só então
elas seguirem para o exterior. Nossas
empresas perdem competitividade com
essa falta de infraestrutura.”
Para 2019, o cenário é mais ani-
mador. Dados de janeiro do Sindiro-
chas mostram que houve uma expan-
são de 27% nas exportações em re-
lação ao mesmo mês de 2018. As ex-
pectativas de recuperação da econo-
mia e do setor da construção civil
apontam também para uma maior de-
manda no mercado interno.
Fato é que nossas empresas têm um
potencial gigante, mas ainda precisam ex-
plorar outros países como clientes e in-
vestir na melhoria dos parques fabris, nos
processos de beneficiamento e na qua-
lificação da mão de obra. Caso contrário,
serão atropeladas pela concorrência.
Saúde compartilhada
Muito utilizados por profissionais das
áreas de Marketing, Arquitetura e Ad-
ministração, os espaços coworkings
agora ganham vez entre os médicos.
Tendência em grandes centros, como
São Paulo e Rio de Janeiro, a área
compartilhada para profissionais da
saúde chega ao Espírito Santo. O em-
presário Amós Souza, que irá abrir o
MediMaxi no próximo mês, conta que
uma das principais vantagens desse
modelo de negócio é a redução de
custos para os profissionais. Princi-
palmente para aqueles que
estão começando e ainda
não montaram uma clí-
nica completa, pode
ser uma alternativa
interessante.
Na expectativa
A plataforma P-71 não deve demorar
muito para vir para o Estado. A ex-
pectativa é que até meados deste ano
ela chegue por aqui. A embarcação,
que teve seu casco construído na
China, será finalizada no Estaleiro
Jurong Aracruz. Sinal de mais ne-
gócios e empregos.
 VIPS PDF
Esportes. 43
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019 |
Editor: Filipe Souza z fsouza@redegazeta.com.br
WhatsApp: (27) 98135.8261 | Telefone: (27) 3321.8326
ATENDIMENTO AO ASSINANTE: (27) 3321-8699

RICARDO MEDEIROS

“
ELOGIOS

É um jovem e
teve uma
projeção
muito
impressionante.
Estou
contente”
Santiago Solari
Técnico do Real Madrid
sobre Vinicius Junior
Brachola tem
um centro de
treinamento na
ESPORTE NA TV Praia da Costa

TV GAZETA

MÃOS DE DIAMANTE
10h / Noticiário
EsporteEspetacular
17h / Camp. Carioca
VascoxFluminense
SPORTV
11h / Futsal
Torneioamistoso
19h / Camp. Gaúcho
InternacionalxCaxias
SPORTV3
15h / Basquete
CopaIntercontinental MULTICAMPEÃO Leandro Brachola revela o segredo para descobrir tantos talentos no vôlei de praia
(disputade3ºlugar)
17h30 / Basquete Bianca Vailant ra, mas não é só isso. É for- é desenvolver. Treinar atleta se sinta mais moti- zer o vôlei de praia pelo
CopaIntercontinental(final) São muitos os atletas do ça,técnica.Éprecisodetec- com um campeão é uma vado e capaz de alcançar histórico”, explicou.
ESPNBRASIL vôlei de praia revelados tar que o atleta tem facili- coisa que motiva demais”, grandes conquistas. “Tem O treinador ainda disse
10h / Camp. Inglês nas areias capixabas. Há dade de aprender os disse. uma motivação a mais. O que, quando praticado na
Segundadivisão:Blackburn cerca de 30 anos, o respon- fundamentoseapossibili- O treinador explicou atleta sente que se ele tra- areia, o vôlei não tem a ne-
RoversxMiddlesbrough sável por lapidar os atletas dade de desenvolvê-los”, que as boas referências balhar forte aqui, pode ser cessidade de contar com
12h15 / Camp. Espanhol e transformar o Espírito explicou. contribuem para que o grande também. Quando um grande circuito esta-
ValenciaxEspanyol Santo em um verdadeiro Além do trabalho, Bra- você trabalha sem almejar dual. “Não temos um cir-
14h30 / Camp. Espanhol celeiro de grandes nomes chola explicou que ter re- + APTIDÃO grandes feitos, reduz o po- cuito capixaba forte, mas
VillarrealxSevilla tem nome e sobrenome: ferências capixabas no es- tencial”, concluiu. a quadra depende mais
ESPN
8h15 / Camp. Holandês
Leandro Brachola. Mas de-
senvolver grandes atletas
porte faz toda a diferença
para o atleta. E no Espírito
“O esporte Além dos grandes no-
mes para inspirar os atle-
disso. Na praia a competi-
ção é mais nacional, então
AjaxxNACBreda é uma atividade que re- Santo, isso não é difícil, já depende de tas, Brachola explicou você consegue treinar
10h30 / Camp. Holandês quer muita dedicação. que muitas estrelas se- que o Espírito Santo se aqui e ficar nivelado em
GroningenxFeyenoord De acordo com Brachola, guem treinando por aqui, altura, mas destaca na areia por uma relação aos outros esta-
15h / Golfe
GenesisOpen(rodadafinal)
não basta ser alto e se en-
quadrar no perfil dos joga-
como Alison Cerutti. “É
um somatório de coisas,
não é só isso. questão técnica.
“Como em Vitória não
dos. É possível fazer um
trabalho dentro do pró-
22h / NBA dores de vôlei, é preciso ter nesse processo sempre ti- É força, temos equipes profissio- prio do estado. Podería-
All-StarGame aptidão no esporte. “É uma vemos um atleta de nível nais de vôlei de quadra, mos ter ainda mais atletas
ESPN2 relação que vai além de internacional que servia técnica” quando detectamos um se tivesse o estímulo, mas
17h / Camp. Português encontrar o biotipo ideal. de exemplo. Uma coisa é LEANDRO BRACHOLA atleta talentoso no esporte a estrutura não nos limi-
SportingxBraga Oesportedependedealtu- detectar o potencial, outra Técnico de vôlei de praia ele se sente motivado a fa- ta”, completou.
FOXSPORTS
RICARDO MEDEIROS

11h30 / Camp. Alemão

EintrachtFrankfurtxBorussia CURRÍCULO RECHEADO E CAMPEÃO
Mönchengladbach
14h / Camp. Alemão + O currículo de Leandro Stein (parceiro de Alison) primeiro passo é buscar
BayerLeverkusenxFortuna Brachola é vitorioso. Entre ainda é um jovem atleta, uma boa escolinha, para
Düsseldorf os atletas que passaram apesar de já ser realidade. começar a participar de
17h10 / Camp. Argentino pelas suas mãos estão Vinícius Freitas joga no competições. “É mais fácil
RosárioCentralxTigre Loyola, Fábio Luiz, Alison, adulto e também é um começar na quadra, é bom
FOXSPORTS2 Bruno Schmidt, Lili, entre excelente atleta, está entre que faça os dois. O
16h30 / Automobilismo outros. E mais do que isso: o grupo de jovens atletas importante é ter contato
Nascar-MonsterEnergy títulos grandiosos na que disputam o Circuito com o esporte e começar
Daytona carreira, como prata em Brasileiro adulto de igual a saber sobre o
21h30 / Camp. Argentino Pequim 2008 (com Márcio para igual. Ele tem profissional que está te
BanfieldxRiverPlate e Fábio Luiz) e ouro na Rio condições de ser um treinando, se é uma
BANDSPORTS 2016 (com Alison e Bruno grande nome do esporte”. pessoa boa que está te
11h30 / Tênis Schmidt). Já para aqueles que estimulando da forma
TorneiodeRoterdã(final) Para um futuro próximo, querem começar no correta. O que vai fazer
14h / Tênis Brachola já sinaliza dois esporte, não tem segredo. diferença é o treinamento”,
TorneiodeBuenosAires(final) Leandro Brachola é treinador de Alison, o Mamute grandes nomes. “O André Brachola disse que o finalizou.
44 | ESPORTES
O caixão levou as cores do primeiro clube de Sala
LUTO
FAMILIARES E AMIGOS DÃO
ADEUS PARA EMILIANO SALA
Chegou a hora do adeus.
Com o caixão envolto nu-
ma bandeira rubro-negra,
as cores que dão identida-
de ao singelo San Martín
de Progreso, o salão do pri-
meiro clube de Emiliano
Sala recebeu ontem famí-
lia e ex-companheiros de
futeboldoatacanteargen-
tino morto há quase um
mês num acidente aéreo
no Canal da Mancha.
Desde as primeiras ho-
rasdodia,centenasdepes-
soasentramesaemdasde-
pendências do clube que
DE VIRADA É MAIS GOSTOSO
CAPIXABA Desportiva sai atrás, mas vence time alternativo do Serra. Vitória também vira com brilho de Vitinho
Uma rodada com 11 gols,
duas viradas e emoção de
sobra. A quarta rodada do
Campeonato Capixaba
começou ontem com três
jogos. Um dos destaques
foi a vitória da Desportiva
diante do Serra por 3 a 1, no
estádio Engenheiro Arari-
pe, em Cariacica.
O Serra, que se prepara
para enfrentar o Vasco na
próxima quarta, pela se-
gunda fase da Copa do
Brasil, foi a campo com
um time alternativo no
clássico. Ainda assim, foi o
Tricolor quem abriu o pla-
carcomapenasumminu-
to de jogo, com o atacante
Diego Alves, após lindo
passe do volante Joelson.
A partir daí a Locomoti-
va Grená correu atrás para
empatar. E conseguiu aos
15 minutos. Léo Peixe co-
brou lateral na área, Lean-
drão raspa de cabeça e a
bola sobrou para Alessan-
droNunesnasegundatra-
ve. Os times foram para o
NATACHA PISARENKO/AP
pertence à Progreso, uma
pequena província da ci-
dade de Santa Fe.
Nantes e o Cardiff, clube
emqueSalamaisbrilhoue
o que abriu os cofres para
transformá-lo na contra-
tação mais cara da sua his-
tória, estiveram devida-
mente representados.
O acidente aconteceu
na noite do dia 21 de janei-
ro, quando Emiliano Sala
voltava de Nantes para se
apresentar ao Cardiff
quando o avião caiu no
Canal da Mancha.
vestiário com o empate no
placar.
Já na segunda etapa, os
donos de casa consegui-
CAPIXABÃO
PRIMEIRA FASE
1º Real Noroeste
2º Desportiva
3º Vitória
4º Estrela
5º Atl. Itapemirim
6º Rio Branco
7º Rio Branco-VN
8º Serra
9º Tupy
10º Castelo
RESULTADOS - 4ª RODADA
Vitória 2 x 1 Estrela
Atl. Itapemirim 3 x 1 Castelo
PRÓXIMOS JOGOS - 4ª RODADA
JOGO
HOJE
TUPY X RIO BRANCO
RIO BRANCO-VN X REAL NOROESTE 16H
VIPS PDF DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
DE PÊNALTI
Barcelona vence
com gol de Messi
BASQUETE Varejão admite friozinho
na barriga com a grande decisão O Barcelona teve
problemas, mas venceu o
Desde a temporada para o time da Gávea. Valladolid, por 1 a 0, no
passada no Flamengo, o "Frio na barriga sempre vai Camp Nou. O triunfo fez os
capixaba Anderson Varejão ter. Quando não tiver mais, catalães quebrarem um
viverá hoje seu jogo mais vou parar, perdeu a graça. A jejum de três partidas sem
importante com a camisa melhor resposta é que vencer, acumulando três
vermelha e preta. O time estamos preparados. Entra empates no período. O
carioca encara o AEK, da a experiência, você único gol foi marcado por
Grécia, na final do Mundial compara o que já viveu. Sei Lionel Messi, de pênalti. O
de Clubes, na Arena Carioca do meu potencial, da argentino ainda desperdiçou
1, a partir das 18h. Varejão equipe, acreditamos um no uma cobrança de pênalti no
admite a ansiedade e prevê outro. Sabemos que vai ser final do jogo.
uma batalha contra os rivais uma guerra e estamos
em busca do que seria o
bicampeonato mundial
preparados para ela",
afirmou. JUDÔ Brasil leva SELEÇÃO SUB-
20 Jefferson
MARCELO CORTES/FLAMENGO seis medalhas
em Oberwart sofreu racismo
Uma semana depois de Em um programa de TV, o
passar em branco no ex-goleiro do Botafogo
Grand Slam de Paris, a Jefferson declarou que não
seleção brasileira feminina foi chamado na primeira
de judô deu a volta por lista para o Mundial Sub-
cima no Aberto de 20, em 2003, por ser
Oberwart, na Áustria. As negro. “Me ligaram: ‘E aí,
meninas subiram ao pódio está preparado para
seis vezes ontem. Foram voltar? A gente ia te
duas pratas, com Rafaela convocar, mas fomos
Silva e Mayra Aguiar, e barrados, porque não
quatro bronzes, com poderia convocar goleiro
Larissa Pimenta, Ketleyn negro’. Uma pessoa (da
Quadros, Maria Suelen CBF) falou que não poderia
Altheman e Beatriz Souza. convocar. Como a pessoa
A equipe brasileira contou saiu, agora eles poderiam”,
com 12 judocas. disse Jefferson.
JOÃO BRITO/DESPORTIVA
ram virar o placar. E com no saiu do gol. Mesmo sem
um golaço. Marcos Viní- ângulo, o atacante arris-
cius invadiu a área pela es- cou e acertou o gol.
querda e o goleiro Cristia- E aos 27 minutos, o gol
que sacramentou a vitória
grená diante dos 825 tor-
cedores no Araripe. Dodô
recebeu na entrada da
área, ajeitou para a perna
direita e soltou a bomba.
PG J V E D GP GC SG
9 3 3 0 0 9 2 7
VITINHO RESOLVE...
8 4 2 2 0 5 2 3 O experiente atacante
8 4 2 2 0 4 2 2 Vitinhobrilhounotriunfo
6 4 2 0 2 6 4 2 do vitória por 2 a 1 diante
6 4 2 0 2 5 5 0 do Estrela, na tarde de on-
5 3 1 2 0 3 1 2 tem, no Salvador Costa. O
4 3 1 1 1 4 2 2 Estrela abriu o placar aos 9
3 4 1 0 3 4 7 -3 do segundo tempo, com
1 3 0 1 2 1 3 -2 Gianlucas. No entanto, Vi-
0 4 0 0 4 2 15 -13 tinho virou para o Vitória
com gols aos 41 e aos 49.
Desportiva 3 x 1 Serra ...ALLAN MIGUEL TAMBÉM
O Atlético Itapemirim
venceu o Castelo por 3 a 1
com dois gols de Allan Mi-
HORÁRIO ESTÁDIO guel e um de Arlindo. Ro-
drigo descontou para o
10H30 ENGENHEIRO ARARIPE Castelo. (Com informações
OLÍMPIO PERIM de Globoesporte.com/ES) Dodô marcou o terceiro gol da Desportiva Ferroviária
VIPS PDF
46 | ESPORTES VIPS PDF DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019

É PRECISO CORRER
REGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA ESTADO

ATRÁS DO PREJUÍZO
EM DÉBITO Após janela milionária, reforços buscam engrenar no Flamengo
ALEXANDRE VIDAL/FLAMENGO
RIO-"Odinheironãoentra
Maxwell, atacante do Resende, virou desejo alvinegro em campo", foi uma das
frases ditas pelo meia Da-
BOTAFOGO nielzinho, do Fluminense,

PROCURA POR ATACANTE

ao falar sobre a vitória em
cima do Flamengo e a con-
sequente eliminação do

SEGUE A MIL NO GLORIOSO

RIO - O Botafogo contra-
tou seis jogadores para a
temporada 2019, número
que o clube pretende au-
mentar em breve. Arti-
lheiro da Taça Guanabara,
com seis gols, o centroa-
vante Maxwell, do Resen-
de, está na mira.
O foco da diretoria alvi-
negraéencontrarumcen-
troavante para fazer com-
panhia a Kieza, que está
em má fase e enfrenta um
jejum de gols, e o jovem
Igor Cássio, que ainda nem
estreou pelo profissional.
Técnico do Resende, Ed-
son Souza faz jogo duro e
não quer perder o seu
principal jogador durante
o Campeonato Carioca.
E não é só Maxwell que
está no radar do Botafogo.
Federico Martinez, do Li-
verpool-URU, também
pode pintar em General
Severiano. Em contato
com o empresário do joga-
dor, o Lance apurou que
outros clubes também es-
tão com o jogador.
O agente afirmou que o
Botafogo possui "muitas
chances" de contratar o jo-
gador, já que o interesse do
clube do Alvinegro é real,
mas as partes ainda con-
versam. Até aqui, nenhum
dos outros clubes interes-
sados chegou aos valores
que o Liverpool-URU real-
mente deseja.
Os clubes ainda nego-
ciam como será o modelo
da negociação. A prefe-
rênciadoLiverpool-URUé
de algo em definitivo, mas
oBotafogo,porcontadeal-
guns problemas financei-
ros, discute a possibilidade
de um empréstimo.
rival na semifinal da Taça
Guanabara.
Badalado por conta das
cifras milionárias envol-
vidas nas negociações pa-
ra reforços para esta tem-
porada,oRubro-Negroco-
meçou o Campeonato
Carioca como favorito,
mas, com o técnico Abel
Braga realizando testes em
busca da formação ideal,
os novos nomes do elenco
ainda buscam engrenar.
Arrascaeta, contratação
mais cara da história do
Fla, teve tempo em campo
inversamente proporcio-
nalaovalorinvestido-cer-
cadeR$55milhões.Dosre-
forços, ele foi o que menos
esteve em campo, com 196
minutos e só um jogo do
começo ao fim.
Na última quinta-feira,
após falhar no lance que
gerou o gol de Luciano, o
meia pediu desculpas à
torcida. Arrascaeta acabou
tendo números aquém do Contratação badalada, Arrascaeta ainda não rendeu o que se espera dele no Flamengo
esperado na Taça Guana-
bara, como por exemplo jogos. Ele tem um gol e é o maior contratação da his-
não ter dado assistência e
ter apenas seis finaliza-
ções.Poroutrolado,sedes-
6 jogador com melhor apro-
veitamento de passes cer-
tos - 187 de 190.
tória do Rubro-Negro até a
chegada de Arrascaeta.
Já Gabigol, artilheiro do
taca nos lançamentos e FINALIZAÇÕES. O Entre os atacantes, um Brasileirão 2018 pelo San-
cruzamentos. meia Arrascaeta fez estreia triunfal e outro tos, ainda busca balançar a
Já Rodrigo Caio rapida- ainda tem números ainda busca desencantar. redepelaprimeiravezpelo
mente conquistou a vaga considerados ruins Bruno Henrique já é o arti- Flamengo. E há uma in-
de titular e forma dupla para quem se lheiro da equipe, com três cógnita em relação ao po-
com Rhodolfo. Dos refor- gols em três jogos. O joga- sicionamento do atacante.
ços, ele foi o primeiro a es-
tornou a maior dor, que tem 246 minutos Abel Braga tem cerca de
trear e o que tem mais contratação do em campo, ganhou a vaga 10 dias para acertar o time e
tempo jogado (450 minu- Flamengo. no time titular que era pensar em como usar os
tos), sendo titular em cinco ocupada por Vitinho, reforços para a Taça Rio.

CAPIXABA INICIA ALIMENTAÇÃO ORAL

+ O Flamengo e o Centro
de Tratamento de
Queimados do Hospital
Pedro II, em Santa Cruz,
divulgaram ontem um
novo boletim médico sobre
o estado de saúde do
capixaba Jhonata Ventura,
ferido no incêndio no Ninho
do Urubu. O atleta de 15
anos segue estável, com
lesões do rosto já
cicatrizadas e iniciou a
alimentação via oral. queimado 30% do corpo.
Ele segue com antibióticos Os outros dois feridos da
para combater os sinais de tragédia estavam no
uma possível infecção nas Hospital Vitória, na Barra
queimaduras no ombro e da Tijuca, Zona Oeste do
no dorso. Jhonata é um Rio de Janeiro, e já
dos três sobreviventes da receberam alta. Cauan
tragédia que matou dez Emanuel foi o primeiro a
jovens jogadores da base sair na última segunda-
do Flamengo no dia 8 de feira, enquanto Francisco
fevereiro. Ele era quem Dyogo também foi liberado Jhonata Ventura é
apresentava a situação nesta sexta, uma semana sobrevivente de incêndio
mais delicada por ter após o incêndio. no Ninho do Urubu
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019 VIPS PDF ESPORTES | 47

COM MÉRITOS PRÓPRIOS
MARACANÃ Vasco e Fluminense fazem a final da Taça Guanabara hoje, em duelo entre melhor defesa e melhor ataque
RIO - Com reforços de peso
e milionários, o Flamengo
despontou como principal
favorito neste Campeonato
Carioca. No entanto, con-
trariando o que muitos
imaginavam, todos os holo-
fotes estarão voltados para
VascoeFluminense,quefa-
zem a final da Taça Guana-
barahoje,às17horas,noMa-
racanã. No final das contas,
os finalistas avançaram
com méritos de sobra. Com
seis vitórias em seis jogos, o
Vasco é o único time com
100% de aproveitamento,
enquanto o Flu chega ao
clássicodecisivocomodo-
no do melhor ataque,
com 13gols.
Invictoe100%,oVas-
co ainda vai colocar à
prova sua solidez
defensiva, pois só
tomou dois gols. O
Tricolor também
foi bem no setor,
pois foi vazado
três vezes.
Contra o Flu, o time
vascaíno reencontrará
uma equipe cujo estilo de
jogo prioriza a manuten-
ção da posse de bola e a tro-
ca de passes constante, o
que se tornou uma marca
das equipes de Diniz.
"Os jogadores estão pe-
gando mais o que o treina-
dor quer. Ocorre a mesma
coisa conosco. Estamos
num processo de melhora.
As coisas vão acontecer na-
turalmente, principal-
mente se tratando de uma
forma de jogar que depen-
de dos treinamentos. Por
issoagenteouveosjogado-
1
DERROTA. O Flu
perdeu apenas uma
vez neste Carioca e
foi justamente
diante do Vasco, pela
5ª rodada. Já o
Cruz-Maltino segue
com 100% de
aproveitamento.
VIPS PDF
VITÓRIA, DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
res elogiando muito o Fer- voltados para o experiente
nando. Tudo é fruto do tra- centroavante Maxi López.
balho que eles estão desen- Pelo lado tricolor, Yony
volvendo", disse Alberto. González,comquatrogols,é
Thiago Galhardo, uma das esperanças de
com um edema gols, assim como
muscular, deve Luciano, que mar-
dar lugar ao ca- cou o gol da vitó-
misa 10 Bruno ria contra o Fla-
César. Os olhos, mengo. Ousado
porém, tam- comooprópriosis-
bém estarão tema de jogo de Di-
RAFAEL RIBEIRO/VASCO
O centroavante Maxi
López segue como
esperança de gols
no Vasco
niz, que prega a ofensivida-
debaseadanapossedebolaa
todo custo. Ele e as ideias do
treinador passam por mo-
mentodeafirmação.
"Quando o resultado
vem, os comentários são
positivos, mas se per-
de você é criticado.
Tenho convicção
bastante forte e as-
sumo o risco, mas
Luciano foi o
autor do gol da
classificação
tricolor diante do
Fla, na semifinal
DESCOBRIDOR
DE CRAQUES
Brachola é o
responsável por
lapidar talentos
nas areias
Pág. 43
temos a cabeça no lugar.
Gosto de correr riscos, foi PARTIDA TERÁ
conversado no intervalo EFETIVO MAIOR
(do Fla-Flu) que tentaría-
mosprocuraravitóriaefo- DE POLICIAIS
mos coroados, foi mérito e
fruto do trabalho, de + Há grande preocupação
acreditar, da cora- em relação ao ambiente para
gemdeexecutar a final da Taça Guanabara.
emcampo",dis- Por conta da polêmica em
se o técnico. relação à ocupação do setor
(Ag. Estado) sul da arquibancada, haverá
um efetivo maior do que da
semifinal entre Flamengo e
Fluminense, com especial
atenção à área externa do
Maracanã. O Bepe deverá
contar com cerca de 400
policiais. Mais cedo, o
presidente do
Fluminense, Pedro
Abad convocou a
torcida "à
guerra", no
sentido de
lotar o setor
que segundo
ele não é o do clube. Ele
aproveitou para mandar um
recado, sem deixar claro se
foi para a concessionária do
LUCAS MERÇON/FLUMINENSE F.C.
Maracanã ou ao Vasco: “Se
tiver briga, confusão, morte,
podemos colocar a
responsabilidade em cima
das pessoas que provocaram
isso”, disparou.
VASCO FLUMINENSE
Estádio: Maracanã (Rio de Janeiro)
Árbitro: Bruno Arleu de Araújo
17 HORAS / TV GAZETA
VASCO: Fernando Miguel; Cáceres, Werley,
Leandro Castan e Danilo; Raul, Lucas Mineiro
e Bruno César; Yago Pikachu, Marrony e Maxi
López.
Técnico: Alberto Valentim
FLUMINENSE: Rodolfo; Ezequiel, Matheus
Ferraz, Digão e Marlon; Airton, Bruno Silva e
Daniel; Luciano, Yony González e Everaldo.
Técnico: Fernando Diniz
 VIPS PDF
As leis
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
Editor: Rafael Braz z rbraz@redegazeta.com.br
Telefone: (27) 3321.8608
sumiram
Antes comuns nas grandes cidades, leis de
ATENDIMENTO AO ASSINANTE (27) 3321-8699
incentivo à cultura minguaram. O que aconteceu?
NAIARA ARPINI livros e espetáculos poder “O que todo mundo tem grande, e um edital a nível Weixter. As inscrições este
narpini@redegazeta.com.br
se tornar impraticáveis. feito, tem feito na garra, “Há uma estadual não dá conta. É ano vão até 22 de março.
Diante da instabilidade do “Tem artista que banca o porque as prefeituras não demanda muito fundamental que os muni- “A lei corresponde a
estímulo vindo do poder próprio trabalho e tem ar- têm dado suporte”, confir- grande, e um cípios tenham seus pró- mais da metade dos recur-
público, artistas locais se tista que não tem essa con- ma Vanessa Pianca, da Co- prios mecanismos de cul- sos culturais da secretaria,
desdobram para manter vi- dição ou disposição. Às ve- missão Espírito-Santense edital estadual tura”, disse. e a gente a prioriza porque
va a cultura capixaba. A fal- zes,agentetemquesevirar de Folclore. não dá conta. É Único da Grande Vitó- a cultura tradicional do
ta de continuidade de edi- em outros trabalhos – dan- O escritor e editor da fundamental que ria com edital aberto este município é muito forte”,
tais das leis municipais de do aula, tendo negócio pró- Cousa, Saulo Ribeiro, lem- os municípios ano, até agora, o municí- disse a secretária.
incentivo à cultura faz com prio, ou tendo outro em- braqueoseditaisestaduais pio de Cariacica já viabili- Confira na página três o
que a classe artística acabe prego–paraterdinheirode têm sido regulares, mas tenham seus zou 264 projetos ao longo que alguns outros grandes
não dando vazão a alguns subsistência e realizar o não abraçam a diversidade próprios de 12 anos de Lei João Ba- centros do Estado têm ou
projetos. Nos últimos dois projeto de maneira inde- cultural da Grande Vitória, mecanismos naneira. De 2007 para cá, não têm feito para fomen-
anos, dentre os principais pendente. Isso é possível, pois precisam abranger os de cultura” só não houve edital nos tar a cultura local.
municípiosdaGrandeVitó- mas não é ideal”, pondera a 78 municípios. anos de 2014 e 2016, se-
ria, apenas Cariacica lan- bailarina Ivna Messina, do “Na Grande Vitória, há SAULO RIBEIRO ESCRITOR gundo informações da se-
çou editais por meio da lei. CONTINUA na pág. 3
Grupo Z de Teatro. uma demanda muito cretária Renata Rosa
Os editais de fomento à
cultura são, em muitos ca-
sos, um trampolim para
que artistas consigam fi-
nanciar seus projetos e ser-
vem para garantir o acesso
democrático aos recursos
públicos destinados à área.
Só na Capital, mais de
1.100propostasforamcon-
templadas em dez anos.
Alguns funcionam atra-
vésdarenúnciafiscal,quan-
do empresas privadas in-
vestem nos projetos cultu-
rais selecionados em troca
de abatimento de impostos.
Outros já repassam a verba
diretamente para o artista.
“Nãoéqueoartistatenha
a verba para toda a produ-
ção, mas é um incentivo pa-
raqueeledêopontapépara
seu trabalho. Sem os edi-
tais, muitos artistas não têm
como se mostrar no merca-
do”, explica a produtora
cultural Stael Magesck.

EXPLICAÇÕES
De acordo com as prefei-
turas,ajustificativaparaes-
sa descontinuidade dos
editais vai desde à baixa ar-
recadaçãoemalgunsperío-
dosatéquestõesestruturais
envolvendo a pasta que de-
mandam uma reformula-
ção do texto da lei.
O incentivo financeiro
proporcionado por esses
editais, é claro, não é a úni-
ca alternativa para os pro-
fissionais criativos, que
contam com outros apara-
tos do poder público. Mas,
sem esse patrocínio, proje-
tos como produção e circu-
lação de filmes, exposições,
2 | C2 VIPS PDF DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019

SHOW BALADA FESTA BENEFICENTE

Sertanejos em Cariacica
Os goianos da dupla sertaneja Hum-
berto & Ronaldo fazem show hoje à
tarde em Cariacica. A partir das 13h.
Rancho Texas Bill. Rodovia Governador José
Sette, Prolar, Cariacica. Ingressos: R$ 35
(pista/meia/2º lote); R$ 70 (pista/inteira/
2º lote). Informações: (27) 3254-1150.
Pagode de domingo
A festa “Um Domingo Lindo”
recebe nesta noite a banda residente
Freelance (foto) e a dupla sertaneja
Breno & Bernardo. A partir das 18h.
Vitrine Music Bar. Rua José Pena Medina, 380,
Praia da Costa, Vila Velha. Couvert: R$ 10
(dependendo da ocupação); R$ 30 (couvert
máximo). Informações: (27) 99950-1515.
Música, arte e tatuagem
Na quarta edição da “Guava Sessions”,
apresentam-se Fepaschoal e Mudo
(foto). A festa também terá a exposição
“Recortes Cósmicos”, de Jéssica Lobo,
e flash tattoo. A partir das 16h.
Guava. Rua Orlando Caliman, 466A, Jardim
Camburi, Vitória. Ingressos: R$ 10 (lista); R$ 15
(portaria). Informações: (27) 99894-3049.
Samba e feijoada
O Instituto Neymara Carvalho promo-
ve a 1ª Feijoada Beneficente INC.
A música fica por conta de Diego
Lyra (foto) e Samba Soul. Às 12h.
Restaurante Porto do Rio. Av. Ana Penha
Barcelos, 60, Barra do Jucu, Vila Velha.
Ingressos: R$ 50. Informações: (27)
3201-9563.

CRISTIAN ARK/DIVULGAÇÃO HEITOR RIGUETTI/DIVULGAÇÃO CELSO JUNIOR/DIVULGAÇÃO

RAFAEL NICK/DIVULGAÇÃO

DIVIRTA-SE
FESTIVAL
Penha Roots
Com Terra Sem Males, Centro Cul-
tural Multiverso, Forró Fiá. Às 14h.
Parque de Exposições. Patrimônio da
Penha, Divino São Lourenço. En-
trada gratuita. Informações: (28)
3553-0517.
CARNAVAL
Magrelas Voadoras 2019
Às 16h. Praça da Ciência. Avenida
Américo Buaiz, Enseada do Suá, Vi-
tória. Aberto ao público.
Último Ensaio Geral
da Piedade
Com a Unidos da Piedade e Regional
da Nair. Às 17h. Unidos da Piedade.
Praça Mário de Oliveira, Fonte Grande,
Vitória. Aberto ao público. Infor-
mações: pelo telefone (27)
99840-3767.
Abre-Alas Ensaio Geral
Com Emerson Dias. Às 19h. Quadra da
Novo Imperio. Av. Santo Antônio, 301,
Caratoira, Vitória. Entrada: R$ 10.
BALADA
Fluente
Arrastapé da Ilha, com Trio Maribondo
(RJ). Às 18h. Av. Saturnino Rangel Mau-
ro, 505, Jardim da Penha, Vitória. En-
trada: R$ 20 (até 19h30); R$ 25 (até
20h30); R$ 30 (após 20h30). In-
formações: (27) 3311-5216.
Barrerito Chopperia
DJ Cabeça do MDG, DJ Cabeça dos
Predin, Garotos da Praia e Breno &
Bernardo. Às 17h. Couvert: R$ 20. Rua
das Cruzadas, 6, Campo Grande, Ca-
riacica. Inf.: (27) 99810-4312.
Hangar Gastrobar
Ítalo Convida, com Ítalo Cosvosk, Taia-
na França e DJ Malini. Às 18h. Av.
Brauna, 1168, Colina de Laranjeiras,
Serra. Couvert: R$ 15. Informações:
(27) 3398-4150.
Casa da Gruta
Dub Dominguera Ufodub, com UAI
Sound System. Às 16h20. Escadaria
Cristóvão Colombo, 10, Casa da Gruta,
Centro, Vitória. Entrada: R$ 5 (até
18h); R$ 10 (após 18h). Informações:
(27) 99766-0667.
MÚSICA AO VIVO
Marcus Macedo
Variado. Às 16h. Bar dos Compadres.
Avenida Cel. Pedro Maia de Carvalho,
33, Parque das Gaivotas, Vila Velha.
Couvert: R$ 5. Informações: (27)
3072-3531.
FESTA
Domingo nOPARQUE
Com Bloco Afro Kizomba e Mala-
caxeta. Às 14h. OPARQUE. Rua Sete de
Setembro, 493. Centro, Vitória. En-
trada: R$ 10 (até 15h); R$ 15 (após
15h). Informações: pelo telefone (27)
3207-3446.
Tardes Quentes
Fábio Carvalho, com show Quintal,
discotecagem e Roda de Congo com
Bloco Manguerê. Às 16h. Cleaver Meat
Pub. Rua Eugênio Netto, 369, Praia do
Canto, Vitória. Entrada gratuita. In-
formações: pelo telefone (27)
99839-6992.
Feijoada Spírito Jazz çon que mostram o trabalho de
Com Leley. Às 14h. Spirito Jazz. Rua
Madeira de Freitas, 244, Praia do Can-
conservação da espécie jaca-
ré-de-papo-amarelo promovido pelo
to, Vitória. Entrada: R$ 40. Infor- Projeto Caiman. Primeiro piso do
mações: pelo telefone (27)
Shopping Vitória. Endereço: Avenida
3019-0860. Américo Buaiz, 200, Enseada do Suá,
Vitória. Visitação: de segunda a
quarta-feira, das 10 às 22 horas; de
EXPOSIÇÃO quinta-feira a sábado, das 10 às 23
horas; domingos, das 11 às 22 horas.
A Vida Selvagem está mais Entrada gratuita. Informações:
perto do que você imagina! pelo telefone (27) 3335-1000.
Mostra fotográfica de Leonardo Mer- Último dia.
Para divulgar um evento...
Envie e-mail para caderno2.ag@gmail.com, com pelo menos dois dias
de antecedência. No material devem constar horário, endereço
completo, gênero musical, telefone e valor do ingresso ou couvert.
Os preços e horários divulgados pelo Caderno 2 são de responsabilidade
dos promotores dos eventos, e estão sujeitos a alteração. Para o roteiro
de sábado e domingo, o envio é até quarta, às 18h.

DESTAQUES DE CINEMA
VVVVV Imperdível
VVVV Vale a pena
VVV Bom
VV Ruim
l Fuja
ESTREIAS
VV Alita – Anjo de Combate
(Alita : Battle Angel, EUA, Argentina,
Canadá, 2019, 122 min). Ação. Di-
reção: Robert Rodriguez. Com Rosa
Salazar, Christoph Waltz, Jennifer
Connelly. Uma ciborgue é descoberta
por um cientista. Ela não tem me-
mórias de sua criação, mas possui
grande conhecimento de artes mar-
ciais. Enquanto busca informações
sobre seu passado, trabalha como
caçadora de recompensas e descobre
um interesse amoroso. Cinesercla
Linhares, sala 3 (dub.): 16h (3D),
18h20, 20h40 (3D). Cine Ritz Perim
Center, sala 2 (3D/dub.): 16h, 18h30,
21h. Cinesercla Montserrat, sala 2
(dub.): 16h (3D), 18h20, 20h40 (3D).
Cinemagic Norte Sul, sala 1: 21h50
(dub.), 19h30. Cinemagic Norte Sul,
sala 2 (3D): 14h30 (dub.), 16h50,
19h10 (dub.), 21h30. Cinépolis Mo-
xuara, sala 2 (3D/dub.): 13h, 15h50,
18h30, 21h15. Cinépolis Moxuara,
sala 3 (3D/dub.): 14h15, 16h50, 19h30,
22h15. Cine Ritz Guarapari, sala 3
(3D/dub.): 16h45, 19h, 21h20. Kino-
plex Praia da Costa, sala 1: 13h50
(dub.), 16h20, 18h50 (3D/dub.), 21h20
(3D/dub.). Kinoplex Praia da Costa,
sala 2: 21h. Cine Ritz Aracruz, sala 1
(dub.): 16h30 19h, 21h20. Cine Ritz
Conceição, sala 3 (3D/dub.): 19h,
21h20.MultiplexSerra,sala3(dub.):
14h30, 16h45, 19h, 21h15. Multiplex
Serra, sala 4 (3D/dub.): 15h30, 18h,
20h15. Cinemark Vila Velha, sala 2
(3D): 13h (dub.), 15h45 (dublado),
18h30 (dub.), 21h15. Cinemark Vila
Velha, sala 3 (dub.): 15h10, 18h,
20h45 (3D). Cinemark Vitória, sala
2 (3D): 15h05 (dub.), 17h50, 20h40.
Cinemark Vitória, sala 6 (3D): 13h10
(dublado), 16h (dub.), 18h45 (dub.),
21h30.
No Portal da Eternidade
(At Eternity's Gate, França, 2019, 110
min). Drama. Direção: Julian Schnabel.
Com Willem Dafoe, Rupert Friend,
Oscar Isaac. 1888. Após sofrer com o
ostracismo e a rejeição de suas pin-
turas em galerias de arte, Vincent Van
Gogh decide ouvir o conselho de seu
mentor, Paul Gauguin, e se mudar
para Arles, no sul da França. Lá,
lutando contra os avanços da loucura,
da depressão e as pressões sociais, o
pintor holandês adentra uma das
fases mais conturbadas e prolíficas de
sua curta, porém meteórica trajetória.
Cine Jardins, sala 2: 16h50, 21h15.
A Mula
(The Mule, EUA, 2019, 116 min). Dra-
ma. Direção: Clint Eastwood. Com
Clint Eastwood, Bradley Cooper, Lau-
rence Fishburn. Leo Sharp coleciona
umasériedehonrasque vãodesdede
prêmios por seus trabalhos como
paisagista e decorador até o reco-
nhecimento por ter lutado contra os
nazistas durante a 2ª Guerra Mundial.
No entanto, foi aos 90 anos que
conquistou algo surpreendente: ele foi
preso por portar o equivalente a três
milhões de dólares em cocaína no seu
carro, uma picape velha, no Michigan.
Sharp era o líder do Sinaloa, um cartel
de drogas no México e foi sen-
tenciado à três anos de cadeia. A
sinopse oficial ainda não foi divulgada.
Kinoplex Praia da Costa, sala 3: 14h,
16h30, 19h, 21h25. Cinemark Vi-
tória, sala 4: 12h, 14h40, 17h20,
20h.
Minha Fama de Mau
(Brasil, 2019). Musical. Direção: Lui
Farias. Com Chay Suede, Gabriel Leo-
ne, Malu Rodrigues. Lutando para
sobreviver e se virando com pe-
quenos trabalhos, o jovem Erasmo
Carlos alimenta uma paixão: o rock
and roll. Fã de Elvis Presley, Bill Halley
& The Comets e Chuck Berry, ele
aprende a tocar violão e passa a
perseguir a ideia de viver da música.
Misturando talento e um pouco de
sorte, ele conquista a admiração do
apresentador de TV Carlos Imperial,
um cara influente no meio artístico, e
através dele conhece o cantor Ro-
berto Carlos, com quem começa a
compor diversas canções. A parceria
dá muito certo e o sucesso logo
chega, transformando para sempre a
vida de Erasmo. Cinemagic Norte
Sul, sala 3: 17h10, 19h25, 21h40.
Kinoplex Praia da Costa, sala 5:
16h10, 18h40, 21h10. Cinemark Vila
Velha, sala 4: 14h30, 17h20, 20h.
Cinemark Vitória, sala 7: 13h30,
16h10, 18h50, 21h40.
As Ineses
( Las Ineses, Brasil, Argentina, 2018,
85 min). Comédia. Direção: Pablo José
Meza. Com Valentina Bassi, Brenda
Gandini, André Ramiro. Além de ami-
gas e vizinhas, Carmen e Rosa pos-
suem uma série de estranhas e pe-
culiares coincidências entre si. Elas
possuem o mesmo sobrenome, dão a
luz no mesmo dia e seus filhos
nascem no mesmo hospital. Mas
quando os casais observam as crian-
ças, eles notam que uma troca pode
ter sido feita por engano e decidem
dar o mesmo nome aos dois bebês
para evitar maiores problemas. Cine
Metrópolis: 16h30.
EM CARTAZ
Uma Aventura Lego 2
(The LEGO Movie 2: The Second Part,
EUA, 2019, 107 min). Aventura. Di-
reção: Mike Mitchell. Com Maya Ru-
dolph, Jadon Sand, Brooklynn Prince.
Cinco anos após os eventos do pri-
meiro filme, a batalha contra inimigos
alienígenasfazcomqueacidade Lego
torne-se Apocalipsópolis, em um fu-
turo distópico onde nada mais é
incrível. Neste contexto, Emmet cons-
trói uma casa para que possa viver ao
lado de Lucy, mas ela ainda o con-
sidera ingênuo demais. Quando um
novo ataque captura não apenas Lucy,
mas também Batman, Astronauta,
UniKitty e o pirata, levando-os ao
sistema planetário de Manar, cabe a
Emmet construir uma espaçonave e
partir em seu encalço. No caminho ele
encontra Rex Perigoso, um navegante
solitário que decide ajudá-lo em sua
jornada. Cinesercla Linhares, sala 2
(dub.): 16h05. Cine Unimed, sala 4
(dub.): 16h15. Cine Ritz Perim Cen-
ter, sala 3 (3D/dub.): 16h15. Cine-
sercla Montserrat, sala 4 (dub.):
16h30, 18h40. Cinemagic Norte
Sul, sala 4 (dub.): 13h20, 15h30.
Cinépolis Moxuara, sala 5
(3D/dub.): 15h30. Cine Ritz Gua-
rapari, sala 2 (dub.): 17h10. Kinoplex
Praia da Costa, sala 6 (dub.): 13h35.
Cine Ritz Aracruz, sala 2 (dub.):
16h30. Cine Ritz Conceição, sala 1
(dub.): 17h, 19h. Multiplex Serra, sala
2 (dub.): 16h. Cinemark Vila Velha,
sala 5 (dub.): 16h. Cinemark Vila
Velha, sala 6 (dub.): 14h, 16h30.
Cinemark Vitória, sala 5 (dub.):
13h15, 15h50 (3D). Cinemark Vi-
tória, sala 8 (dub.): 12h.
VVVVV A Favorita
(The Favourite, EUA, Reino Unido, Ir-
landa, 2019, 120 min). Drama. Direção:
Yórgos Lánthimos. Com Olivia Col-
man, Rachel Weisz, Emma Stone. Na
Inglaterra do século XVIII, Sarah Chur-
chill, a Duquesa de Marlborough exer-
ce sua influência na corte como con-
fidente, conselheira e amante secreta
da Rainha Ana. Seu posto privilegiado,
no entanto, é ameaçado pela chegada
de Abigail, nova criada que logo se
torna a queridinha da majestade e
agarra com unhas e dentes à opor-
tunidade única. Cine Jardins, sala 1:
17h, 21h15. Kinoplex Praia da Costa,
sala 6: 21h05.
Escape Room
(EUA, África Do Sul, 2019, 99 min).
Suspense. Direção: Adam Robitel.
Com Taylor Russell McKenzie, Logan
Miller, Deborah Ann Woll. Passando
por momentos complicados em suas
respectivas vidas, seis estranhos aca-
bam sendo misteriosamente convi-
dados para um experimento inusi-
tado: trancados em uma imersiva sala
enigmática cheia de armadilhas, eles
ganharão um milhão de dólares caso
consigam sair. Mas quando percebem
que os perigos são mais letais do que
imaginavam, precisam agir rápido pa-
ra desvendar as pistas que lhes são
dadas. Cinemagic Norte Sul, sala 4
(dub.): 17h40, 21h50. Cinépolis Mo-
xuara,sala1(dub.):22h05.Cinépolis
Moxuara, sala 5 (dub.): 17h50,
20h30. Kinoplex Praia da Costa,
sala 4: 16h15 (dub.), 18h30 (dub.),
20h40. Multiplex Serra, sala 5
(dub.): 16h, 21h. Cinemark Vila Ve-
lha, sala 6 (dub.): 19h, 21h30. Ci-
nemark Vila Velha, sala 7 (dub.):
17h. Cinemark Vitória, sala 2 (dub.):
12h45. Cinemark Vitória, sala 5:
18h20, 20h45.
VVVV Fevereiros
(Brasil, 2019, 73 min). Documentário.
Direção: Marcio Debellian. Com Maria
Bethânia, Caetano Veloso, Chico Buar-
que de Hollanda. O documentário foi
responsável por registrar a vitória da
escola de samba carioca Estação
Primeira de Mangueira em 2016, que
teve um enredo homenageando a
cantora baiana Maria Bethânia. Além
de filmar a escola e os preparativos do
barracão, a produção ainda acom-
panhou a cantora nas festas da Nossa
Senhora da Purificação, na Bahia. Ci-
ne Metrópolis: 18h.
VVVVV Vice
(EUA, 2018, 132 min). Biografia. Di-
reção: Adam McKay. Com Christian
Bale, Amy Adams, Steve Carell. Na
juventude, Dick Cheney se aproximou
do Partido Republicano ao ver na
política uma grande oportunidade de
ascender de vida. Para tanto, se apro-
xima de Donald Rumsfeld e logo se
torna seu assessor direto. Com a
renúncia do ex-presidente Richard Ni-
xon, os poucos republicanos que não
estavam associados ao governo ga-
nham imediata importância e, com
isso, tanto Cheney quanto Rumsfeld
retornamà esfera de poderdopartido.
Décadas depois, com a decisão de
George W. Bush em se lançar can-
didato à presidência, Cheney é cor-
tejado para assumir o posto de vi-
ce-presidente. Ele aceita, mas com
uma condição: que tenha amplos
poderes dentro do governo, caso a
chapa formada seja eleita. Kinoplex
Praia da Costa, sala 2: 15h35. Ci-
nemark Vitória, sala 8: 20h15.
Uma Nova Chance
(Second Act, EUA, 2019, 104 min).
Direção: Peter Segal. Com Jennifer
Lopez, Leah Remini, Vanessa Hud-
gens. Maya é uma caixa de su-
permercado insatisfeita com sua vida
profissional. Porém, tudo muda com
uma pequena alteração em seu cur-
rículo e suas redes sociais. Com sua
experiência das ruas, habilidades ex-
cepcionais e a ajuda de seus amigos,
ela se reinventa e se torna uma
executiva de sucesso. Cine Unimed,
sala 4: 18h30 (dub.), 20h40. Ki-
noplex Praia da Costa, sala 2:
13h20. Cine Ritz Conceição, sala 1
(dub.): 21h. Cinemark Vila Velha,
sala 3 (dub.): 12h45.
VVVV Creed II
(EUA, 2018, 130 min). Drama. Direção:
Steven Caple Jr.. Michael B. Jordan,
Sylvester Stallone, Tessa Thompson.
Adonis Creed saiu mais forte do que
nunca de sua luta contra 'Pretty' Ricky
Conlan,esegue sua trajetória rumo ao
campeonato mundial de boxe, contra
toda a desconfiança que acompanha
a sombra de seu pai e com o apoio de
Rocky. Sua próxima luta não será tão
simples, ele precisa enfrentar um
adversário que possui uma forte li-
gação com opassadode sua família,o
que torna tudo ainda mais complexo.
Cine Via Sul, sala 1 (dublado): 21h15.
Cinemark Vila Velha, sala 5 (du-
blado): 21h40. Cinemark Vitória,
sala 3: 21h.
VEJA NA
INTERNET
Confira a grade completa em
www.gazetaonline.com.br/
entretenimento
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019 VIPS PDFMATÉRIA DE CAPA C2 | 3 RICARDO MEDEIROS - 07/09/2018

Silva em show no
último Viradão
Vitória, em 2018

| LEIS DE INCENTIVO À CULTURA |

Prefeituras explicam “sumiço”

Vitória, Vila Velha e
Serra suspenderam
projetos de incentivo
à cultura
NAIARA ARPINI
narpini@redegazeta.com.br
Enquanto Cariacica ainda
tem sua lei de incentivo à
cultura funcionando, ou-
tras cidades da Grande Vi-
tória suspenderam as
suas. Confira a explicação
de cada uma.
VITÓRIA
A Lei Rubem Braga foi
criada em 1991. O último
edital foi publicado em
2015. De acordo com o se-
cretário de Cultura, Fran-
cisco Grijó, ela foi tempo-
rariamente suspensa em
2016paraumareformula-
ção do texto da lei.
“A gente considerava a
lei muito boa, muito im-
portante para classe artís-
tica, mas precisava de
ajustes. Muitos proponen-
tes pegaram dinheiro pú-
blico e não prestaram con-
tas. Nós precisávamos rea-
ver esse dinheiro retido,
precisávamos ter uma no-
va postura”, explica.
Com a reformulação, o
novo texto da lei, que ainda
deve passar pela aprovação
da Câmara Municipal, traz
mudanças importantes. No
lugar da modalidade de re-
núncia fiscal, os contem-
plados vão receber o repas-
se diretamente da prefeitu-
ra. Além disso, outros gru-
pos foram incluídos na lei,
como games, cultura
afro-brasileira, arte digital
e novas tecnologias.
A previsão é de que um
novo edital seja lançado
ainda este ano.
VILA VELHA
O último edital da Lei
Homero Massena foi lan-
çado em 2012, a suspen-
são temporáriatambém se
deve à necessidade de
adaptação. A lei foi criada
quando a Cultura ainda
era uma subsecretaria vin-
culada à Secretaria de
Educação.
“Éumproblemaestrutu-
ral. Não se pode tocar um
projeto que esteja com or-
çamento vinculado a uma
estrutura e capitaneado em
uma estrutura diferente. As
adaptações são necessárias
porque são orçamentá-
rias”, explica o secretário
Maciel de Aguiar.
A prefeitura está fazen-
do estudos técnicos no
corpo da lei e que a previ-
são é de que um novo edi-
tal seja lançado no segun-
do semestre deste ano.
Além de alterações que
garantam mais agilidade
no processo, a secretaria
quer providenciar mais
orientação aos artistas pro-
ponentes de projetos. O ob-
jetivo é transpor gargalos
comuns nessa área, como a
prestação de contas.
SERRA
A Lei Chico Prego é de
1999, e o último edital foi
lançado em 2016, mas os
contemplados nem chega-
ram a receber o incentivo.
De acordo com o secre-
tário de Turismo, Cultura,
Esporte e Lazer, Alessan-
dre Motta, uma modifica-
ção na lei causou a falta de
pagamento e a impossibi-
lidadedenovoseditaisnos
anos seguintes.
Ele explicou que em
2017 os projetos aprova-
dos seriam contemplados,
mas houve uma interven-
ção da Câmara Municipal
para a mudança de um ar-
tigo da lei, que tratava do
repasse da verba.
Se por um lado, havia o
entendimento de que o re-
passe deveria ser feito dire-
tamente para o contempla-
do, por outro, havia a inter-
pretação de que a verba de-
veria ser destinada através
da renúncia fiscal.
Segundoele,adiscussão
se estendeu até 2017,
quando a prefeitura deci-
diu reestruturar a lei. Ago-
ra,agestãoaguardaaapro-
vação do projeto de lei na
Câmara Municipal. O obje-
tivo da prefeitura, de acor-
docomMotta,équeumno-
voeditalsejalançadonose-
gundo semestre deste ano.

ASSESSORIA DE IMPRENSA CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM

Cachoeiro vai apoiar 29 projetos

A Grande Vitória pode
não ter a maioria de suas
leis de incentivo em fun-
cionamento, mas em Ca-
choeiro de Itapemirim, a
Lei Rubem Braga anda a
todo vapo. Dos 104 proje-
tos inscritos, 29 vão ser de-
senvolvidos em Cachoeiro
com apoio da prefeitura.
As propostas foram
contempladas no último
edital, de 2018. A lista
com todos os vencedores
foi publicada na edição de
terça-feira (12) do Diário
Oficial da cidade.
Desse total, 24 projetos
foram contemplados por
área e outros cinco, por te-
rem alcançado nota para
aprovação de quaisquer
outras áreas culturais,
conforme dispõe o edital,
quando em casos de recur-
sos remanescentes ou va-
cância de propostas em al-
gumaárea,oqueénovida-
de na lei.
Cada proponente vai
receber até R$ 18 mil. O
investimento previsto no
edital, ao todo, é de R$
575.915,00.
De acordo com a con-
sultorainternadaSecreta-
ria de Cultura do municí-
pio, que é responsável pe-
la gerência das leis de in-
centivo, os editais têm si-
do publicados todos os
anos desde a “estreia”, em
2009.
“O único contratempo
que tivemos foi em 2016,
quando um problema ad-
ministrativo fez com que
tivesses que cancelar o
edital. Mas ele foi substi-
tuído por duas edições da
lei em 2017. Fizemos dois
para não perder aquele re-
cursos que estava disponi-
bilizado”, explicou. Teatro Rubem Braga, em Cachoeiro de Itapemirim, recebe projetos apoiados
4 | C2 VIPS PDF DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019

RENATA RASSELI zig-zag@redegazeta.com.br

(27) 3321-8516

ZIG ZAG
@zigzag_ag

Doutor
capixaba
em favela
digital
David Nemer, 34 anos, é um capixaba
que virou referência no mundo
estudando antropologia da
informática, ou seja, como a
tecnologia transforma comunidades.
Graduado em Ciências da
Computação pela Faesa e em
Administração, pela Ufes, David mora
desde 2010 em Lexington (EUA), onde
é professor e pesquisador na
Universidade do Kentucky. Autor do
livro “Favela Digital”, o PhD
comemora: sua pesquisa sobre
internet em Cuba virou política
pública neste mês. “Graças ao relatório
da minha pesquisa, os cubanos podem
ter internet no celular. Todo cidadão
tem direito à informação”, diz. “Favela
Digital” analisa as diversas formas de
utilização da tecnologia digital nas
favelas de Vitória, sua terra natal. Referência em antropologia da informática.
O professor e pesquisador David Nemer, que já realizou projetos com Google, Microsoft e Intel, estuda como a tecnologia
transforma comunidades. Neste ano, vai se dedicar ao estudo das fake news. FOTO: SHAD GROSS
Fake news
O autor agora quer expandir suas
pesquisas para Índia e volta a Cuba em PAPO COM RR Família e hobby
julho próximo, para novos estudos. Filho de Gláucia Baião, ex-diretora de
Ainda em 2019, David pretende avançar grande escola em Vitória, David
suas pesquisas em fake news. “Escrevi 1 Não saio de casa sem: meu café 6. O livro: “Desenvolvimento como credita seu amor pela profissão de
recentemente um artigo no ‘The para viagem. Liberdade”, Amartya Sen. professor à família. Morando fora da
Guardian’ sobre formas de monitorar o Ilha desde 2007, quando foi para
compartilhamento de conteúdos falsos e 2. Abro um sorrisão quando: recebo 7. O filme: “Estrelas Além do Tempo”. Alemanha fazer mestrado em Ciência
como cada um pode combater essa fotos do meu afilhado, Aloizio Neto. de Theodore Melfi. da Computação, David mantém
prática que leva à desinformação”, contato com amigos via “zap zap”,
conta. Para ele, a imprensa torna-se 3. Viagem dos sonhos: Tsingy 8. Festa boa tem: gente interessante. mas visita sua terra nas festas de final
(Floresta de Pedra), Madagascar. O resto se improvisa.
ainda mais importante nesta era de de ano e em ocasiões especiais como
avalanche de informações nas redes casamentos de amigos. Torcedor do
4. Viagem que virou realidade: 9. Moda é: checar informação e evitar
sociais. “O jornalista faz esse filtro e Oceania (Australia, Nova Zelandia, e fake news. Botafogo, David também gosta de
checa antes de publicar”, defende. Neste Fiji). praticar vôlei de praia. “Só que aqui é
mês, o professor contou a sua história na 10. O lugar do ES: as formigas só areia né, porque quem dera que
série “Trabalhar no Exterior” do G1, que 5. A música: “This is America”, de bordadeiras, na Serra. aqui tivesse praia”, brincou o
mostra a história de brasileiros que Childish Gambino. capixaba que concedeu a entrevista
seguem carreira em outras partes do pelo telefone, num dia de inverno
mundo. rigoroso no EUA.

Tratamentos terapêuticos holísticos, para aqueles que

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DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019 VIPS PDF C2 | 5
Rainha da folia Dieta da folia
“Será o melhor carnaval “Duas taças por dia é o suficiente.”
da minha vida.” MYLLA RIBEIRO, musa da Tuiuti, revela que toma champanhe para
SABRINA SATO, apresentadora, que vai desfilar depois emagrecer para desfilar na Sapucaí
da chegada da filha, Zoe, de dois meses e meio

RR FLASH
FOTOS: MÔNICA ZORZANELLI

Heliene Del Esposti e Ana Paula Gimenes

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6 | C2
HORÓSCOPO
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(21 JUN. A 21 JUL. )
Assituaçõesmaiscríticasnotra-
balhosãotambémasquetra-
zemassoluçõesmaisbrilhantes.
Enfrenteascrisescomvigore
tudosemodificaráparamelhor.
QUADRINHOS
RECRUTA ZERO Greg & Mort Walker
SAMANTA Alpino
32 DENTES Venes Caitano
OS PASSARINHOS Estevão Ribeiro
VIPS PDF
LEÃO
(22 JUL. A 22 AGO. )
Asvisõesdofuturotendemaser
brilhantesealtamenteatraen-
tes.Seusrelacionamentosga-
nhammuitoaoteremumprojeto
queosleveanovoshorizontes.
VIRGEM
(23 AGO. A 22 SET. )
Aatividadeprofissionaldivi-
de-seentreosbonsapoiosque
chegamnahoracerta,eospla-
nosquenãoavançamporquea
organizaçãonãoestábemfeita.
LIBRA
(23 SET. A 22 OUT. )
UranoemharmoniacomoSol
faladedisposiçõesrenovadas
quantoaopensamentoedo
quantoessaaberturadamenteo
aproximadaspessoas.
ESCORPIÃO
(23 OUT. A 21 NOV. )
Aspequenasmudançasnaroti-
naenadisposiçãoemseularpo-
derãofazermaravilhasemter-
mosdelhedarmaisliberdade
paraosrelacionamentos.
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
SUDOKU
SAGITÁRIO O Sudoku é um tipo
(22 NOV. A 21 DEZ. ) de desafio lógico ja-
Asrelaçõesafetivasvivemclima ponês. As regras: o
deliberdadequantoaossenti- jogador deve preen-
mentoseassuasmanifesta-
ções.Hojevocêpodeviraconhe-
cher o quadrado
cerapessoaamada. maior, que está divi-
dido em nove grids,
com nove lacunas
CAPRICÓRNIO
(22 DEZ. A 20 JAN. ) em cada um, de for-
Asrotinasdomésticastendema ma que todos os es-
lheagradarbemmaisevocê paços em branco
quercontribuiratématerial- contenham números
menteparaobemestarfamiliar de 1 a 9. Os algaris-
easmelhoriasemseular.
mos não podem se
repetir na mesma co-
AQUÁRIO luna, linha ou grid
(21 JAN. A 19 FEV. )
Acomunicaçãotresloucadaefo-
radosensocomumresultana
expressãodoquedemaisessen-
cialtemadizer.Nadademeias
palavras.
PEIXES
(20 FEV. A 20 MAR. )
Usandoosrecursosdemaneira
inovadoravocêterámaisliber- PALAVRAS CRUZADAS
dadediantedosobstáculosa
queestásubmetido.Mudea
configuraçãodassituações.
SOLUÇÕES
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019
NOVELAS
AMANHÃ
Malhação 17h30 - Gazeta 4
Rafael discute com Gabriela
sobre o reconhecimento de
paternidade de Alex e Flora.
Vinícius teme que Rafael volte
a se embriagar. Flora volta pa-
ra casa. Michael e Álvaro so-
frem por Santiago e Verena.
Rafael beija Solange, e Gabrie-
la vê.
Espelho da Vida 18h20 – Gazeta 4
Cris/Julia chantageia Eugênio,
que decide manter o emprego
de Bendita. Alain retoma a di-
reção das gravações de seu
filme. Danilo penhora as joias
de Julia, e o dono da loja as
reconhece. Alain vai até a ca-
sa de Julia, e é surpreendido
por André.
Verão 90 19h30 – Gazeta 4
Jerônimo descobre que foi en-
ganado por Vanessa e a hu-
milha na frente de todos. Ála-
mo não dá importância para
as visões de Madá. Lidiane vi-
bra ao saber que Manu pas-
sou no teste. Janaína e Her-
culano seguem Vanessa e
chegam à casa onde está Je-
rônimo.
O Sétimo Guardião 21h15 – Gazeta 4
Valentina se livra da ameaça
de prisão. Valentina explica a
Feijão por que ele precisa dei-
xar sua casa. Neide sonda com
as meninas do cabaré sobre a
entrada de um novo hóspede
na pousada. Luz fica intrigada
com o colar da Irmandade que
encontra em um baú. Gabriel
procura Feijão.
NOVO TALENTO
Giulia Be comemora música em novela
Cantora de 19 anos se
emocionou ao ouvir
“Too Bad” na trilha de
“O Sétimo Guardião”
AMANDA PINHEIRO
“Foi o maior marco em to-
da a minha vida!”, empol-
ga-se Giulia Be, ao lem-
brar do momento em que
soubequesuamúsica“Too
Bad” estaria na trilha so-
nora de “O Sétimo Guar-
dião”. Disponível desde o
início de fevereiro nas pla-
taformas digitais, o single
queétemadapersonagem
Laura, interpretada por
Yanna Lavigne, já era um
sucesso na internet e ocu-
pava o terceiro lugar no
Shazam Brasil, aplicativo
musical. O clipe da canção
também já foi lançado.
Aos 19 anos, a carioca
chama atenção pelo tim-
bre ao mesmo tempo gra-
ve e doce, com um estilo
VIPS PDF
TERÇA
Jade e Bárbara se preocupam
com Gabriela, que parte com
Flora e Paulo. Breno sequestra
Verena. Gabriela batiza o blo-
co de Carnaval dos alunos. Fa-
biana relata a Solange suas
exigências como presidente
do Grêmio. Breno chega com
Verena a seu cativeiro.
André afirma a Alain que ele
precisa aproveitar sua nova
chance e compreender o que
está vivendo. Nas sessões de
regressão, Daniel descobre mais
coisas sobre Julia. Cris/Julia se
prepara para fugir com Danilo.
Eugênio descobre que as joias
de Julia foram penhoradas.
Vanessa chantageia Jerônimo,
que se vê obrigado a hospe-
dar a moça. Janaína diz a Her-
culano que prefere guardar
segredo sobre seu relaciona-
mento, até que saia o divórcio
do cineasta. Mercedes contra-
ta um marinheiro para foto-
grafar Gisela e Herculano jun-
tos no barco.
Judith pensa na possibilidade
de adotar Feijão. Robério fica
fascinado com o conhecimen-
to de Marcos Paulo. Valentina
vasculha o local da queda de
Feijão, sem perceber que está
sendo observada. Valentina
cai no buraco que dá acesso
ao labirinto para a fonte.
que tem cara de novidade:
um pop progressivo, que
ainda não é comum entre
as cantoras brasileiras.
Também compositora,
Giulia fala sobre sua rela-
ção com o universo artísti-
co. Ela trancou a faculda-
de de Direito para realizar
seu grande sonho:
“Desde os 6 anos eu to-
co piano. Componho des-
de os 8 e sempre tive essa
veia artística. Minha avó
era atriz, mas fui a primei-
ra da família a ir para o la-
do do canto”.
O clipe de “Too Bad”,
que tem participação do
ator Gabriel Calamari, é
baseado numa lenda do
sagrado feminino e tem
um pouco de sua história
também.
“Aos 16 anos, terminei
um relacionamento tóxi-
co. Depois disso, passei a
me amar, me valorizar. Foi
QUARTA
Álvaro se desespera com o de-
saparecimento de Verena. Flo-
ra insiste em conversar com
Alex sobre Rafael. Maria Alice
discute com Alex. Jade aceita
ser a rainha do Bloco Saliência.
Antônio comenta com Gabrie-
la, Álvaro e Márcio que Breno
lhe contou que iria casar.
Danilo se surpreende com o
apoio de Augusto à sua fuga
com Cris/Julia. Eugênio de-
nuncia Danilo para o inspetor
de Polícia, e ameaça Bendita.
Hildegard se revolta contra
Danilo e renega o filho diante
de Augusto. Danilo é preso.
Herculano deixa claro a Gisela
que só está no barco com ela
por Isadora. Janaína desconfia
da demora de Herculano. Gal-
dino consegue escapar de
João. Lidiane impede que
Adriane beije Patrick. Jerôni-
mo se assusta ao ver João
apresentando o Vibration.
Sampaio marca o local da
queda de Valentina, e Murilo
vê. Júnior se desculpa pelo
beijo que deu em Luz. Walid
pede que Diana esqueça a de-
claração. Mattoso chega ao
cabaré de Ondina. Júnior, Sós-
tenes e Luz se espantam ao
ver Gabriel e Murilo chegarem
ao restaurante de Tobias.
“Quando vi a
abertura, que
é da banda
Fleetwood Mac,
eu já gostei. Mas
ao ouvir ‘Too Bad’
não acreditei,
quase explodi
de alegria”
GIULIA BE CANTORA
um aprendizado e tentei
mostrar um pouco disso
ali”, relata.
Noveleira, Giulia con-
fessa que ficou emociona-
da ao ouvir sua música na
novela. “Quando vi a aber-
tura, que é da banda Fle-
etwood Mac, uma das mi-
nhasfavoritas,eujágostei.
Mas ao ouvir ‘Too Bad’ não
QUINTA
Tito e Garoto encontram Alex,
desacordado. Gabriela aciona
a polícia sobre o desapareci-
mento de Verena. Hugo e
Dandara se beijam. Álvaro en-
contra Verena. Tito conta a
Alex sobre o acidente. Rafael
afirma a Solange que não
quer mais vê-la.
Danilo afirma ao Inspetor que
não roubou as joias de Julia.
Gustavo encontra Cris/Julia e
informa sobre o ocorrido com
Danilo. Otávio impede que
Gustavo atire contra Danilo.
Abigail e Zezé descobrem que
foram enganadas por Aristi-
des. Cris/Julia visita Danilo.
Jerônimo se irrita com o su-
cesso de João. Mercedes
apresenta Jerônimo/Rojê a
Herculano, que reconhece o
filho de Janaína, mas disfarça.
Gisela sofre um acidente. João
pede Manu em casamento.
João exige que Jerônimo re-
vele sua real identidade a
Quinzinho.
Gabriel se entristece ao ver
Luz e Júnior juntos. Marilda
prepara um banho para Eurico
com a água da fonte. Neide vê
Murilo no restaurante e des-
maia. Luz pede um tempo a
Júnior. Stella manda Lucilene
servir um suco para Mirtes.
Murilo decide conversar com
Sóstenes.
acreditei, quase explodi de
alegria”, conta Giulia, que
diz torcer para a persona-
gem: “Espero que Laura
supere tudo até o fim da
trama. Sou feminista e dei-
xo isso explícito nas mi-
nhas letras. Sobre as frus-
trações emocionais, tento
colocar sempre de uma
maneira alegre, pra quan-
do as mulheres ouvirem,
sentirem-se bem e pensa-
rem ‘olha, você quem me
perdeu’ (risos)”.
PROJETOS
Fã de Dua Lipa e Ed She-
eran, a jovem artista faz
muitos planos para 2019,
que só está começando:
“Este será o ano das no-
vidades. No primeiro se-
mestre, vou lançar músi-
cas e estou muito grata
com tudo isso. Espero que
as pessoas curtam”.
(Agência O Globo)
SEXTA
Verena golpeia Breno, que fica
desacordado. Márcio chega
com a polícia à Ilha, e Breno é
preso. Heitor envia uma men-
sagem a Tito e Garoto da Gré-
cia. Vinícius convida Alex para
coordenar um projeto na ONG
e o questiona sobre Rafael.
Augusto socorre Cris/Julia.
Daniel comenta com Letícia
sobre sua infância. Piedade
descobre a gravidez de
Cris/Julia e teme pela vida da
filha e da criança. Cris/Julia
pede a Bendita pra ser a ma-
drinha de seu filho.
João conta a Quinzinho a ver-
dade sobre Jerônimo e des-
mascara o irmão na frente de
todos. Jerônimo briga com
João, que acaba caindo de um
barranco. João acorda deitado
no deque, com Nicole sem vi-
da a seu lado. João é preso. O
delegado aguarda o depoi-
mento de Jerônimo.
Sóstenes não aceita falar com
Murilo. Gabriel faz um acordo
com Feijão. Marilda fica ani-
mada com a disposição de Eu-
rico. Mirtes passa mal e des-
cobre que Stella sabotou sua
bebida com seus laxantes.
Aranha faz uma revelação du-
rante o almoço de família.
Giulia promete novas músicas ainda neste semestre
C2 | 7
SÁBADO
Alain quase cede às tentativas
de sedução de Isabel. Bendita
ajuda Cris/Julia e Danilo a se
comunicarem. Ana e Flávio le-
em o diário de Julia e con-
versam sobre suas vidas pas-
sadas. Nas sessões, Daniel
descobre que Danilo teve um
filho com Julia.
Jerônimo diz ao delegado que
João chegou alterado à festa.
Lidiane não deixa Manu ir à
delegacia ver João. Moana ga-
rante a Murilo que João é ino-
cente. Giovanna conta a Ja-
naína que o depoimento de
Jerônimo prejudicou João. Ja-
naína se oferece para depor
contra Jerônimo.
Mirtes se desespera ao des-
cobrir que Mattoso está hos-
pedado na pousada. Aranha
tem uma conversa séria com
Stella. Gabriel diz que Murilo
precisa confiar em Luz. Sós-
tenes decide conversar com
Murilo, e Luz vai atrás do avô.
Firmina teme ao ver Olavo
chegar ao restaurante.
GABRIEL SAMPAIO/DIVULGAÇÃO
8 | C2 VIPS PDF DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO DE 2019

Autoral

TV& FAMOSOS
Com Patrícia Kogut
Rafael Cortez, que participou do programa
“Popstar” em 2017, na Globo, assinou com a
Sony Music para lançar um disco em abril,
com composições próprias.

Capítulo 100 Elite

tem tentativa
de estupro
A estreia de Kaysar Dadour Camila Márdila fará
“Onde Está Meu Cora-
O 100º capítulo de “O
Sétimo Guardião” vai
como ator em “Órfãos da Terra” ção”, série de George
Moura e Sergio Golden-
berg dirigida por Luisa
mostrar Sampaio (Mar- PAULO BELOTE/TV GLOBO

cello Novaes) tentando Aqui está Kaysar Dadour Lima. Ela viverá uma
estuprar Valentina (Lilia caracterizado como Fau- mulher muito rica de
Cabral). Ele aceita se li- ze, de “Órfãos da Terra”, São Paulo.
vrar do corpo de Laura a próxima novela das
(Yanna Lavigne) em tro- 18h da Globo, escrita
ca de uma noite com a por Thelma Guedes e Surfe e voo livre
madame. Só que a vilã Duca Rachid. O ex-BBB Marcelo Rubens Paiva
enrola o cara e ainda interpretará um dos ca- fará o roteiro do filme
transa com Murilo pangas de Sheik Aziz sobre Pedro Paulo Car-
(Eduardo Moscovis). Abdallah (Herson Ca- neiro Lopes, o Pepê.
Descontrolado, Sampaio pri). “Ele é o fiel do
invade o quarto da pa- sheik e pensa estar fa-
troa e tenta transar com zendo tudo certo. Se o Cultura pop
ela à força, chegando a sheik manda Fauze fazer Eduardo Sterblitch e a
rasgar sua roupa. Valen- qualquer coisa, seja cor- diretora Patricia Pedrosa
tina se livra batendo o reta ou errada, ele só en- no cenário do quarto do
abajur na cabeça dele. xerga verdade no pa- personagem dele em
trão”, define o sírio, que “Shippados”. A série, pa-
elogia o colega de elen- ra o Globoplay, está sen-
Guerra co: “Fico observando do gravada no Rio.
declarada Herson em tudo: o jeito
Valentina só não imagi- de falar, andar, respirar.
nava que Sampaio tives- Ele é demais”.
se mentido para ela so- Animado, Kayzar diz
bre a morte de Laura. aproveitar cada momen-
Ela ouve Olavo (Tony to das gravações, inicia-
Ramos) falando com a das no dia 7 de janeiro,
filha ao telefone e rom- no Palácio Quitandinha,
pe sua parceria com o em Petrópolis, no Rio de
capanga, declarando Janeiro. “Damos muita
guerra contra ele. risada nos bastidores.
Fui bem recebido por to-
do mundo, com muito
carinho. Visitei a cate-
dral e o centro da ci-
dade. Quero trazer mi-
nha família para conhe- NOTAS
cer, quero voltar para
passear”.

Talentosa
10
Para Alinne Moraes,
Sem preocupação que deu um show em
Claudia Leitte e o rap- “Espelho da Vida” a
per Hungria Hip Hop semana inteira com
sobem juntos ao palco suas duas vilãs.
do “The Voice Kids” de Tem sido uma
hoje. “Saudade”, músi-
alegria acompanhar
ca lançada pelos dois
no dia 30 de janeiro, o amadurecimento
será a canção apresen- da atriz.
tada por eles na pri-
Missão delas meira tarde de “Bata-
Laerte Coutinho foi en-
trevistada por Linn da
Quebrada e Jup do Bair-
ro para o “TransMissão”,
lhas”. Já sabendo que
estava grávida, a can-
tora deixou o salto de
lado para requebrar
sem preocupação. Sem noção
0
novo programa do Canal FOTO: Isabella Pinheiro/
Brasil. Elas falaram so- TV Globo Para o “Bem Estar”
bre religião. A atração de anteontem, que
estreia em junho. usou o gancho do
rapaz morto por um
segurança num
Transcenderão supermercado no Rio
Vera Fischer e Luciana para explicar os riscos
Paes também aparece- de engasgos e ensinar
rão no passado em “Es- manobras de
pelho da Vida”. Elas sur- emergência.
girão como mãe e filha.
 VIPS PDF

A costureira Jesuína
Rodrigues Salomão é uma
DOMINGO, 17 DE FEVEREIRO
das mais disputadas pelas DE 2019 – ANO XI – Nº 456
agremiações. “Faço tudo
com muito capricho,
pensando na escola”

Elas viram noite, deixam de passear e, se for preciso, mudam-se de mala e cuia
para o barracão a fim de dar conta de entregar todas as fantasias das escolas de samba

COSTURANDO PAIXÃO
 VIPS PDF

2 REVISTAAG 17 DE FEVEREIRO DE 2019

 VIPS PDF

ÍNDICE
09
Comer sem culpa
Suculento é pouco para
definir o bife de chorizo
com chimichurri dos
chefs Pablo Pavon e
Barbara Verzola.
16
06 Dicas da Nanda
Flores As bolsas metalizadas
em você estão com tudo e ficam
Flores, bem nos mais diversos
looks, como mostra
corações,
Fernanda Trindade.
estrelas,
sol e muito
mais.
Acessórios
prometem 17
fazer a Vai levar seu mascote
cabeça das pra pular carnaval?
apaixonadas Que tal investir em
por carnaval. uma fantasia que é
coleira?

SEM ELAS NÃO TEM FOLIA

SEJA
BEM-
VINDO
“EU FAZIA a escola inteira, “Este ano completo 44 carnavais”, conta, orgulhosa.
todas as alas. Já teve época em Assim como ela, outras três costureiras apaixonadas
que coloquei a escola toda na por carnaval falam, em nossa matéria de capa, que já
avenida em dois meses. Quan- perderam as contas da quantidade de fantasias que
do eu era nova, trabalhava dia e fizeram e de o quanto sofrem e torcem por suas
noite e tinha uma equipe de 23 escolas. Ou seja, sem elas não tem folia. Como
pessoas no barracão. Eu ia de sexta-feira já é carnaval no Sambão do Povo, além das
mudança, com geladeira, col- lembranças das donas da fantasia, a gente antecipa
PALAVRA chão e fogão.” Basta ler esse pra você tudo o que vai rolar no camarote da Rede
DA EDITORA depoimento pra sentir a paixão Gazeta e dá dicas de makes, looks e acessórios pra
envolvida na relação costureira-escola. E se alguém chegar chegando por lá. E tem também carnavalescos
mais desatento deixar isso passar batido, o brilho nos conhecidos apontando qual foi o carnaval memorável
olhos de dona Marlene, a autora, denuncia rapi- da vida deles. Espero que goste das histórias, de
damente. Aos 70 anos, ela não cansa de contar as nossas dicas, se anime e caia na folia.
histórias de quando chegava a colocar as fantasias de  

uma escola inteira na avenida, em apenas dois meses. 
  
 

Revista.ag Editora: Mariana Perini – Tel.: (27) 3321-8383. Repórter: Guilherme Sillva. Diagramação: Andressa Machado e Placidino Márcio. Editora de Qualidade: Andréia Pegoretti. Fotos: Editoria
de Fotografia de A GAZETA. Foto de Capa: Marcelo Prest. Foto palavra da editora: Jess Vieira. Tratamento de imagem da capa: equipe de tratamento de imagem. Comercial
Multimídia: Tel.: (27) 3321-8061 | Impressão: Gráfica A GAZETA. Correspondência: Jornal A GAZETA, Rua Chafic Murad, 902, Monte Belo, Vitória-ES, Cep 29.053-315.

17 DE FEVEREIRO DE 2019 REVISTAAG 3

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glossy e muito coloridos não podem faltar
nas makes de carnaval. Inspire-se em uma
destas três opções e desfile personalidade

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P
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ramuitagente,ocarnavaléconhecidoco-
mo“amelhorépocadoano”.Sejaporcon-
tadasmuitasopçõesdeblocosderua,seja
pelosdesfilesnoSambãodoPovo,sejape-
losbailesemclubes,oquevaleésairporaí
embuscadefolia.Parteimportantíssimanesseque-
sito é maquiagem. Uma make criativa e colorida é JÁ EMAR
capaz de divertir, alegrar e compor os mais diferen- BATALHA
tes looks. Pra despertar a criatividade que existe em DESENVOLVEU
você, escolhemos algumas produções de maquia- A COLEÇÃO
dores, que usaram e abusaram das cores, da ilumi- ETHNOS, COM MAXIBRINCOS
nação e – claro! – de muito brilho. QUE SE DESTACAM PELO
TAMANHO E PELAS CORES VIVAS.

Pérolas
para Colorido feito arco-íris
Nesta make ultracolorida, a maquiadora
que te Taynara Andrade utilizou sombras
quero fluorescentes esfumadas, formando as cores
Nesta do arco-íris. Além disso, o brilho foi fixado
produção, com gel de cabelo, o que é uma boa dica para
o maquiador que as makes com glitter durem a noite toda.
Victor
Henriques
utilizou
pérolas para Como um girassol
fazer um Para a produção de
acabamento girassol, também
sofisticado. feita pela AS EXTENSÕES DE CÍLIOS
E, para um maquiadora DECORADAS OU COLORIDAS
olhar TAMBÉM SÃO O “TEM QUE TER”
Taynara Andrade, DA FOLIA. ESTES AÍ SÃO FEITOS
iluminado, o côncavo foi NO STUDIO JENIFFER GORZA, EM
ele optou marcado com VILA VELHA. HÁ OPÇÕES COM
pelo eye sombra marrom, e GLITTER E DEGRADÊS COLORIDOS.
gloss, o destaque ficou
pigmento por conta do glitter
utilizado na no canto interno
pálpebra, que dos olhos e da pele
dá um efeito iluminada, feita
ultraluminoso para trazer a ideia
na make. de girassol, luz e luminosidade.

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6 REVISTAAG 17 DE FEVEREIRO DE 2019

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17 DE FEVEREIRO DE 2019 REVISTAAG 7

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BORA TOMAR UMA? TAYNÃ FEITOSA
jornalista e sommelière de cervejas

Cervejas sem glúten? É 2.

Tássila Session IPA 300ml
possível (e bem gostoso)! Essa belezinha brasileira é feita com o
malte do trigo belga serraceno, lúpulo

1.
americano citra e outros cereais. O
Você aí curte uma cervejinha mas tem
resultado é uma Session IPA muito
problemas com glúten e, por conta disso,
refrescante, com sabores cítricos e
prefere evitar essa nossa bebida tão
Grisette

COLUNISTA/DIVULGAÇÃO
premiada no Concurso Brasileiro de
querida? Pois então, preciso te dizer que...
seu problemas acabaram! O mercado
Bio Gluten Cervejas de Blumenau, Santa Catarina.
brasileiro embarcou de vez nesta tendência Free 250ml Cervejaria Saint Beer, Brasil
Abro mão um pou-
– internacional – e tem investido cada vez
quinho do meu papel Preço médio: R$ 18
mais em cervejas sem a presença da Onde comprar por aqui: Casa do Cervejeiro,
proteína encontrada em cereais, como a técnico de sommeliè-
Bebidas Express e Motor Rockers.
cevada e o trigo. Está cada vez mais fácil re para dizer que,

3.
encontrar rótulos com esse tipo de restrição, pessoalmente, sou fã
seja em casas especializadas ou mesmo em dessa cerveja. Ela é
bons supermercados. leve, muito refres-
cante, tem um amar- Farrapos Sem Glúten
Me lembro que, há uns oito anos atrás,
trabalhei com uma moça celíaca e gor presente e en- Pilsen 600ml
canta ao primeiro A gaúcha Farrapos se orgulha em ser a
apaixonada por cerveja. Por isso,
gole por conta da sua primeira cervejaria do país a fabricar
realizamos muitos happy hours na Casa do
riqueza de sabores. A cervejas sem glúten. O processo de fa-
Cervejeiro, que fica ali no Horto Mercado,
Grisette Bio é total- bricação das cervejas glúten-free da
na Enseada do Suá, um dos poucos
mente orgânica, livre marca (eles também têm cervejas nos
lugares da Capital que tinha cerveja
de qualquer trata- estilos Pale Ale e Malzbier sem a pro-
artesanal - e sem glúten - na época.
mento bioquímico. teína) consiste em retirar o glúten por
As cervejas gluten-free são produzidas com
meio da degradação das enzimas du-
cereais (ou outras fontes de carboidratos, Cervejaria Brasserie rante a fase de fermentação da cerveja.
como os tubérculos) sem glúten ou por St-Feuillien, Bélgica
Tem coloração dourada e amargor leve.
meio de processos superespeciais que Preço médio: R$ 18
quebram as proteínas em certos momentos Onde comprar por aqui: Cervejaria Farrapos, Brasil
da fabricação da cerveja. Inclusive, listei Lojas Mestre-Cervejeiro.com
Preço médio: R$ 16
aqui alguns rótulos incríveis que são a
Onde comprar por aqui: Lojas
provas de que a exclusão da substância não Mestre-Cervejeiro.com
altera o sabor e nem a qualidade da bebida.

8 REVISTAAG 17 DE FEVEREIRO DE 2019

 VIPS PDF
COMER SEM CULPA BARBARA VERZOLA E PABLO PAVON
chefs do Soeta
VITOR JUBINI

Bife de chorizo
com chimichurri RENDIMENTO:
20g de vinagre de vinho tinto 4 PORÇÕES
Ingredientes
(para a salmoura): COMPLEXIDADE:
Ingredientes (para FÁCIL
500 ml de água o bife de chorizo):
50g de sal fino
2 dentes de alho picados 800g de bife de chorizo CUSTO:
óleo, sal e pimenta-do-reino R$ 98,90
Ingredientes (para o
chimichuri) Modo de preparo:
salmoura (já preparada) l Misturar todos os ingredientes e

1 maço de alecrim ferver por alguns minutos. l Aquecer bem uma frigideira e 2 colheres de chimichurri para
1 maço de tomilho colocar um fio de óleo, grelhar os assar por 5 minutos.
1 maço de salsinha l Picar as ervas frescas, misturar
bifes de chorizo até ficarem bem
1/2 colher de páprica todos os ingredientes com a dourados (só vire a carne depois
1 colher de orégano salmoura.
1 pitada de pimenta
que o lado em contato com a Finalização e
calabresa
frigideira estiver bem dourado). apresentação:
l Cortar o filé em “pedaços” de
1 pitada de cominho 200g, temperar com sal e Servir o bife de chorizo com
lPré-aquecer o forno a 200°C e l
40ml de azeite
pimenta-do-reino. colocar os bifes de chourizo com legumes de sua preferência assados.

A Bruna está usando

aparelho auditivo.
V ê acredita?
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3315 2112 17 DE FEVEREIRO DE 2019 REVISTAAG 9
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 VIPS PDF
MATÉRIA DE CAPA
FOTOS: BERNARDO COUTINHO
Dona Anjinha foi quem criou a
bandeira da Piedade, primeira escola
de samba do Estado, em 1955
AS “ANJAS”
DO
CARNAVAL O
Algumas delas já chegaram a colocar uma
escola inteira na avenida. As costureiras do
carnaval têm muito mais que mãos habilidosas
para oferecer. Colocam todo o amor e
dedicação em cada fantasia
10 REVISTAAG 17 DE FEVEREIRO DE 2019
SULLIVAN SILVA
susilva@redegazeta.com.br
ano era 1955, e em um morro próxi-
mo ao Centro de Vitória surgia a pri-
meira escola de samba capixaba, a
Unidos da Piedade. Pelas mãos habi-
lidosas da costureira Maria dos Anjos
Martins, a agremiação ganhou sua primeira ban-
deira, o símbolo maior de uma escola, em que se
concentra o amor e o respeito à comunidade e ao
carnaval. É o ofício de costureira sempre presen-
te na construção da história do carnaval.
“A escola não tinha uma bandeira, então falei
que eu poderia fazer. Não foi um trabalho igual o
das grandes costureiras, mas fiz com muito ca-
rinho e todo mundo gostou. Elogiavam muito,
mas não sei se era para me agradar”, disse com
entusiasmo Maria dos Anjos, conhecida pelo
 VIPS PDF
apelido de Anjinha.
Aos 93 anos, Anjinha vive no Asilo de idosos, na
IlhadeMonteBelo,emVitória,eseemocionaquan-
do relembra o passado como costureira de vários
carnavais. Como na avenida a bandeira – também
chamada de pavilhão – é conduzida pelo casal de
mestre-sala e porta-bandeira, dona Anjinha rece-
beu, no asilo, a visita da segunda porta-bandeira da
Piedade, Andressa Cadete, que levou a bandeira da
escola para a sessão de fotos.
“Fiquei muito emocionada. É gratificante co-
nhecer a pessoa que criou a primeira bandeira
que carrego com tanto amor, além de saber que
ela morou no mesmo bairro em que fui criada”,
disse Andressa, que, assim como Anjinha, cres-
ceu no bairro Itanguá, em Cariacica.
A aptidão pela costura acompanha Anjinha
desde os 11 anos de idade. Além de fazer fanta-
Costureira e
carnavalesca
Não foram apenas as fantasias feitas pelas
mãos da costureira Elizeia Baptista, de 70 anos,
que fizeram histórias no Carnaval de Vitória. Ela
foi tricampeã como carnavalesca da São Torqua-
to, escola de samba de Vila Velha que conquistou
o título em 1981, 1982 e 1983, época em que os
desfileseramrealizadosnaavenidaPrincesaIsa-
bel, na Capital.
“Sou professora, então trabalhava na escola
do bairro São Torquato. Fazia o desfile de 23 de
maio, as festividades da comunidade, aí resol-
veram me colocarcomo acarnavalesca oficial da
escola”, relembra Elizeia.
No ofício como costureira, Elizeia desenhava e
construía fantasia, trabalho que leva com entu-
siasmoatédepoisdeseaposentar.ASãoTorquato
parou de desfilar uma época, mas a costureira e
ex-carnavalesca continuou no mundo do samba
com trabalhos desenvolvidos na Pega no Samba,
PiedadeeImperatrizdoForte.“Fuichamadapara
trabalhar em outras escolas porque, além de cos-
turar, também sou aderecista”. disse
Elizeia se especializou na confecção das fan-
tasias volumosas das baianas, que no carnaval
do ano passado ganhou o prêmio de melhor ala
dos desfiles. Peças que ficaram prontas no ter-
raço de sua casa, em São Torquato, Vila Velha.
“Aquiémaifresco.Comeceiafazeraalanodia
15 de outubro e está tudo pronto. E para fazer
preciso de tempo. Não pode ser na correria, por-
que é muito detalhe. Passei fios de náilon em vá-
rias partes do vestido”, explicou.
MARCELO PREST
sias para o carnaval, ela já vestiu damas e cava-
lheiros para festas, aniversários e casamentos.
“Eu mesma costurava os modelinhos da minha
cabeça. Eu inventava muita coisa e minha pro-
fessora ficava encantada. Depois, costurando na
Piedade, fiz uma dama antiga linda para colocar
na avenida ”, relembra Anjinha.
Sabemos que no carnaval o trabalho das costu-
reiras é em ritmo acelerado. A paixão pela escola se
manifestaacadacorteepontonacostura,etambém
na torcida para se conquistar o título e com samba
no pé avenida. Depois dos longos dias de trabalho,
Anjinha não gostava de desfilar, mas fazia questão
de ver a escola do coração da arquibancada. “Eu
nuncadesfilei,sóiacomminhasamigaseirmãspara
ver a escola desfilar. Uma vez fiz uma grande ban- Elizeia Baptista, de 70 anos,
deira para levar para a arquibancada e todos que especializou-se nas fantasias
passam me viam”, relembra Anjinha emocionada.
volumosas das baianas
17 DE FEVEREIRO DE 2019 REVISTAAG 11

Duas mãos,
12 alas
NobairroInhanguetá,emVitó-
ria, a costureira Jesuína Rodri-
gues Salomão trabalha firme na
confecção das fantasias de 12 alas
para a escola de Samba Impera-
trizdoForte.Emsuacasa,trêsmá-
quinas de costuras são usadas por
suas mãos habilidosas para costu-
ra e acabamentos de peças impor-
tantes para a escola, como as fan-
tasias da comissão de frente.
Jesuína,de62anos,éconhecida
no Carnaval de Vitória e disputada
pelas agremiações. Ela começou a
costurar para a Pega no Samba, em
1982. Na época eram poucos pedi-
dos, mas ela tomou gosto pelo tra-
balho e não parou mais.
“Essa demanda surgiu quando
elesmandaramumaspeçasparaeu
fazer. Gostei e comecei a pegar as
alas. Pegava duas, três e quando vi
foi aumentando. Teve um ano que
fiz a escola inteira”, relembra.
Jesuína trabalha há três anos na
Imperatriz do Forte. Fica ansiosa
para chegar dezembro e se dedicar
a sua paixão de criar fantasias. As
comemorações de fim de ano, co-
moNataleAnoNovo,ficamatéem
segundoplanoeasidasàpraianes-
se calorão só após ter as alas todas
prontas. “Fico o ano todo esperan-
do chegar dezembro, janeiro e fe-
vereiro. Não saio pra lugar ne-
nhum, não vou em praia, nem em
festas, é só carnaval”.
Fantasias e alegorias contam
ponto na avenida e, por isso, rea-
lizar um trabalho impecável é o
objetivo das diversas costureiras
desse carnaval. Jesuína conhece
bem essa responsabilidade. No
dia do desfile é chegar e sentar na
arquibancada para ver o que está
certo e o que está errado. Fico li-
gada nos comentários, nas notas.
Enooutroanomededicomasna-
quilo que o povo gostou”.
REVISTAAG
VIPS PDF
“Já teve época
que coloquei a
escola toda na
avenida em dois
meses. Trabalhava
dia e noite e tinha
uma equipe de
23 pessoas”
44 carnavais como
costureira do samba
Na casa de dona Marlene Souza
Santana, no bairro Gurigica, em Vi-
tória, o trabalho segue a todo vapor.
Em um dos quartos, em frente à sua
máquinadecostura,elaesbanjaale-
gria e satisfação na confecção das
fantasiasdabateriaedavelhaguar-
da da Novo Império.
Marlene tem 70 anos e em
2019 completa 44 carnavais co-
mo costureira do samba. Durante
todo esse tempo dedicado a cos-
tura já perdeu as conta da quan-
tidade de fantasias que já passou
por suas mãos habilidosas. Impe-
riana de coração, ela já coorde-
nou até o barracão de costura e
adereços da escola.
“Eufaziaaescolainteira,todasas
alas.Játeveépocaquecoloqueiaes-
colatodanaavenidaemdoismeses.
Quandoeueranova,trabalhavadia
e noite e tinha uma equipe de 23
pessoas no barracão. Eu ia de mu-
dança, com geladeira, colchão e fo-
gão”, relembra Marlene com entu-
siasmo e brilho nos olhos.
A costureira apaixonada pelo
samba trabalha apenas há seis anos
em casa. Local que, segundo ela, vi-
ra uma verdadeira zona a poucos
diasdosdesfiles.“Estáumazorrais-
soaqui.Nessequartoninguémnem
consegue andar de tanta bagunça,
mas, de vez em quando, um amigo
vem aqui e passa uma vassoura, um
pano para a gente andar”, brinca
Marlene, que esse ano vai confec-
cionar cerca de 200 fantasias, nú-
mero pequeno comparado ao tra-
balho de outros carnavais.
Há mais de 40 anos no Carna-
val de Vitória, Marlene foi costu-
reira de várias agremiações, e se
lembra dos desfiles na avenida
Reta da Penha, na década de 80 e
Princesa Isabel e Jerônimo Mon-
teiro, no Centro de Vitória, nos
anos seguintes. Naquela época as
apresentações eram feitas tam-
bém durante o dia.
“Lembro quando o carnaval
era na Reta da Penha e a Novo Im-
pério desfilou com o enredo ‘O gi-
gante adormecido’. Perdemos pa-
ra a Piedade. Desfilamos de ma-
nhã cedo no sol quente e a Pieda-
de ganhou por meio ponto”, re-
lembra Marlene.
A ansiedade de Marlene não é
apenas preocupação com a con-
fecção das fantasias em tempo há-
bil. Depois de tanto trabalho, ela
fazquestãoparticipardodesfileno
SambãodoPovodaNovoImpério.
E, claro, faz sua própria fantasia.
“Este ano vou sair no segundo
carro. Vou perder depois de traba-
lhar tanto? Desfilo até dormindo
em cima do carro”.
“Fico o ano
todo esperando
chegar dezembro,
janeiro e
fevereiro. Não saio
pra lugar nenhum,
não vou a praia,
não vou a
festas, é só
carnaval”
VEJA NO GAZETA
ONLINE:
Você confere no portal Gazeta
Online vários vídeos de en-
trevistas com as costureiras do
carvanal. leia.ag/carnaval
 VIPS PDF
FIQUE LINDA PRA
CURTIR O CARNAVAL
Tratamentos garantem resultado
imediato. Dá pra amenizar linhas de
expressão, preencher rugas e até perder
medidas. Tudo isso antes de cair na folia
F
altam duas semanas para o feriadão do
carnaval e, mesmo para quem deu uma
relaxada nos cuidados com a pele duran-
te o alto verão, ainda dá tempo de correr
atrás do prejuízo e se preparar para en-
carar a folia com tudo em cima. Tratamentos es-
téticos de resultado mais rápido ou que já apre-
sentam diferença com apenas uma aplicação são
armas para quem deseja amenizar ruguinhas e
linhas de expressão, se li-
vrar de pneuzinhos e
reduzir a flacidez.
Sabe aquela
gordurinha lo-

te Guerra é a aplicação do ultrassom macrofoca-
do. “Geralmente são necessárias três ou quatro
sessões. Mas na primeira já é possível sentir a di-
ferença na redução de medidas. Tem pacientes
que perdem até três centímetros. É possível as-
sociar ainda com a radiofrequência, que vai oti-
mizar o efeito”, explica.
A radiofrequência pode ser utilizada em qual-
quer parte do corpo com gordura localizada, até
mesmo na papada. Segundo a especialista, se o
tratamento também for associado à injeção de
enzimas, o resultado pode ser ainda mais eficaz,
para quem quer se livrar daqueles pneuzinhos
que são mais difíceis de eliminar. “Mas é um tra-
tamento para gordura localizada, não funciona
para perder peso, por exemplo”, observa a
dermatologista.
PROMO.
guinhas na região dos olhos. Já para rugas ao
redor da boca e o chamado bigode chinês – sul-
co que vai do nariz até o queixo –, o mais in-
dicado é o preenchimento facial.
“No caso do preenchimento, a aplicação tem
efeito na hora. A toxina leva cerca de oito dias
para dar o resultado. Mas é interessante fazer
com alguma antecedência, pois, se ficar algum
inchaço ou hematomazinho, dará tempo de de-
sinchar”, orienta a dermatologista.
Ainda pensando em melhorar o aspecto do
rosto, uma opção é lançar mão da máscara hi-
dratante. “Vai ajudar a dar mais viço, mais brilho
e vitalidade à pele”, destaca Maria Oliete, acres-
centando que, nesse intervalo antes do carnaval,
é possível fazer até mesmo uma sessão de laser
fracionado de CO2, que ajuda a melhorar o as-
pecto da pele.
   
calizada que A pele do rosto também merece
custa a desa- atenção e é possível se livrar de mar-
parecer? A cas de expressão antes de encarar os
dica da der- blocos de rua. A dermatologista
matologista Maria Oliete destaca dois procedi-
Maria Olie- mentos que proporcionam efeito
positivo, mesmo em tão curto pe-
ríodo de tempo, e não têm restri-
ção de exposição ao sol.
Um deles é a toxina botulí-
nica, indicada para suavizar
rugas e linhas de expressão no
terço superior da face, como a
testa, o espaço entre as so-
brancelhas e os chamados
pés de galinha, ru-
ÃO
DIVULGAÇ
  çã ó ã
Já para quem pretende fazer um plano de
recuperação pós-verão, é possível associar di-
ferentes técnicas, distribuídas por um período
mais longo. A dica da dermatologista é come-
çar com a aplicação do laser fracionado de
CO2. Depois, vale investir no ultrassom mi-
crofocado, que trabalha a flacidez da pele, e
na radiofrequência microagulhada, para o ca-
so de haver cicatrizes e melasma no rosto. “Tu-
do isso vai depender da avaliação, para indi-
car um dos tratamentos ou a associação de
duas técnicas ou mais”, diz Maria Oliete.
Ela acrescenta que, passado o período de
maior incidência de raios solares, já é pos-
sível iniciar também o uso de ácidos no
rosto, como o retinoico, que estimula a
produção de colágeno. “São substân-
cias que vão nutrir e hidratar a pele”,
ressalta a médica.
Já para o corpo, quando se
planeja a médio e longo prazo,
a indicação da dermatologis-
ta é que sejam realizadas to-
das as sessões indicadas do
ultrassom macrofocado, além
da radiofrequência, que tem fo-
co no combate à flacidez.

 
CONTEÚDO PATROCINADO

17 DE FEVEREIRO DE 2019 REVISTAAG 13

 VIPS PDF
CARNAVAL DE VITÓRIA

DE CARA PARA O
MELHOR DA FOLIA
Transporte, entrada exclusiva, mimos personalizados, picolés,
delícias de dar água na boca e decoração temática são
algumas das atrações do espaço Zig Zag, para convidados da
Rede Gazeta, nos dias 22 e 23, no Sambão do Povo
GUILHERME SILLVA
gusilva@redegazeta.com.br

Guarda-fantasia
Os foliões convidados que
também vão desfilar nas
escolas de samba poderão
guardar suas fantasias num
espaço apropriado, na
entrada do camarote. Tudo
com conforto e segurança!

LAYOUT DO CAMAROTE

A melhor localização
O espaço Zig Zag terá a melhor localização no Carnaval de Vitória. No setor A
do Sambão do Povo, o espaço, que fica no terceiro andar, terá 54 x 6 metros e
acesso exclusivo para os 450 convidados de cada noite. A decoração do
espaço, que fica bem pertinho da concentração, terá flores, peneiras de palha
no teto e folhagens. Os convidados e clientes da Rede Gazeta terão transporte
exclusivo até o Sambão do Povo, saindo em horários estabelecidos. “Os
convidados vão poder curtir tudo o que acontece na passarela do samba, com
visão privilegiada, ações exclusivas, num ambiente vip e descontraído, que vai
valorizar a cultura capixaba, desde a decoração, passando pelo bufê e outros
detalhes que vão trazer experiências marcantes”, explica o diretor de Mercado
Anunciante da Rede Gazeta, Marcio Chagas.

14 REVISTAAG 17 DE FEVEREIRO DE 2019

 VIPS PDF

Repondo
as energias
Para repor as energias, os
foliões que vão curtir os
desfiles do camarote
poderão saborear, em
Para refrescar momentos específicos,
A Frutíssimo servirá picolés para os convidados. saladas de frutas oferecidas
Um bartender também criará drinques exclusivos pelo Epa Supermercados.
com os picolés de fruta da marca durante o
evento.

Kit Kit folião

A bolsa com o kit do folião promete ser item-desejo
ressaca entre os convidados. Com estampa exclusiva, a
A Rede Farmes peça nas cores coral (sexta-feira) e amarela
promete atrair (sábado) trará as camisetas do camarote, o guia do
os olhares dos folião e as pulseiras de acesso.
foliões com
baleiros que
estarão
circulando Pés com conforto
pelo espaço. A dermatologista Karina Mazzini
Chicletes, balas preparou um mimo exclusivo para as
e um kit ressaca 200 primeiras convidadas que
para curar a chegarem ao camarote na noite
bebedeira de sábado. Elas receberão
prometem não um voucher, que poderá
deixar ninguém ser trocado por um
perder a festa. chinelo exclusivo.
Momento conforto,
garantido!

17 DE FEVEREIRO DE 2019 REVISTAAG 15

 VIPS PDF
DICAS DA NANDA FERNANDA TRINDADE
fernandatrindadeft@gmail.com

FOTOS: PINTEREST
É TENDÊNCIA
BOLSAS METALIZADAS

Carregue brilho
As bolsas metalizadas vão invadir o street
style nas próximas temporadas. Das
ferragens ao couro e até ao mix dos dois
metálicos, a tendência é democrática e
agrada a todos os estilos. Para as
fashionistas que querem se destacar ou
para as básicas que gostam de bolsas
versáteis para o dia a dia, não tem
desculpa para ficar de fora, existe um
modelo perfeito para cada uma. Pequenas,
grandes, carteiras, pochetes, clutches.
Desde o color blocking reinventado em
tons reluzentes e vibrantes, como o pink e
azul brilhosos, até os modelos mais
clássicos. Deixe anotado.

16 REVISTAAG 17 DE FEVEREIRO DE 2019


É O BICHO
DIÁRIO Pets na folia
DE CHLOÉ
Meu querido diá-
rio... O carnaval
está chegando, e
eu e Frida bem que
gostaríamos de sair
fantasiadas com
nossas donas num
bloco de rua. Eu
adoraria sair de rai-
nha e a Frida de bai-
larina, mas se isso já é
difícil para um cachorro, imagine
para um gato? Os especialistas di-
zem que não é muito recomendá-
vel levar pets para blocos de rua,
porque essa tarefa requer muita
responsabilidade. Normalmente,
por não ser um ambiente conhe-
cido, eles podem ficar bastante agi-
tados, causando um estresse des-
necessário. E caso eles não se sin-
tam confortáveis com a situação,
podem reagir, mordendo, avançan-
do em alguém ou até fugindo. E
isso tudo apenas por medo. Mas,
claro, só você pode avaliar se deve
ou não levar o seu mascote para a
folia. Às vezes, trata-se de um pet
tranquilo, acostumado com bastan-
te movimento, e neste caso até dá
para pensar no assunto. Bem, se a
decisão for levá-lo, é bom então
tomar alguns cuidados. O primeiro
passo é escolher uma fantasia con-
VIPS PDF
RACHEL MARTINS
eobicho.revistaag@gmail.com
Está pensando em levar seu pet para
fortável para ele e, de preferência, participar de um bloco de rua no carnaval?
bem fresquinha. O melhor é testar Veja estas fantasias e caia na folia.
uns dias antes, para ver se ele
acostuma e não fica incomodado. E
nada de glitters ou tintas. É muito R$ 149,99
importante, também, identificá-lo, Vestir a cachorrinha de R$ 59,90
colocando o nome dele e os seus Mulher-Maravilha Prefere o
dados numa tag pregada, por também é legal. A Batman?
exemplo, na coleira. Aliás, a coleira vantagem é que Tudo
e a guia são indispensáveis, afinal a roupa já é um peitoral bem,
a última coisa que você quer é que com guia. com certeza
ele se perca na multidão. Lem- www.abrakadabra.com.br seu pet também vai
bre-se também que temos uma au- arrasar nos blocos de
dição bem mais desenvolvida do rua vestido com esta
fantasia de
que os humanos, e música alta é o R$ 79,90 super-herói!
que não falta no carnaval. Portan- Mais fresquinha, esta www.petitesofie.com.br
to, nos deixe bem longe das caixas fantasia de duende vai
de som. Por último, se é para sair, deixar seu mascote muito R$ 34,95
que seja num horário mais fresco, charmoso. Isso sem Que tal seu animal sair de
como final de tarde. Ah! E não es- contar que essas presidiário neste carnaval? Vamos
queça de levar água para nos hi- criaturinhas costumam combinar, é uma fantasia bem atual
dratar. Obviamente, devemos estar trazer sorte e sucesso. nestes tempos de Brasil. Com
com as vacinas em dia. Filhotes, www.elitemodapet.com.br certeza vai ter muitos parceiros.
então, não devem cair na folia sem www.petlove.com.br
ela de jeito nenhum. Agora, o me-
lhor mesmo é procurar saber onde
serão realizados blocos de carnaval
específicos para pets, onde a folia é
bem mais calma e certamente va-
mos no sentir bem mais enturma-
dos. No mais, bom carnaval pra
todo mundo! Lambeijos
facebook.com/diariodechloe
diariodechloe
REVISTAAG
 VIPS PDF
COMPORTAMENTO

MEU CARNAVAL
INESQUECÍVEL FOI...
Capixabas apaixonados pela folia relembram histórias
memoráveis da festa mais popular do Brasil
GUILHERME SILLVA
gusilva@redegazeta.com.br

DIVULGAÇÃO/ LUCIANA ALMEIDA

Pra fazer bater um

coração momesmo
Figura marcante dos desfiles no
Sambão do Povo, em Vitória,
Jace Theodoro, jornalista e
comentarista do Carnaval de
Vitória pela TV Gazeta, lembra a
folia nos tempos de infância.
“Meus carnavais, da infância à
fase adulta, sempre tiveram
histórias inesquecíveis.
Curiosamente, foram os
carnavais fora da folia urbana
que me trazem as lembranças
mais afetuosas. Morava no Rio e,
na época, subia com amigos pra
São Pedro da Serra e Lumiar,
interior de Nova Friburgo. Lá,
entre banhos de cachoeira e
noites de boemia, curti os mais
delirantes carnavais. O trio
elétrico era um carrinho de
reboque tocando Daniela
Mercury, em outro bar o
samba dominava o
ambiente e, num
terceiro, música
instrumental pra fechar a
noite entre confetes e Uma folia inesperada e divertida
beijos calientes, A jornalista e life coach Luciana Almeida, umas das criadoras do Baile
indispensáveis na festa Secreto, que este ano chega à sua terceira edição na Capital, também é
de Momo. Inesquecíveis uma apaixonada pela folia. E o carnaval mais inesquecível dela, veja
porque recuperam a só, aconteceu de forma inesperada. “Tive ótimos carnavais em clubes,
memória de um tempo blocos de rua, seguindo o trio elétrico na Bahia ou desfilando na
quase ingênuo, amoroso
MÔNICA ZORZANELLI

Sapucaí, no Rio de Janeiro. Mas o carnaval de 1986, em Iriri, foi

e, ao lembrar, sinto o especial. Eu desisti de uma viagem em cima da hora e resolvi alugar
baticum da saudade no uma casa com três amigas. Fui sem muita expectativa e foi o mais
meu coração divertido e surpreendente carnaval. Até hoje, em conversa com uma
momesco.” amiga que estava comigo, é motivo de boas gargalhadas”, conta.

18 REVISTAAG 17 DE FEVEREIRO DE 2019

 VIPS PDF ARQUIVO

CARLOS ALBERTO SILVA

Fantasia pisca-pisca Homenagem às
O sonho de Deborah Sabará, presidenta do
Conselho Estadual de Direitos Humanos,
crianças
Criada na quadra da
sempre foi ser porta-bandeira de uma escola
Mocidade Unida da Glória
capixaba. Ela estreou aos 28 anos, mas foi o
(MUG), de Vila Velha, Ana
desfile de 2013 o mais marcante em duas
Julia Bernardo desfila desde
décadas de avenida. “Desfilei como segundo
criança. Ela, que este ano
casal de porta-bandeira da Imperatriz do
estreia como musa da escola,
Forte, ao lado do mestre-sala Wenderson. O
puxando a ala das passistas,
enredo da escola era sobre os 100 anos do
conta qual foi o seu ano
Parque Moscoso, e eu representei a Escola de
marcante. “O meu carnaval
Ciências. O carnavalesco Osvaldo Garcia me
inesquecível foi o ano que o
deixou livre para criar a fantasia – uma
enredo falava das crianças,
espaçonave. Comprei cerca de 500
em que tive a oportunidade
brinquedos que piscavam e montamos em
de desfilar pela primeira vez
uma estrutura de ferro. No Sambão várias
puxando a minha escola de
pessoas ligaram as baterias da roupa, e a
samba ao lado do presidente e
comunidade respondeu com gritos. Eles
da primeira-dama.”
gritavam o meu nome, uma energia muito
forte. No final do desfile, a coisa mais linda
foram os olhares de encanto das crianças.
Parei, arranquei alguns adereços e distribuí
para elas. Foi meu carnaval mais feliz.”

Regina Araújo Netto Shimada CRMES 9713

MÉDICA - ESPECIALISTA EM PSIQUIATRIA

Psiquiatria Geral (RQE 8530)
Psicogeriatria (RQE 8531)

CONSULTAS | EXAMES PSICOLÓGICOS

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SALA 710 – SANTA LÚCIA – VITÓRIA/ES 27 3314-5520 / 27 3235-0614
17 DE FEVEREIRO DE 2019 REVISTAAG 19
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ABRINDO O BAÚ GUILHERME SILLVA
gusilva@redegazeta.com.br

MARCELO PREST

Ela comanda
o som nas
festas da ilha
Se tem festa boa, tem Larissa Ambrosio, de
42 anos, comandando as pick-ups. Mais
conhecida como Larissa Tantan, a DJ toca nas
principais festas do Estado. O encontro da
curitibana com a música foi ainda na
infância. “Passava horas colocando os vinis
dos meus pais e cantando na sala. E aos 7
anos fiquei enlouquecida quando ouvi pela
primeira vez a música Construção, do Chico
Buarque. Fiquei encantada como ele brincava
com a ordem das palavras, e como dava
supercerto”, conta. Psicóloga clínica de
formação, ela atuou até o ano passado,
quando decidiu seguir pelo caminho da
música. “Quando parei no hospital, por uma
semana, devido ao estresse gerado por tanto
acúmulo de trabalho, fiz a escolha de ser
apenas DJ. Hoje tenho um projeto para
eventos mais intimistas onde coloco o som e
cozinho ao mesmo tempo”. Tendo como
referência grandes nomes da MPB dos anos
70/80, além de Frank Sinatra e Michael Eu adoro. Não
Jackson, Larissa diz que seu diferencial não Ó     

  ó  saio
está na técnica mas no próprio feeling.    
  
  ã
“Minha bagagem musical e a percepção do   çã   !  
 de casa
momento é quem dita a música que vou sem...
tocar”. Estudiosa de assuntos como  

globalismo, cabala e esoterismo, a DJ não 
titubeia ao citar sua festa inesquecível até 

hoje. “Foi o casamento do meu irmão. Eu não 
 
tinha experiência, era a minha primeira vez  
tocando um som profissional, com muita   
qualidade e volume. Foi incrível ver todos  
hipnotizados, respondendo aos meus  
comandos”. Larissa, que sonha em tocar em Amuleto.
Fernando de Noronha, conta por que decidiu 
 “ á
adotar um novo sobrenome. “Sou Tantan    " ”
desde os meus 15 anos. Minha família tinha á 
 á
uma confecção de surfe que bombava na   
época, depois me tornei psicóloga e DJ. O   ú

apelido sempre se enquadrou muito bem  
 


nas minhas atividades”, diz, rindo.   
 
 Não vivo sem.
   é
    
  
Não dou, não vendo 
  á 
  
e não troco.  á  #  
         ã
   
 ã    
    
   
  
 

   
   

  
    

20 REVISTAAG 17 DE FEVEREIRO DE 2019

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COMPORTAMENTO
PERGUNTA
MARA A verdade humaniza
Como devemos A resposta para sua pergunta é bem simples: não de-
proteger as crianças vemos proteger ninguém da vida. Ela é assim, um mosaico
das notícias dos de acontecimentos. Alguns felizes, outros tristes, pertur-
últimos dias: das badores, devastadores... Françoise Dolto, uma das pionei-
tragédias, da ras no cuidado das emoções de crianças muito pequenas,
violência, das disse a seguinte frase em sua entrevista para as páginas
mortes? Será que é amarelas da Revista Veja no ano de 1979, na oportunidade
melhor não tocar no em que veio ao Brasil para uma conferência: "A criança sa-
assunto? be tudo!". Na semana passada uma criança que atendo leu
caro leitor: essa frase (a revista fica aberta no meu consultório como
Mande sua pergunta: um lembrete para mim) e me disse rindo: “Essa notícia é
biancamartins@infans. verdadeira. Eu sei tudo”.
Sim, "é verdade esse bilete". A criança sabe! A criança é
com.br
naturalmente curiosa, ela sorve e absorve o ambiente em
queviveportodososseusporos,portodososseusorifícios.
E mesmo aparentemente desatenta, ela escuta absoluta-
mente tudo. Sente no ar as tensões, as emoções de quem
está a sua volta. Ela necessita de palavras para entender o
ambiente, para traduzi-lo, para aceitá-lo e para sobreviver
fisica e emocionalmente a ele. E é o seu "próximo apazi-
guador"(paisecuidadores),comodefiniuFreud,quedeve
oferecer essas palavras norteadoras para esses afetos e
emoções apreendidos.
— Tenho uma criança em casa e, diariamente, como o tex-
BIANCA MARTINS to de Dolto adverte, ela me mostra o quanto sabe, mesmo
É PSICÓLOGA,
quando não sabe a extensão e a gravidade. Mas anseia sa-
ESPECIALISTA E MESTRE
PELA UNIFESP/EPM; ber. E o saber passa pela nomeação.
PSICANALISTA MEMBRO Oseventosdasúltimassemanas,odesastrenacidadede
DA ESCOLA LACANIANA Brumadinho, o incêndio que ceifou vidas de adolescentes
DE PSICANÁLISE DE no "ninho" do Urubu, as chuvas que desabrigam e matam,
VITÓRIA E DIRETORA a queda do helicóptero que provocou a morte do jornalista
DA CLÍNICA INFANS Ricardo Boechat e do piloto, as violências do cotidiano são
BIANCA MARTINS
biancamartins@infans.com.br
acontecimentos que impactam de maneira dramática as
vidas de muitas famílias e de muitas crianças.
Nós, expectadores desses acontecimentos, lidamos de
maneiradistanciadacomasnotícias.Masascriançasestão
na sala, ouvindo a TV, observando como reagimos e, prin-
cipalmente, aprendendo a lidar com elas.
Não falar sobre o que acontece é uma forma perversa de
furtar a humanidade das crianças. Não falar, não lembrar,
não expressar a emoção que emerge, não protege as crian-
ças; protege somente os adultos, pois ter que lidar com as
frustrações, as perdas, a consciência de finitude é ter que
encarar a nossa impotência.
Recalcar que a vida é tênue, que nossos atos e nossas
emoções nos pertencem, não favorece a elaboração das
perdas e frustrações que sofremos diariamente. Não nos
ajuda nos enfrentamentos dos lutos. É necessário ensinar
às crianças a atravessarem seus processos de perdas, de
frustrações;nomearoqueestáacontecendo,ensiná-lasso-
bre causas e efeitos, os impactos e extensões de fatores ex-
ternos e de seus atos.
Ouvir suas perguntas, respondê-las na medida do que for
possível, acolhê-las em suas emoções, auxiliá-las nos ritos de
despedida, a buscar ajuda quando não conseguirem lidar com
as próprias limitações, promover um espaço de diálogo. Con-
siderá-las gente e ensinar-lhes a "humanizar" a vida.
Meus mais profundos e solidários sentimentos às famí-
lias das vítimas de Brumadinho, dos jovens jogadores de
futebol, do valente jornalista Ricardo Boechat e do piloto
do helicóptero, Ronaldo Quattrucci, aos desabrigados pe-
las chuvas, às vidas ceifadas pela violência, pela ausência
de cuidado por parte do Estado, por nossas negligências
cotidianas.
17 DE FEVEREIRO DE 2019 REVISTAAG 21
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CRÔNICA MARIA SANZ MARTINS
marysnt@hotmail.com

Maria #presente
“Mulher é força, fibra, é revolução
Independência contra a opressão
Aos teus pés eu ponho essa avenida
Brilha!
Uma nova era no girar dessa coroa
Leões não nascem sem leoa!”
Depois desse pequeno trecho do samba enre-
dodaNovoImpérioesteano,quevairepresentar
nada menos que força feminina na avenida, pas-
so a contar a história de Maria Ivonete.
Nete é uma baiana que veio morar no ES aos
15 anos de idade, trazida por Cláudionor, um jo-
vem caminhoneiro que por lá passou e por ela se
encantou. Nete, como milhares e milhares de
mulheres desse nosso Brasil, não tinha qualquer
perspectiva na terra onde vivia com os pais e sete
irmãos.Demodoquenaquelatardezinhaemque
conheceu Cláudionor no forró, entendeu que ele
era um grosseiro apressado – mas, como usava
perfume de cidade grande, topou o rolê. E da bo-
léia do caminhão, passaram uma semana de pai-
xão no quarto azulejado do hotel da beira da es-
trada, depois na casa dela, onde ela fez uma mo-
chilaesedespediudospaisparanunca mais.Vie-
ram para Vitória, então.
Aqui chegando, ele que ainda morava com o
pai e mãe, colocou Nete num cômodo nos fundos
do quintal da casa e decretou que mulher dele
não trabalhava, não saia sozinha, nem usava
saia. Nete chorou escondido por dias e na sema-
na seguinte se descobriu grávida. Cláudionor,
que bebia dia sim, dia sim, nunca parou em casa.
Umdia,poucotempodepois,perdeuocaminhão
no jogo e passou a descontar toda sua miséria na
menina baiana da canela áspera.
Assim que o primeiro filho nasceu, a mãe do
rapaz trouxe a moça pra dentro da casa, onde ela
passou a ajudar nos serviços domésticos e culi-
nários. E assim, com o menino no colo e a vas-
souranamão,otempopassou,moendoseusdias
entre o desprezo e o mau trato. Perdida, sem po-
der trabalhar, sem contato com a família, resol-
veu que fugiria dali – e foi nesse dia, que ela se
descobriu novamente grávida.
Daí pra frente, Nete bolou sozinha um plano
mirabolante: decidiu que ensinaria os dois filhos
a esquentar comida no fogão.
Parece simples, mas o objetivo era realmente
audacioso,postoqueomaisvelhotinhatrêsanos
e o outro era recém nascido. Mas foi dito e feito.
Todos os dias Nete treinava o mais velho dizendo
'filho, aprende a esquentar o feijão, comer e dar
ao seu irmão, porque é assim que você vai virar
doutor um dia'. E ensinava e repetia.
Em poucos anos os meninos já esquentavam a
comida que ela deixava pronta todos os dias an-
tesdesairpratrabalharcomocaixanosupermer-
cado do bairro – a esta altura, (como era mesmo
o nome dele?) Cláudionor, que passava as noites
caído de bêbado, lambido pelos cachorros na
pracinha, e os dias deprimido do sofá pra cama
da casa da mãe, já não dava conta de conter Nete
com seus xingamentos e humilhações.
E ela trabalhou de sol a sol, estudou matemá-
tica, saiu do caixa, virou chefe de setor, depois
gerente do mercado. Alugou uma casa nova, deu
entrada num terreno, e se prepara para construir
sua morada própria. Seus dois filhos cresceram
fortes, estudaram firme, passaram no vestibular
e o mais velho se forma esse mês em Engenharia
da Computação. Ele, que é um homem lindo,
aguerrido, de grande coração e emprego garan-
tido, todos os dias, quando sai pra estudar, jura
que vai pôr o mundo aos pés de sua rainha.
E Nete, diante do espelho, segurando um
grampo na boca, enquanto prende o cabelo para
ir ao serviço, diz sorrindo, na despedida, "filho,
não precisa".

COTIDIANO LUCIANA ALMEIDA

lucianalmeida@hotmail.com

PERGUNTA
SÉRGIO
Meu pai foi diagnosticado
com uma doença grave e
está internado em um
hospital. Por ser uma
pessoa conhecida e querida
e ter muitos amigos,
estamos tendo um pouco de
dificuldade em administrar
o grande número de
visitantes no hospital.
Como agir nesses casos?
caro leitor:
Mande sua pergunta:
lucianalmeida@hotmail.com
Pacientes x visitantes
Se por um lado é, realmente, gratificante construir
uma rede de relacionamentos sólidos assim, por outro,
é questão delicada para se administrar. Mas tudo na vi-
da fica mais fácil de ser compreendido quando bem ex-
plicado. Sugiro que você decida com a sua família e,
principalmente com os médicos, qual o número ideal
de visitas, os melhores horários e estabeleça uma regra
para não constranger, cansar e, principalmente, preju-
dicar a saúde do paciente. Caso alguma dessas regras
desagrade algum visitante, paciência. Neste momento
a prioridade é do paciente mesmo.
Muitas vezes, ficamos em dúvida se devemos ou não
fazer visitas quando temos alguém internado em hos-
pitais. Na tentativa de querer demonstrar atenção, ca-
rinho e solidariedade, em alguns momentos, devemos
recuar e procurar informações, ligar para alguém da fa-
mília ou para um amigo próximo para saber se é pos-
sível uma visita. Devemos lembrar que uma pessoa que
está internada não está em sua melhor forma. Está aba-
tida,despenteada,emalgunsmomentosusandoalgum
tipo de aparelho desconfortável. Mas qualquer que seja
a situação, o ideal é: evitar aglomerações dentro das
áreas de atendimento e tratamento; respeitar sempre o
horário de visita definido pelo hospital; ser agradável,
evitandopessimismoenotíciasruins;respeitarotempo
máximo de vinte minutos de permanência e, por mo-
tivos óbvios, evitar levar crianças.
Ou seja, altas doses de bom senso funcionam
muito bem.
Até a próxima!

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