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Boletim Técnico

Implantação de pomar de maracujá e mamão consorciados sob irrigação por gotejamento para comercialização no Distrito Federal

Planaltina
Distrito Federal
Junho de 2005
www.upis.br

Boletim Técnico

Implantação de pomar de maracujá e mamão consorciados sob irrigação por gotejamento para comercialização no Distrito Federal

Thales Eduardo de Godoy Maia

Planaltina
Distrito Federal
Junho de 2005
UPIS - Faculdades Integradas
Departamento de Agronomia
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DF 335 km 4.8
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Orientador: Prof. Dra. Janine Tavares Camargo
Coorientador: Prof. Ms. Adilson Jaime de Oliveira
Revisor:
Membros da Banca:
Prof. . Dra. Janine Tavares Camargo
Prof. . Ms. Remidijo Tomazini Neto
Prof. Ms. Lea Cardoso Vaz
DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA
SUMÁRIO
RESUMO ..................................................................................5
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ................................5
2. OBJETIVO ...........................................................................7
3. RECOMENDAÇÃO TÉCNICA.........................................8
3.1. CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS E LOCALIZAÇÃO ........8
3.2. ESCOLHA DAS CULTIVARES............................................8
3.3. OBTENÇÃO DAS MUDAS ..................................................9
3.4. IMPLANTAÇÃO ..............................................................10
3.4.1. Preparo do Solo ....................................................10
3.4.1.1 Montagem da estrutura de sustentação .......11
3.4.2. Plantio ...................................................................12
3.5. SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL .................12
3.5.1 Deficiências no Maracujazeiro.............................12
3.5.2. Deficiência no Mamoeiro.....................................13
3.6. TRATOS CULTURAIS .....................................................14
3.6.1. Podas .....................................................................14
3.6.2. Polinização e Manejo da Floração do Maracujazeiro 15
3.6.3. Controle de Plantas Daninhas.............................15
3.6.4. Controle de Pragas...............................................16
3.6.4.1. Maracujazeiro ...............................................16
3.6.4.2. Mamoeiro.......................................................17
3.6.5. Controle de Doenças ............................................18
3.6.5.1.Maracujazeiro ................................................18
3.6.5.2. Mamoeiro.......................................................20
3.7. COLHEITA .....................................................................21
3.8. COMERCIALIZAÇÃO......................................................22
4. CONCLUSÃO ....................................................................23
5. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA .................................40
5
RESUMO

Será implantado 8 ha de pomar irrigado no sistema consorciado de maracujá e mamão, destinado à produção para comercialização in natura e
industrialização no Distrito Federal, na Fazenda Núcleo Rural Ponte Alta de Cima (Rod. DF 290, km 10, pertencendo ao município do Gama), que fica
a uma distância de 50 km da Central de Abastecimento do Distrito Federal (CEASA-DF), onde será comercializada a maioria dos frutos. A adubação
será realizada de acordo com a análise do solo e com as necessidades das duas culturas. A implantação será realizada com duas fileiras de maracujá e
uma de mamão sucessivamente, sendo que entre as fileiras de maracujá terá um espaçamento de 3m e entre a fileira de maracujá e mamão 2,5 m.
Ambas as culturas terão espaçamento entre plantas de 3 m. O maracujá será conduzido no sistema de espaldeira, sendo as cultivares utilizadas para
maracujá, Roxo Australiano e os híbridos Série IAC 270 (IAC – 273, IAC-275 e IAC – 277), e para o mamão será a Sunrise Solo 72/12, que é
originário do Sunrise Solo importado do Havaí. As mudas de ambas as culturas serão produzidas na propriedade. As sementes dos híbridos de
maracujá serão adquiridas no IAC-Campinas e as sementes do maracujá Roxo Australiano e do mamão Solo na Embrapa Cerrados. Nas condições que
foi proposto o projeto para a região Centro Oeste, conclui-se que: Diversifica a atividade da propriedade; é viável tecnicamente na região proposta; há
demanda do produto oferecido no mercado local, e é uma atividade ambientalmente sustentável.

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

No cenário mundial, o Brasil é o maior produtor de maracujá e de mamão, apresentando a região sudeste a maior produção (Embrapa
Mandioca e Fruticultura, 2005).

Tabela – 1 Quantidade Produzida (toneladas)Brasil


Lavoura Ano
1999 2000 2001 2002 2003
Mamão 783.178 846.889 1.489.324 1.597.696 1.714.594
Maracujá 212.952 221.025 467.464 478.652 485.342
Fonte: IBGE – Produção Agrícola (2005)

Tabela - 2 Valor da Produção (mil reais) Brasil


Lavoura Ano
6
1999 2000 2001 2002 2003
Mamão 229.919 258.735 409.835 502.192 575.756
Maracujá 171.804 194.537 141.289 219.928 227.591
Fonte: IBGE – Produção Agrícola (2005)

O fruto do maracujazeiro ainda é pouco conhecido no exterior e certamente campanhas de marketing podem promover a difusão desta cultura
junto aos principais países compradores, Inglaterra, França e Bélgica, podendo haver a conquista de novos mercados. Os países exportadores de frutos
in natura de maracujá roxo são Quênia, Zimbábue, África do Sul e Burundi, e de maracujá amarelo são Colômbia, Brasil e Venezuela.
O suco, por sua vez, é muito utilizado, principalmente em bebidas misturadas com suco de frutas, mas é um mercado instável. Os países que
exportam suco e polpa, além do Brasil, são Equador, Colômbia e Peru, sendo importadores Alemanha e Holanda, este como o porto de entrada do
produto para outros países. Por ser o mais conhecido dentre os sucos de frutas consideradas exóticas, urge tomada de medidas que o tornem mais
conhecido dos consumidores em geral, não apenas em nichos de mercado, como se observa nos Estados Unidos (Fruticultura, 2005).
A produtividade de maracujá-azedo no Brasil está em torno de 6 t/ha, considerada ainda, muito baixa em relação às produtividades obtidas no
Distrito Federal que são de 11 t/ha. Em pesquisas conduzidas no Distrito Federal, se obtiveram de 30 a 50 toneladas por hectare no primeiro e segundo
anos de plantio com irrigação (Junqueira et al., 1999).
Os principais fatores responsáveis pela baixa produtividade de maracujá no Brasil são: cultivo de variedades ou linhagens inadequadas, mudas
de baixa qualidade e contaminadas com doenças, ausência de irrigação nas regiões sujeitas ao déficit hídrico, ausência de um plano adequado de
adubação, manejo de pragas e de doenças, falta de correção do solo e ausência de polinização manual (Fruticultura, 2005).
Em relação à produção, o maracujá no Distrito Federal é cultivado em pequenas propriedades, com área média de 1,5 há. As principais regiões
produtoras são Pipiripau, Tabatinga, Brazlândia, Rio Preto e Paranoá que juntas cultivam 95 ha com 74 % da produção correspondendo a 1.260 t, que
equivale a 62 % da área plantada de maracujá do DF(Emater-DF,2005).
Quanto à origem do maracujá comercializado, por meio da central de abastecimento do Distrito Federal (CEASA/DF), em 2001, verifica-se
que 60,6 % da oferta é oriunda do estado de Goiás, 11,2 % da Bahia, 10,8 % do próprio Distrito Federal, 7,2 % de Minas Gerais e os restantes 10,2 %,
de outros estados. A composição da oferta, quando analisada nos últimos cinco anos, indica o forte crescimento da participação de Goiás no
abastecimento do DF, que passou de 766,9 t em 1997 para 1.917,6 t em 2001, um crescimento significativo da ordem de 150 %. Em contrapartida, a
oferta baiana apresentou recuo de 67,8 %, caindo das 1.103,3 t, comercializadas em 1997 para 355,0 t em 2001 (Fruti-Series-DF, 2005).
Analisando-se o comportamento dos principais estados na composição da oferta mensal, verifica-se que os estados do Pará e da Bahia
contribuem com o abastecimento do DF no período de setembro/ novembro, justamente quando os preços são mais elevados e quando a oferta local
tem pouca representatividade no mercado (Fruti-Series-DF, 2005).
Do ponto de vista sócio-econômico, o maracujá apresenta características interessantes no que concerne à geração de emprego, por permitir a
ocupação de mão-de-obra em número considerável, estabilização do fluxo de renda, uma vez que é colhido por diversas vezes e de forma continuada
por safra, e geração de divisas, quando tem ocupado seguidamente a segunda posição na exportação de suco (Fruticultura, 2005).
No Brasil, a maior parte da produção de mamão é destinada ao mercado interno, sendo que cerca de 98% da produção nacional é
comercializada internamente. A estrutura de comercialização ainda é considerada inadequada e às vezes não atende às necessidades de manuseio e de
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qualidade, exigidas pelos consumidores. Na comercialização do mamão nem sempre são tomados todos os cuidados no manuseio dos frutos, como o
uso de embalagens adequadas, armazenamento, conservação e exposição apropriada dos frutos, o que gera uma elevada perda pós-colheita. O
transporte é uma fase crítica, pois na maioria das vezes, é realizado em veículos impróprios, que não apresentam uma suspensão adequada para o
transporte das frutas, além destas estarem sujeitas a fatores climáticos desfavoráveis, que afetam a qualidade dos frutos (Bleinroth e Sigrist, 1998).
Acrescenta-se a estes fatores, o fato do mamão ser frágil e altamente perecível.
No mercado interno, são comercializados frutos do tipo Solo (mamão Havaí ou Papaya), que pesam em torno de 400 g e do tipo formosa
(mamão Formosa), com peso médio de 1000 g. Os consumidores preferem frutos oriundos de plantas hermafroditas, que têm formato alongado ou
piriforme, e apresenta uma menor cavidade interna, garantindo uma melhor conservação pós colheita e conseqüentemente no transporte. Os frutos,
oriundos de plantas femininas, são também comercializados em épocas de entressafra ou quando há escassez de frutos no mercado. Já o mamão tipo
comum, sem cultivares definidos, produzidos por plantas femininas, é comercializado em pequena escala, como fruta verde para a fabricação de
compotas, frutas cristalizadas, entre outros (Meletti, 2000).
Segundo CEASA/DF, a central de abastecimento do DF ainda é a principal fornecedora de mamão para os supermercados e varejões, porém,
segundo Fagundes (1999), ocorrem variações na comercialização do mamão, podendo ocorrer a venda direta do produto ao consumidor e do produtor
ao varejista (mercados, feiras, varejões). O agricultor tem, liberdade de escolha pela forma de comercialização, sendo mais bem recompensado quando
vende diretamente ao consumidor (Souza, 1999).
Vários fatores são responsáveis pela baixa produtividade na cultura do maracujá e do mamão, podendo se destacar a falta de um sistema de
irrigação. A irrigação é de fundamental importância para o cultivo de ambas as culturas, principalmente para produção de maracujá na entressafra (de
agosto a dezembro), em algumas regiões onde há expressivo déficit hídrico. Com isso, a irrigação permite que o produtor antecipe sua produção e
exponha os frutos de maracujá no mercado ainda no período de entressafra, elevando a produtividade da cultura (Junqueira et al., 1999).
Sabe-se que o uso de irrigação nos pomares proporciona aumento de produtividade bem como, melhora a qualidade dos frutos colhidos.
Existem vários sistemas de irrigação que poderiam ser utilizados em pomar de maracujá e mamão, entretanto, o sistema de irrigação por gotejamento
aplica a água em doses apropriadas e ainda possibilita a aplicação de produtos químicos numa fração do volume de solo explorado pelas raízes das
plantas (Bettiol e Robbs, 1987).
O gotejamento e a microaspersão são os sistemas mais indicados. A microaspersão apresenta a desvantagem de manter alta a umidade nos
ramos, favorecendo o surgimento de doenças.
A irrigação localizada apresenta vantagens como a maior eficiência no uso da água e da adubação bem como, controle fitossanitário, não
interfere com as práticas culturais, economia de mão de obra entre outras (Bernardo, 2002).
A adubação via água ou fertirrigação visa atender a demanda por nutrientes das culturas nos períodos de maior exigência de um determinado
nutriente, com menores perdas por processos de lixiviação, fixação e volatilização, aumentando a eficiência do processo de adubação. Porém, assim
como os fatores que influenciam os parâmetros de irrigação são acompanhados, devem-se acompanhar os parâmetros nutricionais das plantas para
adequação de fertirrigação, já que as condições edafoclimáticas são variáveis dependendo do local, afetando diretamente as plantas.

2. OBJETIVO
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Objetiva-se, a implantação de 8 ha de pomar irrigado no sistema consorciado de maracujá e mamão, destinado à produção para comercialização
in natura e industrialização no Distrito Federal.

3. RECOMENDAÇÃO TÉCNICA
3.1. Condições Edafoclimáticas e Localização

As culturas do mamoeiro e do maracujazeiro não são muito exigentes quanto ao tipo de solo (Sanches e Dantas,1999; Lima, 2002).
O local onde será implantado o pomar possui clima tropical, temperatura mediana de 26° C e altitude média de 1050 metros. O solo é argiloso e
com 10 % de declividade.
O maracujazeiro requer calor, umidade e dias longos, o que lhe permite nestas condições, produzir o ano todo. Temperaturas médias entre 25° a
27°C, comprimento do dia com pelo menos 11 horas de sol e chuvas de 800 a 1.750 mm, bem distribuídas, são as condições indicadas para a cultura.
No Distrito Federal encontramos todas essas condições favoráveis à produção do maracujá, desde que aplicada irrigação nos períodos de estiagem
(Lima, 2002).
O vento é um fator climático que pode limitar a produção em ambas as culturas, através de danos diretos ou devido a ferimentos que facilitam a
entrada de patógenos. Em regiões com muita incidência de ventos é recomendada a utilização de dois fios de arame na espaldadeira do maracujá e
ainda a implantação de quebra-vento (Ipa, 2005).
O mamoeiro é uma planta tipicamente tropical, vegetando bem em regiões de alta insolação, com temperaturas variando de 22°C a 26°C.
Considera-se adequado para o seu cultivo solos com textura areno-argilosa, cujo pH varie de 5,5 a 6,7.
Devem-se evitar solos compactados, sujeitos ao encharcamento, pois nessas condições as plantas se apresentam raquíticas e estioladas,
produzindo menos frutos. Caso seja necessário o uso de solos argilosos e rasos, e/ou com presença de camadas adensadas, deve-se efetuar
subsolagem a 0,50 m ou mais de profundidade (Embrapa Mandioca e Fruticultura,2005).
O pomar será instalado na Fazenda Núcleo Rural Ponte Alta de Cima (Rod. DF 290, km 10, pertencendo a região administrativa do Gama), que
fica a uma distância de 50 km do CEASA-DF, onde será comercializado a maioria dos frutos.

3.2. Escolha das Cultivares

As cultivares que serão utilizadas para maracujá são, 25 % de Roxo Australiano, e 25 % de cada híbrido da Série IAC 270 (IAC – 273,IAC-275
e IAC – 277) que foram selecionados pela qualidade de fruto e produtividade. Seus frutos correspondem ao padrão 2A e 3A do mercado atacadista da
CEASA, e apresentam as seguintes características médias: peso de 170 a 220 g; 8,8 cm de comprimento por 7,3 cm de largura; mais de 370 sementes
por fruto; mínimo de 50 % de polpa; coloração interna alaranjada; teor de sólidos solúveis totais superior a 15º Brix. A produtividade média é de 45-50
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t/ha/ano, com polinização manual complementar e aproximadamente 65 % desses frutos atingem a melhor classificação do mercado, principalmente
quando colhidos entre março e maio.
Esses híbridos apresentam um acréscimo até de 100 % na produtividade atualmente obtida. Frutos dos três híbridos da Série IAC 270 são bem
semelhantes entre si. Recomenda-se o cultivo próximo, no mesmo campo, o que beneficia a polinização e o pegamento dos frutos. O "IAC-277"
apresenta frutos maiores e mais alongados; "IAC-275" tem maior proporção de frutos com polpa de coloração alaranjada intensa, extremamente
atrativa e aromática; "IAC-273", por sua vez, é o de maior produtividade. Assim, os três são indicados para produtores que direcionam sua produção
para o mercado de frutas frescas (IAC,2005).
A cultivar utilizada para mamão será a Sunrise Solo, que é originário da Estação Experimental do Havaí (EUA), tem peso médio entre 350 e
450 gramas, formato piriforme, cavidade ovariana pequena, polpa vermelho-alaranjada e consistente e pequenas estrias na parte basal do fruto, que é
seu caráter marcante. Sua produtividade oscila entre 40 e 60 t/ha/ano, tem uma ótima aceitação no mercado devido ao seu peso (Marteletto,1997).

3.3. Obtenção das Mudas

As mudas serão produzidas na própria fazenda. As sementes dos híbridos de maracujá serão adquiridas no IAC-Campinas e as sementes do
maracujá Roxo Australiano e do mamão Solo da Embrapa Cerrados.
Para produção das mudas serão necessários sacos de plástico de 10 x 25 cm, contendo uma mistura de três partes de terra para uma de esterco
de curral bem curtido e uma de areia lavada. Para cada metro cúbico dessa mistura coloca-se 2kg de calcário dolomítico, 2 kg de superfosfato simples e
0,5 kg de cloreto de potássio, aplicação de solução de uréia a 0,85 % apresenta bons resultados no vigor vegetativo das mudas (Sanches e Dantas,1999;
Lima, 2002).
O substrato vai ser fumigado para minimizar o aparecimento de doenças na fase da germinação e desenvolvimento inicial das mudas, será usado
o Dazomete , na dosagem de 30 a 60 g/m² de canteiro ou 150 a 300 g/m³ de substrato, o período de carência é de três semanas.
Os sacos serão colocados em fileiras formando canteiros com 1,20 m de largura e comprimento máximo de 20 metros, com 0,5 metros entre
canteiros, a disposição dos sacos deve ser feita na orientação Norte-Sul para facilitar a ventilação e propiciar uma luminosidade uniforme.
Para a fabricação de mudas de maracujá, colocam-se 4 sementes por saco e para mamão 3 sementes por saco, a 1cm de profundidade, cobrindo-
se com uma leve camada de terra. Para formação de 1000 mudas são necessários em torno de 130 g de sementes, para ambas as culturas.
Nas mudas, quando as plântulas estiverem com 3 a 5 cm de altura, deve-se realizar o desbaste, deixando-se apenas a mais vigorosa. No caso do
maracujá as outras mudas são cortadas rente ao solo, para evitar danos ao sistema radicular da muda definitiva. No mamão deixa-se apenas a muda
mais vigorosa em cada saquinho, podendo-se aproveitar as mudas desbastadas, colocando-as nos saquinhos onde houve falhas de germinação. Se as
mudas apresentarem sintomas de deficiência de nitrogênio, ou seja, estiverem cloróticas, após o surgimento do segundo par de folhas verdadeiras,
deve-se regá-las com solução de nitrocálcio a 0,5 % ou de sulfato de amônio a 0,2 % - 0,3 %, devendo-se irrigá-las duas vezes ao dia. O controle de
doenças da parte aérea é feito previamente pela aplicação de produtos à base de cobre, com periodicidade semanal. O controle das pragas será feito
após o seu aparecimento no viveiro, empregando-se Malation, Fention e Carbaryl (Sanches e Dantas,1999; Lima, 2002).
As mudas serão mantidas sob sombrite 50 % até o momento de instalação do pomar.
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3.4. Implantação
3.4.1. Preparo do Solo

A adubação será realizada de acordo com a análise do solo e às necessidades das duas culturas.
O pomar será implantado no solo com as seguintes características químicas e físicas:

Tabela 3 - Análise química e física do solo da fazenda Ponte Alta de Cima, feito no laboratório Soloquímica.
pH Ca Mg K Na Al CTC Argila
Em H20 cmolc/dm³ g/Kg
6,5 2,4 1,1 0,11 0,01 0 7,6 500
P S B Cu Fe Mn Zn Areia
mg/dm³ g/Kg
6,5 5,7 0,41 0,14 72,1 14,6 2,53 220

No pré-plantio o solo será corrigido com, 100 kg P205, 100 kg K20, 1 kg B, 2 kg Cu, 200 kg de gesso e 1 tonelada de calcário por hectare para as
duas culturas.
Pós-plantio, 88 g P2O5, 20g de K2O, 1g de B, 0,5g de Cu, 1g de Mn, 0,05g Mo e 5g Zn por cova e 3 litros de esterco de galinha por planta para
as duas culturas (Sousa e Lobato, 2002).
Na adubação de Produção, seguir cada tabela abaixo de acordo com a cultura, análise de solo e análise foliar.

Tabela 4 - Adubação de produção para Mamão


Produtividade Nivel de P no solo Nível de K no solo
Nitrogênio
esperada Baixo Médio Adeq. Baixo Médio Adeq.
t/ha N (g/planta) P2O5 (g/planta) K2O (g/planta)
<20 60 70 55 15 100 80 50
20 a 30 75 90 70 20 140 90 60
30 a 40 105 120 100 25 180 120 80
40 a 50 135 155 120 30 220 160 100
>50 165 190 150 40 260 200 140
Fonte: Andrade, 2002.
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Tabela 5- Adubação de produção para Maracujá


Prod. Teor de N no tecido (g/kg) Nivel de P no solo Nível de K no solo
esperada <36 36 a 55 >55 Baixo Médio Adeq. Baixo Médio Adeq.
t/ha N (g/planta) P2O5 (g/planta) K2O (g/planta)
< 10 35 30 15 20 15 0 90 60 40
10 a 15 45 35 20 40 30 0 115 80 50
15 a 20 60 50 30 60 40 10 155 100 70
20 a 25 80 65 40 70 50 15 170 115 95
> 25 100 80 50 90 60 15 250 165 115
Fonte: Andrade, 2002.

Seguindo a tabela 4 e 5, analise de solo e análise foliar, a adubação de produção será de, 105 g de N, 100g de P205, e 120g de K2O, por planta
para Mamão, e 80 g de N, 60g de P205, 165g de K2O, por planta para Maracujá.
Parcelar os adubos contendo N e K em seis vezes, podendo ser aplicados juntos, em faixas da largura de 1m, nos dois lados da planta. Utilizar o
K de preferência, na forma de sulfato de potássio. O adubo fosfatado será aplicado junto com o N e K. Essa prática visa ao escalonamento de
desembolso com a compra do adubo a utilização de fórmulas comerciais, sendo essa decisão de ordem econômica (Andrade, 2002).
No maracujá a reaplicação dos micronutrientes pode ser necessária após quatro anos, baseada em dados de análise de solo e planta. Após o
estabelecimento, se forem identificadas deficiências de micronutrientes, aplicá-los via foliar.
Fazer novas amostragens de solo a cada dois ou três anos e de folhas a cada 2 anos (Andrade, 2002).
O preparo do solo será realizado por terceiros e para tanto usar-se-á uma grade aradora 14 x 26”, uma grade niveladora 28 x 22”, e um
terraceador.
Para o preparo dos sulcos de plantio será utilizados um sulcador de uma linha, e o trator de 65 cv 4 x 2, a adubação de plantio será feita na cova
manualmente. Para distribuição das mudas utilizar-se á um trator de 65 cv 4 x 2, e uma carreta de 4 toneladas. Antes do plantio será instalado o sistema
de irrigação, sendo a instalação por conta da empresa.
O preparo deve ser realizado 2 a 3 meses antes do plantio das mudas. Será feita uma gradagem pesada, depois aplicar o calcário e passar a grade
niveladora.
Depois de corrigido o solo, serão abertos os sulcos de plantio com espaçamento de 3 m e 2,5 m , sendo dois sulcos de 3 m e um de 2,5 m, isso
sucessivamente, tendo como finalidade formar um sulco com profundidade de 50 cm. Após a abertura dos sulcos, será instalado o sistema de irrigação
por gotejamento.

3.4.1.1 Montagem da estrutura de sustentação


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Por se tratar de uma planta trepadeira, o maracujazeiro necessita de suporte para proporcionar a boa distribuição dos ramos e garantir maior
produção de frutos.
Os sistemas mais utilizados são latada ou caramanchão e espaldeira vertical. O sistema latada mesmo apresentando produtividade maior, não é
recomendado para pomar comercial, por ter um custo elevado e aumentar a ocorrência de doenças, isso porque forma massa vegetativa muito densa.
Será usado o sistema de espaldeira vertical, será feita com mourões e estacas com 2,5 m de comprimento, espaçados de 5 metros, com 2 fios de
arame liso n° 12, sendo que o superior ficará a 2,00 m e o inferior a 1,60 m do solo, os postes devem ser enterrados com 50 cm de profundidade. Os
mourões devem ter a extremidade superior em bisel para evitar infiltração de água e apodrecimento. Os mourões das extremidades necessitam receber
uma escora complementar para maior resistência do suporte de sustentação. Os mourões para construção da espaldeira devem ser de madeira dura a
exemplo da peroba e de aroeira. Sempre que possível, os mourões devem ser tratados com conservantes à base de creosoto de alcatrão de hulha ou
mesmo óleo queimado.
O mamoeiro não necessita de sustentação. O desbaste de plantas do mamoeiro deve ser feito no início da floração (sexagem), quando se deve
identificar o sexo das plantas. Isso ocorre de três a quatro meses após o plantio. Deixa-se apenas uma planta por cova, preferencialmente hermafrodita,
pois os mercados externos e internos preferem frutos de formato piriforme, característicos destas plantas (Sanches e Dantas,1999; Lima, 2002).

3.4.2. Plantio

O plantio das mudas de maracujá no local definitivo deve ser efetuado quando elas estiverem com 15 a 25 cm ou até com 30 cm de altura, o que
pode ocorrer de 45 dias a 70 dias após a semeadura. Nessa ocasião tem início a emissão das gavinhas, a muda é colocada na cova com cuidado para
não quebrar o torrão após retirada do saquinho. Por precaução, deve-se deixar o colo acima do nível do solo pois haverá uma acomodação da cova e,
então, aplicar 20 litros de água por planta. A época de plantio determina o início da produção, por isso, as mudas serão plantadas no mês de
fevereiro/março, para o início da produção coincidir com os meses de melhor preço no mercado (Silva, 1999).
Para os mamoeiros do grupo Solo, planta-se no campo três mudas por cova, provenientes cada uma de saquinhos individuais, dispondo-as a
uma distância aproximada de 20 cm uma das outras, no campo as mudas devem ser retiradas com o torrão dos saquinhos, colocadas no sulco, com o
colo da planta ao nível do solo. Em seguida aproxima-se terra às mudas, comprimindo-as com cuidado (Sanches e Dantas,1999).

3.5. Sintomas de deficiência nutricional

Embora para culturas anuais a diagnose visual tenha pouca importância prática, em culturas perenes, como maracujazeiro e mamoeiro, é uma
ferramenta adicional para o manejo da adubação, pois reflete desequilíbrios nutricionais que podem ser corrigidos no mesmo ano agrícola com
adubação foliar com pulverizações ou quimigação, junto com a irrigação (Nucleoestudo, 2005).

3.5.1 Deficiências no Maracujazeiro


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Segundo Nucleoestudo (2005) a deficiência nutricional apresenta os seguintes sintomas: Nitrogênio: amarelo-cimento generalizado e queda
prematura das folhas, iniciando-se pelas folhas velhas.
Fósforo: as folhas vão se tornando menores, de coloração verde-escura, seguido de ligeiro amarelecimento que progride da margem para o
centro das folhas. As bordas das folhas se curvam para dentro.
Potássio: redução do tamanho das folhas mais novas, os internódios se tornam mais curtos, as folhas perdem a coloração original, tornando-se
verde-fosca. Nos casos de deficiência mais acentuada, ocorre clorose e necrose nas margens das folhas mais velhas.
Cálcio: clorose ou ligeiro amarelecimento e necrose entre as nervuras das folhas mais novas. Ocorre morte dos brotos principais e nas folhas
mais velhas podem aparecer pontuações escuras.
Magnésio: inicialmente aparecem manchas amareladas entre as nervuras das folhas mais velhas, que se unem, tornando-se marrom-amarelada,
enquanto as nervuras permanecem verdes.
Enxofre: redução no tamanho e perda da coloração normal das folhas mais novas, os ramos ficam mais finos. As folhas do terço médio e
inferior da planta conservam o tamanho e a coloração normal.
Manganês: inicialmente aparecem manchas amareladas entre as nervuras, permanecendo uma faixa de tecido verde próximo a estas. Nos casos
de deficiência acentuada, as folhas novas vão-se tornando pequenas e totalmente amareladas.
Boro: redução do tamanho, deformação, amarelecimento ou clorose irregular das folhas mais novas, redução do comprimento dos internódios e
paralisação do crescimento dos ramos. Pode ocorrer excesso de brotações laterais.
Zinco: amarelecimento ou clorose que progride das folhas mais velhas para as mais novas, os internódios ficam mais curtos e as folhas mais
novas tornam-se pequenas, estreitas e alongadas.
Cobre: as folhas mais velhas ficam grandes, largas e adquirem coloração verde-escura, ocorre permanência da dominância apical, podendo
haver morte da ponta dos ramos.
Ferro: folhas pequenas de coloração verde-clara ou amarelada, com uma faixa da tecido verde próximo às nervuras.

3.5.2. Deficiência no Mamoeiro

Para o mamoeiro o Nucleoestudo (2005) relata os seguintes sintomas de deficiências nutricionais: Nitrogênio: Inicia-se com uma leve clorose
das folhas do terço inferior. A seguir, acentua-se a clorose chegando à queda das folhas. As folhas mais novas apresentam limbo pouco desenvolvido e
o pecíolo mais delgado.
Fósforo: Clorose generalizada das folhas basais seguida da queda das mesmas. Em folhas em fase final de desenvolvimento, inicialmente a
clorose é localizada em alguns lóbulos, os quais apresentam bordos necrosados e enrolados para baixo.
Potássio: Aparecimento de áreas cloróticas internervais e marginais contornando todo o limbo foliar. Pontos necróticos esbranquiçados nas
cloroses internervais e castanhos nas extremidades dos lóbulos com clorose marginal. Queda de folhas menos acentuada do que nos casos de
deficiência de N e P.
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Cálcio: Inicia-se com clorose marginal com poucos necróticos nas folhas. Internódios curtos, folhas murchas pecíolos inclinados para baixo e
folhas com nervuras principais arqueadas. No limbo das folhas novas aparecem áreas translúcidas, tornando-se esbranquiçadas com a necrose. Pequena
queda de folhas.
Magnésio: Inicia-se com leve clorose generalizada das folhas. Clorose internerval com aspecto rendilhado e encurvamento para cima nos
bordos das folhas. Pouco desfolhamento.
Enxofre: Os primeiros sintomas de deficiência começam a aparecer aos 50 dias após a omissão do enxofre. As folhas novas, apresentam cor
verde claro passando para verde amarelado. As áreas próximas às nervuras principais, permanecem verdes. Este sintoma não ocorre nas folhas
inferiores, afetando-se apenas as folhas novas.
Boro: Dentre os micronutrientes, o boro é o nutriente mais discutido no mamoeiro. A deficiência de B no mamoeiro provoca uma anomalia
caracterizada pela deformação das frutas e secreção de látex do fruto. O começo da sintomatologia ocorre aos 38 dias após a omissão do boro. As
folhas novas tornam-se de coloração verde escuro, semelhante à deficiência de fósforo. Ao mesmo tempo, ocorreu exudação de látex branco que após
sua cristalização toma uma coloração avermelhada, como ocorre com a deficiência de cálcio. Um segundo sintoma é o aparecimento de manchas de
coloração verde claro entre as nervuras principais das folhas situadas nos terços inferior e médio do caule. Estas manchas posteriormente tornam-se
amarelas. Um sintoma geral é a consistência dura e rígida das folhas, começando nas superiores e progredindo para as inferiores.
Zinco: A deficiência de zinco resulta em redução do crescimento do limbo foliar com o aparecimento de clorose irregular entre as nervuras de
folhas intermediárias. As folhas novas e as do ponteiro permanecem normais. As margens das folhas com sintomas curvam-se para os intermediários
tornam-se muito curtas, sendo umas das principais características das deficiências.
Molibdênio: A deficiência de molibdênio causa redução no crescimento da planta e clorose internerval de folhas velhas, que inicia na
extremidade dos lóbulos. Com a evolução dos sintomas, as manchas cloróticas tornam-se esbranquiçadas e com depressões.

3.6. Tratos Culturais

As práticas culturais realizadas nas culturas do maracujazeiro e do mamoeiro são de fundamental importância para uma alta da produtividade e
melhor qualidade de fruto.

3.6.1. Podas

Após o plantio, a muda do maracujazeiro pode emitir várias brotações laterais que precisam ser removidas a cada 15 dias, deixando-se apenas a
guia principal que deve ser conduzida por um barbante de algodão ou haste de madeira, até o fio de arame. Chegando ao fio de arame, a ponta da guia
deve ser cortada imediatamente após sua fixação no arame por suas gavinhas. Após 10 ou 15 dias a poda ou corte da guia principal, podem surgir
várias brotações laterais. Destas, as duas mais vigorosas e mais próximas do fio de arame devem ser conduzidas em sentidos opostos.
Quando cada uma dessas guias atingir o comprimento de 1,5 a 2 m sobre o arame e começar a tocar na guia das planta vizinhas, elas devem ter
suas pontas podadas novamente, para que novos ramos sejam emitidos formando uma cortina.
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Após os ramos em forma de cortina produzirem a primeira safra, elas devem ser novamente podadas a 40 cm do fio, pois o maracujazeiro só
frutifica nos ramos novos. Se não fizer a poda de renovação, os ramos frutíferos serão emitidos muito próximos ao chão e a produtividade será menor
(Nucleoestudo, 2005).
O mamoeiro não necessita de podas, mas pode emitir brotações laterais ao longo da haste principal, devendo ser eliminadas 30 dias após o
transplantio, com repetição da prática sempre que necessário evitando, assim, redução no crescimento das plantas, concorrência por nutrientes e água,
além de focos para doenças e pragas, especialmente o ácaro branco (Sanches e Dantas,1999).

3.6.2. Polinização e Manejo da Floração do Maracujazeiro

A polinização é um das fases mais importantes na produção do maracujá. Sabe-se que a porcentagem de frutificação, tamanho do fruto, número
de sementes e rendimento de suco estão correlacionadas, positivamente, com o número de grãos de pólen depositados no estigma durante a
polinização. Assim, a produtividade do maracujazeiro está diretamente relacionada à eficiência na polinização de suas flores. O maracujazeiro
geralmente produz flores auto-incompatíveis, isto é, o pólen produzido numa determinada flor não pode fecundá-la e nem fecundar as demais flores
produzidas na mesma planta. Os agentes polinizadores que têm se mostrado mais eficientes são as mamangavas, abelhas do gênero Xylocopa sp. Sendo
assim, para obter altas produtividades, o produtor deve fazer interplantio de diferentes cultivares ou genótipos e manter os insetos polinizadores, as
mamangavas, e/ou fazer a polinização manual (Lima, 2002).
Se forem usados produtos químicos para o controle de pragas e doenças, eles deverão ser aplicados pela manhã, para não comprometer os
agentes polinizadores naturais, principalmente as mamangavas. A polinização feita pelo homem é mais eficiente do que a realizada pelo inseto,
constatando-se um pegamento de frutos de mais de 50%. Quando ela é feita com insetos, o pegamento não ultrapassa 30% (Lima, 2002).
Nas condições dos Cerrados, geralmente a polinização natural do maracujazeiro permite um índice de vingamento de frutos em torno de 13% no
período de outubro a maio e de 2% a 3,5% no período de junho a setembro. Nesse último período, as mamangavas desaparecem ou diminuem muito e
as abelhas-da-europa (Apis mellifera) atacam as flores do maracujazeiro, retirando todo o seu pólen. Apesar de constituírem pragas importantes para a
cultura do maracujá, as abelhas e o vento ainda polinizam 2% a 3,5% das flores (Lima, 2002).
A polinização manual deve ser realizada no período da tarde, haja visto que as flores do maracujá-amarelo se abrem no período que vai das
12:30 min às 15:00 h, permanecendo abertas até as 18:00 h. Definido o horário ideal para se fazer a polinização manual, o produtor deve tocar os dedos
nas anteras até que fiquem impregnados com o pólen (pó amarelo) e tocar levemente nos 3 estigmas de uma outra flor. Em seguida nesta mesma flor, o
produtor deve tocar novamente as anteras para retirar mais pólen, evitando que este pólen retirado toque no estigma da flor que lhe produziu (Lima,
2002).

3.6.3. Controle de Plantas Daninhas


A competição com plantas daninhas é um dos fatores que afetam a produtividade dos cultivos de maracujá e mamão no Brasil, ocasionando
diminuição no rendimento e aumento do custo de produção.
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Na região da copa das plantas o controle será feito com herbicida que será aplicado com o auxílio de pulverizador costal, e nas entrelinhas será
realizado a roçagem, com o auxílio de uma roçadeira mecanizada.
Tabela 6 - Herbicidas para o controle de plantas daninhas
Substância química Dosagem/ha Estágio da invasora
Diuron 2,4 L Pré-emergência
Glifosate 2,4 L Pós-emergência
Fonte: Emater-DF (2005).

3.6.4. Controle de Pragas


3.6.4.1. Maracujazeiro

Freqüentemente se observa insetos na cultura do maracujá. Tais visitas se devem ao fato de a planta ser extremamente atrativa, quer pela
exuberância das suas flores e disponibilidade de néctar e pólen, quer pela presença de nectários extra-florais (glândula presentes no pedolo das folhas).
Assim, a grande maioria dos insetos encontrados na cultura é somente oportunista e passageira. Outros insetos, contudo, são considerados pragas, pois
diminuem a produção, diretamente, destruindo os tecidos vegetais (folhas, botões florais, flores e frutos) e indiretamente, desvalorizando a qualidade do
produto pela transmissão de doenças. Por outro lado, a planta também pode atrair inimigos naturais dos insetos, predadores e parasitóides, que auxiliam
na redução populacional das pragas. Entretanto, a importância dessas pragas pode variar de região para região, época do ano (condições climáticas) e
manejo da cultura (Lima, 2002).
Os cuidados que o produtor deve tomar, com relação às pragas, iniciam-se antes da instalação da cultura, ocasião em que deve ser efetuado o
controle de formigas cortadeiras e cupins.

Lagartas - Dione juno juno e Agraulis vanillae vanillae


(Lepidoptera: Nymphalidae): São as lagartas-desfolhadoras-do-maracujá. O adulto (borboleta) alimenta-se de líquidos açucarados, como o néctar das
flores e voa com maior freqüência nas horas mais quentes do dia. Ao encontrar uma planta de maracujá, a fêmea inicia a colocação dos ovos
(oviposição). Dos ovos, irão eclodir as lagartas, única fase que causa danos. As lagartas consomem folhas, retardando o crescimento da planta e afetando
sensivelmente a produção. Em maracujazeiros jovens, os prejuízos são mais acentuados, podendo provocar a morte das plantas em razão dos sucessivos
ataques. Em áreas pequenas, recomenda-se a catação e a eliminação de ovos e lagartas. Entretanto, em áreas extensas, tal medida pode tornar-se
dispendiosa e ineficaz, havendo necessidade da utilização de inseticidas. Indicação: Cartap (Cartap BR 500 ou Thiobel 500), na dose de 120 g/100 l com
período de carência de 14 dias para Dione Juno Juno e Fenthion (Lebaycid 500 ou Lebaycid EC), na dose de 100 g/ 100 l com período de carência de 21
dias para Agraulis vanillae (Junqueira et al, 1999).

Percevejos Diactor bilineatus Fabricius - Holhymenia cIavigera Herbst - , Holymenia histrio Fabricius - Leptog/ossus gonagra Fabricius.
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(Hemiptera: Coreidae): A identificação dos percevejos no campo pode ser feita com base na coloração, hábitos e morfologia dos insetos. Embora as
ninfas e os adultos suguem a seiva das plantas, as formas jovens preferem botões florais e frutos novos. Os adultos podem atacar também folhas, ramos
e frutos de qualquer idade. Em conseqüência da sucção de seiva, os botões florais e frutos novos caem, ao passo que os frutos maiores murcham e
tomam-se enrugados, prejudicando o seu valor comercial. Como medida preventiva, deve-se evitar o plantio de chuchu e bucha pelas redondezas, por
serem plantas daninhas hospedeiras do percevejo. O controle químico pode ser efetuado, utilizando-se produtos registrados para controle de percevejos
na cultura do maracujazeiro. Indicação: Fenthion (Lebaycid 500 ou Lebaycid EC), na dose de 100g/ 100 l com período de carência de 21 dias
(Junqueira et al, 1999).

Besouros - Philonis passiflorae O'Brien - Philonis obesus Champion (Coleoptera: Curculinidae): Philonis passiflorae e Philonis obesus
são conhecidos com o nome de broca-da-hastedo-maracujazeiro. O adulto de P. passiflorae é um besouro de aproximadamente 5 a 7 mm de
comprimento, coloração marrom, com manchas amareladas no dorso. As larvas da broca-da-haste, ao bloquear os ramos, interrompem a circulação da
seiva, retardando ou mesmo impedindo o desenvolvimento da planta. Os ramos atacados tornam-se fracos e quebradiços, podendo partir-se
longitudinalmente. O ataque da broca pode também provocar queda dos frutos antes da maturação. No controle da broca-da-haste, em casos de
infestação localizada, recomenda-se a poda e a queima dos ramos infestados, com vistorias freqüentes à plantação para detectar os focos. Em algumas
regiões produtoras de maracujá no Brasil, o controle é realizado pela aplicação de inseticidas no interior das câmaras pupais, por meio de uma seringa,
apesar da inexistência de produtos registrados para a praga na cultura. O controle do besouro-das-flores pode ser realizado pelo emprego dos inse-
ticidas indicados para a broca-da-haste, mas, em pulverização. Indicação: fenthion ( fenthion 500 ou Diazinon 600 CE), na dose de 100g/ 100 l com
carência de 21 dias (Manica, 1981).

Moscas - Anastrepha spp - Ceratitis capitata Wied


(Diptera:Tephritidae): Os principais danos causados por Anastrephaspp. são decorrentes da oviposição em frutos ainda verdes, provocando o seu
murchamento antes de atingirem a maturação e a destruição da polpa. As larvas de C capitata podem destruir a polpa dos frutos, inutilizando-os para o
consumo. Os frutos mais desenvolvidos não amadurecem e murcham. A catação e o enterrio de frutos atacados auxiliam na redução populacional das
moscas-das-frutas. Mais interessante, con tudo, seria a colocação desses frutos em valas cobertas com tela fina, para possibilitar a saída dos inimigos
naturais que completaram o seu desenvolvimento. Recomenda-se também, se possível, a instalação do pomar em local afastado de plantas hospedeiras.
Quanto ao controle químico, utiliza-se isca tóxica, aplicada de 15 em 15 dias, apenas de um lado da espaldeira e de maneira descontínua. A isca é
composta por 5 kg de melaço ou açúcar mascavo ou 500 mL de proteína hidrolisada e inseticida, fenthion (Lebaycid 500 ou Lebaycid EC), na dose de
100g/ 100 l com período de carência de 21 dias (Manica, 1981).

3.6.4.2. Mamoeiro

O mamoeiro está sujeito ao ataque de ácaros e insetos, onde os ácaros se constituem na principal praga da cultura. O ácaro branco ou do ponteiro
e o ácaro rajado merecem destaque pela maior ocorrência na região produtora.
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Ácaro Branco: Os adultos transportados pelo vento, instalam-se nas folhas mais jovens do ápice da planta e no caule, nas brotações laterais, se
porventura existirem. Para evitar a luz direta, esses ácaros normalmente alojam-se na face inferior das folhas mais jovens, onde se alimentam e se
reproduzem. À medida que o ataque torna-se mais intenso, as folhas novas ficam reduzidas quase que somente às nervuras. Como medidas de controle
deve-se realizar o desbaste das brotações laterais, bem como aplicar produtos cúpricos (Manica, 1982).
Ácaros tetraniquídeos, o ácaro rajado, o vermelho e o ácaro mexicano, são conhecidos também como ácaros de teia. Essas três espécies são
encontradas na face inferior das folhas mais velhas do mamoeiro, entre as nervuras mais próximas do pecíolo. Ao se alimentarem, destroem as células
do tecido foliar, levando à desfolha da planta. O seu controle é realizado eliminando-se as folhas velhas e aplicando-se acaricidas, sempre direcionando
os jatos para a superfície inferior das folhas. Indicados para ácaros Brancos e tetraniquídeos: Enxofre ( Elosal SC, 240 ml/100 l e aplicação de 1,0 l/ha
ou Sulficamp 300g /100 l e aplicação de 3 – 6 kg/ ha) Vamidothion (Kilval 300, 110ml/100 l e aplicação de 2,0 l/ha) (Sanches e Dantas, 1999).
Pragas secundárias: Cigarrinha verde: utilizar como controle, trichlorfon (Dipterex 240 ml/100 l e aplicação de 1,0 l/há; Pulgões: Para evitar
o avanço deve-se erradicar os mamoeiros infectados e as plantas hospedeiras dos pulgões; Coleobroca: Plantios velhos e plantas drasticamente
infectadas devem ser arrancadas e queimadas; Formigas cortadeiras: O controle deve ser efetuado anteriormente ao plantio, usando se iscas
granuladas, formicidas em pó ou líquidos termonebulizáveis, Sulfluramida (isca formicida de 6 – 8 g/m² de terra solta de formigueiro); Lagarta rosca:
Controle deve ser feito com inseticida biológico, Bacillus thuringiensis (Dipel PM) Mosca das frutas: O mamão é considerado um hospedeiro
secundário das moscas-das-frutas graças à presença, no látex do fruto, do benzil-isotiocianato, composto químico responsável pela resistência do fruto a
essa praga. Em condições normais essas moscas atacam os frutos do mamoeiro somente após o início da sua maturação e os danos se apresentam quando
estes estão maduros. Deve-se evitar te todas as formas a presença de lavouras abandonadas nas proximidades e, sempre que possível, efetuar o
monitoramento periódico desse inseto com uso de frascos caça-moscas. Usar como isca atrativa rapadura a 7,5 % ou suco de mamão a 30 %,
adicionando-se 2 ml de triclorfom 50 % por litro de solução (Sanches e Dantas, 1999).

3.6.5. Controle de Doenças


3.6.5.1.Maracujazeiro

Morte precoce: Os pomares com morte prematura ou morte precoce produzem até a idade de um ano e meio. Os frutos são pequenos, muito
atacados pela antracnose e os ramos começam a secar logo após a primeira safra. A causa dessa doença não está bem esclarecida ainda, mas acredita-se
que adubação inadequada, principalmente deficiência de potássio e micronutrientes, ausência de irrigação e ataques de doenças como a antracnose,
ácaro da leprose dos citros e variedades não adaptadas estejam envolvidas. Como alternativas para reduzir os danos dessa doença, além do manejo
adequado, recomenda-se fazer a cada 10 dias, no período das chuvas, e a cada 20 dias, no período das secas, pulverizações com uma mistura à base de
axicloreto de cobre (Funguran a 750 g/100 I) a 450 g/1 00 litros + enxofre molhável (Kumulus DF a 250g/ 100 litros) a 200 g/100litros, às vezes
intercalando esses produto com manconzeb a 250 g/100 litros. No entanto, o produtor deve-se lembrar de que toda pulverização no maracujá-azedo
tem de ser feita até as 12h, para evitar problemas com polinizadores (Junqueira et al, 1999).
Tombamento da Muda ou Mela: Alguns fungos como Pythium aphanidermatum P. ultimum Phytophthora Paraiítica, Fusarium sp. e
Rhizoctonia sp. podem causar essa doença. Os fungos vivem no solo e atacam as plantas em sementeira, apresentando sintomas muito semelhantes. A
doença é particularmente severa sob condições de umidade excessiva, causando um rápido encharcamento dos tecidos tenros da planta no solo, que
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entram em colapso, provocando a murcha-das-folhas, o tombamento e a morte das plantas. o excesso de água, o sombreamento na sementeira e o uso
de solo já contaminado e sem tratamento favorecem o aparecimento da doença. O controle se faz com o manejo correto da sementeira. Para o controle
químico, o uso de pentacloro-nitrobenzeno para o fungo Rhizoctonia, benomil para o Fusarium e fosetyl-AL para o Phytophthora têm se mostrado
eficientes. Como os sintomas são indistinguíveis pelo simples exame das plantas doentes na sementeira, recomenda-se encaminhar o material vegetal
doente para laboratórios de fitopatologia especializados em clínica fitopatológica, que estejam mais próximos do local do plantio (Manica, 1981).

Antracnose: A antracnose é causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides e está disseminada de forma generalizada em todas as regiões
de cultivo do País, principalmente naquelas onde ocorrem estações quentes e chuvosas. Podem ser afetados os ramos, as fo lhas e os frutos. As
manchas nas folhas inicialmente medem cerca de 5 mm, são circulares, rodeadas por bordos verde-escuros que mais tarde se juntam e formam enormes
lesões enrugadas, ocupando boa parte da folha. Nos ramos, observam-se lesões alongadas que se transformam em cancros, expondo o tecido do lenho,
com morte dos ponteiros que se tornam pardacentos, com pontuações negras que são as estruturas do fungo. Nos frutos, as lesões são deprimidas, com
podridão-seca causando um enrugamento precoce da área afetada, onde-observam frutificações do fungo de cor preta. A podridão atinge a parte interna
dos frutos, causando-lhes murcha e queda. Essa doença pode ser confundida com a bacteriose e atémesmo com a verrugose; entretanto, o fungo
causador da antracnose prefere as folhas mais novas e os ramos com lançamentos novos. O controle se faz com a aplicação de produtos à base de
benomil, oxicloreto de cobre mais mancozeb e chlorotalonil (Rezende, 1997).
Verrugose: Esta doença, causada pelo fungo Cladosporium herbarum, exerce a sua ação destrutiva nas folhas, ramos e frutos, que se tornam
imprestáveis para o comércio de frutas frescas.
Nas folhas, os sintomas manifestam-se por lesões circulares medindo 3 a 5 mm. Inicialmente, nota-se um halo amarelo e, com a evolução da.
doença, os tecidos ficam necrosados, de cor marrom avermelhada e tendem a cair, deixando perfurações na folha. Nas épocas mais frias, as folhas
podem ficar enroladas e quebradiças. Nos ramos, as lesões são longitudinais, formando uma rachadura de cor marrom, assemelhando-se a uma canoa.
Nos frutos, os sintomas começam com uma descoloração dos tecidos que se tornam aquosos. Em seguida, com o secamento desses tecidos, aparecem
formações do tipo cortiça, que se juntam em diversas áreas do fruto e formam verrugas salientes. Para seu controle, mostra-se eficaz uma cobertura
com caldas fungicidas, destacando-se por sua eficiência o benomil e os produtos à base de cobre, em aplicações semanais, sob chuvas, ou quinzenais,
em períodos com chuvas esparsas e menor. umidade. Não se recomenda a aplicação dos produtos nos frutos, se o seu destino é a indústria de sucos,
pois a doença não atinge a sua polpa (Manica, 1981).

Septoriose: Causada pelo fungo Septoria passiflorae) somente apresenta sintomas em situações especiais, quando se observam lesões de cor
marrom, pequenas, nunca supenores a 0,5 cm, circulares, com halo amarelado ao redor. A queda de folhas chega a mais de 20%. Os ramos mais finos
são afetados pelas lesões coalescidas, secam e morrem conferindo à planta um aspecto emponteirado. As medidas de controle recomendadas para
verrugose e antracnose também são eficientes no controle dessa doença (Manica, 1981).

Murcha ou Fusariose: Essa doença ocorre em todas as regiões produtoras de maracujá. É causada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp.
passiflorae e apresenta sintomas nas raízes, no colo e nas folhas. As lesões iniciam-se nas raízes primárias ou secundárias, danificando a casca que se
toma escurecida pela podridão-seca, facilmente destacável dos tecidos internos que, nessa fase, já foram penetrados pelo fungo, expandindo-se pelos
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vasos de condução da seiva. A parte superficial do lenho toma coloração ferruginosa, que também pode ser observada nos vasos de tecidos
aparentemente sadios, bem acima da região apodrecida, caso se faça um corte longitudinal expondo o lenho. Os sintomas foliares caracterizam-se por
uma murcha generalizada (Rezende, 1997).
O controle é muito difícil por causa da natureza sistêmica do fungo e das suas formas de resistência, as quais permanecem em descanso no solo
por muitos anos. Como medidas preventivas recomendam-se: Escolher terrenos bem drenados, em locais altos e sem restos de mata ou capoeira. ·
Evitar gradagens freqüentes em áreas com focos da doença; eliminar as plantas atacadas, destruindo-as nas próprias covas (sem retirá-Ias do local);
Uma vez localizado o foco, erradicar até cinco plantas sadias em volta das plantas doentes; Abrir valas de isolamento de 20 cm de profundidade,
revolver o solo da área isolada, aplicar cal e regar com uma solução de sulfato de cobre a 5%. Não replantar nessa área. No momento do plantio, regar
a planta (50 mL por saco) e, novamente, o colo 20 dias depois, com hidróxido de cobre (300 g/100 l de água). Caso ocorra chuvas no período, diminuir
o intervalo entre aplicações (Rezende, 1997).

3.6.5.2. Mamoeiro

O mamoeiro é afetado por um grande número de doenças, dentre as quais serão destacadas aquelas de maior importância econômica.
Viroses: Mancha anelar do mamoeiro: O vírus é transmitido de um mamoeiro a outro pelos pulgões. Ele produz nas plantas de mamoeiro
afetadas o amarelecimento das folhas mais novas, clareamento das nervuras e também mosaico intenso nas folhas, e podendo até ficar deformada;
Amarelo letal do mamoeiro: Provoca retorcimento do ponteiro e amarelecimento das folhas do terço superior da planta, os frutos apresentam
manchas circulares verde-claras que amarelecem com o passar do tempo; Meleira: É a doença mais importante da cultura do mamoeiro, podendo
afetar até 100 % da lavoura. Sintomas da doença podem aparecer em folhas de plantas jovens, antes da frutificação, as margens das folhas tornam-se
necróticas, após a exsudação de látex (Manica, 1982).
O controle de viroses é feito de forma preventiva, uma vez que não há forma barata e simples de curar um planta infectada com um vírus. No
caso das viroses do mamoeiro, recomenda-se uma série de medidas, como: Utilizar sementes de plantas sadias; Utilizar mudas sadias; Estabelecer os
viveiros distantes de plantios de mamoeiros,; Treinar o pessoal para reconhecimento das plantas com sintomas de virose; Manter o pomar limpo;
Limpar, com desinfetante ou hipoclorito de sódio, os instrumentos de corte utilizados nos tratos culturais e colheita de planta pra planta (Manica,
1982).

Doenças Fúngicas: Antracnose do mamoeiro: É causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides (Penz) Sacc e, mesmo que ocorra em
frutos de qualquer estádio de desenvolvimento, se desenvolve com maior freqüência nos maduros. Os frutos atacados tornam-se desclacificados para a
comercialização e o consumo e, mesmo que os sintomas não apareçam nas condições de campo, eles podem aparecer na fase de amadurecimento,
transporte, embalagem e comercialização. As lesões iniciam com a formação de pequenos pontos negros, que vão aumentando de tamanho e
transformam-se em manchas deprimidas que podem medir até 5 cm de diâmetro. Em torno das manchas forma-se um halo de tecido aquoso, com a
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parte central exibindo um aspecto gelatinoso de coloração rósea. Quando em grande quantidade, as manchas podem coalescer, espalham-se pela
superfície do fruto, penetram e aprofundam-se na polpa, ocorrendo podridão mole.
Para controle, as pulverizações com fungicidas à base de cobre devem começar quando a lesão inicial ainda está com a coloração parda. Aplicar
Mancozeb na dosagem de: 200g/ 100 L de água e 2 Kg/ha de produto.
Tombamento das mudas: É uma doença que aparece normalmente no viveiro, embora possa ocorrer também no campo. É causada por um
complexo de fungos de solo tais como Rizoctonia, Phytophthora, Pythium e Fusarium. No aparecimento dos primeiros sintomas de Rizoctonia, aplicar
produtos à base de PCNB (pentacloronitrobenzeno) sob forma de rega no solo. Para o controle de Fusarium, aplicar chlorotalonil em pulverização no
colo da planta. Os fungos Phytophthora e Phythium podem ser controlados com a aplicação de metalaxyl (Manica, 1982).

3.7. Colheita e Pós Colheita

O maracujá-azedo deve ser colhido quando começam a amarelar. Recomenda-se colher os frutos do maracujá-azedo antes de caírem, pois ao
cair da planta, além de haver grande perda de peso, ocorre também a queimadura pelo sol (Junqueira et al, 1999).
Após a colheita, os frutos perdem peso rapidamente. À medida que permanecem no chão, ficam murchos e sujeitos a apodrecimento,
principalmente no período chuvoso. Desse modo devem ser comercializados ou armazenados imediatamente, para que não haja prejuízo na
comercialização. O produtor deve fazer a coleta dos frutos em intervalos semanais ou duas a três vezes por semana.
Na pós colheita a boa conservação dos frutos por um período mais longo, é de fundamental importância para a comercialização eficiente do
produto destinado ao mercado de frutas frescas e traz benefícios para toda a cadeia de produção. Assim, após a colheita, os frutos devem ser levados
para um local apropriado, lavados, secados, classificados e embalados de acordo com os padrões estabelecidos pelo programa brasileiro de melhoria
dos padrões comerciais e embalagens de hortigranjeiros (Teixeira et al, 1994).
A classificação é feita para separar o fruto por cor, tamanho, formato e qualidade. Os frutos destinados ao processo industrial não requerem essa
classificação. Nesse caso, são comercializados a granel ou em sacos de náilon, tipo rede.
O fruto de mamão é climatérico, ou seja, o processo de maturação continua após a colheita. No entanto, o fruto pode não amadurecer
normalmente se colhido muito imaturo. A depender da cultivar e condições climáticas, o mamão completa a maturação na planta quatro a seis meses
após a abertura da flor. Entretanto, os frutos devem ser colhidos antes da sua total maturação. Para comercialização e consumo local, deve-se colher os
frutos quando estes estiverem com 30% de coloração amarela, mais ou menos 1/3 do fruto. Frutos destinados à exportação ou armazenagem por
períodos longos devem ser colhidos no estádio verde-maduro (de vez) que é caracterizado pela mudança de cor verde-escura da casca para verde-clara,
amadurecimento das sementes, que tornam-se negras, e pelo início de coloração rósea da polpa.
O mamão será colhido manualmente com auxílio de uma faca. A vara de colheita será usada para colher os frutos que estão no alto, que pode
ser de bambu ou de madeira flexível, tem na sua extremidade um copo de borracha semelhante a um desentupidor de pia. O copo é encaixado no ápice
do fruto, o qual é pressionado contra o pedúnculo até sua completa ruptura. O fruto ao cair deve ser apanhado com a mão livre do operário, para evitar
o choque violento do fruto contra o solo (Sanches e Dantas,1999; Lima, 2002).
Na pós colheita é necessário efetuar tratamento dos frutos. O mamão possui uma casca muito fina, facilmente rompida, e pequenas lesões
durante o manuseio e transporte são portas de entrada para microrganismos.
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A mosca-das-frutas é eficientemente controlada pela submersão dos frutos em água a 47°C por 20 minutos, seguindo-se resfriamento rápido em
água fria e fumigação com dibrometo de etileno na dosagem de 8,0 g/m3/2 horas. Este mesmo tratamento térmico também tem efeito sobre a
antracnose e alternária.
Os frutos de mamão serão classificados pelo tamanho em pequenos, médios e grandes, no galpão com boa circulação de ar, e etiquetados se o
produtor desejar sua marca no mercado. Para este fim, utilizam-se etiquetas autocolantes com nome e endereço do produtor.
Após seleção, enceramento e etiquetagem, os frutos são embrulhados com papel tipo seda parafinado e armazenados nas caixas em posição
vertical ou ligeiramente inclinados. Para evitar machucados e choques nos frutos, colocam-se fitas de madeira ou de papel entre os frutos, no fundo da
caixa e sob a tampa.
O uso de atmosfera controlada e sub-atmosfera não têm mostrado efeito benéfico adicional sobre o aumento da vida do fruto de mamão e
maracujá, não sendo recomendada a adoção desses sistemas devido ao alto custo de instalação e operacionalização (Sanches e Dantas,1999; Lima,
2002).

3.8. Comercialização

As vendas diretas do produtor para os supermercados têm assumido posição cada vez mais relevante no varejo de frutas e, também, tem surgido
outros canais alternativos de comercialização.
Diante dessa situação, a organização do produtor em associações ou cooperativas é fundamental, o que lhe permite aumentar seu poder de
barganha em relação àqueles a quem vende suas frutas.
Os principais intermediários entre o produtor e o consumidor final têm sido os atacadistas.
Os canais de distribuição mais comuns são as feiras livres e os sacolões, que encaminham 79,5 % do volume produzido, os 20,5 % restantes são
comercializados pelos super-mercados.
Os frutos de maracujá e de mamão serão Classificados na fazenda e após comercializados na CEASA-DF. Os frutos destinados ao mercado de
frutas frescas serão classificados e embalados em caixas de plástico recicláveis e desinfetada. A classificação do maracujá baseia-se no tamanho dos
frutos, uma padronização que considera o numero de frutos colocados na caixa, o que define os padrões extra AAA, extra AA, extra A, extra e
especial, sendo os reprovados, encaminhados para comercialização para industrias extratoras e ao mercado popular (sacolões), não precisando ser
classificados. A embalagem mais utilizada para esses frutos é o saco de polietileno. Atualmente, nesse mercado, a cotação ainda é fixada por peso, sem
levar em conta o aspecto da fruta e a qualidade do suco, no caso de maracujá e encaminhado para indústria de doces e compotas o mamão reprovado na
seleção.
Tabela 7 - Média do preço anual de 2004
Preço Preço Preço
Frutos
minimo médio máximo
Maracujá - (Kg) 0,80 1,00 1,20
Mamão Hawai - ( cx. 8 a 10 kg) 7,00 8,00 9,00
Fonte: CEASA-DF (2005).
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4. CONCLUSÃO

Nas condições que foi proposto o projeto para a região Centro Oeste, conclui-se que: O consórcio Diversifica a atividade da propriedade,
aproveita melhor a utilização da área, ; é viável tecnicamente na região proposta; há demanda do produto oferecido no mercado local, e é uma atividade
ambientalmente sustentável.
Considera-se também que as culturas se apresentam eficientes na geração de empregos, aproveitando a mão-de-obra rural, principalmente a
familiar das pequenas propriedades.
Deve-se observar, que a cada dois anos o pomar deve ser instalado em outro local da fazenda. Na área que foi plantado maracujá e mamão,
deve-se plantar outra cultura, para ser feito a rotação de culturas, muito importante para diminuir a quantidade de pragas e doenças.

5. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

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UPIS – Faculdades Integradas
Departamento de Agronomia

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