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Fundamentos de Metodologia da
Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Generoso De Angelis Neto
Educação a Distância.
Universidade Aberta do Brasil – UAB.
DD: 001.42
A Coordenação
SUMÁRIO
■■ PALAVRAS DO PROFESSOR 07
■■ OBJETIVOS E EMENTA 09
C
■■
ARACTERIZAÇÃO DOS MÉTODOS CIENTÍFICOS
SEÇÃO 1 - Caracterização dos métodos de abordagem científica
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28
■■ SEÇÃO 2 - O método de Galileu Galilei 33
■■ SEÇÃO 3 - O método de Francis Bacon 34
■■ SEÇÃO 4 - O método de Descartes 36
■■ SEÇÃO 5 - A concepção atual do método científico 37
O autor
OBJETIVOS E EMENTA
Objetivos
■■ Desenvolver a leitura crítica de trabalhos técnicos e científicos na área
de projetos e obras públicas de edificações.
■■ Promover o conhecimento de técnicas para a redação de trabalhos
científicos
■■ Reconhecer as formas de organização do trabalho científico.
■■ Apropriar as formas de organização de trabalhos científicos.
■■ Desenvolver o trabalho monográfico à luz das técnicas e métodos da
pesquisa científica.
Ementa
■■ Normatização de TCC, conhecimento dos conceitos básicos de filosofia, ciência
e lógica, assim como dos métodos, processos e planejamento de pesquisa
aplicada a projetos e obras públicas de edificações.
Conceitos e desenvolvimento
da ciência
Generoso De Angelis Neto
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Identificar os vários conceitos da Ciência através da história.
Unidade I
Distinguir crença de verdade científica.
ROTEIRO DE ESTUDOS
SEÇÃO 1 - Natureza e objetivos da Ciência.
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UNIDADE I
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
homem pela utilização do método científico e de outras regras especiais
do pensamento.
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UNIDADE I
relacionamento diário do homem com as coisas. Não há a intenção e a
preocupação de atingir o que o objeto contém além das aparências. Por
isso, é dito conhecimento empírico.
O conhecimento filosófico caracteriza-se por questionamentos
sobre os problemas humanos, tendo por base apenas as ideias, reflexões
e relações emanadas da razão humana. Procura conhecer as causas reais
dos fenômenos, não as causas próximas como as ciências particulares.
Procura conhecer, também, as causas profundas e remotas de todas as
coisas e, para elas, respostas. Dentre suas características, destacam-se:
é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses, que não
poderão ser submetidas à observação; não é verificável; tem a característica
de sistemático; e é infalível e exato. Portanto, o conhecimento filosófico é
caracterizado pelo esforço da razão para questionar os problemas humanos
e poder discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes
da própria razão humana.
O conhecimento religioso ou teológico tem como referência
as proposições sagradas, reveladas pelo sobrenatural. As verdades
são consideradas infalíveis e indiscutíveis. Também é um tipo de
conhecimento não verificável. O conhecimento teológico, ou místico, é
fundamentado exclusivamente na fé humana e desprovido de método. É
alcançado através da crença na existência de entes divinos e superiores
que controlam a Vida e o Universo. Resulta do acúmulo de revelações
transmitidas oralmente ou por inscrições imutáveis e procura dar respostas
às questões que não sejam inteligíveis às outras esferas do conhecimento.
Exemplos são os textos sagrados, tais como a Bíblia e o Alcorão. Adquirido
a partir da aceitação de axiomas da fé teológica, esse conhecimento é
fruto da revelação da divindade, por meio de indivíduos inspirados, que
apresentam respostas aos mistérios que permeiam a mente humana.
Já o conhecimento científico lida com acontecimentos. Distingue-
se dos demais pela forma ou método, pelas técnicas e os instrumentos
utilizados. São características do conhecimento:
• racional, pois é constituído por conceitos, raciocínios, ideias
combinadas segundo um conjunto de regras lógicas;
• objetivo ao procurar concordar com seu objeto, verificando a
adequação das ideias aos fatos;
• factual, pois parte dos fatos e retorna aos fatos;
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UNIDADE I
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
• transcendente aos fatos quando descarta fatos, produz novos
fatos e os explica;
• analítico ao decompor o todo em suas partes componentes;
• claro e preciso na medida em que os problemas devem ser
formulados com clareza, definindo conceitos para evitar
ambiguidade, inventando sinais e atribuindo-lhes significados;
• comunicável, pois sendo o conhecimento de toda sociedade,
deve ser comunicado de tal modo que outras pessoas possam
verificar os dados e hipóteses;
• universal, pois deve passar pela prova da demonstração;
• depende de investigação metódica porque exige planejamento e
é baseado em conhecimento anterior, obedecendo a um método
que determina as técnicas a serem utilizadas;
• sistemático, pois é constituído por um sistema de ideias,
logicamente correlacionadas, e possui sistema de referência,
teorias, hipóteses e fontes de informação;
• acumulativo por ser um conjunto contínuo de conhecimentos,
onde o antigo pode ser substituído pelo novo;
• falível, pois não é definitivo;
• geral, uma vez que procura a uniformidade e elaboração de
modelos ou sistema mais amplo;
• explicativo porque tem como finalidade explicar os fatos;
• preceptivo, buscando prever as ocorrências, a partir das leis e
informações disponíveis;
• aberto, pois não deve haver barreiras limitantes, considerando
os recursos de sua época; e
• útil na medida em que a ciência mantém uma conexão com a
tecnologia.
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UNIDADE I
Portanto, fazer ciência é buscar explicações acerca de um fenômeno.
Como tal, não é um dogma e, portanto, discutível. Para Eco (1998), um
estudo é científico quando satisfaz alguns requisitos:
• preocupação com um objeto reconhecível por quem o define e
pelos outros;
• dizer do objeto algo que ainda não foi dito;
• ser útil aos outros; e,
• fornecer elementos para verificação e contestação.
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UNIDADE I
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para fazer suas escolhas; a própria ciência se baseia em afirmações que
expressam valores: fundamentos que não são ou não podem ser provados,
considerados verdadeiros – representam problemas na área da filosofia
da ciência (SILVA, 2003).
Para Salomon (2010), fazer ciência envolve julgamento: a própria
escolha do que investigar e os métodos a serem utilizados dependem dos
valores do pesquisador. Fazer ciência envolve avaliação: a etimologia desta
última, indica que seu significado é “dar valor”, “julgar”, “determinar
a valia, o merecimento”, “ajuizar”. A ação de julgar, assim, supõe uma
definição do que é desejável, não é universal e depende do conjunto de
valores partilhados. Como consequência, não existe método asséptico e
desprovido de concepções filosóficas e/ou ideológicas.
SEÇÃO 2
A CIÊNCIA ATRAVÉS DOS TEMPOS: DISTINÇÃO ENTRE
O CONHECIMENTO CIENTÍFICO E BOM SENSO
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UNIDADE I
que se dá pela vivência circunstancial e estrutural das propriedades
necessárias à adaptação, interpretação e assimilação do meio interior
e exterior do ser. Dessa maneira, ocorrem, então, as relações entre
sensação, percepção e conhecimento, sendo que a percepção tem uma
função mediadora entre o mundo caótico dos sentidos e o mundo mais
ou menos organizado da atividade cognitiva. É importante frisar que o
conhecimento, como também o ato de conhecer, existe como forma de
solução de problemas próprios e comuns à vida.
O conhecimento como forma de solução problemática, mais ou
menos complexa, ocorre em torno do fluxo e refluxo em que se dá a base
da idealização, pensamento, memorização, reflexão e criação, os quais
acontecem com maior ou menor intensidade, acompanhando parâmetros
cronológicos e de consciência do refletido e do irrefletido. O conhecimento é
um processo dinâmico e inacabado, serve como referencial para a pesquisa
tanto qualitativa como quantitativa das relações sociais, como forma de
busca de conhecimentos próprios das ciências exatas e experimentais.
Portanto, o conhecimento e o saber são essenciais e existenciais
no homem, ocorrem entre todos os povos, independentemente de raça,
crença, porquanto no homem o desejo de saber é inato. As diversificações
na busca do saber e do conhecimento, segundo caracteres e potenciais
humanos, originaram contingentes teóricos e práticos diferentes a serem
destacados em níveis e espécies. O homem, em seu ato de conhecer,
conhece a realidade vivencial, porque se os fenômenos agem sobre os
seus sentidos, ele também pode agir sobre os fatos, adquirindo uma
experiência pluridimensional do universo. De acordo com o movimento
que orienta e organiza a atividade humana, conhecer, agir, aprender e
outros conhecimentos se dão em níveis diferenciados de apreensão da
realidade, embora estejam inter-relacionados (CERVO; BERVIAN, 2002).
Gerhardt e Silveira (2009) destacam que a definição clássica de
conhecimento, originada em Platão, diz que ele consiste de crença,
verdadeira e justificada. Em filosofia, mais especificamente em
epistemologia, crença é um estado mental que pode ser verdadeiro ou
falso. Ela representa o elemento subjetivo do conhecimento. Platão,
iniciador da tradição epistemológica, opôs a crença (ou opinião – doxa,
em grego) ao conceito de conhecimento. Uma pessoa pode acreditar em
algo e, ainda assim, ter dúvidas. Acreditar em alguma coisa é dar a isso
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UNIDADE I
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mais de 50% de chance de ser verdadeiro. Acreditar é ação. A crença é a
certeza que se tem de alguma coisa. É uma tomada de posição em que se
acredita nela até o fim; ou seja, é sinônimo de convicção, fé, conjunto de
ideias sobre alguma coisa, etc.; atitude que admite uma coisa verdadeira.
Verdade significa o que é real ou possivelmente real dentro de um
sistema de valores. Essa qualificação implica o imaginário, a realidade e
a ficção, questões centrais tanto em antropologia cultural, artes, filosofia
e na própria razão.
Na Antiguidade Clássica (século VI a.C ao século III d. C.), o
conhecimento produzido era voltado para explicação do mundo. O
interesse dos filósofos era compreender e explicar a vida do homem e
sua razão de ser: conhecimento das coisas pelas causas. Nos primórdios
da Idade Média (século III d. C.), o acesso ao conhecimento foi
dificultado pela crescente pressão das leis e dogmas da igreja, realidade
que permaneceu por vários séculos (Obscurantismo). O interesse pelo
conhecimento de um modo geral e sua prática começam a retornar nos
séculos XIII e XIV, tomando impulso a partir do século XV e florescendo
nos séculos seguintes. Não há consenso se ciência teve início com gregos
(Platão e Aristóteles) que trataram a filosofia como ciência, ou se surge na
Renascença com Galileu. O fato é que há diferenças fundamentais entre
conhecimento produzido pela filosofia grega, a ciência de Galileu e o que
se entende por ciência na atualidade (ESTRELA, 2005).
É na Grécia do século V a.C. que surgem as tentativas de explicações
mais sistematizadas dos fenômenos da natureza, particularmente com a
cosmologia de Aristóteles que, a partir de fatos do senso comum, elaborou
uma teoria consistente e lógica, a qual resistiu por mais de dois mil anos.
São pressupostos dessa teoria: crença na existência de naturezas bem
determinadas (coisas bem distribuídas); crença na existência de um
cosmos; crenças na existência de princípios de ordem em decorrência dos
quais os seres reais formam um todo bem ordenado. A teoria aristotélica
tem como premissas dois postulados (BARROS; LEHFELD, 2000): a terra
imóvel (concepção estática de ordem), no centro do universo; o universo é
esférico, finito e com uma estrutura ordenada. Surge, então, a concepção
de universo finito, esférico, limitado, não existindo nada fora dele. Como
a preocupação da teoria aristotélica é com a natureza dos seres, por isso,
sua doutrina é qualitativa. Aristóteles não demonstra, argumenta.
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UNIDADE I
A Renascença foi um período de grandes rupturas e início de
Nova Era. Ocorreu num contexto onde o mundo via o nascimento de
uma sociedade pós-feudal (navegação, comércio, descobertas, etc.), a
afirmação de uma burguesia mercantil, formação de estados nacionais e
o início da transição para um estado capitalista. No campo das ideias, a
cultura teocêntrica começa a ser substituída pela antropocêntrica; surge
o que hoje é chamado de ciência moderna. Para Kauark et al. (2010),
neste período, aproximadamente entre o final do século XIII e meados do
século XVII, os seres humanos retomaram o prazer de pensar e produzir
o conhecimento através das ideias. Nesse período, as artes, de uma forma
geral, tomaram um impulso significativo.
A ciência moderna, como concebida hoje, tem origem na chamada
Revolução Científica dos séculos XVI e XVII, época em que a humanidade
já havia superado a escravidão, dominado as técnicas da navegação, minas,
artilharia, imprensa, etc.; as transformações no plano do conhecimento
seguem as grandes transformações da época (SILVA, 2003). Esta autora
discute os acontecimentos daquele período, destacando Galileu Galilei
como o grande personagem (outros foram Copérnico, Bacon, Descarte,
Newton, etc.), por ser o primeiro a formular o método experimental.
Kauark et al. (2010) destacam que os séculos XVI e XVII são
conhecidos na história, como a Idade da Revolução Científica, iniciada
com Copérnico, seguindo-se com Kepler e, principalmente, com Galileu
(considerado o pai da Ciência Moderna), pioneiro da abordagem empírica
e a descrição matemática do fenômeno natural. Contemporâneo de
Galileu, coube a Francis Bacon a descrição do método empírico, a teoria
do método indutivo, alterando profundamente o espírito da investigação
científica que, em grande medida, passa a ser usada para predizer,
dominar e controlar o mundo.
Nos séculos XVII e XVIII, a burguesia assumiu uma característica
própria de pensamento, tendendo para um processo que tivesse imediata
utilização prática. Com isso surgiu o Iluminismo, corrente filosófica que
propôs “a luz da razão sobre as trevas dos dogmas religiosos”. O pensador
René Descartes mostrou ser a razão a essência dos seres humanos,
criando a célebre frase “penso, logo existo”. No aspecto político, o
movimento Iluminista expressou-se pela reivindicação de escolha direta
dos governantes através da vontade popular, na fórmula igualitária, um
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UNIDADE I
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
homem, um voto. Nesse período, a partir de 1789, ocorreu a Revolução
Francesa, responsável pela implantação desta fórmula (SILVA, 2003)
Barros e Lehfeld (2000) destacam que no século XIX, a ciência
passou a ter maior atenção, crescendo muito em número de adeptos e
pesquisadores. Parecia que tudo só tinha explicação através da ciência.
Como se o que não fosse científico não correspondesse à verdade. Se
Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Giordano Bruno, entre outros, foram
perseguidos pela Igreja em função de suas ideias sobre as coisas do
mundo, o século XIX serviu como referência de desenvolvimento do
conhecimento científico em todas as áreas: na sociologia, Augusto Comte
desenvolveu sua explicação de sociedade, criando o Positivismo, vindo
logo após outros pensadores; na Economia, Karl Marx procurou explicar
as relações sociais através das questões econômicas, resultando no
Materialismo Dialético; Charles Darwin revolucionou a Antropologia e
feriu os dogmas sacralizados pela religião com a “Teoria da Hereditariedade
das Espécies, ou Teoria da Evolução”. A ciência passou a assumir uma
posição quase religiosa diante das explicações dos fenômenos sociais,
biológicos, antropológicos, físicos e naturais.
Gil (2010) apresenta a seguinte distinção entre os tipos de
conhecimentos:
• Conhecimento espontâneo - É ametódico e assistemático,
nascendo da tentativa do homem de resolver os problemas de
sua vida diária. É subjetivo, pois depende de juízos pessoais a
respeito das coisas, ocorrendo o envolvimento das emoções e dos
valores de quem observa. É ainda um conhecimento particular,
restrito a uma pequena amostra da realidade.
• Conhecimento científico – É uma conquista recente da
humanidade, surgido apenas no século XVII. É metódico e
sistemático, voltado para a resolução de problemas inerentes a
toda humanidade. É objetivo, não dependendo dos pensamentos
e desejos de nenhuma pessoa em particular, pois o conhecimento
científico pode ser replicado por qualquer um que utilize o
mesmo método e trabalhe com a realidade da mesma maneira.
É um conhecimento geral, na medida em que busca estabelecer
as regularidades dos fenômenos e não as suas particularidades.
Busca leis gerais.
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UNIDADE I
Mas e o que vem a ser senso comum? Para Fachin (2003), o senso
comum é um saber que nasce da experiência quotidiana, da vida que os
homens levam em sociedade. É, assim, um saber acerca dos elementos
da realidade em que vivemos; um saber sobre os hábitos, os costumes,
as práticas, as tradições, as regras de conduta, enfim, sobre tudo o que
necessitamos para podermos orientar-nos no nosso dia-a-dia: como comer
à mesa, acender a luz de uma sala, ligar a televisão, como fazer uma
chamada telefônica, apanhar o autocarro, o nome das ruas da localidade
onde vivemos, etc.
Assim, pode-se destacar que o senso comum apresenta as seguintes
características (SILVA, 2003):
• Subjetivo: O senso comum é subjetivo, porque não é objetivo:
cada indivíduo vê o mundo à sua maneira, formando as suas
opiniões, sem a preocupação de as testar ou de as fundamentar
num exame isento e crítico da realidade;
• Qualitativo: É um conhecimento qualitativo, pois todos os
grupos, os objetos, as coisas, os fatos são julgados por nós como
leves ou pesados, belos ou feios, quentes ou frios, grandes ou
pequenos, justos ou injustos, certos ou errados, e assim por
diante;
• Heterogêneo: Resulta de sucessivas acumulações de dados
provenientes da experiência, sem qualquer seletividade,
coerência ou método. Trata-se de uma forma de saber ligado ao
processo de socialização dos indivíduos, sendo muito evidente a
influência das tradições e ideias feitas, transmitidas de geração
em geração;
• Generalizador: Quando procura reunir numa só ideia ou opinião
aqueles fatos ou objetos completamente distintos, ou seja,
quando, sem qualquer critério, acabamos reunindo assuntos
bem diferentes, como aspectos particulares das plantas como
dos animais.
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UNIDADE I
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Com relação à sua forma de aplicação, tem-se (ESTRELA, 2005):
• Caráter empírico: o senso comum é um saber que deriva
diretamente da experiência quotidiana, não necessitando, por
isso, de uma elaboração racional dos dados recolhidos através
dessa experiência;
• Caráter acrítico: não necessitando de uma elaboração racional,
o senso comum não procede a uma crítica dos seus elementos,
é um conhecimento passivo, em que o indivíduo não se
interroga sobre os dados da experiência, nem se preocupa com
a possibilidade de existirem erros no seu conhecimento da
realidade;
• Caráter assistemático: o senso comum não é estruturado
racionalmente, tanto ao nível da sua aquisição, como ao nível
da sua construção, não existe um plano ou um projeto racional
que lhe dê coerência;
• Caráter ametódico: o senso comum não tem método, ou seja, é
um saber que não segue nenhum conjunto de regras formais.
Os indivíduos adquirem-no sem esforço e sem estudo. O senso
comum é um saber que nasce da sedimentação casual da
experiência captada ao nível da experiência quotidiana (por
isso se diz que o senso comum é sincrético);
• Caráter aparente ou ilusório: como não há a preocupação
de procurar erros, o senso comum é um conhecimento que
se contenta com as aparências, formando, por isso, uma
representação ilusória, deturpada e falsa da realidade;
• Caráter coletivo: o senso comum é um saber partilhado pelos
membros de uma comunidade, permitindo que os indivíduos
possam cooperar nas tarefas essenciais à vida social;
• Caráter superficial: o senso comum não aprofunda o seu
conhecimento da realidade, fica-se pela superfície, não
procurando descobrir as causas dos acontecimentos, ou seja,
a sua razão de ser que, por sua vez, permitiria explicá-los
racionalmente;
• Caráter particular: o senso comum não é um saber universal,
uma vez que se fica pela aquisição de informações muito
incompletas sobre a realidade (por isso também se diz que
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UNIDADE I
ele é fragmentário), não podendo, assim, fazer generalizações
fundamentadas; e
• Caráter prático e utilitário – O senso comum nasce da prática
quotidiana e está totalmente orientado para o desempenho
das tarefas da vida quotidiana, por isso, as informações que o
compõem são o mais simples e diretas possível.
Ao longo desta unidade, foi possível conhecer os vários conceitos que a Ciência
adquiriu ao longo do tempo, evoluindo de um conhecimento popular ou senso comum,
passando pelos conhecimentos religioso, filosófico e científico. Observou-se que dentre esses
conhecimentos, o conhecimento científico é o que está mais estruturado para desvendar os
conhecimentos do cotidiano, dando respostas racionais aos fatos envolvidos com a Ciência.
Não por acaso a Ciência evoluiu. Evoluiu porque o homem, enquanto espécie, foi
acumulando conhecimentos ao longo de sua história e desenvolvimento, passando da crença
sobre os fenômenos naturais até o conhecimento científico que os rege, seus processos,
métodos e técnicas, enfim, a verdade científica edificada por fundamentação verdadeira e
comprovável.
Não foi um processo rápido, mas de amadurecimento, acompanhando as grandes
descobertas e invenções, partindo do senso comum (necessário) para o senso científico.
Assim é a Ciência, tal qual a conhecemos, mas ela não é estática, está em constante
movimento e em constante mudança, comprovando ou negando seus métodos e processos.
Em todas as áreas do conhecimento humano, em todas as regiões geográficas, o homem
evoluiu e atingiu o patamar do conhecimento científico que se tem nos dias atuais.
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UNIDADE I
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
http://cienciahoje.uol.com.br/
http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/
http://www.unesp.br/revista
http://www.mct.gov.br/
http://www.youtube.com/watch?v=nEMuGDhsnHk
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UNIDADE I
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UNIDADE I
Caracterização
dos métodos científicos
Generoso De Angelis Neto
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Compreender os diferentes métodos de abordagem científica.
Unidade II
Avaliar a concepção atual dos métodos utilizados em pesquisas
científicas.
ROTEIRO DE ESTUDOS
SEÇÃO 1 - Caracterização dos métodos de abordagem científica
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UNIDADE II
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
pesquisador sempre estará usando as técnicas de análise, da síntese e da
dedução. O método científico é, pois, um meio imprescindível com o qual
o espírito científico do pesquisador, com ordem e rigor, procura penetrar
no sentido dos fatos e fenômenos que pretende conhecer.
Tartuce (2006) aponta que a metodologia científica trata de método
e ciência. Método (do grego methodos; met’hodos significa, literalmente,
“caminho para chegar a um fim”) é, portanto, o caminho em direção a um
objetivo; metodologia é o estudo do método, ou seja, é o corpo de regras e
procedimentos estabelecidos para realizar uma pesquisa; científica deriva
de ciência, a qual compreende o conjunto de conhecimentos precisos e
metodicamente ordenados em relação a determinado domínio do saber.
Metodologia científica é o estudo sistemático e lógico dos métodos
empregados nas ciências, seus fundamentos, sua validade e sua relação
com as teorias científicas. Em geral, o método científico compreende,
basicamente, um conjunto de dados iniciais e um sistema de operações
ordenadas adequados para a formulação de conclusões, de acordo com
certos objetivos predeterminados.
A atividade preponderante da metodologia é a pesquisa. O
conhecimento humano caracteriza-se pela relação estabelecida entre o
sujeito e o objeto, podendo-se dizer que esta é uma relação de apropriação.
A complexidade do objeto a ser conhecido determina o nível de abrangência
da apropriação. Assim, a apreensão simples da realidade cotidiana é um
conhecimento popular ou empírico, enquanto o estudo aprofundado
e metódico da realidade enquadra-se no conhecimento científico. O
questionamento do mundo e do homem quanto à origem, liberdade ou
destino, remete ao conhecimento filosófico (TARTUCE, 2006).
Assim, conclui-se que por método pode-se entender o caminho, a
forma, o modo de pensamento. É a forma de abordagem em nível de
abstração dos fenômenos. É o conjunto de processos ou operações mentais
empregados na pesquisa. Para Gil (2010), considerando a variedade de
métodos existentes, torna-se conveniente uma classificação. Dentre os
vários sistemas de classificação, esse autor propõe a separação em dois
grandes grupos: aqueles que fornecem as bases lógicas da investigação
(ou métodos de abordagem) e aqueles que indicam os procedimentos
técnicos que podem ser adotados (métodos de procedimentos).
29
UNIDADE II
MÉTODOS DE ABORDAGEM CIENTÍFICA
E SUAS CARACTERÍSTICAS
A) Método Dedutivo
Método proposto por racionalistas como Descartes, Spinoza e
Leibniz que pressupõe que só a razão é capaz de levar ao conhecimento
verdadeiro. O objetivo é explicar o conteúdo das premissas, por meio de
raciocínio em ordem descendente - análise do geral para o particular.
Neste método, o pressuposto é que as premissas verdadeiras levam às
conclusões verdadeiras. Desse modo, o método consiste em partir de
questões gerais e chegar ao particular. No método dedutivo, almeja-
se chegar às conclusões de maneira formal - lógica proposta pelos
racionalistas. O protótipo é o silogismo: construção lógica que, a partir de
proposições chamadas premissas, retira uma terceira, nelas logicamente
implicada, denominada de conclusão. As principais críticas ao método
dedutivo versam sobre o fato de procurar compreender o todo a partir da
compreensão das partes, uma vez que o todo comporta propriedades que
parte alguma apresentam de forma isolada (ANDRADE, 2007).
Tanto o método indutivo quanto o dedutivo concordam com o fato de
que o fim da investigação é a formulação de leis para descrever, explicar
e prever a realidade; as discordâncias estão na origem do processo e na
forma de proceder. Enquanto os adeptos do método indutivo (empiristas)
partem da observação para depois formular as hipóteses, os praticantes
do método dedutivo têm como inicial o problema (ou lacuna) e hipóteses
que serão testadas pela observação e experiência (GIL, 2010; MARCONI;
LAKATOS, 2000).
B) Método Indutivo
Proposto pelos empiristas Bacon, Hobbes, Locke e Hume, com
importância reforçada com o positivismo, a conexão é ascendente, pois a
aproximação dos fenômenos vai para planos cada vez mais abrangentes;
das constatações particulares às leis e teorias. O pressuposto é de que
o conhecimento é fruto da experiência, desconsiderando princípios
preestabelecidos. A generalização (para casos semelhantes), que é
produto posterior do trabalho de coleta de dados particulares, deriva de
observações de casos da realidade. As conclusões são mais amplas do que
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UNIDADE II
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
as premissas, embora aquelas sejam consideradas sempre provisórias.
Assim, o conhecimento é fundamentado no empirismo, sem levar em
consideração princípios preestabelecidos (RUIZ, 2011).
A indução é realizada em três fases. A observação dos fenômenos
com o objetivo de descobrir suas causas. Por intermédio da comparação,
busca-se a relação entre os acontecimentos. A relação encontrada é
generalizada para acontecimentos semelhantes. As conclusões são
apenas prováveis. Das críticas ao método indutivo, a mais contundente
é aquela que questiona a passagem (generalização) do que é constatado
em alguns casos (particular) para todos os casos semelhantes (geral)
(GIL, 2010; MARCONI; LAKATOS, 2000).
C) Método Hipotético-dedutivo
Proposto por Popper, consiste na adoção da seguinte linha de
raciocínio: quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado
assunto são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o
problema. Para tentar explicar as dificuldades expressas no problema, são
formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-
se consequências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa
tornar falsas as consequências deduzidas das hipóteses. Enquanto no
método dedutivo se procura, a todo custo, confirmar a hipótese, no método
hipotético-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para
derrubá-la (GIL, 2010; MARCONI; LAKATOS, 2000).
D) Método Dialético
O método dialético busca interpretar a realidade partindo do
pressuposto de que todos os fenômenos apresentam características
contraditórias, organicamente unidas e indissolúveis. A dialética, cuja
concepção moderna é obra de Hegel (depois reformulada por Max), a lógica
e a história da humanidade seguem trajetórias dialéticas: contradições se
transcendem dando origem a novas contradições que passam a requerer
solução. É uma concepção idealista: admite a hegemonia das ideias sobre
a matéria. Esta visão é criticada por Karl Max que propõe uma dialética
em base materialista, com hegemonia da matéria em relação às ideias.
Assim, o materialismo dialético pode ser entendido como um método de
interpretação da realidade, fundamentado em três princípios ou leis da
dialética (GIL, 2010):
31
UNIDADE II
• a nulidade dos opostos: todos os objetos e fenômenos apresentam
aspectos contraditórios, organicamente unidos e constituem
indissociáveis unidades dos opostos. Estes não se apresentam
lado a lado, estão em constante luta que constitui a fonte do
desenvolvimento da realidade;
• quantidade e qualidade: são características imanentes em
todos os objetos e acontecimentos e estão inter-relacionadas. As
mudanças qualitativas graduais geram mudanças quantitativas
e essa transformação opera em saltos; e
• negação da negação: a mudança nega o que é mudado e o
resultado é negado, mas esta segunda negação conduz a um
desenvolvimento e não ao retorno ao que era antes.
E) Método Fenomenológico
Preconizado por Husserl, o método fenomenológico não é dedutivo
nem indutivo. Preocupa-se com a descrição direta da experiência tal
como ela é. A realidade é construída socialmente e entendida como
o compreendido, o interpretado, o comunicado. Então, a realidade
não é única: existem tantas quantas forem as suas interpretações
e comunicações. O sujeito/ator é reconhecidamente importante no
processo de construção do conhecimento (ESTRELA, 2005; MARCONI;
LAKATOS, 2000). Empregado em pesquisa qualitativa.
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UNIDADE II
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
SEÇÃO 2
O MÉTODO DE GALILEU GALILEI
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UNIDADE II
SEÇÃO 3
O MÉTODO DE FRANCIS BACON
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UNIDADE II
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
o grau de confirmação das hipóteses depende da quantidade de
evidências favoráveis; e
e. formulação de generalizações e leis: o cientista, desde que
tenha percorrido todas as fases anteriores, formula a ou as leis
que descobriu, fundamentado nas evidências que obteve, e
generaliza suas explicações para todos os fenômenos da mesma
espécie.
35
UNIDADE II
a. tábua de presença: nesta, anotam-se todas as circunstâncias em
que se produz o fenômeno cuja causa se procura;
b. tábua de ausência: em que se anotam todos os casos em que o
fenômeno não se produz. Deve-se tomar o cuidado de anotar
também tanto os antecedentes quanto os ausentes; e
c. tábua dos graus: na qual se anotam todos os casos em que
o fenômeno varia de intensidade, assim como todos os
antecedentes que variam com ele.
SEÇÃO 4
O MÉTODO DE DESCARTES
36
UNIDADE II
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
• Evidência: jamais aceitar algo como verdadeiro que não se
reconheça como tal, evitando a precipitação e prevenção;
• Análise: dividir cada parte de uma dificuldade em tantas partes
quanto possível e necessárias para resolvê-las; é a decomposição
do todo em suas partes, sempre do mais para o menos complexo;
• Síntese: conduzir o pensamento de forma ordenada, do mais
simples e dos mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco,
até o conhecimento mais complexo, supondo uma ordem mesmo
entre aqueles elementos que não se precedem; reconstituição
do todo, sempre do mais simples para o mais complexo;
• Enumeração: enumerar toda parte de forma completa e fazer
revisões gerais para ter certeza de nada omitir.
SEÇÃO 5
A CONCEPÇÃO ATUAL
DO MÉTODO CIENTÍFICO
37
UNIDADE II
c. procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao
problema (por exemplo, dados empíricos, teorias, aparelhos de
medição, técnicas de cálculo ou de medição): ou seja, exame do
conhecido para tentar resolver o problema;
d. tentativa de solução do problema com auxílio dos meios
identificados: se a tentativa resultar inútil, passa-se para a etapa
seguinte; em caso contrário, à subsequente;
e. invenção de novas ideias (hipóteses, teorias ou técnicas): ou
produção de novos dados empíricos que prometam resolver o
problema;
f. obtenção de uma solução (exata ou aproximada) do problema:
com auxílio do instrumental conceitual ou empírico disponível;
g. investigação das consequências da solução obtida: tratando-se
de uma teoria, é a busca de prognósticos que possam ser feitos
com seu auxílio; tratando-se de novos dados, é o exame das
consequências que possam ter para as teorias relevantes;
h. h) prova (comprovação) da solução: confronto da solução com a
totalidade das teorias e da informação empírica pertinente. Se o
resultado é satisfatório, a pesquisa é dada como concluída, até
novo aviso. Do contrário, passa-se para a etapa seguinte; e
i. i) correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados
empregados na obtenção da solução incorreta: esse é,
naturalmente, o começo de um novo ciclo de investigação.
38
UNIDADE II
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
na sequência, as principais características dos métodos relacionados aos
procedimentos (FACHIN, 2003).
No método histórico, o foco está na investigação de acontecimentos
ou instituições do passado, verificando sua influência no presente,
considerando que é fundamental estudar suas raízes visando à
compreensão de sua natureza e função. Este método é utilizado em
estudos do tipo qualitativo.
O método comparativo é empregado no estudo de semelhanças e
diferenças entre diversos tipos (grupos, sociedade, organizações, etc.),
visando verificar similitudes e explicar divergências. O método possibilita
o estudo de grandes grupamentos sociais, separados pelo espaço e tempo.
O método experimental consiste em submeter os sujeitos à ação de
variáveis em condições controladas, observando-se os resultados que as
mesmas produzem.
O método observacional, fartamente utilizado, embora considerado
impreciso, é aquele que oferece grau mais elevado de precisão em
algumas áreas de conhecimento; por isso, é considerado um dos mais
atuais. Difere do método experimental pelo fato do pesquisador não tomar
iniciativa para que algo ocorra; estuda algo já ocorrido ou acontecendo.
Pelo método monográfico (ou “estudo de caso”), estudam-se
fenômenos, indivíduos, grupos, instituições, etc., com o objetivo de fazer
generalizações a partir de caso ou casos representativos (indivíduos,
profissões, condições, etc.) investigados em profundidade, respeitando
sua totalidade.
O método estatístico é caracterizado pela redução de fenômenos
a termos quantitativos, obtendo representações simples a partir de
conjuntos complexos.
Pelo método tipológico, partindo da comparação de fenômenos
sociais complexos, criam-se tipos ou modelos ideais (não existem na
realidade) que servem como modelos para a análise e compreensão de
casos concretos.
O método clínico está enraizado na relação pesquisador e
pesquisado. Utilizado particularmente, nos estudos dos determinantes
inconscientes do comportamento.
39
UNIDADE II
Nesta unidade foi possível conhecer os principais métodos de pesquisa existentes, suas
vantagens, desvantagens e limitações. Também verificou-se o processo de desenvolvimento
dos métodos científicos e a construção de processos metodológicos que deram suporte ao
desenvolvimento da Ciência.
Com relação aos sistemas de classificação, tem-se os métodos de abordagem, ou
seja, aqueles que fornecem as bases lógicas da investigação, destacando-se os métodos
dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, dialético e fenomenológico.
Alguns cientistas destacaram-se ao longo do desenvolvimento destes métodos,
apropriando-se de um ou de alguns para a formulação de métodos de pesquisa individualizados,
próprios e indicados para os mais diversos campos do conhecimento científico. Cabe destacar
Galileu Galilei, Francis Bacon e René Descartes. A partir destes cientistas, os métodos de
pesquisa evoluíram e chegaram até os dias atuais, tal como os conhecemos.
Uma outra classificação vista nesta unidade diz respeito aos procedimentos técnicos
utilizados, destacando-se os métodos histórico, comparativo, experimental, observacional,
monográfico, estatístico e tipológico, dentre outros. Não existe apenas um único método para
o desenvolvimento de uma pesquisa científica, às vezes, é necessário a utilização de alguns,
com suas vantagens e limitações para se alcançar os objetivos desejados.
Assim, a partir do conhecimento dos métodos de pesquisa, é possível a definição
do método a ser utilizado no desenvolvimento do trabalho científico – a monografia de
especialização, por exemplo! Mãos à obra!
40
UNIDADE II
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
http://www.youtube.com/watch?v=6QLdTuh5e6s
http://www.youtube.com/watch?v=XbucEezazNg
41
UNIDADE II
42
UNIDADE II
Regras gerais da
redação científica
Generoso De Angelis Neto
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conhecer os vários conceitos da redação científica.
Unidade III
Analisar os erros presentes na redação científica.
ROTEIRO DE ESTUDOS
SEÇÃO 1 - Características desejáveis na redação científica
OBJETIVIDADE E COERÊNCIA
Deve-se observar linguagem direta e simples, obedecendo a uma
sequência lógica e ordenada no desenvolvimento das ideias, evitando-se,
assim, o desvio do assunto em questão com considerações irrelevantes. A
exposição deve se apoiar em dados e provas e não em opiniões que não
possam ser comprovadas (SALOMON, 2010).
Tartuce (2006) destaca que se deve observar também a estrutura
da frase, o tamanho dos períodos e a organização dos parágrafos. Frases
curtas e com única ideia central são preferidas às frases longas contendo
várias ideias. Ao dividir o trabalho em partes deve-se cuidar do equilíbrio,
coesão e sequência lógica entre elas, cuidando-se para que não haja uma
desproporção entre as diversas partes que constituem o trabalho. Ao
redigir os títulos deve-se cuidar de sua homogeneidade, não usando ora
substantivos para uns, ora frases ou verbos para outros.
CLAREZA
O pesquisador deve ser claro na apresentação de suas ideias. Tal
clareza de expressão é obtida em função do conhecimento que se tem
de determinado assunto. Se você não tem ideia bem clara, nítida do que
pretende expressar, deve retomar o fio da meada, relendo suas anotações
ou o texto original (FONSECA, 2002).
44
UNIDADE III
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Deve-se evitar ambiguidade, isto é, expressões com duplo sentido,
para não originar interpretações diversas do que se quer dar. Assim, deve-
se usar vocabulário preciso, evitando-se a linguagem rebuscada e prolixa,
usando a nomenclatura técnica aceita no meio científico (ESTRELA,
2005).
PRECISÃO
Cada expressão empregada deve traduzir, com exatidão, o que
se quer transmitir principalmente quanto a registros de observações,
medições e análises realizadas. Devem-se evitar adjetivos que não
indiquem claramente proporções e quantidades, tais como: médio, grande,
pequeno, bastante, muito, pouco, mais, menos, nenhum, quase todos os,
a maioria, metade e outros termos ou expressões similares, procurando
substituí-los pela indicação precisa em números ou porcentagem.
Assim, Oliveira (1997) destaca que se deve evitar o uso de adjetivos,
advérbios, locuções e pronomes que indiquem o tempo, modo ou lugar,
tais como: em breve, aproximadamente, antigamente, recentemente,
lentamente, adequado, inadequado, nunca, sempre, em algum lugar,
provavelmente, possivelmente, talvez, que deixam margem a dúvidas
sobre a lógica, clareza e precisão da argumentação.
IMPESSOALIDADE
No texto técnico-científico e acadêmico utiliza-se a forma impessoal
dos verbos, isto é, verbo na terceira pessoa. O uso da primeira pessoa do
singular ou plural é permitido no caso de relatórios de participação em
eventos e ao fazer justificativas para ingresso em cursos de pós-graduação
(CERVO; BERVIAN, 2002).
UNIFORMIDADE
De acordo com Severino (2002), deve-se manter a uniformidade no
decorrer de todo o texto com relação a aspectos com: forma de tratamento,
pessoa gramatical, utilização de números, símbolos, unidades de medida,
datas, horas, siglas, abreviaturas, fórmulas, equações, frações, citações e
títulos das partes do trabalho acadêmico, entre outros.
45
UNIDADE III
Assim, para redigir com qualidade um texto científico é preciso,
antes, ser capaz de fazer uma leitura crítica. Leitura crítica envolve
constatação, reflexão e transformação de significados. Pesquisar para fazer
um trabalho acadêmico não é simplesmente marcar textos para serem
digitados. A leitura não é uma atividade mecânica, exige participação
ativa do leitor para a construção do significado. Compreender um texto
significa perceber as relações entre o texto e contexto; entre as ideias e
a realidade; entre si mesmo e o mundo. A aplicação não é somente uma
etapa do processo de leitura, é uma consequência do processo realizado
de forma adequada: decodificação dos sinais gráficos, apreensão do
significado (intelecção) e interpretação. E o texto científico nada mais é
do que a aplicação do resultado da leitura em um formato preestabelecido
(SEVERINO, 2002).
Silva (2003) destaca que para redigir é preciso ter algo a dizer e que
ao escrever, submeter os pensamentos a alguma ordem que faça sentido.
Em termos gerais, os aspectos a considerar seriam:
• há certas ideias ou fatos que se quer comunicar;
• tais ideias deverão ser plasmadas em palavras e expressões;
• as palavras e expressões deverão ser englobadas em frases e
parágrafos gramaticalmente corretos e dotados de clareza;
• palavras, frases e parágrafos devem fluir de um/a para o/a
outro/a, espelhando, em sua ordem de aparecimento no texto,
um pensamento ordenado e lógico; e
• o que se escreve destina-se a um público específico com certas
características e exigências (por exemplo: não é o mesmo
escrever um email a um amigo e redigir uma comunicação
destinada a ser apresentada quando de uma reunião científica).
46
UNIDADE III
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
SEÇÃO 2
PRINCIPAIS ERROS NA
REDAÇÃO CIENTÍFICA
47
UNIDADE III
• prefira palavras curtas, simples e familiares; evite palavras
longas e jargão;
• prefira o termo concreto ao abstrato;
• prefira a voz ativa à passiva;
• prefira a palavra única a uma locução equivalente composta de
várias palavras;
• prefira o vocabulário português consagrado a neologismos,
anglicismos, galicismos, etc., bem como o vocabulário erudito
ao coloquial ou chulo;
• cada parágrafo deve conter uma única afirmação ou noção
central, situada na cláusula gramaticalmente principal do
parágrafo; se ele contiver duas ou mais afirmações ou ideias
importantes, divida-o em dois ou mais parágrafos;
• prefira quase sempre a ordem natural das palavras na frase
(sujeito-predicado-complemento), evitando as inversões
causadoras de ambiguidade;
• palavras que modificam ou qualificam outras, tais como adjetivos
e advérbios, devem situar-se o mais perto que for possível dos
termos que modificam ou qualificam, também, neste caso, para
evitar possíveis ambiguidades ou uma forma tortuosa e pouco
fluida de expressão;
• o uso de pronomes que substituam outros termos deve ser objeto
de cuidadoso planejamento, ainda aqui num esforço para evitar
a ambiguidade;
• as primeiras e as últimas palavras de um parágrafo atraem mais
a atenção do que as demais: assim, o que se quer enfatizar no
parágrafo deve vir no início ou no final, e não no meio dele;
• não introduza em excesso, num parágrafo, expressões ou frases
que modifiquem ou qualifiquem as afirmações;
• quase sempre é preferível a forma mais breve a mais longa de
armar frases e parágrafos; entretanto, a busca da brevidade não
deve prejudicar a clareza.
• evite repetições do título na primeira frase;
• empregar verbos em terceira pessoa;
• coletar dados bibliográficos obedecendo à ordem das
informações;
48
UNIDADE III
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
• preferir palavras familiares e termos de fácil compreensão;
• no rascunho, escrever o que lhe vier à cabeça. Depois, eliminar
as partes desnecessárias e dar continuidade à construção do
texto;
• recorrer a um amigo, fazendo-o ler; as reações dele poderão ser
de grande utilidade;
• usar clareza ao expressar as ideias, pois um trabalho científico
acadêmico tem por objetivo expressar e não impressionar;
• ter sempre à mão um dicionário de língua portuguesa;
• ter cuidado com termos que expressem qualidade, quantidade,
frequência, quando usados com palavras como “bom”, “muito”,
“às vezes”; podem dar margem a diferentes interpretações.
a) Elementos pré-textuais
Características
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UNIDADE III
b) Erros de gramática, formatação e lógica
Características
50
UNIDADE III
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
c) Erros de introdução
Características
51
UNIDADE III
d) Erros de referencial teórico
Características
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UNIDADE III
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
e) Erros de metodologia da pesquisa
Características
53
UNIDADE III
f) Erros de análise e conclusão
Características
Características
54
UNIDADE III
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Nesta unidade você aprendeu um pouco mais sobre como deve ser redigido um
trabalho científico, como sua monografia, por exemplo. Alguns princípios básicos, como
objetividade e coerência, clareza, precisão, impessoalidade e uniformidade, entre outros,
devem ser considerados para que se atinja o estilo requerido num trabalho científico.
Você notou que para se ter uma boa redação é necessário, também, saber ler. Quanto
mais se lê, melhor fica a redação; quanto mais se lê artigos científicos, evolui muito nosso
estilo redacional, que é o que nos interessa neste momento!
Destacamos para você quais são os principais procedimentos que devem ser seguidos
na redação de trabalhos científicos, como forma de reduzirmos a possibilidade da ocorrência
de erros relacionados à redação.
Você percebeu que a redação científica é estereotipada, ou seja, tem padrões próprios
que devem ser seguidos. Não se trata apenas de regras gramaticais, de ortografia ou de
concordância. Antes, é de conhecimento de como deve ser redigido um trabalho científico,
com suas especificidades e requisitos.
Destacando-se as características desejáveis na redação científica, foi possível a você
conhecer os principais erros que ocorrem, de forma a evitá-los em trabalhos futuros. Agora
é só praticar!
55
UNIDADE III
http://www.ic.unicamp.br/~hans/am038/cadernoRedacaoCientifica.pdf
56
UNIDADE III
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
57
UNIDADE III
A estrutura da pesquisa
científica na área tecnológica
Generoso De Angelis Neto
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conhecer as várias formas de classificação da pesquisa científica.
Unidade IV
Identificar o tipo de pesquisa a ser desenvolvida no trabalho
monográfico.
ROTEIRO DE ESTUDOS
SEÇÃO 1 - Classificação da pesquisa científica
A) QUALITATIVA
Na abordagem qualitativa, a pesquisa tem o ambiente como fonte
direta dos dados. O pesquisador mantém contato direto com o ambiente e
objeto de estudo em questão, necessitando um trabalho mais intensivo de
campo. Neste caso, as questões são estudadas no ambiente em que elas
60
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
se apresentam, sem qualquer manipulação intencional do pesquisador.
A utilização deste tipo de abordagem difere da abordagem quantitativa
pelo fato de não utilizar dados estatísticos como o centro do processo de
análise de um problema, não tendo, portanto, a prioridade de numerar
ou medir unidades. Os dados coletados nessas pesquisas são descritivos,
retratando o maior número possível de elementos existentes na realidade
estudada. Preocupa-se muito mais com o processo do que com o produto.
Na análise dos dados coletados não há preocupação em comprovar
hipóteses previamente estabelecidas, porém, não eliminam a existência
de um quadro teórico que direcione a coleta, a análise e interpretação dos
dados.
Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real
e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e
a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A
interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no
processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas
estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o
pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem
a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os
focos principais de abordagem. Não se preocupa com representatividade
numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um
grupo social, de uma organização, etc. Os pesquisadores que adotam a
abordagem qualitativa opõem-se ao pressuposto que defende um modelo
único de pesquisa para todas as ciências.
Na pesquisa qualitativa, o cientista é ao mesmo tempo o sujeito e o
objeto de suas pesquisas. O desenvolvimento da pesquisa é imprevisível.
O conhecimento do pesquisador é parcial e limitado. O objetivo da
amostra é de produzir informações aprofundadas e ilustrativas: seja ela
pequena ou grande, o que importa é que ela seja capaz de produzir novas
informações. A pesquisa qualitativa é criticada por seu empirismo, pela
subjetividade e pelo envolvimento emocional do pesquisador.
As principais características da pesquisa qualitativa são:
• objetivação do fenômeno;
• hierarquização das ações de descrever, compreender, explicar;
• precisão das relações entre o global e o local em determinado
fenômeno;
UNIDADE IV
• observância das diferenças entre o mundo social e o mundo
natural;
• respeito ao caráter interativo entre os objetivos buscados pelos
investigadores, suas orientações teóricas e seus dados empíricos;
• busca de resultados, os mais fidedignos possíveis;
• oposição ao pressuposto que defende um modelo único de
pesquisa para todas as ciências.
B) QUANTITATIVA
Este tipo de abordagem está relacionado ao emprego de recursos
e técnicas estatísticas que visem quantificar os dados coletados. No
desenvolvimento da pesquisa de natureza quantitativa devem-se
formular hipóteses e classificar a relação entre as variáveis para garantir
a precisão dos resultados, evitando contradições no processo de análise e
interpretação. Considera que tudo pode ser quantificável, o que significa
traduzir em números, opiniões e informações para classificá-las e analisá-
las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem,
média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise
de regressão, etc.).
Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa
quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são
grandes e consideradas representativas da população, os resultados são
tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo
da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade.
Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode
ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos
com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa
quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas
de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. A utilização conjunta
da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações
do que se poderia conseguir isoladamente.
Assim, a pesquisa quantitativa tende a enfatizar o raciocínio
dedutivo, as regras da lógica e os atributos mensuráveis da experiência
humana. Por outro lado, tende a salientar os aspectos dinâmicos, holísticos
e individuais da experiência humana, para apreender a totalidade no
contexto daqueles que estão vivenciando o fenômeno.
62
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
2) QUANTO AO TIPO DE PESQUISA
A) PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
Esta pesquisa tem como objetivo explicitar e construir hipóteses
acerca do problema evidenciado, aprimorando as ideias, fundamentando
o assunto em questão abordado na pesquisa. Para tanto, esse tipo de
pesquisa envolve um levantamento bibliográfico, o qual deverá ser feito
em diversas fontes, buscando consultar obras respeitáveis e atualizadas.
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida através de livros, publicações
em periódicos e artigos científicos. Nesta pesquisa é importante que o
pesquisador verifique a veracidade dos dados obtidos, observando as
possíveis incoerências ou contradições que as obras possam apresentar.
Os demais tipos de pesquisa também envolvem o estudo bibliográfico,
pois todas as pesquisas necessitam de um referencial teórico. Para a
pesquisa bibliográfica é interessante utilizar as fichas de leitura que
facilitam a organização das informações obtidas.
É aquela elaborada a partir de material já publicado, constituído
principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente material
disponibilizado na Internet. Consiste em apresentar e comentar o que
outros autores escreveram sobre o tema, enfatizando as diferenças ou
semelhanças que existem entre os conceitos. É comum e mesmo desejável
aparecerem citações literais de autores que falam sobre o assunto. As
citações devem seguir as regras propostas pela ABNT. A pesquisa
bibliográfica constitui-se do ato de ler, selecionar, fichar, organizar e
arquivar tópicos de interesse para a pesquisa em pauta. É a base para as
demais pesquisas e pode-se dizer que é uma constante na vida de quem
se propõe a pesquisar.
B) PESQUISA DE CAMPO
A pesquisa de campo é uma forma de coleta que permite a obtenção
de dados sobre um fenômeno de interesse, da maneira como este ocorre
na realidade estudada. Consiste, portanto, na coleta de dados e no registro
de variáveis presumivelmente relevantes, diretamente da realidade, para
ulteriores análises. A pesquisa de campo abrange:
UNIDADE IV
• pesquisa bibliográfica;
• determinação das técnicas de coleta de dados e determinação
da amostra; e
• registro dos dados e de análises.
64
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
C) PESQUISA EXPERIMENTAL
Este tipo de pesquisa é mais utilizado nas ciências naturais,
por utilizarem o método experimental. Requer uso de equipamentos,
laboratórios, técnicas e instrumentos que possam indicar um resultado
concreto. Porém, são utilizadas em estudos de grupos selecionados,
assim como possibilita o levantamento de situações econômicas de uma
determinada faixa do mercado consumidor.
A pesquisa experimental se caracteriza por manipular diretamente
as variáveis relacionadas com o objeto de estudo. Neste tipo de pesquisa,
a manipulação das variáveis proporciona o estudo da relação entre as
causas e efeitos de um determinado fenômeno. Através da criação de
situações de controle, procura-se evitar a interferência de variáveis
intervenientes. Interfere-se diretamente na realidade, manipulando-
se a variável independente a fim de observar o que acontece com a
dependente.
A pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de
estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir
as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz
no objeto. Neste tipo de pesquisa procura-se entender de que modo, ou
por que causas, o fenômeno é produzido. Para atingir os resultados, o
pesquisador usa aparelhos e instrumentos que a técnica moderna coloca
ao seu alcance, lança mão de procedimentos apropriados e capazes de
tornar perceptíveis as relações existentes entre as variáveis envolvidas
no objeto de estudo.
D) PESQUISA DOCUMENTAL
Pesquisa documental é a forma de coleta de dados em relação a
documentos, escritos ou não, denominados fontes primárias. Livros,
revistas, jornais, publicações avulsas e teses são fontes secundárias. Assim,
documento é uma fonte de dados, fixada materialmente e suscetível de
ser utilizada para consulta, estudo ou prova.
Em outras palavras, elabora-se através de materiais que não
receberam tratamento analítico (documentos em geral). A pesquisa
documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A pesquisa
bibliográfica utiliza-se fundamentalmente das contribuições dos diversos
autores sobre determinado assunto, enquanto a pesquisa documental
UNIDADE IV
utiliza-se de documentos de primeira mão, tais como documentos
conservados em órgãos públicos e instituições privadas.
Com relação às fontes dos documentos, estes podem ser encontrados em:
• Arquivos públicos: abrangem documentos oficiais, tais como
leis, ofícios, relatórios, publicações parlamentares, atas, debates,
projetos de leis; documentos jurídicos, oriundos de cartórios:
registros de nascimentos e mortes, desquites e divórcios,
escrituras de compra e venda, falências e concordatas e outros.
• Arquivos particulares: correspondem aos domicílios particulares,
memórias, autobiografias, diários, etc.; instituições de ordem
privadas, tais como bancos, empresas, partidos políticos, igrejas,
associações, em que se encontram: atas, registros, memórias,
comunicados, etc.
• Fontes estatísticas: são efetuadas por órgãos específicos e
especializados, como IBGE, o Instituto Gallup, o Instituto
Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope).
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UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
E) PESQUISA EX-POST-FACTO
A pesquisa ex-post-facto analisa situações que se desenvolveram
naturalmente após algum acontecimento. É muito utilizada nas ciências
sociais, pois permite a investigação de determinantes econômicos e sociais
do comportamento da sociedade em geral. Estuda-se um fenômeno já
ocorrido, tenta-se explicá-lo e entendê-lo.
“A partir do fato passado” significa que neste tipo de pesquisa o
estudo é realizado após a ocorrência de variações na variável dependente
no curso natural dos acontecimentos. O objetivo principal dessa
modalidade de pesquisa é o mesmo da pesquisa experimental: verificar
a existência de relações entre variáveis. Seu planejamento também
ocorre de forma bastante semelhante. A diferença mais importante entre
as duas modalidades está no fato de que, na pesquisa ex-post-facto, o
pesquisador não dispõe de controle sobre a variável independente que
constitui o fator presumível do fenômeno, porque ele já ocorreu. O que o
pesquisador procura fazer neste tipo de pesquisa é identificar situações
que se desenvolveram naturalmente e trabalhar sobre elas como se
estivessem submetidas a controles. Apesar das semelhanças com a
pesquisa experimental, o delineamento ex-post-facto não garante que
as conclusões relativas a relações do tipo causa-efeito sejam totalmente
seguras.
F) ESTUDO DE CASO
O estudo de caso refere-se ao estudo minucioso e profundo de um
ou mais objetos. O estudo de caso pode permitir novas descobertas de
aspectos que não foram previstos inicialmente. Restringe-se o estudo a
um objeto que pode ser um indivíduo, família, grupo. Por lidar com fatos/
fenômenos normalmente isolados, o estudo de caso exige do pesquisador
grande equilíbrio intelectual e capacidade de observação (olho clínico),
além de parcimônia (moderação) quanto à generalização dos resultados.
O estudo de caso não é uma técnica específica. É uma análise
intensiva de uma situação particular. A preferência pelo uso do Estudo
de Caso deve ser dada onde é possível fazer observações diretas e
entrevistas sistemáticas. Caracteriza-se pela capacidade de lidar com
uma completa variedade de evidências tais como: dados, documentos,
UNIDADE IV
artefatos, entrevistas e observações, e mediante comparação baseada na
pesquisa bibliográfica, permite traçar um diagnóstico, dar um parecer,
tirar uma conclusão.
G) PESQUISA-AÇÃO
A pesquisa – ação acontece quando há interesse coletivo na resolução
de um problema ou suprimento de uma necessidade. Pesquisadores e
pesquisados podem se engajar em pesquisas bibliográficas, experimentos,
etc., interagindo em função de um resultado esperado. Nesse tipo de
pesquisa, os pesquisadores e os participantes envolvem-se no trabalho
de forma cooperativa. A pesquisa-ação não se refere a um simples
levantamento de dados ou de relatórios a serem arquivados. Com a
pesquisa-ação os pesquisadores pretendem desempenhar um papel ativo
na própria realidade dos fatos observados.
Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou
do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. No
processo da pesquisa-ação, os pesquisadores devem recorrer a métodos e
técnicas de grupo para lidar com a dimensão coletiva da investigação, além
de técnicas de registro, de processamento e de exposição dos resultados.
Portanto, deve ser preocupação dos pesquisadores a pesquisa teórica, a
organização de seminários, a seleção de métodos e das técnicas de pesquisa
de campo, a organização e aplicação dos instrumentos, o cotejar do saber
formal dos especialistas com o saber informal dos usuários.
H) PESQUISA PARTICIPANTE
É a pesquisa que se desenvolve a partir da interação entre
pesquisadores e membros das situações investigadas. Alguns autores
apresentam pesquisa-ação e pesquisa participante como sinônimos.
Entretanto, enquanto que a pesquisa-ação é especialmente centrada
na ação, a pesquisa participante esta comprometida com a redução da
relação entre dirigente e dirigidos, logo, centra-se nas relações político-
sociais que abrem o espaço para a participação. A pesquisa participante
envolve, além da participação e observação direta, a análise documental,
a entrevista, enfim, todo um conjunto de técnicas metodológicas que
abrem espaço para o envolvimento dos participantes no processo de
investigação.
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UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
3) QUANTO À NATUREZA
A) PESQUISA EXPLORATÓRIA
Visa proporcionar maior familiaridade com o problema, objetivando
torná-lo explícito ou construir hipóteses. Envolve levantamento
bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiverem experiências práticas
com o problema pesquisado, análise de exemplos que estimulem a
compreensão. A pesquisa exploratória tem como principal finalidade
desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, visando à
formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para
estudos posteriores.
Embora o planejamento da pesquisa exploratória seja flexível, na
maioria dos casos, assume a forma de pesquisa bibliográfica ou estudo
de caso. Na maioria das vezes, a pesquisa exploratória constitui a
primeira etapa de uma investigação mais ampla. Quando o tema é
bastante genérico, torna-se necessário seu esclarecimento e delimitação,
o que exige revisão da literatura, discussão com especialistas e outros
procedimentos. O produto final desse processo passa a ser um problema
mais esclarecido, passível de investigação mediante procedimentos mais
sistematizados.
Assim, visa proporcionar maior familiaridade com o problema com
vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento
bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas
UNIDADE IV
com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a
compreensão.
B) PESQUISA DESCRITIVA
Busca descrever as características de determinada população, ou
fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Na pesquisa
descritiva, os fatos são observados, registrados, analisados, classificados
e interpretados, sem que o pesquisador interfira sobre eles. Isso quer
dizer que os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas
não são manipulados pelo pesquisador.
Podem-se citar, como exemplos, aquelas que têm por objetivo
estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo,
procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental; as
que se propõem a estudar o nível de atendimento dos órgãos públicos
de uma comunidade, as condições de habitação de seus habitantes, o
índice de criminalidade; aquelas que têm por objetivo levantar opiniões,
atitudes e crenças de uma população, bem como descobrir a existência
de associações entre variáveis, como por exemplo, as pesquisas eleitorais
que indicam a relação entre preferência político-partidária e nível de
rendimento e/ou escolaridade. Uma das características mais significativas
da pesquisa descritiva é a utilização de técnicas padronizadas de coleta
de dados, tais como o questionário e a observação sistemática.
C) PESQUISA EXPLICATIVA
É mais complexa porque, além de registrar, analisar, classificar
e interpretar os fenômenos estudados, tem como preocupação central
identificar seus fatores determinantes. Esse tipo de pesquisa é o que mais
aprofunda o conhecimento da realidade, porquanto explica a razão, o
porquê das coisas e, portanto, está mais sujeita a erros. São os resultados
das pesquisas explicativas que fundamentam o conhecimento científico.
A maioria das pesquisas explicativas utiliza o método experimental
que possibilita a manipulação e o controle das variáveis, no intuito
de identificar qual a variável independente que determina a causa da
variável dependente ou o fenômeno de estudo.
70
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
A elaboração de um projeto de pesquisa e o desenvolvimento da
própria pesquisa monográfica necessitam, para que seus resultados
sejam satisfatórios, estar alicerçados em métodos e técnicas de
pesquisa, planejamento cuidadoso, em reflexões conceituais sólidas e
fundamentados em conhecimentos já existentes.
Pesquisar é um trabalho que envolve um planejamento semelhante
ao de um engenheiro. Ao elaborar uma planta, este precisa saber o
que quer fazer, obter os dados, assegurar-se de que possui os materiais
necessários e cumprir as etapas requeridas no processo. Um projeto
será satisfatório na medida do envolvimento do pesquisador no ato de
construir e no emprego de suas habilidades técnicas em sua execução. O
sucesso de uma pesquisa também depende do procedimento seguido, do
envolvimento com a pesquisa e da habilidade de escolher o caminho para
atingir os objetivos propostos.
A pesquisa é um trabalho em processo não totalmente controlável
ou previsível. Adotar uma metodologia significa escolher um caminho.
O percurso, muitas vezes, requer ser reinventado a cada etapa. Precisa,
portanto, não somente de regras e sim de muita criatividade e imaginação.
Por isso, apresenta-se, na sequência, algumas diretrizes a serem seguidas
para a montagem do Projeto de Pesquisa.
UNIDADE IV
SEÇÃO 2
O PROJETO DE PESQUISA
72
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Quadro 1 – Roteiro para estruturação da pesquisa
Justificativa Por que estudar esse tema? Vantagens e benefícios que a pesquisa irá
proporcionar; Importância pessoal ou cultural; deve ser convincente
UNIDADE IV
Nesse sentido, Kauark et al. (2010) apresentam, no quadro 2,
uma sinopse do que deve conter num trabalho de pesquisa científica,
especificando alguns elementos que deverão estar presentes no mesmo.
3 METODOLOGIA (como?)
3.1 Área e universo de estudo (espaço geográfico, territorial... o todo) -
Universo (local em que será aplicado o trabalho de intervenção, com
identificação e características).
3.2 Fontes de coleta de dados.
3.3 População e amostra ou sujeitos da pesquisa (pessoas envolvidas,
entrevistados, investigados).
3.4 Tipo e métodos da pesquisa.
3.5 Procedimentos e técnicas da pesquisa (como fazer).
3.6 Variáveis (quais fatores podem levar a pesquisa para esse ou àquele
resultado? O que pode variar as hipóteses da pesquisa).
4 CRONOGRAMA (quando?)
5 ORÇAMENTO (quanto?)
6 REFERÊNCIAS (fontes?)
74
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Passa-se a explicar cada um dos itens necessários para a estruturação
do Projeto de Pesquisa.
A) ESCOLHA DO TEMA
Na escolha do tema deve-se levar em consideração a quantidade
de atividades a ser cumprida para executar o trabalho, avaliando o tempo
disponível para tal, subtraindo deste, aquele necessariamente dedicado
às atividades cotidianas, estabelecendo assim o limite das capacidades
do pesquisador em relação ao tema pretendido. É preciso também que o
pesquisador tenha consciência de sua limitação de conhecimentos para
não entrar em um assunto fora de sua área (BARROS; LEHFELD, 2000).
Escolher um tema nada mais é do que escolher um assunto
delimitado, sobre o qual será definido um problema de pesquisa. Essa
escolha deve considerar a atualidade do tema e sua relevância, bem como
a aptidão de quem vai desenvolver a investigação. É aconselhável que o
tema selecionado reflita o ambiente do pesquisador, ou seja, a empatia
entre o tema e o indivíduo que vai desenvolvê-lo é ponto primordial para
a qualidade da pesquisa.
B) REVISÃO DE LITERATURA
Deve-se responder às seguintes questões: quem já escreveu e o que
já foi publicado sobre o assunto, que aspectos já foram abordados, quais
as lacunas existentes na literatura. Pode objetivar determinar o “estado da
arte”, ser uma revisão teórica, ser uma revisão empírica ou ainda ser uma
revisão histórica. A revisão de literatura é fundamental, porque fornecerá
elementos para você evitar a duplicação de pesquisas sobre o mesmo
enfoque do tema. Favorecerá a definição de contornos mais precisos do
problema a ser estudado (ANDRADE, 2007).
A revisão da literatura é a localização e obtenção de documentos para
avaliar a disponibilidade de material que subsidiará o tema do trabalho
de pesquisa. Esse levantamento é realizado junto às bibliotecas ou
serviços de informações existentes. É neste capítulo do trabalho que pode
se efetivar o modo de contextualizar o problema de pesquisa científica
elaborado. É marco, porque aqui são definidos o conceito de teoria e outros
conceitos relacionados com a elaboração de teorias, que, por sua vez, estão
relacionados com os enfoques qualitativos e quantitativos da pesquisa.
UNIDADE IV
A revisão da literatura deve ser realizada com os seguintes objetivos
(ESTRELA, 2005):
• Revisão histórica: verificar a evolução dos conceitos
relacionados com o tema, inserindo os achados num quadro
teórico de referência que explique os fatores determinantes e as
implicações das mudanças;
• Determinação do “estado da arte”: o pesquisador procura
mostrar através da literatura já publicada o que já sabe sobre
o tema, quais as lacunas existentes e onde se encontram os
principais entraves teóricos ou metodológicos;
• Revisão teórica: o problema de pesquisa é inserido dentro de
um quadro de referência teórica para explicá-lo. Geralmente
acontece quando o problema em estudo é gerado por uma teoria,
ou quando não é gerado ou explicado por uma teoria particular,
mas por várias; e
• Revisão empírica: deve ser explicitado como o problema vem
sendo pesquisado do ponto de vista metodológico.
C) JUSTIFICATIVA
Nesta etapa, você irá refletir sobre “o porquê” da realização da
pesquisa procurando identificar as razões da preferência pelo tema
escolhido e sua importância em relação a outros temas. Pergunte a você
mesmo: o tema é relevante e, se é, por quê? Quais os pontos positivos
que você percebe na abordagem proposta? Que vantagens e benefícios
você pressupõe que sua pesquisa irá proporcionar? A justificativa deverá
convencer quem for ler o projeto, com relação à importância e à relevância
da pesquisa proposta (MARCONI; LAKATOS, 2010).
Para Fonseca (2002), justificativa é o porquê da pesquisa. Justificar
uma proposta de pesquisa é importante, porque mostra de que forma
os resultados obtidos poderão contribuir para a solução ou melhorar a
compreensão do problema formulado. A justificativa pode ser pautada pelos
fatores acadêmicos, sociais, políticos e na aplicabilidade dos resultados
da pesquisa. Aspecto fundamental da justificativa é o autor apontar as
contribuições, teóricas e práticas, que o estudo pode proporcionar. Na
justificativa também se colocam os motivos que levaram o pesquisador
a buscar a resposta ao problema proposto. Desse modo, na justificativa
76
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
são expressas as razões para escolha do tema e problema, explicitando o
porquê da preferência e a importância do tema.
A justificativa, então, como o próprio nome indica, é o convencimento
de que o trabalho de pesquisa possui fundamentos para ser efetivado. A
comprovação do tema escolhido pelo pesquisador e a hipótese levantada
são de suma importância para a sociedade ou para alguns indivíduos.
Deve-se tomar o cuidado, na elaboração da justificativa, de não se tentar
justificar a hipótese levantada, ou seja, tentar responder ou concluir
o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa. A justificativa exalta a
importância do tema a ser estudado e justifica a necessidade imperiosa
de se levar a efeito tal empreendimento (TARTUCE, 2006).
D) FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Para Gil (2010), problema é qualquer questão não resolvida e que é
objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento. O problema
é a mola propulsora de todo o trabalho de pesquisa. Depois de definido
o tema, levanta-se uma questão para ser respondida através de uma
hipótese, que será confirmada ou negada através do trabalho de pesquisa.
Para Marconi e Lakatos (2000), antes de um problema ser
considerado adequado, ele deve ser analisado quanto à sua:
• viabilidade: pode ser resolvido por meio de pesquisa;
• relevância: capaz de trazer novas contribuições para o
conhecimento;
• novidade: condizente com o atual estágio de conhecimento da
área;
• exequibilidade: pode levar a uma conclusão válida; e
• oportunidade: atender a interesses particulares e gerais.
UNIDADE IV
Quadro 3 – Problemas e soluções em projetos de pesquisa
Questões Características
78
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
E) FORMULAÇÃO DOS OBJETIVOS
Nesta etapa, você pensará a respeito de sua intenção ao propor a
pesquisa. Deverá sintetizar o que pretende alcançar com a pesquisa. Os
objetivos devem estar coerentes com a justificativa e o problema proposto.
O objetivo geral será a síntese do que se pretende alcançar, e os objetivos
específicos explicitarão os detalhes e serão desdobramentos do objetivo
geral (FACHIN, 2003).
Os objetivos informarão para que você está propondo a pesquisa, isto
é, quais os resultados que pretende alcançar ou qual a contribuição que
sua pesquisa irá efetivamente proporcionar. Os enunciados dos objetivos
devem começar com um verbo no infinitivo e este verbo deve indicar
uma ação passível de mensuração. Como exemplos de verbos usados na
formulação dos objetivos, podem-se citar para (OLIVEIRA, 1997):
• determinar estágio cognitivo de conhecimento: baseado no
armazenamento de informações, desde uma simples informação
isolada, como uma data ou um nome, até o conhecimento de uma
teoria ou estrutura. O que se deseja é a retenção da informação
apropriada. Verbos indicados: apontar, arrolar, definir, enunciar,
inscrever, registrar, relatar, repetir, sublinhar e nomear;
• determinar estágio cognitivo de compreensão: tem por base o
entendimento, incluindo a passagem de uma mensagem de uma
linguagem para outra, a interpelação das partes ou estrutura da
mensagem e a predição de consequências. Verbos indicados:
descrever, discutir, esclarecer, examinar, explicar, expressar,
identificar, localizar, traduzir e transcrever;
• determinar estágio cognitivo de aplicação: utilização dos
conhecimentos em situações novas e concretas. Verbos
indicados: aplicar, demonstrar, empregar, ilustrar, interpretar,
inventariar, manipular, praticar, traçar e usar;
• determinar estágio cognitivo de análise: desdobramento do
conteúdo em suas partes consecutivas, o que requer a percepção
de suas inter-relações e os modos de organização. Verbos
indicados: analisar, classificar, comparar, constatar, criticar,
debater, diferenciar, distinguir, examinar, provar, investigar e
experimentar;
UNIDADE IV
• determinar estágio cognitivo de síntese: os conteúdos dos
níveis de conhecimento, compreensão, aplicação e análise são
organizados. Exige a capacidade de combinar as partes para
formar um todo; projeção e criação de algo original. Verbos
indicados: articular, compor, constituir, coordenar, reunir,
organizar e esquematizar;
• determinar estágio cognitivo de avaliação: envolve atividades
de julgamento, requerendo uso de critérios e de padrões para
apreciar o grau de precisão, efetividade, etc. Exige a capacidade
de emitir julgamento sobre o conteúdo. Verbos indicados:
apreciar, avaliar, eliminar, escolher, estimar, julgar, preferir,
selecionar, validar e valorizar.
F) METODOLOGIA
Nesta etapa, chamada de metodologia ou também de materiais e
métodos, são explicitados as concepções e os procedimentos que serão
adotados no desenvolvimento da pesquisa, de tal modo que outra pessoa
80
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
possa replicá-la. São expressos os elementos essenciais do delineamento
(plano) da pesquisa, indicando de que maneira os conceitos e variáveis
devem ser confrontados com os fatos empíricos para obtenção de resposta
ao problema (GIL, 2010).
Naturalmente, cada projeto irá dar mais destaque aos elementos
que caracterizam o tipo de pesquisa. A maioria dos projetos não
conterá todos os itens. Não há consenso sobre quais aspectos devem
ser abordados, mas existem itens, consagrados pela prática, que podem
ser considerados como referências para elaboração da metodologia da
pesquisa: especificação do problema de pesquisa, a unidade de análise,
modelo de análise, explicitação das hipóteses, definição de termos e
variáveis, população e amostragem, dados, instrumentos de coleta e
técnicas de análise de dados (BARROS; LEHFELD, 2000).
O caminho e os passos a seguir no decorrer do projeto representarão
a metodologia do mesmo, que deve apresentar as técnicas que serão
utilizadas para a coleta e análise dos dados (entrevistas, questionamentos,
testes, técnicas de agrupamento de dados, elaboração de tabelas, descrição
e codificação). Os objetivos da pesquisa e as hipóteses a comprovar devem
ser levados em conta para a definição da metodologia.
Para Fachin (2003), a metodologia é a explicação minuciosa,
detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método
(caminho) do trabalho de pesquisa. É a explicação do tipo de pesquisa,
do instrumental utilizado (questionário, entrevista), do tempo previsto,
da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de
tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que se utilizou no
trabalho de pesquisa. A metodologia é composta de partes que descrevem
o local, os sujeitos, o objeto de estudo, os métodos e técnicas, que muitas
vezes estão descritos como procedimentos da pesquisa, as limitações da
pesquisa e o tratamento de dados.
UNIDADE IV
fotografias, cartas, artigos. As fontes secundárias são as obras nas quais
as informações já foram elaboradas, como livros, apostilas, teses e
monografias. Nesse sentido, existem procedimentos necessários para a
organização do levantamento de dados (SEVERINO, 2002).
Assim, é necessário também declarar quais dados serão coletados,
como será feita a coleta e que instrumento de pesquisa se pretende
usar: observação, questionário, formulário ou entrevista. O instrumento
de pesquisa deve ser anexado ao projeto. Na escolha dos tipos de
instrumentos, a decisão leva em conta os objetivos, o desenho da pesquisa
e a população alvo. Os instrumentos de coleta de dados mais utilizados
são: a observação, a entrevista, o questionário e formulário e análise
documental (ESTRELA, 2005).
a) Observação
Na observação, os dados são coletados diretamente pelo pesquisador
utilizando os sentidos. É uma técnica que engloba a observação
propriamente dita e o exame crítico dos fatos que são estudados. Quando
a observação é planejada e realizada em condições controladas, tem-se
a observação sistemática. No caso contrário, diz-se que a observação é
assistemática. A observação também pode ser participante (o observador
participa do fato) e não participante (o observador não participa do fato).
A observação pode (e quase sempre é) ser utilizada de forma conjugada
com outras técnicas ou de forma exclusiva.
b) Questionário e Formulário
Questionário é um instrumento contendo questões para respostas
escritas pelo informante sem a presença do pesquisador. As questões
podem ser abertas (resposta livre do respondente), de múltiplas escolhas
(conjunto de respostas para escolha(s) do informante), fechadas com as
opções do tipo sim ou não e questões contendo escalas. O formulário é
um instrumento de coleta de dados contendo questões para respostas do
informante na presença do pesquisador que as anota.
c) Entrevista
A entrevista é uma técnica de coleta de dados, onde o investigador
se apresenta frente ao investigado e lhe faz perguntas com o objetivo de
82
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
obter dados que interessam à investigação (GIL, 2010). É uma técnica
importante que permite o desenvolvimento de uma estreita relação
entre as pessoas. É um modo de comunicação, no qual determinada
informação é transmitida de uma pessoa a outra; portanto, o processo
é uma comunicação bilateral. São três os tipos básicos de entrevista:
num extremo, estão aquelas que permitem o máximo de liberdade e
aprofundamento (entrevista não estruturada); no outro extremo, permitem
o mínimo de liberdade tanto ao entrevistador quanto ao entrevistado
(entrevista dirigida); e entre os dois, existem diversas possibilidades,
entre elas, a entrevista guiada.
UNIDADE IV
por meio de técnicas matemáticas e estatísticas, análise qualitativa ou
mesclando ambas.
84
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
K) CRONOGRAMA
Neste item, você identificará cada etapa da pesquisa: Elaboração
do projeto, Coleta de Dados, Tabulação e Análise de dados, Elaboração do
Relatório Final. Apresente um cronograma estimando o tempo necessário
para executar cada uma das etapas (SEVERINO, 2002).
UNIDADE IV
http://www.youtube.com/watch?v=CNPIV-IDN6U
http://www.youtube.com/watch?v=XueXwmoP_v8
http://www.youtube.com/watch?v=D4poVMNXfA8
86
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
UNIDADE IV
A concepção da
monografia científica
Generoso De Angelis Neto
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Identificar os conceitos relacionados com a criação da
monografia científica.
Unidade V
Distinguir os elementos que constituem a monografia
científica.
ROTEIRO DE ESTUDOS
SEÇÃO 1 - Conceitos fundamentais
90
UNIDADE V
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Quadro 4 – Definições relacionadas a trabalhos científicos
Termo Definição
Abreviatura representação de uma palavra por meio de alguma(s) de sua(s)
sílaba(s) ou letra(s).
Agradecimento texto em que o autor faz agradecimentos dirigidos àqueles que
contribuíram de maneira relevante à elaboração do trabalho.
Anexo texto ou documento não elaborado pelo autor, que serve de
fundamentação, comprovação e ilustração.
Apêndice texto ou documento elaborado pelo autor, a fim de complementar
sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho.
Autor pessoa física responsável pela criação do conteúdo intelectual
ou artístico de um trabalho.
Capa proteção externa do trabalho sobre a qual se imprimem as
informações indispensáveis à sua identificação.
Citação menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte.
91
UNIDADE V
A norma da ABNT NBR 14724: 2011 apresenta a estrutura que deve
ter um trabalho acadêmico, dividido em partes, de acordo com o quadro
5, a seguir.
Elementos Textuais
Desenvolvimento
Conclusão
Referências (obrigatório)
Glossário (opcional)
Elementos
Pós-Textuais Apêndice (opcional)
Anexo (opcional)
Índice (opcional)
92
UNIDADE V
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
SEÇÃO 2
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
CAPA
Elemento obrigatório, sobre o qual se imprimem as informações
indispensáveis à sua identificação, na seguinte ordem (SEVERINO,
2002):
• Nome da Instituição (opcional);
• Nome do autor;
• Título;
• Subtítulo (se houver);
• Número de volume (se houver mais de um, constando em cada
capa o respectivo volume);
• Ano de depósito, entrega do material.
FOLHA DE ROSTO
É a folha que contém os elementos essenciais à identificação do
trabalho, deve ser apresentada no formato A4 (21 cm x 29,7 cm),
a) Anverso da folha
• Nome do autor;
• Título do trabalho;
• Subtítulo, se houver, precedido de dois pontos (:), evidenciando
sua subordinação ao título principal;
• Número de volume (se houver mais de um, constando em cada
folha de rosto o respectivo volume);
• Natureza do trabalho (tese, dissertação, monografia, trabalho de
conclusão de curso, etc.), objetivo (aprovação em disciplina, grau
pretendido e outros); nome da Instituição; área de concentração;
• Nome do orientador e do coorientador, se houver;
93
UNIDADE V
• Local (cidade) da instituição onde será apresentado o trabalho.
NOTA: No caso de cidades homônimas, recomenda-se o acréscimo
da sigla da unidade da federação.
• Ano de depósito (entrega).
ERRATA
Utiliza-se para indicação de erros porventura cometidos e sua
respectiva correção, acompanhados de sua localização no texto. Esta lista
deverá constar após a folha de rosto.
FOLHA DE APROVAÇÃO
Elemento obrigatório, deve ser inserida após a folha de rosto e
conter as seguintes informações: autor, título por extenso e subtítulo, se
houver, natureza, objetivo, nome da instituição, área de concentração,
data de aprovação, nome, titulação.
NOTA: A data de aprovação e as assinaturas dos membros
componentes da banca examinadora devem ser colocadas após a
aprovação do trabalho.
DEDICATÓRIA
Elemento opcional. Inserida após a Folha de aprovação. Texto curto
no qual o autor presta sua homenagem a alguém.
AGRADECIMENTOS
Devem ser dirigidos às pessoas ou instituições que realmente
contribuíram de maneira relevante à elaboração do trabalho, restringindo-
se ao mínimo necessário.
EPÍGRAFE
Frase, pensamento ou até mesmo versos no qual o autor apresenta
citação seguida de autoria relacionada à matéria tratada no corpo do
trabalho. Também podem ser apresentadas epígrafes nas folhas iniciais
94
UNIDADE V
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
dos capítulos ou seções. Deve ser elaborada conforme a norma ABNT
NBR 10520: 2002. Inserida após os agradecimentos.
95
UNIDADE V
RESUMO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Elemento obrigatório, é a tradução do resumo, seguido das
palavras-chave e/ ou descritores. As palavras-chave ou descritores devem
figurar logo abaixo do resumo, antecedido da expressão: Palavras-chave:,
separadas entre si por ponto (.) e finalizadas também por ponto (.).
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Elemento opcional. Elaborada de acordo com a ordem apresentada
no texto, com cada item designado por seu nome específico, travessão,
título e respectivo número da folha ou página. Quando necessário,
recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo de ilustração
(desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas,
organogramas, plantas, quadros, retratos e outras). O título deve ser
centralizado, sem indicativo numérico, obedecem à ordem que aparecem
no texto, exceto para abreviaturas e siglas que devem estar relacionadas
em ordem alfabética. Recomenda-se fazer lista para informações que
contenham mais de três itens.
LISTA DE TABELAS
Elemento opcional. Elaborada de acordo com a ordem apresentada
no texto, com cada item designado por seu nome específico, acompanhado
do respectivo número da folha ou página.
LISTA DE SÍMBOLOS
Elemento opcional. Elaborada de acordo com a ordem apresentada
no texto, com o devido significado.
SUMÁRIO
Elemento obrigatório, consiste da indicação do conteúdo do
documento, enumerando suas divisões e/ou seções. O sumário deve
96
UNIDADE V
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
incluir apenas as partes da publicação que o sucedem. Sobre esta matéria,
tem-se as seguintes normas da ABNT que tratam desse assunto: ABNT
NBR 6024: 2003 – Informação e documentação – Numeração progressiva
das seções de um documento escrito – Apresentação e a ABNT NBR 6027:
2012 – Informação e documentação – Sumário – Apresentação, de onde
se pode extrair as seguintes recomendações:
• O sumário deve ser localizado como último elemento pré-
textual. Quando houver mais de um volume, deve ser incluído
o sumário de toda a obra em todos os volumes, de forma que
se tenha conhecimento do conteúdo, independente do volume
consultado.
• A palavra sumário deve ser centralizada e com a mesma tipologia
da fonte utilizada para as seções primárias.
• A subordinação dos itens do sumário deve ser destacada pela
apresentação tipográfica utilizada no texto.
• Os elementos pré-textuais não devem constar no sumário.
• São empregados algarismos arábicos na numeração.
• O indicativo de seção é alinhado na margem esquerda,
precedendo o título, dele separado por um espaço.
• Deve-se limitar a numeração progressiva até a seção quinária.
• O indicativo das seções primárias deve ser grafado em números
inteiros a partir de 1.
• O indicativo de uma seção secundária é constituído pelo
indicativo da seção primária a que pertence, seguido do número
que lhe for atribuído na sequência do assunto e separado por
ponto. Repete-se o mesmo processo em relação às demais seções.
• Não se utilizam ponto, hífen, travessão ou qualquer sinal após o
indicativo de seção ou de seu título.
• Destacam-se, gradativamente, os títulos das seções, utilizando
os recursos de negrito, itálico ou grifo e redondo, caixa alta ou
versal e outro. O título das seções (primárias, secundárias, etc.)
deve ser colocado após sua numeração, dele separado por um
espaço. O texto deve iniciar-se em outra linha.
97
UNIDADE V
Como exemplo de apresentação do sumário, tem-se:
SEÇÃO 3
ELEMENTOS TEXTUAIS
98
UNIDADE V
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
a literatura; estabelece as razões de ser de seu trabalho, sumariando,
apropriadamente, começo, meio e fim de sua proposta de estudo.
O desenvolvimento é a parte principal do texto, dividido em capítulo,
seções ou subseções. Contém a descrição pormenorizada do assunto,
fundamentação teórica, a metodologia (material e método), os resultados
e respectivas discussões, relacionando-os aos trabalhos analisados na
revisão de literatura. Faz-se as citações e as notas bibliográficas e/ou
explicativas no texto ou em notas de rodapé.
A conclusão é a recapitulação sintética dos resultados e da
discussão do estudo ou pesquisa. Pode apresentar deduções lógicas e
correspondentes aos objetivos propostos. É a parte final do texto na qual
se apresentam as considerações finais. Mesmo que se tenham várias
conclusões, deve-se usar sempre o termo no singular, pois, trata-se da
conclusão do trabalho em si e não um mero enunciado das conclusões a
que o(a) autor(a) chegou.
SEÇÃO 4
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
99
UNIDADE V
c) Apêndices: elemento opcional. Texto ou documento elaborado
pelo autor a fim de complementar o texto principal.
d) Anexos: elemento opcional, texto ou documento não elaborado
pelo autor, que serve de fundamentação, comprovação ou ilustração.
NOTA: Os apêndices e os anexos são identificados por letras
maiúsculas consecutivas, travessão e respectivos títulos.
Assunto Característica
Os textos devem ser digitados ou datilografados em cor preta,
Formato podendo utilizar outras cores somente para as ilustrações.
Se impresso, utilizar papel branco ou reciclado, no formato
A4 (21 cm × 29,7 cm).
Os elementos pré-textuais devem iniciar no anverso da
folha, com exceção dos dados internacionais de catalogação
na publicação que devem vir no verso da folha de rosto.
Recomenda-se que os elementos textuais e pós-textuais
sejam digitados ou datilografados no anverso e verso das
folhas.
As margens devem ser: para o anverso, esquerda e superior
de 3 cm e direita e inferior de 2 cm; para o verso, direita e
superior de 3 cm e esquerda e inferior de 2 cm.
Recomenda-se, quando digitado, a fonte tamanho 12 para
todo o trabalho, inclusive capa, excetuando-se citações
com mais de três linhas, notas de rodapé, paginação, dados
internacionais de catalogação na publicação, legendas
e fontes das ilustrações e das tabelas, que devem ser em
tamanho menor e uniforme.
Todo texto deve ser digitado ou datilografado com
Espaçamento espaçamento 1,5 entre as linhas, excetuando-se as citações
de mais de três linhas, notas de rodapé, referências, legendas
das ilustrações e das tabelas, natureza (tipo do trabalho,
objetivo, nome da instituição a que é submetido e área de
concentração), que devem ser digitados ou datilografados
em espaço simples. As referências, ao final do trabalho,
devem ser separadas entre si por um espaço simples em
branco.
Na folha de rosto e na folha de aprovação, o tipo do trabalho,
o objetivo, o nome da instituição e a área de concentração
devem ser alinhados do meio da mancha gráfica para a
margem direita.
100
UNIDADE V
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
As notas devem ser digitadas ou datilografadas dentro das
Notas de margens, ficando separadas do texto por um espaço simples
rodapé de entre as linhas e por filete de 5 cm, a partir da margem
esquerda. Devem ser alinhadas, a partir da segunda linha da
mesma nota, abaixo da primeira letra da primeira palavra,
de forma a destacar o expoente, sem espaço entre elas e com
fonte menor.
101
UNIDADE V
Numeração Elaborada conforme a ABNT NBR 6024:2003. A
progressiva numeração progressiva deve ser utilizada para evidenciar
a sistematização do conteúdo do trabalho. Destacam-
se gradativamente os títulos das seções, utilizando-se os
recursos de negrito, itálico ou sublinhado e outros, no
sumário e, de forma idêntica, no texto.
102
UNIDADE V
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Nesta unidade foi apresentado a você os conceitos necessários para a montagem da
monografia de conclusão do curso de especialização. Baseado em normas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), foi possível identificar e compreender os elementos
que devem fazer parte da monografia.
Dividida em elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais, você pôde compreender
como deve ser estruturado esse texto científico. Assim, o seu projeto de pesquisa, estudado e
analisado na unidade anterior dará origem à monografia, aprofundando-se os conhecimentos
sobre as técnicas de confecção de textos científicos.
http://www.fe.unicamp.br/gepeja/arquivos/ReneJTS_A-MonografiaCientifica.pdf
103
UNIDADE V
104
UNIDADE V
Normas para utilização de
citações e referências
Generoso De Angelis Neto
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conhecer as normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas que tratam do assunto de citações e referências.
Unidade VI
Desenvolver habilidades para a correta utilização de citações
e referências em trabalhos científicos.
ROTEIRO DE ESTUDOS
SEÇÃO 1 - Citações
SEÇÃO 2 - Referências
SEÇÃO 1
CITAÇÕES
Termo Definição
106
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
de até três linhas devem apresentar-se no corpo do trabalho,
entre aspas, não sendo utilizado o recurso tipográfico itálico
ou negrito. Citações superiores a três linhas apresentam-se em
parágrafo próprio, recuadas a 4 cm da margem esquerda, sem
aspas. Caso haja os recursos tipográficos itálico ou negrito no
original, os mesmos devem ser mantidos. O espaçamento entre
as linhas deve ser simples.
• Citação indireta: Citação indireta é o texto redigido pelo autor
com base em ideias de outro(s) autor(es), o qual, contudo, deve
traduzir fielmente o sentido do texto original.
NOTA: No caso de citação – direta ou indireta - de obra com até
três autores, indicam-se os seus sobrenomes, na ordem em que
aparecem na publicação, separados por ponto e vírgula se estiverem
entre parênteses, e com a conjunção “e” no caso contrário. Para
trabalhos com mais de três autores, deve-se citar apenas o primeiro,
seguido da expressão “et al.”, que significa “e outros”.
• Citação de citação (apud): É a menção de trecho de um
documento ao qual não se teve acesso, mas do qual se tomou
conhecimento apenas por citação em outro trabalho.
107
UNIDADE VI
a) Especificar no texto a(s) páginas, volume(s), tomo(s) ou seção(ões)
da fonte consultada, nas citações diretas. Este(s) deve(m) seguir a data,
separado(s) por vírgula e precedido(s) pelo termo que o(s) caracteriza,
de forma abreviada. Nas citações indiretas, a indicação da(s) página(s)
consultada(s) é opcional.
Exemplos:
• A produção de lítio começa em Searles Lake, Califórnia em 1928
(MUMFORD, 1949, p. 513).
• Oliveira e Leonardos (1943, p. 446) dizem que a [...] relação da
série São Roque com os granitos porfiroides pequenos é muito
clara.
• Meyer parte de uma passagem da crônica de “14 de maio,
de A Semana:” Houve sol, e grande sol, naquele domingo de
1888, em que o Senado votou a lei, que a regente sancionou [...]
(ASSIS, 1994, v. 3, p. 583).
108
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
da televisão, telefone, e computador. Através de
áudio-conferência, utilizando a companhia local
de telefone, um sinal de áudio pode ser emitido
em um salão de qualquer dimensão. (NICHOLS,
1993, p. 181)
SISTEMA DE CHAMADA
109
UNIDADE VI
Exemplos:
• De acordo com Reeside (1972a)
• (REESIDE, 1972b)
Sistema Numérico
Neste sistema, a indicação da fonte é feita por uma numeração única
e consecutiva, em algarismos arábicos, remetendo à lista de referências
ao final do trabalho, do capítulo ou da parte, na mesma ordem em que
aparecem no texto. Não se inicia a numeração das citações a cada página.
O sistema numérico não deve ser utilizado quando há notas de rodapé.
A indicação da numeração pode ser feita entre parênteses, alinhada ao
texto, ou situada pouco acima da linha do texto em expoente à linha do
mesmo, após a pontuação que fecha a citação.
Exemplos:
• Diz Rui Barbosa: “Tudo é viver, previvendo.” (15)
• Diz Rui Barbosa: “Tudo é viver, previvendo.” 15
110
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Sistema Autor-Data
Neste sistema, a indicação da fonte é feita como explicitado a seguir.
a) pelo sobrenome de cada autor ou pelo nome de cada entidade
responsável até o primeiro sinal de pontuação, seguido (s) da data de
publicação do documento e da (s) página (s) da citação, no caso de citação
direta, separado por vírgula e entre parênteses.
Exemplos:
• No texto: A chamada “pandectísta havia sido a forma particular
pela qual o direito romano fora integrado no século XIX na
Alemanha em particular.” (LOPES, 2000, p. 225).”
• Na lista de referências: LOPES, José Reinaldo de Lima. O direito
na História. São Paulo: Max Limonad, 2000.
111
UNIDADE VI
Exemplos:
• No texto: E eles disseram “globalização”, e soubemos que era
assim que chamavam a ordem absurda em que dinheiro é a
única pátria à qual se serve e as fronteiras se diluem, não pela
fraternidade, mas pelo sangramento que engorda poderosos
sem nacionalidade (A FLOR..., 1995, p. 4).
• Na lista de referências: A FLOR Prometida. Folha de S. Paulo,
São Paulo, p. 4, 21 abr. 1995.
NOTAS DE RODAPÉ
112
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
SEÇÃO 2
REFERÊNCIAS
113
UNIDADE VI
a) Os elementos essenciais e complementares da referência devem
ser apresentados em sequência padronizada.
b) Para compor cada referência, deve-se obedecer à sequência dos
elementos, conforme apresentados nos modelos a seguir.
c) As referências são alinhadas somente à margem esquerda do texto
e de forma a se identificar individualmente cada documento, em espaço
simples e separadas entre si por espaço duplo. Quando aparecerem em
notas de rodapé, serão alinhadas, a partir da segunda linha da mesma
referência, abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a
destacar o expoente e sem espaço entre elas.
d) A pontuação segue padrões internacionais e deve ser uniforme
para todas as referências.
e) O recurso tipográfico (negrito, grifo ou itálico) utilizado para
destacar o elemento título deve ser uniforme em todas as referências
de um mesmo documento. Isto não se aplica às obras sem indicação de
autoria ou de responsabilidade, cujo elemento de entrada é o próprio
título, já destacado pelo uso de letras maiúsculas na primeira palavra, com
exclusão de artigos (definidos e indefinidos) e palavras monossilábicas.
f) As referências constantes em uma lista padronizada devem
obedecer aos mesmos princípios. Ao optar pela utilização de elementos
complementares, estes devem ser incluídos em todas as referências
daquela lista.
MODELOS DE REFERÊNCIAS
A) MONOGRAFIA NO TODO
Inclui livro e/ou folheto (manual, guia, catálogo, enciclopédia,
dicionário, etc.) e trabalhos acadêmicos (teses, dissertações, entre outros).
Os elementos essenciais são: autor (ES), título, edição, local, editora e
114
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
data de publicação. Os elementos complementares são: indicações de
outros tipos de responsabilidade (ilustrador, tradutor, revisor, adaptador,
compilador, etc.); informações sobre características físicas do suporte
material, páginas e/ou volumes, ilustrações. Dimensões, série editorial ou
coleção, notas e ISBN (International Standard Book Numbering), entre
outros. Exemplos:
Guia BRASIL: roteiros turísticos, São Paulo: Folha da Manhã, 1995. 319 p.,
it. (Roteiros turísticos Fiat). Inclui Mapa rodoviário.
115
UNIDADE VI
B) MONOGRAFIA NO TODO EM MEIO ELETRÔNICO
Inclui os mesmos tipos indicados anteriormente, em meio eletrônico
(disquetes, CD-ROM, online, etc.). As referências devem obedecer aos
padrões indicados para os documentos monográficos no todo, acrescidas
das informações relativas à descrição física do meio eletrônico. Exemplo:
C) PARTE DE MONOGRAFIA
Inclui capítulo, volume, fragmento e outras partes de uma obra, com
autor (es) e/ou título próprios. Os elementos essenciais são: autor (es),
título da parte, seguidos da expressão “In:”, e da referência completa da
monografia no todo. No final da referência, deve-se informar a paginação
ou outra forma de individualizar a parte referenciada. Exemplos:
116
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à
referência para melhor identificar o documento. Exemplos:
E) PUBLICAÇÃO PERIÓDICA
Inclui a coleção como um todo, fascículo ou número de revista,
número de jornal, caderno, etc., na íntegra, e a matéria existente em um
número, volume ou fascículo de periódico (artigos científicos de revistas,
editoriais, matérias jornalísticas, seções, reportagens, etc.). Apresentam
vários elementos que serão destacados a seguir.
117
UNIDADE VI
E.1) Publicação periódica como um todo
A referência de toda a coleção de um título de periódico é utilizada
em listas de referências e catálogos de obras preparados por livreiros,
bibliotecas ou editoras. Os elementos essenciais são: título, local de
publicação, editora, data de início da coleção e data de encerramento da
publicação, se houver. Exemplo:
118
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
E.2) Partes de revista, boletim, etc.
Inclui volume, fascículo, números especiais e suplementos, entre
outros, sem título próprio. Os elementos essenciais são: título da publicação,
local de publicação, editora, numeração do ano e/ou volume, numeração
do fascículo, informações de períodos e datas de sua publicação. Quando
necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para
melhor identificar o documento. Exemplos:
119
UNIDADE VI
E.3) Artigo e/ou matéria de revista, boletim, periódico, etc.
Inclui partes de publicações periódicas (volumes, fascículos,
números especiais e suplementos, com título próprio), comunicações,
editorial, entrevistas, recensões, reportagens, resenhas e outros. Os
elementos essenciais são: autor (es), título da parte, artigo ou matéria,
título da publicação, local de publicação, numeração correspondente
ao volume e/ou ano, fascículo ou número, paginação inicial e final,
quando se tratar de artigo ou matéria, data ou intervalo de publicação e
particularidades que identificam a parte (se houver). Quando necessário,
acrescentam-se elementos complementares para a referência para
melhor identificar o documento. Exemplos:
120
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
E.4) Artigo e/ou matéria de revista, boletim, periódico, etc., em
meio eletrônico
As referências devem obedecer aos padrões indicados para
artigo e/ou matéria de revista, boletim, etc., de acordo com o descrito
anteriormente, acrescidas das informações relativas à descrição física do
meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, online etc.).
NOTA – Pode ser necessário substituir as informações relativas à
divisão do periódico (volume, fascículo, período de tempo abrangido pelo
fascículo ou outras partes) por outra forma de divisão, característica do
meio eletrônico. Exemplos:
121
UNIDADE VI
E.5) Artigo e/ou matéria de jornal
Inclui comunicações, editorial, entrevistas, recensões, reportagens,
resenhas e outros. Os elementos essenciais são: autor (es) (se houver),
título, título do jornal, local de publicação, data de publicação, seção,
caderno ou parte do jornal e a paginação correspondente. Quando não
houver seção, caderno ou parte, a paginação do artigo ou matéria precede
a data. Exemplos:
122
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Artigo de revista SILVA, M.M.L. Crimes da era digital. Net, Rio
de Janeiro, nov. 1998. Seção Ponto de Vista.
Disponível em: <http://www.brazilnet.com.br/
contexts/brasilrevistas.htm>.
Acesso em: 28 nov. 1998.
123
UNIDADE VI
F) EVENTO COMO UM TODO
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UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
G) TRABALHO APRESENTADO EM EVENTO
125
UNIDADE VI
G.1) Trabalho apresentado em evento em meio eletrônico
As referências devem obedecer aos padrões indicados para trabalhos
apresentados em evento, de acordo com o descrito anteriormente,
acrescidas das informações relativas à descrição física do meio eletrônico
(disquetes, CD-ROM, online, etc.). Exemplos:
126
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
H) DOCUMENTO JURÍDICO
127
UNIDADE VI
H.1) Documento jurídico em meio eletrônico
É essencial, após indicar os elementos conforme descritos
anteriormente, acrescentar o endereço eletrônico e data de acesso.
Exemplos:
128
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Banco de BIRDS from Amapá: banco de dados. Disponível em:
Dados <http://www.bdt.org/bdt/avifauna/aves>. Acesso em: 25
nov. 1998.
A) AUTORIA
130
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Quando existirem mais de três autores, indica-se apenas o primeiro,
acrescentando-se a expressão et al. Em casos específicos (projetos de
pesquisa científica, indicação de produção científica em relatórios
para órgãos de financiamento, etc.), nos quais a menção dos nomes
for indispensável para certificar a autoria, é facultado indicar todos os
nomes.Exemplo:
131
UNIDADE VI
A.2) Autor entidade
132
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
A.3) Autoria desconhecida
B) TÍTULO E SUBTÍTULO
O título e o subtítulo (se for usado) devem ser reproduzidos tal como
figuram no documento, separados por dois-pontos. Exemplos:
PASTRO, Cláudio. Arte sacra: espaço sagrado hoje. São Paulo: Loyola,
1993. 343 p.
133
UNIDADE VI
Quando o título aparecer em mais de uma língua, registra-se o
primeiro. Opcionalmente, registra-se o segundo ou o que estiver em
destaque, separando-o do primeiro pelo sinal de igualdade. Exemplo:
134
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
C) EDIÇÃO
135
UNIDADE VI
D) LOCAL
136
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
E) EDITORA
137
UNIDADE VI
Quando o local e o editor não puderem ser identificados na
publicação, utilizam-se ambas as expressões, abreviadas e entre
colchetes [S.l.: s.n.]. Exemplo:
F) DATA
138
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Se nenhuma data de publicação, distribuição, copirraite, impressão,
etc., puder ser determinada, registra-se uma data aproximada entre
colchetes, de acordo com os exemplos a seguir:
139
UNIDADE VI
Os meses devem ser indicados de forma abreviada, no idioma
original da publicação. Exemplos:
G) DESCRIÇÃO FÍSICA
140
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Quando o documento for constituído de apenas uma unidade física,
ou seja, um volume, indica-se o número total de páginas ou folhas,
seguido da abreviatura p. ou f.
NOTA – A folha é composta de duas páginas: anverso e verso.
Alguns trabalhos, como teses e dissertações, são impressos apenas no
anverso e, neste caso, indica-se f. Exemplos:
141
UNIDADE VI
Sistema Alfabético
Se for utilizado o sistema alfabético, as referências devem ser
reunidas no final do trabalho, do artigo ou do capítulo, em uma única
ordem alfabética. As chamadas no texto devem obedecer à forma adotada
na referência, com relação à escolha da entrada, mas não necessariamente
quanto à grafia, conforme a NBR 10520 (2002).
Eventualmente, o(s) nome(s) do(s) autor(es) de várias obras
referenciadas sucessivamente, na mesma página, pode(m) ser
substituído(s), nas referências seguintes à primeira, por um traço sublinear
(equivalente a seis espaços) e ponto. Exemplo:
Sistema Numérico
Se for utilizado o sistema numérico no texto, a lista de referências
deve seguir a mesma ordem numérica crescente. O sistema numérico
não pode ser usado concomitantemente para notas de referência e notas
explicativas. Exemplos:
No texto:
De acordo com as novas tendências da jurisprudência brasileira1, é
facultado ao magistrado decidir sobre a matéria.
Todos os índices coletados para a região escolhida foram analisados
minuciosamente2.
Na lista de referências:
1 CRETELLA JÚNIOR, José. Do impeachment no direito brasileiro. [São
Paulo]: R. dos Tribunais, 1992. p. 107.
142
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Nesta unidade foram apresentadas e discutidas as metodologias recomendadas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas para a elaboração de citações e referências em
textos acadêmicos e científicos. Buscou-se apresentar aquelas que eram mais apropriadas
para os trabalhos de pesquisa na área tecnológica.
Dessa maneira, tem-se os elementos necessários para a correta citação e
referenciação de autores em trabalhos de natureza científica, numa linguagem própria e
baseada em organismos e tratados internacionais.
Espera-se sua correta aplicação e que você, caro aluno, possa utilizá-las cada vez
mais, nos trabalhos que irá desenvolver nesse curso de especialização. Bom trabalho
http://www.unit.br/downloads/manuais/citacoes-e-referencias1.pdf
http://www.ddi.ufcg.edu.br/portal/ArquivosDownloads/Nata/NBR6023.pdf
143
UNIDADE VI
144
UNIDADE
PALAVRAS VI
FINAIS
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
PALAVRAS FINAIS
Caro aluno,
Você concluiu mais uma etapa do processo ensino-aprendizagem
que iniciou com esta disciplina de Metodologia da Pesquisa. São
conteúdos que serão úteis não só para este curso de especialização, mas
que, com certeza, vai auxiliá-lo em muitos outros trabalhos.
Articulando-se numa perspectiva histórica e evolutiva, o
conhecimento da evolução da Ciência e dos métodos de pesquisa conduziu
você a um novo estágio de conhecimento, que passa pelo domínio das
técnicas e procedimentos da redação científica, da estruturação de
projetos de pesquisa e da montagem de uma monografia.
São conteúdos articulados e relacionados que contribuem para a
formação de um espírito crítico e inovador, de investigação e de pesquisa,
de ação e de resultados. É isso que espero de você, caro aluno, é nisso
que acredito assim como você!
Espero que você tenha atingido todos os objetivos da disciplina
e que além disso, tenha tirado o melhor proveito dos conteúdos que
acompanhou, esforçando-se para realizar as atividades propostas.
Sua atividade não acabou, ela apenas começa na perspectiva que a
partir de agora se delineia, ou seja, você está apto para a elaboração de
sua monografia de conclusão deste curso de especialização. E, por isso,
desejo a cada um de vocês, enorme sucesso!!
O autor
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PALAVRAS FINAIS
146
REFERÊNCIAS
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
REFERÊNCIAS
ECO, Humberto. Como se faz uma tese. 14 ed. São Paulo: Perspectiva, 1998.
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REFERÊNCIAS
ESTRELA, C. Metodologia científica: ciência, ensino, pesquisa. São
Paulo: Artes Médicas, 2005.
SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 12. ed. São Paulo: WMF
Martins Fontes, 2010.
148
AUTOR
REFERÊNCIAS
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
NOTAS SOBRE O AUTOR
149
AUTOR
REFERÊNCIAS