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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Fundamentos de Metodologia da
Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Generoso De Angelis Neto

PONTA GROSSA - PARANÁ


2013
CRÉDITOS
Governador Carlos Alberto Richa
Governo do Estado do Paraná
Flávio Arns
Vice-Governador

Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia Universidade Estadual de Ponta Grossa


e Ensino Superior - SETI Reitor João Carlos Gomes
Secretário Alípio Santos Leal Neto Vice-Reitor Carlos Luciano Sant’Ana Vargas

Secretaria de Estado da Infraestrutura Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UEPG


e Logística - SEIL Pró-Reitor Benjamim de Melo Carvalho
Secretário José Richa Filho
Diretoria de Pós-Graduação
Universidade Estadual de Maringá Gibson Pilatti - Diretor
Reitor Júlio Santiago Prates Filho
Vice-Reitor Neusa Altoé Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta
e a Distância da UEPG
Universidade Estadual de Londrina Leide Mara Schmidt - Coordenadora Geral
Reitora Nádina Aparecida Moreno
Vice-Reitora Berenice Quinzani Jordão Núcleo de Educação a Distância da UEM
Maria Luisa Furlan Costa - Diretora
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Reitor Paulo Sérgio Wolff
Vice-Reitor Carlos Alberto Piacent

Curso de Especialização em Projetos e Obras Públicas de Edificações


Programa de Residência Técnica - Modalidade a Distânica - 1ª Edição

Departamento de Engenhria Civil da UEPG


José Adelino Kruger - Coordenador Pedagógico

Departamento de Engenhria Civil da UEM


Romel Dias Vanderlei - Coordenador Administrativo

Grupo Gestor do Programa de Residência Técnica


Décio Sperandio (SETI)
Aroldo Messias de Melo Junioe (SETI)
Ana Tereza Araujo Bruel Wandembruck (SEIL)
Marlene de Souza Skraba (SEIL)
Ercília Hitomo Hirota (UEL)
Fernanda Aranha Safaro (UEL)
Generoso de Angelis Neto (UEM)
Romel Dias Vanderlei (UEM)
Carlos Luciano Sant’Ana Vargas (UEPG)
José Adelino Krüger (UEPG)
Marta Mitiko Kubota de Siqueira (UNIOESTE)
Hitomi Mukai (UNIOESTE)

Ficha Catalográfica Elaborada pelo Setor Tratamento da Informação BICEN/UEPG


Angelis Neto, Generoso de
A585f Fundamentos de metodologia da pesquisa aplicada à área
tecnológica / Generoso de Angelis Neto.
Ponta Grossa : UEPG /NUTEAD, 2013.
149 p.

Educação a Distância.
Universidade Aberta do Brasil – UAB.

1. Metodologia da pesquisa. II. T.

DD: 001.42

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA


Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância - NUTEAD
Av. Gal. Carlos Cavalcanti, 4748 - CEP 84030-900 - Ponta Grossa - PR
Tel.: (42) 3220 3163
www.nutead.org
2013
APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL

A Universidade Estadual de Ponta Grossa é uma instituição de ensino


superior estadual, democrática, pública e gratuita, que tem por missão
responder aos desafios contemporâneos, articulando o global com o local,
a qualidade científica e tecnológica com a qualidade social e cumprindo,
assim, o seu compromisso com a produção e difusão do conhecimento,
com a educação dos cidadãos e com o progresso da coletividade.
No contexto do ensino superior brasileiro, a UEPG se destaca tanto
nas atividades de ensino, como na pesquisa e na extensão Seus cursos
de graduação presenciais primam pela qualidade, como comprovam os
resultados do ENADE, exame nacional que avalia o desempenho dos
acadêmicos e a situa entre as melhores instituições do país.
A trajetória de sucesso, iniciada há mais de 40 anos, permitiu que
a UEPG se aventurasse também na educação a distância, modalidade
implantada na instituição no ano de 2000 e que, crescendo rapidamente,
vem conquistando uma posição de destaque no cenário nacional.
Atualmente, a UEPG é parceira do MEC/CAPES/FNDE na execução
do programas Pró-Licenciatura e do Sistema Universidade Aberta do
Brasil e atua em 38 polos de apoio presencial, ofertando, diversos cursos
de graduação, extensão e pós-graduação a distância nos estados do
Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
Desse modo, a UEPG se coloca numa posição de vanguarda,
assumindo uma proposta educacional democratizante e qualitativamente
diferenciada e se afirmando definitivamente no domínio e disseminação
das tecnologias da informação e da comunicação.
Os nossos cursos e programas a distância apresentam a mesma
carga horária e o mesmo currículo dos cursos presenciais, mas se utilizam
de metodologias, mídias e materiais próprios da EaD que, além de serem
mais flexíveis e facilitarem o aprendizado, permitem constante interação
entre alunos, tutores, professores e coordenação.
Esperamos que você aproveite todos os recursos que oferecemos
para promover a sua aprendizagem e que tenha muito sucesso no curso
que está realizando.

A Coordenação
SUMÁRIO

■■ PALAVRAS DO PROFESSOR  07
■■ OBJETIVOS E EMENTA  09

C ONCEITOS E DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA


■■ SEÇÃO 1 - Natureza e objetivos da Ciência
11
12
■■ SEÇÃO 2 - A Ciência através dos tempos: distinção entre
conhecimento científico e bom senso 17

C
■■
ARACTERIZAÇÃO DOS MÉTODOS CIENTÍFICOS
SEÇÃO 1 - Caracterização dos métodos de abordagem científica
27
28
■■ SEÇÃO 2 - O método de Galileu Galilei 33
■■ SEÇÃO 3 - O método de Francis Bacon 34
■■ SEÇÃO 4 - O método de Descartes 36
■■ SEÇÃO 5 - A concepção atual do método científico 37

R EGRAS GERAIS DA REDAÇÃO CIENTÍFICA


■■ SEÇÃO 1 - Características desejáveis na redação científica
43
44
■■ SEÇÃO 2 - Principais erros na redação científica 47

A ESTRUTURA DA PESQUISA CIENTÍFICA


NA ÁREA TECNOLÓGICA 59
■■ SEÇÃO 1 - Classificação da pesquisa científica 60
■■ SEÇÃO 2 - O projeto de pesquisa 72
A
■■
CONCEPÇÃO DA MONOGRAFIA CIENTÍFICA
SEÇÃO 1 - Conceitos fundamentais
89
90
■■ SEÇÃO 2 - Elementos pré-textuais 93
■■ SEÇÃO 3 - Elementos textuais 98
■■ SEÇÃO 4 - Elementos pós-textuais 99

N ORMAS PARA A UTILIZAÇÃO DE CITAÇÕES E


REFERÊNCIAS 105
■■ SEÇÃO 1 - Citações 106
■■ SEÇÃO 2 - Referências 113

■■ PALAVRAS FINAIS  145


■■ REFERÊNCIAS  147
■■ NOTA SOBRE O AUTOR  149
PALAVRAS DO PROFESSOR
Caros alunos,

É com grande satisfação que inicio esta jornada de estudos e


aprendizagem com vocês! Todo começo gera expectativas e ansiedades e
com os professores não é diferente.
O processo de ensino-aprendizagem é um caminho de mão dupla,
que construímos e caminhamos juntos. Neste nível de aprendizagem -
curso de especialização na modalidade lato sensu-, todos nós trazemos para
esta “viagem” uma “bagagem” de conhecimentos adquirida nos cursos de
graduação – engenharias, arquitetura, tecnologias e outras, que serão de
grande importância nesta fase de nossas vidas.
A disciplina que você vai trabalhar a partir de agora – Metodologia
da Pesquisa Aplicada à Área Tecnológica – tem por finalidade auxiliá-lo
na organização desses conhecimentos, de forma que num futuro próximo,
você possa apresentar seu trabalho de conclusão – a monografia de
especialização.
Você verá que com estudo, dedicação e persistência, aliados a
ferramentas como os métodos de pesquisas, seu trabalho será de grande
valor não só para você, mas para a sociedade, como se espera de um
trabalho científico.
Você poderá contar com este material que ora chega às suas mãos, com
a equipe de professores e tutores, além dos coordenadores e supervisores,
para desenvolver uma excelente pesquisa. E disso eu não tenho dúvida,
pois saber pesquisar e fazer uma boa pesquisa, apresentando uma
monografia de qualidade não é talento nem dom: é dedicação, é técnica,
é conhecimento! E sei de antemão que você reúne essas qualidades para
atingir esse objetivo, pois você está aqui e nós acreditamos em você!
Vamos ter muitas coisas para fazer juntos para que você consiga atingir
o que se espera, que seja uma pessoa dedicada ao Curso e comprometida,
realizando as atividades nos períodos certos e desenvolvendo toda sua
potencialidade de cientista.
Por isso, dirijo-me a você, caro aluno, cara aluna, para que aproveite ao
máximo os conteúdos que iniciaremos agora, pois serão de grande utilidade
no desenvolvimento de suas pesquisas. Vamos juntos! Vamos agora!

O autor
OBJETIVOS E EMENTA

Objetivos
■■ Desenvolver a leitura crítica de trabalhos técnicos e científicos na área
de projetos e obras públicas de edificações.
■■ Promover o conhecimento de técnicas para a redação de trabalhos
científicos
■■ Reconhecer as formas de organização do trabalho científico.
■■ Apropriar as formas de organização de trabalhos científicos.
■■ Desenvolver o trabalho monográfico à luz das técnicas e métodos da
pesquisa científica.

Ementa
■■ Normatização de TCC, conhecimento dos conceitos básicos de filosofia, ciência
e lógica, assim como dos métodos, processos e planejamento de pesquisa
aplicada a projetos e obras públicas de edificações.
Conceitos e desenvolvimento
da ciência
Generoso De Angelis Neto

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Identificar os vários conceitos da Ciência através da história.

Compreender as várias formas de acesso ao conhecimento.

Analisar os objetivos da Ciência.

Unidade I
Distinguir crença de verdade científica.

Avaliar os diversos tipos de conhecimento.

ROTEIRO DE ESTUDOS
SEÇÃO 1 - Natureza e objetivos da Ciência.

SEÇÃO 2 - A Ciência através dos tempos: distinção entre conhecimento


científico e bom senso.
SEÇÃO 1
NATUREZA E OBJETIVOS DA CIÊNCIA

Um primeiro conceito que precisamos entender é o de Ciência.


Para Fonseca (2002), a ciência é uma forma particular de conhecer o
mundo. É o saber produzido através do raciocínio lógico associado à
experimentação prática. Caracteriza-se por um conjunto de modelos
de observação, identificação, descrição, investigação experimental e
explanação teórica de fenômenos. O método científico envolve técnicas
exatas, objetivas e sistemáticas, regras fixas para a formação de conceitos,
para a condução de observações, para a realização de experimentos e
para a validação de hipóteses explicativas. O objetivo básico da ciência
não é o de descobrir verdades ou de se constituir como uma compreensão
plena da realidade. Deseja fornecer um conhecimento provisório, que
facilite a interação com o mundo, possibilitando previsões confiáveis
sobre acontecimentos futuros e indicar mecanismos de controle que
possibilitem uma intervenção sobre eles.
São várias as definições e visões do que vem a ser ciência.
Uma definição difundida é a de que ciência é um meio de acesso ao
conhecimento. Outras formas de acesso são: a filosofia, a mitologia, a
religião, a arte e o senso comum. Portanto, ciência não é o único meio de
acesso ao conhecimento e à verdade, mas um tipo que difere dos outros
pelos procedimentos empregados. Como hoje é concebida, ciência é um
tipo de conhecimento que envolve a apreensão de acontecimentos, bem
como a discussão de suas causas (MARCONI; LAKATOS, 2000).
Para Kauark et al. (2010), a Ciência é a acumulação de
conhecimentos sistemáticos, caracterizada pelo conhecimento racional,
sistemático, exato e verificável dos fatos, de forma sistematicamente
organizada do pensamento objetivo. É uma forma de conhecimento
sistemático dos fenômenos da natureza, dos fenômenos sociais, dos
fenômenos biológicos, matemáticos, físicos e químicos, para se chegar
a um conjunto de conclusões verdadeiras, lógicas, exatas, por meio da
pesquisa e dos testes. Qualquer assunto que possa ser estudado pelo

12
UNIDADE I
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
homem pela utilização do método científico e de outras regras especiais
do pensamento.

Em Oliveira (1997), encontram-se diversos conceitos de Ciência:


• Acumulação de conhecimentos sistemáticos;
• Atividade que se propõe a demonstrar a verdade dos fatos
experimentais e suas aplicações práticas;
• Conhecimento racional, sistemático, exato, verificável e, por
conseguinte, falível;
• Conhecimento certo do real pelas suas causas;
• Conhecimento sistemático dos fenômenos da natureza e das leis
que os regem, obtido pela investigação, pelo raciocínio e pela
experimentação intensiva;
• Conjunto de enunciados lógicos e dedutivamente justificados
por outros enunciados;
• Conjunto orgânico de conclusões certas e gerais, metodicamente
demonstradas e relacionadas com objeto determinado;
• Corpo de conhecimentos, constituindo em percepções,
experiências e fatos certos e seguros;
• Estudo de problemas solúveis, mediante método científico;
• Forma sistemática organizada de pensamento objetivo;
• A ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou
prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis,
que fazem referências a objetos de uma mesma natureza.

Assim, para o desenvolvimento e obtenção de seus objetivos, há


que se ter acesso ao conhecimento. Existem algumas formas de acesso
ao conhecimento nas quais, segundo Marconi e Lakatos (2010), os tipos
mais abordados são: vulgar ou popular, científico, filosófico e religioso,
cada qual com suas características.
O conhecimento popular ou senso comum é adquirido naturalmente,
com base na experiência. É o conhecimento obtido ao acaso, após
inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de
ações não planejadas. É o conhecimento do dia a dia, que se obtém
pela experiência cotidiana. É espontâneo, focalista, sendo, por isso,
considerado incompleto, carente de objetividade. Ocorre por meio do

13
UNIDADE I
relacionamento diário do homem com as coisas. Não há a intenção e a
preocupação de atingir o que o objeto contém além das aparências. Por
isso, é dito conhecimento empírico.
O conhecimento filosófico caracteriza-se por questionamentos
sobre os problemas humanos, tendo por base apenas as ideias, reflexões
e relações emanadas da razão humana. Procura conhecer as causas reais
dos fenômenos, não as causas próximas como as ciências particulares.
Procura conhecer, também, as causas profundas e remotas de todas as
coisas e, para elas, respostas. Dentre suas características, destacam-se:
é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses, que não
poderão ser submetidas à observação; não é verificável; tem a característica
de sistemático; e é infalível e exato. Portanto, o conhecimento filosófico é
caracterizado pelo esforço da razão para questionar os problemas humanos
e poder discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes
da própria razão humana.
O conhecimento religioso ou teológico tem como referência
as proposições sagradas, reveladas pelo sobrenatural. As verdades
são consideradas infalíveis e indiscutíveis. Também é um tipo de
conhecimento não verificável. O conhecimento teológico, ou místico, é
fundamentado exclusivamente na fé humana e desprovido de método. É
alcançado através da crença na existência de entes divinos e superiores
que controlam a Vida e o Universo. Resulta do acúmulo de revelações
transmitidas oralmente ou por inscrições imutáveis e procura dar respostas
às questões que não sejam inteligíveis às outras esferas do conhecimento.
Exemplos são os textos sagrados, tais como a Bíblia e o Alcorão. Adquirido
a partir da aceitação de axiomas da fé teológica, esse conhecimento é
fruto da revelação da divindade, por meio de indivíduos inspirados, que
apresentam respostas aos mistérios que permeiam a mente humana.
Já o conhecimento científico lida com acontecimentos. Distingue-
se dos demais pela forma ou método, pelas técnicas e os instrumentos
utilizados. São características do conhecimento:
• racional, pois é constituído por conceitos, raciocínios, ideias
combinadas segundo um conjunto de regras lógicas;
• objetivo ao procurar concordar com seu objeto, verificando a
adequação das ideias aos fatos;
• factual, pois parte dos fatos e retorna aos fatos;

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UNIDADE I
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
• transcendente aos fatos quando descarta fatos, produz novos
fatos e os explica;
• analítico ao decompor o todo em suas partes componentes;
• claro e preciso na medida em que os problemas devem ser
formulados com clareza, definindo conceitos para evitar
ambiguidade, inventando sinais e atribuindo-lhes significados;
• comunicável, pois sendo o conhecimento de toda sociedade,
deve ser comunicado de tal modo que outras pessoas possam
verificar os dados e hipóteses;
• universal, pois deve passar pela prova da demonstração;
• depende de investigação metódica porque exige planejamento e
é baseado em conhecimento anterior, obedecendo a um método
que determina as técnicas a serem utilizadas;
• sistemático, pois é constituído por um sistema de ideias,
logicamente correlacionadas, e possui sistema de referência,
teorias, hipóteses e fontes de informação;
• acumulativo por ser um conjunto contínuo de conhecimentos,
onde o antigo pode ser substituído pelo novo;
• falível, pois não é definitivo;
• geral, uma vez que procura a uniformidade e elaboração de
modelos ou sistema mais amplo;
• explicativo porque tem como finalidade explicar os fatos;
• preceptivo, buscando prever as ocorrências, a partir das leis e
informações disponíveis;
• aberto, pois não deve haver barreiras limitantes, considerando
os recursos de sua época; e
• útil na medida em que a ciência mantém uma conexão com a
tecnologia.

Assim, para Marconi e Lakatos (2000), ciência tem finalidade,


função e objeto:
• a finalidade ou objetivo é distinguir as leis gerais que governam
• determinados fenômenos;
• a função é o aperfeiçoamento da relação do homem com seu
mundo; e,
• o objeto é aquilo que se pretende estudar.

15
UNIDADE I
Portanto, fazer ciência é buscar explicações acerca de um fenômeno.
Como tal, não é um dogma e, portanto, discutível. Para Eco (1998), um
estudo é científico quando satisfaz alguns requisitos:
• preocupação com um objeto reconhecível por quem o define e
pelos outros;
• dizer do objeto algo que ainda não foi dito;
• ser útil aos outros; e,
• fornecer elementos para verificação e contestação.

Desse modo, pode-se afirmar que ciência é uma forma de acesso


ao conhecimento, utilizando métodos próprios, os métodos científicos,
diferentes dos métodos utilizados pelas outras formas; e, que pesquisa
é a atividade básica da ciência. Uma questão importante na discussão
sobre ciência é sobre entendimento da relação entre teoria e fatos; são
dimensões do conhecimento que se apresentam inter-relacionadas.
A teoria é um instrumento da ciência: define suas orientações, tanto
em termos de esquema conceitual tomado como base para estudo dos
fenômenos quanto aos tipos de dados que devem ser abstraídos; permite as
generalizações e previsões de fatos; e, apontam lacunas no conhecimento
(SILVA, 2003).
A teoria desempenha os seguintes papéis: orientação, restringindo
a amplitude e o enfoque a ser dado aos fatos; conceitualização, vez
que é organizada por estrutura conceitual relativa aos processos e
objetos; sumarização – abordagem sucinta em relação ao conhecimento
existente sobre o objeto de estudo; previsão, na medida em que permite
a extrapolação para o desconhecido e previsão de novos fatos; e, indica
lacunas no conhecimento existente. Os fatos desempenham os seguintes
papéis: inicia uma teoria quando uma constatação não tem explicação
no conhecimento disponível; rejeita ou reformula as teorias quando estas
não se ajustam à sua estrutura; e, esclarecem teorias, pois afirmam em
detalhes aquilo que a teoria trata em termos gerais (ANDRADE, 2007).
O objetivo (papel) da ciência não é convencer (conversão), mas
demonstrar. Conversão pressupõe dizer se alguma coisa é certa, boa,
desejável, enquanto demonstração está preocupada em saber se uma
determinada relação existe, independente de sua bondade, beleza, etc.
Isto não quer dizer que o cientista não adota um conjunto de valores

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UNIDADE I
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
para fazer suas escolhas; a própria ciência se baseia em afirmações que
expressam valores: fundamentos que não são ou não podem ser provados,
considerados verdadeiros – representam problemas na área da filosofia
da ciência (SILVA, 2003).
Para Salomon (2010), fazer ciência envolve julgamento: a própria
escolha do que investigar e os métodos a serem utilizados dependem dos
valores do pesquisador. Fazer ciência envolve avaliação: a etimologia desta
última, indica que seu significado é “dar valor”, “julgar”, “determinar
a valia, o merecimento”, “ajuizar”. A ação de julgar, assim, supõe uma
definição do que é desejável, não é universal e depende do conjunto de
valores partilhados. Como consequência, não existe método asséptico e
desprovido de concepções filosóficas e/ou ideológicas.

SEÇÃO 2
A CIÊNCIA ATRAVÉS DOS TEMPOS: DISTINÇÃO ENTRE
O CONHECIMENTO CIENTÍFICO E BOM SENSO

O conhecimento científico exige demonstrações, submete-se à


comprovação, ao teste. Consiste no conhecimento causal e metódico,
dos fatos, dos acontecimentos e dos fenômenos. Estabelece a relação
sujeito-conhecimento, colocando uns em relação aos outros, de modo que
é possível descobrir a uniformidade das suas causas e dos seus efeitos. É
um conjunto de conhecimentos metódicos sobre a natureza. Só é científico
o conhecimento que for provado, ou seja, verificado e demonstrado. Seu
objetivo consiste em estudar as causas reais dos fenômenos e descobrir as
leis pelas quais eles se regem (RUIZ, 2011).
De acordo com Tartuce (2006), o conhecimento pode ser definido
como sendo a manifestação da consciência de conhecer. Ao viver, o ser
humano tem experiências progressivas, da dor e do prazer, da fome e
saciedade, do quente e do frio, entre muitas outras. É o conhecimento

17
UNIDADE I
que se dá pela vivência circunstancial e estrutural das propriedades
necessárias à adaptação, interpretação e assimilação do meio interior
e exterior do ser. Dessa maneira, ocorrem, então, as relações entre
sensação, percepção e conhecimento, sendo que a percepção tem uma
função mediadora entre o mundo caótico dos sentidos e o mundo mais
ou menos organizado da atividade cognitiva. É importante frisar que o
conhecimento, como também o ato de conhecer, existe como forma de
solução de problemas próprios e comuns à vida.
O conhecimento como forma de solução problemática, mais ou
menos complexa, ocorre em torno do fluxo e refluxo em que se dá a base
da idealização, pensamento, memorização, reflexão e criação, os quais
acontecem com maior ou menor intensidade, acompanhando parâmetros
cronológicos e de consciência do refletido e do irrefletido. O conhecimento é
um processo dinâmico e inacabado, serve como referencial para a pesquisa
tanto qualitativa como quantitativa das relações sociais, como forma de
busca de conhecimentos próprios das ciências exatas e experimentais.
Portanto, o conhecimento e o saber são essenciais e existenciais
no homem, ocorrem entre todos os povos, independentemente de raça,
crença, porquanto no homem o desejo de saber é inato. As diversificações
na busca do saber e do conhecimento, segundo caracteres e potenciais
humanos, originaram contingentes teóricos e práticos diferentes a serem
destacados em níveis e espécies. O homem, em seu ato de conhecer,
conhece a realidade vivencial, porque se os fenômenos agem sobre os
seus sentidos, ele também pode agir sobre os fatos, adquirindo uma
experiência pluridimensional do universo. De acordo com o movimento
que orienta e organiza a atividade humana, conhecer, agir, aprender e
outros conhecimentos se dão em níveis diferenciados de apreensão da
realidade, embora estejam inter-relacionados (CERVO; BERVIAN, 2002).
Gerhardt e Silveira (2009) destacam que a definição clássica de
conhecimento, originada em Platão, diz que ele consiste de crença,
verdadeira e justificada. Em filosofia, mais especificamente em
epistemologia, crença é um estado mental que pode ser verdadeiro ou
falso. Ela representa o elemento subjetivo do conhecimento. Platão,
iniciador da tradição epistemológica, opôs a crença (ou opinião – doxa,
em grego) ao conceito de conhecimento. Uma pessoa pode acreditar em
algo e, ainda assim, ter dúvidas. Acreditar em alguma coisa é dar a isso

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UNIDADE I
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
mais de 50% de chance de ser verdadeiro. Acreditar é ação. A crença é a
certeza que se tem de alguma coisa. É uma tomada de posição em que se
acredita nela até o fim; ou seja, é sinônimo de convicção, fé, conjunto de
ideias sobre alguma coisa, etc.; atitude que admite uma coisa verdadeira.
Verdade significa o que é real ou possivelmente real dentro de um
sistema de valores. Essa qualificação implica o imaginário, a realidade e
a ficção, questões centrais tanto em antropologia cultural, artes, filosofia
e na própria razão.
Na Antiguidade Clássica (século VI a.C ao século III d. C.), o
conhecimento produzido era voltado para explicação do mundo. O
interesse dos filósofos era compreender e explicar a vida do homem e
sua razão de ser: conhecimento das coisas pelas causas. Nos primórdios
da Idade Média (século III d. C.), o acesso ao conhecimento foi
dificultado pela crescente pressão das leis e dogmas da igreja, realidade
que permaneceu por vários séculos (Obscurantismo). O interesse pelo
conhecimento de um modo geral e sua prática começam a retornar nos
séculos XIII e XIV, tomando impulso a partir do século XV e florescendo
nos séculos seguintes. Não há consenso se ciência teve início com gregos
(Platão e Aristóteles) que trataram a filosofia como ciência, ou se surge na
Renascença com Galileu. O fato é que há diferenças fundamentais entre
conhecimento produzido pela filosofia grega, a ciência de Galileu e o que
se entende por ciência na atualidade (ESTRELA, 2005).
É na Grécia do século V a.C. que surgem as tentativas de explicações
mais sistematizadas dos fenômenos da natureza, particularmente com a
cosmologia de Aristóteles que, a partir de fatos do senso comum, elaborou
uma teoria consistente e lógica, a qual resistiu por mais de dois mil anos.
São pressupostos dessa teoria: crença na existência de naturezas bem
determinadas (coisas bem distribuídas); crença na existência de um
cosmos; crenças na existência de princípios de ordem em decorrência dos
quais os seres reais formam um todo bem ordenado. A teoria aristotélica
tem como premissas dois postulados (BARROS; LEHFELD, 2000): a terra
imóvel (concepção estática de ordem), no centro do universo; o universo é
esférico, finito e com uma estrutura ordenada. Surge, então, a concepção
de universo finito, esférico, limitado, não existindo nada fora dele. Como
a preocupação da teoria aristotélica é com a natureza dos seres, por isso,
sua doutrina é qualitativa. Aristóteles não demonstra, argumenta.

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UNIDADE I
A Renascença foi um período de grandes rupturas e início de
Nova Era. Ocorreu num contexto onde o mundo via o nascimento de
uma sociedade pós-feudal (navegação, comércio, descobertas, etc.), a
afirmação de uma burguesia mercantil, formação de estados nacionais e
o início da transição para um estado capitalista. No campo das ideias, a
cultura teocêntrica começa a ser substituída pela antropocêntrica; surge
o que hoje é chamado de ciência moderna. Para Kauark et al. (2010),
neste período, aproximadamente entre o final do século XIII e meados do
século XVII, os seres humanos retomaram o prazer de pensar e produzir
o conhecimento através das ideias. Nesse período, as artes, de uma forma
geral, tomaram um impulso significativo.
A ciência moderna, como concebida hoje, tem origem na chamada
Revolução Científica dos séculos XVI e XVII, época em que a humanidade
já havia superado a escravidão, dominado as técnicas da navegação, minas,
artilharia, imprensa, etc.; as transformações no plano do conhecimento
seguem as grandes transformações da época (SILVA, 2003). Esta autora
discute os acontecimentos daquele período, destacando Galileu Galilei
como o grande personagem (outros foram Copérnico, Bacon, Descarte,
Newton, etc.), por ser o primeiro a formular o método experimental.
Kauark et al. (2010) destacam que os séculos XVI e XVII são
conhecidos na história, como a Idade da Revolução Científica, iniciada
com Copérnico, seguindo-se com Kepler e, principalmente, com Galileu
(considerado o pai da Ciência Moderna), pioneiro da abordagem empírica
e a descrição matemática do fenômeno natural. Contemporâneo de
Galileu, coube a Francis Bacon a descrição do método empírico, a teoria
do método indutivo, alterando profundamente o espírito da investigação
científica que, em grande medida, passa a ser usada para predizer,
dominar e controlar o mundo.
Nos séculos XVII e XVIII, a burguesia assumiu uma característica
própria de pensamento, tendendo para um processo que tivesse imediata
utilização prática. Com isso surgiu o Iluminismo, corrente filosófica que
propôs “a luz da razão sobre as trevas dos dogmas religiosos”. O pensador
René Descartes mostrou ser a razão a essência dos seres humanos,
criando a célebre frase “penso, logo existo”. No aspecto político, o
movimento Iluminista expressou-se pela reivindicação de escolha direta
dos governantes através da vontade popular, na fórmula igualitária, um

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UNIDADE I
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
homem, um voto. Nesse período, a partir de 1789, ocorreu a Revolução
Francesa, responsável pela implantação desta fórmula (SILVA, 2003)
Barros e Lehfeld (2000) destacam que no século XIX, a ciência
passou a ter maior atenção, crescendo muito em número de adeptos e
pesquisadores. Parecia que tudo só tinha explicação através da ciência.
Como se o que não fosse científico não correspondesse à verdade. Se
Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Giordano Bruno, entre outros, foram
perseguidos pela Igreja em função de suas ideias sobre as coisas do
mundo, o século XIX serviu como referência de desenvolvimento do
conhecimento científico em todas as áreas: na sociologia, Augusto Comte
desenvolveu sua explicação de sociedade, criando o Positivismo, vindo
logo após outros pensadores; na Economia, Karl Marx procurou explicar
as relações sociais através das questões econômicas, resultando no
Materialismo Dialético; Charles Darwin revolucionou a Antropologia e
feriu os dogmas sacralizados pela religião com a “Teoria da Hereditariedade
das Espécies, ou Teoria da Evolução”. A ciência passou a assumir uma
posição quase religiosa diante das explicações dos fenômenos sociais,
biológicos, antropológicos, físicos e naturais.
Gil (2010) apresenta a seguinte distinção entre os tipos de
conhecimentos:
• Conhecimento espontâneo - É ametódico e assistemático,
nascendo da tentativa do homem de resolver os problemas de
sua vida diária. É subjetivo, pois depende de juízos pessoais a
respeito das coisas, ocorrendo o envolvimento das emoções e dos
valores de quem observa. É ainda um conhecimento particular,
restrito a uma pequena amostra da realidade.
• Conhecimento científico – É uma conquista recente da
humanidade, surgido apenas no século XVII. É metódico e
sistemático, voltado para a resolução de problemas inerentes a
toda humanidade. É objetivo, não dependendo dos pensamentos
e desejos de nenhuma pessoa em particular, pois o conhecimento
científico pode ser replicado por qualquer um que utilize o
mesmo método e trabalhe com a realidade da mesma maneira.
É um conhecimento geral, na medida em que busca estabelecer
as regularidades dos fenômenos e não as suas particularidades.
Busca leis gerais.

21
UNIDADE I
Mas e o que vem a ser senso comum? Para Fachin (2003), o senso
comum é um saber que nasce da experiência quotidiana, da vida que os
homens levam em sociedade. É, assim, um saber acerca dos elementos
da realidade em que vivemos; um saber sobre os hábitos, os costumes,
as práticas, as tradições, as regras de conduta, enfim, sobre tudo o que
necessitamos para podermos orientar-nos no nosso dia-a-dia: como comer
à mesa, acender a luz de uma sala, ligar a televisão, como fazer uma
chamada telefônica, apanhar o autocarro, o nome das ruas da localidade
onde vivemos, etc.
Assim, pode-se destacar que o senso comum apresenta as seguintes
características (SILVA, 2003):
• Subjetivo: O senso comum é subjetivo, porque não é objetivo:
cada indivíduo vê o mundo à sua maneira, formando as suas
opiniões, sem a preocupação de as testar ou de as fundamentar
num exame isento e crítico da realidade;
• Qualitativo: É um conhecimento qualitativo, pois todos os
grupos, os objetos, as coisas, os fatos são julgados por nós como
leves ou pesados, belos ou feios, quentes ou frios, grandes ou
pequenos, justos ou injustos, certos ou errados, e assim por
diante;
• Heterogêneo: Resulta de sucessivas acumulações de dados
provenientes da experiência, sem qualquer seletividade,
coerência ou método. Trata-se de uma forma de saber ligado ao
processo de socialização dos indivíduos, sendo muito evidente a
influência das tradições e ideias feitas, transmitidas de geração
em geração;
• Generalizador: Quando procura reunir numa só ideia ou opinião
aqueles fatos ou objetos completamente distintos, ou seja,
quando, sem qualquer critério, acabamos reunindo assuntos
bem diferentes, como aspectos particulares das plantas como
dos animais.

22
UNIDADE I
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Com relação à sua forma de aplicação, tem-se (ESTRELA, 2005):
• Caráter empírico: o senso comum é um saber que deriva
diretamente da experiência quotidiana, não necessitando, por
isso, de uma elaboração racional dos dados recolhidos através
dessa experiência;
• Caráter acrítico: não necessitando de uma elaboração racional,
o senso comum não procede a uma crítica dos seus elementos,
é um conhecimento passivo, em que o indivíduo não se
interroga sobre os dados da experiência, nem se preocupa com
a possibilidade de existirem erros no seu conhecimento da
realidade;
• Caráter assistemático: o senso comum não é estruturado
racionalmente, tanto ao nível da sua aquisição, como ao nível
da sua construção, não existe um plano ou um projeto racional
que lhe dê coerência;
• Caráter ametódico: o senso comum não tem método, ou seja, é
um saber que não segue nenhum conjunto de regras formais.
Os indivíduos adquirem-no sem esforço e sem estudo. O senso
comum é um saber que nasce da sedimentação casual da
experiência captada ao  nível da experiência quotidiana (por
isso se diz que o senso comum é sincrético);
• Caráter aparente ou ilusório: como não há a preocupação
de procurar erros, o senso comum é um conhecimento que
se contenta com as aparências, formando, por isso, uma
representação ilusória, deturpada e falsa da realidade;
• Caráter coletivo: o senso comum é um saber partilhado pelos
membros de uma comunidade, permitindo que os indivíduos
possam cooperar nas tarefas essenciais à vida social;
• Caráter superficial: o senso comum não aprofunda o seu
conhecimento da realidade, fica-se pela superfície, não
procurando descobrir as causas dos acontecimentos, ou seja,
a sua razão de ser que, por sua vez, permitiria explicá-los
racionalmente;
• Caráter particular: o senso comum não é um saber universal,
uma vez que se fica pela aquisição de informações muito
incompletas sobre a realidade (por isso também se diz que

23
UNIDADE I
ele é fragmentário), não podendo, assim, fazer generalizações
fundamentadas; e
• Caráter prático e utilitário – O senso comum nasce da prática
quotidiana e está totalmente orientado para o desempenho
das tarefas da vida quotidiana, por isso, as informações que o
compõem são o mais simples e diretas possível.

Ao longo desta unidade, foi possível conhecer os vários conceitos que a Ciência
adquiriu ao longo do tempo, evoluindo de um conhecimento popular ou senso comum,
passando pelos conhecimentos religioso, filosófico e científico. Observou-se que dentre esses
conhecimentos, o conhecimento científico é o que está mais estruturado para desvendar os
conhecimentos do cotidiano, dando respostas racionais aos fatos envolvidos com a Ciência.
Não por acaso a Ciência evoluiu. Evoluiu porque o homem, enquanto espécie, foi
acumulando conhecimentos ao longo de sua história e desenvolvimento, passando da crença
sobre os fenômenos naturais até o conhecimento científico que os rege, seus processos,
métodos e técnicas, enfim, a verdade científica edificada por fundamentação verdadeira e
comprovável.
Não foi um processo rápido, mas de amadurecimento, acompanhando as grandes
descobertas e invenções, partindo do senso comum (necessário) para o senso científico.
Assim é a Ciência, tal qual a conhecemos, mas ela não é estática, está em constante
movimento e em constante mudança, comprovando ou negando seus métodos e processos.
Em todas as áreas do conhecimento humano, em todas as regiões geográficas, o homem
evoluiu e atingiu o patamar do conhecimento científico que se tem nos dias atuais.

24
UNIDADE I
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
http://cienciahoje.uol.com.br/
http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/
http://www.unesp.br/revista
http://www.mct.gov.br/
http://www.youtube.com/watch?v=nEMuGDhsnHk

1. A partir dos conteúdos apresentados nesta unidade e pesquisando em outras


fontes, responda as questões a seguir:
• Identifique os vários conceitos que a Ciência teve através da história e procure
relacioná-los com o momento histórico da humanidade da época.
• Como se deu o acesso do homem às várias formas de conhecimento?
• Discuta quais são os objetivos da Ciência à luz do momento atual.
• Escolha um fato ou fenômeno e faça um paralelo entre este fato científico
confrontando o fenômeno com a visão científica e com a crença e/ou senso comum.

2. Em sites de busca eletrônica, em meios digitais ou impressos, selecione ao menos


um texto, com autoria, que aborde os temas tratados nesta unidade.

25
UNIDADE I
26
UNIDADE I
Caracterização
dos métodos científicos
Generoso De Angelis Neto

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Compreender os diferentes métodos de abordagem científica.

Conhecer os principais formuladores dos métodos científicos.

Analisar os objetivos dos métodos de abordagem científica.

Unidade II
Avaliar a concepção atual dos métodos utilizados em pesquisas
científicas.

ROTEIRO DE ESTUDOS
SEÇÃO 1 - Caracterização dos métodos de abordagem científica

SEÇÃO 2 - O método de Galileu Galilei

SEÇÃO 3 - O método de Francis Bacon

SEÇÃO 4 - O método de Descartesi

SEÇÃO 5 - A concepção atual do método científico


SEÇÃO 1
CARACTERIZAÇÃO DOS MÉTODOS
DE ABORDAGEM CIENTÍFICA

Método, em sentido amplo, é a ordem que se deve impor aos


diversos processos necessários para atingir um determinado fim ou um
resultado desejado. Método científico é um instrumento de que se serve
a inteligência para descobrir relações, verdades e leis referentes aos
diversos objetos de investigação. O método científico é um dispositivo
ordenado, um conjunto de procedimentos sistemáticos que o pesquisador
emprega para obter o conhecimento adequado do problema que se
propõe resolver. O método é constituído de um conjunto de processos
ou técnicas que formam os passos do caminho a percorrer na busca da
verdade (MARCONI; LAKATOS, 2010).
Toda investigação nasce da observação cuidadosa de fatos que
necessitam de uma maior explicação. Essa é imaginada através da
hipótese. Em seguida, procura-se verificar a veracidade da solução
sugerida. Nas ciências experimentais, isso é feito por meio de ensaios
e experiências; nas ciências humanas, é feito através de demonstrações
racionais e lógicas por meio da argumentação. Descoberta a explicação
do fato, achada a relação da causalidade entre os fenômenos ou sua
coexistência, ou, ainda, sua finalidade, forma-se a lei. É tarefa da indução:
aplicar a relação necessária descoberta a casos não observados da mesma
espécie. Essa explicação parcial e fracionada de uma realidade não
satisfaz a curiosidade científica. Por isso, o cientista reúne as tentativas
de explicação, os princípios e leis particulares numa visão unificadora,
mais ampla e globalizada, através da teoria ou do sistema (GIL, 2010).
Em alguns ramos do saber, principalmente no setor das crenças e das
ideologias, constroem-se ainda doutrinas. Em resumo, o desenvolvimento
do método científico se faz pelos processos ou técnicas da observação,
hipótese, demonstração (experimental ou racional), indução da lei ou
teoria. Além disso, e simultaneamente com os processos referidos, o

28
UNIDADE II
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
pesquisador sempre estará usando as técnicas de análise, da síntese e da
dedução. O método científico é, pois, um meio imprescindível com o qual
o espírito científico do pesquisador, com ordem e rigor, procura penetrar
no sentido dos fatos e fenômenos que pretende conhecer.
Tartuce (2006) aponta que a metodologia científica trata de método
e ciência. Método (do grego methodos; met’hodos significa, literalmente,
“caminho para chegar a um fim”) é, portanto, o caminho em direção a um
objetivo; metodologia é o estudo do método, ou seja, é o corpo de regras e
procedimentos estabelecidos para realizar uma pesquisa; científica deriva
de ciência, a qual compreende o conjunto de conhecimentos precisos e
metodicamente ordenados em relação a determinado domínio do saber.
Metodologia científica é o estudo sistemático e lógico dos métodos
empregados nas ciências, seus fundamentos, sua validade e sua relação
com as teorias científicas. Em geral, o método científico compreende,
basicamente, um conjunto de dados iniciais e um sistema de operações
ordenadas adequados para a formulação de conclusões, de acordo com
certos objetivos predeterminados.
A atividade preponderante da metodologia é a pesquisa. O
conhecimento humano caracteriza-se pela relação estabelecida entre o
sujeito e o objeto, podendo-se dizer que esta é uma relação de apropriação.
A complexidade do objeto a ser conhecido determina o nível de abrangência
da apropriação. Assim, a apreensão simples da realidade cotidiana é um
conhecimento popular ou empírico, enquanto o estudo aprofundado
e metódico da realidade enquadra-se no conhecimento científico. O
questionamento do mundo e do homem quanto à origem, liberdade ou
destino, remete ao conhecimento filosófico (TARTUCE, 2006).
Assim, conclui-se que por método pode-se entender o caminho, a
forma, o modo de pensamento. É a forma de abordagem em nível de
abstração dos fenômenos. É o conjunto de processos ou operações mentais
empregados na pesquisa. Para Gil (2010), considerando a variedade de
métodos existentes, torna-se conveniente uma classificação. Dentre os
vários sistemas de classificação, esse autor propõe a separação em dois
grandes grupos: aqueles que fornecem as bases lógicas da investigação
(ou métodos de abordagem) e aqueles que indicam os procedimentos
técnicos que podem ser adotados (métodos de procedimentos).

29
UNIDADE II
MÉTODOS DE ABORDAGEM CIENTÍFICA
E SUAS CARACTERÍSTICAS

A) Método Dedutivo
Método proposto por racionalistas como Descartes, Spinoza e
Leibniz que pressupõe que só a razão é capaz de levar ao conhecimento
verdadeiro. O objetivo é explicar o conteúdo das premissas, por meio de
raciocínio em ordem descendente - análise do geral para o particular.
Neste método, o pressuposto é que as premissas verdadeiras levam às
conclusões verdadeiras. Desse modo, o método consiste em partir de
questões gerais e chegar ao particular. No método dedutivo, almeja-
se chegar às conclusões de maneira formal - lógica proposta pelos
racionalistas. O protótipo é o silogismo: construção lógica que, a partir de
proposições chamadas premissas, retira uma terceira, nelas logicamente
implicada, denominada de conclusão. As principais críticas ao método
dedutivo versam sobre o fato de procurar compreender o todo a partir da
compreensão das partes, uma vez que o todo comporta propriedades que
parte alguma apresentam de forma isolada (ANDRADE, 2007).
Tanto o método indutivo quanto o dedutivo concordam com o fato de
que o fim da investigação é a formulação de leis para descrever, explicar
e prever a realidade; as discordâncias estão na origem do processo e na
forma de proceder. Enquanto os adeptos do método indutivo (empiristas)
partem da observação para depois formular as hipóteses, os praticantes
do método dedutivo têm como inicial o problema (ou lacuna) e hipóteses
que serão testadas pela observação e experiência (GIL, 2010; MARCONI;
LAKATOS, 2000).

B) Método Indutivo
Proposto pelos empiristas Bacon, Hobbes, Locke e Hume, com
importância reforçada com o positivismo, a conexão é ascendente, pois a
aproximação dos fenômenos vai para planos cada vez mais abrangentes;
das constatações particulares às leis e teorias. O pressuposto é de que
o conhecimento é fruto da experiência, desconsiderando princípios
preestabelecidos. A generalização (para casos semelhantes), que é
produto posterior do trabalho de coleta de dados particulares, deriva de
observações de casos da realidade. As conclusões são mais amplas do que

30
UNIDADE II
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
as premissas, embora aquelas sejam consideradas sempre provisórias.
Assim, o conhecimento é fundamentado no empirismo, sem levar em
consideração princípios preestabelecidos (RUIZ, 2011).
A indução é realizada em três fases. A observação dos fenômenos
com o objetivo de descobrir suas causas. Por intermédio da comparação,
busca-se a relação entre os acontecimentos. A relação encontrada é
generalizada para acontecimentos semelhantes. As conclusões são
apenas prováveis. Das críticas ao método indutivo, a mais contundente
é aquela que questiona a passagem (generalização) do que é constatado
em alguns casos (particular) para todos os casos semelhantes (geral)
(GIL, 2010; MARCONI; LAKATOS, 2000).

C) Método Hipotético-dedutivo
Proposto por Popper, consiste na adoção da seguinte linha de
raciocínio: quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado
assunto são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o
problema. Para tentar explicar as dificuldades expressas no problema, são
formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-
se consequências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa
tornar falsas as consequências deduzidas das hipóteses. Enquanto no
método dedutivo se procura, a todo custo, confirmar a hipótese, no método
hipotético-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para
derrubá-la (GIL, 2010; MARCONI; LAKATOS, 2000).

D) Método Dialético
O método dialético busca interpretar a realidade partindo do
pressuposto de que todos os fenômenos apresentam características
contraditórias, organicamente unidas e indissolúveis. A dialética, cuja
concepção moderna é obra de Hegel (depois reformulada por Max), a lógica
e a história da humanidade seguem trajetórias dialéticas: contradições se
transcendem dando origem a novas contradições que passam a requerer
solução. É uma concepção idealista: admite a hegemonia das ideias sobre
a matéria. Esta visão é criticada por Karl Max que propõe uma dialética
em base materialista, com hegemonia da matéria em relação às ideias.
Assim, o materialismo dialético pode ser entendido como um método de
interpretação da realidade, fundamentado em três princípios ou leis da
dialética (GIL, 2010):

31
UNIDADE II
• a nulidade dos opostos: todos os objetos e fenômenos apresentam
aspectos contraditórios, organicamente unidos e constituem
indissociáveis unidades dos opostos. Estes não se apresentam
lado a lado, estão em constante luta que constitui a fonte do
desenvolvimento da realidade;
• quantidade e qualidade: são características imanentes em
todos os objetos e acontecimentos e estão inter-relacionadas. As
mudanças qualitativas graduais geram mudanças quantitativas
e essa transformação opera em saltos; e
• negação da negação: a mudança nega o que é mudado e o
resultado é negado, mas esta segunda negação conduz a um
desenvolvimento e não ao retorno ao que era antes.

Empregado em pesquisa qualitativa, é um método de interpretação


dinâmica, pois considera que os fatos não podem ser considerados fora
de um contexto social, político, econômico, etc. (GIL, 2010; MARCONI;
LAKATOS, 2010).

E) Método Fenomenológico
Preconizado por Husserl, o método fenomenológico não é dedutivo
nem indutivo. Preocupa-se com a descrição direta da experiência tal
como ela é. A realidade é construída socialmente e entendida como
o compreendido, o interpretado, o comunicado. Então, a realidade
não é única: existem tantas quantas forem as suas interpretações
e comunicações. O sujeito/ator é reconhecidamente importante no
processo de construção do conhecimento (ESTRELA, 2005; MARCONI;
LAKATOS, 2000). Empregado em pesquisa qualitativa.

Na sequência, apresentaremos maiores detalhes destes métodos e


de seus formuladores.

32
UNIDADE II
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
SEÇÃO 2
O MÉTODO DE GALILEU GALILEI

Da mesma forma que o conhecimento se desenvolveu, o método,


sistematização das atividades, também sofreu transformações. O pioneiro
a tratar do assunto, no âmbito
do conhecimento científico, foi Galileu, primeiro teórico do método
experimental. Discordando dos seguidores do filósofo Aristóteles,
considera que o conhecimento da essência íntima das substâncias
individuais deve ser substituído, como objetivo das investigações, pelo
conhecimento da lei que preside os fenômenos. As ciências, para Galileu,
não têm, como principal foco de preocupações, a qualidade, mas as
relações quantitativas (ANDRADE, 2007).
Seu método pode ser descrito como indução experimental,
chegando-se a uma lei geral por intermédio da observação de certo
número de casos particulares. Os principais passos de seu método podem
ser assim expostos:
a. observação dos fenômenos;
b. análise dos elementos constitutivos desses fenômenos, com a
finalidade de estabelecer relações quantitativas entre eles;
c. indução de certo número de hipóteses, tendo por fundamento a
análise da relação desses elementos constitutivos dos fenômenos;
d. verificação das hipóteses aventadas por intermédio de
experiências (experimento);
e. generalização do resultado das experiências para casos
similares; e
f. confirmação das hipóteses, obtendo-se, a partir dela, leis gerais.

O método de Galileu possui a característica de passar dos fatos à


ideia e, desta, o retorno aos fatos. Duas das principais consequências do
método de Galileu são: a interpretação quantitativa determina a nova
concepção de natureza e o desmoronamento do conjunto de concepções
dominantes até então.

33
UNIDADE II
SEÇÃO 3
O MÉTODO DE FRANCIS BACON

Contemporâneo de Galileu, Francis Bacon, em sua obra Novum


Organum, critica também Aristóteles, por considerar que o processo de
abstração e o silogismo (dedução formal que, partindo de duas proposições,
denominadas premissas, delas retira uma terceira, nelas logicamente
implicada, chamada conclusão) não propiciam um conhecimento
completo do universo. Também se opõe ao emprego da indução completa
por simples enumeração. Assinala que a observação e a experimentação
dos fenômenos são essenciais, pois somente esta última pode confirmar a
verdade: uma autêntica demonstração sobre o que é verdadeiro ou falso,
somente é proporcionada pela experimentação (GIL, 2010; RUIZ, 2011).
Quanto ao conhecimento religioso, este assinala em que se deve
crer, mas não faculta a compreensão da natureza das coisas em que se
crê; a razão do conhecimento filosófico, por seu lado, não tem condições
de distinguir o verdadeiro do falso. Sendo o conhecimento científico o
único caminho seguro para a verdade dos fatos, deve acompanhar os
seguintes passos (SILVA, 2003):
a. experimentação: nesta fase, o cientista, para poder observar
e registrar, de forma sistemática, todas as informações que
têm possibilidade de coletar, realiza experimentos acerca do
problema;
b. formulação de hipóteses: tendo por base os experimentos e a
análise dos resultados obtidos por seu intermédio, as hipóteses
procuram explicitar (e explicar) a relação causal entre os fatos;
c. repetição: os experimentos devem ser repetidos em outros
lugares ou por outros cientistas, tendo por finalidade acumular
dados que, por sua vez, servirão para a formulação de hipóteses;
d. testagem das hipóteses: por intermédio da repetição dos
experimentos, testam-se as hipóteses; nesta fase, procura-se
obter novos dados, assim como evidências que o confirmem, pois

34
UNIDADE II
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
o grau de confirmação das hipóteses depende da quantidade de
evidências favoráveis; e
e. formulação de generalizações e leis: o cientista, desde que
tenha percorrido todas as fases anteriores, formula a ou as leis
que descobriu, fundamentado nas evidências que obteve, e
generaliza suas explicações para todos os fenômenos da mesma
espécie.

De acordo com Barros e Lehfeld (2000), as regras que Bacon sugeriu


para a experimentação podem ser assim sintetizadas:
a. alargar a experiência: pouco a pouco, aumentar, tanto quanto
possível, a intensidade do que se supõe ser a causa, com a
finalidade de observar se a intensidade do fenômeno, que é o
efeito, cresce na mesma proporção;
b. variar a experiência: significa aplicar, a diferentes objetos (fatos,
fenômenos), a mesma causa;
c. inverter a experiência: consiste em, com a finalidade de verificar
se o efeito contrário se produz, aplicar a determinante contrária
da suposta causa; e
d. recorrer aos casos da experiência: o objetivo, aqui, é verificar “o
que se pode pescar” no conjunto das experiências.

O tipo de experimentação proposto por Bacon é denominado


coincidências constantes. Parte da constatação de que o aparecimento
de um fenômeno tem uma causa necessária e suficiente, isto é, em cuja
presença o fenômeno ocorrerá sempre e em cuja ausência nunca se
produzirá. Por esse motivo, o antecedente causal de um fenômeno está
unido a ele por intermédio de uma relação de sucessão, constante e
invariável. Discernir o antecedente que está sendo unido ao fenômeno é
determinar experimentalmente sua causa ou lei. Dessa forma, o método
das coincidências constantes postula: aparecendo a causa, dá-se o
fenômeno; retirando-se a causa, o efeito não ocorre; variando-se a causa,
o efeito altera-se. Com a finalidade de anotar corretamente as fases da
experimentação, Bacon sugere manter três tábuas (SILVA, 2003):

35
UNIDADE II
a. tábua de presença: nesta, anotam-se todas as circunstâncias em
que se produz o fenômeno cuja causa se procura;
b. tábua de ausência: em que se anotam todos os casos em que o
fenômeno não se produz. Deve-se tomar o cuidado de anotar
também tanto os antecedentes quanto os ausentes; e
c. tábua dos graus: na qual se anotam todos os casos em que
o fenômeno varia de intensidade, assim como todos os
antecedentes que variam com ele.

SEÇÃO 4
O MÉTODO DE DESCARTES

Ao lado de Galileu e Bacon, no mesmo século, surge René Descartes.


Com sua obra, Discurso sobre o Método, afasta-se dos processos indutivos,
originando o método dedutivo. Para ele, chega-se à certeza, por intermédio
da razão, princípio absoluto do conhecimento humano. Descartes começa
com a discussão daquilo que chamou de três artes ou ciências: a lógica
que, segundo Descartes, visa mais explicar as coisas que se conhece do
que aprendê-las; a geometria, cujo entendimento fadiga o espírito; e a
álgebra, recheada de regras, que a transforma numa arte confusa. Estas
duas últimas, na visão de Descartes, têm foco em matérias abstratas, sem
utilidade alguma. É exatamente em função destas posições que justifica
a busca por um novo método (ANDRADE, 2007).
Assim, de acordo com Descartes, no lugar de uma grande quantidade
de preceitos, como na lógica, bastariam quatro ou cinco, desde que
sempre observados. Propõe os quatro seguintes preceitos (MARCONI;
LAKATOS, 2010):

36
UNIDADE II
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
• Evidência: jamais aceitar algo como verdadeiro que não se
reconheça como tal, evitando a precipitação e prevenção;
• Análise: dividir cada parte de uma dificuldade em tantas partes
quanto possível e necessárias para resolvê-las; é a decomposição
do todo em suas partes, sempre do mais para o menos complexo;
• Síntese: conduzir o pensamento de forma ordenada, do mais
simples e dos mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco,
até o conhecimento mais complexo, supondo uma ordem mesmo
entre aqueles elementos que não se precedem; reconstituição
do todo, sempre do mais simples para o mais complexo;
• Enumeração: enumerar toda parte de forma completa e fazer
revisões gerais para ter certeza de nada omitir.

SEÇÃO 5
A CONCEPÇÃO ATUAL
DO MÉTODO CIENTÍFICO

Com o passar do tempo, muitas modificações foram sendo feitas nos


métodos existentes, inclusive surgiram outros novos. No momento, o que
nos interessa é o conceito moderno de método (independente do tipo).
Para Marconi e Lakatos (2010), considera-se que o método científico é a
teoria da investigação. Esta alcança seus objetivos, de forma científica,
quando cumpre ou se propõe a cumprir as seguintes etapas:
a. descobrimento do problema ou lacuna num conjunto de
conhecimentos: se o problema não estiver enunciado com
clareza, passa-se à etapa seguinte; se o estiver, passa-se à
subsequente;
b. colocação precisa do problema: ou, ainda, a recolocação de um
velho problema, à luz de novos conhecimentos (empíricos ou
teóricos, substantivos ou metodológicos);

37
UNIDADE II
c. procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao
problema (por exemplo, dados empíricos, teorias, aparelhos de
medição, técnicas de cálculo ou de medição): ou seja, exame do
conhecido para tentar resolver o problema;
d. tentativa de solução do problema com auxílio dos meios
identificados: se a tentativa resultar inútil, passa-se para a etapa
seguinte; em caso contrário, à subsequente;
e. invenção de novas ideias (hipóteses, teorias ou técnicas): ou
produção de novos dados empíricos que prometam resolver o
problema;
f. obtenção de uma solução (exata ou aproximada) do problema:
com auxílio do instrumental conceitual ou empírico disponível;
g. investigação das consequências da solução obtida: tratando-se
de uma teoria, é a busca de prognósticos que possam ser feitos
com seu auxílio; tratando-se de novos dados, é o exame das
consequências que possam ter para as teorias relevantes;
h. h) prova (comprovação) da solução: confronto da solução com a
totalidade das teorias e da informação empírica pertinente. Se o
resultado é satisfatório, a pesquisa é dada como concluída, até
novo aviso. Do contrário, passa-se para a etapa seguinte; e
i. i) correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados
empregados na obtenção da solução incorreta: esse é,
naturalmente, o começo de um novo ciclo de investigação.

MÉTODOS CIENTÍFICOS QUANTO AOS PROCEDIMENTOS


E SUAS CARACTERÍSTICAS

Os métodos científicos quanto aos procedimentos são aqueles


que visam orientar à realização da pesquisa em termos procedimentais,
particularmente em relação à coleta, processamento e análise dos dados.
Diferentes dos métodos de abordagem, os métodos de procedimentos
(considerados às vezes também em relação às técnicas) são menos
abstratos; são etapas da investigação. São muitas vezes utilizados de forma
concomitante (MARCONI; LAKATOS, 2010). O(s) método(s) escolhido(s)
determinará (ão) os procedimentos a serem utilizados, tanto na coleta
de dados e informações quanto na análise dos mesmos. Apresenta-se,

38
UNIDADE II
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
na sequência, as principais características dos métodos relacionados aos
procedimentos (FACHIN, 2003).
No método histórico, o foco está na investigação de acontecimentos
ou instituições do passado, verificando sua influência no presente,
considerando que é fundamental estudar suas raízes visando à
compreensão de sua natureza e função. Este método é utilizado em
estudos do tipo qualitativo.
O método comparativo é empregado no estudo de semelhanças e
diferenças entre diversos tipos (grupos, sociedade, organizações, etc.),
visando verificar similitudes e explicar divergências. O método possibilita
o estudo de grandes grupamentos sociais, separados pelo espaço e tempo.
O método experimental consiste em submeter os sujeitos à ação de
variáveis em condições controladas, observando-se os resultados que as
mesmas produzem.
O método observacional, fartamente utilizado, embora considerado
impreciso, é aquele que oferece grau mais elevado de precisão em
algumas áreas de conhecimento; por isso, é considerado um dos mais
atuais. Difere do método experimental pelo fato do pesquisador não tomar
iniciativa para que algo ocorra; estuda algo já ocorrido ou acontecendo.
Pelo método monográfico (ou “estudo de caso”), estudam-se
fenômenos, indivíduos, grupos, instituições, etc., com o objetivo de fazer
generalizações a partir de caso ou casos representativos (indivíduos,
profissões, condições, etc.) investigados em profundidade, respeitando
sua totalidade.
O método estatístico é caracterizado pela redução de fenômenos
a termos quantitativos, obtendo representações simples a partir de
conjuntos complexos.
Pelo método tipológico, partindo da comparação de fenômenos
sociais complexos, criam-se tipos ou modelos ideais (não existem na
realidade) que servem como modelos para a análise e compreensão de
casos concretos.
O método clínico está enraizado na relação pesquisador e
pesquisado. Utilizado particularmente, nos estudos dos determinantes
inconscientes do comportamento.

39
UNIDADE II
Nesta unidade foi possível conhecer os principais métodos de pesquisa existentes, suas
vantagens, desvantagens e limitações. Também verificou-se o processo de desenvolvimento
dos métodos científicos e a construção de processos metodológicos que deram suporte ao
desenvolvimento da Ciência.
Com relação aos sistemas de classificação, tem-se os métodos de abordagem, ou
seja, aqueles que fornecem as bases lógicas da investigação, destacando-se os métodos
dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, dialético e fenomenológico.
Alguns cientistas destacaram-se ao longo do desenvolvimento destes métodos,
apropriando-se de um ou de alguns para a formulação de métodos de pesquisa individualizados,
próprios e indicados para os mais diversos campos do conhecimento científico. Cabe destacar
Galileu Galilei, Francis Bacon e René Descartes. A partir destes cientistas, os métodos de
pesquisa evoluíram e chegaram até os dias atuais, tal como os conhecemos.
Uma outra classificação vista nesta unidade diz respeito aos procedimentos técnicos
utilizados, destacando-se os métodos histórico, comparativo, experimental, observacional,
monográfico, estatístico e tipológico, dentre outros. Não existe apenas um único método para
o desenvolvimento de uma pesquisa científica, às vezes, é necessário a utilização de alguns,
com suas vantagens e limitações para se alcançar os objetivos desejados.
Assim, a partir do conhecimento dos métodos de pesquisa, é possível a definição
do método a ser utilizado no desenvolvimento do trabalho científico – a monografia de
especialização, por exemplo! Mãos à obra!

40
UNIDADE II
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
http://www.youtube.com/watch?v=6QLdTuh5e6s
http://www.youtube.com/watch?v=XbucEezazNg

1. A partir dos conteúdos apresentados nesta unidade e pesquisando em outras


fontes, responda as questões a seguir:
• Quais são as formas de caracterização dos métodos de abordagem científica?
• Faça uma comparação entre os métodos científicos propostos por Galileu
Galilei, Francis Bacon e René Descartes com relação às suas características. Na
sequência, apresente as principais vantagens e desvantagens (ou limitações) de
cada um desses métodos.
• Dê exemplos de aplicações dos métodos de pesquisa caracterizados quanto aos
procedimentos, ou seja, para cada um daqueles mencionados no texto, indique
uma área de conhecimento ou de aplicação para o mesmo.

2. Em sites de busca eletrônica, em meios digitais ou impressos, selecione ao menos


um texto, com autoria, que aborde os temas tratados nesta unidade.

41
UNIDADE II
42
UNIDADE II
Regras gerais da
redação científica
Generoso De Angelis Neto

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conhecer os vários conceitos da redação científica.

Exercitar a correta redação científica.

Unidade III
Analisar os erros presentes na redação científica.

Avaliar o nível de conhecimento com relação à redação científica.

ROTEIRO DE ESTUDOS
SEÇÃO 1 - Características desejáveis na redação científica

SEÇÃO 2 - Principais erros na redação científica


SEÇÃO 1
CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS
NA REDAÇÃO CIENTÍFICA

De acordo com Severino (2002), o estilo da redação de trabalho


técnico-científico e acadêmico diferencia de outros tipos de composição,
como a literária, a jornalística, a publicitária, apresentando algumas
características próprias. Assim, pretende-se identificar e explicar alguns
princípios básicos que devem ser observados na redação de trabalhos
acadêmicos.

OBJETIVIDADE E COERÊNCIA
Deve-se observar linguagem direta e simples, obedecendo a uma
sequência lógica e ordenada no desenvolvimento das ideias, evitando-se,
assim, o desvio do assunto em questão com considerações irrelevantes. A
exposição deve se apoiar em dados e provas e não em opiniões que não
possam ser comprovadas (SALOMON, 2010).
Tartuce (2006) destaca que se deve observar também a estrutura
da frase, o tamanho dos períodos e a organização dos parágrafos. Frases
curtas e com única ideia central são preferidas às frases longas contendo
várias ideias. Ao dividir o trabalho em partes deve-se cuidar do equilíbrio,
coesão e sequência lógica entre elas, cuidando-se para que não haja uma
desproporção entre as diversas partes que constituem o trabalho. Ao
redigir os títulos deve-se cuidar de sua homogeneidade, não usando ora
substantivos para uns, ora frases ou verbos para outros.

CLAREZA
O pesquisador deve ser claro na apresentação de suas ideias. Tal
clareza de expressão é obtida em função do conhecimento que se tem
de determinado assunto. Se você não tem ideia bem clara, nítida do que
pretende expressar, deve retomar o fio da meada, relendo suas anotações
ou o texto original (FONSECA, 2002).

44
UNIDADE III
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Deve-se evitar ambiguidade, isto é, expressões com duplo sentido,
para não originar interpretações diversas do que se quer dar. Assim, deve-
se usar vocabulário preciso, evitando-se a linguagem rebuscada e prolixa,
usando a nomenclatura técnica aceita no meio científico (ESTRELA,
2005).

PRECISÃO
Cada expressão empregada deve traduzir, com exatidão, o que
se quer transmitir principalmente quanto a registros de observações,
medições e análises realizadas. Devem-se evitar adjetivos que não
indiquem claramente proporções e quantidades, tais como: médio, grande,
pequeno, bastante, muito, pouco, mais, menos, nenhum, quase todos os,
a maioria, metade e outros termos ou expressões similares, procurando
substituí-los pela indicação precisa em números ou porcentagem.
Assim, Oliveira (1997) destaca que se deve evitar o uso de adjetivos,
advérbios, locuções e pronomes que indiquem o tempo, modo ou lugar,
tais como: em breve, aproximadamente, antigamente, recentemente,
lentamente, adequado, inadequado, nunca, sempre, em algum lugar,
provavelmente, possivelmente, talvez, que deixam margem a dúvidas
sobre a lógica, clareza e precisão da argumentação.

IMPESSOALIDADE
No texto técnico-científico e acadêmico utiliza-se a forma impessoal
dos verbos, isto é, verbo na terceira pessoa. O uso da primeira pessoa do
singular ou plural é permitido no caso de relatórios de participação em
eventos e ao fazer justificativas para ingresso em cursos de pós-graduação
(CERVO; BERVIAN, 2002).

UNIFORMIDADE
De acordo com Severino (2002), deve-se manter a uniformidade no
decorrer de todo o texto com relação a aspectos com: forma de tratamento,
pessoa gramatical, utilização de números, símbolos, unidades de medida,
datas, horas, siglas, abreviaturas, fórmulas, equações, frações, citações e
títulos das partes do trabalho acadêmico, entre outros.

45
UNIDADE III
Assim, para redigir com qualidade um texto científico é preciso,
antes, ser capaz de fazer uma leitura crítica. Leitura crítica envolve
constatação, reflexão e transformação de significados. Pesquisar para fazer
um trabalho acadêmico não é simplesmente marcar textos para serem
digitados. A leitura não é uma atividade mecânica, exige participação
ativa do leitor para a construção do significado. Compreender um texto
significa perceber as relações entre o texto e contexto; entre as ideias e
a realidade; entre si mesmo e o mundo. A aplicação não é somente uma
etapa do processo de leitura, é uma consequência do processo realizado
de forma adequada: decodificação dos sinais gráficos, apreensão do
significado (intelecção) e interpretação. E o texto científico nada mais é
do que a aplicação do resultado da leitura em um formato preestabelecido
(SEVERINO, 2002).
Silva (2003) destaca que para redigir é preciso ter algo a dizer e que
ao escrever, submeter os pensamentos a alguma ordem que faça sentido.
Em termos gerais, os aspectos a considerar seriam:
• há certas ideias ou fatos que se quer comunicar;
• tais ideias deverão ser plasmadas em palavras e expressões;
• as palavras e expressões deverão ser englobadas em frases e
parágrafos gramaticalmente corretos e dotados de clareza;
• palavras, frases e parágrafos devem fluir de um/a para o/a
outro/a, espelhando, em sua ordem de aparecimento no texto,
um pensamento ordenado e lógico; e
• o que se escreve destina-se a um público específico com certas
características e exigências (por exemplo: não é o mesmo
escrever um email a um amigo e redigir uma comunicação
destinada a ser apresentada quando de uma reunião científica).

46
UNIDADE III
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
SEÇÃO 2
PRINCIPAIS ERROS NA
REDAÇÃO CIENTÍFICA

Os defeitos de redação podem aparecer em qualquer dos pontos


anteriores. O redator pode não ter claro o que pretende comunicar − ou,
pior ainda, pode não ter nada a dizer. Neste último caso, naturalmente,
não deveria redigir coisa alguma. Se tem algo a dizer, mas não o tem
claro, deve primeiro esclarecer o que pensa e só então redigir. Seu
vocabulário pode ser inadequado para uma redação acadêmica ou muito
pobre. Isto se corrige lendo textos de bons autores, bem como ouvindo
pessoas de bom nível acadêmico, que dominem o vocabulário necessário
ou com elas trocando ideias: por exemplo, frequentando ou pelo menos
acompanhando com atenção as reuniões científicas de seu setor de
estudos (ESTRELA, 2005).
As frases e parágrafos podem violar as regras gramaticais
estabelecidas − que não cabe a ninguém inventar enquanto escreve − ou
ser pouco claras, seja por essa mesma, seja por outra razão. A gramática,
como qualquer outra coisa, pode ser aprendida e treinada. A transição
de um parágrafo ao seguinte talvez seja abrupta ou pouco lógica, ou a
ordem de apresentação dos dados e argumentos quiçá não seja a melhor. O
ordenamento desejável pode ser obtido mediante a confecção de um plano
antes de começar a redigir: um plano assim, segue algumas regras gerais
que não são de aprendizagem muito difícil. Por fim, a redação possivelmente
não se adéqua ao tipo de público a que se destina, por estar plasmada, por
exemplo, num registro coloquial da língua, ao se tratar de um texto que
deveria usar o registro erudito, formal, do mesmo idioma. Nada impede
o redator de esforçar-se no sentido de uma adequação do registro de seu
texto ao público específico a que se dirige (ANDRADE, 2007).
Para tentar evitar erros relacionados com a redação científica,
apresenta-se alguns elementos que deverão ser analisados ao longo de
todo o trabalho científico (SILVA, 2003; ANDRADE, 2007; GIL, 2010;
SEVERINO, 2002):

47
UNIDADE III
• prefira palavras curtas, simples e familiares; evite palavras
longas e jargão;
• prefira o termo concreto ao abstrato;
• prefira a voz ativa à passiva;
• prefira a palavra única a uma locução equivalente composta de
várias palavras;
• prefira o vocabulário português consagrado a neologismos,
anglicismos, galicismos, etc., bem como o vocabulário erudito
ao coloquial ou chulo;
• cada parágrafo deve conter uma única afirmação ou noção
central, situada na cláusula gramaticalmente principal do
parágrafo; se ele contiver duas ou mais afirmações ou ideias
importantes, divida-o em dois ou mais parágrafos;
• prefira quase sempre a ordem natural das palavras na frase
(sujeito-predicado-complemento), evitando as inversões
causadoras de ambiguidade;
• palavras que modificam ou qualificam outras, tais como adjetivos
e advérbios, devem situar-se o mais perto que for possível dos
termos que modificam ou qualificam, também, neste caso, para
evitar possíveis ambiguidades ou uma forma tortuosa e pouco
fluida de expressão;
• o uso de pronomes que substituam outros termos deve ser objeto
de cuidadoso planejamento, ainda aqui num esforço para evitar
a ambiguidade;
• as primeiras e as últimas palavras de um parágrafo atraem mais
a atenção do que as demais: assim, o que se quer enfatizar no
parágrafo deve vir no início ou no final, e não no meio dele;
• não introduza em excesso, num parágrafo, expressões ou frases
que modifiquem ou qualifiquem as afirmações;
• quase sempre é preferível a forma mais breve a mais longa de
armar frases e parágrafos; entretanto, a busca da brevidade não
deve prejudicar a clareza.
• evite repetições do título na primeira frase;
• empregar verbos em terceira pessoa;
• coletar dados bibliográficos obedecendo à ordem das
informações;

48
UNIDADE III
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
• preferir palavras familiares e termos de fácil compreensão;
• no rascunho, escrever o que lhe vier à cabeça. Depois, eliminar
as partes desnecessárias e dar continuidade à construção do
texto;
• recorrer a um amigo, fazendo-o ler; as reações dele poderão ser
de grande utilidade;
• usar clareza ao expressar as ideias, pois um trabalho científico
acadêmico tem por objetivo expressar e não impressionar;
• ter sempre à mão um dicionário de língua portuguesa;
• ter cuidado com termos que expressem qualidade, quantidade,
frequência, quando usados com palavras como “bom”, “muito”,
“às vezes”; podem dar margem a diferentes interpretações.

Dessa forma, busca-se apresentar um texto sem problemas de


“fundo”, facilmente detectáveis por um leitor mais instruído. Apresenta-
se, na sequência, os principais erros presentes na redação científica
(SILVA, 2003; ANDRADE, 2007; GIL, 2010; SEVERINO, 2002).

a) Elementos pré-textuais

Características

Título mal formulado, não alinhado com o tema; recuo exagerado da


folha de rosto referente ao texto; elaboração do Resumo faltando um
dos seguintes elementos: contextualização, problematização, objetivo,
a base teórica, a metodologia da pesquisa, incluindo a técnica analítica,
os principais resultados e a conclusão. O resumo deve ser um parágrafo,
sem recuo, escrito de forma corrida; · Abstract com problemas de versão;
palavras-chave ou key words genéricas demais.

49
UNIDADE III
b) Erros de gramática, formatação e lógica

Características

Erros de concordância verbal e nominal; emprego errado de crase; problemas


no emprego da vírgula; vírgula entre o sujeito e o predicado; uso indevido
de próclise por ênclise e o inverso também; uso de vírgula antes de etc., e de
ponto final após etc., quando no meio de uma frase; início de parágrafo com
a mesma expressão do título; utilização repetida de expressões (Ex.: "isto é",
"o fato é que”, “neste sentido”, “segundo”); utilização de verbos e expressões
erradas, a exemplo de oportunizar, prospectar, deletar, a nível de, de formas
que, inusuais, intemporal, no sentido de, através de, onde (sem conotação
de lugar físico), verbo visar como transitivo direto com o sentido de objetivar,
junto a, pró-ativa, nesse ao invés de neste, dentre outros. Consultar sempre o
dicionário em caso de dúvidas; uso de palavras repetidas no mesmo parágrafo;
uso de palavras e expressões como as seguir: vários, muitos, alguns, todos,
realmente, na verdade, certamente, exatamente, perfeitamente, plenamente,
todos nós conhecemos, um ponto definitivo, a questão crucial é... O motivo é
que uma pesquisa científica precisa de comprovação e as expressões citadas
generalizam ou delimitam impropriamente; iniciar frases com a conjunção
adversativa, ou colocar vírgula após este tipo de conjunção. (forma errada:
Mas, a situação...); idem com as expressões “Ou seja”, “E”, “Ou que”, “Pois;”;
uso indevido da expressão “i.é”. (não leva acento); citação de expressões
adjetivas no texto e para autores (ex: como o renomado, o fantástico...); uso
de expressões clichês como (No mundo hodierno...); evitar nas frases iniciais,
chavões sobre o tema globalização ou competitividade, que aparecem em
demasia nos textos atuais, principalmente no Resumo e na Introdução; uso
da 1ª pessoa do singular ou do plural, quando o recomendado é a 3ª pessoa
do singular no texto; emprego de verbos no futuro, quando deveriam ser no
passado ou no máximo no presente; emprego em listagens de itens, sem
ponto-e-vírgula ao final das linhas; colocação de ponto ao final dos títulos;
uso de linha solitária ao final da página; não observação de espaços em
branco no texto; não normalização dos modelos de gráficos, tabelas e quadros;
títulos e subtítulos do trabalho não escritos com as iniciais das palavras em
maiúsculo; uso de dois pontos ao final de títulos e subtítulos; não colocar
as palavras estrangeiras em itálico; uso de figuras sem numeração e sem
fonte; uso de figuras, quadros ou tabelas ilegíveis; uso de quadro, quando
deveria ser figura, ou o inverso; uso de quadro, quando deveria ser tabela,
ou o inverso; uso de siglas sem especificação; utilização de numeração na
Introdução, Conclusão, Referências Bibliográficas, Glossário de Termos,
Apêndices e Anexos; não normalização do tamanho, tipo e cores das letras;
colocação de pontos após numeração de sub-tópicos (ex. 3.1.1. , quando o
correto é 3.1.1 sem o ponto ao final). Outro exemplo: o correto é 2.1 e não
2.1. , e ainda 2. e não apenas 2); dizer “Como se observa acima”, quando
a ilustração está na página anterior; falta de interligação e de sequência
lógica entre as seguintes partes (Introdução, tópicos teóricos, metodologia
da pesquisa, análise e conclusão).

50
UNIDADE III
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
c) Erros de introdução

Características

Numerar a Introdução; iniciar a Introdução com a mesma frase do


Resumo; introdução subdimensionada, pequena; prolixidade. Existem
muitas partes desnecessárias. Desenvolvem-se muitos itens totalmente
desnecessários ao tema; desenvolvimento de referencial teórico na
Introdução. Devem-se guardar as citações para o referencial teórico;
baixo nível ou ausência de contextualização; problematização pobre de
conteúdo ou uso de mais de um problema; falta de clareza e pertinência
dos objetivos; explicitação do Objetivo Geral como uma etapa da
pesquisa; explicitação dos Objetivos Específicos como passos ou etapas
do Objetivo Geral. Dizer que não há nenhuma pesquisa no tema,
quando se vasculhou apenas as pesquisas nacionais, por exemplo;
estabelecimento de hipóteses sem fundamentação ou discussão anterior,
ou seja, hipóteses provenientes “do nada”; hipóteses mal formuladas,
sem interligação com os objetivos; formulação de muitas hipóteses, ou
hipóteses com conectores aditivos tipo “e” (caso de hipóteses múltiplas
em uma mesma hipótese, prática que não se recomenda); descrever a
metodologia na Introdução; o trecho da relevância do tema escrito de
forma superdimensionada; relevância do tema mal fundamentada; falta
de originalidade do trabalho.

51
UNIDADE III
d) Erros de referencial teórico

Características

Baixa qualidade da revisão da literatura; elaborar um texto meramente


descritivo ao invés de dissertativo. Não discutir as ideias e pesquisas.
Não desenvolver espírito crítico; fraco nível de consistência teórica para
apoiar a pesquisa; uso da expressão Referencial Teórico. Recomenda-se
de dois a quatro tópicos numerados e nominados; divisão dos tópicos
por assuntos. O mais adequado é dividir os tópicos teóricos focados
no tema. Deve-se levantar o estado da arte no tema e as contribuições
(pesquisas científicas) no tema; falta de pesquisas no tema. Observação:
já existem muitas pesquisas (dissertações e artigos) realizadas que
ajudariam no desenvolvimento do tema em recentes estudos; pouco
uso de periódicos científicos. Uso de bibliografia baseada em livros do
tipo manual de graduação e especialização. As pesquisas científicas
brasileiras levantam pouco o estado da arte. Deve-se privilegiar o uso
de periódicos de bom nível nacionais e internacionais; uso de conceitos,
características, tipologias de forma agregada, do tipo copiado/colado,
sem uma dissertação, sem uma análise; pouco uso de bibliografia e
papers estrangeiros (língua inglesa, por exemplo); colocação da hipótese
no Referencial Teórico; inserção de tópicos que não têm relevância
ou conexão específica com o trabalho; citações ou desenvolvimento
teórico sem apoio de referência bibliográfica, sem as fontes; anos das
obras citadas diferentes das mesmas obras colocadas nas Referências
Bibliográficas; citação do autor com o nome completo ou primeiro nome
e sobrenome, quando deveria ser pelo último sobrenome; referência
bibliográfica citada no corpo do texto e não citada na bibliografia final
e o inverso também; copiar partes de textos de bibliografias, como
se fosse do autor do artigo, sem citar a fonte; inclusão de ilustração
sem referenciar no texto e sem explicação ou justificativa; descrições
de “agregados” sobre um tópico como “conceitos”, “características”,
“processos”, dentre outros, sem uma análise dissertativa do autor sobre
semelhanças e diferenças por item, por autor ou por grupo de autores.
Recomenda-se fazer, ao final, quadros comparativos; uso indevido do
In: e do apud; poucas contribuições teóricas nos tópicos; não inclusão
de outras pesquisas similares, correlatas, ou sobre o tema; explicitação
indevida das fontes. Há artigos que colocam como fonte o nome de
uma biblioteca, o que é inadmissível; uso de citação longa no corpo
normal do texto sem fazer uso de recuo (mais de 3 linhas deve-se usar
o recuo); referenciar texto de autores citados em uma obra, como se
o pesquisador tivesse pesquisando a obra de origem, e de fato está
pesquisando de um artigo que cita essa obra (falta de ética e erro
gravíssimo); apresentações de bibliografias antigas quando já se têm
edições mais recentes; incluir a análise do caso no referencial teórico.

52
UNIDADE III
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
e) Erros de metodologia da pesquisa

Características

Não justificativa do tipo de pesquisa; não justificar a escolha do


modelo a testar; não referenciar autores de obras de Metodologia de
Pesquisa ou de Metodologia Científica; não descrição das variáveis de
estudo. Confunde-se muito variáveis com as questões do questionário.
Caso não se tenham as variáveis, explicar os itens componentes do
questionário no tópico da Metodologia da Pesquisa; não definição ou
definição “frágil” dos critérios de estratificação; não justificativa ou
justificativa frágil ou inconsistente do critério de escolha da população
ou amostra; estudos demasiadamente descritivos da situação atual.
Pouca relevância à questão do antes, do depois e da contextualização;
não explicitação do período da pesquisa; Não registro do método de
coleta de dados; não inclusão das informações de como foi o pré-teste;
análise documental colocada como se fosse pesquisa primária; pouca
priorização às razões dos acontecimentos, com ênfase na descrição do
que aconteceu, ou vem acontecendo, sem uma intenção de se estudar
os porquês; não explicitação do critério analítico. É preciso haver um
modelo teórico para se comparar e analisar os fenômenos estudados;
nos estudos de caso, não inclusão do plano de pesquisa; elaboração do
questionário da pesquisa, sem que as questões não estejam apoiadas no
Referencial Teórico; não haver perguntas no questionário que apoiem
o problema, os objetivos e as hipóteses da pesquisa; questionários mal
formatados, que implicam em uma análise ruim. Deve-se elaborar
um questionário que possa ser bem relacionado com o software ou a
técnica de análise.

53
UNIDADE III
f) Erros de análise e conclusão

Características

Inclusão antes da metodologia ou não inclusão no trabalho de um


item do tipo “Perfil da Empresa, Perfil do Setor, Ambiente do Estudo,
Estudo de Caso” que trata de uma análise de como está a empresa do
caso em que o tema está inserido; análises sem pré-testes; inexistência
de análises cruzadas entre as questões do questionário/roteiro; falta
de análise comparativa entre estratos da amostra; fazer uma mera
descrição de um quadro, figura, tabela, ou gráfico, sem analisá-
lo de acordo com o tema; realizar análises sem consonância com a
base teórica utilizada; fazer conclusões sem haver a devida análise;
não mencionar e não justificar no tópico da conclusão se os objetivos
foram atingidos e se as hipóteses foram validadas; não inclusão das
limitações e recomendações ou sugestões para o fenômeno estudado
e para próximas pesquisas. Se possível, deve-se sugerir inclusive a
metodologia dos próximos estudos; Conclusão sem uma conclusão, ou
ainda, várias conclusões sem uma conclusão. Esta conclusão definitiva
deve constar no Resumo.

g) Erros de referências bibliográficas

Características

A listagem das referências bibliográficas estar fora da ordem alfabética


pelas palavras de entrada, e, ainda desrespeito à ordem cronológica
(colocar em ordem crescente de ano) dentro da ordem alfabética.
Caso se tenham obras do mesmo autor e mesmo ano, incluir as letras
alfabéticas em ordem decrescente ao final dos anos. Exemplos 2003,
2003a, 2003b e assim por diante; as referências estarem alinhadas de
forma justificada. O correto é alinhamento à esquerda; as obras estarem
separadas por espaços simples, quando o correto é duplo; não destacar
em itálico ou em sublinhado as obras citadas; referenciar bibliografias
sem estarem referenciadas no corpo do texto; Erros de citação nas
pesquisas de internet; não observação da norma da ABNT NBR 6023:
2002.

54
UNIDADE III
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Nesta unidade você aprendeu um pouco mais sobre como deve ser redigido um
trabalho científico, como sua monografia, por exemplo. Alguns princípios básicos, como
objetividade e coerência, clareza, precisão, impessoalidade e uniformidade, entre outros,
devem ser considerados para que se atinja o estilo requerido num trabalho científico.
Você notou que para se ter uma boa redação é necessário, também, saber ler. Quanto
mais se lê, melhor fica a redação; quanto mais se lê artigos científicos, evolui muito nosso
estilo redacional, que é o que nos interessa neste momento!
Destacamos para você quais são os principais procedimentos que devem ser seguidos
na redação de trabalhos científicos, como forma de reduzirmos a possibilidade da ocorrência
de erros relacionados à redação.
Você percebeu que a redação científica é estereotipada, ou seja, tem padrões próprios
que devem ser seguidos. Não se trata apenas de regras gramaticais, de ortografia ou de
concordância. Antes, é de conhecimento de como deve ser redigido um trabalho científico,
com suas especificidades e requisitos.
Destacando-se as características desejáveis na redação científica, foi possível a você
conhecer os principais erros que ocorrem, de forma a evitá-los em trabalhos futuros. Agora
é só praticar!

55
UNIDADE III
http://www.ic.unicamp.br/~hans/am038/cadernoRedacaoCientifica.pdf

1. Em sites de busca eletrônica, em meios digitais ou impressos, selecione textos nos


quais você identifique os seguintes erros:
• erros nos elementos pré textuais;
• erros de gramática, formatação e lógica;
• erros de introdução;
• erros de referencial teórico;
• erros de metodologia da pesquisa;
• erros de análise e conclusão;
• erros de referências bibliográficas.

56
UNIDADE III
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica

57
UNIDADE III
A estrutura da pesquisa
científica na área tecnológica
Generoso De Angelis Neto

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conhecer as várias formas de classificação da pesquisa científica.

Unidade IV
Identificar o tipo de pesquisa a ser desenvolvida no trabalho
monográfico.

Analisar os meios para obtenção de dados para a pesquisa


científica.

Definir a estrutura do projeto de pesquisa científica.

ROTEIRO DE ESTUDOS
SEÇÃO 1 - Classificação da pesquisa científica

SEÇÃO 2 - O projeto de pesquisa


SEÇÃO 1
CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA CIENTÍFICA

De acordo com Gil (2010), a pesquisa tem um caráter pragmático,


é um processo formal e sistemático de desenvolvimento do método
científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para
problemas, mediante o emprego de procedimentos científicos. Em outras
palavras, pesquisa é um conjunto de ações, propostas para encontrar a
solução para um problema, que têm por base procedimentos racionais e
sistemáticos. A pesquisa é realizada quando se tem um problema e não
se têm informações para solucioná-lo.
Silva (2003), vendo por um prisma mais filosófico, considera
a pesquisa como atividade básica das ciências na sua indagação e
descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante
busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente.
É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se
esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados.
Andrade (2007) insere a pesquisa como atividade cotidiana,
considerando-a como uma atitude, um questionamento sistemático crítico
e criativo, mais a intervenção competente na realidade ou o diálogo crítico
permanente com a realidade em sentido teórico e prático.

Apresenta-se, na sequência, as principais formas de classificação da


pesquisa científica, de acordo com Silva (2003), Barros e Lehfeld (2000),
Andrade (2007), Gil (2010) e Severino (2002).

1) QUANTO À FORMA DE ABORDAGEM

A) QUALITATIVA
Na abordagem qualitativa, a pesquisa tem o ambiente como fonte
direta dos dados. O pesquisador mantém contato direto com o ambiente e
objeto de estudo em questão, necessitando um trabalho mais intensivo de
campo. Neste caso, as questões são estudadas no ambiente em que elas

60
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
se apresentam, sem qualquer manipulação intencional do pesquisador.
A utilização deste tipo de abordagem difere da abordagem quantitativa
pelo fato de não utilizar dados estatísticos como o centro do processo de
análise de um problema, não tendo, portanto, a prioridade de numerar
ou medir unidades. Os dados coletados nessas pesquisas são descritivos,
retratando o maior número possível de elementos existentes na realidade
estudada. Preocupa-se muito mais com o processo do que com o produto.
Na análise dos dados coletados não há preocupação em comprovar
hipóteses previamente estabelecidas, porém, não eliminam a existência
de um quadro teórico que direcione a coleta, a análise e interpretação dos
dados.
Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real
e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e
a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A
interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no
processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas
estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o
pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem
a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os
focos principais de abordagem. Não se preocupa com representatividade
numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um
grupo social, de uma organização, etc. Os pesquisadores que adotam a
abordagem qualitativa opõem-se ao pressuposto que defende um modelo
único de pesquisa para todas as ciências.
Na pesquisa qualitativa, o cientista é ao mesmo tempo o sujeito e o
objeto de suas pesquisas. O desenvolvimento da pesquisa é imprevisível.
O conhecimento do pesquisador é parcial e limitado. O objetivo da
amostra é de produzir informações aprofundadas e ilustrativas: seja ela
pequena ou grande, o que importa é que ela seja capaz de produzir novas
informações. A pesquisa qualitativa é criticada por seu empirismo, pela
subjetividade e pelo envolvimento emocional do pesquisador.
As principais características da pesquisa qualitativa são:
• objetivação do fenômeno;
• hierarquização das ações de descrever, compreender, explicar;
• precisão das relações entre o global e o local em determinado
fenômeno;

UNIDADE IV
• observância das diferenças entre o mundo social e o mundo
natural;
• respeito ao caráter interativo entre os objetivos buscados pelos
investigadores, suas orientações teóricas e seus dados empíricos;
• busca de resultados, os mais fidedignos possíveis;
• oposição ao pressuposto que defende um modelo único de
pesquisa para todas as ciências.

B) QUANTITATIVA
Este tipo de abordagem está relacionado ao emprego de recursos
e técnicas estatísticas que visem quantificar os dados coletados. No
desenvolvimento da pesquisa de natureza quantitativa devem-se
formular hipóteses e classificar a relação entre as variáveis para garantir
a precisão dos resultados, evitando contradições no processo de análise e
interpretação. Considera que tudo pode ser quantificável, o que significa
traduzir em números, opiniões e informações para classificá-las e analisá-
las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem,
média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise
de regressão, etc.).
Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa
quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são
grandes e consideradas representativas da população, os resultados são
tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo
da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade.
Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode
ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos
com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa
quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas
de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. A utilização conjunta
da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações
do que se poderia conseguir isoladamente.
Assim, a pesquisa quantitativa tende a enfatizar o raciocínio
dedutivo, as regras da lógica e os atributos mensuráveis da experiência
humana. Por outro lado, tende a salientar os aspectos dinâmicos, holísticos
e individuais da experiência humana, para apreender a totalidade no
contexto daqueles que estão vivenciando o fenômeno.

62
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
2) QUANTO AO TIPO DE PESQUISA

A) PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
Esta pesquisa tem como objetivo explicitar e construir hipóteses
acerca do problema evidenciado, aprimorando as ideias, fundamentando
o assunto em questão abordado na pesquisa. Para tanto, esse tipo de
pesquisa envolve um levantamento bibliográfico, o qual deverá ser feito
em diversas fontes, buscando consultar obras respeitáveis e atualizadas.
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida através de livros, publicações
em periódicos e artigos científicos. Nesta pesquisa é importante que o
pesquisador verifique a veracidade dos dados obtidos, observando as
possíveis incoerências ou contradições que as obras possam apresentar.
Os demais tipos de pesquisa também envolvem o estudo bibliográfico,
pois todas as pesquisas necessitam de um referencial teórico. Para a
pesquisa bibliográfica é interessante utilizar as fichas de leitura que
facilitam a organização das informações obtidas.
É aquela elaborada a partir de material já publicado, constituído
principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente material
disponibilizado na Internet. Consiste em apresentar e comentar o que
outros autores escreveram sobre o tema, enfatizando as diferenças ou
semelhanças que existem entre os conceitos. É comum e mesmo desejável
aparecerem citações literais de autores que falam sobre o assunto. As
citações devem seguir as regras propostas pela ABNT. A pesquisa
bibliográfica constitui-se do ato de ler, selecionar, fichar, organizar e
arquivar tópicos de interesse para a pesquisa em pauta. É a base para as
demais pesquisas e pode-se dizer que é uma constante na vida de quem
se propõe a pesquisar.

B) PESQUISA DE CAMPO
A pesquisa de campo é uma forma de coleta que permite a obtenção
de dados sobre um fenômeno de interesse, da maneira como este ocorre
na realidade estudada. Consiste, portanto, na coleta de dados e no registro
de variáveis presumivelmente relevantes, diretamente da realidade, para
ulteriores análises. A pesquisa de campo abrange:

UNIDADE IV
• pesquisa bibliográfica;
• determinação das técnicas de coleta de dados e determinação
da amostra; e
• registro dos dados e de análises.

Pode-se citar os seguintes tipos de pesquisa de campo:


• quantitativo-descritivo: pesquisa empírica cuja principal
finalidade é o delineamento ou análise das características de
fatos ou fenômenos, a avaliação de programas ou o isolamento
de variáveis principais ou chave;
• exploratório: pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de
questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver
hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um
ambiente, fato ou fenômeno, para realização de uma pesquisa
futura mais precisa, ou modificar e clarificar conceitos; e
• experimental: pesquisa empírica cujo objetivo principal é o teste
de hipótese que diz respeito a relações causa e efeito.

A grande vantagem da pesquisa de campo é a obtenção de dados


diretamente na realidade. Sem, em nenhum momento, desmerecer a
pesquisa teórica em uma ciência factual, é na pesquisa de campo que
as teorias propostas podem ser validadas ou refutadas. Assim, com a
utilização de técnicas de amostragem estatística, a pesquisa de campo
permite o acúmulo de conhecimento sobre determinado aspecto da
realidade, conhecimento este que pode ser comprovado e utilizado por
outros pesquisadores.
A principal desvantagem da pesquisa de campo é o pequeno grau
de controle sobre a coleta de dados e a possibilidade de que fatores,
desconhecidos para o investigador, possam interferir nos resultados. No
caso de pesquisas baseada em questionários, formulários e entrevistas,
outro limitador seria o procedimento apresentar menor grau de
confiabilidade pela possibilidade de os indivíduos falsearem as respostas.
Há, entretanto, vários recursos que podem ser utilizados para aumentar
as vantagens (e diminuir as desvantagens) desse método, como lançar
mão dos pré-testes, utilizar instrumental mais completo, etc.

64
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
C) PESQUISA EXPERIMENTAL
Este tipo de pesquisa é mais utilizado nas ciências naturais,
por utilizarem o método experimental. Requer uso de equipamentos,
laboratórios, técnicas e instrumentos que possam indicar um resultado
concreto. Porém, são utilizadas em estudos de grupos selecionados,
assim como possibilita o levantamento de situações econômicas de uma
determinada faixa do mercado consumidor.
A pesquisa experimental se caracteriza por manipular diretamente
as variáveis relacionadas com o objeto de estudo. Neste tipo de pesquisa,
a manipulação das variáveis proporciona o estudo da relação entre as
causas e efeitos de um determinado fenômeno. Através da criação de
situações de controle, procura-se evitar a interferência de variáveis
intervenientes. Interfere-se diretamente na realidade, manipulando-
se a variável independente a fim de observar o que acontece com a
dependente.
A pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de
estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir
as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz
no objeto. Neste tipo de pesquisa procura-se entender de que modo, ou
por que causas, o fenômeno é produzido. Para atingir os resultados, o
pesquisador usa aparelhos e instrumentos que a técnica moderna coloca
ao seu alcance, lança mão de procedimentos apropriados e capazes de
tornar perceptíveis as relações existentes entre as variáveis envolvidas
no objeto de estudo.

D) PESQUISA DOCUMENTAL
Pesquisa documental é a forma de coleta de dados em relação a
documentos, escritos ou não, denominados fontes primárias. Livros,
revistas, jornais, publicações avulsas e teses são fontes secundárias. Assim,
documento é uma fonte de dados, fixada materialmente e suscetível de
ser utilizada para consulta, estudo ou prova.
Em outras palavras, elabora-se através de materiais que não
receberam tratamento analítico (documentos em geral). A pesquisa
documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A pesquisa
bibliográfica utiliza-se fundamentalmente das contribuições dos diversos
autores sobre determinado assunto, enquanto a pesquisa documental

UNIDADE IV
utiliza-se de documentos de primeira mão, tais como documentos
conservados em órgãos públicos e instituições privadas.

Quanto à forma, os documentos podem ser classificados como:


• manuscritos;
• impressos sem periodicidade: livros, folhetos, catálogos,
processos, pareceres, enfim, uma vasta gama de fontes;
• periódicos: revistas, boletins, jornais, anuários e demais
documentos de divulgação periódica;
• microfilmes e vídeos que reproduzem outros documentos; e
• mapas, planos, documentos fotográficos, documentos
magnéticos, informatizados.

Com relação às fontes dos documentos, estes podem ser encontrados em:
• Arquivos públicos: abrangem documentos oficiais, tais como
leis, ofícios, relatórios, publicações parlamentares, atas, debates,
projetos de leis; documentos jurídicos, oriundos de cartórios:
registros de nascimentos e mortes, desquites e divórcios,
escrituras de compra e venda, falências e concordatas e outros.
• Arquivos particulares: correspondem aos domicílios particulares,
memórias, autobiografias, diários, etc.; instituições de ordem
privadas, tais como bancos, empresas, partidos políticos, igrejas,
associações, em que se encontram: atas, registros, memórias,
comunicados, etc.
• Fontes estatísticas: são efetuadas por órgãos específicos e
especializados, como IBGE, o Instituto Gallup, o Instituto
Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope).

Existem ainda outras fontes, por exemplo, as instituições públicas


como delegacias e postos voltados ao trabalho, registros ou alistamentos.
Deve-se considerar também órgãos específicos que mantêm banco de
dados especializados, como a Bolsa de Valores, Juntas Comerciais e
outras, como os Conselhos federal e regionais de atividades profissionais
regulamentadas e as Universidades.

66
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
E) PESQUISA EX-POST-FACTO
A pesquisa ex-post-facto analisa situações que se desenvolveram
naturalmente após algum acontecimento. É muito utilizada nas ciências
sociais, pois permite a investigação de determinantes econômicos e sociais
do comportamento da sociedade em geral. Estuda-se um fenômeno já
ocorrido, tenta-se explicá-lo e entendê-lo.
“A partir do fato passado” significa que neste tipo de pesquisa o
estudo é realizado após a ocorrência de variações na variável dependente
no curso natural dos acontecimentos. O objetivo principal dessa
modalidade de pesquisa é o mesmo da pesquisa experimental: verificar
a existência de relações entre variáveis. Seu planejamento também
ocorre de forma bastante semelhante. A diferença mais importante entre
as duas modalidades está no fato de que, na pesquisa ex-post-facto, o
pesquisador não dispõe de controle sobre a variável independente que
constitui o fator presumível do fenômeno, porque ele já ocorreu. O que o
pesquisador procura fazer neste tipo de pesquisa é identificar situações
que se desenvolveram naturalmente e trabalhar sobre elas como se
estivessem submetidas a controles. Apesar das semelhanças com a
pesquisa experimental, o delineamento ex-post-facto não garante que
as conclusões relativas a relações do tipo causa-efeito sejam totalmente
seguras.

F) ESTUDO DE CASO
O estudo de caso refere-se ao estudo minucioso e profundo de um
ou mais objetos. O estudo de caso pode permitir novas descobertas de
aspectos que não foram previstos inicialmente. Restringe-se o estudo a
um objeto que pode ser um indivíduo, família, grupo. Por lidar com fatos/
fenômenos normalmente isolados, o estudo de caso exige do pesquisador
grande equilíbrio intelectual e capacidade de observação (olho clínico),
além de parcimônia (moderação) quanto à generalização dos resultados.
O estudo de caso não é uma técnica específica. É uma análise
intensiva de uma situação particular. A preferência pelo uso do Estudo
de Caso deve ser dada onde é possível fazer observações diretas e
entrevistas sistemáticas. Caracteriza-se pela capacidade de lidar com
uma completa variedade de evidências tais como: dados, documentos,

UNIDADE IV
artefatos, entrevistas e observações, e mediante comparação baseada na
pesquisa bibliográfica, permite traçar um diagnóstico, dar um parecer,
tirar uma conclusão.

G) PESQUISA-AÇÃO
A pesquisa – ação acontece quando há interesse coletivo na resolução
de um problema ou suprimento de uma necessidade. Pesquisadores e
pesquisados podem se engajar em pesquisas bibliográficas, experimentos,
etc., interagindo em função de um resultado esperado. Nesse tipo de
pesquisa, os pesquisadores e os participantes envolvem-se no trabalho
de forma cooperativa. A pesquisa-ação não se refere a um simples
levantamento de dados ou de relatórios a serem arquivados. Com a
pesquisa-ação os pesquisadores pretendem desempenhar um papel ativo
na própria realidade dos fatos observados.
Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou
do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. No
processo da pesquisa-ação, os pesquisadores devem recorrer a métodos e
técnicas de grupo para lidar com a dimensão coletiva da investigação, além
de técnicas de registro, de processamento e de exposição dos resultados.
Portanto, deve ser preocupação dos pesquisadores a pesquisa teórica, a
organização de seminários, a seleção de métodos e das técnicas de pesquisa
de campo, a organização e aplicação dos instrumentos, o cotejar do saber
formal dos especialistas com o saber informal dos usuários.

H) PESQUISA PARTICIPANTE
É a pesquisa que se desenvolve a partir da interação entre
pesquisadores e membros das situações investigadas. Alguns autores
apresentam pesquisa-ação e pesquisa participante como sinônimos.
Entretanto, enquanto que a pesquisa-ação é especialmente centrada
na ação, a pesquisa participante esta comprometida com a redução da
relação entre dirigente e dirigidos, logo, centra-se nas relações político-
sociais que abrem o espaço para a participação. A pesquisa participante
envolve, além da participação e observação direta, a análise documental,
a entrevista, enfim, todo um conjunto de técnicas metodológicas que
abrem espaço para o envolvimento dos participantes no processo de
investigação.

68
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
3) QUANTO À NATUREZA

A) PESQUISA PURA, BÁSICA OU TEÓRICA


Objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência
sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.
Não tem por finalidade a utilização prática, mas contribui para o avanço
do conhecimento da teoria estudada.

B) PESQUISA APLICADA OU PRÁTICA


Busca gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos à
solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.
Portanto, é desenvolvida tendo–se em vista sua utilização.

4) QUANTO AOS OBJETIVOS

A) PESQUISA EXPLORATÓRIA
Visa proporcionar maior familiaridade com o problema, objetivando
torná-lo explícito ou construir hipóteses. Envolve levantamento
bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiverem experiências práticas
com o problema pesquisado, análise de exemplos que estimulem a
compreensão. A pesquisa exploratória tem como principal finalidade
desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, visando à
formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para
estudos posteriores.
Embora o planejamento da pesquisa exploratória seja flexível, na
maioria dos casos, assume a forma de pesquisa bibliográfica ou estudo
de caso. Na maioria das vezes, a pesquisa exploratória constitui a
primeira etapa de uma investigação mais ampla. Quando o tema é
bastante genérico, torna-se necessário seu esclarecimento e delimitação,
o que exige revisão da literatura, discussão com especialistas e outros
procedimentos. O produto final desse processo passa a ser um problema
mais esclarecido, passível de investigação mediante procedimentos mais
sistematizados.
Assim, visa proporcionar maior familiaridade com o problema com
vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento
bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas

UNIDADE IV
com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a
compreensão.

B) PESQUISA DESCRITIVA
Busca descrever as características de determinada população, ou
fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Na pesquisa
descritiva, os fatos são observados, registrados, analisados, classificados
e interpretados, sem que o pesquisador interfira sobre eles. Isso quer
dizer que os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas
não são manipulados pelo pesquisador.
Podem-se citar, como exemplos, aquelas que têm por objetivo
estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo,
procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental; as
que se propõem a estudar o nível de atendimento dos órgãos públicos
de uma comunidade, as condições de habitação de seus habitantes, o
índice de criminalidade; aquelas que têm por objetivo levantar opiniões,
atitudes e crenças de uma população, bem como descobrir a existência
de associações entre variáveis, como por exemplo, as pesquisas eleitorais
que indicam a relação entre preferência político-partidária e nível de
rendimento e/ou escolaridade. Uma das características mais significativas
da pesquisa descritiva é a utilização de técnicas padronizadas de coleta
de dados, tais como o questionário e a observação sistemática.

C) PESQUISA EXPLICATIVA
É mais complexa porque, além de registrar, analisar, classificar
e interpretar os fenômenos estudados, tem como preocupação central
identificar seus fatores determinantes. Esse tipo de pesquisa é o que mais
aprofunda o conhecimento da realidade, porquanto explica a razão, o
porquê das coisas e, portanto, está mais sujeita a erros. São os resultados
das pesquisas explicativas que fundamentam o conhecimento científico.
A maioria das pesquisas explicativas utiliza o método experimental
que possibilita a manipulação e o controle das variáveis, no intuito
de identificar qual a variável independente que determina a causa da
variável dependente ou o fenômeno de estudo.

70
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
A elaboração de um projeto de pesquisa e o desenvolvimento da
própria pesquisa monográfica necessitam, para que seus resultados
sejam satisfatórios, estar alicerçados em métodos e técnicas de
pesquisa, planejamento cuidadoso, em reflexões conceituais sólidas e
fundamentados em conhecimentos já existentes.
Pesquisar é um trabalho que envolve um planejamento semelhante
ao de um engenheiro. Ao elaborar uma planta, este precisa saber o
que quer fazer, obter os dados, assegurar-se de que possui os materiais
necessários e cumprir as etapas requeridas no processo. Um projeto
será satisfatório na medida do envolvimento do pesquisador no ato de
construir e no emprego de suas habilidades técnicas em sua execução. O
sucesso de uma pesquisa também depende do procedimento seguido, do
envolvimento com a pesquisa e da habilidade de escolher o caminho para
atingir os objetivos propostos.
A pesquisa é um trabalho em processo não totalmente controlável
ou previsível. Adotar uma metodologia significa escolher um caminho.
O percurso, muitas vezes, requer ser reinventado a cada etapa. Precisa,
portanto, não somente de regras e sim de muita criatividade e imaginação.
Por isso, apresenta-se, na sequência, algumas diretrizes a serem seguidas
para a montagem do Projeto de Pesquisa.

UNIDADE IV
SEÇÃO 2
O PROJETO DE PESQUISA

Para a elaboração de um projeto de pesquisa, alguns elementos


devem ser pensados para que possam fazer parte do mesmo. Dentre estes
elementos destacam-se:
• Delimitação do tema;
• Revisão de literatura;
• Justificativa;
• Objetivos geral e específicos;
• Metodologia a ser utilizada;
• Resultados Esperados;
• Cronograma de Execução;
• Referências.

Assim, tem-se, de acordo com o quadro 1 a seguir, algumas perguntas


a serem respondidas.

72
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Quadro 1 – Roteiro para estruturação da pesquisa

Escolha do O que vou pesquisar? Um aspecto ou uma área de interesse de um


tema assunto que se deseja provar ou desenvolver; assunto interessante
para o pesquisador; originalidade não é pré-requisito; fontes de
assuntos: vivência diária, questões polêmicas, reflexão, leituras,
conversações, debates, discussões.

Revisão de Quem já pesquisou algo semelhante? Busca de trabalhos semelhantes


literatura ou idênticos; pesquisas e publicações na área.

Justificativa Por que estudar esse tema? Vantagens e benefícios que a pesquisa irá
proporcionar; Importância pessoal ou cultural; deve ser convincente

Formulação do Que respostas estou disposto a responder? Definir claramente o


problema problema; delimitá-lo em termos de tempo e espaço.

Determinação O que pretendo alcançar com a pesquisa? Objetivo geral. Qual o


de objetivos propósito da pesquisa? Objetivos específicos – abertura do objetivo
geral em outros menores (possíveis capítulos).

Metodologia Como se procederá a pesquisa? Caminhos para se chegar aos


objetivos propostos. Qual o tipo de pesquisa? Qual o universo da
pesquisa? Será utilizado a amostragem? Quais os instrumentos
de coleta de dados? Como foram construídos os instrumentos de
pesquisa? Qual a forma que será usada para a tabulação de dados?
Como interpretará e analisará os dados e informações? Explicitar
a metodologia de pesquisas de campo ou de laboratório é bastante
importante. Pesquisa bibliográfica – leitura como material primordial;
indicar como pretende acessar suas fontes de consulta, fichá-las, lê-
las e resumi-las, construir seu texto, etc. Universo da Pesquisa – total
de indivíduos que possuem as mesmas características definidas para
um determinado estudo; Amostra – parte do universo; instrumentos
de Pesquisa – instrumentos de medidas ou instrumentos de coleta
de dados. Uso de bibliografias que orientem escolhas; Instrumentos
de pesquisa mais utilizados: Observação, Entrevista, Questionário
– perguntas abertas, fechadas e de múltipla escolha e Formulários.
Fonte: SALOMON (2010); GIL (2010); RUIZ (2011)
Coleta de dados Como será o processo de coleta de dados? Como? Através de que
meios? Por quem? Quando? Onde?

Tabulação dos Como organizar os dados obtidos? Recursos: índices, cálculos


dados estatísticos, tabelas, quadros e gráficos.

Análise e Como os dados coletados serão analisados? Confirmar ou refutar


discussão dos hipótese anunciada.
resultados

Conclusão da Sintetizar os resultados obtidos; evidenciar as conquistas alcançadas


análise dos com o estudo; indicar as limitações e as reconsiderações; apontar
resultados a relação entre fatos verificados e teoria; contribuição da pesquisa
para o meio acadêmico, empresarial ou desenvolvimento da ciência
e tecnologia.

Redação e Redigir relatório de pesquisa: monografia, dissertação ou tese;


apresentação segundo normas preestabelecidas.
do trabalho
científico

UNIDADE IV
Nesse sentido, Kauark et al. (2010) apresentam, no quadro 2,
uma sinopse do que deve conter num trabalho de pesquisa científica,
especificando alguns elementos que deverão estar presentes no mesmo.

Quadro 2 – Questões a serem elucidadas na estruturação da pesquisa

1 INTRODUÇÃO (O que é?) - ao que se refere a pesquisa.


1.1 Contextualização (Onde?) - deve apresentar o assunto, demonstrando
que este faz parte do contexto vivenciado pelas pessoas.
1.2 O problema (O que incomoda? O que pretende descobrir?) – deve
ser dissertado, encerrando com uma ou algumas questões que busquem
responder por que e para que da intervenção.
1.3 Justificativa (Por quê?) – deve, com riqueza de detalhes, apresentar o
motivo que impulsionou a realização do Projeto e definir a importância de
tratar e intervir sobre o assunto abordado na pesquisa.
1.4) Os objetivos (Para quê?) – deve descrever ações que se pretende
alcançar. Ficar atento aos verbos que devem ser utilizados para a elaboração
dos objetivos gerais e para os objetivos específicos.
1.5) As hipóteses (se... probabilidades) – são respostas afirmativas ou
negativas, que provavelmente serão respondidas após os resultados da
aplicação do projeto.

2 REFERENCIAL TEÓRICO (Quem já falou e pode comprovar a respeito?) -


refere-se ao estudo teórico, à abordagem dos autores ou órgãos e instituições
sobre o assunto. Para a escrita e entendimento (leitura), facilita a compreensão
se for dividido em tópicos. Neste caso, divida em no máximo dois tópicos.

3 METODOLOGIA (como?)
3.1 Área e universo de estudo (espaço geográfico, territorial... o todo) -
Universo (local em que será aplicado o trabalho de intervenção, com
identificação e características).
3.2 Fontes de coleta de dados.
3.3 População e amostra ou sujeitos da pesquisa (pessoas envolvidas,
entrevistados, investigados).
3.4 Tipo e métodos da pesquisa.
3.5 Procedimentos e técnicas da pesquisa (como fazer).
3.6 Variáveis (quais fatores podem levar a pesquisa para esse ou àquele
resultado? O que pode variar as hipóteses da pesquisa).

4 CRONOGRAMA (quando?)

5 ORÇAMENTO (quanto?)

6 REFERÊNCIAS (fontes?)

Fonte: KAUARK et al. (2010)

74
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Passa-se a explicar cada um dos itens necessários para a estruturação
do Projeto de Pesquisa.

A) ESCOLHA DO TEMA
Na escolha do tema deve-se levar em consideração a quantidade
de atividades a ser cumprida para executar o trabalho, avaliando o tempo
disponível para tal, subtraindo deste, aquele necessariamente dedicado
às atividades cotidianas, estabelecendo assim o limite das capacidades
do pesquisador em relação ao tema pretendido. É preciso também que o
pesquisador tenha consciência de sua limitação de conhecimentos para
não entrar em um assunto fora de sua área (BARROS; LEHFELD, 2000).
Escolher um tema nada mais é do que escolher um assunto
delimitado, sobre o qual será definido um problema de pesquisa. Essa
escolha deve considerar a atualidade do tema e sua relevância, bem como
a aptidão de quem vai desenvolver a investigação. É aconselhável que o
tema selecionado reflita o ambiente do pesquisador, ou seja, a empatia
entre o tema e o indivíduo que vai desenvolvê-lo é ponto primordial para
a qualidade da pesquisa.

B) REVISÃO DE LITERATURA
Deve-se responder às seguintes questões: quem já escreveu e o que
já foi publicado sobre o assunto, que aspectos já foram abordados, quais
as lacunas existentes na literatura. Pode objetivar determinar o “estado da
arte”, ser uma revisão teórica, ser uma revisão empírica ou ainda ser uma
revisão histórica. A revisão de literatura é fundamental, porque fornecerá
elementos para você evitar a duplicação de pesquisas sobre o mesmo
enfoque do tema. Favorecerá a definição de contornos mais precisos do
problema a ser estudado (ANDRADE, 2007).
A revisão da literatura é a localização e obtenção de documentos para
avaliar a disponibilidade de material que subsidiará o tema do trabalho
de pesquisa. Esse levantamento é realizado junto às bibliotecas ou
serviços de informações existentes. É neste capítulo do trabalho que pode
se efetivar o modo de contextualizar o problema de pesquisa científica
elaborado. É marco, porque aqui são definidos o conceito de teoria e outros
conceitos relacionados com a elaboração de teorias, que, por sua vez, estão
relacionados com os enfoques qualitativos e quantitativos da pesquisa.

UNIDADE IV
A revisão da literatura deve ser realizada com os seguintes objetivos
(ESTRELA, 2005):
• Revisão histórica: verificar a evolução dos conceitos
relacionados com o tema, inserindo os achados num quadro
teórico de referência que explique os fatores determinantes e as
implicações das mudanças;
• Determinação do “estado da arte”: o pesquisador procura
mostrar através da literatura já publicada o que já sabe sobre
o tema, quais as lacunas existentes e onde se encontram os
principais entraves teóricos ou metodológicos;
• Revisão teórica: o problema de pesquisa é inserido dentro de
um quadro de referência teórica para explicá-lo. Geralmente
acontece quando o problema em estudo é gerado por uma teoria,
ou quando não é gerado ou explicado por uma teoria particular,
mas por várias; e
• Revisão empírica: deve ser explicitado como o problema vem
sendo pesquisado do ponto de vista metodológico.

C) JUSTIFICATIVA
Nesta etapa, você irá refletir sobre “o porquê” da realização da
pesquisa procurando identificar as razões da preferência pelo tema
escolhido e sua importância em relação a outros temas. Pergunte a você
mesmo: o tema é relevante e, se é, por quê? Quais os pontos positivos
que você percebe na abordagem proposta? Que vantagens e benefícios
você pressupõe que sua pesquisa irá proporcionar? A justificativa deverá
convencer quem for ler o projeto, com relação à importância e à relevância
da pesquisa proposta (MARCONI; LAKATOS, 2010).
Para Fonseca (2002), justificativa é o porquê da pesquisa. Justificar
uma proposta de pesquisa é importante, porque mostra de que forma
os resultados obtidos poderão contribuir para a solução ou melhorar a
compreensão do problema formulado. A justificativa pode ser pautada pelos
fatores acadêmicos, sociais, políticos e na aplicabilidade dos resultados
da pesquisa. Aspecto fundamental da justificativa é o autor apontar as
contribuições, teóricas e práticas, que o estudo pode proporcionar. Na
justificativa também se colocam os motivos que levaram o pesquisador
a buscar a resposta ao problema proposto. Desse modo, na justificativa

76
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
são expressas as razões para escolha do tema e problema, explicitando o
porquê da preferência e a importância do tema.
A justificativa, então, como o próprio nome indica, é o convencimento
de que o trabalho de pesquisa possui fundamentos para ser efetivado. A
comprovação do tema escolhido pelo pesquisador e a hipótese levantada
são de suma importância para a sociedade ou para alguns indivíduos.
Deve-se tomar o cuidado, na elaboração da justificativa, de não se tentar
justificar a hipótese levantada, ou seja, tentar responder ou concluir
o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa. A justificativa exalta a
importância do tema a ser estudado e justifica a necessidade imperiosa
de se levar a efeito tal empreendimento (TARTUCE, 2006).

D) FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Para Gil (2010), problema é qualquer questão não resolvida e que é
objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento. O problema
é a mola propulsora de todo o trabalho de pesquisa. Depois de definido
o tema, levanta-se uma questão para ser respondida através de uma
hipótese, que será confirmada ou negada através do trabalho de pesquisa.
Para Marconi e Lakatos (2000), antes de um problema ser
considerado adequado, ele deve ser analisado quanto à sua:
• viabilidade: pode ser resolvido por meio de pesquisa;
• relevância: capaz de trazer novas contribuições para o
conhecimento;
• novidade: condizente com o atual estágio de conhecimento da
área;
• exequibilidade: pode levar a uma conclusão válida; e
• oportunidade: atender a interesses particulares e gerais.

Para Gil (2010), algumas questões devem ser pensadas para a


formulação correta de um projeto de pesquisa, apresentadas a seguir no
quadro 3.

UNIDADE IV
Quadro 3 – Problemas e soluções em projetos de pesquisa

Questões Características

• Deve ser formulado como uma pergunta.


Em geral, um bom problema • Deve ser claro e preciso.
de pesquisa atende a cinco • Deve ser empírico.
características: • Deve ser suscetível de solução.
• Deve ser limitado a uma dimensão viável.

O problema de pesquisa • Maneira simples e direta de formulação.


deve ser formulado como • Facilita a identificação do problema.
uma pergunta • O tema não é o problema.

• Se a formulação for vaga ou imprecisa, como pode ser


resolvido?
O problema de pesquisa • Não deve conter termos com definição incerta ou
deve ser claro e preciso ambígua.
• Complemento: definição operacional.
• Indica como o fenômeno é medido.

• Problemas de pesquisa não devem se referir a valores


morais.
• Não devem conduzir a considerações subjetivas ou
O problema de pesquisa julgamentos morais.
deve ser empírico • Problemas sobre “melhor/pior”, “bom/mau”, devem
ser reformulados.
• Referências a fatos empíricos e não a percepções
pessoais.

• Deve-se ter alguma ideia de como o problema proposto


poderá ser resolvido.
O problema de pesquisa • Não adianta propor um tema bem formulado se não
deve ter um horizonte de houver como coletar dados que levem a (ou demonstrem)
solução sua solução.
• Requer domínio da tecnologia adequada a sua solução.

• Quanto tempo será necessário para coletar as


informações que levem à solução do problema?
O problema de pesquisa
• A delimitação do escopo permite trabalhar de maneira
deve ser delimitado focada, obtendo dados relevantes dentro do tempo
delimitado para a execução da pesquisa.

• O pesquisador deverá oferecer uma solução possível


para o problema proposto.
• O pesquisador deverá coletar dados e analisá-los.
E depois? • Confirmação da hipótese: problema solucionado.
• Se os dados não levarem a conclusões precisas:
problema não foi solucionado.
Fonte: GIL (2010)

• Início da pesquisa requer definição de um problema.


• Definição de um bom problema de pesquisa requer
conhecimento sobre o tema que está sendo tratado.
• Não é tarefa trivial.
Dicas • Essencial para o desenvolvimento do trabalho de
pesquisa.
• Problema que não for bem formulado pode tornar a
pesquisa inviável.

78
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
E) FORMULAÇÃO DOS OBJETIVOS
Nesta etapa, você pensará a respeito de sua intenção ao propor a
pesquisa. Deverá sintetizar o que pretende alcançar com a pesquisa. Os
objetivos devem estar coerentes com a justificativa e o problema proposto.
O objetivo geral será a síntese do que se pretende alcançar, e os objetivos
específicos explicitarão os detalhes e serão desdobramentos do objetivo
geral (FACHIN, 2003).
Os objetivos informarão para que você está propondo a pesquisa, isto
é, quais os resultados que pretende alcançar ou qual a contribuição que
sua pesquisa irá efetivamente proporcionar. Os enunciados dos objetivos
devem começar com um verbo no infinitivo e este verbo deve indicar
uma ação passível de mensuração. Como exemplos de verbos usados na
formulação dos objetivos, podem-se citar para (OLIVEIRA, 1997):
• determinar estágio cognitivo de conhecimento: baseado no
armazenamento de informações, desde uma simples informação
isolada, como uma data ou um nome, até o conhecimento de uma
teoria ou estrutura. O que se deseja é a retenção da informação
apropriada. Verbos indicados: apontar, arrolar, definir, enunciar,
inscrever, registrar, relatar, repetir, sublinhar e nomear;
• determinar estágio cognitivo de compreensão: tem por base o
entendimento, incluindo a passagem de uma mensagem de uma
linguagem para outra, a interpelação das partes ou estrutura da
mensagem e a predição de consequências. Verbos indicados:
descrever, discutir, esclarecer, examinar, explicar, expressar,
identificar, localizar, traduzir e transcrever;
• determinar estágio cognitivo de aplicação: utilização dos
conhecimentos em situações novas e concretas. Verbos
indicados: aplicar, demonstrar, empregar, ilustrar, interpretar,
inventariar, manipular, praticar, traçar e usar;
• determinar estágio cognitivo de análise: desdobramento do
conteúdo em suas partes consecutivas, o que requer a percepção
de suas inter-relações e os modos de organização. Verbos
indicados: analisar, classificar, comparar, constatar, criticar,
debater, diferenciar, distinguir, examinar, provar, investigar e
experimentar;

UNIDADE IV
• determinar estágio cognitivo de síntese: os conteúdos dos
níveis de conhecimento, compreensão, aplicação e análise são
organizados. Exige a capacidade de combinar as partes para
formar um todo; projeção e criação de algo original. Verbos
indicados: articular, compor, constituir, coordenar, reunir,
organizar e esquematizar;
• determinar estágio cognitivo de avaliação: envolve atividades
de julgamento, requerendo uso de critérios e de padrões para
apreciar o grau de precisão, efetividade, etc. Exige a capacidade
de emitir julgamento sobre o conteúdo. Verbos indicados:
apreciar, avaliar, eliminar, escolher, estimar, julgar, preferir,
selecionar, validar e valorizar.

Eco (1998) destaca que objetivo é o “para quê” da pesquisa. Os


objetivos de uma pesquisa expressam os resultados que se pretende alcançar.
Os objetivos devem estar coerentes com o problema formulado. Assim, o
objetivo geral expressa o resultado que se pretende alcançar ao término da
pesquisa. Os objetivos específicos podem ser definidos como etapas que
devem ser cumpridas para se atingir o objetivo geral. São desdobramentos
do objetivo geral. Os enunciados dos objetivos devem começar com um verbo
no infinitivo e este verbo deve indicar uma ação passível de mensuração.
Devem ser claros, precisos e possíveis de ser atingidos.
Para a formulação dos objetivos, destacam-se algumas regras que
deverão ser consideradas:
• O objetivo deve ser claro, preciso e conciso;
• O objetivo deve expressar uma única ideia; a redação deve
incluir apenas um único sujeito e um complemento;
• O objetivo deve ater-se apenas ao que se pretende realizar ou
alcançar;
• Não são objetivos de uma pesquisa, a reflexão decorrente dos
resultados da pesquisa.

F) METODOLOGIA
Nesta etapa, chamada de metodologia ou também de materiais e
métodos, são explicitados as concepções e os procedimentos que serão
adotados no desenvolvimento da pesquisa, de tal modo que outra pessoa

80
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
possa replicá-la. São expressos os elementos essenciais do delineamento
(plano) da pesquisa, indicando de que maneira os conceitos e variáveis
devem ser confrontados com os fatos empíricos para obtenção de resposta
ao problema (GIL, 2010).
Naturalmente, cada projeto irá dar mais destaque aos elementos
que caracterizam o tipo de pesquisa. A maioria dos projetos não
conterá todos os itens. Não há consenso sobre quais aspectos devem
ser abordados, mas existem itens, consagrados pela prática, que podem
ser considerados como referências para elaboração da metodologia da
pesquisa: especificação do problema de pesquisa, a unidade de análise,
modelo de análise, explicitação das hipóteses, definição de termos e
variáveis, população e amostragem, dados, instrumentos de coleta e
técnicas de análise de dados (BARROS; LEHFELD, 2000).
O caminho e os passos a seguir no decorrer do projeto representarão
a metodologia do mesmo, que deve apresentar as técnicas que serão
utilizadas para a coleta e análise dos dados (entrevistas, questionamentos,
testes, técnicas de agrupamento de dados, elaboração de tabelas, descrição
e codificação). Os objetivos da pesquisa e as hipóteses a comprovar devem
ser levados em conta para a definição da metodologia.
Para Fachin (2003), a metodologia é a explicação minuciosa,
detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método
(caminho) do trabalho de pesquisa. É a explicação do tipo de pesquisa,
do instrumental utilizado (questionário, entrevista), do tempo previsto,
da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de
tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que se utilizou no
trabalho de pesquisa. A metodologia é composta de partes que descrevem
o local, os sujeitos, o objeto de estudo, os métodos e técnicas, que muitas
vezes estão descritos como procedimentos da pesquisa, as limitações da
pesquisa e o tratamento de dados.

G) COLETA E TABULAÇÃO DOS DADOS


Nesta etapa, você fará a pesquisa de campo propriamente dita. Para
obter êxito neste processo, duas qualidades são fundamentais: a paciência
e a persistência. Os documentos terão fontes primárias ou secundárias de
pesquisa. As fontes primárias são os documentos que gerarão análises
para posterior criação de informações. Podem ser decretos oficiais,

UNIDADE IV
fotografias, cartas, artigos. As fontes secundárias são as obras nas quais
as informações já foram elaboradas, como livros, apostilas, teses e
monografias. Nesse sentido, existem procedimentos necessários para a
organização do levantamento de dados (SEVERINO, 2002).
Assim, é necessário também declarar quais dados serão coletados,
como será feita a coleta e que instrumento de pesquisa se pretende
usar: observação, questionário, formulário ou entrevista. O instrumento
de pesquisa deve ser anexado ao projeto. Na escolha dos tipos de
instrumentos, a decisão leva em conta os objetivos, o desenho da pesquisa
e a população alvo. Os instrumentos de coleta de dados mais utilizados
são: a observação, a entrevista, o questionário e formulário e análise
documental (ESTRELA, 2005).

a) Observação
Na observação, os dados são coletados diretamente pelo pesquisador
utilizando os sentidos. É uma técnica que engloba a observação
propriamente dita e o exame crítico dos fatos que são estudados. Quando
a observação é planejada e realizada em condições controladas, tem-se
a observação sistemática. No caso contrário, diz-se que a observação é
assistemática. A observação também pode ser participante (o observador
participa do fato) e não participante (o observador não participa do fato).
A observação pode (e quase sempre é) ser utilizada de forma conjugada
com outras técnicas ou de forma exclusiva.

b) Questionário e Formulário
Questionário é um instrumento contendo questões para respostas
escritas pelo informante sem a presença do pesquisador. As questões
podem ser abertas (resposta livre do respondente), de múltiplas escolhas
(conjunto de respostas para escolha(s) do informante), fechadas com as
opções do tipo sim ou não e questões contendo escalas. O formulário é
um instrumento de coleta de dados contendo questões para respostas do
informante na presença do pesquisador que as anota.

c) Entrevista
A entrevista é uma técnica de coleta de dados, onde o investigador
se apresenta frente ao investigado e lhe faz perguntas com o objetivo de

82
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
obter dados que interessam à investigação (GIL, 2010). É uma técnica
importante que permite o desenvolvimento de uma estreita relação
entre as pessoas. É um modo de comunicação, no qual determinada
informação é transmitida de uma pessoa a outra; portanto, o processo
é uma comunicação bilateral. São três os tipos básicos de entrevista:
num extremo, estão aquelas que permitem o máximo de liberdade e
aprofundamento (entrevista não estruturada); no outro extremo, permitem
o mínimo de liberdade tanto ao entrevistador quanto ao entrevistado
(entrevista dirigida); e entre os dois, existem diversas possibilidades,
entre elas, a entrevista guiada.

Andrade (2007) destaca que uma vez que os dados da pesquisa


foram coletados, é necessário fazer-se a tabulação destes dados. Nesta
etapa, você poderá lançar mão de recursos manuais ou computacionais
para organizar os dados obtidos na pesquisa de campo. Atualmente,
com o advento da informática, é natural que você escolha os recursos
computacionais para dar suporte à elaboração de índices e cálculos
estatísticos, tabelas, quadros e gráficos. Os dados coletados devem ser
organizados de forma a facilitar ao máximo a análise e interpretação.

H) ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Nesta etapa, você interpretará e analisará os dados que tabulou e
organizou na etapa anterior. A análise deve ser feita para atender aos
objetivos da pesquisa e para comparar e confrontar dados e provas com
o objetivo de confirmar ou rejeitar a(s) hipótese(s) ou os pressupostos da
pesquisa.
Gil (2010) afirma que esses dois processos, apesar de distintos,
estão estreitamente relacionados. A análise tem como objetivo organizar
e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de
respostas ao problema proposto para investigação. Já a interpretação tem
como objetivo a procura do sentido mais amplo das respostas, o que é
feito mediante sua ligação a outros conhecimentos anteriormente obtidos.
Assim, é mais correto dizer que a análise dos dados começa quando
começa a coleta, uma vez que, com certa frequência, é possível trabalhar
alguns dos dados colhidos para subsidiar uma reorientação da coleta.
Nesse ponto, os dados serão agrupados, transformados e reapresentados,

UNIDADE IV
por meio de técnicas matemáticas e estatísticas, análise qualitativa ou
mesclando ambas.

I) CONCLUSÃO DA ANÁLISE DOS RESULTADOS


De acordo com Marconi e Lakatos (2010), são enunciadas as
principais conclusões decorrentes das análises dos dados. Nesta etapa,
deve-se deixar claro se os objetivos foram ou não atingidos e se as hipóteses
ou as suposições foram confirmadas ou rejeitadas, além de enunciar as
principais contribuições teóricas e práticas do trabalho realizado. Deve-
se sintetizar os resultados obtidos com a pesquisa.

J) REDAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO TRABALHO CIENTÍFICO


Nesta etapa, o pesquisador deverá redigir seu trabalho científico,
neste caso sua monografia. O texto deverá ser escrito de modo apurado, isto
é, gramaticalmente correto, fraseologicamente claro, terminologicamente
preciso e estilisticamente agradável. Normas de documentação
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) deverão ser
consultadas, visando à padronização das indicações bibliográficas e a
apresentação gráfica do texto.
Recomenda-se que a redação de trabalhos científicos, independente
do tipo, siga alguns princípios (SALOMON, 2010):
• Objetividade e coerência: usar linguagem direta e simples. A
exposição deve se apoiar em dados e provas e não em opiniões.
Usar frases curtas e com uma única ideia principal;
• Clareza e precisão: o conhecimento do tema leva o autor a ter
clareza na exposição. Evitar expressões com duplo sentido,
linguagem rebuscada, bem como adjetivos que não indiquem
claramente proporções e/ou quantidades;
• Impessoalidade e uniformidade: utilizar a forma impessoal dos
verbos – verbo na terceira pessoa, mantendo a uniformidade
no decorrer de todo o texto em relação à forma de tratamento,
pessoa, símbolos, unidades de medida, datas, horas, siglas,
abreviaturas, fórmulas, equações, frações e citações; e
• Normas da ABNT: não havendo norma específica, utilizar as
normas de elaboração de documentos acadêmicos da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

84
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
K) CRONOGRAMA
Neste item, você identificará cada etapa da pesquisa: Elaboração
do projeto, Coleta de Dados, Tabulação e Análise de dados, Elaboração do
Relatório Final. Apresente um cronograma estimando o tempo necessário
para executar cada uma das etapas (SEVERINO, 2002).

Você pôde aprender nesta unidade as várias formas de classificação da pesquisa


científica: quanto à abordagem, quanto ao tipo de pesquisa, quanto à natureza e quanto
aos objetivos. A partir destes conhecimentos, já é possível você delinear como pretende
desenvolver seu projeto de monografia! Sim, a partir desse momento, você começará
a desenvolver seu projeto que dará origem à monografia de conclusão desse curso de
especialização.
A partir do referencial teórico apresentado com relação às técnicas de pesquisa,
apresentou-se, também, os elementos que devem fazer parte do projeto de pesquisa.
Identificando o tipo de pesquisa que pretende realizar, você pode definir os meios para
obtenção dos dados necessários para tal.
Os conteúdos aqui discutidos, como definição do tema, referencial teórico, justificativa,
objetivos e metodologia do trabalho científico dão a você subsídios necessários para delimitar
seu projeto de pesquisa, tanto com relação à estrutura como com em relação aos aspectos
teórico e metodológicos envolvidos nesta etapa. Uma vez que esta etapa esteja vencida,
basta redigir a monografia! Vamos em frente...

UNIDADE IV
http://www.youtube.com/watch?v=CNPIV-IDN6U
http://www.youtube.com/watch?v=XueXwmoP_v8
http://www.youtube.com/watch?v=D4poVMNXfA8

1. Para a elaboração de um projeto de pesquisa, alguns elementos devem ser


pensados para que possam fazer parte do mesmo. Dentre estes elementos destacam-se:
• Delimitação do tema;
• Revisão de literatura;
• Justificativa;
• Objetivos geral e específicos;
• Metodologia a ser utilizada;
• Resultados Esperados;
• Cronograma de Execução;
• Referências.

A partir dos conhecimentos adquiridos nesta Unidade, desenvolva seu projeto de


pesquisa, utilizando-se dos itens anteriormente destacados nesta questão.

86
UNIDADE IV
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica

UNIDADE IV
A concepção da
monografia científica
Generoso De Angelis Neto

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Identificar os conceitos relacionados com a criação da
monografia científica.

Compreender a estrutura de uma monografia científica.

Unidade V
Distinguir os elementos que constituem a monografia
científica.

Desenvolver os elementos que constituem uma monografia


científica.

ROTEIRO DE ESTUDOS
SEÇÃO 1 - Conceitos fundamentais

SEÇÃO 2 - Elementos pré-textuais

SEÇÃO 3 - Elementos textuais

SEÇÃO 4 - Elementos pós-textuais


SEÇÃO 1
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Esta parte do livro demonstra como deve ser estruturada uma


monografia científica. Para tanto, usaremos como referência a norma
da ABNT NBR 14724:2011 (Informação e documentação – Trabalhos
acadêmicos – Apresentação). Esta norma especifica os princípios gerais
para a elaboração de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros),
visando sua apresentação à instituição (banca, comissão examinadora
de professores, especialistas designados e/ou outros), aplica-se, no que
couber, aos trabalhos acadêmicos e similares, intra e extraclasse.

Para complementar essas informações sugerimos uma consulta,


também, às seguintes normas da ABNT:
• NBR 6023: Informação e documentação – Referências –
Elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
• NBR 6024: Informação e documentação – Numeração
progressiva das seções de um documento escrito - Apresentação.
Rio de Janeiro, 2003.
• NBR 6027: Informação e documentação – Sumário –
Apresentação. Rio de Janeiro, 2012.
• NBR 6028: Informação e documentação – Resumo –
Procedimento. Rio de Janeiro, 2003.
• NBR 6034: Informação e documentação – Índice – Apresentação.
Rio de Janeiro, 2005.
• NBR 10520: Informação e documentação – Citações em
documentos – Apresentação. Rio de Janeiro, 2002.
• NBR 12225: Informação e documentação – Lombada –
Apresentação. Rio de Janeiro, 2004.

De acordo com a norma da ABNT NBR 14724:2011, tem-se as


seguintes definições que são de grande importância na confecção de uma
monografia científica e que são apresentadas no quadro 4, a seguir.

90
UNIDADE V
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Quadro 4 – Definições relacionadas a trabalhos científicos

Termo Definição
Abreviatura representação de uma palavra por meio de alguma(s) de sua(s)
sílaba(s) ou letra(s).
Agradecimento texto em que o autor faz agradecimentos dirigidos àqueles que
contribuíram de maneira relevante à elaboração do trabalho.
Anexo texto ou documento não elaborado pelo autor, que serve de
fundamentação, comprovação e ilustração.
Apêndice texto ou documento elaborado pelo autor, a fim de complementar
sua argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear do trabalho.
Autor pessoa física responsável pela criação do conteúdo intelectual
ou artístico de um trabalho.
Capa proteção externa do trabalho sobre a qual se imprimem as
informações indispensáveis à sua identificação.
Citação menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte.

Dedicatória texto em que o autor presta homenagem ou dedica seu trabalho.


parte que antecede o texto com informações que ajudam na
Elemento pré- identificação e utilização do trabalho.
textual
Elemento textual parte em que é exposto o conteúdo do trabalho.
Elemento pós- parte que sucede o texto e complementa o trabalho.
textual
Epígrafe texto em que o autor apresenta uma citação, seguida de
indicação de autoria, relacionada com a matéria tratada no
corpo do trabalho.
Errata lista dos erros ocorridos no texto, seguidos das devidas correções.
Folha de folha que contém os elementos essenciais à aprovação do
aprovação trabalho.
Folha de rosto folha que contém os elementos essenciais à identificação do
trabalho.
Ilustração designação genérica de imagem, que ilustra ou elucida um
texto.
Lombada parte da capa do trabalho que reúne as margens internas das
folhas, sejam elas costuradas, grampeadas, coladas ou mantidas
juntas de outra maneira.
Referência conjunto padronizado de elementos descritivos retirados de um
documento, que permite sua identificação individual.
Fonte: ABNT NBR 14724: 2011

Resumo versão do resumo para idioma de divulgação internacional.


em língua
estrangeira
Resumo na língua apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto,
vernácula fornecendo uma visão rápida e clara do conteúdo e das
conclusões do trabalho.
Sumário enumeração das divisões, seções e outras partes do trabalho, na
mesma ordem e grafia em que a matéria nele se sucede.
Tabela forma não discursiva de apresentar informações das quais o
dado numérico se destaca como informação central.
Título palavra, expressão ou frase que designa o assunto ou o conteúdo
de um trabalho.

91
UNIDADE V
A norma da ABNT NBR 14724: 2011 apresenta a estrutura que deve
ter um trabalho acadêmico, dividido em partes, de acordo com o quadro
5, a seguir.

Quadro 5 – Elementos constituintes de um trabalho acadêmico

Parte Capa (obrigatório)


Externa
Lombada (opcional)
Folha de rosto (obrigatório)
Errata (opcional)
Folha de aprovação
(obrigatório)
Dedicatória (opcional)
Agradecimentos (opcional)
Elementos
Epígrafe (opcional)
Pré-Textuais
Resumo na língua vernácula
Parte (obrigatório)
Interna
Resumo em língua estrangeira
(obrigatório)
Lista de ilustrações (opcional)
Lista de tabelas (opcional)
Lista de abreviaturas e siglas
(opcional)
Lista de símbolos (opcional)
Sumário (obrigatório)
Introdução
Fonte: ABNT NBR 14724: 2011

Elementos Textuais
Desenvolvimento
Conclusão
Referências (obrigatório)
Glossário (opcional)
Elementos
Pós-Textuais Apêndice (opcional)
Anexo (opcional)
Índice (opcional)

Na sequência, descreve-se, de forma detalhada, cada elemento que


faz parte da monografia científica, de acordo com a ABNT NBR 14724:
2011.

92
UNIDADE V
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
SEÇÃO 2
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS

É a parte que antecede o texto com informações que ajudam na


identificação e utilização do trabalho. Dentre estes elementos, tem-se os
que irão caracterizar o conteúdo do trabalho e sua identificação.

CAPA
Elemento obrigatório, sobre o qual se imprimem as informações
indispensáveis à sua identificação, na seguinte ordem (SEVERINO,
2002):
• Nome da Instituição (opcional);
• Nome do autor;
• Título;
• Subtítulo (se houver);
• Número de volume (se houver mais de um, constando em cada
capa o respectivo volume);
• Ano de depósito, entrega do material.

FOLHA DE ROSTO
É a folha que contém os elementos essenciais à identificação do
trabalho, deve ser apresentada no formato A4 (21 cm x 29,7 cm),
a) Anverso da folha
• Nome do autor;
• Título do trabalho;
• Subtítulo, se houver, precedido de dois pontos (:), evidenciando
sua subordinação ao título principal;
• Número de volume (se houver mais de um, constando em cada
folha de rosto o respectivo volume);
• Natureza do trabalho (tese, dissertação, monografia, trabalho de
conclusão de curso, etc.), objetivo (aprovação em disciplina, grau
pretendido e outros); nome da Instituição; área de concentração;
•  Nome do orientador e do coorientador, se houver;

93
UNIDADE V
• Local (cidade) da instituição onde será apresentado o trabalho.
NOTA: No caso de cidades homônimas, recomenda-se o acréscimo
da sigla da unidade da federação.
• Ano de depósito (entrega).

b) Verso da folha: parte posterior da página deve conter a ficha


catalográfica, de acordo com o Código de Catalogação Anglo-Americano
vigente. 

ERRATA
Utiliza-se para indicação de erros porventura cometidos e sua
respectiva correção, acompanhados de sua localização no texto. Esta lista
deverá constar após a folha de rosto.

FOLHA DE APROVAÇÃO
Elemento obrigatório, deve ser inserida após a folha de rosto e
conter as seguintes informações: autor, título por  extenso e subtítulo, se
houver, natureza, objetivo, nome da instituição, área de concentração,
data de aprovação, nome, titulação.
NOTA: A data de aprovação e as assinaturas dos membros
componentes da banca examinadora devem ser colocadas após a
aprovação do trabalho.

DEDICATÓRIA
Elemento opcional. Inserida após a Folha de aprovação. Texto curto
no qual o autor presta sua homenagem a alguém.

AGRADECIMENTOS
Devem ser dirigidos às pessoas ou instituições que realmente
contribuíram de maneira relevante à elaboração do trabalho, restringindo-
se ao mínimo necessário.

EPÍGRAFE
Frase, pensamento ou até mesmo versos no qual o autor apresenta
citação seguida de autoria relacionada à matéria tratada no corpo do
trabalho. Também podem ser apresentadas epígrafes nas folhas iniciais

94
UNIDADE V
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
dos capítulos ou seções. Deve ser elaborada conforme a norma ABNT
NBR 10520: 2002. Inserida após os agradecimentos.

RESUMO NA LÍNGUA VERNÁCULA


De acordo com a norma da ABNT NBR 6028:2003, o resumo é a
apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento e devem
ser apresentado da seguinte forma:
a) O resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as
conclusões do documento. A ordem e a extensão desses itens dependem
do tipo de resumo (informativo ou indicativo) e do tratamento que cada
item recebe no documento original.
b) O resumo deve ser precedido da referência do documento, com
exceção do resumo inserido no próprio documento.
c) O resumo deve ser composto de uma sequência de frases concisas,
afirmativas e não de enumeração de tópicos. Recomenda-se o uso de
parágrafo único.
• A primeira frase deve ser significativa, explicando o tema
principal do documento. A seguir, deve-se indicar a informação
sobre a categoria do tratamento (memória, estudo de caso,
análise da situação, etc.).
• Deve-se usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do
singular.
• As palavras-chave devem figurar logo abaixo do resumo,
antecedidas da expressão Palavras-chave:, separadas entre si
por ponto e finalizadas também por ponto.
• Devem-se evitar: símbolos e contrações que não sejam de
uso corrente; fórmulas, equações, diagramas, etc., que não
sejam absolutamente necessários; quando seu emprego for
imprescindível, defini-los na primeira vez que aparecerem.
• Quanto a sua extensão os resumos devem ter: de 150 a 500
palavras os de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e
outros) e relatórios técnico-científicos; de 100 a 250 palavras os
de artigos de periódicos; e de 50 a 100 palavras os destinados a
indicações breves.

95
UNIDADE V
RESUMO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
Elemento obrigatório, é a tradução do resumo, seguido das
palavras-chave e/ ou descritores. As palavras-chave ou descritores devem
figurar logo abaixo do resumo, antecedido da expressão: Palavras-chave:,
separadas entre si por ponto (.) e finalizadas também por ponto (.).

LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Elemento opcional. Elaborada de acordo com a ordem apresentada
no texto, com cada item designado por seu nome específico, travessão,
título e respectivo número da folha ou página. Quando necessário,
recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo de ilustração
(desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas,
organogramas, plantas, quadros, retratos e outras). O título deve ser
centralizado, sem indicativo numérico, obedecem à ordem que aparecem
no texto, exceto para abreviaturas e siglas que devem estar relacionadas
em ordem alfabética. Recomenda-se fazer lista para informações que
contenham mais de três itens.

LISTA DE TABELAS
Elemento opcional. Elaborada de acordo com a ordem apresentada
no texto, com cada item designado por seu nome específico, acompanhado
do respectivo número da folha ou página.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS


Elemento opcional. Consiste na relação alfabética das abreviaturas
e siglas utilizadas no texto, seguidas das palavras ou expressões
correspondentes grafadas por extenso. Recomenda-se a elaboração de
lista própria para cada tipo.

LISTA DE SÍMBOLOS
Elemento opcional. Elaborada de acordo com a ordem apresentada
no texto, com o devido significado.

SUMÁRIO
Elemento obrigatório, consiste da indicação do conteúdo do
documento, enumerando suas divisões e/ou seções. O sumário deve

96
UNIDADE V
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
incluir apenas as partes da publicação que o sucedem. Sobre esta matéria,
tem-se as seguintes normas da ABNT que tratam desse assunto: ABNT
NBR 6024: 2003 – Informação e documentação – Numeração progressiva
das seções de um documento escrito – Apresentação e a ABNT NBR 6027:
2012 – Informação e documentação – Sumário – Apresentação, de onde
se pode extrair as seguintes recomendações:
• O sumário deve ser localizado como último elemento pré-
textual. Quando houver mais de um volume, deve ser incluído
o sumário de toda a obra em todos os volumes, de forma que
se tenha conhecimento do conteúdo, independente do volume
consultado.
• A palavra sumário deve ser centralizada e com a mesma tipologia
da fonte utilizada para as seções primárias.
• A subordinação dos itens do sumário deve ser destacada pela
apresentação tipográfica utilizada no texto.
• Os elementos pré-textuais não devem constar no sumário.
• São empregados algarismos arábicos na numeração.
• O indicativo de seção é alinhado na margem esquerda,
precedendo o título, dele separado por um espaço.
• Deve-se limitar a numeração progressiva até a seção quinária.
• O indicativo das seções primárias deve ser grafado em números
inteiros a partir de 1.
• O indicativo de uma seção secundária é constituído pelo
indicativo da seção primária a que pertence, seguido do número
que lhe for atribuído na sequência do assunto e separado por
ponto. Repete-se o mesmo processo em relação às demais seções.
• Não se utilizam ponto, hífen, travessão ou qualquer sinal após o
indicativo de seção ou de seu título.
• Destacam-se, gradativamente, os títulos das seções, utilizando
os recursos de negrito, itálico ou grifo e redondo, caixa alta ou
versal e outro. O título das seções (primárias, secundárias, etc.)
deve ser colocado após sua numeração, dele separado por um
espaço. O texto deve iniciar-se em outra linha.

97
UNIDADE V
Como exemplo de apresentação do sumário, tem-se:

1 SEÇÃO PRIMÁRIA (Maiúsculas e negrito)


1.1 SEÇÃO SECUNDÁRIA (Maiúsculas)
1.1.1 Seção Terciária (Início das palavras em maiúsculo e negrito)
1.1.1.1 Seção quaternária (Início apenas da primeira palavra em
maiúsculo, sem negrito)
1.1.1.1.1 Seção quinária (Início apenas da primeira palavra em
maiúsculo, sem negrito)
a) alínea;
b) alínea
As alíneas deverão ser utilizadas quando for necessário subdividir
uma mesma seção.

SEÇÃO 3
ELEMENTOS TEXTUAIS

O texto é composto de uma parte introdutória, que apresenta os


objetivos do trabalho e as razões de sua elaboração; o desenvolvimento,
que detalha a pesquisa ou estudo realizado; e uma parte conclusiva.
A Introdução é a parte inicial do texto, na qual devem constar a
formulação e delimitação do assunto tratado, bem como os objetivos
da pesquisa. Tem por finalidade fornecer ao leitor os antecedentes que
justificam o trabalho, assim como enfocar o assunto a ser abordado. A
introdução pode incluir informações sobre a natureza e importância do
problema, sua relação com outros estudos sobre o mesmo assunto, suas
limitações e objetivos. Essa seção deve preferentemente representar a
essência do pensamento do autor em relação ao assunto que pretende
estudar. Deve ser abrangente sem ser prolongada. É um discurso de
abertura em que o pesquisador oferece ao leitor uma síntese dos conceitos
da literatura; expressa sua própria opinião - contrastando-a ou não - com

98
UNIDADE V
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
a literatura; estabelece as razões de ser de seu trabalho, sumariando,
apropriadamente, começo, meio e fim de sua proposta de estudo.
O desenvolvimento é a parte principal do texto, dividido em capítulo,
seções ou subseções. Contém a descrição pormenorizada do assunto,
fundamentação teórica, a metodologia (material e método), os resultados
e respectivas discussões, relacionando-os aos trabalhos analisados na
revisão de literatura. Faz-se as citações e as notas bibliográficas e/ou
explicativas no texto ou em notas de rodapé.   
A conclusão é a recapitulação sintética dos resultados e da
discussão do estudo ou pesquisa. Pode apresentar deduções lógicas e
correspondentes aos objetivos propostos. É a parte final do texto na qual
se apresentam as considerações finais. Mesmo que se tenham várias
conclusões, deve-se usar sempre o termo no singular, pois, trata-se da
conclusão do trabalho em si e não um mero enunciado das conclusões a
que o(a) autor(a) chegou.

SEÇÃO 4
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS

São os elementos que sucedem o texto, que complementam o


trabalho acadêmico. Dentre os mais importantes destacam-se:

a) Referências: elemento obrigatório, constitui uma lista ordenada


dos documentos efetivamente citados no texto (ABNT NBR 6023: 2002).
Não devem ser referenciadas fontes bibliográficas que não foram citadas
no texto. Caso seja necessário referenciar material bibliográfico não
citado, deve-se fazer uma lista própria após a lista de referências, sob o
título Bibliografia recomendada.  
b) Glossário: elemento opcional, consiste de uma lista em
ordem alfabética de palavras ou expressões técnicas usadas no texto,
acompanhada das respectivas definições.

99
UNIDADE V
c) Apêndices: elemento opcional. Texto ou documento elaborado
pelo autor a fim de complementar o texto principal.
d) Anexos: elemento opcional, texto ou documento não elaborado
pelo autor, que serve de fundamentação, comprovação ou ilustração.
NOTA: Os apêndices e os anexos são identificados por letras
maiúsculas consecutivas, travessão e respectivos títulos.

Apresenta-se a seguir, no quadro 6, as regras gerais definidas


pela norma da ABNT NBR 14724: 2011 com relação às regras gerais de
apresentação e formatação de trabalhos acadêmicos.

Quadro 6 – Regras gerais para a apresentação de trabalhos


acadêmicos

Assunto Característica
Os textos devem ser digitados ou datilografados em cor preta,
Formato podendo utilizar outras cores somente para as ilustrações.
Se impresso, utilizar papel branco ou reciclado, no formato
A4 (21 cm × 29,7 cm).
Os elementos pré-textuais devem iniciar no anverso da
folha, com exceção dos dados internacionais de catalogação
na publicação que devem vir no verso da folha de rosto.
Recomenda-se que os elementos textuais e pós-textuais
sejam digitados ou datilografados no anverso e verso das
folhas.
As margens devem ser: para o anverso, esquerda e superior
de 3 cm e direita e inferior de 2 cm; para o verso, direita e
superior de 3 cm e esquerda e inferior de 2 cm.
Recomenda-se, quando digitado, a fonte tamanho 12 para
todo o trabalho, inclusive capa, excetuando-se citações
com mais de três linhas, notas de rodapé, paginação, dados
internacionais de catalogação na publicação, legendas
e fontes das ilustrações e das tabelas, que devem ser em
tamanho menor e uniforme.
Todo texto deve ser digitado ou datilografado com
Espaçamento espaçamento 1,5 entre as linhas, excetuando-se as citações
de mais de três linhas, notas de rodapé, referências, legendas
das ilustrações e das tabelas, natureza (tipo do trabalho,
objetivo, nome da instituição a que é submetido e área de
concentração), que devem ser digitados ou datilografados
em espaço simples. As referências, ao final do trabalho,
devem ser separadas entre si por um espaço simples em
branco.
Na folha de rosto e na folha de aprovação, o tipo do trabalho,
o objetivo, o nome da instituição e a área de concentração
devem ser alinhados do meio da mancha gráfica para a
margem direita.

100
UNIDADE V
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
As notas devem ser digitadas ou datilografadas dentro das
Notas de margens, ficando separadas do texto por um espaço simples
rodapé de entre as linhas e por filete de 5 cm, a partir da margem
esquerda. Devem ser alinhadas, a partir da segunda linha da
mesma nota, abaixo da primeira letra da primeira palavra,
de forma a destacar o expoente, sem espaço entre elas e com
fonte menor.

O indicativo numérico, em algarismo arábico, de uma seção


Indicativos de precede seu título, alinhado à esquerda, separado por um
seção espaço de caractere. Os títulos das seções primárias devem
começar em página ímpar (anverso), na parte superior da
mancha gráfica e ser separados do texto que os sucede
por um espaço entre as linhas de 1,5. Da mesma forma, os
títulos das subseções devem ser separados do texto que os
precede e que os sucede por um espaço entre as linhas de
1,5. Títulos que ocupem mais de uma linha devem ser, a
partir da segunda linha, alinhados abaixo da primeira letra
da primeira palavra do título.

Títulos sem Os títulos sem indicativo numérico – errata, agradecimentos,


indicativo lista de ilustrações, lista de abreviaturas e siglas, lista
numérico de símbolos, resumos, sumário, referências, glossário,
apêndice(s), anexo(s) e índice(s) – devem ser centralizados.

Elementos Fazem parte desses elementos a folha de aprovação, a


sem título e dedicatória e a(s) epígrafe(s).
sem indicativo
numérico

As folhas ou páginas pré-textuais devem ser contadas, mas


Paginação não numeradas.
Para trabalhos digitados ou datilografados somente no
anverso, todas as folhas, a partir da folha de rosto, devem
ser contadas sequencialmente, considerando somente o
anverso. A numeração deve figurar, a partir da primeira folha
da parte textual, em algarismos arábicos, no canto superior
direito da folha, a 2 cm da borda superior, ficando o último
algarismo a 2 cm da borda direita da folha.
Quando o trabalho for digitado ou datilografado em anverso
e verso, a numeração das páginas deve ser colocada no
anverso da folha, no canto superior direito; e no verso, no
canto superior esquerdo.
No caso de o trabalho ser constituído de mais de um volume,
deve ser mantida uma única sequência de numeração das
folhas ou páginas, do primeiro ao último volume. Havendo
apêndice e anexo, as suas folhas ou páginas devem ser
numeradas de maneira contínua e sua paginação deve dar
seguimento à do texto principal.

101
UNIDADE V
Numeração Elaborada conforme a ABNT NBR 6024:2003. A
progressiva numeração progressiva deve ser utilizada para evidenciar
a sistematização do conteúdo do trabalho. Destacam-
se gradativamente os títulos das seções, utilizando-se os
recursos de negrito, itálico ou sublinhado e outros, no
sumário e, de forma idêntica, no texto.

Citações Apresentadas conforme a ABNT NBR 10520:2002

Siglas A sigla, quando mencionada pela primeira vez no texto, deve


ser indicada entre parênteses, precedida do nome completo.

Equações e Para facilitar a leitura, devem ser destacadas no texto e,


fórmulas se necessário, numeradas com algarismos arábicos entre
parênteses, alinhados à direita. Na sequência normal
do texto, é permitido o uso de uma entrelinha maior que
comporte seus elementos (expoentes, índices, entre outros).

Ilustrações Qualquer que seja o tipo de ilustração, sua identificação


aparece na parte superior, precedida da palavra designativa
(desenho, esquema, fluxograma, fotografia, gráfico, mapa,
organograma, planta, quadro, retrato, figura, imagem, entre
outros), seguida de seu número de ordem de ocorrência no
texto, em algarismos arábicos, travessão e do respectivo
título. Após a ilustração, na parte inferior, indicar a fonte
consultada (elemento obrigatório, mesmo que seja produção
do próprio autor), legenda, notas e outras informações
necessárias à sua compreensão (se houver). A ilustração
deve ser citada no texto e inserida o mais próximo possível
do trecho a que se refere.

Tabelas Devem ser citadas no texto, inseridas o mais próximo


possível do trecho a que se referem e padronizadas conforme
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Fonte: ABNT NBR 14724: 2011

102
UNIDADE V
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Nesta unidade foi apresentado a você os conceitos necessários para a montagem da
monografia de conclusão do curso de especialização. Baseado em normas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), foi possível identificar e compreender os elementos
que devem fazer parte da monografia.
Dividida em elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais, você pôde compreender
como deve ser estruturado esse texto científico. Assim, o seu projeto de pesquisa, estudado e
analisado na unidade anterior dará origem à monografia, aprofundando-se os conhecimentos
sobre as técnicas de confecção de textos científicos.

http://www.fe.unicamp.br/gepeja/arquivos/ReneJTS_A-MonografiaCientifica.pdf

1 . A partir do seu projeto de pesquisa, estruture sua monografia científica considerando:


• Os elementos pré-textuais;
• Os elementos textuais e;
• Os elementos pós-textuais.

103
UNIDADE V
104
UNIDADE V
Normas para utilização de
citações e referências
Generoso De Angelis Neto

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Conhecer as normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas que tratam do assunto de citações e referências.

Unidade VI
Desenvolver habilidades para a correta utilização de citações
e referências em trabalhos científicos.

Analisar exemplos de citações e referências para


desenvolvimento de habilidades neste assunto.

Pesquisar referências para o desenvolvimento da


monografia científica.

ROTEIRO DE ESTUDOS
SEÇÃO 1 - Citações

SEÇÃO 2 - Referências
SEÇÃO 1
CITAÇÕES

A norma da ABNT NBR 10520: 2002 – Informação e documentação


– Citações em documentos – Apresentação será utilizada para explicar os
conceitos mais importantes com relação à forma e procedimentos a serem
utilizados para o uso de citações em textos científicos.
Assim, apresenta-se no quadro 07, a seguir, algumas destas
definições.

Quadro 7 – Definições utilizadas em citações

Termo Definição

Citação Menção de uma informação extraída de outra fonte.

Citação de citação Citação direta ou indireta de um texto em que não se


teve acesso ao original.

Citação direta Transcrição textual de parte da obra do autor consultado.

Citação indireta Texto baseado na obra do autor consultado.

Notas de Notas que indicam fontes consultadas ou remetem a


referência outras partes da obra onde o assunto foi abordado.

Notas de rodapé indicações, observações ou aditamentos ao texto feitos


pelo autor, tradutor ou editor, podendo também aparecer
na margem esquerda ou direita da mancha gráfica.

Notas explicativas Notas usadas para comentários, esclarecimentos ou


explanações, que não possam ser incluídos no texto.

Fonte: ABNT NBR 10520: 2002

Severino (2002) complementa essas definições ao apresentar a


seguinte classificação:
• Citação direta: Citação direta é a transcrição literal, exatamente
igual ao documento consultado. Deve-se citar o sobrenome do
autor, seguido do ano da obra e do número da página. As citações

106
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
de até três linhas devem apresentar-se no corpo do trabalho,
entre aspas, não sendo utilizado o recurso tipográfico itálico
ou negrito. Citações superiores a três linhas apresentam-se em
parágrafo próprio, recuadas a 4 cm da margem esquerda, sem
aspas. Caso haja os recursos tipográficos itálico ou negrito no
original, os mesmos devem ser mantidos. O espaçamento entre
as linhas deve ser simples.
• Citação indireta: Citação indireta é o texto redigido pelo autor
com base em ideias de outro(s) autor(es), o qual, contudo, deve
traduzir fielmente o sentido do texto original.
NOTA: No caso de citação – direta ou indireta - de obra com até
três autores, indicam-se os seus sobrenomes, na ordem em que
aparecem na publicação, separados por ponto e vírgula se estiverem
entre parênteses, e com a conjunção “e” no caso contrário. Para
trabalhos com mais de três autores, deve-se citar apenas o primeiro,
seguido da expressão “et al.”, que significa “e outros”.
• Citação de citação (apud): É a menção de trecho de um
documento ao qual não se teve acesso, mas do qual se tomou
conhecimento apenas por citação em outro trabalho.

As citações podem aparecer no texto ou em notas de rodapé.


Nas citações, as chamadas pelo sobrenome do autor, pela instituição,
responsável ou título incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas
e minúsculas e, quando estiverem entre parênteses, devem ser letras
maiúsculas.
Exemplos:
• A ironia seria assim uma forma implícita de heterogeneidade
mostrada, conforme a classificação proposta por Authier-Reiriz
(1982).
• “Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo não é
uma psicanálise da filosofia [...]” (DERRIDA, 1967, p. 293).

REGRAS GERAIS DE CITAÇÃO

De acordo com a norma da ABNT NBR 10520: 2002, apresenta-se,


na sequência, as principais regras gerais de apresentação:

107
UNIDADE VI
a) Especificar no texto a(s) páginas, volume(s), tomo(s) ou seção(ões)
da fonte consultada, nas citações diretas. Este(s) deve(m) seguir a data,
separado(s) por vírgula e precedido(s) pelo termo que o(s) caracteriza,
de forma abreviada. Nas citações indiretas, a indicação da(s) página(s)
consultada(s) é opcional.
Exemplos:
• A produção de lítio começa em Searles Lake, Califórnia em 1928
(MUMFORD, 1949, p. 513).
• Oliveira e Leonardos (1943, p. 446) dizem que a [...] relação da
série São Roque com os granitos porfiroides pequenos é muito
clara.
• Meyer parte de uma passagem da crônica de “14 de maio,
de A Semana:” Houve sol, e grande sol, naquele domingo de
1888, em que o Senado votou a lei, que a regente sancionou [...]
(ASSIS, 1994, v. 3, p. 583).

b) As citações diretas, no texto, de até três linhas, devem estar


contidas entre aspas duplas. As aspas simples são utilizadas para indicar
citação no interior da citação.
Exemplos:
• Barbour (1971, p. 35) descreve: “O estudo da morfologia dos
terrenos [...] ativos [...]”
• “Não se mova, faça de conta que está morta.” (CLARAC
BONNIN, 1985, p. 72).
• Segundo Sá (1995, p. 27): “[...] por meio da mesma arte de
conversação’ que abrange tão extensa e significativa parte da
nossa existência cotidiana [...]”

c) As citações diretas, no texto, com mais de três linhas, devem ser


destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que
a do texto utilizado e sem as aspas. No caso de documentos datilografados,
deve-se observar apenas o recuo.
Exemplo:

A teleconferência permite ao indivíduo participar


de um encontro nacional ou regional sem a
necessidade de deixar seu local de origem.
Tipos comuns de teleconferência incluem o uso

108
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
da televisão, telefone, e computador. Através de
áudio-conferência, utilizando a companhia local
de telefone, um sinal de áudio pode ser emitido
em um salão de qualquer dimensão. (NICHOLS,
1993, p. 181)

d) Devem ser indicadas as supressões, interpolações, comentários,


ênfase ou destaques, do seguinte modo:
• supressões [...]
• interpolações, acréscimos ou comentários: [ ]
• ênfase ou destaque: grifo ou negrito ou itálico.

SISTEMA DE CHAMADA

De acordo com a norma da ABNT NBR 10520 (2002), as citações


devem ser indicadas no texto por um sistema de chamada, que pode
ser numérico ou autor-data. Qualquer que seja o método adotado deve
ser seguido constantemente ao longo de todo o trabalho, permitindo sua
correlação na lista de referências ou em notas de rodapé. Assim, tem-se:
a) Quando o(s) nome(s) do(s) autor(es), instituição(ões),
responsável(eis) estiver(em) incluído(s) na sentença, indica-se a data,
entre parênteses, acrescida da(s) página(s), se a citação for direta.
Exemplo:
• Em Teatro Aberto (1963) relata-se a emergência do teatro do
absurdo.
• Segundo Morais (1955, p. 32) assinala “[...] a presença de
concreções de bauxita no Rio Cricon.”

b) Quando houver coincidência de sobrenomes de autores,


acrescentam-se as iniciais de seus prenomes: se mesmo assim existir
coincidência, colocam-se os prenomes por extenso.
Exemplo:
• (BARBOSA, C., 1958) (BARBOSA, Cássio, 1965)
• (BARBOSA, O., 1959) (BARBOSA, Celso, 1965)

c) As citações de diversos documentos de um mesmo autor,


publicados num mesmo ano, são distinguidas pelo acréscimo de letras
minúsculas, em ordem alfabética, após a data e sem espacejamento,
conforme a lista de referências.

109
UNIDADE VI
Exemplos:
• De acordo com Reeside (1972a)
• (REESIDE, 1972b)

d) As citações indiretas de diversos documentos da mesma autoria,


publicados em anos diferentes e mencionados simultaneamente, tem as
suas datas separadas por vírgula.
Exemplos:
• (DREYFUSS, 1989, 1991, 1995)
• (CRUZ; CORREA; COSTA, 1998, 1999, 2000)

e) As citações indiretas de diversos documentos de vários autores,


mencionados simultaneamente, devem ser separadas por ponto e vírgula,
em ordem alfabética.
Exemplo:
• Ela polariza e encaminha, sob a forma de “demanda coletiva”, as
necessidades de todos (FONSECA, 1997; PAIVA, 1997; SILVA,
1997).
• Diversos autores salientam a importância do “acontecimento
desencadeador” no início de um processo de aprendizagem
(CROSS, 1984; KNOX, 1986; MEZIROW, 1991).

Sistema Numérico
Neste sistema, a indicação da fonte é feita por uma numeração única
e consecutiva, em algarismos arábicos, remetendo à lista de referências
ao final do trabalho, do capítulo ou da parte, na mesma ordem em que
aparecem no texto. Não se inicia a numeração das citações a cada página.
O sistema numérico não deve ser utilizado quando há notas de rodapé.
A indicação da numeração pode ser feita entre parênteses, alinhada ao
texto, ou situada pouco acima da linha do texto em expoente à linha do
mesmo, após a pontuação que fecha a citação.
Exemplos:
• Diz Rui Barbosa: “Tudo é viver, previvendo.” (15)
• Diz Rui Barbosa: “Tudo é viver, previvendo.” 15

110
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Sistema Autor-Data
Neste sistema, a indicação da fonte é feita como explicitado a seguir.
a) pelo sobrenome de cada autor ou pelo nome de cada entidade
responsável até o primeiro sinal de pontuação, seguido (s) da data de
publicação do documento e da (s) página (s) da citação, no caso de citação
direta, separado por vírgula e entre parênteses.
Exemplos:
• No texto: A chamada “pandectísta havia sido a forma particular
pela qual o direito romano fora integrado no século XIX na
Alemanha em particular.” (LOPES, 2000, p. 225).”
• Na lista de referências: LOPES, José Reinaldo de Lima. O direito
na História. São Paulo: Max Limonad, 2000.

• No texto: Bobbio (1995, p.30) com muita propriedade nos lembra,


ao comentar esta situação, que os “juristas medievais justificaram
formalmente a validade do direito romano ponderando que este
era o direito do Império Romano que tinha sido reconstituído
por Carlos Magno com o nome de Sacro Império Romano.”
• Na lista de referências: BOBBIO, Norberto. O positivismo
jurídico: lições de filosofia do Direito. São Paulo, Ícone, 1995.

b) pela primeira palavra do título seguida de reticências, no caso


das obras sem indicação de autoria ou responsabilidade, seguida da data
de publicação do documento e da (s) página (s) da citação, no caso de
citação direta, separados por vírgula e entre parênteses.
Exemplos:
• No texto: “As IES implementarão mecanismos democráticos,
legítimos e transparentes de avaliação sistemática das suas
atividades, levando em conta seus objetivos institucionais e
seus compromissos para com a sociedade.” (ANTEPROJETO...,
1987, p. 55).
• Na lista de referências: ANTEPROJETO de lei. Estudos e
Debates, Brasília, DF,. N. 13, p. 51-60, jan. 1987.

c) se o título iniciar por artigo (definido ou indefinido), ou


monossílabo, este deve ser incluído na indicação da fonte.

111
UNIDADE VI
Exemplos:
• No texto: E eles disseram “globalização”, e soubemos que era
assim que chamavam a ordem absurda em que dinheiro é a
única pátria à qual se serve e as fronteiras se diluem, não pela
fraternidade, mas pelo sangramento que engorda poderosos
sem nacionalidade (A FLOR..., 1995, p. 4).
• Na lista de referências: A FLOR Prometida. Folha de S. Paulo,
São Paulo, p. 4, 21 abr. 1995.

• No texto: Em Nova Londrina (PR), as crianças são levadas às


lavouras a partir dos 5 anos.” (NOS CANAVIAIS..., 1995, p. 2).
• Na lista de referências: NOS CANAVIAIS, mutilação em vez de
lazer e escola. O Globo, Rio de Janeiro, 16 Jul. 1995. O País, p. 12.

NOTAS DE RODAPÉ

No caso das notas de rodapé, deve-se utilizar o sistema autor-data


para as citações no texto e o numérico para as notas explicativas. As notas
de rodapé podem ser notas de referência e notas explicativas e devem ser
alinhadas, a partir da segunda linha da mesma nota, abaixo da primeira
letra da primeira palavra, de forma a destacar o expoente e sem espaço
entre elas e com fonte menor.

112
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
SEÇÃO 2
REFERÊNCIAS

De acordo com a norma da ABNT NBR 6023: 2002, referência


é o conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um
documento, que permite a sua identificação individual.
Constitui uma lista ordenada dos documentos efetivamente citados
no texto. Não devem ser referenciados documentos que não citados no
texto. Caso haja conveniência de referenciar material bibliográfico não
citado, deve-se fazer uma lista própria após a lista de referências sob o
título: Bibliografia recomendada.
A referência é constituída de elementos essenciais e, quando
necessário, acrescida de elementos complementares.
• Elementos essenciais: São as informações indispensáveis à
identificação do documento. Os elementos essenciais estão
estritamente vinculados ao suporte documental e variam,
portanto, conforme o tipo.
• Elementos complementares: São as informações que,
acrescentadas aos elementos essenciais, permitem melhor
caracterizar os documentos. Em determinados tipos de
documentos, de acordo com o suporte físico, alguns elementos
indicados nesta Norma como complementares podem tornar-se
essenciais.
NOTA – Os elementos essenciais e complementares são retirados
do próprio documento. Quando isso não for possível, utilizam-se
outras fontes de informação, indicando-se os dados assim obtidos
entre colchetes.

Ainda de acordo com a norma da ABNT NBR 6023: 2002, a


referência pode aparecer no rodapé, no fim de texto ou de capítulo, em
lista de referências e antecedendo resumos, resenhas e recensões. Dentre
as regras gerais de apresentação destacam-se:

113
UNIDADE VI
a) Os elementos essenciais e complementares da referência devem
ser apresentados em sequência padronizada.
b) Para compor cada referência, deve-se obedecer à sequência dos
elementos, conforme apresentados nos modelos a seguir.
c) As referências são alinhadas somente à margem esquerda do texto
e de forma a se identificar individualmente cada documento, em espaço
simples e separadas entre si por espaço duplo. Quando aparecerem em
notas de rodapé, serão alinhadas, a partir da segunda linha da mesma
referência, abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a
destacar o expoente e sem espaço entre elas.
d) A pontuação segue padrões internacionais e deve ser uniforme
para todas as referências.
e) O recurso tipográfico (negrito, grifo ou itálico) utilizado para
destacar o elemento título deve ser uniforme em todas as referências
de um mesmo documento. Isto não se aplica às obras sem indicação de
autoria ou de responsabilidade, cujo elemento de entrada é o próprio
título, já destacado pelo uso de letras maiúsculas na primeira palavra, com
exclusão de artigos (definidos e indefinidos) e palavras monossilábicas.
f) As referências constantes em uma lista padronizada devem
obedecer aos mesmos princípios. Ao optar pela utilização de elementos
complementares, estes devem ser incluídos em todas as referências
daquela lista.

MODELOS DE REFERÊNCIAS

Os modelos de referência a que se refere a norma da ABNT NBR


6023: 2002 serão apresentados na sequência. Será dado preferência aos
que estão mais relacionados com o curso de especialização do qual faz
parte esta disciplina. Assim, uma abordagem mais completa e ampla
poderá ser encontrada na referida norma. Após a explicação de cada
modelo, serão apresentados exemplos como forma ilustrativa.

A) MONOGRAFIA NO TODO
Inclui livro e/ou folheto (manual, guia, catálogo, enciclopédia,
dicionário, etc.) e trabalhos acadêmicos (teses, dissertações, entre outros).
Os elementos essenciais são: autor (ES), título, edição, local, editora e

114
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
data de publicação. Os elementos complementares são: indicações de
outros tipos de responsabilidade (ilustrador, tradutor, revisor, adaptador,
compilador, etc.); informações sobre características físicas do suporte
material, páginas e/ou volumes, ilustrações. Dimensões, série editorial ou
coleção, notas e ISBN (International Standard Book Numbering), entre
outros. Exemplos:

Livro GOMES, L.G.F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF, 1998,


137 p., 21 cm (Coleção Antropologia e Ciência Política, 15). Bibliografia:
p. 131-132, ISBN 85-228-0268-8.

PERFIL da administração pública paulista. 6. ed. São Paulo: FUNDAP,


1994. 317 p., 28 cm. Inclui índice. ISBN 85-7285-026-0.

Tese BARCELOS, M.F.P. Ensaio Tecnológico, bioquímico e sensorial de


soja e guandu enlatados no estádio verde e maturação de colheita.
1998. 160 f. Tese (Doutorado em Nutrição) – Faculdade de Engenharia
de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

Folheto IBICT. Manual de normas de editoração do IBICT. 2. ed. Brasília, DF,


1993. 41 p.

Dicionário HOUAISS, A. (Ed.). Novo dicionário Folha Webster’s: Inglês/


Português, português/Inglês. Co-editor Ismael Cardim. São Paulo:
Folha da Manhã, 1996. Edição exclusiva para o assinante da Folha de
S. Paulo.

Guia BRASIL: roteiros turísticos, São Paulo: Folha da Manhã, 1995. 319 p.,
it. (Roteiros turísticos Fiat). Inclui Mapa rodoviário.

Manual São Paulo (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Coordenadoria de


Planejamento Ambiental. Estudo de impacto ambiental – EIA,
Relatório de Impacto Ambiental – RIMA: manual de orientação. São
Paulo, 1989. 48 p. (Séries Manuais).

Catálogo MUSEU DA IMIGRAÇÃO (São Paulo, SP). Museu da Imigração –


São Paulo: catálogo. São Paulo, 1997. 16 p.

INSTITUTO MOREIRA SALLES. São Paulo de Vincenzo Pastore:


fotografia: de 26 de abril a 3 de agosto de 1997, Casa de Cultura de
Poços de Caldas, Poços de Caldas, MG. [S.I.], 1997. 1 folder. Apoio
Ministério da Cultura: Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Almanaque TORELLY. M. Almanaque para 1949: primeiro semestre ou Almanaque


d’A Manhã. Ed. fac-sim. São Paulo: Studioma: Arquivo do Estado,
1991. (Coleção Almanaques do Barão de Itararé). Contém iconografia
e depoimentos sobre o autor.

115
UNIDADE VI
B) MONOGRAFIA NO TODO EM MEIO ELETRÔNICO
Inclui os mesmos tipos indicados anteriormente, em meio eletrônico
(disquetes, CD-ROM, online, etc.). As referências devem obedecer aos
padrões indicados para os documentos monográficos no todo, acrescidas
das informações relativas à descrição física do meio eletrônico. Exemplo:

KOOGAN, André; HOUAISS, Antonio (Ed.). Enciclopédia e


dicionário digital 98. Direção geral de André Koogan Breikmam. São
Paulo: Delta: Estadão, 1998. 5 CD-ROM.

Quando se tratar de obras consultadas online, também são


essenciais as informações sobre o endereço eletrônico, apresentado entre
os sinais < >, precedido da expressão Disponível em: e a data de acesso
ao documento, precedida da expressão Acesso em:, opcionalmente
acrescida dos dados referentes à hora, minutos e segundos.
NOTA – Não se recomenda referenciar material eletrônico de curta
duração nas redes. Exemplo:

ALVES, Castro. Navio negreiro. [S.l.]: Virtual Books, 2000. Disponível


em: <http://www. terra.com.br/virtualbooks/freebook/port/Lport2/
navionegreiro.htm>. Acesso em: 10 jan. 2002, 16:30:30.

C) PARTE DE MONOGRAFIA
Inclui capítulo, volume, fragmento e outras partes de uma obra, com
autor (es) e/ou título próprios. Os elementos essenciais são: autor (es),
título da parte, seguidos da expressão “In:”, e da referência completa da
monografia no todo. No final da referência, deve-se informar a paginação
ou outra forma de individualizar a parte referenciada. Exemplos:

ROMANO, Giovanni. Imagens da juventude na era moderna. In:


LEVI, G.; SCHMIDT, J. (Org.). História dos jovens 2. São Paulo:
Companhia das Letras, 1996. p. 7-16.

SANTOS, F. R. dos. A colonização da terra do Tucujús. In: ______.


História do Amapá, 1o grau. 2. ed. Macapá: Valcan, 1994. cap. 3.

116
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à
referência para melhor identificar o documento. Exemplos:

ROMANO, Giovanni. Imagens da juventude na era moderna.


In: LEVI, G.; SCHMIDT, J. (Org.). História dos jovens 2: a época
contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 7-16.

SANTOS, F. R. dos. A colonização da terra do Tucujús. In: ______.


História do Amapá, 1o grau. 2. ed. Macapá: Valcan, 1994. cap. 3, p.
15-24.

D) PARTE DE MONOGRAFIA EM MEIO ELETRÔNICO


As referências devem obedecer aos padrões indicados para partes
de monografias, como exposto anteriormente, acrescidas das informações
relativas à descrição física do meio eletrônico (disquetes, CD-ROM,
online, etc.). Exemplos:

MORFOLOGIA dos artrópodes. In: ENCICLOPÉDIA multimídia dos


seres vivos. [S.l.]: Planeta De Agostini, c1998. CD-ROM 9.

POLÍTICA. In: DICIONÁRIO da língua portuguesa. Lisboa: Priberam


Informática, 1998. Disponível em: <http://www.priberam.pt/
dlDLPO>. Acesso em: 8 mar. 1999.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Tratados e


organizações ambientais em matéria de meio ambiente. In: _____.
Entendendo o meio ambiente. São Paulo, 1999. v. 1. Disponível em:
<http://www.bdt.org.br/sma/entendendo/atual.htm>. Acesso em: 8
mar. 1999.

E) PUBLICAÇÃO PERIÓDICA
Inclui a coleção como um todo, fascículo ou número de revista,
número de jornal, caderno, etc., na íntegra, e a matéria existente em um
número, volume ou fascículo de periódico (artigos científicos de revistas,
editoriais, matérias jornalísticas, seções, reportagens, etc.). Apresentam
vários elementos que serão destacados a seguir.

117
UNIDADE VI
E.1) Publicação periódica como um todo
A referência de toda a coleção de um título de periódico é utilizada
em listas de referências e catálogos de obras preparados por livreiros,
bibliotecas ou editoras. Os elementos essenciais são: título, local de
publicação, editora, data de início da coleção e data de encerramento da
publicação, se houver. Exemplo:

REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE,


1939-.

Quando necessário, acrescentam-se os elementos complementares


à referência para melhor identificar o documento. São elementos
complementares: informações sobre a periodicidade, mudanças de
título ou incorporações de outros títulos, indicação de índices, ISSN
(International Standard Serial Number) etc. Exemplos:

REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE,


1939-. Trimestral. Absorveu Boletim Geográfico, do IBGE. Índice
acumulado, 1939-1983. ISSN 0034-723X.

BOLETIM GEOGRÁFICO. Rio de Janeiro: IBGE, 1943-1978.


Trimestral.

SÃO PAULO MEDICAL JOURNAL. São Paulo: Associação Paulista


de Medicina, 1941- . Bimensal. ISSN 0035-0362.

118
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
E.2) Partes de revista, boletim, etc.
Inclui volume, fascículo, números especiais e suplementos, entre
outros, sem título próprio. Os elementos essenciais são: título da publicação,
local de publicação, editora, numeração do ano e/ou volume, numeração
do fascículo, informações de períodos e datas de sua publicação. Quando
necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para
melhor identificar o documento. Exemplos:

Número Especial de CONJUNTURA ECONÔMICA. As 500


Revista maiores empresas do Brasil. Rio de Janeiro:
FGV, v.38, n. 9, set. 1984. 135 p. Edição
especial.

Suplemento de PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA


periódico DE DOMICÍLIOS. Mão de obra e
previdência. Rio de Janeiro: IBGE, v. 7,
1983. Suplemento.

Fascículo de Revista DINHEIRO: revista semanal de negócios.


São Paulo: Ed. Três, n. 148, 28 jun. 2000.
98 p.

119
UNIDADE VI
E.3) Artigo e/ou matéria de revista, boletim, periódico, etc.
Inclui partes de publicações periódicas (volumes, fascículos,
números especiais e suplementos, com título próprio), comunicações,
editorial, entrevistas, recensões, reportagens, resenhas e outros. Os
elementos essenciais são: autor (es), título da parte, artigo ou matéria,
título da publicação, local de publicação, numeração correspondente
ao volume e/ou ano, fascículo ou número, paginação inicial e final,
quando se tratar de artigo ou matéria, data ou intervalo de publicação e
particularidades que identificam a parte (se houver). Quando necessário,
acrescentam-se elementos complementares para a referência para
melhor identificar o documento. Exemplos:

AS 500 maiores empresas do Brasil. Conjuntura Econômica, Rio de


Janeiro, v. 38, n. 9, set. 1984. Edição especial.

MÃO-DE-OBRA e previdência. Pesquisa Nacional por Amostra de


Domicílios, Rio de Janeiro; v. 7, 1983. Suplemento.

GURGEL, C. Reforma do Estado e segurança pública. Política e


Administração, Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 15-21, set. 1997.

TOURINHO NETO, F. C. Dano ambiental. Consulex, Brasília, DF,


ano 1, n. 1, p. 18-23, fev. 1997.

MANSILLA, H. C. F. La controversia entre universalismo y


particularismo en la filosofia de la cultura. Revista Latinoamericana
de Filosofia, Buenos Aires, v. 24, n. 2, primavera 1998.

SEKEFF, Gisela. O emprego dos sonhos. Domingo, Rio de Janeiro,


ano 26, n. 1344, p. 30-36, 3 fev. 2002.

COSTA, V. R. À margem da lei: o Programa Comunidade Solidária.


Em Pauta: revista da Faculdade de Serviço Social da UERJ, Rio de
Janeiro, n. 12, p. 131-148, 1998.

120
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
E.4) Artigo e/ou matéria de revista, boletim, periódico, etc., em
meio eletrônico
As referências devem obedecer aos padrões indicados para
artigo e/ou matéria de revista, boletim, etc., de acordo com o descrito
anteriormente, acrescidas das informações relativas à descrição física do
meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, online etc.).
NOTA – Pode ser necessário substituir as informações relativas à
divisão do periódico (volume, fascículo, período de tempo abrangido pelo
fascículo ou outras partes) por outra forma de divisão, característica do
meio eletrônico. Exemplos:

VIEIRA, Cássio Leite; LOPES, Marcelo. A queda do cometa. Neo


Interativa, Rio de Janeiro, n. 2, inverno 1994. 1 CD-ROM.

SILVA, M. M. L. Crimes da era digital. .Net, Rio de Janeiro, nov. 1998.


Seção Ponto de Vista. Disponível em: <http://www.brazilnet.com.br/
contexts/brasilrevistas.htm>. Acesso em: 28 nov. 1998.

RIBEIRO, P. S. G. Adoção à brasileira: uma análise sociojurídica.


Dataveni@, São Paulo, ano 3, n. 18, ago. 1998. Disponível em: <http://
www.datavenia.inf.br/frame.artig.html>. Acesso em: 10 set. 1998.

WINDOWS 98: o melhor caminho para atualização. PC World, São


Paulo, n. 75, set. 1998. Disponível em: <http://www.idg.com.br/abre.
htm>. Acesso em: 10 set. 1998.

121
UNIDADE VI
E.5) Artigo e/ou matéria de jornal
Inclui comunicações, editorial, entrevistas, recensões, reportagens,
resenhas e outros. Os elementos essenciais são: autor (es) (se houver),
título, título do jornal, local de publicação, data de publicação, seção,
caderno ou parte do jornal e a paginação correspondente. Quando não
houver seção, caderno ou parte, a paginação do artigo ou matéria precede
a data. Exemplos:

COSTURA x P.U.R. Aldus, São Paulo, ano 1, n. 1, nov. 1997. Encarte


técnico, p. 8.

NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de S. Paulo,


São Paulo, 28 jun. 1999. Folha Turismo, Caderno 8, p. 13.

LEAL, L. N. MP fiscaliza com autonomia total. Jornal do Brasil, Rio


de Janeiro, p. 3, 25 abr. 1999.

PAIVA, Anabela. Trincheira musical: músico dá lições de cidadania


em forma de samba para crianças e adolescentes. Jornal do Brasil,
Rio de Janeiro, p. 2, 12 jan. 2002.

E.6) Artigo e/ou matéria de jornal em meio eletrônico


As referências devem obedecer aos padrões indicados para artigo e/
ou matéria de jornal, de acordo com o descrito anteriormente, acrescidas
das informações relativas à descrição física do meio eletrônico (disquetes,
CD-ROM, online, etc.). Exemplos:

122
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Artigo de revista SILVA, M.M.L. Crimes da era digital. Net, Rio
de Janeiro, nov. 1998. Seção Ponto de Vista.
Disponível em: <http://www.brazilnet.com.br/
contexts/brasilrevistas.htm>.
Acesso em: 28 nov. 1998.

RIBEIRO, P. S. G. Adoção à brasileira: uma


análise sócio-jurídica. Datavenia, São Paulo,
ano 3, n. 18, ago. 1998. Disponível em: <http://
www.datavenia.inf.br/frameartig.html>.
Acesso em: 10 set. 1998.

Matéria de Revista WINDOWS 98: o melhor caminho para


Não Assinada atualização. PC World, São Paulo, n. 75, set.
1998. Disponível em: <http://www.idg.com.br/
abre.htm>. Acesso em: 10 set. 1998.

Matéria de Jornal SILVA, I. G. Pena de morte para o nascituro. O


Assinada Estado de São Paulo, São Paulo, 19 set. 1998.
Disponível em: <http://www.providafamilia.
org/pena_morte_nascituro.htm>.
Acesso em: 19 set. 1998.

Artigo de Jornal KELLY, R. Eletronic publishing at APS: its not


Científico just online journalism. APS Newes Online, Los
Angeles , Nov. 1996. Disponível em:< ttp://
www.aps.org/apsnews/1196/11965.html>
Acesso em: 25 nov. 1998.

Matéria de Jornal ARRANJO tributário. Diário do Nordeste


Não Assinada Online, Fortaleza, 27 nov. 1998. Disponível em:
http://www.diariodonordeste. com.br. Acesso
em: 28 nov. 1998

123
UNIDADE VI
F) EVENTO COMO UM TODO

Inclui o conjunto dos documentos reunidos num produto final


do próprio evento (atas, anais, resultados, proceedings, entre outras
denominações). Os elementos essenciais são: nome do evento, numeração
(se houver), ano e local (cidade) de realização. Em seguida, deve-se
mencionar o título do documento (anais, atas, tópico temático, etc.),
seguido dos dados de local de publicação, editora e data da publicação.
Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à
referência para melhor identificar o documento. Exemplos:

Anais de Congresso SIMPÓSIO BRASILEIRO DE REDES DE


COMPUTADORES,13., 1995, Belo Horizonte.
Anais...Belo Horizonte: UFMG, 1995. 655 p.

Proceedings de CHANGES DURING FOOD PROCESSING,


Encontro 1984, Valencia. Proceedings... Valencia:
Instituto de Agroquimica y Tecnologia de
Alimentos, 1984.

Resumos de REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE


Encontro BRASILEIRA DE QUÍMICA, 20., 1997, Poços
de Caldas. Química: academia, indústria,
sociedade: livro de resumos. São Paulo:
Sociedade Brasileira de Química, 1997.

F.1) Evento como um todo em meio eletrônico


As referências devem obedecer aos padrões indicados para evento
como um todo, de acordo com o descrito anteriormente, acrescidas das
informações relativas à descrição física do meio eletrônico (disquetes,
CD-ROM, online, etc.). Exemplo:

CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe, 4., 1996,


Recife. Anais Eletrônicos... Recife: UFPe, 1996. Disponível em:
<http://www.propesq.ufpe.br/anais/ anais.htm>. Acesso em: 21 jan.
1997.

124
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
G) TRABALHO APRESENTADO EM EVENTO

Inclui trabalhos apresentados em evento (parte do evento). Os


elementos essenciais são: autor(es), título do trabalho apresentado,
seguido da expressão In:, nome do evento, numeração do evento (se
houver), ano e local (cidade) de realização, título do documento (anais,
atas, tópico temático, etc.), local, editora, data de publicação e página
inicial e final da parte referenciada. Quando necessário, acrescentam-
se elementos complementares à referência para melhor identificar o
documento. Exemplos:

Resumo de MARTIN NETO, L; BAYER, C.; MIELNICZUK,


Trabalho de J. Alterações/ qualitativas da matéria orgânica
Congresso e os fatores determinantes da sua estabilidade
num solo podzólico vermelho escuro em
diferentes sistemas de manejo. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 26.,
1997, Rio de Janeiro. Resumos...Rio de Janeiro:
Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1997. p.
443, ref. 6-141.

Trabalho BRAYNER, A.R.A.; MEDEIROS, C.B.


Publicado Incorporação do tempo em SGBD orientado
em Anais de a objetos. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
Congresso BANCO DE DADOS, 9.; 1994, São Paulo. Anais...
São Paulo: USP, 1994. p. 16-29.

Colaboração em SOUZA, L.S.; BORGES, A.L.; REZENDE, J.O.


Reunião Influência da correção e do preparo do solo sobre
algumas propriedades químicas do solo cultivado
com bananeiras. In: REUNIÃO BRASILEIRA
DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO
DE PLANTAS, 21., 1994, Petrolina. Anais...
Petrolina: EMBRAPA, CPATSA, 1994. p. 3-4.

125
UNIDADE VI
G.1) Trabalho apresentado em evento em meio eletrônico
As referências devem obedecer aos padrões indicados para trabalhos
apresentados em evento, de acordo com o descrito anteriormente,
acrescidas das informações relativas à descrição física do meio eletrônico
(disquetes, CD-ROM, online, etc.). Exemplos:

GUNCHO, M. R. A educação a distância e a biblioteca universitária.


In: SEMINÁRIO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 10., 1998,
Fortaleza. Anais... Fortaleza: Tec Treina, 1998. 1 CD-ROM.

SILVA, R. N.; OLIVEIRA, R. Os limites pedagógicos do paradigma


da qualidade total na educação. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO
CIENTÍFICA DA UFPe, 4., 1996, Recife. Anais eletrônicos... Recife:
UFPe, 1996. Disponível em: <http://www. propesq. ufpe.br/
anais/anais/educ/ce04.htm>. Acesso em: 21 jan. 1997.

SABROZA, P. C. Globalização e saúde: impacto nos perfis


epidemiológicos das populações. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
EPIDEMIOLOGIA, 4., 1998, Rio de Janeiro. Anais eletrônicos... Rio
de Janeiro: ABRASCO, 1998. Mesa-redonda. Disponível em:
<http://www.abrasco.com.br/epirio98/>. Acesso em: 17 jan. 1999.

KRZYZANOWSKI, R. F. Valor agregado no mundo da informação: um


meio de criar novos espaços competitivos a partir da tecnologia da
informação e melhor satisfazer às necessidades dos clientes/usuários.
In: CONGRESSO REGIONAL DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIAS
DA SAÚDE, 3., 1996, Rio de Janeiro. Interligações da tecnologia da
informação: um elo futuro. Disponível em: <http://www.bireme.br/
cgibin/crics3/texto?titulo= VALOR+ AGREGADO+NO+MUNDO>.
Acesso em: 26 jan. 1999.

126
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
H) DOCUMENTO JURÍDICO

Inclui legislação, jurisprudência (decisões judiciais) e doutrina


(interpretação dos textos legais). No caso de legislação, compreende a
Constituição, as emendas constitucionais e os textos legais infraconstitucionais
(lei complementar e ordinária, medida provisória, decreto em todas as suas
formas, resolução do Senado Federal) e normas emanadas das entidades
públicas e privadas (ato normativo, portaria, resolução, ordem de serviço,
instrução normativa, comunicado, aviso, circular, decisão administrativa,
entre outros). Os elementos essenciais são: jurisdição (ou cabeçalho da
entidade, no caso de se tratar de normas), título, numeração, data e dados
da publicação. No caso de Constituições e suas emendas, entre o nome da
jurisdição e o título, acrescenta-se a palavra Constituição, seguida do ano de
promulgação, entre parênteses. Exemplos:

SÃO PAULO (Estado). Decreto no 42.822, de 20 de janeiro de 1998.


Dispõe sobre a desativação de unidades administrativas de órgãos
da administração direta e das autarquias do Estado e dá providências
correlatas. Lex: coletânea de legislação e jurisprudência, São Paulo,
v. 62, n. 3, p. 217-220, 1998.

BRASIL. Medida provisória no 1.569-9, de 11 de dezembro de


1997. Estabelece multa em operações de importação, e dá outras
providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Poder Executivo, Brasília, DF, 14 dez. 1997. Seção 1, p. 29514.

BRASIL. Decreto-lei no 5.452, de 1 de maio de 1943. Aprova a


consolidação das leis do trabalho. Lex: coletânea de legislação: edição
federal, São Paulo, v. 7, 1943. Suplemento.

BRASIL. Código civil. Organização dos textos, notas remissivas e


índices por Juarez de Oliveira. 46. ed. São Paulo: Saraiva, 1995.

BRASIL. Congresso. Senado. Resolução no 17, de 1991. Autoriza


o desbloqueio de Letras Financeiras do Tesouro do Estado do Rio
Grande do Sul, através de revogação do parágrafo 2o, do artigo 1o da
Resolução no 72, de 1990. Coleção de Leis da República Federativa
do Brasil, Brasília, DF, v. 183, p. 1156-1157, maio/jun. 1991.

BRASIL. Constituição (1988). Emenda constitucional no 9, de 9 de


novembro de 1995. Dá nova redação ao art. 177 da Constituição
Federal, alterando e inserindo parágrafos. Lex: legislação federal e
marginália, São Paulo, v. 59, p. 1966, out./dez. 1995.

127
UNIDADE VI
H.1) Documento jurídico em meio eletrônico
É essencial, após indicar os elementos conforme descritos
anteriormente, acrescentar o endereço eletrônico e data de acesso.
Exemplos:

LEGISLAÇÃO brasileira: normas jurídicas federais, bibliografia


brasileira de Direito. 7. ed. Brasília, DF: Senado Federal, 1999. 1
CDROM. Inclui resumos padronizados das normas jurídicas editadas
entre janeiro de 1946 e agosto de 1999, assim como textos integrais
de diversas normas.

BRASIL. Regulamento dos benefícios da previdência social. In:


SISLEX: Sistema de Legislação, Jurisprudência e Pareceres da
Previdência e Assistência Social. [S.l.]: DATAPREV, 1999. 1 CD-ROM.

BRASIL. Lei no 9.887, de 7 de dezembro de 1999. Altera a legislação


tributária federal. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, 8 dez. 1999. Disponível em: <http://www.in.gov.br/mp_
leis/leis_texto.asp?ld=LEI%209887>. Acesso em: 22 dez. 1999.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula no 14. Não é admissível,


por ato administrativo, restringir, em razão de idade, inscrição em
concurso para cargo público. Disponível em: <http://www.truenetm.
com.br/jurisnet/sumusSTF.html>. Acesso em: 29 nov. 1998.

I) DOCUMENTO DE ACESSO EXCLUSIVO EM MEIO


ELETRÔNICO

Inclui bases de dados, listas de discussão, BBS (site), arquivos em


disco rígido, programas, conjuntos de programas e mensagens eletrônicas
entre outros. Os elementos essenciais são: autor(es), título do serviço ou
produto, versão (se houver) e descrição física do meio eletrônico.
NOTA:
1) No caso de arquivos eletrônicos, acrescentar a respectiva extensão
à denominação atribuída ao arquivo.
2) As mensagens que circulam por intermédio do correio eletrônico
devem ser referenciadas somente quando não se dispuser de nenhuma
outra fonte para abordar o assunto em discussão. Mensagens trocadas
por e-mail têm caráter informal, interpessoal e efêmero, e desaparecem
rapidamente, não sendo recomendável seu uso como fonte científica ou
técnica de pesquisa. Exemplos:

128
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Banco de BIRDS from Amapá: banco de dados. Disponível em:
Dados <http://www.bdt.org/bdt/avifauna/aves>. Acesso em: 25
nov. 1998.

ÁCAROS no Estado de São Paulo (Enseius concordis):


banco de dados preparado por Carlos H. W. Flechtmann.
In: FUNDAÇÃO TROPICAL DE PESQUISAS E
TECNOLOGIA “ANDRÉ TOSELLO”, Bases de Dados
Tropical: no ar desde 1985. Disponível em:< <http://www.
bdt.org/bdt/acarosp>. Acesso em: 28 nov. 1998.

Lista BIOLINE Discussion List. List maintained by the Bases de


Discussão dados Tropical, BDT in Brasil. Disponível em: <lisserv@
bdt.org.br>. Acesso em: 25 nov. 1998.

Catálogo BOOK ANNOUNCEMENT 13 MAY 1997. Produced by J.


Comercial Drummond. Disponível em: <http://www.bdt.org.br/
em bioline /DBSearch?BIOLINEL+ READC+57>. Acesso
Homepage em: 25 nov. 1998.

Homepage CIVITAS. Coordenação de Simão Pedro P. Marinho.


Institucional Desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais, 1995-1998. Apresenta textos sobre
urbanismo e desenvolvimento de cidades. Disponíveis em:
<http//www.gcsnet.com.br/oamis/civitas>. Acesso em: 27
nov. 1998.

GALERIA virtual de arte do Vale do Paraíba. São José


dos Campos, Fundação Cultural Cassiano Ricardo, 1998.
Apresenta reproduções virtuais de obras de artistas
plásticos do Vale do Paraíba. Disponível em: <http//www.
virtualvale.com.Br/ oamis/civitas>. Acesso em: 27 nov.
1998.

Arquivo em UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca


disquete Central. Normas.doc.normas para apresentação de
trabalhos. Curitiba, 7 mar. 1998. 5 disquetes, 3 ½ pol. Word
for Windows 7.0.

Base de UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca de


Dados Ciência e Tecnologia. Mapas. Curitiba, 1997. Base de
Dados em Microlsis, versão 3.7.

Programa MICROSOFT Project for Windows 95, version 4.1: project


(Software) planning software. [S.I.]: Microsoft Corporation, 1995.
Conjunto de programas. 1 CD-ROM.

e-mail ACCIOLY, F. Publicação eletrônica [mensagem pessoal].


Mensagem recebida por <mtmendes@uol.com.br> em
26 jan. 2000.
129
UNIDADE VI
TRANSCRIÇÃO DOS ELEMENTOS

Os padrões de transcrição de elementos apresentados na sequência


aplicam-se aos modelos de referências vistos na seção anterior, indicados
para apresentação dos elementos que compõem as referências e aplicam-
se a todos os tipos de documentos.
Assim, baseado na norma da ABNT NBR 10520: 2002, destacam-se
aqueles que são mais importantes para esta disciplina.

A) AUTORIA

Para indicação da forma correta de entrada de nomes, pessoais e/ou


de entidades, deve ser utilizado o Código de Catalogação Anglo-Americano
vigente. Considera-se autor(es), pessoa(s) física(s) responsável(eis)
pela criação do conteúdo intelectual ou artístico de um documento. Já
autor(es) entidade(s) são instituição(ões), organização(ões), empresa(s),
comitê(s), comissão(ões), evento(s), entre outros, responsável(eis) por
publicações em que não se distingue autoria pessoal.

A.1) Autor pessoal

Indica(m)-se o(s) autor(es), de modo geral, pelo último sobrenome,


em maiúsculas, seguido do(s) prenome(s) e outros sobrenomes,
abreviado(s) ou não. Recomenda-se, tanto quanto possível, o mesmo
padrão para abreviação de nomes e sobrenomes, usados na mesma
lista de referências. Os nomes devem ser separados por ponto e
vírgula, seguido de espaço. Exemplos:

ALVES, Roque de Brito. Ciência criminal. Rio de Janeiro: Forense,


1995.

DAMIÃO, Regina Toledo; HENRIQUES, Antonio. Curso de direito


jurídico. São Paulo: Atlas, 1995.

PASSOS, L. M. M.; FONSECA, A.; CHAVES, M. Alegria de saber:


matemática, segunda série, 2, primeiro grau: livro do professor. São
Paulo: Scipione, 1995. 136 p.

130
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Quando existirem mais de três autores, indica-se apenas o primeiro,
acrescentando-se a expressão et al. Em casos específicos (projetos de
pesquisa científica, indicação de produção científica em relatórios
para órgãos de financiamento, etc.), nos quais a menção dos nomes
for indispensável para certificar a autoria, é facultado indicar todos os
nomes.Exemplo:

URANI, A. Et al. Constituição de uma matriz de contabilidade social


para o Brasil. Brasília, DF: IPEA, 1994.

Quando houver indicação explícita de responsabilidade pelo


conjunto da obra, em coletâneas de vários autores, a entrada deve ser
feita pelo nome do responsável, seguida da abreviação, no singular,
do tipo de participação (organizador, compilador, editor, coordenador,
etc.), entre parênteses. Exemplos:

FERREIRA, Leslie Piccolotto (Org.). O fonoaudiólogo e a escola. São


Paulo: Summus, 1991.

MARCONDES, E.; LIMA, I. N. de (Coord.). Dietas em pediatria


clínica. 4. ed. São Paulo: Sarvier, 1993.

MOORE, W. (Ed.). Construtivismo del movimiento educacional:


soluciones. Córdoba, AR.: [s.n.], 1960.

LUJAN, Roger Patron (Comp.). Um presente especial. Tradução Sonia


da Silva. 3. ed. São Paulo: Aquariana, 1993. 167 p.

Outros tipos de responsabilidade (tradutor, revisor, ilustrador entre


outros) podem ser acrescentados após o título, conforme aparecem no
documento. Exemplos:

DANTE ALIGHIERI. A divina comédia. Tradução, prefácio e notas:


100Hernani Donato. São Paulo: Círculo do Livro, [1983]. 344 p.

GOMES, Orlando. O direito de família. Atualização e notas de Humberto


Theodoro Júnior. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1995. 562 p.

ALBERGARIA, Lino de. Cinco anos sem chover: história de Lino de


Albergaria. Ilustrações de Paulo Lyra. 12. ed. São Paulo : FTD, 1994. 63 p.

CHEVALIER, Jean ; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos.


Tradução Vera da Costa e Silva et al. 3. ed. Ver. E aum. Rio de Janeiro:
J. Olympio, 1990.

131
UNIDADE VI
A.2) Autor entidade

As obras de responsabilidade de entidade (órgãos governamentais,


empresas, associações, congressos, seminários, etc.) têm entrada, de
modo geral, pelo seu próprio nome, por extenso. Exemplos:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520:


informação e documentação: citações em documentos: apresentação.
Rio de Janeiro, 2002.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Catálogo de teses da Universidade


de São Paulo, 1992. São Paulo, 1993. 467 p.

CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E


DOCUMENTAÇÃO, 10., 1979, Curitiba. Anais... Curitiba: Associação
Bibliotecária do Paraná, 1979. 3 v.

Quando a entidade tem uma denominação genérica, seu nome é


precedido pelo nome do órgão superior, ou pelo nome da jurisdição
geográfica à qual pertence. Exemplos:

SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Diretrizes para


a política ambiental do Estado de São Paulo. São Paulo, 1993. 35 p.

BRASIL. Ministério da Justiça. Relatório de atividades. Brasília, DF,


1993. 28 p.

Quando a entidade, vinculada a um órgão maior, tem uma


denominação específica que a identifica, a entrada é feita diretamente
pelo seu nome. Em caso de duplicidade de nomes, deve-se acrescentar
no final a unidade geográfica que identifica a jurisdição, entre
parênteses. Exemplos:

BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Relatório da Diretoria-Geral:


1984. Rio de Janeiro, 1985. 40 p.

BIBLIOTECA NACIONAL (Portugal). O 24 de julho de 1833 e a


guerra civil de 1829-1834. Lisboa, 1983. 95 p.

132
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
A.3) Autoria desconhecida

Em caso de autoria desconhecida, a entrada é feita pelo título. O


termo anônimo não deve ser usado em substituição ao nome do autor
desconhecido. Exemplo:

DIAGNÓSTICO do setor editorial brasileiro. São Paulo: Câmara


Brasileira do Livro, 1993. 64 p.

B) TÍTULO E SUBTÍTULO

Considera-se título a palavra, expressão ou frase que designa


o assunto ou o conteúdo de um documento e o subtítulo como sendo
informações apresentadas em seguida ao título, visando esclarecê-lo ou
complementá-lo, de acordo com o conteúdo do documento.

O título e o subtítulo (se for usado) devem ser reproduzidos tal como
figuram no documento, separados por dois-pontos. Exemplos:

PASTRO, Cláudio. Arte sacra. São Paulo: Loyola, 1993.

PASTRO, Cláudio. Arte sacra: espaço sagrado hoje. São Paulo: Loyola,
1993. 343 p.

Em títulos e subtítulos demasiadamente longos, podem-se suprimir


as últimas palavras, desde que não seja alterado o sentido. A supressão
deve ser indicada por reticências. Exemplos:

ARTE de furtar... Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.

LEVI, R. Edifício Columbus...: n. 1930-33. 1997. 108 f. Plantas


diversas. Originais em papel vegetal.

GONSALVES, Paulo Eiró (Org.). A criança: perguntas e respostas:


médicos, psicólogos, professores, técnicos, dentistas... Prefácio do
Prof. Dr. Carlos da Silva Lacaz. São Paulo: Cultrix: Ed. da USP, 1971.

133
UNIDADE VI
Quando o título aparecer em mais de uma língua, registra-se o
primeiro. Opcionalmente, registra-se o segundo ou o que estiver em
destaque, separando-o do primeiro pelo sinal de igualdade. Exemplo:

SÃO PAULO MEDICAL JOURNAL= REVISTA PAULISTA DE


MEDICINA. São Paulo: Associação Paulista de Medicina,
1941- .Bimensal. ISSN 0035-0362.

Quando se referenciam periódicos no todo (toda a coleção), ou


quando se referencia integralmente um número ou fascículo, o título
deve ser sempre o primeiro elemento da referência, devendo figurar
em letras maiúsculas. Exemplo:

REVISTA BRASILEIRA DE BIBLIOTECONOMIA E


DOCUMENTAÇÃO. São Paulo: FEBAB, 1973-1992.

No caso de periódico com título genérico, incorpora-se o nome da


entidade autora ou editora, que se vincula ao título por uma preposição
entre colchetes. Exemplo:

BOLETIM ESTATÍSTICO [da] Rede Ferroviária Federal. Rio de


Janeiro, 1965- . Trimestral.

Quando não existir título, deve-se atribuir uma palavra ou frase


que identifique o conteúdo do documento, entre colchetes. Exemplo:

SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AQUICULTURA, 1., 1978, Recife.


[Trabalhos apresentados]. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de
Ciências, 1980. ii, 412 p.

134
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
C) EDIÇÃO

Entende-se por edição todos os exemplares produzidos a partir de


um original ou matriz. Pertencem à mesma edição de uma obra todas as
suas impressões, reimpressões, tiragens, etc., produzidas diretamente ou
por outros métodos, sem modificações, independentemente do período
decorrido desde a primeira publicação.

Quando houver uma indicação de edição, esta deve ser transcrita,


utilizando-se abreviaturas dos numerais ordinais e da palavra edição,
ambas na forma adotada na língua do documento. Exemplos:

SCHAUM, Daniel. Schaum’s outline of theory and problems. 5th ed.


New York: Schaum Publishing, 1956. 204 p.

PEDROSA, Israel. Da cor à cor inexistente. 6. ed. Rio de Janeiro: L.


Cristiano, 1995. 219 p.

Indicam-se emendas e acréscimos à edição, de forma abreviada.


Exemplo:

FRANÇA, Júnia Lessa et al. Manual para normalização de


publicações técnico-científicas. 3. ed. rev. e aum. Belo Horizonte: Ed.
da UFMG, 1996.

Considerar a versão de documentos eletrônicos como equivalente


à edição e transcrevê-la como tal. Exemplo:

ASTROLOGY source. Version 1.0A. Seattle: Multicom Publishing,


c1994. 1 CD-ROM.

135
UNIDADE VI
D) LOCAL

Indica a localidade - cidade - em que o material foi produzido.

O nome do local (cidade) de publicação deve ser indicado tal como


figura no documento. Exemplo:

ZANI, R. Beleza, saúde e bem-estar. São Paulo: Saraiva, 1995. 173 p.

No caso de homônimos de cidades, acrescenta-se o nome do estado,


do país etc. Exemplos:

Viçosa, AL; Viçosa, MG; e Viçosa, RJ

Quando houver mais de um local para uma só editora, indica-se o


primeiro ou o mais destacado. Exemplo:

SWOKOWSKI, E. W.; FLORES, V. R. L. F.; MORENO, M. Q. Cálculo


de geometria analítica. Tradução de Alfredo Alves de Faria. Revisão
técnica Antonio Pertence Júnior. 2. ed. São Paulo: Makron Books do
Brasil, 1994. 2 v.

Quando a cidade não aparece no documento, mas pode ser


identificada, indica-se entre colchetes. Exemplo:

LAZZARINI NETO, Sylvio. Cria e recria. [São Paulo]: SDF Editores,


1994. 108 p.

Não sendo possível determinar o local, utiliza-se a expressão sine


loco, abreviada, entre colchetes [S.l.]. Exemplos:

OS GRANDES clássicos das poesias líricas. [S.l.]: Ex Libris, 1981. 60 f.

KRIEGER, Gustavo; NOVAES, Luís Antonio; FARIA, Tales. Todos os


sócios do presidente. 3. ed. [S.l.]: Scritta, 1992. 195 p.

136
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
E) EDITORA

Entende-se por editora a casa publicadora, pessoa(s) ou instituição


responsável pela produção editorial. Conforme o suporte documental,
outras denominações são utilizadas: produtora (para imagens em
movimento), gravadora (para registros sonoros), entre outras.
NOTA - Não confundir com a designação do editor, utilizada para
indicar o responsável intelectual ou científico que atua na reunião de
artigos para uma revista, jornal, etc., ou que coordena ou organiza a
preparação de coletâneas.

O nome da editora deve ser indicado tal como figura no documento,


abreviando-se os prenomes e suprimindo-se palavras que designam
a natureza jurídica ou comercial, desde que sejam dispensáveis para
identificação. Exemplos:

DAGHLIAN, Jacob. Lógica e álgebra de Boole. 4. ed. São Paulo:


Atlas, 1995. 167 p., il. Bibliografia: p.166-167. ISBN 85-224-1256-1.

LIMA, M. Tem encontro com Deus: teologia para leigos. Rio de


Janeiro: J. Olympio, 1985.

Quando houver duas editoras, indicam-se ambas, com seus


respectivos locais (cidades). Se as editoras forem três ou mais, indica-
se a primeira ou a que estiver em destaque. Exemplo:

ALFONSO-GOLDFARB, Ana Maria; MAIA, Carlos A. (Coord.)


História da ciência: o mapa do conhecimento. Rio de Janeiro:
Expressão e Cultura; São Paulo: EDUSP, 1995. 968 p. (América 500
anos, 2).

Quando a editora não puder ser identificada, deve-se indicar a


expressão sine nomine, abreviada, entre colchetes [s.n.]. Exemplo:

FRANCO, I. Discursos: de outubro de 1992 a agosto de 1993. Brasília,


DF: [s.n.], 1993. 107 p.

137
UNIDADE VI
Quando o local e o editor não puderem ser identificados na
publicação, utilizam-se ambas as expressões, abreviadas e entre
colchetes [S.l.: s.n.]. Exemplo:

GONÇALVES, F. B. A história de Mirador. [S.l.: s.n.], 1993.

Quando a editora é a mesma instituição ou pessoa responsável pela


autoria e já tiver sido mencionada, não é indicada. Exemplos:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. Catálogo de graduação,


1994-1995. Viçosa, MG, 1994. 385 p.

RIBEIRO, Antonia Motta de Castro Memória. AACR2, Anglo-


American Cataloguing Rules, 2nd edition: descrição e pontos de
acesso. 2. ed. rev. e atual. Brasília, DF, 2001.

F) DATA

É a descrição do ano em que o trabalho foi publicado pela primeira


vez. Ou ainda, da sua última impressão e/ou versão.

A data de publicação deve ser indicada em algarismos arábicos.


Exemplo:

LEITE, C. B. O século do desempenho. São Paulo: LTr, 1994. 160 p.

Por se tratar de elemento essencial para a referência, sempre deve


ser indicada uma data, seja da publicação, distribuição, do copirraite,
da impressão, da apresentação (depósito) de um trabalho acadêmico,
ou outra. Exemplo:

CIPOLLA, Sylvia. Eu e a escola, 2ª série. São Paulo: Paulinas, c1993.


63 p.

138
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Se nenhuma data de publicação, distribuição, copirraite, impressão,
etc., puder ser determinada, registra-se uma data aproximada entre
colchetes, de acordo com os exemplos a seguir:

[1971 ou 1972] um ano ou outro


[1969?] data provável
[1973] data certa, não indicada no item
[entre 1906 e 1912] use intervalos menores de 20 anos
[ca. 1960] data aproximada
[197-] década certa
[197-?] década provável
[18--] século certo
[18--?] século provável

Nas referências de vários volumes de um documento, produzidos


em um período, indicam-se as datas, mais antiga e mais recente da
publicação, separadas por hífen. Exemplo:

RUCH, Gastão. História geral da civilização: da Antigüidade ao XX


século. Rio de Janeiro: F. Briguiet, 1926-1940. 4 v.

Em listas e catálogos, para as coleções de periódicos em curso de


publicação, indica-se apenas a data inicial seguida de hífen e um
espaço. Exemplo:

GLOBO RURAL. São Paulo: Rio Gráfica, 1985- . Mensal.

Em caso de publicação periódica, indicam-se as datas inicial e


final do período de edição, quando se tratar de publicação encerrada.
Exemplo:

DESENVOLVIMENTO & CONJUNTURA. Rio de Janeiro:


Confederação Nacional da Indústria, 1957-1968. Mensal.

139
UNIDADE VI
Os meses devem ser indicados de forma abreviada, no idioma
original da publicação. Exemplos:

ALCARDE, J. C.; RODELLA, A. A. O equivalente em carbonato de


cálcio dos corretivos da acidez dos solos. Scientia Agricola, Piracicaba,
v. 53, n. 2/3, p. 204-210, maio/dez. 1996.

BENNETTON, M. J. Terapia ocupacional e reabilitação psicossocial:


uma relação possível. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade
de São Paulo, São Paulo, v. 4, n. 3, p. 11-16, mar. 1993.

Se a publicação indicar, em lugar dos meses, as estações do ano ou


as divisões do ano em trimestres, semestres etc., transcrevem-se os
primeiros tais como figuram no documento e abreviam-se os últimos.
Exemplos:

MANSILLA, H. C. F. La controversia entre universalismo y


particularismo en la filosofía de la cultura. Revista Latinoamericana
de Filosofía, Buenos Aires, v. 24, n. 2, primavera 1998.

FIGUEIREDO, E. Canadá e Antilhas: línguas populares, oralidade e


literatura. Gragoatá, Niterói, n. 1, p. 127-136, 2. sem. 1996.

G) DESCRIÇÃO FÍSICA

Serve para caracterizar a configuração da obra publicada, facilitando


seu reconhecimento.

Pode-se registrar o número da última página, folha ou coluna de


cada sequência, respeitando-se a forma encontrada (letras, algarismos
romanos e arábicos). Exemplos:

LUCCI, E. A. Viver e aprender: estudos sociais, 3: exemplar do


professor. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1994. 96, 7 p.

FELIPE, Jorge Franklin Alves. Previdência social na prática forense.


4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1994. viii, 236 p.

JAKUBOVIC, J.; LELLIS, M. Matemática na medida certa, 8. série:


livro do professor. 2. ed. São Paulo: Scipione, 1994. 208, xxi p.

140
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Quando o documento for constituído de apenas uma unidade física,
ou seja, um volume, indica-se o número total de páginas ou folhas,
seguido da abreviatura p. ou f.
NOTA – A folha é composta de duas páginas: anverso e verso.
Alguns trabalhos, como teses e dissertações, são impressos apenas no
anverso e, neste caso, indica-se f. Exemplos:

PIAGET, Jean. Para onde vai a educação. 7. ed. Rio de Janeiro: J.


Olympio, 1980. 500 p.

TABAK, F. A lei como instrumento de mudança social. Fortaleza:


Fundação Waldemar Alcântara, 1993. 17 f.

Quando o documento for publicado em mais de uma unidade física,


ou seja, mais de um volume, indica-se a quantidade de volumes,
seguida da abreviatura v. Exemplo:

TOURINHO FILHO, F. C. Processo penal. 16. ed. rev. e atual. São


Paulo: Saraiva, 1994. 4 v.

Quando se referenciarem partes de publicações, mencionam-


se os números das folhas ou páginas inicial e final, precedidos da
abreviatura f. ou p., ou indica-se o número do volume, precedido da
abreviatura v., ou outra forma de individualizar a parte referenciada.
Exemplos:

REGO, L. L. B. O desenvolvimento cognitivo e a prontidão para a


alfabetização. In: CARRARO, T. N. (Org.). Aprender pensando. 6. ed.
Petrópolis: Vozes, 1991. p. 31-40.

TURANO, J. C.; TURANO, L. M. Fatores determinantes da oclusão


em prótese total. In: ______. Fundamentos de prótese total. 4. ed. São
Paulo: Quintessence, 1998. cap. 13.

ORDENAÇÃO DAS REFERÊNCIAS



De acordo com a norma da ABNT NBR 6023:2002, as referências dos
documentos citados em um trabalho devem ser ordenadas de acordo com
o sistema utilizado para citação no texto, conforme NBR 10520 (2002).
Os sistemas mais utilizados são: alfabético (ordem alfabética de
entrada) e numérico (ordem de citação no texto).

141
UNIDADE VI
Sistema Alfabético
Se for utilizado o sistema alfabético, as referências devem ser
reunidas no final do trabalho, do artigo ou do capítulo, em uma única
ordem alfabética. As chamadas no texto devem obedecer à forma adotada
na referência, com relação à escolha da entrada, mas não necessariamente
quanto à grafia, conforme a NBR 10520 (2002).
Eventualmente, o(s) nome(s) do(s) autor(es) de várias obras
referenciadas sucessivamente, na mesma página, pode(m) ser
substituído(s), nas referências seguintes à primeira, por um traço sublinear
(equivalente a seis espaços) e ponto. Exemplo:

FREYRE, Gilberto. Casa grande & senzala: formação da família brasileira


sob regime de economia patriarcal. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1943. 2 v.

______ . Sobrados e mucambos: decadência do patriarcado rural no


Brasil. São Paulo: Ed. Nacional, 1936.

Sistema Numérico
Se for utilizado o sistema numérico no texto, a lista de referências
deve seguir a mesma ordem numérica crescente. O sistema numérico
não pode ser usado concomitantemente para notas de referência e notas
explicativas. Exemplos:

No texto:
De acordo com as novas tendências da jurisprudência brasileira1, é
facultado ao magistrado decidir sobre a matéria.
Todos os índices coletados para a região escolhida foram analisados
minuciosamente2.

Na lista de referências:
1 CRETELLA JÚNIOR, José. Do impeachment no direito brasileiro. [São
Paulo]: R. dos Tribunais, 1992. p. 107.

2 BOLETIM ESTATÍSTICO [da] Rede Ferroviária Federal. Rio de Janeiro,


1965. p. 20.

142
UNIDADE VI
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
Nesta unidade foram apresentadas e discutidas as metodologias recomendadas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas para a elaboração de citações e referências em
textos acadêmicos e científicos. Buscou-se apresentar aquelas que eram mais apropriadas
para os trabalhos de pesquisa na área tecnológica.
Dessa maneira, tem-se os elementos necessários para a correta citação e
referenciação de autores em trabalhos de natureza científica, numa linguagem própria e
baseada em organismos e tratados internacionais.
Espera-se sua correta aplicação e que você, caro aluno, possa utilizá-las cada vez
mais, nos trabalhos que irá desenvolver nesse curso de especialização. Bom trabalho

http://www.unit.br/downloads/manuais/citacoes-e-referencias1.pdf
http://www.ddi.ufcg.edu.br/portal/ArquivosDownloads/Nata/NBR6023.pdf

1. Baseado nos conteúdos apresentados nesta unidade, apresente um exemplo de


cada modelo de referência descrito anteriormente.

143
UNIDADE VI
144
UNIDADE
PALAVRAS VI
FINAIS
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
PALAVRAS FINAIS

Caro aluno,
Você concluiu mais uma etapa do processo ensino-aprendizagem
que iniciou com esta disciplina de Metodologia da Pesquisa. São
conteúdos que serão úteis não só para este curso de especialização, mas
que, com certeza, vai auxiliá-lo em muitos outros trabalhos.
Articulando-se numa perspectiva histórica e evolutiva, o
conhecimento da evolução da Ciência e dos métodos de pesquisa conduziu
você a um novo estágio de conhecimento, que passa pelo domínio das
técnicas e procedimentos da redação científica, da estruturação de
projetos de pesquisa e da montagem de uma monografia.
São conteúdos articulados e relacionados que contribuem para a
formação de um espírito crítico e inovador, de investigação e de pesquisa,
de ação e de resultados. É isso que espero de você, caro aluno, é nisso
que acredito assim como você!
Espero que você tenha atingido todos os objetivos da disciplina
e que além disso, tenha tirado o melhor proveito dos conteúdos que
acompanhou, esforçando-se para realizar as atividades propostas.
Sua atividade não acabou, ela apenas começa na perspectiva que a
partir de agora se delineia, ou seja, você está apto para a elaboração de
sua monografia de conclusão deste curso de especialização. E, por isso,
desejo a cada um de vocês, enorme sucesso!!

O autor

145
PALAVRAS FINAIS
146
REFERÊNCIAS
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
REFERÊNCIAS

ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico. 8.


ed. São Paulo: Atlas, 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023:


Informação e documentação – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro,
2002.

______. NBR 6024: Informação e documentação – Numeração progressiva


das seções de um documento escrito - Apresentação. Rio de Janeiro, 2003.

______. NBR 6027: Informação e documentação – Sumário – Apresentação.


Rio de Janeiro, 2012.

______. NBR 6028: Informação e documentação – Resumo – Procedimento.


Rio de Janeiro, 2003.

______. NBR 6034: Informação e documentação – Índice – Apresentação. Rio


de Janeiro, 2005.

______. NBR 10520: Informação e documentação – Citações em documentos


– Apresentação. Rio de Janeiro, 2002.

______. NBR 12225: Informação e documentação – Lombada – Apresentação.


Rio de Janeiro, 2004.

______. NBR 14724: Informação e documentação – Trabalhos acadêmicos –


Apresentação. Rio de Janeiro, 2011.

BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de metodologia


científica. 2. ed. ampliada. São Paulo: Pearson Makron Books, 2000.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo:


Prentice Hall, 2002.

ECO, Humberto. Como se faz uma tese. 14 ed. São Paulo: Perspectiva, 1998.

147
REFERÊNCIAS
ESTRELA, C. Metodologia científica: ciência, ensino, pesquisa. São
Paulo: Artes Médicas, 2005.

FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 4. ed. São Paulo: Saraiva,


2003.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC,


2002. Apostila.

GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. (org.) Métodos de pesquisa. Porto


Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,


2010.

KAUARK, F. S.; MANHÃES, F. C.; MEDEIROS, C. H. Metodologia da


pesquisa: guia prático. Itabuna: Via Litterarum, 2010.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia


científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010

______. Metodologia Científica. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2000.

OLIVEIRA, S. L. Tratado de metodologia científica. São Paulo: Pioneira,


1997.

RUIZ, J. A. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 6. ed.


6. reimpr. São Paulo: Atlas, 2011.

SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 12. ed. São Paulo: WMF
Martins Fontes, 2010.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. rev. e ampl.


de acordo com a ABNT. São Paulo: Cortez, 2002.

SILVA, M. A. F. Métodos e técnicas de pesquisa. 2. ed. rev. atual. Curitiba:


Ibpex, 2003.

TARTUCE, T. J. A. Métodos de pesquisa. Fortaleza: UNICE – Ensino


Superior, 2006. Apostila.

148
AUTOR
REFERÊNCIAS
Fundamentos de Metodologia da Pesquisa aplicada à Área Tecnológica
NOTAS SOBRE O AUTOR

Prof. Dr. Generoso De Angelis Neto

Engenheiro Civil pela Universidade Estadual de Maringá, Mestre


em Geotecnia pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade
de São Paulo e Doutor em Engenharia de Construção Civil e Urbana pela
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Atua como docente no
magistério superior há 23 anos. Atualmente leciona no Departamento de
Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maringá, onde coordena
o Curso de Pós-Graduação – Mestrado – em Engenharia Urbana, no qual
ministra disciplinas e orienta trabalhos de mestrado. Exerceu os cargos
de Coordenador do Colegiado de Graduação do Curso de Engenharia
Civil, Representante Titular do Departamento de Engenharia Civil
junto ao Conselho Universitário da UEM e Vice-Diretor do Centro de
Tecnologia, também na UEM. Orientou e orienta diversos alunos nos
níveis de graduação e pós-graduação. Tem diversos trabalhos científicos
publicados ao longo de sua carreira acadêmica.

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AUTOR
REFERÊNCIAS

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