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ESPAÇOS DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL


1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 4
2. A INSERÇÃO DA PROFISSÃO ASSISTENTE SOCIAL NOS ESPAÇOS SÓCIO-
OCUPACIONAIS ........................................................................................................... 4
3. ESPAÇOS DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL............................................. 9
4. RECONHECIMENTO DAS DEMANDAS E AMPLIAÇÃO DA CIDADANIA............. 13
5. REVISÃO DA AULA ................................................................................................ 14
6. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 15
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AULA 7

ESPAÇOS DE TRABALHO DO
ASSISTENTE SOCIAL

Analisar o reconhecimento da profissão nos espaços sócio-


ocupacionais

Conhecer os espaço sócio-ocupacionais, os programas e projetos.

Verificar as demandas como possibilidade de ampliação de


cidadania

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1. INTRODUÇÃO

Verificamos em outros estudos a importância de adquirir novos conhecimentos no


intuito de buscar respostas e construir novos saberes para elevar o patamar da ação
profissional na direção da qualificação teórica e metodológica.

Historicizamos os referenciais da profissão Serviço Social, verificamos a QUESTÃO


SOCIAL como eixo central da intervenção do assistente social e fizemos uma reflexão sobre
a importância do Projeto Ético Político Profissional.

Ainda verificamos a questão social na contemporaneidade e suas manifestações,


como por exemplo: no regime de financeirização e acumulação, na esfera da produção,
Estado e Sociedade, Serviços Públicos e Sociedade de mercado.

Estes dados foram importantes para buscar estratégias frente as questões sociais e o
projeto profissional. Especificamente neste trabalho daremos ênfase aos espaços sócio-
ocupacionais do assistente social, como Saúde, Previdência Social, Assistência Social,
Empresa, Conselho de Políticas Públicas entre outros, pontuando algumas ações nos
programas e projetos. Verificaremos as demandas e seu reconhecimento como possibilidade
de ampliação da cidadania.

2. A INSERÇÃO DA PROFISSÃO ASSISTENTE SOCIAL NOS ESPAÇOS

SÓCIO-OCUPACIONAIS

Em outros momentos, verificamos a evolução da profissão, desde as primeiras


sementes germinadas a partir do século XX, sob influência europeia no Serviço Social
brasileiro, conhecemos o histórico de resistência, ruptura, amadurecimento e
profissionalização, através de sua inserção na divisão social do trabalho, ou seja, “ no mundo
do trabalho”, produzindo práticas, conhecimentos e saberes.

Ainda assim, compreendemos que a profissão tem uma interação profunda com os
dispositivos legais desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Constituição
Federal de 1988 e das legislações no país. O Projeto Profissional do Serviço Social foi
construído neste solo fértil das contradições do sistema capitalista. Desde os anos 70, o

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Serviço Social brasileiro vem construindo um projeto profissional comprometido com os
interesses das classes trabalhadoras. Seu histórico está representado conforme figura 1.

Anos – 79/80/90 Anos 2000

1979 – III Congresso Brasileiro da Assistentes


Sociais Congresso da Virada – Rompimento com
conservadorismo.
1982 – Marilda Iamamoto escreve o livro
Relações Sociais e Serviço Social no Brasil.
1988 – Reformulação da Constituição Federal.
A assistência social, a saúde, o meio ambiente e
outras áreas da sociedade que foram objeto de
Com a Constituição Federal/88 –
lutas sociais transformaram-se em direitos
temos o tripé da Seguridade Social –
sociais.
Saúde, Previdência Social e Assistência
Em 1993, a regulamentação da Lei Orgânica
Social.
Assistência Social.
A política de Assistência Social é
Regulamentação da profissão – Nova lei que
garantia de Proteção Social,
sofre um profundo processo de renovação, a qual
assegurada no tripé da Seguridade
assegurou as atribuições privativas do assistente
Social.
social.
2004 – A PNAS – Política Nacional de
Serviço Social ganha espaço acadêmico (CNPq).
Assistência Social, juntamente com
Reforma curricular dos cursos de Serviço Social,
criação do Sistema Único de
o atual currículo sofreu, na década de 90, um
Assistência Social (SUAS)
processo de discussão coordenado pela ABEPSS
Norma Operacional Básica da
– definindo a QUESTÃO SOCIAL como eixo
Assistência Social - NOBSUAS
central da intervenção do assistente social. Ainda
o debate do Projeto Ético Político Profissional.
Formulado Código de Ética Profissional – que
define os princípios fundamentais, a liberdade e a
justiça social, articulados a partir das exigências
democráticas.
Inserção de assistentes sociais como executores
das políticas públicas

Tabela 1- Histórico da construção do Projeto Profissional do Serviço Social. 1

1
Fonte: Autoria própria a partir de dados aula 1 e 2.

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O Conjunto CFESS/CRESS/ABEPSS foi importante na consolidação do projeto
profissional do Serviço Social, uma vez que no interior da categoria há um corpo sólido e
organizado. Como já observado, o projeto profissional do Serviço Social é mutável. Entretanto,
ele sofre pressões em virtude de divergir do projeto societário, dado que o projeto profissional
está intimamente ligado à classe trabalhadora e à classe baixa da população, fazendo um
contraponto ao projeto societário que está a serviço do Capital.

Os projetos profissionais são projetos coletivos de profissões e que supõem formação


teórica, técnico-interventiva. Nesta perspectiva, foi necessário a instalação de um Pluralismo
Teórico, Ideológico e Político na Construção do Projeto Ético Político do Serviço Social, para
romper com práticas tradicionais, produzindo elementos importantes: a Democracia como
valor ético, com valores essenciais à liberdade, a equidade para a ampliação da cidadania e
garantia dos direitos sociais em uma perspectiva de autonomia.

A garantia de um pluralismo teórico, ideológico e político é consagrada através do


Código de Ética Profissional (1997), que buscou delimitar com clareza valores e
compromissos éticos profissionais e dispositivos jurídicos legais.

Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais


democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o
constante aprimoramento profissional.
Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de
uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e
gênero. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar,
por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião,
nacionalidade, opção sexual, idade e condição física. (CFESS - CÓDIGO DE
ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL - 1997, p.18).

Podemos refletir sobre o exercício profissional indicando que o projeto Político


Profissional está vinculado à garantia do Pluralismo. Isso se dá no vigor da profissão e
cumpre-se na relação com o outro, mesmo na esfera macro ou micro, necessitando de
discernimento e sensibilidade para ação e interação. Como Netto nos esclarece, sem
dominação, exploração de classe, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, idade e
condição física.

Esta dimensão Ético-Política da profissão do Serviço Social supõe uma visão de


mundo articulada a uma Ética pautada na compreensão da complexidade humana e no
combate e enfrentamento das desigualdades sociais. Esta construção está vinculada a um
projeto societário democrático compromissado e aos interesses da população trabalhadora.
No cotidiano profissional, essa ética está pautada na relação com seus usuários,
principalmente quando a Ética se objetiva em ações conscientes e críticas.

Conforme Iamamoto (2002) nos esclarece:

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Tornar esse projeto um guia efetivo para o exercício profissional e consolidá-
lo por meio de sua implementação efetiva. Para tanto, é necessário articular
as dimensões ético-políticas, acadêmicas e legais que lhe atribuem
sustentação com a realidade do trabalho profissional em que se materializa.
(IAMAMATO, CFESS, 2002, p.44).

A autora nos direciona afirmando que para a consolidação do Projeto Ético Político do
Serviço Social é necessário articular as dimensões ético-político, acadêmicas e legais para
que elas se materializem. Essas reflexões são importantes, pois somente desta forma ela nos
libertará das amarras do cotidiano profissional, das instituições engessadas em seus
processos gestionários burocráticos. Sendo assim, temos que ter ações propositivas com a
população usuária, na direção da Proteção e Garantia dos direitos sociais. Esta direção nos
impulsiona na busca constante do conhecimento, dos deveres da consciência e da
reorientação da prática para a instauração de uma “nova práxis” consolidada no solo fértil do
Projeto Ético Político Profissional do Serviço Social.

Vale destacar, a Questão Social foi definida pela ABEPSS, na década de 90, como eixo
central da intervenção do trabalho do assistente social. Visto que vivemos em uma conjuntura
de precarização, de subalternidade à ordem do capital/mercado, temos como consequência
dificuldades em efetivar os direitos sociais.

Quanto às expressões da questão social na contemporaneidade, Iamamoto (2002) já


nos revelava suas manifestações nos diversos campos, como por exemplo: no regime de
Financeirização e acumulação, com a falta de investimento em políticas públicas, na esfera
da Produção com cortes nos salários, nos direitos conquistados e na precarização do
trabalho, no Estado e na Sociedade com a redução de gastos na área social, privatização do
público e o Estado submetido a interesses econômicos, Serviços Públicos, discurso neoliberal
com diminuição nos atendimentos, gastos materiais e humanos (a equidade e universalidade
não são contempladas à população) e a Sociedade de mercado com o individualismo,
competitividade, apelo pela solidariedade e banalização da vida.

Essas informações são pertinentes e têm impacto direito na atuação profissional.


Iamamoto (2002) ressalta as implicações:

E o assistente social, que é chamado a implementar e viabilizar direitos


sociais e os meios de exercê-los, vê-se tolhido em suas ações, que dependem
de recursos, condições e meios de trabalho cada vez mais escassos para
operar as políticas e serviços sociais públicos. (IAMAMATO, CFESS, 2002,
p.52).

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FIQUE ATENTO

A questão da efetivação dos direitos sociais nas políticas de Proteção Social


está consagrada no Projeto Ético Político Profissional do Serviço Social,
como podemos verificar nas divergências e dificuldades para cumprir o que
está previsto em lei, ou seja, temos que romper com processos gestionários
das estruturas para garantir que nossa população tenha acesso e o direito
efetivado.

Este panorama nos deixa perplexo, muitas vezes com dificuldades para encontrar
respostas diante das mazelas da sociedade contemporânea. Mesmo com tanta adversidade
temos aspirações em busca de uma sociedade justa e igualitária, nosso grande desafio está
em decifrar a realidade, o cotidiano e construir propostas efetivas, criativas junto à população
usuária.

Iamamotto (2002) nos forneceu estratégias para romper com as amarras do cotidiano
e decifrar a realidade. Teoricamente propôs: uma formação universitária teórica e
metodológica, com olhar para a leitura crítica dos orçamentos e projetos sociais, ter maior
aproximação com a população no intuito de conhecer as demandas e a realidade para
impulsionar ações inovadoras, nos processos burocráticos: romper com processos
gestionários, coletas de informações com rigor e qualidade nos atendimentos, reorganizar o
plano de trabalho para a realidade dos usuários e não somente da instituição. O
conhecimento crítico e qualificado para elevar o patamar da atuação profissional e também
com o objetivo para impulsionar a consciência crítica e uma cultura pública democrática para
além das mistificações difundidas pela mídia.

Nosso conhecimento se torna um saber estratégico, que necessita situar-se num


contexto político global, institucional, acessando e articulando as relações de saber e poder
da e com a população usuária dos serviços.

Vale destacar, a contribuição da profissão do Serviço Social no Brasil constitui uma


estratégia fortalecedora de direitos sociais e de proteção social, reconhecendo na pobreza o
eixo desencadeador das desigualdades sociais. Ela tem caráter de proteção, com articulações
com outras políticas do campo social e garantia dos direitos sociais.

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3. ESPAÇOS DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL.

No curso da história da humanidade e na contemporaneidade, as políticas sociais são


associadas às necessidades de segurança individuais e familiares; neste sentido a proteção
social busca diminuir os riscos inerentes à vida humana.

Nesta perspectiva, é necessário refletir sobre o fato de que a sociedade atualmente


necessita de uma revisão em praticamente todos os seus aspectos. Torna-se indispensável
desenvolver a capacidade de entender e projetar o rumo dos acontecimentos, sobretudo em
razão da globalização e da competição que se tornaram cada vez mais determinantes nas
relações sociais, e em todos os setores das atividades humanas.

Mesmo com a redemocratização do Brasil iniciada em 1985 e com a Constituição


Federal de 1988, a pauta dos direitos humanos vem sendo cada vez mais discutida.

Para refletirmos sobre as práticas das ações desenvolvidas institucionalmente é


importante ressaltar os marcos legais como consequências de um processo histórico, com
reflexos dos avanços tecnológicos e morais das sociedades.

Através destes marcos legais foram produzidos importantes documentos, tais como:
reformulação da Constituição Federal de 1988 incorporando um conceito vigoroso à Proteção
Social, como o da Seguridade Social através da implantação do Sistema Único de Saúde
(SUS/1990), a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS/1993) e a implantação do Sistema
Único de Assistência Social (SUAS), Norma Operacional Básica (NOB/2005).

Iamamoto (2002) nos faz refletir sobre os espaços sócios-ocupacionais:

O aprofundamento do debate sobre o trabalho do assistente social na


atualidade, do modo a contemplar as particulares inserções do profissional
na esfera estatal - nos poderes executivo, judiciário e legislativo-, nas
empresas, entidades filantrópicas, organizações não governamentais e na
assessoria aos movimentos e organizações sociais e sindicais, as quais
impõem mediações muito distintas à realização da efetivação do projeto
profissional. (IAMAMATO, CFESS, 2002, p.70).

Estes dados são validados conforme Figura 2.

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Figura 2 – Campos de atuação Profissional do Serviço Social. 2

Ainda assim, Iamamoto (2002) nos proporciona conhecer as novas demandas para a
atuação profissional, no sentindo das competências/qualificações profissionais como
apontado na Figura 3.

Na formulação Implantação e Orientação

Nos conselhos de políticas públicas,


Formulação e avaliação de
capacitação de conselheiros,
políticas públicas, planejamento e
gestão, equipes interdisciplinares, elaboração de planos de assistência
assessoria, coordenação. Analista
social, acompanhamento e
de recursos humanos.
avaliação de programas e projetos.

Qualificação Competência

Qualificação: domínio de Competência no gerenciamento e


conhecimentos para realizar avaliação de programas e projetos
diagnósticos sócio- -econômicos de sociais, a capacidade de
municípios e para a leitura e análise negociação, o conhecimento e o
dos orçamentos públicos, identificar know-how na área de recursos
recursos disponíveis para projetar humanos e relações no trabalho,

Figura 3 – Solicitações (demandas) contemporâneas para atuação profissional. 3

2
Fonte: Autoria própria a partir de dados aulas 2,3 e 4.
3
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados (IAMAMATO, CFESS, 2002)

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Estes dados nos fazem refletir, já que estão intimamente ligados aos pilares de ação
do assistente social, visto que o profissional trabalha no planejamento, organização e
administração dos programas e benefícios sociais fornecidos pelo governo, bem como na
assessoria de órgãos públicos, privados, organizações não governamentais (ONGs) e
movimentos sociais. Ainda podem desenvolver carreira como docentes nas faculdades e
universidades que oferecem o curso de Serviço Social. Elencamos algumas áreas de atuação
na Figura 4:

Área Programa/ Programa Projetos Serviços


Assistência Social – (Sistema Único de Serviço de Proteção e Atendimento
Assistência Social – SUAS) Especializado a Famílias e Indivíduos, de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos;
no domicílio para pessoas com deficiência
e idosas.
Serviço Especializado em Abordagem
Social.
Serviço de Proteção Social a Adolescentes
em Cumprimento de Medida
Socioeducativa de Liberdade Assistida.
Serviço de Proteção Social Especial para
Pessoas com Deficiência, Idosas e suas
Famílias; entre outros.
Assessoria e consultoria No campo da Pesquisa, estudo e
planejamento.
Empresa O profissional é subordinado a área de
recursos humanos, atua no planejamento,
programas sociais, pesquisa social
Legislativo e Judiciário É requisitado um profissional na
viabilização do acesso aos direitos sociais,
Varas de família, criança e adolescente
violência contra mulher
Saúde pública (SUS) ou privada Atendimento direto aos usuários
O atendimento direto aos usuários se dá a
partir das unidades da Estratégia de Saúde
da Família, dos postos e centros de saúde,
policlínicas, institutos, maternidades,
Centros de Apoio Psicossocial (CAPs),
hospitais gerais, de emergência e
especializados, incluindo os universitários.
Ações sócio assistenciais
Facilitar marcação de consultas e exames,
solicitação de internação, alta e
transferência); não entendimento do
tratamento indicado e falta de condições

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para realizar o tratamento, devido ao preço
do medicamento prescrito
A avaliação socioeconômica dos usuários,
visitas domiciliares, democratizar as
fortalecer os vínculos familiares.
Ações de articulação com a equipe de
saúde e
Ações socioeducativas
sensibilizar os usuários acerca dos direitos
sociais, princípios e diretrizes do SUS,
rotinas institucionais, promoção da saúde e
prevenção.
Previdência Social As assistentes sociais das agências do
INSS atenderão os cidadãos que estão
requerendo benefícios assistenciais da Lei
Orgânica da Assistência Social – LOAS e
também aqueles que estiverem recebendo
benefícios por incapacidade e incluídos no
programa de reabilitação profissional.
Habitação O trabalho social, está inserido nas políticas
programas habitacionais, que envolve
diagnóstico social, intervenções no
território, elaboração de projetos.

Tabela 4 – Áreas de atuação profissional. 4

Em estudos anteriores, conhecemos os espaços sócio-ocupacionais do assistente


social, como Saúde, Previdência Social, Assistência Social, Empresa, Conselho de Políticas
Públicas entre outros. Neste, pontuamos especificamente algumas ações nos programas e
projetos.

Ainda assim, vale destacar a contribuição da profissão do Serviço Social na


organização e operacionalização às políticas de Seguridade Social no Brasil, constituindo uma
estratégia fortalecedora de direitos sociais e de proteção social e reconhecendo na pobreza
o eixo desencadeador das desigualdades sociais.

4
Fonte: Elaboração própria a partir de dados (CFESS, INSS,)

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4. RECONHECIMENTO DAS DEMANDAS E AMPLIAÇÃO DA CIDADANIA

Iniciaremos essa temática ressaltando o que estabelece o Código de Ética do


Assistente Social (1997):

Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de


toda a sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos
das classes trabalhadoras. (CÓDIGO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL 1997,
PAG.17)

Verificamos em nossa história recente que as respostas à crise do capital que vem
explodindo no cenário internacional desde meados das décadas de 70 (no regime de
financeirização e acumulação, na esfera da produção, Estado e Sociedade, Serviços Públicos
e Sociedade de Mercado) apontam que esses elementos trouxeram diversas alterações
societárias e para o mundo do trabalho, impactando diretamente a vida população, com
graves consequências nas diversas dimensões humanas.

Há diversos interesses das classes sociais, principalmente as classes com maior


poder aquisitivo. Esta hegemonia de classe é enraizada e se perpetua em nossa sociedade,
trazendo como consequência a desigualdade social e atingindo, principalmente, a classe
trabalhadora, a menos favorecida economicamente.

Tratar a noção de cidadania para a profissão implica ter uma compreensão do


indivíduo como cidadão-usuário dos serviços e como um sujeito de direitos nas diversas
dimensões da vida humana, como por exemplo: desemprego, religião, violência, raça, gênero,
drogas, orientação sexual, condição social, entre outros.

Estes dados são revelados por Gentilli (1998), quando trata a noção de cidadania:

A noção de cidadania possui uma interface com serviço social da qual este
não como dissociar-se. Esta interface está localizada historicamente na
execução das políticas sociais onde a profissão atua, orientando direitos,
acessando programas e benefícios sociais para os indivíduos que
comparecem perante o serviço social como usuários destas políticas.
(GENTILLI, 1998, pag.172).

A Seguridade Social no Brasil tem caráter de proteção com articulações com outras
políticas do campo social e da garantia dos direitos sociais. Neste sentido, a contribuição do
Serviço Social e da política de Assistência Social no Brasil constitui uma estratégia
fortalecedora de direitos sociais e de proteção, reconhecendo na pobreza o eixo
desencadeador das desigualdades sociais.

Como dispõe o artigo 2º da LOAS (1993) – parágrafo único:

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Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma
integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de
condições para atender contingências sociais e promovendo a
universalização dos direitos sociais.

Assim, o serviço social configura-se como possibilidade de reconhecimento das


demandas de seus usuários no intuito de ampliação de cidadania e medida de proteção social
visando garantir segurança de sobrevivência, de acolhida, e convívio familiar.

A prática profissional traduz um conjunto de ações que tecem a complexidade e


prioriza a responsabilidade da ação, do discurso, pensamento ou ideia. O Serviço Social é uma
profissão que se institucionaliza nas questões sociais e nas relações capital/trabalho. Mas
ao estendermos nossa prática, também podemos desenvolver uma atuação interventiva que
contemple as novas mediações, capazes de enfrentar as questões sociais numa perspectiva
do cuidado e garantia aos direitos sociais, construindo e formando seres mais felizes e
autônomos.

Desta forma poderemos planejar práticas sociais alternativas que atendam às suas
reais necessidades, promovendo, inclusive, a oportunidade de continuar integrado à sua
família, ao grupo de amigos, trabalho e escola, estando mais próximo de seu cotidiano.

5. REVISÃO DA AULA

Vimos na introdução que a importância de conhecer com maior profundidade espaços


sócio-ocupacionais do assistente social, pontuando algumas ações nos programas e
projetos.

No tópico 2, verificamos que nosso conhecimento se torna um saber estratégico que


necessita situar-se num contexto político global, institucional, acessando e articulando as
relações de saber e poder da e com a população usuária dos serviços.

No tópico 3, verificamos que a noção de cidadania para a profissão implica ter uma
compreensão do indivíduo como cidadão-usuário dos serviços e como um sujeito de direitos
nas diversas dimensões da vida humana.

Bons estudos!

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6. REFERÊNCIAS

ESTEVÃO, Ana Maria Ramos. O que é serviço social. São Paulo: Brasiliense, 1984.

GENTILLI, Raquel de Matos Lopes. Representações e práticas: identidade e processo de


trabalho no serviço social. São Paulo: Veras, 1998.

IAMAMOTO, Marilda Vilella. Projeto profissional, espaços ocupacionais e trabalho do


assistente social na atualidade In CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Atribuições
privativas do (a) assistente social em questão. Brasília: CFESS, 2002. In CONSELHO
REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL – 11ª REGIAO. Coletânea de Legislações: direitos de
cidadania. Curitiba: CRESS, 2003.

LOPES, Josefa Batista. Objeto e especificidade do serviço social. São Paulo: Cortez,1978.

NETTO, José Paulo. A construção do projeto ético-político do Serviço Social. Brasília: CFESS,
1999.

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