Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Conforme vimos no texto de Lia Schucman, desde crianças os negros são marcados
por experiências de vidas embasadas pelo racismo, desde a negação ao preconceito, o
que resulta em uma espécie de apartheid psíquico. O contexto racista faz com que o
indivíduo cresça com a supervalorização da branquitude e preferência do branco em
relação ao negro, fazendo com que desde pequeno note o impacto das influências racistas
históricas que persistem até hoje e estruturam a sociedade brasileira.
Logo, notamos que há uma tentativa de se distanciar de tudo o que representa ser
negro em uma sociedade racista. Segundo a autora, o João poderia ser moreno claro,
árabre e até mesmo tomar banho de cândida, só não poderia ser negro, mesmo que seja o
que ele mesmo diz que é. Costa (1983 p. 2-3) afirma que
[...] a violência racista do branco é exercida, antes de mais nada,
pela impiedosa tendência a destruir a identidade do sujeito negro.
Este, através da internalização compulsória e brutal de um ideal de
Ego branco, é obrigado a formular para si um projeto identificatório
incomportável com as propriedades biológicas do seu corpo.
Dessa forma, desde pequenos os integrantes negros dessa família se sentem
fisicamente inadequados, muitas vezes buscando atingir o ideal branco que é pregado
como “ideal” pelo familiar que os nega. Resultando na negação do negro pelo próprio
negro, que consequentemente, acaba se intitulando como pardo, mulato, entre outros
termos, anulando sua subjetividade. E ao ter sua negritude negada, perdem a possibilidade
de desconstruir os estereótipos negativos atrelados ao “ser negro” e de se reconhecer
como realmente são, fazendo com que elas despertem um sentimento de desprezo contra
si mesmos.