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PROCESSO Nº TST-RR-25120-84.2014.5.24.

0091

A C Ó R D Ã O
7ª Turma
CMB/brq  

AGRAVO   DE   INSTRUMENTO   EM   RECURSO   DE


REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA
NA   VIGÊNCIA   DA   LEI   Nº   13.015/2014.
RESPONSABILIDADE   CIVIL   OBJETIVA   DO
EMPREGADOR.   ACIDENTE   DE   TRABALHO.
MOTORISTA.   DESVIO   DE   FUNÇÃO.
INDENIZAÇÕES   POR   DANOS   MORAIS   E
ESTÉTICOS.   FORTUITO   INTERNO.   TEORIA
DA   RESPONSABILIDADE   OBJETIVA.
APLICAÇÃO.  Agravo   de   instrumento   a
que se dá provimento para determinar
o   processamento   do   recurso   de
revista,   em   face   de   haver   sido
demonstrada   possível   afronta   ao
artigo   927,   parágrafo   único,   do
Código Civil.
RECURSO DE REVISTA EM FACE DE DECISÃO
PUBLICADA   NA   VIGÊNCIA   DA   LEI   Nº
13.015/2014.  RESPONSABILIDADE   CIVIL
OBJETIVA   DO   EMPREGADOR.   ACIDENTE   DE
TRABALHO.   MOTORISTA.   DESVIO   DE
FUNÇÃO. INDENIZAÇÕES POR DANOS MORAIS
E ESTÉTICOS. FORTUITO INTERNO. TEORIA
DA   RESPONSABILIDADE   OBJETIVA.
APLICAÇÃO.  Perante   o   Direito   do
Trabalho,   a   responsabilidade   do
empregador pela reparação de dano, no
seu sentido mais abrangente, derivada
do acidente do trabalho ou de doença
profissional   a   ele   equiparada,
sofrido pelo empregado, é subjetiva,
conforme   prescreve   o   artigo   7º,
XVIII,   da   Constituição   Federal   de
1988. No entanto, podem­se considerar
algumas   situações   em   que   é
recomendável   a   aplicação   da
responsabilidade   objetiva,
especialmente   quando   a   atividade
desenvolvida   pelo   empregador   causar
ao   trabalhador   risco   muito   mais
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acentuado   do   que   aquele   imposto   aos


demais cidadãos, conforme previsto no
parágrafo   único   do   artigo   927   do
Código Civil Brasileiro.  No presente
caso,   o   quadro   fático   delineado   na
decisão   regional   revela   que   o   autor
(fiscal   agrícola)   sofreu   acidente
automobilístico   quando   realizava   o
traslado de documentos de uma unidade
empresarial para outra, localizada em
município   diverso,   mediante   a
utilização de veículo da empresa, no
exercício de atribuições de motorista
­ função diversa daquela para a qual
foi   contratado.   Em   decorrência   do
acidente,   "sofreu lesões de natureza grave,
traumatismo craniano grave e fratura de extremidade
superior do úmero".   Ainda,   consoante
anotado   no   acórdão   regional,   o
infortúnio   aconteceu   quando   o
motorista   de   um   ônibus,   na   pista
contrária,   perdeu   o   controle   e
invadiu a via em que o autor conduzia
o seu veículo. Ficou registrado, por
fim, que a testemunha ouvida afirmou
ter   sido   "exigida a apresentação de carteira
nacional de habilitação e a realização de curso de
direção defensiva quando passou a exercer a função de
fiscal agrícola", o que conduz à ilação de
que   a   atividade   de   transporte   de
documentos   acima   mencionada   era   de
rotina da reclamada. Nesse contexto,
é possível concluir que o empregado,
submetido a tais condições ­ mormente
se   considerado   o   estado   de   má
conservação das rodovias desse país,
a falta de sinalização das estradas e
a imprudência e negligência de outros
motoristas ­, foi exposto à situação
de   risco   que,   aliada   ao   desvio
funcional   e   à   consequente   falta   de
treinamento,   é   potencialmente
agravada, a atrair a responsabilidade
objetiva do empregador. Outrossim, o
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fato   de   terceiro   que   ocasionou   o


acidente   em   discussão   não   exclui   o
nexo   de   causalidade   e,   por
consequência,   a   responsabilidade
civil   da   empresa,   pois   constituí
condição   previsível   e   risco   próprio
da   função   de   motorista,   sendo
possível,   no   entanto,   o   ajuizamento
de   ação   regressiva   pelo   empregador.
Desse   modo,   deve   ser   reconhecida   a
responsabilidade   do   empregador   e
deferida   a   reparação   pleiteada.
Precedentes   do   TST.   Recurso   de
revista conhecido e provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de


Recurso de Revista n° TST-RR-25120-84.2014.5.24.0091, em que é
Recorrente WILLIAN ALVES DA SILVA e Recorrida BIOSEV S.A.

A parte autora, não se conformando com a decisão


do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, que negou seguimento
ao recurso de revista, interpõe o presente agravo de instrumento.
Sustentando que foram preenchidos todos os pressupostos legais para
o regular processamento daquele recurso.
Contraminuta e contrarrazões ausentes.
Dispensada a remessa dos autos ao Ministério
Público do Trabalho, nos termos do artigo 95, § 2º, II, do Regimento
Interno do Tribunal Superior do Trabalho.
É o relatório.

V O T O

AGRAVO DE INSTRUMENTO

CONHECIMENTO

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Conheço do agravo de instrumento, visto que


presentes os pressupostos legais de admissibilidade.

MÉRITO

RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO EMPREGADOR –


ACIDENTE DE TRABALHO – MOTORISTA – DESVIO DE FUNÇÃO - INDENIZAÇÕES
POR DANOS MORAIS E ESTÉTICOS - FORTUITO INTERNO - TEORIA
DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA – APLICAÇÃO

O agravante pretende a responsabilização civil da


empresa, em virtude de acidente de trabalho sofrido, que resultou em
lesões   de   ordem   moral   e   estética.   Defende   aplicável   a   Teoria   da
Responsabilidade Objetiva  à hipótese, tendo em vista que executava
serviços   de   motorista,   em   desvio   de   função.   Afirma,   ainda,   que   a
culpa de terceiro, no caso, não pode ser utilizada como excludente
do   nexo   causal.   Pleiteia,   assim,   o   pagamento   de   indenizações   por
danos morais e estéticos, em valores não inferiores a R$ 70.000,00
(setetenta   mil   reais)   e   R$   50.000,00,   respectivamente.   Indica
violação   do   artigo   927,   parágrafo   único,   do   Código   Civil,   dentre
outros. Transcreve arestos para confronto de teses.
Eis o teor da decisão regional:

"A prova dos autos é inequívoca ao demonstrar que o autor foi vítima
de acidente provocado por invasão indevida de ônibus na estrada em que
conduzia seu veículo.
Configurada a situação fática acima referência, não há que se falar em
responsabilidade objetiva do empregador, pois o ato de terceiro é causa
excludente da responsabilidade objetiva, cabendo à vítima buscar a
responsabilidade de quem provocou o prejuízo. Ora, o empregador não
pode responder por atos praticados por todos os motoristas que circulam
nas rodovias.
De outro modo, não vejo culpa empresarial porque o autor foi
encarregado de levar documento a outra unidade da empresa. A
circunstância eventual não caracteriza desvio de função e mesmo que assim
se reconheça, não foi essa a causa do acidente, sendo de se diferenciar
condições de causa.
Data venia, não vejo como alicerçar a responsabilidade civil do
empregador por atos praticados por terceiros.
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Nego provimento ao recurso.


Fica prejudicada a análise dos pedidos quanto aos danos
extrapatrimoniais e danos estéticos." (fls. 383/384 - destaquei)

Inicialmente, é preciso destacar que o Código de


Processo Civil previu, expressamente, em seu artigo 941, § 3º, que o
voto vencido declarado será considerado parte integrante do acórdão
para todos os fins legais, inclusive de pré-questionamento.
Logo, não se trata, na hipótese, do revolvimento
de fatos e provas, mas, apenas, do correto enquadramento jurídico
dos fatos ali consignados.
Feitos os devidos esclarecimentos, passo à análise
da matéria.
Perante o Direito do Trabalho, a responsabilidade
do empregador pela reparação de dano, no seu sentido mais
abrangente, derivada do acidente do trabalho ou de doença
profissional a ele equiparada, sofrido pelo empregado, é subjetiva,
conforme prescreve o artigo 7º, XVIII, da Constituição Federal de
1988.
No entanto, podem-se considerar algumas situações
em que é recomendável a aplicação da responsabilidade objetiva,
especialmente quando a atividade desenvolvida pelo empregador causar
ao trabalhador risco muito mais acentuado do que aquele imposto aos
demais cidadãos, conforme previsto no parágrafo único do artigo 927
do Código Civil Brasileiro.
Conjugue-se a isso, que prevalece no Direito do
Trabalho, a Teoria do Risco do Negócio, prevista no artigo 2º da
CLT, que enseja a atribuição da responsabilidade objetiva ao
empregador, impondo a este a obrigação de indenizar os danos
sofridos pelo empregado, independentemente de culpa, quando a
atividade normal da empresa propicia, por si só, riscos à
integridade física do empregado, o que remete às condições previstas
no artigo 927 do Código Civil, parágrafo único, que preceitua:

"Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa,


nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
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desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem."

Portanto, a obrigação de reparar decorre dos danos


causados pelo tipo de trabalho desenvolvido ou pelas condições
ambientais existentes na empresa. Embora não desejados, e ainda que
a empresa esteja empenhada em erradicar os riscos e adote medidas de
segurança, remanescem os efeitos nocivos do trabalho, suscetíveis de
mitigação, mas não de eliminação.
Dessa forma, os danos sofridos pelo empregado,
ainda que residuais, também devem ser objeto de reparação pelo
empregador, tanto em decorrência da sua responsabilidade objetiva
como em razão de ser ele quem assume os riscos do negócio.
A propósito da caracterização da atividade como de
risco, Carlos Alberto Bittar e Carlos Alberto Bittar Filho informam
que pode basear-se em critérios naturais ou jurídicos, estando
albergados, no primeiro caso, aquelas em que o perigo decorre da sua
própria natureza (periculosidade intrínseca), como no transporte de
valores, abastecimento de aeronaves, fabricação de explosivos e de
produtos químicos, ou em virtude dos meios utilizados (substâncias,
aparelhos, máquinas e instrumentos perigoso s) – tomados no sentido
dinâmico, postos em ação, como meios, nas mãos dos homens –; no
segundo, as consagradas nas práticas legislativas e reconhecidas
como tais pela jurisprudência.1
Ainda é da lição dos autores indicados a
observação no sentido de não ser fácil a determinação da
periculosidade, apontando não apenas para a definição em leis
especiais, o que incluiria o rol definido por ato administrativo da
autoridade competente, como também para a relevância do papel da
jurisprudência, que teria a possibilidade de caracterizar como
lesiva a atividade que expõe o empregado a fatores de riscos
elevados.
Esse, aliás, é o ponto principal da questão: a
impossibilidade de eliminação do fator agressivo à saúde humana. É
1 BITTAR, Carlos Alberto; BITTAR FILHO, Carlos Alberto. Direito civil constitucional. 3. ed. ver. atual. da 2. ed. da obra
O Direito civil na Constituição de 1988. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. p. 161-170
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exatamente para casos como esse que tem lugar a regra prevista no
citado parágrafo único do artigo 927 do Código Civil.
Revela a necessidade de colocar-se o homem como
centro da proteção de todo o sistema da responsabilidade e de
privilegiar-se o princípio da dignidade humana como base da
sociedade brasileira, o que justifica a inserção, na Carta de 1988,
de várias regras em que é utilizada a diretriz da responsabilidade
objetiva, de forma coerente com a evolução processada nesse campo, o
que permite concluir pelo acolhimento da tese que norteia a regra
inserida no precitado dispositivo legal.
Há atividades em que é necessário atribuir-se um
tratamento especial, a fim de que sejam apartadas do regime geral da
responsabilidade, em virtude do seu caráter perigoso, ou de
acentuado risco à saúde do trabalhador, sempre presente na execução
cotidiana da prestação de serviços. Nesses setores não se pode
analisar a controvérsia à luz da teoria da culpa; há risco maior e,
por isso mesmo, quem o cria responde por ele.
Para Caio Mário da Silva Pereira – autor do
anteprojeto original do Código Civil e defensor dessa teoria – a
ideia fundamental da teoria do risco criado consiste em afirmar-se
que cada vez que uma pessoa, por sua atividade, cria um risco para
outrem, deve responder por suas consequências danosas,
independentemente de determinar-se, isoladamente, em cada caso, se o
dano é devido a culpa.
Representa uma ampliação do conceito do risco-
proveito e, por conta disso, é "mais eqüitativa para a vítima, que não tem de provar
que o dano resultou de uma vantagem ou de um benefício obtido pelo causador do dano. Deve este
assumir as conseqüências de sua atividade"2.
Para justificar a sua assertiva, no sentido da
maior amplitude, cita o exemplo de um acidente automobilístico. De
acordo com a doutrina o risco-proveito, a vítima somente teria
direito ao ressarcimento se provasse a obtenção de proveito pelo
agente, ao passo que na teoria do risco-criado a indenização é
devida, mesmo no caso de se tratar de passeio para lazer.

2 Pereira, Caio Mário da Silva. Responsabilidade civil. 9. ed. rev. Rio de Janeiro: Forense, 2002. p. 284
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Antônio Elias de Queiroga sustenta que é


suficiente que pessoa exerça uma atividade que possa gerar risco de
dano para terceiros, para caracterizar essa forma de
responsabilidade.

"Se, em consequência dessa atividade, alguém vem a sofrer um dano,


surge a obrigação de reparar, ainda que sua conduta seja isenta de culpa [...]
se o fato decorreu, objetivamente, da ação, imputa-se a responsabilidade ao
autor, ainda que este não tenha agido culposamente3."

Não se indaga se houve ou não culpa; atribui-se a


responsabilidade em virtude de haver sido criado o risco, numa
atividade habitualmente exercida pelo empregador.
No presente caso, o quadro fático delineado na
decisão regional revela que o autor (fiscal agrícola) sofreu
acidente automobilístico quando realizava o traslado de documentos
de uma unidade empresarial para outra, localizada em município
diverso, mediante a utilização de veículo da empresa, no exercício
de atribuições de motorista - função diversa da qual foi contratado
(fl. 386).
Em decorrência do acidente, "sofreu lesões de natureza grave,
traumatismo craniano grave e fratura de extremidade superior do úmero" (fl. 386).
Ainda, consoante anotado no acórdão regional, o
infortúnio aconteceu quando o motorista de um ônibus, na pista
contrária, perdeu o controle e invadiu a via em que o autor conduzia
o seu veículo.
Ficou registrado, por fim, que a testemunha ouvida
afirmou ter sido "exigida a apresentação de carteira nacional de habilitação e a realização de
curso de direção defensiva quando passou a exercer a função de fiscal agrícola" (fl. 387), o
que conduz à ilação de que a atividade de transporte de documentos
acima mencionada era de rotina da reclamada.
Nesse contexto, é possível concluir que o
empregado, submetido a tais condições - mormente se considerado o
estado de má conservação das rodovias desse país, a falta de
sinalização das estradas e a imprudência e negligência de outros
3 Queiroga, Antônio Elias de. Responsabilidade civil e o novo código civil. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. p. 12.
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motoristas -, foi exposto à situação de risco que, aliada ao desvio


funcional e à consequente falta de treinamento, é potencialmente
agravada, a atrair a responsabilidade objetiva do empregador.
Outrossim, o fato de terceiro que ocasionou o
acidente em discussão não exclui o nexo de causalidade e, por
consequência, a responsabilidade civil da empresa, pois constituí
condição previsível e risco próprio da função de motorista, sendo
possível, no entanto, o ajuizamento de ação regressiva pelo
empregador.
Cito, por oportuno, julgados do TST que evidenciam
o risco no exercício da função de motorista, de forma geral,
dispondo, inclusive, sobre a inexistência de excludente por fato de
terceiro:

"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO ANTERIORMENTE À


VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. ACIDENTE DE TRÂNSITO.
INFORTÚNIO LABORAL. MOTORISTA. ENTREGADOR DE JORNAL.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO EMPREGADOR. TEORIA DO
RISCO PROFISSIONAL. FATO DE TERCEIRO NÃO EXCLUDENTE
DA RESPONSABILIDADE. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS
E MORAIS. Normatizando a responsabilidade civil objetiva, dispõe o
parágrafo único do art. 927 do Código Civil: "Haverá obrigação de reparar
o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar,
por sua natureza, risco para os direitos de outrem". Sob essa perspectiva, a
jurisprudência deste Tribunal de uniformização é firme em reconhecer a
responsabilidade objetiva do empregador, não sob o enfoque da culpa, mas
com apoio na teoria do risco profissional. O fato de o acidente ser causado
por terceiro não é causa excludente da responsabilidade do empregador pela
reparação dos danos morais e materiais experimentados pela vítima, na
medida em que a conduta de outros motoristas é inerente aos acidentes de
trânsito, sem que se possa cogitar de força maior ou caso fortuito.
Precedente da SDI-1 e de todas as Turmas do TST. Recurso de revista
conhecido e provido" (RR - 666-74.2012.5.03.0162, Relator Ministro:
Walmir Oliveira da Costa, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT
15/06/2018);

"(...) MOTORISTA DE CAMINHÃO. ACIDENTE DE TRABALHO.


RESPONSABILIDADE OBJETIVA. INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS E ESTÉTICOS. O Tribunal Regional, soberano na análise de
fatos e provas, consignou que a causa do sinistro ‘deu início no estouro do
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pneu seguido de perda de controle do conjunto cavalo e bitrem vindo a


ocorrer o tombamento em cascata, primeiro a última composição, depois a
segunda composição e por último, o cavalo que colidiu com o barranco’.
Afastou a alegação de culpa do reclamante e concluiu que compete à
agravante a reparação dos danos morais e estéticos. Segundo a
jurisprudência consolidada desta Corte, a atividade de transporte em
rodovias, por si só, apresenta alto grau de risco, configurando atividade
perigosa, nos termos do art. 927, parágrafo único, do Código Civil. Essa
atividade de risco impõe que o empregador seja responsabilizado pelo
simples fato de se verificar o nexo causal entre os danos sofridos e o labor
durante o exercício da atividade perigosa. Frisa-se que, na hipótese de
exercício de atividade de risco, não há que se perquirir acerca de eventual
culpa ou dolo daquele que expôs a vítima à atividade perigosa. Dessa
forma, tem-se que para se chegar a conclusão diversa seria necessária a
reapreciação do conjunto de fatos e provas existentes nos autos, expediente
vedado à luz da Súmula 126 do TST, motivo pelo qual não se divisa ofensa
dos dispositivos apontados no tema. Precedentes. Agravo não provido. (Ag-
AIRR - 235-97.2013.5.07.0031 , Relatora Ministra: Maria Helena
Mallmann, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 01/03/2019) (grifei);

"AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.


AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS.
ACIDENTE DO TRABALHO. MORTE DO EMPREGADO POR
ACIDENTE DE TRÂNSITO. MOTORISTA DE CAMINHÃO.
TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS. ATIVIDADE DE RISCO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA EMPREGADORA. CULPA
EXCLUSIVA DE TERCEIRO. Por aplicação do parágrafo único do art. 927
do Código Civil, que prevê a responsabilidade objetiva em razão do risco
do empreendimento, responde o empregador, nos termos do art. 2º, caput,
da CLT, pelos danos advindos de acidente do trabalho sofrido pelo
empregado no exercício de atividade que o expõe a tal risco. No caso dos
autos, a atividade desenvolvida pelo empregado era a de motorista de
transportadora, que o expunha a risco bem mais acentuado do que aquele a
que estão sujeitos os demais membros da sociedade. O risco acentuado do
trabalho do motorista profissional está inclusive previsto no art. 2º,
parágrafo único da Lei nº 12.619/2012. A culpa exclusiva de terceiros,
contra quem o transportador tem ação regressiva, não afasta a
responsabilidade do empregador em relação ao motorista empregado, na
medida em que a conduta dos outros motoristas é intrínseca ao acidente de
trânsito, sem que se possa cogitar de força maior ou caso fortuito. Não
desconstituídos os fundamentos do despacho denegatório, não prospera o
agravo destinado a viabilizar o trânsito do recurso de revista. Agravo
regimental conhecido e desprovido." (AgR-AIRR - 12209-
06.2013.5.18.0103 , Relator Ministro: Alexandre de Souza Agra Belmonte,
3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 15/02/2019);
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"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.


RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRABALHO. TEORIA
DO RISCO. INCIDÊNCIA. MOTORISTA DE CAMINHÃO.
DESLOCAMENTO A SERVIÇO. RODOVIA 1. O entendimento
perfilhado pela SbDI-1 do TST orienta no sentido de que o caput do art. 7º
da Constituição Federal constitui-se tipo aberto, vocacionado a albergar
todo e qualquer direito quando materialmente voltado à melhoria da
condição social do empregado. 2. Cede espaço, assim, ao reconhecimento
da responsabilidade objetiva do empregador, prevista no art. 927, parágrafo
único, do Código Civil, quando a atividade desenvolvida pelo empregado
revela-se eminentemente de risco. 3. No âmbito das relações de emprego, o
conceito de atividade de risco não se aquilata necessariamente à luz da
atividade empresarial em si, conforme o respectivo objeto estatutário:
apura-se tendo os olhos fitos também no ofício executado em condições
excepcionalmente perigosas, expondo o empregado a risco acima do
normal à sua incolumidade física. Segundo a atual doutrina civilista, a
vítima, e não o autor (mediato ou imediato) do dano, constitui a essência da
norma insculpida no art. 927, parágrafo único, do Código Civil de 2002. 4.
Inegável o risco inerente à atividade profissional que submete o empregado,
motorista de caminhão, a deslocamentos em rodovias, tendo em vista os
alarmantes índices de acidentes de trânsito observados nessas vias e a
precariedade das estradas brasileiras. Precedentes. 5. Acidente de trabalho,
com morte do empregado, no exercício de atividade profissional que lhe
impunha transitar em rodovia implica responsabilidade objetiva do
empregador. 6. Agravo de instrumento da Reclamada a que se nega
provimento (AIRR-596-11.2011.5.09.0749, Relator Ministro João Oreste
Dalazen, 4ª Turma, DEJT 13/05/2016);

"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.


ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.467/2017. ARTIGO
896-A DA CLT. ACIDENTE DO TRABALHO. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA. FATO DE TERCEIRO RELACIONADO AO RISCO DA
ATIVIDADE. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA RECONHECIDA.
DECISÃO EM DESCONFORMIDADE COM A REITERADA
JURISPRUDÊNCIA DO TST. Caracterizada a existência de transcendência
política, em razão de desconformidade com a reiterada jurisprudência do
TST, além de ofensa ao artigo 927, parágrafo único do Código Civil, dá-se
provimento ao agravo de instrumento para determinar o prosseguimento do
recurso de revista. Agravo de instrumento provido. RECURSO DE
REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI
13.467/2017. ARTIGO 896-A DA CLT. ACIDENTE DO TRABALHO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. FATO DE TERCEIRO
RELACIONADO AO RISCO DA ATIVIDADE. TRANSCENDÊNCIA
POLÍTICA RECONHECIDA. DECISÃO EM DESCONFORMIDADE
COM A REITERADA JURISPRUDÊNCIA DO TST. Não se nega que,
mesmo na seara da responsabilidade objetiva, seria possível a ocorrência de
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excludentes capazes de afastar o nexo de causalidade e, via de


consequência, a obrigação de indenizar, tais como a culpa exclusiva da
vítima ou fato de terceiro, hipótese última adotada pelo Regional como
fundamento para exclusão da responsabilidade da reclamada. Porém, em se
tratando de atividade de risco, como no caso, em que o reclamante,
motorista de ônibus interestadual, sofreu infortúnio enquanto prestava
serviço para a sua empregadora, situação inegavelmente enquadrada na
exceção prevista no artigo 927, parágrafo único, do Código Civil, o fato de
terceiro capaz de romper o nexo de causalidade seria apenas aquele
completamente estranho ao risco inerente à mencionada atividade, o que
não é a hipótese. Recurso de revista conhecido e provido." (RR - 1259-
36.2015.5.12.0037, Relator Ministro: Breno Medeiros, 5ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 30/11/2018);

"(...) RECURSO DE REVISTA. RECURSO DE REVISTA SOB A


ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014. REQUISITOS DO ART. 896, § 1º-A, DA
CLT ATENDIDOS. ATIVIDADE DE RISCO. AJUDANTE DE
MOTORISTA DE CAMINHÃO. ACIDENTE EM RODOVIA. MORTE
DO AJUDANTE. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA
EMPREGADORA. INDENIZAÇÕES POR DANOS MORAIS E
MATERIAIS. Verifica-se que a norma constitucional abraça a
responsabilidade subjetiva, obrigação de o empregador indenizar o dano
que causar mediante comprovação de dolo ou culpa, e o Código Civil, de
forma excepcional, nos casos de atividade de risco ou quando houver
expressa previsão legal, prevê a responsabilidade objetiva do autor do dano,
situação em que não se faz necessária tal comprovação. A norma
constitucional trata de garantia mínima do trabalhador e não exclui a regra
do parágrafo único do artigo 927 do Código Civil, o qual, por sua vez,
atribui uma responsabilidade civil mais ampla ao empregador,
perfeitamente aplicável de forma supletiva no Direito do Trabalho, haja
vista o princípio da norma mais favorável, somado ao fato de o Direito
Laboral primar pela proteção do trabalhador e pela segurança do trabalho,
com a finalidade de assegurar a dignidade e a integridade física e psíquica
do empregado em seu ambiente laboral. Do quadro fático delineado no
acórdão regional extrai-se que o de cujus era ajudante de motorista de
caminhão. Em uma viagem, houve um acidente com o caminhão,
ocasionando a morte do obreiro. É certo que o de cujus, no desempenho da
função de ajudante de motorista de caminhão, transportava os gases
industriais fabricados pela 3ª reclamada, em veículo de propriedade da 1ª
reclamada, sujeitando-se a risco maior de sofrer infortúnio relacionado com
o tráfego. Trata-se, inegavelmente, de atividade que, pela sua natureza,
implica risco para o empregado que a realiza. Incide o parágrafo único do
artigo 927 do Código Civil. É objetiva a responsabilidade do empregador.
Presentes o dano e o nexo de causalidade com a execução do contrato de
emprego e, tratando-se de atividade de risco, impõe-se o reconhecimento da
responsabilidade objetiva da reclamada. Esta Corte tem adotado o
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PROCESSO Nº TST-RR-25120-84.2014.5.24.0091

entendimento da responsabilidade objetiva nos casos em que trata de


acidente automotivo que causa dano ao motorista. Se a responsabilidade é
objetiva ao dano causado ao motorista, também deve ser quanto ao dano
causado ao ajudante do motorista. O risco ao qual está ordinariamente
submetido o trabalhador no desempenho de suas funções é o de envolver-se
em acidentes oriundos diretamente da atividade com veículos, tais como
acidentes automobilísticos, como ocorreu com o de cujus. Vale dizer, o
acidente que vitimou o empregado, mesmo sendo provocado por terceiro,
insere-se na dimensão do risco da atividade desenvolvida pelo obreiro.
Impende salientar, ainda, que o risco da atividade econômica deve ser
suportado pelo empregador, e não pelo empregado (artigo 2º da CLT).
Presentes o dano experimentado pelos reclamantes e o nexo de causalidade
com a execução do contrato de emprego, e tratando-se de atividade que,
pela sua natureza, implica risco para o empregado que a desenvolve,
constata-se a violação do art. 927, parágrafo único, do Código Civil.
Recurso de revista conhecido e provido." (RR-458-57.2013.5.03.0097,
Relator Ministro: Augusto César Leite de Carvalho, 6ª Turma, Publicação:
DEJT 03/11/2015);

"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA


INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.647/2017 - INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS E MATERIAIS - PRESCRIÇÃO Tratando-se de
pretensão à indenização por danos morais e materiais decorrentes de
relação de emprego - acidente do trabalho - , aplicável é a prescrição
trabalhista, prevista no art. 7º, XXIX, da Constituição da República,
sobretudo quando o evento lesivo é posterior à vigência da EC nº 45/2004.
ACIDENTE DE TRABALHO - DANOS MORAIS E MATERIAIS -
CARACTERIZAÇÃO - RESPONSABILIDADE OBJETIVA -
MOTORISTA DE CAMINHÃO A jurisprudência do TST é no sentido de
admitir a responsabilidade objetiva do empregador quando demonstrado
que a atividade desempenhada implica risco à integridade física e psíquica
do trabalhador. Nessa esteira, o Eg. TST tem se posicionado no sentido de
reconhecer a aplicação da teoria do risco em hipóteses como a dos autos,
em que o empregado, no exercício da função de motorista de caminhão,
sofre acidente de trânsito. (...)" (AIRR - 20327-37.2016.5.04.0561, Relatora
Ministra: Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, 8ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 31/01/2019)

Nesse passo, verifico possível ofensa ao artigo


927, parágrafo único, do Código Civil, o que torna plausível a
revisão da decisão denegatória.
Do exposto, dou provimento ao agravo de
instrumento para determinar o processamento do recurso de revista.

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PROCESSO Nº TST-RR-25120-84.2014.5.24.0091

RECURSO DE REVISTA

Satisfeitos os pressupostos extrínsecos de


admissibilidade, passo à análise dos pressupostos recursais
intrínsecos.

RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO EMPREGADOR –


ACIDENTE DE TRABALHO – MOTORISTA – DESVIO DE FUNÇÃO - INDENIZAÇÕES
POR DANOS MORAIS E ESTÉTICOS - FORTUITO INTERNO - TEORIA
DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA – APLICAÇÃO

CONHECIMENTO

Nos termos da fundamentação expendida na decisão


do agravo de instrumento, considero que houve afronta ao artigo 927
do Código Civil, razão pela qual conheço.

MÉRITO

Como consequência lógica do conhecimento do apelo,


por violação do artigo 927 do Código Civil, dou-lhe provimento para
julgar procedentes os pedidos   de   indenizações   por   danos   morais  e
estéticos, em virtude do acidente de trabalho ocorrido.
Passa-se ao exame dos critérios a serem observados
na fixação dos montantes arbitrados a título de danos morais e
estéticos.
Na lição de Caio Mário da Silva Pereira, o
magistrado deve levar em conta que "a vítima deve receber uma soma que lhe
compense a dor ou o sofrimento, a ser arbitrada pelo juiz, atendendo às circunstâncias de cada caso, e
tendo em vista as posses do ofensor e a situação pessoal do ofendido. Não tão grande que se converta
em fonte de enriquecimento, nem tão pequena que se torne inexpressiva". (Responsabilidade
Civil. 9ª ed. rev. Rio de Janeiro: Forense).
Aguiar Dias assinala que não se deve construir a
ideia de que a indenização por dano moral não possui limites. Na sua
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opinião, deve-se buscar um "equivalente adequado" e destaca que a "reparação


será, sempre, sem nenhuma dúvida, inferior ao prejuízo experimentado". (Da
Responsabilidade Civil. 9. ed. V. II. Rio de Janeiro: Forense, 1984.
p. 740).
No que tange ao dano estético, é preciso salientar
que, embora também seja um dano extrapatrimonial, a parametrização
deve ter como perspectiva o prejuízo sofrido pela vítima em razão da
alteração permanente de sua harmonia física.
Assim, considerando   os   limites   do   pedido,   a
gravidade   das   lesões   (traumatismo   craniano   grave,   fratura   de
extremidade   superior   do   úmero,   com   limitações   de   movimento   e
cicatriz permanente no membro superior esquerdo – fls. 390/391), as
circunstâncias em que ocorreu o acidente (desvio de função e fato de
terceiro), o tempo de internação (24 dias, sendo 11 em unidade de
terapia   intensiva),   afastamento   do   trabalho   (cerca   de   4   meses)   e
evolução do quadro clínico, arbitro em R$ 40.000,00 (quarenta mil) o
valor da reparação por danos morais e em R$10.000,00 (dez mil) por
danos estéticos. 
Juros   e   correção   monetária   na   forma   da   lei   e   da
Súmula nº 439 do TST.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Sétima Turma do Tribunal


Superior do Trabalho, por unanimidade, dar provimento ao agravo de
instrumento para determinar o processamento do recurso de revista.
Por maioria, conhecer do recurso de revista, por violação do artigo
927 do Código Civil, e, no mérito, dar-lhe provimento para julgar
procedentes os pedidos de indenizações por danos morais e estéticos,
em virtude do acidente de trabalho ocorrido, nos valores de
R$40.000,00 e R$10.000,00, respectivamente, ora arbitrados. Juros e
correção monetária na forma da lei e da Súmula nº 439 do TST. Eleva-
se o valor da condenação em R$50.000,00, para fins processuais.
Vencido o Exmo. Desembargador convocado Roberto Nóbrega de Almeida
Filho, que não conhecia do recurso de revista.
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Brasília, 26 de junho de 2019.

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CLÁUDIO BRANDÃO
Ministro Relator

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