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Alexis Pan

7
Passos
Essenciais
para se
tornar
o

das



7 Passos Essenciais para se tornar o Mestre das Oportunidades
(C) 2017 por Alexis Pan

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de
19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia
por escrito do autor, poderá ser reproduzida ou transmitida, sejam
quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos,
fotográficos, gravação ou quaisquer outros.

















Ficha técnica:
Foto de capa: designed by Jannoon028 / Freepik
Arte da capa: Pdesign



Para contatar o autor: alexispan@gmail.com

Prefácio

Existe um antigo provérbio árabe que diz que “Adversidades são
grandes oportunidades”. Quando tudo em volta está ótimo,
perfeito, o crescimento até acontece, mas de uma forma mais
difícil e acaba sendo destinado somente àqueles que possuem um
mindset diferenciado. Por outro lado, quando tudo parece estar
fora do lugar, dando errado, as melhores oportunidades podem
aparecer para mudar a vida completamente. Quando isso
acontece, temos que estar totalmente preparados, ou a
frustração é que se tornará protagonista.

Foi justamente em um momento de grandes adversidades que,
aplicando os ensinamentos que agora exponho nesse livro,
enxerguei que havia muita gente que também queria saber onde
estavam as oportunidades, pois parecia que elas haviam
simplesmente sumido. Conversando com várias dessas pessoas, vi
que, na verdade, faltava a elas a mentalidade correta e o preparo
adequado para que enxergassem coisas que para mim eram
óbvias, coisas essas que poderiam efetivamente mudar as suas
vidas.

Dessa forma, decidi organizar as minhas ideias em um único lugar,
para poder finalmente ajudar as pessoas a encontrarem as suas
oportunidades e alcançar o sucesso. Começava ali o planejamento
e a organização deste livro, pequeno mas bastante denso de
informação.

Para alguns, o que é colocado aqui pode ser óbvio, mas a
obviedade nem sempre é percebida por todos. Por isso, tenho
certeza que a leitura desse livro fará a diferença na vida de muita
gente.

O passo final era encontrar um título que fosse, ao mesmo tempo,
claro e atrativo. Pensei nos resultados que estaria gerando e ficou

muito claro que eu devia mostrar aos meus leitores o que eles se
tornariam depois de ler e aplicar o que é exposto: verdadeiros
Mestres das Oportunidades!

OS 7 PASSOS ESSENCIAIS
PARA SE TORNAR UM MESTRE
DAS OPORTUNIDADES

1 INTRODUÇÃO 8
1.1 O QUE É “OPORTUNIDADE” AFINAL? 8
1.2 UMA BREVE HISTÓRIA REAL 11
1.3 O QUE A “OPORTUNIDADE” VAI LHE PERMITIR? 13
1.4 ESPERAR OU GARIMPAR? 14
1.5 POR QUE AS PESSOAS RECLAMAM DE “FALTA DE OPORTUNIDADES”?
16
1.5.1 O QUE EXISTE, ENTÃO? 17
1.5.2 APRENDENDO COM OS ERROS DOS OUTROS 18
1.5.3 A COMPETÊNCIA NA EXECUÇÃO 19
1.6 QUAL A SUA MOTIVAÇÃO? 20

2 O MINDSET DO MESTRE DAS OPORTUNIDADES 23


2.1 ABRIR A MENTE PARA NOVAS COISAS 24
2.2 ELIMINAR OS PRECONCEITOS DA SUA VIDA 26
2.2.1 PRECONCEITOS SEM BASE RACIONAL 27
2.2.2 PRECONCEITOS ADQUIRIDOS 28
2.2.3 PRECONCEITOS CAUSADOS POR TRAUMAS 30
2.2.4 E VOCÊ? 31
2.3 DOMAR A AVERSÃO AO RISCO DE FORMA SAUDÁVEL 33
2.4 PENSANDO COMO UM VENCEDOR 34
2.5 A CAPACIDADE DE OUVIR E ACEITAR OUTRAS OPINIÕES 36
2.6 A HUMILDADE COMO PRÉ-REQUISITO DO SUCESSO 38

3 TREINANDO O OLHAR PARA VER OPORTUNIDADES 41


3.1 AS FRASES CHAVE PARA APLICAR NO DIA-A-DIA 42
3.1.1 “QUE COISA DIFÍCIL DE FAZER” 42
3.1.2 “PODIA SER FEITO DE OUTRO JEITO...” 44

3.1.3 “POR QUE NINGUÉM FAZ?” 45
3.2 OLHANDO DENTRO DE CASA 45
3.3 AS OPORTUNIDADES NO AMBIENTE DE TRABALHO 47
3.4 IDEIAS EMPREENDEDORAS 50
3.4.1 QUAL É O PROBLEMA QUE ISSO VAI RESOLVER? 51
3.4.2 QUANTAS PESSOAS TÊM O MESMO PROBLEMA? 51
3.4.3 IMPACTO CAUSADO 52
3.4.4 O INEDITISMO 52
3.5 PEQUENAS OPORTUNIDADES, GRANDES RESULTADOS 53
3.5.1 O PEQUENO QUE ESCONDE ALGO MAIOR 53
3.5.2 VÁRIOS PEQUENOS FORMAM UM ENORME 55
3.5.3 ESFORÇO X RETORNO E O OLHAR TREINADO DO MESTRE 55

4 INVESTINDO EM AUTODESENVOLVIMENTO 57
4.1 APRENDENDO NOVOS IDIOMAS 58
4.2 A LINGUAGEM DO FUTURO: PROGRAMAÇÃO 60
4.2.1 DESENVOLVIMENTO DO RACIOCÍNIO 61
4.2.2 CONHECIMENTO DAS POSSIBILIDADES QUE A PROGRAMAÇÃO DE
COMPUTADORES E SISTEMAS NOS TRAZ 61
4.3 CONHECENDO O TRABALHO DOS OUTROS 62
4.4 A INTERNET E SUAS MARAVILHAS (DES)COMPLICADAS 64

5 ELIMINANDO AS DISTRAÇÕES 67
5.1 AS REDES SOCIAIS 67
5.1.1 FACEBOOK: ANJO OU DEMÔNIO? 69
5.1.2 O USO PRODUTIVO DO LINKEDIN 72
5.1.3 TWITTER E INSTAGRAM 73
5.2 A TELEVISÃO DA ATUALIDADE 74
5.3 FUTILIDADES 75
5.4 HIGIENE MENTAL PERIÓDICA 77
5.5 LAZER PRODUTIVO 79
5.6 A ARMADILHA DA PROCRASTINAÇÃO 80
5.7 RESUMO: COMO PLANEJAR ADEQUADAMENTE O TEMPO 82
5.7.1 FINALIZANDO O PLANEJAMENTO DO TEMPO 84

6 DEMITINDO OS LADRÕES DE SONHOS 86


6.1 DORMINDO COM O INIMIGO 86
6.2 AS FRONTEIRAS DA FAMÍLIA NOS SEUS NEGÓCIOS 88
6.3 OS AMIGOS SUPERENTENDIDOS 90

6.4 SONHO QUE SE SONHA SÓ É SÓ UM SONHO QUE SE SONHA SÓ 92
6.5 ...SONHO QUE SE SONHA JUNTO É REALIDADE 93
6.5.1 CONSTRUAM O SONHO DESDE O INÍCIO JUNTAS 94
6.5.2 INSPIRE PESSOAS A SONHAR O SEU SONHO 95

7 CULTIVANDO OS RELACIONAMENTOS CERTOS 97


7.1 AS AMIZADES TÓXICAS 97
7.2 ATITUDES PARASITÁRIAS 100
7.3 DIGA-ME COM QUEM ANDAS... 101
7.3.1 COMO ME APROXIMAR DOS BONS 102
7.3.2 DO VIRTUAL PARA O REAL 104
7.3.3 FAZENDO DO JEITO CERTO 105
7.4 MANTENDO A AMIZADE, DESCARTANDO A FUTILIDADE 107

8 CRIE A SUA FORTALEZA! 109


8.1 FORTALEZA FÍSICA 109
8.2 FORTALEZA ONLINE 110
8.3 FORTALEZA PSICOLÓGICA 112
8.4 FORTALEZA ESPIRITUAL 113

9 CONCLUSÃO 114

REFERÊNCIAS 117

8

1 Introdução


Olá caro leitor! Parabéns por dar o primeiro passo nesse caminho
longo, mas produtivo, de se preparar para aproveitar as
oportunidades, que jamais serão perdidas novamente. Navegando
por todo esse livro, você conhecerá os 7 Passos Essenciais para se
tornar o Mestre das Oportunidades e poderá mudar a sua vida em
pouco tempo. Tudo depende de persistência, flexibilidade e,
principalmente, da motivação que você tem para ser bem
sucedido.

Eu vejo muita gente por aí se queixando de “falta de
oportunidades” e vou falar mais detalhadamente sobre isso lá na
frente, mas já adianto que é algo que sempre me incomodou
muito. Essa afirmação, quando elevada ao status de verdade
absoluta e aliada à velha expressão “a vida é feita de
oportunidades”, tem como consequência inevitável ele, que é o
mais temido dos resultados de uma jornada pessoal e
profissional: o fracasso. Afinal, se tudo isso é verdade, se a vida é
mesmo feita de oportunidades e estas estão em falta, o fracasso é
nada mais do que o corolário desse conjunto de expressões
lógicas. Mas como é que, contrariando tudo isso, tanta gente
consegue arrumar uma oportunidade e alcança o sucesso, seja
pessoal, profissional ou financeiro, numa realidade onde estas são
tão escassas?

1.1 O que é “oportunidade” afinal?



Antes de mais nada, é preciso entender o que é realmente uma
“oportunidade”. O dicionário nos traz várias definições, mas a que
mais nos interessa é a seguinte:
9


Oportunidade: circunstância favorável para que alguma coisa
aconteça.

Essa é uma ótima definição formal da palavra, mas é isso mesmo
que “oportunidade” significa para você? Perguntando para as
pessoas, aleatoriamente, sobre o que esperam da “oportunidade”
que tanto aguardam, a grande maioria responde algo relacionado
a “grande chance”. Pegue as frases mais ditas com a palavra
“oportunidade” e substitua por “grande chance” e você vai
entender que é verdadeira essa associação entre as duas, uma
pessoa que anseia por uma “oportunidade” está, essencialmente,
esperando a “grande chance” de fazer alguma coisa ou de que
alguma coisa aconteça na sua vida.

Entretanto, a “grande chance” pode ser várias coisas,
dependendo de quem está definindo. A “grande chance” de
encontrar um marido ou esposa, para quem está solteiro e quer
mudar de vida (da vida de solteiro para a vida de família). A
“grande chance” de ser promovido e ter um salário maior, para
quem busca construir uma carreira sólida e reconhecida,
mudando da vida de restrições orçamentárias e trabalho tedioso
para uma empolgante vida de fartura e tranquilidade financeira. A
“grande chance” de largar tudo e ir morar em uma cidade
pequena, no interior ou na praia, com tranquilidade e qualidade
de vida, para quem já se esgotou com a pressão e o ritmo
alucinado das grandes cidades. Quem não quer continuar do
mesmo jeito, está buscando sempre uma “oportunidade”.

O corolário disso é que quem está acomodado em sua zona de
conforto dificilmente espera tanto que uma “oportunidade”
apareça. Essa zona de conforto é uma armadilha perigosa, pois
nos deixa estagnados, sem que o desejo de melhorar seja forte o
suficiente para nos fazer agir. Certa vez, assisti um vídeo de um
10

megaempresário bilionário falando de empreendedorismo e as
suas palavras foram bastante incisivas, mas totalmente
verdadeiras. Ele falava, nesse vídeo, da necessidade de pensar
diferente para alcançar patamares mais elevados na vida.
Especificamente, ele dizia, sobre as pessoas que conseguiam
atingir esses resultados, que “elas trabalham para si mesmas”.

O que ele disse se aplica a um nicho específico, o das pessoas que
querem empreender e que têm ambição suficiente para não ficar
confortáveis com seu “empreguinho” e seu “dinheirinho” no fim
do mês. Essas pessoas estão constantemente buscando uma
“oportunidade”, o que é constantemente traduzido em negócios
que se apresentem promissores e que precisem de um investidor
ou de um sócio com know how do assunto. O significado da
palavra “oportunidade” para elas é a condição favorável para
começar a empreender e buscar incansavelmente alcançar o
sucesso.

Agora, eu quero saber de você! Quero saber o que significa, para
você, encontrar uma oportunidade. Pode ser o momento certo
para trocar de carreira profissional, quem sabe você esteja
cansado do escritório e queira agora ser chef de cuisine ou
fotógrafo. Também pode ser o momento de investir tempo,
dinheiro e esforço para fazer aquela pós-graduação que vai lhe
qualificar para novas etapas na carreira. Quem sabe, ainda, ter as
condições ideais para ingressar em um ano sabático ou ainda de
largar tudo e começar de novo. Até mesmo a oportunidade de
passar em um concurso público que vá lhe dar estabilidade no
emprego e tranquilidade financeira!

Pense bem nisso! Que tipo de oportunidade você está esperando?
O que você busca para mudar sua vida? Depois de refletir bem
sobre essas questões, tendo em mente que não estamos ainda
querendo definir o benefício final que a “oportunidade” pode
11

trazer, escreva a seguir aquilo que melhor define o termo
“oportunidade” para você hoje.

Oportunidade para mim é

_____________________________________________

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_____________________________________________

1.2 Uma breve história real



Vou contar para você uma história minha, real, para você
entender melhor o que estou querendo dizer.

O ano era 1995. Eu tinha acabado de completar 18 anos, e estava
me recuperando de uma cirurgia simples, mas pela qual tive que
passar em emergência: uma simples mas incômoda hérnia
inguinal. Essa cirurgia, feito no final do ano anterior, me tirou o
semestre da faculdade e o resultado foi que tive que ficar 6 meses
parado, esperando para voltar à faculdade e repetir todas as
matérias daquele semestre.

Para esse período de recuperação, voltei a morar um tempo na
casa da minha mãe, que tinha se mudado para uma cidadezinha
pequena de 10 mil habitantes no sul de Minas Gerais. Lembre-se
que em 1995 as coisas eram bem diferentes do que são hoje,
especialmente a tecnologia de informática. A internet no Brasil
ainda engatinhava, poucas pessoas eram agraciadas com uma
conexão provida pela Embratel e para a qual havia uma lista de
espera gigantesca. Ter um computador pessoal em casa era um
luxo para poucos, exceção feita aos estudantes de Engenharia,
que já precisavam do computador para rodar programas “mega-
12

elaborados” de cálculo estrutural, desenho industrial e simulações
matemáticas. Eu, por conta disso, era um desses poucos
proprietários de um PC em casa, um excelente 486 com monitor
de 14 polegadas que tinha o “absurdo” de 270MB de HD – na
época chamado de winchester.

Olhe a situação: me recuperando de uma cirurgia, com a
matrícula trancada, vendo toda a minha turma avançando e eu
ficando para trás. Além de tudo sem ter o que fazer na casa da
minha mãe, em uma cidade de 10 mil habitantes distante dos
grandes centros. Eu tinha tudo para desperdiçar meu tempo com
coisas fúteis (quem sabe assistindo à Sessão da Tarde...), mas tive
uma ideia que parecia loucura para todos, principalmente para
minha mãe: dar aulas de informática para as pessoas da cidade.

Preparei, no próprio computador, um cartaz oferecendo aulas de
informática a domicílio e espalhei nos comércios de amigos e
onde me deixassem colocar o cartaz, em toda a cidade. Não
demorou muito para aparecer interessados que, no entanto,
tinham uma pequena restrição: teriam que fazer as aulas no meu
computador porque eles simplesmente não tinham um. Acabei
descobrindo que praticamente não havia computadores pessoais
na cidade. De imediato, identifiquei ali outra oportunidade:
vender computadores!

Eu já tinha os fornecedores certos, bastava juntar algum dinheiro
(à época, lembro de ter calculado o equivalente a uns 3 mil
dólares), fazer a encomenda das peças e levar tudo para minha
casa para montar e vender. Só que, com 18 anos e me dedicando
integralmente aos estudos na escola de engenharia mais difícil do
Brasil, eu não tinha dinheiro. Minha mãe acabou me negando o
“empréstimo” e meus planos foram por água abaixo. Ela dizia
para eu ir “estudar, porque é isso que vai dar dinheiro para você”.
13

Definitivamente ela não era empreendedora... Mas e o que veio
depois?

Seis meses depois de eu voltar às aulas normais, fui novamente
passar um tempo (as férias) com minha mãe. No mesmo ponto
comercial onde eu imaginei instalar minha revenda de
computadores com uma sala de aula no andar de cima, havia
algo... Era uma revenda de computadores embaixo e uma sala de
aula em cima! Vi ali a minha visão concretizada, mas por outra
pessoa. Nem preciso dizer que ele ficou muito rico, conhecido em
toda a cidade e, pasmem!, cheguei até a comprar um computador
com ele algum tempo depois. A oportunidade de ouro tinha
escapado de mim, acabou sendo aproveitada por outra pessoa e,
o pior de tudo, não voltaria jamais!

1.3 O que a “oportunidade” vai lhe permitir?



Eu contei essa historinha (verdadeira) porque queria que você
refletisse sobre o que é “oportunidade” para a sua vida hoje. Se
eu tivesse conseguido aproveitar a oportunidade que tive, a
minha vida teria sido bem diferente, eu talvez não fosse
engenheiro hoje, mas poderia ser um empresário muito bem
sucedido e rico. Qualquer oportunidade tem que ser capaz de
mudar vidas, inclusive a que você quer e espera. Saiba que tudo
será diferente antes (ou seja, agora) e depois de você encontrar e
aproveitar a oportunidade certa.

O que seria capaz de provocar uma guinada dessa magnitude na
sua vida hoje? Reflita com calma, porque não é algo de resposta
imediata! Tenha certeza que a grande oportunidade que você
espera vai realmente levar você a um novo patamar de satisfação
pessoal e profissional.

14

Uma vez que você consiga definir com exatidão o que uma
oportunidade vai mudar em você hoje, novos horizontes vão se
abrir e você vai começar a enxergar oportunidades reais em
lugares e situações que nunca imaginou antes.

Novamente, quero que você escreva qual é a oportunidade que
você quer ou precisa hoje. Seja específico!

A oportunidade que vai mudar minha vida é

_____________________________________________

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1.4 Esperar ou Garimpar?



Agora que você já sabe exatamente o que quer, vai ficar bem mais
fácil encontrar a oportunidade ideal. Esse processo é igual ao
processo de paquerar, namorar, noivar e casar. Afinal, para
chegar a se casar, você precisou (ou vai precisar) encontrar a
oportunidade certa (ou seja, a pessoa certa).

Assim como no processo de se juntar à sua alma-gêmea, você
pode adotar uma de duas posturas possíveis: pode esperar que o
seu grande amor (a oportunidade) venha até você e lhe convide
para passar o resto dos dias juntos ou pode ir a campo e olhar as
opções existentes até encontrar “aquela” pessoa, que tem todas
ou muitas das características que você definiu como ideais.

Qual dessas estratégias é a certa, esperar ou ir atrás e garimpar a
oportunidade? De que modo vou conseguir os melhores
resultados?
15


Não existe uma resposta única para isso. Ainda que “garimpar”
costume dar melhores resultados (afinal, como diria Zeca
Pagodinho, “camarão que dorme, a onda leva”), esperar as coisas
acontecerem estando atento a elas pode, às vezes, ser mais
preciso.

Quem vai à luta e procura as oportunidades ativamente, precisa
ter muito cuidado para não deixar que a ansiedade o faça
confundir as coisas. Na ânsia de encontrar a “super-oportunidade-
que-vai-mudar-tudo”, pode-se cometer o erro de investir todas as
fichas em algo que não vale a pena. É como ir para a balada e
achar que aquela pessoa maravilhosa que você encontrou lá vai
ser seu amor eterno. E se, no dia seguinte, ela estiver na balada
de novo – sem você – ainda será o seu “modelo” de alma-gêmea?.
Entendeu? A atitude paciente de sentar e ver as coisas passarem à
sua frente pode trazer bons frutos, sim, quando essa estratégia
for usada da forma certa.

Por outro lado, é também verdade que essa espera faz com que
menos chances cheguem a você. Indo a campo, você se expõe
mais e conhece mais, vê mais e encontra mais possíveis
oportunidades.

“Sentar e esperar” não significa o que a literalidade sugere! É
preciso viver normalmente a vida, interagir com outras pessoas,
continuar investindo no seu autodesenvolvimento e seguir todos
os 7 passos que descrevemos neste livro. A diferença entre as
duas estratégias está entre ser um Mestre das Oportunidades
proativo e desbravador como um cão de caça ou um Mestre de
apurada atenção e precisão, como um lobo das montanhas.

16

Utilizando qualquer uma dessas estratégias você pode se tornar
um grande Mestre das Oportunidades, com todas as condições de
alcançar exatamente os mesmos resultados.

1.5 Por que as pessoas reclamam de “falta de


oportunidades”?

Eu comecei esse capítulo falando justamente que há muita gente
se queixando que faltam oportunidades. Tenho notado que esse
discurso é a desculpa mais utilizada por preguiçosos, parasitas e
certas correntes ideológicas que acham que os outros têm que
fazer tudo por eles (“os outros” geralmente se refletindo no
governo e nas pessoas ricas – que majoritariamente trabalharam
e continuam trabalhando muito duro para enriquecer). A
facilidade de se encostar nos outros e dizer que faltam
oportunidades é sedutora demais para pessoas assim, mas é
absurdamente repulsiva para aqueles que se destinam ao
sucesso.

O que eu deixei para falar agora é que todos que reclamam disso
estão, na verdade, transferindo a responsabilidade da própria
deficiência para terceiros, ainda que esses terceiros nem sejam de
“carne-e-osso”! São pessoas que colocam toda a culpa na crise, no
governo, nos familiares, nos amigos, no universo, em Deus, no
Diabo, no calor, no frio, no Trump, no maluco norte-coreano, na
posição dos astros, em tudo que existe e que não existe – menos
em si mesmos.

Você é assim? Quando foi a última vez que você reclamou de falta
de oportunidades na sua vida? As oportunidades não existiram ou
foi você que fez questão de não ver?

Acorde! A responsabilidade pelo sucesso e pelo fracasso é
totalmente sua! Pare de colocar a culpa (ou até mesmo a glória)
17

em tudo, menos em você! Eu não estou querendo que você deixe
sua fé, sua religião, suas convicções astrológicas e políticas, suas
crenças centrais ou laterais. O que eu estou dizendo (e me
desculpe se estou sendo duro, é apenas a primeira vez nesse
programa dos 7 Passos que serei assim) é que você precisa
separar o que é responsabilidade sua e assumir de vez a culpa e a
glória por isso.

1.5.1 O que existe, então?



Bom, voltando ao tema central, não existe “falta de
oportunidades”. O que existe é estarmos mal preparados para
identificar, avaliar e aproveitar as oportunidades que se
apresentam. Uma frase conhecida e que resume bem o que estou
dizendo é “enquanto uns choram, outros vendem lenços”.

É verdade (agora sim) que há obstáculos que podem ser mais
difíceis de superar, mas isso não quer dizer que as oportunidades
não se apresentem para você. Talvez hoje você me diga que não,
que estou exagerando, mas depois de conhecer e aplicar os 7
Passos, você vai ver que é verdade. Felizmente, você já deverá ser
um Mestre das Oportunidades!

Na quarta temporada do reality show MasterChef, exibido pela
Rede Bandeirantes, os jurados falaram aos 4 finalistas sobre a
oportunidade que se apresentava para eles naquele momento.
Uma jurada falou algo muito correto: “oportunidade não fala”.
Nada mais verdadeiro e simples do que essa frase! As
oportunidades não vão chegar para você, lhe cutucar, se
apresentar e dizer “olá, sou a oportunidade que você estava
esperando”. A menos de algumas cantadas ruins e inconvenientes
(exatamente o contrário de uma boa “oportunidade”), ninguém
vai chegar para você e falar “oi, eu sou o marido que você estava
esperando”.
18


Não acontece assim! Você vai ter que identificar a oportunidade
por si só e isso é um processo que para alguns é extremamente
difícil. Entretanto, com treinamento e orientação adequados, você
vai conseguir enxergar o mundo de uma maneira diferente e até
um dedo chamuscado na cozinha vai lhe acender uma lâmpada
para uma ideia que pode ser “aquela” oportunidade que vai
mudar a sua vida.

Bom, essa habilidade, que é inata para algumas pessoas, precisa
ser pacientemente desenvolvida em outras. Para todas, no
entanto, há algo que só é conseguido através de esforço,
dedicação e estudo: a capacidade de avaliar as oportunidades e
classificá-las em “boas”, “ruins” e “não adequadas para mim”.
Tomar qualquer decisão desse porte com base no instinto não é
algo recomendado, pois mesmo grandes “farejadores” de sucesso
(e eu trabalhei para um) cometem erros grotescos que poderiam
ser evitados nessa fase do processo. O que muitas vezes mascara
esses erros é o fato desses “farejadores” acertarem em 1 ocasião
e terem retorno que supera em muito o prejuízo das demais,
criando-se a falsa impressão de que esse “feeling” é suficiente.

1.5.2 Aprendendo com os erros dos outros



Preparar-se para fazer boas avaliações não envolve somente a
leitura de bons livros e participar de cursos e treinamentos, como
esse aqui. Envolve também conhecer pessoas e suas histórias de
sucessos e fracassos, especialmente esses últimos. Aprender com
o erro dos outros é muito mais do que ser inteligente, é ser
esperto (no bom, aliás, no ótimo sentido).

No universo do marketing de rede (conhecido também como
marketing multinível ou marketing de relacionamento), existe
uma frase que sintetiza isso: “não há pessoas cometendo novos
19

erros, o que há são novas pessoas cometendo os mesmos velhos
erros”. Essa frase não se restringe a esse mundo do marketing de
rede, mas se aplica a todas as áreas. E você sabe o que isso
significa? Que a gente não aprende com o erro dos outros como
deveria.

1.5.3 A competência na execução



Finalmente, aquela que talvez seja a maior dificuldade de todos
para conseguir aproveitar plenamente uma boa oportunidade: a
execução! Grandes CEOs da atualidade chegam a afirmar que a
execução é mais importante que a estratégia para uma grande
organização, o que eu posso até considerar um exagero, mas
nunca uma mentira. É na hora da execução que muitas pessoas se
perdem e colocam aquelas oportunidades perfeitas no lixo,
algumas vezes abrindo caminho para outros aproveitarem melhor
a mesma oportunidade e outras vezes até mesmo queimando
uma novidade que nunca mais será concretizada.

Ram Charan e Larry Bossidy, em sua obra “Execução – a disciplina
para atingir resultados” mostra como ideias e pessoas geniais
acabaram se tornando grandes “micos” por não conseguirem
executar ótimas estratégias. Recomendo a leitura desse livro para
todos que queiram se tornar Mestres das Oportunidades!

Um grande Mestre das Oportunidades sabe o que precisa para
colocar em prática aquilo que já identificou e avaliou como uma
boa oportunidade. Ele não precisa ser o melhor executor daquela
tarefa, mas precisa saber exatamente o que precisa ser feito e
saber liderar o seu time para fazê-lo. Se a concretização da
oportunidade é através de um revolucionário App para celular, ele
não precisa saber programação, mas tem que saber escolher e
liderar o trabalho de um bom desenvolvedor até chegar ao seu
produto final que vai mudar o mercado para sempre.
20

1.6 Qual a sua motivação?



Todos os dias, bilhões de pessoas acordam para um novo dia e
vão fazer suas tarefas diárias. Trabalhar, cuidar dos filhos, arrumar
a casa, procurar um emprego ou dedicar-se aos estudos são as
tarefas mais comuns e fáceis de justificar o empenho de se
levantar da cama e, enfim, viver.

Mas há milhões, talvez bilhões, de pessoas cuja motivação para
começar um novo dia, todos os dias, é um grande mistério. São
pessoas que vivem em situações críticas, de miséria profunda,
fome e abandono, dormindo nas ruas de forma precária ou em
condições sub-humanas em países da África. Entender o que
motiva essas pessoas a viver um novo dia e, mais ainda, ter
esperanças e sonhar com dias melhores, é algo tão desafiador
quanto motivador.

No mundo em que vivemos hoje, há inúmeros fatores que tentam
nos desanimar e desistir de seguir em frente. A realidade
brasileira do momento em que escrevo essas linhas é de
corrupção generalizada, com desvios de dinheiro na casa de
muitos dígitos, desemprego como nunca se viu antes e recessão
econômica das piores da história. O resto do mundo não está
diferente, com uma crescente tensão entre países, que pode
resultar em guerras catastróficas; brigas mortais entre religiões
que deveriam seguir o mesmo Deus e fanatismo político
institucionalizado que joga pessoas contra pessoas sem nem
mesmo saber o porquê. Nesse cenário, desanimar e desistir
parecem escolhas óbvias, mas não no seu caso! Você tem uma
motivação para acordar todos os dias e lutar contra tudo isso,
algo que lhe move mais do que suas próprias forças, em direção à
realização de um projeto grandioso de mudança de vida!

21

Qual a sua motivação, então?

Eu tenho muitas motivações. Meus filhos certamente são a maior
motivação de tudo na minha vida, mas deixar um legado para o
mundo também é algo que me move. Não quero passar por
“aqui” (essa vida) e apenas sobreviver, quero deixar algo que
possa ajudar outras pessoas a viver bem e alcançar seus sonhos.
Esse livro, por sinal, é parte da concretização desse desejo!

Cada pessoa possui suas próprias motivações: enriquecer, viajar o
mundo inteiro, ser reconhecido em algum campo do
conhecimento, desenvolver algo revolucionário, ser famoso, sair
da pobreza... São tantas razões que é impossível escrever todas
em um livro.

Agora, pense com carinho e, quando chegar a uma conclusão,
escreva abaixo qual é a sua motivação para acordar, levantar da
cama e fazer tudo o que faz diariamente.

O que me motiva a acordar todos os dias e seguir em frente é

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_____________________________________________

_____________________________________________


Se, mesmo assim, você ainda não sabe o que lhe motiva a seguir
em frente, a dedicar tempo e esforço para realizar as tarefas todo
os dias, faça uma reflexão profunda. Se você não tem uma
motivação clara para fazer o que faz, será que está no lugar certo?
E o que lhe motivaria a buscar uma mudança? O QUE LHE
MOTIVARIA A BUSCAR UMA “NOVA OPORTUNIDADE”?
22


Depois que você encontrar essa motivação (e preencher
corretamente a lacuna anterior), continue a ler esse livro. Você
estará pronto para mudar e dominar as oportunidades como um
verdadeiro Mestre!




23

2 O mindset do Mestre das Oportunidades

Mindset é um termo em inglês que está muito na moda, mas que
poderia ser melhor entendido usando o termo equivalente em
português: mentalidade. O dicionário nos diz que “mentalidade”
significa “maneira de pensar” e só isso já explica a importância de
ajustar o mindset para poder se tornar um Mestre das
Oportunidades. É preciso pensar da mesma maneira que um
verdadeiro Mestre pensa, ativando no seu cérebro determinados
gatilhos mentais, que irão atuar em situações por onde as pessoas
normais passam sem que aconteça qualquer coisa de diferente.

Toda mudança de mindset é bastante complicada e o tempo para
conseguir ajustá-lo vai variar muito de uma pessoa para outra.
Normalmente, se consegue resultados melhores quando o ajuste
do mindset é feito com ajuda profissional externa. Para isso, há
várias opções e uma delas certamente será a mais adequada para
você!

A primeira opção é usar os serviços de um Coach. Esse profissional
é nada mais do que um treinador (em inglês, “coach” significa
exatamente “treinador”) e vai lhe auxiliar a ativar os gatilhos
mentais corretos para pensar como um Mestre das
Oportunidades nas atividades profissionais. Da mesma forma que
um treinador esportivo, o Coach olha a situação de um ponto de
vista diferente e sem estar dentro da mesma, por isso consegue
lhe aconselhar de forma efetiva.

É preciso, no entanto, ter muito cuidado na escolha do
profissional que vai lhe auxiliar, porque a profusão dos cursos de
Coaching e a falta de critérios para que um profissional se torne
um Coach acabaram por inundar o mercado de gente mal
preparada e até mal intencionada para lhe ajudar na caminhada.

24

Se você precisa de uma mudança mais profunda e duradoura,
recomendo que procure uma psicóloga, preferencialmente que
atue na linha cognitivo-comportamental. Por que esta linha?
Porque, além de atuar diretamente no que precisamos mexer,
que é o seu comportamento frente a determinadas situações, os
resultados costumam vir bem mais rápido do que através de
outras linhas da psicoterapia. Após os resultados se tornarem
satisfatórios, você pode tanto finalizar o trabalho psicoterápico
quanto seguir com um acompanhamento para blindar o seu
mindset contra novas (e más) influências.

Finalmente, ainda há uma terceira opção, talvez mais difícil de
implementar devido à escassez de referências, que é a Mentoria.
Ter um Mestre das Oportunidades, já reconhecido, como seu
Mentor, orientando e ajudando a aplicar as técnicas e exercícios
do processo de treinamento, é o meio mais eficiente para atingir
os resultados desejados. A Mentoria pode não eximir você de
passar pelo Coaching ou pela Psicoterapia, mas certamente vai
economizar tempo e dinheiro ao evitar os desvios de percurso.

Não importa se você vai passar por esse processo sozinho, com
um Coach, com uma Psicóloga ou com um Mentor: qualquer um
que se dedique e tenha disciplina para seguir até o fim do
processo, estará com seu mindset corretamente ajustado e,
portanto, pronto para ser um grande Mestre das Oportunidades.

Vamos às etapas do processo de mudança de mindset, que você
pode aplicar na ordem que for melhor para si.

2.1 Abrir a mente para novas coisas



Antes de começar a chuva de pedras, preciso explicar o que
significa “abrir a mente para novas coisas”, já que a simples
leitura desse título pode ensejar interpretações erradas. Não
25

estou dizendo, aqui, que se deve abrir a vida para coisas ilegais,
imorais ou aéticas, mas entender que há muitas coisas corretas
que se pode fazer para alavancar sua vida, mesmo que sejam bem
diferentes do que você fez a vida toda - e isso é bom. Acontece
que a tendência, especialmente quando falamos de trabalho, é
nosso comportamento ir passando por um funil e ficar cada vez
mais padronizado em determinado modo e determinadas áreas, o
que nos torna grandes especialistas em somente uma coisa.

Em geral, quando começamos a vida profissional contamos com
um leque aberto e, à medida em que vamos avançando, nos
tornamos cada vez mais especialistas e amarrados a um estilo, a
processos e até a crenças que ficam cada vez mais rígidas. Quando
chegamos a certa idade (velhos!), já estamos fechados em um
mundo próprio, onde qualquer coisa diferente parece um
absurdo. Já notaram que, quanto mais velhos ficamos, mais
defendemos o passado como verdade? “Não é assim que
funciona” é a frase mais clássica desse comportamento, seguida
de “não se faz mais xxxxxx como antigamente”.

Nesse ponto, um esclarecimento, com base no grande filósofo
Mário Sérgio Cortella: você não precisa ser idoso para se tornar
velho. Há velhos de todas as idades e há idosos que são jovens.

Não é o momento de condenar os “velhos”, porque a verdade é
que todos nos tornamos assim se não tivermos (1) uma
orientação adequada e (2) o principal, força de vontade para
contrariar essa tendência natural que acomete a todos. É, isso
sim, uma ótima chance de unir experiência e modernidade, o que
é capaz de trazer sucesso a todos.

Veja um exemplo. Há 20 anos atrás, a internet ainda era um bebê
engatinhando (já falei disso no capítulo anterior). Poucas pessoas
eram contempladas com o acesso através da Embratel (no Brasil)
26

e navegar era um termo que remetia a navios ou aviões. Naquela
época (até me sinto idoso – ou velho – falando assim!), marketing
se referia a divulgar uma marca através de anúncios nos jornais,
revistas e televisão. Até o termo “fazer marketing” era novidade,
o que se tinha até então era tão somente a palavra “propaganda”.
Duas décadas depois, gastar meio milhão de reais para exibir a
marca por 30 segundos no horário nobre se tornou algo tão
exclusivo de grandes marcas quanto bizarro para muitos que
fazem um sucesso tão grande quanto as “grandes marcas”. O
Marketing Digital se tornou uma das grandes ferramentas
modernas, com resultados comparáveis aos do marketing
tradicional e muito menos investimento – o que resulta em um
fantástico retorno sobre o investimento.

Os profissionais de marketing que não abriram a mente para essa
“nova coisa” acabaram perdendo espaço e, em alguns casos,
também o emprego. Ao terem passado pelo próprio funil e se
restringido àquilo que era sua realidade no início da carreira, se
tornaram rígidos demais e avessos às ferramentas que poderiam
salvar suas carreiras.

Você conhece outros exemplos assim? A história nos mostra
inúmeros casos, mas pesquise na internet o caso da Blackberry.
Na primeira década desse milênio, os aparelhos dela eram
sinônimo de produtividade e status entre os executivos,
empresários e formadores de opinião. Um dia, apareceu um
concorrente que parecia mais um brinquedo de gente grande: o
iPhone. Veja o que aconteceu a partir daí, qual foi a postura dos
executivos da Blackberry frente a isso e que decisão tomaram. O
resultado a gente já sabe!

2.2 Eliminar os preconceitos da sua vida



27

Esse talvez seja um dos pontos mais críticos e difíceis de uma
mudança de mindset! Os preconceitos estão entranhados em nós
desde sempre e superar isso costuma levar algum tempo e é, sim,
doloroso. Etimologicamente, “preconceito” significa um juízo pré-
concebido, ou seja, é algo que julgamos antes mesmo de
conhecer. Sendo algo prévio ao conhecimento, o preconceito
acaba se tornando uma das maiores barreiras às oportunidades,
porque antes mesmo de conhecermos algo mais a fundo, já
emitimos nosso juízo sobre aquilo. Não é raro encontrar atitudes
preconceituosas nessa área e você provavelmente já agiu dessa
forma também.

Superar os preconceitos sozinho pode ser muito difícil, então já
vou deixar minha primeira recomendação: procure ajuda
profissional. Mais diretamente, procure uma psicóloga para lhe
ajudar, como já mencionei no início desse capítulo. Tenha em
consideração que o trabalho, ainda que varie muito de uma
pessoa para outra, poderá durar algo entre 6 e 12 meses, mas o
resultado final será muito positivo, tanto para suas atividades
como Mestre das Oportunidades quanto para a sua vida pessoal e
social.

Enquanto essa mudança está em andamento, continue a sua
leitura deste livro, você está indo muito bem!

Para facilitar o nosso processo de mudança de mindset, eu
classifiquei os preconceitos em 3 grupos.

2.2.1 Preconceitos sem base racional



São aqueles que possuímos sem saber o porquê. O preconceito
racial se enquadra nessa categoria, pois não existe qualquer
justificativa racional para não gostarmos de alguém dessa ou
daquela “raça”, atribuindo à cor da pele ou à origem étnica
28

características (geralmente depreciativas) de qualquer natureza.
O que move a pessoa preconceituosa, nesse caso, é algo
totalmente irracional, quase instintivo, que foi entranhado em seu
ser desde o nascimento e que cresceu junto consigo.

Para o nosso tema “Oportunidades”, o preconceito sem base
racional é um dos mais nocivos à pessoa. Isso porque ele faz com
que qualquer coisa que venha de grupos ou regiões contra os
quais se tenha algum preconceito acabe sendo encarado como
algo ruim e danoso, impedindo que a pessoa enxergue grandes
oportunidades ali.

Um Mestre das Oportunidades precisa se livrar o quanto antes
desse tipo de preconceito, pois a irracionalidade dessa situação o
impede de dominar e aproveitar quaisquer oportunidades. Ao
conseguir enxergar tudo e todos da mesma forma sempre, o
Mestre poderá, enfim, enxergar possibilidades e chances em
todos os lugares.

2.2.2 Preconceitos adquiridos



Essa categoria abrange os preconceitos que adquirimos ao longo
da vida, como os religiosos, os de gênero e os de profissão.
Quantas vezes você já se afastou de alguém por suas convicções
religiosas, mesmo que esse alguém nunca tenha tentado lhe
doutrinar ou mesmo explicar como funciona o seu culto? Isso não
é algo irracional, é algo que foi aprendido, provavelmente devido
ao meio em que você viveu e foi criado desde o nascimento.

Infelizmente, é comum que muçulmanos discriminem judeus sem
os conhecer individualmente, assim é comum que cristãos
discriminem candomblecistas apenas por se identificarem como
tal. Além de ser uma contradição enorme, já que a essência das
religiões é o amor e o respeito ao próximo (mesmo no Islamismo,
29

apesar do que vimos acontecer em alguns países muçulmanos), o
preconceito religioso é, provavelmente, o que mais causa mortes
ao redor do globo.

Igualmente, preconceitos de gênero causam danos profundos nas
pessoas que os possuem. Praticando suas atitudes
discriminatórias, pessoas que poderiam ser exemplos de sucesso
deixam ótimas oportunidades passarem para se ater a juízos pré-
concebidos, abrindo mão do sucesso e de sua realização pessoal e
profissional.

Ainda que esteja mudando, por conta das novidades que o mundo
moderno tem trazido, o preconceito de profissão também é um
grande opositor de quem quer ser um Mestre das Oportunidades.
Deixamos de aceitar determinados desafios por considerá-los
indignos da sua formação ou do seu conhecimento. Isso é
diferente de não gostar de executar determinado trabalho, o que
é aceitável e comum. Essencialmente, quem não gosta de uma
coisa, a conhece, mas quem tem preconceito nem se dá ao
trabalho de a conhecer.

Recentemente, neste ano de 2017, foi noticiada na imprensa
nacional uma atividade de alunos do Terceiro Ano do Ensino
Médio de um renomado colégio em Porto Alegre-RS, que se
fantasiaram segundo o tema “e se nada der certo” para um dia de
aula. Apareceram várias fantasias que poderiam ser consideradas
odes ao preconceito mais cruel, em que eram retratados
atendentes de lanchonete, vendedores de cosméticos, garis e até
cozinheiros como as profissões de “quem não deu certo na vida”.
Esse fato mostra o quanto as pessoas são preconceituosas quanto
às atividades profissionais que “desconhecem”. Imagine, agora,
que uma super oportunidade surja para uma dessas pessoas ser
um chef de cozinha (ou seja, um cozinheiro). Ela vai simplesmente
ignorar sem sequer avaliar e pode estar deixando de lado a
30

carreira que a tornaria famosa e rica, apenas por considerar que
não é nobre cozinhar para os outros.

Uma outra forma de atuação desses preconceitos atrapalhando
nossa busca pelas oportunidades é através dos outros. Explicando
melhor, nos sentimos envergonhados não pelo que nós mesmos
pensamos, mas pelo que os outros irão pensar de eu fazer isso ou
aquilo. Esse tipo de comportamento muitas vezes vem da própria
família e do círculo de relacionamentos. Quem nunca ouviu um
pai ou uma mãe reclamar de um filho que queira se dedicar à
música, taxando-o de “vagabundo” ou de uma filha que queira ser
atriz condenando-a a “passar fome o resto da vida”?

2.2.3 Preconceitos causados por traumas



Esses talvez sejam os mais difíceis de eliminar da nossa vida. Um
acontecimento trágico que envolva determinado tipo de pessoas,
situações ou ocorrências críticas, vai nos colocar gatilhos mentais
destrutivos, sem que queiramos ou permitamos. É o que acontece
quando, por exemplo, você tem um parente morto por um jovem
bêbado vindo da balada e passa a considerar todos os jovens
baladeiros como assassinos. Qualquer oportunidade que possa
aparecer que tenha a mínima ligação com jovens na balada será
imediatamente rechaçada pelo cérebro através da ativação
desses gatilhos mentais destrutivos, adquiridos no trauma.

Traumas precisam ser tratados da maneira certa, para o libertar
da “escravidão” causada por eles. Ajuda profissional e
especializada de uma boa psicóloga é o que você precisa para
superar essa etapa. Note que superar o trauma pode deixar ainda
sequelas de preconceito, então certifique-se de combinar com a
sua psicóloga escolhida para que o tratamento seja completo.

31

2.2.4 E você?

Esse é um momento decisivo no nosso processo para se tornar
um Mestre das Oportunidades. É hora de olhar para dentro, fazer
uma autoavaliação completa e sincera e, finalmente, entender
todos os preconceitos que você tem. Comece fazendo uma lista
de tudo que você jamais faria, tanto no campo pessoal quanto no
campo profissional. Ao lado de cada item, escreva uma explicação
real para isso, sem mentir nem camuflar as palavras. Inclua
lugares onde você jamais moraria, hobbies que jamais teria e
profissões e trabalhos que jamais aceitaria. Por exemplo, você
“jamais faria fotos nua”, “jamais moraria na África” ou “jamais
seria vendedor de bijuterias”. Seja abrangente, não deixe nada de
fora da lista e tenha o compromisso de ser totalmente honesto
nas explicações. Lembre-se que só você mesmo é que irá ver a
lista e as explicações, então não há o que temer.

Depois, analise detalhadamente cada uma das explicações e tente
responder às seguintes perguntas:

• Isso é ilegal?
• Por que eu não faria jamais?
• Isso contraria os meus valores como pessoa?
• O que eu penso de quem faz isso?
• Por que eu “condeno” quem o faz?

Para muitas coisas, você vai chegar à conclusão que se trata de
puro preconceito. É nessas coisas que você deve focar o seu
processo de eliminação de preconceitos junto à psicóloga que
você escolheu! Se você se sentir confortável, leve sua lista para
ela ver e entender qual caminho deve seguir.

Listo abaixo alguns (muitos) exemplos de atividades que as
pessoas têm colocado como “jamais” em suas listas. Essa lista não
32

foi elaborada após estudos profundos do comportamento
humano, mas montada com observações coletadas em anos e
anos de conversas com amigos, conhecidos e até mesmo
desconhecidos.

• Vender maquiagem e produtos cosméticos
• Ser dono de um motel
• Atuar no marketing multinível
• Fotografar garotas de programa
• Ser mecânico em uma oficina automotiva
• Ter um bar
• Trabalhar em um empresa de cobrança
• Ser artesão
• Ser lixeiro ou gari
• Ser político eleito

E você? Alguma dessas atividades está na sua lista “jamais”?
Pense bem (mas bem mesmo, sem ser superficial) se isso não está
sendo uma barreira para o seu sucesso, cegando o seu olhar de
Mestre e escondendo oportunidades excelentes. Veja que muita
gente faz essas coisas e é bem sucedido, será que você não está
sendo preconceituoso (e até invejoso)?

Talvez todo esse negócio de preconceitos seja besteira, sim,
apenas a pura arrogância de quem tem a visão limitada. Tudo
ensinado ao longo da vida e entranhado em nossa realidade por
outras pessoas igualmente preconceituosas que até pensavam
estar fazendo um bem para nós.

Felizmente, você, que logo logo vai se tornar um Mestre das
Oportunidades, já entendeu o quanto isso é nocivo e vai passar
pelo processo de eliminação (não é só redução!) do preconceito
na sua vida!

33

2.3 Domar a aversão ao risco de forma saudável

Quem atua no mercado financeiro sabe que o risco é a medida do
retorno do investimento. Quanto maior o risco, maior o retorno
que se pode obter, mas também é maior a chance de tudo dar
errado e acabar perdendo 100% do investimento. Quem está apto
a assumir riscos maiores, tem a chance de ganhar mais dinheiro,
como acontece no mercado de ações. Quem prefere riscos
menores, opta por aplicar em cadernetas de poupança ou fundos
DI (se bem que a história dos anos 90 nos mostra que ainda existe
risco mesmo aí).

Na nossa vida, que não se resume ao mercado financeiro, acaba
acontecendo da mesma forma. Se você não quer assumir riscos,
dificilmente alcançará patamares mais altos de realização.

Um grande empresário brasileiro que eu admiro é Carlos Wizard
Martins. Ele começou do zero e montou um império do ensino de
idiomas que lhe rendeu 2 bilhões de reais quando foi vendido a
um grupo britânico. Ele tem uma definição de assumir riscos no
mercado empreendedor que eu gosto muito e replico a seguir.

“[se você quiser se limitar e não assumir riscos,] passe em
concurso público (...) e você vai ter a sua casinha, o seu carrinho...
de vez em quando vai fazer uma viagenzinha e vai ter um
dinheirinho no banco. Mas tem gente que quer uma ‘casona’, que
não quer fazer uma viagenzinha, mas uma super viagem. Eles não
querem ter um carrinho, querem ter um super carro, e não
querem ter um dinheirinho no banco, mas ter muito dinheiro no
banco! O que essas pessoas fazem? Elas trabalham para si
mesmas.”

Entendeu o que ele quis dizer? Não é errado optar por um
concurso público e praticamente zerar o seu risco, mas entenda
34

que o retorno também não é grande e as chances de enriquecer e
viver um estilo de vida diferente são bem poucas.

Cabe aqui fazer algumas ressalvas. A primeira é que até no
funcionalismo público há oportunidades (honestas) e, ainda bem,
há quem busque aproveitar essas oportunidades. Esses, acabam
assumindo riscos maiores que, mesmo que não sejam de
demissão, podem ser de “ganhar” uma transferência para alguma
localidade ruim. A segunda é que o empreendedorismo
representa assumir risco sempre, mas não é o único meio de
mudar e melhorar de vida.

Se você está lendo esse livro e pretende implementar tudo o que
estou lhe mostrando, é porque quer aproveitar oportunidades e
não ir por esse caminho de “risco zero”. Então, é hora de
entender qual a sua afeição (ou aversão) ao risco e ajustar isso
para poder encarar as oportunidades certas e ser bem sucedido.

2.4 Pensando como um vencedor



Eu não sou alguém pretensioso, por isso não vou tentar criar
qualquer método para fazer com que você tenha pensamentos de
vencedor. Há inúmeros livros, palestras, webinars, treinamentos e
“gurus” que podem lhe ajudar a encontrar o seu jeito para pensar
como um vencedor. Preciso, no entanto, lembrar alguns pontos
sobre o porquê disso ser tão importante para o Mestre das
Oportunidades.

Antes de entrar nesses pontos, quero fazer uma diferenciação
importante, entre “pensar como vencedor” e “ser otimista”. O
otimista não necessariamente é um vencedor, aliás há estudos
que apontam que pessimistas podem ter resultados melhores que
otimistas em situações extremas, como nas guerras. Gustave Le
Bon fala da importância de ter o discernimento adequado
35

associado ao otimismo, sem o qual, o otimismo “cria a
imprevidência, pela ideia de que as coisas se arranjarão por si
mesmas, de acordo com nossos próprios desejos”.

O mindset do vencedor certamente pode ser carregado de
otimismo, mas de um otimismo controlado e não-emocional, que
sabe racionalizar as coisas e chegar a conclusões com base
exclusivamente em fatos e dados, não em suposições carregadas
de desejos e esperanças. É uma postura de quem domina a
situação, ao invés de ser dominado por ela. O vencedor acredita
que vai alcançar o sucesso, mas tem total ciência de que o
caminho não será fácil. Sua cabeça não foca nos problemas, se
deixando ser dominada por pensamentos derrotistas, mas se
concentra em encontrar as melhores soluções possíveis para os
superar.

De que forma o mindset vencedor se aplica a um Mestre das
Oportunidades? Ora, sem acreditar no sucesso vindouro, ninguém
é capaz de enxergar as oportunidades em volta, muito menos de
avaliar corretamente se são boas ou ruins ou mesmo o seu
potencial de retorno. Quem está com o mindset ajustado para o
modo “vencedor” não descansa enquanto aqueles sinais de
oportunidades não são logo definidos se são bons ou ruins, de
grande ou pequeno potencial. O mindset vencedor também o faz
persistir na busca das oportunidades boas de forma racional, sem
superestimar qualquer situação.

Se você quer mudar o seu mindset para pensar como um
vencedor, mas não conhece um dos inúmeros métodos para tal,
aqui vai a minha orientação para que você dê os primeiros passos:
tenha as 3 frases a seguir como lema durante as 24 horas do seu
dia, todos os dias:

• o que não me edifica, não me serve;
36

• o sucesso está no final da linha por onde sigo e continuarei
seguindo, até que o sucesso chegue ao meu alcance;
• dar um passo atrás é nobre, desistir é pobre, seguir em
direção ao alvo é uma necessidade.

2.5 A capacidade de ouvir e aceitar outras opiniões



Eis algo complicado de mudar. Isso porque todos nós temos uma
reação instintiva e impensada quando percebemos que nosso
interlocutor vai fazer alguma crítica ou expressar sua opinião
(especialmente quando é alguém que costuma ser sincero nessas
horas). Essa reação se manifesta de diferentes maneiras: alguns
começam a falar sem parar, de modo que o interlocutor não
tenha chance de falar, outros mudam de assunto e há ainda os
que simplesmente desligam os ouvidos e fingem escutar,
enquanto seus olhos se mexem para todos os lados, sem se fixar
na pessoa que está falando.

Essa aversão à opinião alheia serve como um escudo de proteção
ao nosso ego, que será invariavelmente ferido quando aquelas
palavras críticas e sinceras forem proferidas pela pessoa que está
à nossa frente. Em um exercício para transparecer o contrário, as
pessoas se contêm em suas palavras contra-argumentativas, mas
se traem na expressão corporal, demonstrando claro desconforto
e constrangimento com o debate. Note o comportamento dos
candidatos que participam dos debates políticos em tempos de
eleição e veja o que acontece com eles que, por força das regras
impostas ao debate, não podem replicar de imediato a seus
concorrentes. Suas mãos parecem não saber onde se apoiar,
então eles começam a mexer na papelada que levam para
consultar. O olhar ou vai para o chão (atitude de bloqueio do
interlocutor) ou se torna altivo demais, quando o queixo sobe e se
olha para o outro como se estivesse mais alto que ele. Tudo isso
são atitudes de defesa contra o que o outro está falando.
37


Acontece que, como diz o velho ditado, aquele que dá sua opinião
sincera, esse sim merece o seu respeito e a sua amizade. Sim,
porque essas pessoas não estão recebendo qualquer vantagem ou
dinheiro para contribuir com o seu projeto, com a sua decisão ou
com a sua vida. Elas estão fazendo isso gratuitamente porque
querem que você evolua e atinja seus objetivos.

Entretanto, tenha cuidado! Isso não significa que todo mundo que
dá palpite na sua vida quer o melhor para você! Nesse ponto,
você pode estar me xingando e quebrando a cabeça para
entender onde eu quero chegar. Calma, que eu vou explicar. Eu
quero que você tenha como bons conselheiros as pessoas que
valem a pena, aquelas que têm autoridade (técnica, moral ou
espiritual) para lhe ajudar de forma sincera e honesta. Isso é bem
diferente dos palpiteiros invejosos que só querem lhe destruir
lentamente, sem parecer que o estão fazendo. Ainda que sejam
pessoas próximas suas, até mesmo familiares, é melhor se livrar
deles o quanto antes (veja o capítulo 7). Mas como eu faço para
“separar o joio do trigo”?

Comece a pedir opiniões de vários tipos de pessoas, incluindo
familiares, amigos e colegas de trabalho, e, ao avaliar as opiniões
recebidas, o faça segundo os seguintes critérios:

• a pessoa foi específica na sugestão ou apenas deu uma
ideia genérica sobre o assunto?
• A pessoa proferiu alguma palavra negativa durante a
explanação? Quantas vezes?
• A pessoa deu alguma ideia de como solucionar o
problema, em vez de apenas apontar os defeitos?

Quem dá opiniões e sugestões para ajudar a lhe edificar, sempre é
específico na sugestão e muitas vezes detalha os passos
38

seguintes, se estiver ao alcance de sua competência. É também
comum que essas pessoas evitem palavras negativas, só as
empregando em situações extremas. Os invejosos, por outro lado,
são “genéricos”, não sugerem saídas e só falam negativamente. É
um tal de “não vai dar certo”, “não é assim”, “não está bom” e
tantas outras expressões negativas, que às vezes contamina o
ânimo e acaba fazendo a pessoa desistir de ir em frente.

Siga em frente! Esteja apto a ouvir e aceitar (sinceramente!)
outras opiniões e visões sobre as coisas. Apenas faça isso de
forma correta e com as pessoas corretas, mas faça. Um Mestre
das Oportunidades não se cria nem se desenvolve sozinho.

2.6 A humildade como pré-requisito do sucesso



Já dizia Jesus Cristo, “bem aventurados os humildes, porque
herdarão a terra” (Mateus 5, 5) e “aquele que se humilhar será
exaltado” (Mateus 23,12). Independente de crença religiosa, essas
frases são muito sábias e refletem também o que acontece na
nossa caminhada rumo ao sucesso.

Ser humilde não é ir ao extremo ser falsamente modesto, nem ao
extremo oposto de se tornar submisso aos outros. A verdadeira
humildade, que vai ser um pilar do sucesso na sua vida, é saber
reconhecer suas limitações para pedir ajuda, respeitar os
resultados dos outros (ainda que mais jovens!) e aprender com os
erros de outras pessoas sem as julgar. Isso tem que ser parte do
mindset de quem almeja ser um Mestre das Oportunidades,
porque a soberba é um dos maiores e mais fortes obstáculos no
caminho do sucesso.

Vou contar um caso interessante, sem expor nomes, para
exemplificar. Quando eu ainda estava estudando, tive um colega
que era visto como um grande “enrolador”. Com uma lábia
39

inigualável e resultados acadêmicos ruins, era tido como um
fracassado, que um dia foi desligado da escola por baixo
desempenho. Apesar de ser uma pessoa de ótimo relaciomento, a
imagem que todos ficaram dele foi aquela ruim, do enrolador
fracassado. Muitos anos depois, fiquei novamente sabendo dele
quando o vi na mídia como um grande profissional. Tinha se
tornado uma referência no seu campo de conhecimento, com
milhares de seguidores nas redes sociais e alguns milhões em sua
conta bancária. Porém, devido àquela imagem do passado, eu
mesmo o considerei uma fraude e dei de ombros para o que ele
ensinava. A falta de humildade em reconhecer os resultados
magníficos que ele tinha alcançado fez com que eu encarasse
grandes dificuldades e grandes fracassos. Se, ao invés de colocar a
soberba à frente, tivesse sido humilde, poderia ter aprendido
algumas das técnicas e ensinamentos dele e aplicado em coisas
que me levariam a outro patamar, talvez até salvando alguns
negócios em que fracassei.

A humildade é, sim, um pré-requisito para o sucesso. E ela é
deixada de lado quando o estagiário sugere algo e você nem ouve,
só porque vem do estagiário. Aquilo poderia ser a sua “grande
oportunidade” para inovar e gerar resultados maravilhosos para a
sua empresa. Poderia representar a sua promoção, mas a sua
falta de humildade lhe impediu de aproveitar a oportunidade.

Vou contar um outro caso emblemático. Certa vez, dois
desempregados foram apresentados a uma mesma opção
alternativa de trabalho. Como estavam há muito tempo sem
emprego, as reservas financeiras já tinham acabado e o pouco
dinheiro que entrava vinha de bicos que as esposas faziam com
doces, comidas e artesanatos. Eles foram indicados, por uma
pessoa da igreja que frequentavam, para trabalhar vendendo
certo produto alimentício no carro, dirigindo pela cidade com um
alto-falante no teto que berrava a propaganda musical para todos
40

ouvirem (um desses carros acabou de passar aqui, enquanto
escrevo essas linhas). Um deles topou de imediato, mesmo sendo
algo muito mais humilde que sua antiga posição de gerente. O
outro declinou, porque não considerou aquilo algo digno para
alguém “como ele” fazer.

O primeiro descobriu que poderia fazer mais dinheiro assim do
que em sua antiga profissão e acabou investindo em duplicar as
vendas colocando sua esposa para fazer o mesmo com outro
carro. Recuperou-se financeiramente e hoje é um comerciante
bem sucedido. O segundo amargou mais e mais tempos sem
dinheiro e com muitas dificuldades, sentado em cima de seu
orgulho e soberba. A humildade venceu mais uma vez!

Note que, mesmo que o preconceito não esteja presente nesses
casos, a falta de humildade está. É possível não ser
preconceituoso com uma atividade mas não ser humilde em
aceitar fazê-la. Diferenciar preconceito e soberba, nesse caso, é
essencial.


41

3 Treinando o olhar para ver oportunidades

Vamos ao passo seguinte no caminho de se tornar um Mestre das
Oportunidades. Depois de trabalhar e ajustar o seu mindset, você
agora está apto a enxergar o mundo de uma forma diferente do
que vinha fazendo. O processo dessa fase de treinar o olhar será
bem mais suave e terá os primeiros resultados concretos para
você. A aplicação do que é exposto a partir daqui pode ser feita
durante o processo de ajuste do mindset, mas não antes de o
começar. Se você ainda não começou o passo anterior, pare aqui
e volte ao capítulo 2.

O que eu pretendo nesse momento é fazer com que você olhe
diferente para tudo que acontece ao seu redor. Desde as tarefas
mais simples da sua rotina até os acontecimentos mais fora do
comum, você terá a chance de encontrar oportunidades de todos
os tamanhos e potenciais ao longo dos dias. Lembra-se de quando
falei sobre as estratégias de “esperar ou garimpar”? Se tudo der
certo, a sua percepção irá mudando para que você veja as
oportunidades vindo até você, em vez de você as ficar
garimpando ativamente a todo momento.

Treinar o olhar, no entanto, tampouco é um processo fácil.
Através das dicas e orientações que eu passo aqui, você vai ter
condições de melhorar sempre, mas é preciso que as pratique
continuamente para poder se tornar um Mestre. Obviamente,
você não vai tentar aproveitar todas as oportunidades que for
encontrando, porque é, literalmente, coisa demais para uma
pessoa só. Espere identificar 1 ou 2 oportunidades por dia, não
importa o seu objetivo nem a sua motivação. Quando você estiver
dominando o assunto, vai começar a identificar oportunidades até
para os outros e, quem sabe, poderá se tornar um bom
conselheiro ou mentor para seus amigos e familiares.

42

Vamos então conhecer o modo de treinar o olhar para ver o
mundo como o faz um Mestre das Oportunidades!

3.1 As frases chave para aplicar no dia-a-dia



Eu não sei se você já participou de algum seminário onde se fala
de métodos de mudança de mindset, aqueles em que “gurus” do
controle mental colocam frases e palavras de efeito para você
aplicar na sua vida e melhorar o que precisa ser melhorado a cada
dia. São todos métodos válidos para quem precisa aumentar a
auto-estima e direcionar melhor suas ações, ainda que muitas
vezes pareçam coisa de doido. O que esses “gurus” estão fazendo
é colocar em sua mente direcionadores permanentes, gatilhos
mentais que irão mudar o modo como você encara a vida, ainda
que de forma inconsciente.

Bom, eu não tenho a intenção de me tornar o seu “guru”, meu
trabalho é apenas lhe dar as condições para se tornar um Mestre
das Oportunidades. Porém, vou adotar uma tática semelhante e
vou colocar algumas frases chave para você utilizar no dia-a-dia
da busca pelas boas oportunidades. Diferente dos motivadores da
auto-ajuda, o que eu quero é fazer com que o seu olhar mude de
derrotista para vitorioso cada vez que uma frase assim vier à sua
cabeça.

3.1.1 “Que coisa difícil de fazer”



Se algo é difícil de fazer, então deve haver uma maneira melhor
de se fazer. Talvez falte uma ferramenta, um processo, um
conhecimento ou até uma pessoa (você?) que faça a diferença. Já
tentou apertar um parafuso usando a ponta de uma faca? Pode
até funcionar, mas será muito mais complicado que com uma
43

chave de fenda! Pior ainda será se a faca escapar e acabar
cortando sua mão.

Diz Mário Sérgio Cortella que “capricho” é “fazer o melhor nas
condições que se tem, até que se tenha condições melhores de
fazer melhor ainda”. O que buscamos ao usar a frase “que coisa
difícil de fazer” é identificar que condições melhores são essas,
que permitirão resultados ainda melhores do que se tem hoje.

Toda vez que você pensar assim, pare e anote qual foi a
dificuldade encontrada. Procure saber se mais gente tem o
mesmo “problema” - você pode até ser divertido nas redes sociais
e conseguir respostas para isso!. Depois de conhecer bem o
problema, achar a solução pode ser indício de uma grande
oportunidade (e lembre-se que a solução pode ser você mesmo).

Isso vale para qualquer situação, esteja você em casa, na rua, no
lazer, no trabalho, na escola ou em qualquer outro lugar.

Vou exemplificar esse caso com um produto que vi dia desses no
programa Shark Tank Brasil, exibido pelo Canal Sony. Eu não vou
julgar se o produto está adequado ao mercado em termos de
preço, distribuição etc., vou somente analisar o produto à luz do
que estamos falando, para vocês.

Há algum tempo, mesmo sendo um carioca com cara de chinês
que casou com uma paraense e mora em Curitiba, eu passei a
gostar de tomar o famoso e gauchesco chimarrão. Mais do que
um chá verde, o chimarrão tem toda uma tradição por trás, que
passa pela escolha da cuia e chega na montagem do conjunto. Eu
aprendi a montar chimarrão com um gaúcho, mas confesso que
sempre tive dificuldade de conseguir um bom resultado. Eis que,
assistindo aquele programa, me deparei com uma solução simples
para resolver o meu problema. Um produto fácil de fabricar e
44

mais fácil ainda de usar que me permitirá montar um chimarrão
do jeito certo, com perfeição e por um custo acessível. Entendeu
o que aconteceu? Os criadores do tal produto viram que muita
gente desistia de tomar chimarrão por não conseguir montar
corretamente e criaram uma solução para resolver esse
problema. Transformaram a ideia em produto, lançaram no
mercado e ali estavam, prontos para expandir o negócio.

É isso que acontece quando olhamos as coisas difíceis de fazer
com o olhar do Mestre das Oportunidades! As dificuldades nos
levam a buscar as melhores soluções e essas, quando bem
trabalhadas e executadas, se tornam grandes oportunidades.

3.1.2 “Podia ser feito de outro jeito...”



Quando você acredita que algo poderia ser feito de outra
maneira, muito ou pouco diferente de como está sendo feito
atualmente, é porque deve realmente haver uma maneira bem
melhor de o fazer. E se essa maneira lhe trouxesse a tal
oportunidade que você queria?

Mais uma vez, o que se identifica aqui é um “problema”, talvez
não tão grande quanto ter algo difícil de fazer, mas que poderia
ser feito melhor de outro modo.

Nos dias de hoje, em que a tecnologia já é bem avançada e a
internet se tornou praticamente uma commodity, qualquer coisa
que se possa fazer online pode ser uma boa oportunidade. Deve-
se, no entanto, ter cuidado com essa generalização, pois não é
tudo que pode ser transferido para o mundo online.

Independentemente de ser online ou offline, novas formas de
fazer velhas coisas costumam render boas oportunidades. Então,
em vez de reclamar de fazer algo de modo “arcaico”, faça o
45

mesmo exercício que descrevi no item anterior. Se for algo que vá
melhorar a vida de muita gente, pode ser “ela” chegando para
você!

3.1.3 “Por que ninguém faz?”



Eu já passei por isso muitas vezes. Em muitas situações, me
perguntei por que as pessoas não faziam certas coisas. Vi nisso
grandes oportunidades e você também pode ver outras milhares
de oportunidades dessa forma.

Esse talvez tenha sido o caso da Apple e do seu fundador, o
brilhante Steve Jobs. Imagine o que estava por trás da criação do
iPad, que era algo que ninguém conhecia (não existia) e que não
vinha melhorar o que se fazia nem apresentar outro jeito de se
fazer. O iPad (assim como o iPhone, de certo modo) veio trazer
uma maneira nova de fazer coisas novas, criando um mercado até
então inexistente e abrindo possibilidades que pareciam infinitas
naquele momento.

É certo que encontrar oportunidades dessa forma é mais difícil,
pois envolve uma imaginação ativa muito mais densa, mas
também é a forma que pode trazer mais e melhores resultados.
Ser inovador é um diferencial que poucas pessoas possuem, mas
o Mestre das Oportunidades tem a inovação no seu DNA.

3.2 Olhando dentro de casa



Você conhece o Post-It? Aquele papelzinho originalmente
amarelo que tem um pouco de cola para você poder grudá-lo na
parede, no caderno ou no quadro sem danificar a superfície e
podendo reposicioná-lo? Esse produto, que é um campeão de
vendas em nível mundial e se tornou quase uma necessidade nos
46

escritórios (especialmente os que lidam com inovação e
processos), surgiu de uma oportunidade diferente do que
estamos acostumados.

A história toda se resume ao seguinte. Um desenvolvedor
(químico) da 3M estava encarregado de encontrar uma fórmula
para desenvolver uma cola que tivesse o desempenho de um
super adesivo, mas sua pesquisa deu errado e acabou resultando
justamente no contrário, um adesivo extremamente fraco. Para
não perder o investimento, a 3M foi atrás de ideias, para
encontrar alguma utilidade para aquele adesivo. Um funcionário
percebeu a oportunidade chegando e sugeriu o Post-It, já que ele
mesmo usava pequenos papeis como lembretes, colando a eles
pequenas tiras de fita adesiva para posicioná-los nas paredes e no
monitor do computador. De lá para cá, a história é conhecida e o
Post-It se transformou em um item obrigatório em qualquer
escritório mundialmente.

Esse é um ótimo exemplo de como se deve olhar para dentro de
“casa” para encontrar oportunidades. Entenda que “casa” não
significa “residência” nesse caso, mas “onde se vive”, podendo ser
o ambiente de trabalho, de estudo e até mesmo a residência.

O que quero dizer é que tudo que você faz diariamente em sua
rotina pode lhe render ideias fantásticas que lhe trarão boas
oportunidades. Não se trata somente de ideias empreendedoras,
de criar produtos revolucionários ou serviços capazes de mudar o
jeito de se viver no mundo. São também ideias para levar para o
seu trabalho, para organizar melhor as coisas e ganhar em
produtividade. Muitas ideias assim são aproveitadas pelas
empresas e isso as traz muitos benefícios, inclusive financeiros. Se
você trabalha em uma empresa responsável e consciente, isso
pode até lhe render bônus, promoção e até pequenas sociedades,
como no caso do Post-It.
47


E ideias assim podem lhe render muitas oportunidades!

Comece olhando para tudo que você tem dificuldade de fazer em
casa, no trabalho, na escola... Continue o processo, observando as
coisas que você faz bem em casa, mas se atrapalha no trabalho e
aí por diante. Não esqueça de anotar tudo, senão você vai
esquecer, e já vá exercitando a sua imaginação ativa para
encontrar algumas possíveis soluções para tudo isso.

3.3 As oportunidades no ambiente de trabalho



No tópico anterior, eu classifiquei como “casa” todo lugar em que
você vive o seu dia e a sua noite, inclusive o ambiente de
trabalho. Fiz isso para você estar atento a tudo que acontece e
que pode lhe gerar uma boa oportunidade quando está
realizando tarefas rotineiras. Neste tópico, eu volto a falar do
ambiente de trabalho, mas sob uma outra ótica, olhando para
oportunidades ligadas ao trabalho, à carreira e ao
desenvolvimento como tal.

O ambiente de trabalho é tido por muitos como um local onde
você vai obedecer às ordens do seu chefe, fazendo somente
aquilo que lhe é mandado. Um ambiente onde não há
oportunidades aparecendo e onde tudo que acontece é somente
para o crescimento da empresa e nada para o crescimento do
funcionário.

Você pensa assim? Estou seguro que pode até ter pensado assim
um dia, mas não agora, que seu mindset está mudando. Porém,
tenho absoluta certeza que a maioria dos seus colegas ainda
pensa assim e é por isso que ficam estagnados em suas posições,
recebendo seu “salariozinho” todo mês e culpando o chefe por
não os promover ou lhes dar um aumento. Olhe em volta e
48

perceba quantas pessoas são assim no seu trabalho, não importa
qual o cargo, a formação e mesmo o desempenho delas.

Mas você é diferente! O “novo” você, de mindset ajustado para
encontrar e aproveitar as boas oportunidades, que trabalha todos
os dias para ser um vencedor, nunca mais vai fazer só aquilo que
lhe é mandado todos os dias. Sabe por quê? Porque você estará
atento a todas as oportunidades que surgirem no seu ambiente
de trabalho. Não entendeu ainda? Não sabe que tipo de
oportunidades pode aparecer no seu ambiente de trabalho? Eu
explico.

Elas aparecem de forma muito discreta, por isso somente os
Mestres das Oportunidades conseguem identificá-las. Podem
surgir como pedidos de indicação de profissionais (para a empresa
ou não), projetos que precisarão de voluntários, áreas ou filiais
novas sendo criadas, “aquele” líder nato que todo mundo quer
trabalhar montando um novo time... tantas situações que não
cabem todas aqui. O importante, no entanto, é entender que elas
não são “super oportunidades de ocasião” fixadas no mural da
empresa nem distribuídas amplamente na intranet com uma seta
vermelha piscante indicando “eu sou uma oportunidade”. Aliás,
nesse ambiente as oportunidades surgem de forma ainda mais
discreta que em outras situações e muitas vezes ficam restritas a
alguns círculos (“panelinhas”) e conversas de corredor.

Um primeiro olhar sobre a oportunidade não vai revelar a grande
chance que há por trás. É preciso cavar um pouco mais para
entender que se trata de uma oportunidade real, por isso o olhar
do Mestre tem que estar bem sensível quando ele está no
ambiente de trabalho. Se a empresa, através do seu chefe ou não,
convoca pessoas para um “esforço extra” no final de semana,
procure saber do que se trata. Tanto pode ser apenas algumas
horas extras (que irão render uma pequena diferença no salário
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do mês) quanto pode ser um projeto novo que vai ser testado e,
quem sabe, você possa se destacar e galgar alguns degraus acima
na carreira atuando nele. Sem investigar e perguntar mais um
pouco, você não vai saber se há chances concretas ou não, por
isso as pessoas que recusam toda e qualquer novidade de
imediato são as que mais reclamam da empresa não dar
“oportunidade” a elas.

Richard Branson, um dos maiores e mais bem sucedidos
empreendedores do mundo, tem uma frase muito motivadora,
mas também desafiadora:

“Quando lhe for oferecida uma posição ótima, para fazer algo que
você não sabe se consegue, primeiro aceite a oferta e depois
aprenda como se faz e faça.”

Entende o que isso significa? Quando você não sai do comum, não
vai além do que todo mundo faz, fica somente na visão superficial
e não entende que ali pode estar uma grande oportunidade!
Somente um verdadeiro Mestre das Oportunidades vai entender
a dimensão dessa chance e encarar o desafio, pois o seu mindset
é de vencedor e ele sabe que vai conseguir, ainda que não saiba
coisa alguma no momento inicial.

Quantas oportunidades você já encontrou no seu trabalho, atual
ou anteriores? Quantas vezes você viu um colega topar desafios
diferentes e subir na carreira, ter o salário aumentado e até
mesmo ser publicamente reconhecido? Tente recuperar essas
informação lá no fundo da sua memória e faça uma lista hoje.
Reflita sobre todas as oportunidades listadas que poderiam ter
mudado a sua vida!

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O recado final é: olhe mais em volta, espelhe-se naqueles que são
verdadeiros Mestres das Oportunidades na sua empresa e alcance
o sucesso!

3.4 Ideias empreendedoras



Chegamos agora ao item que mais atrai pessoas em busca de uma
mudança de vida! Eu já mencionei lá no começo desse livro que as
ideias empreendedoras são a escolha imediata e inconsciente de
quem fala em “oportunidades”. Depois de ler esse livro até aqui,
você já sabe que as ideias empreendedoras são apenas uma parte
das oportunidades que há para serem aproveitadas, mas não há
como tirar o primeiro lugar daquelas.

Pois bem, como identificar uma ideia empreendedora que seja
uma grande oportunidade? Onde elas estarão?

Primeiro, vamos falar de 3 fatores que determinam a viabilidade e
as chances de sucesso de uma ideia:

• Qual é o problema que isso vai resolver?
• Quantas pessoas têm esse problema para ser resolvido?
• Isso pode mudar a vida dessas pessoas ou só vai ajudar um
pouquinho a melhorá-la?

Se a resposta não for satisfatória para qualquer uma das 3
perguntas acima, a maior probabilidade é que essa ideia não seja
uma boa oportunidade. Exceções existem, sim, mas que
geralmente acontecem quando o idealizador cria a necessidade
sobre aquilo que vai lançar. Novamente, os maiores exemplos
disso vêm da Apple, com o iPhone e o iPad.

Se hoje há quem defenda que esse ou aquele tablet é melhor que
o iPad, certamente nenhum desses concorrentes existiria se a
51

necessidade de se ter um iPad não tivesse sido criada por Steve
Jobs.

Se esse cara é um gênio, é certo que há poucos assim no mundo e
eles não precisam do meu livro. Sendo assim, voltamos às 3
perguntas para avaliar as ideias empreendedoras e transformá-las
(ou não) em oportunidades.

3.4.1 Qual é o problema que isso vai resolver?



A importância de uma ideia resolver um problema de muita gente
e fazê-lo de forma “revolucionária” é a de ter quem vá consumir
essa “solução”. Criando um exemplo fictício, imagine que alguém
tem a ideia de fazer uma máquina de pentear barba. Responda à
primeira pergunta e veja se é uma ideia genial ou apenas uma
vontade do criador. Os homens que usam barba reclamam de tê-
la desarrumada? O que fazem para corrigir esse “problema”? A
ideia vai revolucionar a maneira como os homens lidam com suas
barbas? Se não existe um problema que o meu produto ou serviço
resolva, então acho melhor deixar essa ideia de lado e continuar
com seu olhar treinado para identificar outra oportunidade.

3.4.2 Quantas pessoas têm o mesmo problema?



Eu mesmo já caí nessa armadilha. Imaginei que um produto que
eu criei seria um sucesso de mercado só porque ele solucionava o
meu problema. O que eu não medi, mas devia, era a quantidade
de pessoas que queria resolver o mesmo problema que eu, no
caso, quase zero!

Então, passado o primeiro critério, que é o da necessidade,
usamos aqui ao critério da dimensão.

52

Para saber quem mais tem o mesmo problema que você
identificou, busque nas redes sociais por tags (expressões) que
tenham a ver com o mesmo. Repita em várias redes sociais e faça
o mesmo trabalho no Google.

3.4.3 Impacto causado



O último critério que vamos analisar é o impacto causado pela
solução no problema e também pelo fato do problema ter sido
solucionado. Quanto maior o impacto, maior a oportunidade.

Entenda isso facilmente analisando o “boom” do mercado de
maridos de aluguel que aconteceu na última década. A ideia era
simples, para solucionar um problema relativamente simples, mas
houve a visão de que esse tipo de serviço iria impactar
significativamente a vida dos clientes.

3.4.4 O ineditismo

Não posso passar adiante sem fazer a ressalva de que ideias
empreendedoras não precisam ser inéditas. Tampouco devem se
restringir a produtos físicos, pois serviços também podem ser
“revolucionários”, ainda que façam o mesmo que outros
concorrentes. Veja como o iFood ganhou mercado no Brasil
entrando depois de um grande concorrente seu (que muita gente
nem lembra o nome). O iFood causou uma revolução no sistema
de delivery mesmo não sendo inédito no momento da sua
entrada no mercado, sabe por que? Porque soube fazer do jeito
certo.

Se você tem ideias de serviços ou produtos que vão mudar a vida
das pessoas (mesmo!), anote todas e faça as 3 perguntas. Busque
ajuda com pessoas que valham a pena (veja mais à frente nesse
53

livro como confiar nas pessoas certas) e busque outras opiniões.
Se ninguém é dono da verdade, uma opinião assistida por várias
pessoas pode ser um retrato bem melhor da realidade e balizar
corretamente a sua avaliação e decisão.

3.5 Pequenas oportunidades, Grandes resultados



Esse é um erro muito comum que todos já cometeram ou vão
cometer um dia. Sem meias palavras, falo de “desprezar os
pequenos em favor dos grandes”. Mais especificamente,
desprezar as pequenas oportunidades para se fixar somente nas
grandes chances imperdíveis.

Existe uma falsa sensação de que pequenas oportunidades não
levarão a grandes retornos. Como já disse, é uma sensação
completamente falsa, na qual os nossos sentidos e nosso lado
não-racional nos enganam e fazem com que desprezemos as
pequenas oportunidades, assim como desprezamos as moedas do
troco ou desprezamos pequenos gestos de carinho que
poderíamos dar ou que recebemos. Vamos falar aqui de duas
situações em que desprezar as pequenas coisas se mostra uma
decisão tanto precipitada quanto arrogante.

3.5.1 O pequeno que esconde algo maior



Para entender essa situação, me lembrei de uma “pegadinha” que
os professores de matemática costumam aplicar aos alunos para
exemplificar a progressão geométrica.

Vamos fazer um teste? Se você for chamado para trabalhar por 30
dias sendo remunerado em R$0,01 (um centavo) no primeiro dia,
dobrando o valor no dia seguinte e assim sucessivamente, você
aceitaria? Responda antes de seguir com a leitura:
54


[ ] Sim, eu aceito [ ] Não, 1 centavo é piada

Quem responde de “bate-pronto” geralmente despreza esse
pequeno ganho inicial e rejeita a oferta rapidamente. Se alguém
tentar ajudar e disse que no décimo dia o pagamento já será de
R$5 pelo dia trabalhado, talvez ainda piore a situação. Entretanto,
quem, ao invés de desprezar a oferta mísera de R$0,01 no
primeiro dia, resolve pensar um pouco mais e coloca o lado
racional à frente, certamente vai aceitar mesmo que seja para
carregar pedras o dia inteiro. Sabe por quê? Ele vai receber um
total acima de 10,7 milhões no mês! Não acredita? Faça as contas
você mesmo!

Um outro exemplo de como desprezamos aquilo que, à primeira
vista, é pequeno é o famoso caso do naufrágio do Titanic. Aquele
navio, considerado um divisor de águas (sem trocadilhos) na
história da construção naval, projetado para ser indestrustível e
que foi lançado ao mar como o estado-da-arte da Engenharia
Naval à época, acabou afundando após uma colisão com um
iceberg e deixou milhares de mortos nas águas geladas do
Atlântico Norte. Por que isso aconteceu? O navio não era o que
havia de mais moderno? Sim, mas o fator determinante foi o
desprezo pelos pequenos blocos de gelo que eram avistados, os
icebergs. Eles não eram tão pequenos assim e bastou uma colisão
para que o casco do Titanic fosse furado e a água tomasse conta
do interior do navio. O resultado todos já sabemos...

Desde o caso do Titanic, a expressão “é somente a ponta do
iceberg” se tornou cada vez mais comum para representar aquilo
que está oculto por trás do que conseguimos ver, seja ruim ou
bom. Desprezar o que está oculto virou sinônimo de
incompetência e precipitação, assim como aconteceu no caso do
famoso naufrágio.
55


No nosso caso, desprezar aquilo que não estamos vendo por ser
muito pequeno é uma armadilha do destino, o que acaba por
fazer uma “seleção natural” daqueles que conseguirão se tornar
verdadeiros Mestres das Oportunidades.

3.5.2 Vários pequenos formam um enorme



Há, ainda, outra situação em que desprezar as pequenas
oportunidades é uma decisão errada e precipitada. O provérbio
popular aplicável é outro e reflete com exatidão o que vou falar a
seguir: “de grão em grão, a galinha enche o papo”. Em palavras
bonitas, isso significa que o somatório dos resultados obtidos com
pequenas oportunidades pode ser superior a um único resultado
obtido com uma grande oportunidade.

Eu digo mais, pode ser que, ao aproveitar várias pequenas
oportunidades de forma plena, você tenha construído
relacionamentos, histórico e conhecimentos que um dia farão a
diferença para você poder aproveitar uma grande oportunidade.
Ou seja, o prejuízo do desprezo pelas pequenas pode ser ainda
maior do que o que é possível tangibilizar.

3.5.3 Esforço x Retorno e o Olhar Treinado do Mestre



O olhar treinado do Mestre das Oportunidades sabe enxergar
além do que está óbvio para todo mundo! Sua intuição (treinada!)
o faz cavar mais um pouco, fazer os cálculos certos e simular as
situações que podem gerar lucros e prejuízos. A partir desse
rascunho bem elaborado, o Mestre é capaz de tomar as decisões
certas sobre aproveitar ou rejeitar uma oportunidade.

56

O Mestre consegue, com algumas considerações e rascunhos,
avaliar qual será o esforço que precisará empregar e qual o
retorno que a oportunidade pode trazer. Ele também consegue
deduzir se está vendo apenas “a ponta do iceberg” e qual o
potencial do que vem depois.

Sabe de uma coisa? Uma das minhas críticas ao programa Shark
Tank Brasil reside justamente no fato de alguns tubarões, apesar
de seus resultados magníficos e reconhecidos amplamente,
parecerem não conseguir enxergar além da ponta de alguns
icebergs e acabarem deixando passar algumas chances bem
interessantes. Além de revelar que os bem sucedidos não têm
“superpoderes”, isso me dá a certeza de que qualquer pessoa que
passe por esse processo e se torne um Mestre das Oportunidades
pode alcançar e superar o sucesso desses “tubarões”.





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4 Investindo em autodesenvolvimento

Você, meu caro leitor, pode ser uma pessoa com uma formação
acadêmica grande e sólida, mas também pode ser uma pessoa
com formação básica apenas. Isso não importa, porque no
caminho para se tornar um Mestre das Oportunidades, investir no
seu próprio desenvolvimento é essencial para todos. Mesmo os
que já possuem uma formação sólida terão que aprender novos
assuntos, treinar novas habilidades e desbravar novas áreas. Esse
autodesenvolvimento precisa ser contínuo, pois a evolução das
coisas é cada vez mais rápido.

Quem já possui um histórico extenso, com formação e experiência
consolidados, ainda assim não sabe de tudo. Claro, é impossível
saber de tudo! Só que, quanto maior o seu leque de
conhecimentos, ainda maior é a chance de encontrar boas
oportunidades por aí. Entenda que você não precisa ser um
expert em todas as áreas (de novo, é impossível), mas conhecer
várias coisas diferentes com algum grau de profundidade é
essencial para enxergar possibilidades (que levam a
oportunidades) em cada vez mais situações.

Para ser um Mestre das Oportunidades, não é a quantidade de
conhecimento que vai importar, mas a variedade e, obviamente, a
qualidade desse conhecimento.

Nesse ponto, uma pergunta deve estar surgindo na sua cabeça:
em que tipo de desenvolvimento devo investir? O que vale mais a
pena? A resposta para isso é tão difusa quanto o assunto:
depende de você. Isso mesmo, depende de você apenas! Não
deixe que eu ou qualquer outra pessoa lhe diga o melhor caminho
a seguir, pois apenas você sabe exatamente o que precisa fazer.
Entretanto, recomendo que você se aconselhe com outras
pessoas de valor, talvez um Mentor ou mesmo um Coach, para
58

lhe ajudar a se conhecer melhor e entender onde estão suas
deficiências.

Neste capítulo, vamos apresentar apenas algumas opções
genéricas, sem tornar qualquer uma delas uma obrigação.

4.1 Aprendendo novos idiomas



Desde sempre, o aprendizado de novos idiomas é tido como um
grande diferencial para qualquer pessoa. Quando eu era jovem,
dizia-se que só teria sucesso na vida quem soubesse outros
idiomas. Havia, inclusive, uma piada que ilustrava isso de forma
bastante engraçada.

Dizia que um gato, assustado e encurralado em um canto escuro,
escutou um miado forte e ficou aliviado, porque até então
pensava haver um cachorro ali, à sua espreita. Saiu do canto
escuro e foi logo pego por um cachorro faminto, no que ele
exclamou “mas como assim, e o miado?”. O cachorro deu um
sorriso de canto de boca bem sarcástico e respondeu “quem não
sabe outro idioma hoje em dia, não consegue sobreviver”.

Isso não mudou, apesar da evolução dos tradutores online e em
tempo real. Saber outros idiomas certamente amplia os
horizontes e abre mais oportunidades em todas as situações, mas
será que é isso que você precisa mesmo?

Para avaliar corretamente, pratique a imaginação ativa. Imagine
que novas portas você estará abrindo ao saber um outro idioma.
Se você não sabe idioma algum além do seu próprio idioma
nativo, será que as opções fora do país serão tantas assim? E o
tempo que você vai ter que dedicar a esse aprendizado, justifica o
investimento?

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Se você chegou à conclusão que é, sim, nisso que você deve
investir, busque escolher um idioma que lhe abra portas
diferentes das que você tem hoje. Explico: se você hoje fala inglês
e isso já lhe abriu portas, por exemplo, em toda a Europa, talvez
não seja de todo inteligente estudar francês ou italiano. No que
isso vai lhe acrescentar? Quer ampliar seu espectro de
possibilidades mesmo? Então busque algo fora de onde está
agora! Que tal estudar árabe, russo ou mandarim? Saber árabe
lhe abre possibilidades em grande parte do mundo, afinal o árabe
é o quinto idioma mais falado do mundo, com 250 milhões de
nativos em nações bastante prósperas. O que dizer, então, do
mandarim, com 1,2 bilhões de nativos? Se o seu objetivo é se
tornar um Mestre das Oportunidades, isso pode fazer muito
sentido, pois abre possibilidades em maior número, para que você
aplique as técnicas de avaliação das oportunidades e aproveite as
melhores.

Agora, se o seu objetivo é crescer aproveitando oportunidades em
uma atividade específica, então é melhor focar em um idioma que
vá lhe abrir portas nessa atividade. Por exemplo, se você quer se
embrenhar na indústria automotiva, talvez seja recomendado
estudar alemão, coreano ou francês, pois a Alemanha, a Coreia do
Sul e a França são países com uma indústria automotiva forte.
Mas se o objetivo é se embrenhar nas indústrias de
transformação, mandarim pode ser o ideal, já que grande parte
dessas indústrias é chinesa.

Agora, uma crítica que preciso fazer: antes de estudar outro
idioma, aprenda corretamente o seu próprio. Isso que falo é
quase um desabafo, porque tenho visto tantas pessoas
cometendo erros básicos e graves ao usar o Português que fico
em dúvida sobre os meus anos dedicados a esse estudo. A
capacidade, essencial ao Mestre das Oportunidades, de se
comunicar com as outras pessoas começa pelo uso correto do
60

idioma, independente das suas habilidades de redação ou
expressão oral.

4.2 A linguagem do futuro: programação



Quando eu tinha aproximadamente 10 anos, ganhei um vídeo-
game de presente da minha mãe. Era um Atari, aquele console
com gráficos bem simples que nos fazia apelar para a imaginação
na hora de bricar. Afinal, era preciso muito disso para acreditar
que o que acontecia na tela da televisão era uma luta de boxe ou
uma partida de tênis. O Atari, para mim, foi muito mais do que
uma diversão, porque eu gastava pouco tempo do meu dia
jogando nele. O que me fascinava de verdade era saber como
aqueles jogos eram feitos. E assim, na década de 80, eu já me
interessava em conhecer mais do fascinante mundo da
programação de computadores.

Pouco depois, talvez com 12 anos (não me lembro bem), o Atari já
não era mais a estrela do meu mundo. Quem ocupava esse posto
era uma caixa de metal bem maior, também ligada na televisão,
que atendia pelo sugestivo nome de “Expert”. Era um computador
MSX no qual eu já podia elaborar pequenos “programas de
computador” na linguagem conhecida como BASIC. Aquilo mudou
a minha vida (para melhor), ainda que eu acabasse não seguindo
esse caminho na vida profissional. Digo que mudou a minha vida
porque foi assim que eu aprendi a desenhar algoritmos e a testá-
los, o que foi muito útil nos meus trabalhos de consultoria de
processos.

Contei essa pequena parte da minha vida para vocês com o
intuito de fazê-los entender que conhecer programação de
computadores é algo extremamente útil, que não se limita
àqueles que irão utilizar Apps e Softwares como ferramentas.
Mais ainda, para um Mestre das Oportunidades pode ser um
61

diferencial enorme, por dois motivos bem diferentes que vamos
ver a seguir.

4.2.1 Desenvolvimento do raciocínio



Aprender a programar um computador desenvolve de forma
muito consistente o raciocínio da gente. Ao desvendar os
caminhos para um software rodar como se deseja, nosso cérebro
aprende a fazer imaginação ativa de um modo rápido e preciso, o
que vai nos ajudar muito na avaliação das oportunidades.

Um software é cheio de sequências de comandos que, quando
colocados na ordem errada, geram resultados bem diferentes do
que se quer. Também na vida de Mestre das Oportunidades,
precisamos seguir passos bem definidos, sob o risco de avaliarmos
equivocadamente uma possibilidade e acabarmos por descartar
uma boa oportunidade ou, o que é pior, decidir implementar algo
que é, na verdade, uma grande furada.

Por tudo isso, eu defendo que aprender uma linguagem de
programação, ainda que não se vá efetivamente desenvolver
programas comerciais, é importante para treinar o cérebro e
desenvolvê-lo no sentido correto de avaliar processos e
resultados antes de praticar o que quer que seja.

4.2.2 Conhecimento das possibilidades que a programação de


computadores e sistemas nos traz

Romero Rodrigues, empresário e fundador do Buscapé, site de
comparação de preços muito famoso no Brasil, diz que “em
alguns anos, tudo estará no mundo digital”. Eu complemento
dizendo que não haverá mais linhas telefônicas nem transmissões
de TV por assinatura. O que haverá serão fornecedores de acesso
62

à internet (em altíssimas velocidades) e provedores de conteúdo.
Note que esse movimento já começou e cada vez mais os
smartphones entraram na nossa rotina. Hoje, pedimos comida
pronta pelo App, pedimos táxi pelo App e até efetuamos
pagamentos pelo App. Alguma dúvida que logo logo tudo estará
mesmo nos Apps?

Dessa forma, quem não conhece as possibilidades que a
programação oferece, terá muitas dificuldades em se tornar um
Mestre das Oportunidades. Novamente eu destaco que não é
preciso se tornar um programador, um desenvolvedor ou um
arquiteto de sistemas, mas é extremamente necessário entender
como funciona esse mundo, para que as oportunidades de levar
algo para o mundo online sejam uma realidade para você.

Se você não tem ideia do poder que a computação pode dar a
suas ideias, é melhor começar já a conhecer esse universo. Caso
contrário, suas ideias e potenciais oportunidades não estarão
mais aqui, mas em um “universo paralelo”.

4.3 Conhecendo o trabalho dos outros



Esse é um tópico bem interessante, que também trata de ampliar
os horizontes de conhecimento. Voltando ao final do século XX,
lembro que havia uma discussão ferrenha sobre o futuro do
trabalho. Enquanto países com padrões mais elevados de
desenvolvimento pregavam que a especialização era o caminho
para os profissionais serem bem sucedidos (ou seja, para ter
sucesso você teria que entender tudo e mais um pouco de uma
única coisa), em países em desenvolvimento como o Brasil a
tendência era de formar mais generalistas, que pudessem ser
usados como “coringas” nas empresas.

63

Apesar disso, a prosperidade econômica experimentada no Brasil
após o Plano Real acabou nos levando para um caminho de
especialização. Era bem comum as empresas contratarem vários
profissionais para realizar um processo, pois cada um era
especializado em uma parte desse processo. Entretanto, chegou a
crise de 2008 nos Estados Unidos e nós, obviamente, também
fomos afetados por ela. Voltaram à tona os profissionais
generalistas, capazes de substituir vários, ainda que não de forma
tão especializada e eficiente. As empresas seriam capazes, então,
de sobreviver até que o crescimento fosse retomado.

Passada a tormenta, a crise de 2008 passou, o crescimento voltou
e a prosperidade acompanhou, mas só até 2015, quando as coisas
começaram a desandar novamente. As crises política e econômica
minaram o crescimento do país e os mais afetados foram os
trabalhadores, que viram os empregos sumirem e tiveram que se
reinventar. Nesse contexto, os profissionais multiuso voltaram a
ser requisitados e deixaram os super-especializados de lado.

No mundo ideal, deveria haver espaço para todos, não é mesmo?
Mas no mundo real, é preciso ter um certo grau de
multidisciplinaridade.

E o que isso tudo tem a ver com nosso tema central? Que tipo de
profissional devo ser para poder aproveitar as oportunidades
como um Mestre? Resposta evasiva, mas verdadeira: ambos.
Como? Veja a seguir.

Conhecendo a fundo um assunto, você pode dizer que é um
especialista naquilo. Quando estiver aplicando as técnicas do
Mestre das Oportunidades, no entanto, só vai conseguir enxergar
e avaliar aquilo que está nesse campo do conhecimento em que é
especialista. Só que se tornar generalista agora é difícil, então o
que se deve fazer? Simples: conheça o trabalho dos outros.
64


Lembra do que falei sobre programação de computadores? O
segredo é fazer isso da mesma forma. Não é necessário dominar
outros assuntos, mas é muito importante conhecer o trabalho de
outras pessoas, em campos bem diferentes do seu. Imagine que
você pode identificar uma ótima oportunidade de criar uma
solução para melhorar a vida dos médicos, mas não tem ideia de
como o médico trabalha. Será que vai conseguir avaliar
corretamente o impacto dessa solução? Lembre que isso é
essencial para saber se sua ideia tem potencial para se diferenciar
no mercado.

Então, aproveite que você tem um círculo social amplo, repleto de
pessoas de diferentes atividades e formações, para conhecer o
que fazem, como fazem e quais as suas “dores”. Só assim você vai
ampliar o leque de possibilidades e ter muito mais chances de
encontrar as melhores oportunidades.

4.4 A internet e suas maravilhas (des)complicadas



Falar que é preciso conhecer a internet soa quase como uma
afronta nos dias de hoje. Apesar disso, saiba que o número de
pessoas que acessa a internet no Brasil ainda é relativamente
modesto, na casa de 56% da população acima de 10 anos de
idade. Não tenho informações oficiais, mas imagino que apenas
uma pequena parcela desse universo usa a internet para fins
profissionais e menos ainda como instrumento de marketing e
vendas.

Dessa forma, conhecer as maravilhas que a internet pode nos
proporcionar no campo profissional, seja você assalariado,
autônomo ou empreendedor, vai dar a você uma grande
vantagem frente aos outros. Mais do que isso, dominar o
65

conhecimento de algumas dessas ferramentas poderá ser
determinante para que mais oportunidades se revelem para você.

Você sabia que há muita gente fazendo muito dinheiro vendendo
infoprodutos pela internet? Esse livro mesmo é um infoproduto,
já que somente é vendido online, prioritariamente no formato de
e-book. Outros infoprodutos incluem treinamentos online, cursos
em EAD e até mentorias e coaching via Skype. Produtos e serviços
não baseados na internet também são vendidos online, com
técnicas e estratégias muito bem montadas, no que hoje é
conhecido como Marketing Digital. Expoentes desse setor como
Conrado Adolpho, Bruno Pinheiro, João Paulo Pereira e Camila
Porto (dentre outros) identificaram antes da maioria dos outros
que esse seria um mercado fértil e se especializaram em atender
àqueles que querem usufruir dessas ferramentas para alavancar
suas vendas. Cada um no seu tempo, foram verdadeiros Mestres
das Oportunidades e encontraram “aquela” oportunidade que
mudou suas vidas.

Engana-se você que pensa que já não há mais tempo para
aproveitar e surfar essa onda de prosperidade! Aprendendo o que
pessoas assim têm para ensinar e mantendo o seu olhar atento e
treinado para as oportunidades, é possível, sim, inovar de alguma
forma e fazer parte do grupo dos bem sucedidos.

Também se engana quem acredita que conhecer essas
ferramentas só é importante para quem quer empreender em seu
próprio negócio. Levar novas ferramentas e realidades para
dentro da empresa onde você trabalha pode significar a
oportunidade ideal para expor a sua capacidade de inovar e levá-
lo a uma promoção. Ainda, pode ser a chance de encontrar uma
maneira de migrar seu trabalho para um home office e ganhar em
qualidade de vida.

66

A tecnologia em si não tem o poder de exaltar ou de destruir uma
pessoa. O bom ou mau uso dela, isso sim, pode ser determinante
para o sucesso ou o fracasso. Como Mestre das Oportunidades,
você saberá usar a tecnologia a seu favor e tê-la como grande
aliada na caminhada rumo ao topo.

67

5 Eliminando as distrações

Se existe um veneno que todo mundo toma sem perceber, esse é
o veneno das distrações. Mais do que procrastinar, essas
distrações nos afastam dos nossos objetivos, atrapalham nosso
raciocínio e minam toda tentativa que possamos fazer de alcançar
o sucesso.

Todas essas distrações são sorrateiras e, quando vemos, já fomos
tomados por elas, sugadoras incansáveis do nosso tempo e da
nossa disposição. Isso porque a fronteira entre o que é saudável e
onde começa a parte ruim é uma linha tênue, muito discreta e
que só percebemos quando já cruzamos e estamos muito além
dela.

Experimente levar esse tema para algumas discussões (saudáveis)
com colegas de trabalho, de escola, de bairro... você vai escutar
os argumentos mais absurdos em defesa das distrações, o que
significa que elas são mesmo um veneno que, quando é injetado
em uma pessoa, a contamina de uma forma profunda e difícil de
reverter.

Felizmente, reverter ainda é possível e o primeiro passo já foi
dado lá no capítulo 2, quando você exercitou o seu mindset e o
ajustou para um mindset vencedor. Vamos, então, começar esse
processo difícil, mas recompensador, de eliminar todas as
distrações da nossa vida!

5.1 As redes sociais



Quando falo que as redes sociais são o maior fator de distração
hoje em dia, recebo de volta frases pouco amistosas do tipo “em
que mundo você vive”, “não dá para viver sem Facebook” ou
68

“você tem a visão limitada e não enxerga os benefícios que as
redes trazem”. Os usuários do LinkedIn são os que mais
argumentam contrariamente a essa frase, o que não me
incomoda nem um pouco.

Primeiramente, preciso esclarecer de uma vez por todas que eu
também possuo conta no Facebook, no Instagram, no Twitter e
no LinkedIn. Também quero deixar transparente o fato de eu
publicar de vez em quando alguma coisa no Facebook (de cunho
pessoal), bem como algumas coisas profissionais no Instagram e
no LinkedIn. São, sim, ferramentas fantásticas quando bem
utilizadas, mas que se transformam em um veneno poderoso
quando não estabelecemos limites para o seu uso.

O maior problema das redes é o excesso de exposição que nós
mesmos fazemos das nossas vidas. Esse problema, que já existia
muito antes do computador se tornar algo acessível ao público
em geral, apenas se agravou com a dimensão que as coisas
tomam quando publicadas nas redes sociais. Hoje, se você faz
uma publicação expondo uma angústia, por exemplo, pessoas
espalhadas pelo mundo saberão que você passa por problemas.
Da mesma forma, um singelo pedido de ajuda para recolocação,
no LinkedIn vai expor a todo o mundo que você está sem
emprego. Isso pode se tornar algo extremamente nocivo para as
pessoas que as publicam, pois receberão tantos apoios quanto
condenações e censuras.

Portanto, um Mestre das Oportunidades deve cuidar para que
não sejam expostas situações delicadas e que possam causar
dúvidas sobre qualquer coisa da sua vida. Eventualmente, algum
amigo ou conhecido que iria lhe apresentar uma boa
oportunidade pode se sentir compelido a não fazê-lo agora e é
fato que não irá fazer depois.

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Outra armadilha das redes sociais, mais presente no Facebook e
no Instagram, é o poder de sedução que a curiosidade tem sobre
nós, ou seja, olhar a vida alheia é algo que nos atrai quase
irracionalmente. Quantas vezes você abriu o Facebook e começou
a correr o seu mural seguidamente, olhando os posts de alguns
amigos, depois mais alguns amigos e finalmente de muito mais
amigos e amigos de amigos... Quando você se dá conta, já perdeu
horas vendo a exposição das vidas alheias borbulhando nas redes
sociais e, durante todo este tempo, esteve de olhos fechados para
as oportunidades.

O uso positivo e produtivo das redes sociais começa com uma
limitação de tempo. Você pode estabelecer, por exemplo, que só
vai acessar as redes sociais por 30 minutos diariamente,
respondendo apenas àquilo que é importante e ignorando
solenemente tudo o que é futilidade. Essa meia hora diária será o
momento de você fazer uma “higiene mental”, esvaziando a
cabeça de pensamentos e deixando o cérebro desacelerar um
pouco. Não passe de 30 ou 40 minutos, para não acontecer de
perder o pique e acabar demorando ainda mais para retomar o
que estava fazendo antes.

5.1.1 Facebook: anjo ou demônio?



Hoje, o Facebook é o líder absoluto em quantidade de usuários
dentre todas as redes sociais. No Brasil, são mais de 100 milhões
de usuários (quase a totalidade dos que têm acesso à internet!) e
no mundo esse número já passa de 2 bilhões. Não surpreende,
portanto, que seja a rede social mais utilizada tanto para lazer
quanto para negócios.

Entretanto, a mesma plataforma que é excelente por um lado,
possui um outro lado, destrutivo, para quem não sabe utilizá-la
adequadamente. Pessoas assim caem na armadilha de “viver de
70

Facebook” e adotam posturas e ações nocivas como, por
exemplo:

• usam o Facebook como fonte oficial de notícias para se
inteirar do que acontece no mundo;
• passam horas vasculhando as publicações dos seus
contatos, sem objetivo algum além de bisbilhotar a vida
alheia (e posteriormente tecer comentários venenosos,
online e offline);
• fazem do Facebook o seu palanque oficial, publicando
inúmeras vezes ao longo do dia frases de efeito, palavras
de ordem e até xingamentos, em defesa de suas
convicções políticas e religiosas, sempre de forma pouco
amistosa e nada respeitosa;
• têm no Facebook o “ombro amigo” que não têm no
mundo “real”, externando todos os seus sentimentos,
frustrações e anseios, o que só piora o seu estado mental;
• tentam transformar o Facebook em “cupido”,
importunando outros usuários (geralmente mulheres) em
busca de romances e relacionamentos em geral;
• publicam tudo o que fazem no Facebook, desde o cardápio
do café-da-manhã até o pijama que vão usar para dormir;
• ignoram que há outras pessoas em casa quando estão
navegando no Facebook.

Você já fez alguma dessas coisas? Eu já e hoje tenho pavor só de
pensar do tempo que perdi vasculhando a minha linha do tempo
por coisas inúteis, fúteis e até degradantes. Um enorme tempo
perdido que, além de não voltar mais, ainda me trouxe sensações
horríveis como a depressão (afinal, a maioria das “notícias”
publicadas ali são de tragédias), inveja (de coisas estupendas que
supostamente aconteceram com os meus “amigo” e que
poderiam nem ser verdade, afinal é assim que muita gente age na
71

rede) e raiva (dos ataques desrespeitosos de gente estúpida e
fanática).

Dosar o uso do Facebook, como já disse anteriormente, é
importante, mas também é essencial dosar a qualidade do que se
vê nessa rede social. Limpezas periódicas nas listas de amigos, nos
grupos de que participa e nas páginas que curte são coisas que
ajudam muito a manter o foco e não se distrair com o Facebook.
Assim, você pode começar a aproveitar melhor o que essa
plataforma-ferramenta tem a oferecer para quem quer aproveitar
bem as oportunidades que surgem.

Por falar em usar o Facebook da melhor forma, vou dar algumas
dicas de como fazer isso, começando pelos anúncios pagos. Os
poucos dados estatísticos disponíveis dão conta que a quantidade
de anunciantes que publicam anúncios no Facebook no mundo já
está na casa dos milhões, mas isso é irrelevante, porque o
importante mesmo é o que você vai fazer em uma plataforma que
alcança tanta gente.

Quem vai lhe ensinar a usar o Facebook não sou eu, até porque
não é a minha especialidade, mas eu vou lhe dar um
direcionamento básico para lhe permitir pensar diferente da
maioria das pessoas e, com isso, saber como o Facebook fará
diferença no processo de dominar as oportunidades.

Primeiro, você precisa conhecer as diferenças entre fazer um
anúncio pago e impulsionar uma publicação. Ambos podem dar
resultados, porém através de anúncios você consegue mensurar
mais detalhadamente os resultados obtidos. Além disso, ao
utilizar anúncios você consegue separar as publicações não
comerciais das publicações geradoras de tráfego, vendas ou leads,
preservando a sua página em conteúdo e aparência para ser uma
referência no assunto dominante.
72


Outro ponto importante para você aproveitar a plataforma é que
você pode direcionar seus anúncios para um público segmentado,
inclusive “seguindo” o mesmo pelas páginas do seu site. Isso lhe
abre muitas possibilidades de direcionar corretamente as ações
de marketing e remarketing, ajudando a aproveitar melhor as
oportunidades que já identificou antes.

O que isso tem a ver com ser um Mestre das Oportunidades?
Tudo! Como você vai avaliar corretamente uma possibilidade se
não souber que há ferramentas poderosas e o que elas podem
fazer por você? Busque o conhecimento em cursos e
treinamentos (há vários muito bons online) e detenha o
conhecimento necessário, isso vai ajudar muito a lhe tornar um
Mestre das Oportunidades.

5.1.2 O uso produtivo do LinkedIn



Acredito que o LinkedIn seja a minha rede social favorita, sabe por
quê? O LinkedIn parece um evento corporativo permanente na
internet, onde palestrantes falam a todo tempo, participantes
expressam opiniões a todo tempo e há divulgação de vagas e de
candidatos a todo tempo!

Pouca gente sabe que o LinkedIn possui uma função bem parecida
com os anúncios do Facebook, para as empresas divulgarem seus
produtos, oportunidades e negócios em geral. Você certamente já
viu alguns desses anúncios e talvez não tenha notado que eram
links patrocinados. Conhecer o alcance e as possibilidades dessa
ferramenta é algo que o Mestre das Oportunidades precisa
urgentemente.

O que o Mestre das Oportunidades não pode nunca fazer no
LinkedIn é confundi-lo com as demais redes sociais. O LinkedIn é
73

para uso e fins profissionais, não para amenidades ou lazer. Por
isso, talvez seja a rede mais produtiva de todas.

Apesar de tanta produtividade, o LinkedIn, assim como qualquer
rede social, tem suas armadilhas de distração. A busca de vagas
de emprego é uma das piores armadilhas, porque a quantidade de
anúncios é interminável e as buscas são geralmente mal feitas,
amplas demais. Assim, perde-se tempo que deveria estar sendo
utilizado com a construção de relacionamentos e a troca de
experiências úteis com seus contatos.

5.1.3 Twitter e Instagram



Agora que já falei das 2 redes mais lembradas pelos que as
querem utilizar no âmbito profissional, vamos dedicar algumas
linhas a essas duas redes tão conhecidas quanto diferentes.

O Instagram surgiu como uma rede social para publicar imagens
com pequenos comentários e acabou sendo comprada pelo
Facebook. Muitos acreditavam que, por conta dessa aquisição, o
Instagram acabaria sendo extinto, se tornando apenas uma
ferramenta do Facebook, mas o que aconteceu foi bem diferente.
Mantido como rede social, porém com algumas inteligentes
integrações com seu novo “dono”, acabou se tornando a
preferência dos mais jovens. Isso é, talvez, o dado mais
importante, pois transforma o Instagram em uma ferramenta
poderosa quando se quer engajamento com o público até 25 anos
de idade.

Isso também acontece com o Twitter, igualmente preferido pelos
mais novos. Entretanto, a dinâmica do Twitter é diferente, pois
funciona como um microblog onde as imagens são menos
destacadas e os assuntos são agrupados através das famosas
hashtags. Dessa forma, acabou se tornando tanto um painel de
74

mídia digital, onde os canais de notícias colocam manchetes para
gerar tráfego para os seus sites (onde as notícias completas estão)
quanto um canal usado por emissoras de TV para interagir com
seus espectadores em programas.

Os Mestres das Oportunidades precisam conhecer muito bem (e
com alguns detalhes além do que apresentei aqui) o
funcionamento dessas redes sociais e como as podem utilizar para
ampliar horizontes e ganhar alcance na hora de colocar em
prática as possibilidades que podem vir a se tornar grandes
oportunidades.

5.2 A televisão da atualidade



Bem no começo deste livro, eu falei que no futuro não haverá
mais emissoras de televisão, apenas provedores de conteúdo a
ser transmitido via streaming sob demanda, como já acontece
hoje em dia com o Netflix, determinados campeonatos e ligas
esportivos, além de outros serviços semelhantes. Independente
disso, nessa parte do livro chamarei a todos de “televisão”, muito
mais pelo formato do que pelo meio de transmissão.

Dito isso, vamos falar de uma das distrações mais antigas e que
muito já atrapalhou (e muito ainda vai atrapalhar) as pessoas a
alcançarem o sucesso e dominar as oportunidades. A televisão, a
quem muitos consideram “mágica”, sempre teve o poder de
prender as pessoas em frente ao televisor (hoje temos que incluir
computadores, tablets e smartphones) para assistir aos mais
diversos programas. A maioria absoluta desses programas tem
pouca ou nenhuma utilidade para nossa vida, sendo não mais que
passatempos que paralisam o raciocínio e a evolução do ser
humano.

75

“Que exagero, então não posso nem ver o jogo do meu time?”
Claro que pode. Eu não sou radical e, por sinal, odeio o
radicalismo. Um pouco mais à frente vou falar sobre “higiene
mental” e, já adiantando um pouquinho, vou mencionar a
importância de ter momentos de “atividade cerebral zero” como
forma de descansar os neurônios e aliviar o stress. Entretanto,
dispender muito tempo preso à televisão vai lhe custar muitas
sinapses e mais ainda, dinheiro.

Para que a televisão (incluindo aqui o cinema) não seja uma
distração que lhe afaste do caminho certo para ser um Mestre das
Oportunidades, faça um pequeno planejamento de quanto tempo
você poderá usar para essa “higiene mental” (veja o tópico
próprio sobre esse assunto, mais à frente). Procure, também,
conteúdo mais produtivo (existe muito, mesmo na TV aberta) e
mais recheado de informações úteis. Programas como
MasterChef e Shark Tank são bons exemplos de conteúdo
produtivo, ao passo que Domingão do Faustão e até o Programa
Sílvio Santos são nada mais do que entretenimento sem utilidade,
passatempos no sentido mais raso da palavra. Mas fique
tranquilo, não tem problema de ver o jogo do seu time ou aquele
programa legal de beleza feminina: apenas não exagere!

5.3 Futilidades

Você tem ideia de quanto tempo você gasta com futilidades na
sua vida? Não? Na verdade, ninguém sabe, a menos que seja zero.
Mas o que são essas “futilidades”? Existe margem para
interpretação pessoal nesse assunto?

O significado formal da palavra, dado pelos dicionários,
estabelece que “fútil” é tudo aquilo que é “insignificante,
irrelevante, sem importância ou utilidade”. Por isso uma
76

aliteração muito conhecida é aquela que opõe “útil e fútil”,
estabelecendo um antagonismo perfeito entre os adjetivos.

Então, você gasta muito tempo com coisas inúteis? Você dispende
sua energia fazendo coisas que não lhe trarão benefício algum,
apenas gastam o seu precioso tempo que poderia estar sendo
investido em coisas úteis? O meu objetivo aqui não é lhe julgar,
caso perceba que está, sim, fazendo tudo isso, mas dar-lhe meios
para superar esse vício e começar a aproveitar melhor o tempo
precioso que você tem.

Antes de prosseguir, queria compartilhar com você uma
constatação minha. Eu vejo muitas pessoas reclamando que não
têm tempo para nada, mas que chegam em casa às 19h e ficam
até meia noite vendo novelas e séries, jogados no sofá ou na
cama, enquanto produzem... nada! No máximo estarão com o
celular a postos para curtir o Facebook e ver as piadas e vídeos
engraçados que povoam os grupos de WhatsApp aos milhares.
Então, será que elas não tem tempo para nada ou será que estão
administrando mal o seu tempo?

Você, que está caminhando a passos largos para se tornar um
Mestre das Oportunidades, no entanto, nunca mais vai se permitir
dedicar com tanto afinco à futilidade, porque sabe o quanto ela
rouba do seu precioso tempo produtivo e dos seus resultados.
Deixar a mente vazia e parada por tanto tempo é um risco muito
alto para o seu sucesso, pois vai-se gastar muito mais tempo e
mais energia na retomada da produção após isso.

Um pouco antes, neste livro, falamos das redes sociais e também
da televisão, que hoje inclui os canais de streaming como o Netflix
e semelhantes. O tratamento especial dado a essas distrações é
pelo fato de poderem ser tanto coisas úteis quanto futilidades,
dependendo de como são usadas. Você tem que separar as duas
77

características de forma correta, destinando tempo ao uso com
fins úteis e ao uso dentro do que será permitido para futilidades.

Use o seu tempo com sabedoria e planeje todas as suas
atividades, sem exceção. Tire um dia da semana para descansar,
esse será o seu dia de ceder às tentações da futilidade, mas jamais
passe disso, ou vai comprometer os seus objetivos.

5.4 Higiene mental periódica



Já vimos que futilidades são grandes distrações, mas em tudo é
necessário equilíbrio, por isso devemos nos permitir algumas
futilidades de vez em quando. Isso se chama “fazer a higiene
mental” e consiste em exigir pouco ou nada do cérebro durante
algum tempo, fazendo ou assistindo alguma atividade classificada
como fútil.

Para entender mais facilmente, pense em uma panela de pressão.
Se você não tiver uma válvula desobstruída e devidamente
calibrada, vai acontecer uma dessas coisas: a panela vai explodir
ou não vai cozinhar os alimentos como deveria. Em ambos os
casos, a panela não cumpriu a função esperada e os seus
objetivos não foram alcançados. Da mesma forma, nossa mente
precisa de uma válvula para regular a pressão. A diferença é que
essa regulação não é feita continuamente, como na panela, mas
de tempos em tempos.

Se nosso cérebro não for poupado da pressão durante algum
tempo, somente o necessário para se recuperar e não “explodir”,
acabaremos sofrendo consequências muito piores do que se
permitindo um pouco de futilidade.

Você deve estar se perguntando: “como eu vou saber a justa
medida para não exagerar e acabar caindo na armadilha das
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futilidades? Mais uma vez, é preciso planejamento. Por mais
incrível que isso possa parecer, sem planejamento ficará muito
fácil cair nessa armadilha e se afastar mais e mais do seu objetivo.

Vamos à prática então! Primeiro, liste tudo aquilo que é fútil, mas
lhe agrada. Inclua absolutamente tudo: jogos de futebol (ou
qualquer outro esporte), novelas, programas de TV, bebericar no
bar... anote tudo isso em uma folha que seja igual a um calendário
semanal, com 7 colunas indicando os dias da semana. Esforce-se
ao máximo para alocar cada coisa em um dia e horário, atentando
também para a duração. Por exemplo, se você gosta de assistir
aos jogos do seu time na TV, marque os dias e horários mais
comuns (não todos os possíveis, mas os factíveis – nesse exemplo,
quarta e domingo, ainda que os jogos possam ser na quinta ou no
sábado).

Feito isso, o próximo passo é definir o seu llimite semanal de
higiene mental. Procure reservar cerca de 10% do seu tempo total
produtivo para isso, sem contar a folga semanal necessária e os
horários de lazer produtivo (veja o próximo tópico!). Por exemplo,
se você considera que seu tempo produtivo é de 8 horas por dia,
de segunda a sábado, você terá 48 horas produtivas por semana,
então poderá destinar aproximadamente 5 horas para futilidades.
Atente que essas 5 horas não fazem parte das 48, devem ser
planejadas dentro das demais horas do dia.

O autoconhecimento também é muito importante nessa fase de
planejamento da higiene mental. Se você sabe que cai facilmente
na armadilha de estender o período de higiene mental
inadvertidamente, então escolha atividades que terminem o dia
(antes de dormir) ou que venham imediatamente antes de
obrigações, assim você terá eventos que o obrigarão a encerrar o
tempo de higiene mental e seguir para a atividade seguinte.

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Atenção! Não perca horas de sono prolongando a higiene mental,
porque isso vai lhe prejudicar!

5.5 Lazer produtivo



Quando eu era um pequeno estudante do antigo Primeiro Grau
(há muito tempo...), era comum a divisão do dia de um adulto em
3 partes: 8 horas para o trabalho, 8 horas para o lazer e afazeres e
as 8 horas restantes para o sono. Hoje, talvez seja impossível
encontrar alguém que siga essa divisão, até porque o ritmo do
mundo mudou e a dedicação ao trabalho é muito mais do que
essas 8 horas, mas ainda é necessário separar um tempo para o
lazer. Só que os Mestres das Oportunidades, que investem em
autodesenvolvimento e têm foco nos seus objetivos, usam o
tempo de lazer de forma produtiva. Por isso, é necessário planejar
horários de lazer e não os confundir com os horários de higiene
mental.

O que caracteriza um lazer produtivo? São aqueles momentos em
que você realiza uma atividade não profissional, prazerosa, mas
que também lhe traz benefícios. Talvez o melhor exemplo seja a
prática de atividades físicas, mas até mesmo cursos de artes em
geral podem ser considerados “lazer produtivo”.

O lazer produtivo tem dois lados fortes, pois tanto traz o bem-
estar e o prazer da atividade quanto os benefícios para o corpo e
para a mente, resultantes da mesma.

Reforço que o principal item que caracteriza o lazer produtivo é a
existência de benefícios além do alívio da mente para o
praticante, sem os quais a atividade recairia na classificação de
“futilidade a ser evitada”.

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Em termos práticos, como fazer para planejar meu tempo de lazer
produtivo? Quando tempo posso ou devo alocar para isso?

A orientação é que você tenha até 20% do tempo produtivo
destinado ao lazer. No exemplo do tópico anterior, isso significa
aproximadamente 10 horas por semana.

O Mestre das Oportunidades planeja as suas horas de lazer e
afazeres de forma sábia e muitas vezes acontece de encontrar
nesses momentos os indícios de uma grande oportunidade.

5.6 A armadilha da procrastinação



Robôs são fantásticos: a gente programa, eles fazem e ponto final.
Por que nós, seres humanos supostamente inteligentes, não
conseguimos fazer o mesmo? Por que não sentamos, fazemos e
pronto?

Sabe quando, no trabalho, as pessoas chegam às 8h, mas só
começam a produzir de verdade às 8h30, porque primeiro vão
tomar um cafezinho, arrumar o visual no banheiro ou mesmo
organizar a mesa de trabalho? Procrastinação é isso! Estamos
sempre perdendo horas que deveriam ser produtivas, fazendo
coisas que deveriam ter sido feitas em outro momento ou que são
simplesmente inúteis.

Ao cair na armadilha de procrastinar, um funcionário está
condenando sua empresa ao desperdício, e nem preciso comentar
sobre como isso é ruim para todos. Mas aquele que busca
oportunidades para aproveitar, esse então deixa tudo escapar por
entre os dedos quando cede à procrastinação.

Aqui no Brasil, a procrastinação é um hábito silencioso que a
maioria das pessoas tem e que cobra um preço alto de forma
81

igualmente silenciosa. O principal sintoma da procrastinação na
nossa vida é a falta de tempo, que não percebemos por pura
ausência de parâmetros para comparar. Então, para entendermos
melhor, eu vou dar um exemplo.

No Canadá e nos Estados Unidos, muitas empresas (talvez a
maioria, tirando aquelas ligadas ao mercado financeiro, de ações
e de investimentos) têm como horário de trabalho o período das
7h às 16h. Isso mesmo, 16h! Quando eu estive no Canadá
acompanhando um projeto entre 2006 e 2007, eu era sempre o
último a sair da empresa, por volta das 17h. Claro que eu achava
muito cedo, estava acostumado a ficar até 19h-20h todos os dias,
então sair às 17h me dava a mesma sensação de um estudante
matando aula. Sabe por que eles conseguiam produzir até mais do
que a gente no Brasil, com horário de trabalho das 8h às 18h?
Porque reduziram a procrastinação a quase zero. Todos estavam
em seus postos de trabalho pontualmente às 7h já começando a
produzir. A parada para o almoço levava somente o tempo
necessário para se alimentar e fazer a higiene, nada mais. Havia 2
momentos em que todos paravam para um lanche, que durava
exatos 10 minutos em cada horário. Nos demais momentos,
estavam sempre produzindo, até que chegava o horário das 16h e
todos iam para casa.

Infelizmente, estamos acostumados a encontrar responsáveis e
desculpas perfeitas para qualquer mudança que se queira fazer
nesse cenário. Se for sugerido entrar às 7h, surgirão reclamações
acerca do movimento nesse horário e se tentará responsabilizar o
trânsito lotado de pessoas indo trabalhar (logo, não dá para
começar “tão cedo”). Se a ideia for reduzir o tempo de almoço, os
defensores dos “direitos trabalhistas” logo dão o contra, sem
qualquer argumento lógico ou racional. Faz-se de tudo para
aumentar a procrastinação nos horários produtivos, o que se
82

reflete em mais tempo de jornada, menos produtividade e mais
tempo longe daquilo e daqueles de que se gosta.

Mas sabe quem consegue vencer a procrastinação, apesar do
ambiente desfavorável, e, com isso, obtém um crescimento acima
da média e alcança os objetivos? Isso mesmo, o Mestre das
Oportunidades! Você também vai derrotar a procrastinação e
tornar a sua vida muito melhor. Comece identificando cada
momento em que você cede a esse mal e interrompa-o de
imediato repetindo mentalmente, como se fosse um mantra, a
frase “estou procrastinando, vou parar, o que vem agora?”. E siga
para fazer coisas produtivas!

5.7 Resumo: como planejar adequadamente o tempo



Agora que você, um “quase” Mestre das Oportunidades, já
entendeu o que lhe faz bem e o que lhe distrai e afasta dos seus
objetivos, vamos resumir tudo o que você precisa planejar para
otimizar o seu tempo e, ao mesmo tempo, garantir o seu bem-
estar e sua saúde mental.

O primeiro passo é separar tudo o que é fútil, anotando em uma
folha de papel com as seguintes informações:

1) o que é
2) quando eu faço
3) quanto tempo dura
4) qual o objetivo disso

Por exemplo, eu poderia colocar “jogar poker online”, “segunda a
sexta, antes de dormir”, “por 30 minutos” e “passar o tempo”
seriam as respostas para essas perguntas, respectivamente.

83

Depois, marque com uma bolinha vermelha o que está nessa lista,
mas que você gosta muito de fazer. Eu, por exemplo, colocaria a
bolinha vermelha em “assistir jogos da NFL” e também em “ouvir
música com as luzes apagadas”. Eu adoro isso, mas tenho que
admitir que são coisas inúteis, que não trazem qualquer benefício
direto para mim.

Agora, faça uma outra lista, em outra folha de papel, com as
atividades classificadas como lazer produtivo. Faça 5 colunas:

1) o que é
2) quando eu faço
3) quanto tempo dura
4) o que eu sinto quando faço
5) qual o benefício direto e concreto que eu tenho

Nesse item, tenha cuidado ao determinar qual é o benefício direto
que você terá, pois a tentação (por vezes irracional) de aproveitar
esse momento para justificar uma atividade usando um benefício
indireto, intangível e irrelevante é muito grande. Veja alguns
exemplos de atividades e benefícios corretamente avaliados:

• academia – ter o corpo mais saudável (adoecer menos) e
com mais disposição;
• curso de inglês – aprender um idioma muito usado
internacionalmente;

Em contrapartida, essas pessoas a seguir avaliaram mal e
tentaram justificar suas atividades com benefícios intangíveis e
irrelevantes:

• assistir TV – evitar o stress;
• jogar poker online – estar conectado a diferentes pessoas

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Muito legal, não é? Então, jogar poker online virou algo útil
porque você está confundindo isso com networking?

Reveja as duas listas para ter certeza que não exagerou em
qualquer uma delas. Retire atividades que estiverem em excesso
ainda nessa parte do trabalho, não deixe para fazer na hora da
finalização, porque será muito mais difícil.

5.7.1 Finalizando o planejamento do tempo



Finalmente, é hora de juntar todas as informações e desenhar o
seu planejamento semanal. Em uma folha de papel, faça 7 colunas
e 20 linhas. Cada coluna é um dia da semana e cada linha é um
intervalo de 1 hora.

Primeiro, pinte de azul os horários de sono e todo o dia de
descanso que você escolheu. Esses serão os momentos em que
você estará descansando mente e corpo para estar 100% na hora
de produzir. Em seguida, pinte de verde os horários produtivos,
aqueles em que você estará trabalhando, independente de local,
para gerar a sua renda.

Avance pintando de amarelo ou laranja os horários do seu lazer
produtivo e conclua pintando de vermelho os horários de higiene
mental. O tempo que “sobrar” (e tem que sobrar!) deve ser usado
para afazeres pessoais e familiares, como ajudar os filhos com as
tarefas de casa, fazer as refeições e fazer a higiene pessoal (tomar
banho, escovar os dentes), por exemplo.

Veja sempre se os limites de cada tempo estão sendo respeitados.
O seu tempo produtivo (verde) deve ser, no mínimo, 60% do
tempo disponível após o sono e o descanso, ou seja, de tudo o
que não for azul, caso contrário estará dedicando menos tempo
que o necessário para ser um vencedor.
85


Eu sei que você, pré-Mestre das Oportunidades, não vai cair
nessas tentações, sabe por que? Porque o seu mindset já está
diferente e você já está valorizando adequadamente os seus
objetivos. Mas não seja soberbo, continue sendo humilde como
eu indiquei antes.

86

6 Demitindo os ladrões de sonhos

Eu ouvi essa expressão em um seminário de vendas de uma
empresa de marketing de rede. Adorei! Sabe por que eu gostei
tanto assim dessa expressão? Porque ela simplifica a 3 palavras
tudo o que eu sempre entendi sobre aquelas pessoas que
desestimulam a gente a seguir acreditando nos nossos sonhos.

E isso é muito mais comum do que você imagina, tanto que nem é
preciso buscar muito longe para encontrar alguém assim. Basta
dizer qual é o seu sonho que logo aparece um ladrão de sonhos
para lhe derrubar. Eles estão por toda a parte e não terão
remorso algum de serem os vetores do desânimo na sua vida.

Agora, procure alguém que lhe apoie! Difícil de encontrar, não é?

Eu vou lhe apresentar agora os principais ladrões de sonhos que
há por aí. A má notícia que eu tenho para você é que alguns
ladrões de sonhos podem estar muito mais perto do que você
imagina! A boa, é que você vai logo estar preparado para demiti-
los definitivamente da sua vida!

6.1 Dormindo com o inimigo



Além de ser o título de um famoso filme do início da década de
1990, o título deste tópico revela um ladrão de sonhos típico, que
deveria, no entanto, desempenhar o papel exatamente contrário.
Aquela pessoa que deveria ser a sua maior apoiadora,
independente dos tempos e dos resultados, acaba se tornando
um dos principais ladrões de sonhos que você terá que enfrentar.

O cônjuge, palavra que designa marido ou mulher sem distinção,
é um dos principais ladrões de sonhos que você enfrentará na
87

vida. Ainda por cima, é uma luta injusta, porque ele vai sempre
usar argumentos ligados aos filhos, à harmonia conjugal e à
estabilidade familiar para justificar seu pessimismo.

O prejuízo que ter alguém assim em casa causa aos seus sonhos é
irreversível, porque dificilmente vai mudar de ideia. Mas como
fazer para demitir esse ladrão de sonhos da sua vida sem ter que
pedir o divórcio?

Bom, não existe uma fórmula, mas é bom começar por vender
corretamente os seus sonhos para o cônjuge. Lembre-se que, se
ele(a) comprar esse sonho, vai lhe apoiar incondicionalmente e,
dependendo da proatividade dele(a), pode se tornar uma
locomotiva a mais para levar o seu sonho à frente. Isso ainda não
significa que ele ou ela será uma pessoa que vai sonhar o mesmo
sonho junto contigo, mas ser uma apoiadora já é algum
progresso.

Utilize também as técnicas de vendas que você conhece (afinal, já
investiu em aprender essas técnicas desde que eu falei sobre
autodesenvolvimento, não é mesmo?) e mostre à sua cara-
metade os benefícios que ela terá quando você finalmente atingir
sua meta. Não se fixe em benefícios financeiros, apenas os inclua
na lista. Fale de coisas subjetivas, como o tempo a mais que
poderá dedicar à família, o conforto que vai poder prover aos
filhos e dos sonhos em conjunto que serão realidade quando
chegar a hora. Depois, e só se não tiver ficado claro, lembre a
ele(a) que tudo o que você busca, faz e conquista é para dar o
melhor para ela e para toda a família.

Se o seu cônjuge não entender e ainda ficar lhe cobrando, você
tem um problema sério. Para combater isso, procure a terapia de
casais.

88

6.2 As fronteiras da família nos seus negócios

Família é família, é importante, mas também é problema quando
quer se meter na sua vida. Já percebeu o quanto a família se mete
na vida da gente? Quando é adolescente, fica perguntando que
faculdade vai fazer. Quando se forma, fica perguntando quando
vai arrumar emprego. Quando arruma emprego, fica perguntando
quando vai casar. Quando casa, fica perguntando quando vai “dar
netos para os seus pais” e quando os filhos nascem, fica dando
palpite a toda hora na educação dos pequenos. E desde sempre,
quer decidir que faculdade você vai fazer, que carreira você tem
que seguir, que tipo de cônjuge tem que conseguir, quantos filhos
tem que ter e até que tipo de castigo tem que dar aos filhos pelo
mau comportamento.

Pois é, caro leitor, família é bom, mas é ruim. E quando falamos
dos nossos sonhos, pior ainda!

Certa vez conheci um Coronel do Exército. Sujeito inteligente, dos
primeiros da turma na Academia Militar, depois formado e pós-
graduado engenheiro eletrônico numa das melhores escolhas de
engenharia do Brasil. Uma referência no assunto! Então, chegou o
dia em que poderia ir para a reserva, deixar a farda e fazer nada
para sempre, só curtir a aposentadoria com a esposa perto da
praia no Rio de Janeiro. Só que ele não queria “só” isso. Ele tinha
sonhos que o acompanhavam desde muito jovem e nunca abriu
mão deles totalmente. Para surpresa geral da sua família,
anunciou que, agora na reserva do Exército, iria cursar a faculdade
de Medicina! Fiquei curioso de saber o porquê e ele disse: “Ser
oficial do Exército era o sonho que meu pai tinha para mim. Ser
engenheiro era o sonho que minha mãe tinha para mim. Mas ser
médico, esse é o meu sonho e, agora que terminei de agradar a
eles, vou me agradar e correr atrás de fazer aquilo que eu sempre
quis.”
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Puxa vida, como a família pode ser tão cruel assim? Como a
família desse Coronel pôde roubar os sonhos dele, de forma tão
dolorosa?

Saiba, caro futuro Mestre das Oportunidades, que quanto maior a
família, pior a intromissão. Tios, tias, primos e tudo mais, todos
irão atuar como ladrões de sonhos na sua vida, tentando lhe
demover da ideia de conquistar o que sonha para fazer aquilo que
é socialmente admirado, que é o sonho deles ou que eles acham,
sem qualquer base científica ou psicológica, que é o “melhor”
para você.

E então, o que fazer? Fugir? Sumir? Mudar de país? Calma, não é
preciso ser tão radical assim, mas é preciso ser firme com as suas
decisões.

A primeira orientação que passo vai parecer contrária ao que você
deve estar esperando: aproxime-se dos seus familiares. Em uma
situação dessas, se afastar só vai aumentar o interesse deles pelo
que acontece na sua vida e ainda o vão considerar um “desertor”.
A pressão vai continuar existindo e, quando chegar a você, estará
em níveis altíssimos. Portanto, o melhor a fazer é se aproximar,
ser ativo e se interessar sinceramente pela vida deles. Interaja
com todo tipo de assunto, desde a saúde do avô até a viagem dos
sobrinhos para a Disney, procure saber de tudo, pergunte e seja o
primeiro a falar, sempre. Dessa forma, você deixará pouco espaço
para que a sua vida se torne o centro das atenções de todos.

Além disso, procure fazer um resumo das suas realizações, para
ter a resposta pronta quando for indagado sobre “aquele negócio
de maluco que você está querendo fazer”. Esteja preparado para
mostrar tudo o que já conquistou ou já avançou e nunca, eu disse
NUNCA, fale do que deu errado. Ao final, mencione rapidamente
90

os grandes desafios, mostrando brilho nos olhos e disposição para
enfrentá-los. Mas lembre-se que desafios e problemas são coisas
muito diferentes uma da outra, o que eu oriento é a falar dos
desafios, nunca dos problemas.

Finalmente, existe uma armadilha em que é comum cairmos:
projetar resultados e usá-los nesse momento. Jamais use frases
como “quando eu chegar lá, você vai ter XXX ou YYY” ou ainda
“logo logo eu vou poder te dar ZZZ”. Isso cria expectativas nos
familiares, que vão lhe cobrar explicações e resultados sempre
que você os encontrar. Pior ainda, como eles não estão
envolvidos e não têm a mínima ideia do tempo que isso vai levar,
acharão que você está fracassando e a fofoca vai ganhar
proporções inimagináveis e insuportáveis.

6.3 Os amigos superentendidos



Tão nocivos quanto os familiares intrometidos são os amigos
superentendidos. Eu tenho absoluta certeza que você possui
vários amigos assim, que acreditam entender de tudo o que você
faz e que vão tentar lhe aconselhar segundo os próprios
sentimentos. Acontece que esses sentimentos nem sempre são
tão “nobres” e eles poderão estar sendo movidos pela inveja,
ciúmes ou mesmo pelo desejo inconsciente de competição.

A nossa natureza animal nos leva instintivamente à competição. O
que, no reino selvagem, é a luta pelo seu território e pela posição
de “macho alfa”, na nossa sociedade é uma competição para ser o
mais bem sucedido do grupo. Se os leões lutam entre si enquanto
as leoas só observam e esperam, no nosso caso a competição é
ainda mais difícil, porque envolve tanto “machos” quanto
“fêmeas” na mesma arena.

91

É nesse ambiente de competição que, irracionalmente, os amigos
tendem a lhe desestimular e tentar lhe demover dos seus sonhos.
Mesmo aqueles que o acompanham desde a infância podem ser
grandes “ladrões de sonhos” contra os quais você precisa se
blindar.

Felizmente, para a humanidade, fatores próprios da racionalidade
humana podem se opor à irracionalidade da competição e levar as
pessoas a contribuir de forma positiva e sincera com o seu
sucesso. Mas como saber se uma opinião é sincera ou se é uma
armadilha inconsciente, montada para lhe fazer fracassar?

Para responder isso seria necessário escrever um livro inteiro
sobre o comportamento humano, o que não é minha intenção
nem a minha competência. Porém, você pode ter alguns critérios
para dar mais ou menos importância ao que alguém lhe diz:

• O que a pessoa fala está adequado à sua experiência (seja
de sucessos ou de fracassos)?
• A pessoa lhe dá exemplos concretos ou apenas fala
genericamente?
• Você nota uma clara “arrogância” na fala da pessoa?

Outra coisa que eu recomendo é a leitura de livros sobre
Programação Neuro-Linguística que o levem a conhecer os sinais
que são passados através da expressão corporal. Muito mais do
que as palavras, essa expressão corporal revela até os segredos
escondidos por trás dessas mesmas palavras, sejam elas quais
forem. Procure entender os gestos e posturas de quem fala
consigo, porque “o corpo fala” e através disso você pode
investigar se as palavras que saem da boca são sinceras ou
armadilhas.

92

6.4 Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só

Essa frase, completada no próximo tópico deste livro, ficou
famosa no Brasil com Raul Seixas na música “Prelúdio”, mas
fontes seguras a atribuem originalmente a John Lennon.
Independente de quem a formulou primeiro, afinal foram dois
grandes artistas da música, a frase é uma síntese perfeita de como
você deve conduzir seus sonhos até os alcançar. Vamos falar
primeiro da metade inicial da frase.

Todos nós temos anseios, vontades que nos fazem imaginar uma
vida melhor e talvez bem diferente do que se tem no momento.
Não importa o motivo, sonhar faz parte da natureza humana. O
que é realmente difícil é criar e seguir um caminho que faça com
que o sonho se torne realidade.

Nesse caminho árduo, você vai encontrar obstáculos diversos,
dificuldades das mais variadas e ainda vai sofrer ataques crueis
dos ladrões de sonhos. Será totalmente natural e compreensível
se você se sentir fraco e desmotivado, talvez até pense em
desistir. Na verdade, é o que acontece com muita gente até
mesmo antes de começar a caminhada! Quando vêem a
quantidade de pedras que terão no caminho, já desistem até de
começar ou dão alguns passos e são vencidos.

O que se segue à desistência é algo pior do que aquilo que havia
no caminho: o fracasso faz com que nos sintamos incompetentes,
ficamos deprimidos e acreditamos que devemos nos conformar
com a mediocridade da vida. Muitas pessoas virão até você, não
para consolar ou ajudar, mas para lembrá-lo de que lhe “avisaram
que não ia dar certo”.

Eu não quero dizer que é impossível alcançar o sucesso e realizar
seu sonho sozinho, mas é inegável que os níveis de resiliência e
93

persistência têm que ser muito superiores quando se está
sonhando só, porque “sonho que se sonha só é só um sonho que
se sonha só, mas...”.

6.5 ...Sonho que se sonha junto é realidade



Existe uma diferença entre sonhar junto e compartilhar os
resultados que esse sonho pode gerar. Você precisa encontrar
alguém que sonhe o mesmo sonho, junto com você, e não alguém
que tenha expectativas ou esperanças em compartilhar os
resultados dele. Sonhar junto não é a mesma coisa que desejar
que dê certo, nem mesmo se aproxima disso. Sonhar junto é
colocar seus esforços e esperanças no mesmo projeto, na mesma
direção, comemorando os sucessos e chorando os fracassos na
mesma sintonia.

Sabe por que considero essa frase tão sábia? Porque quando você
tem mais gente ao seu lado sonhando o mesmo sonho, você não
tem apoiadores, mas gente realmente comprometida com o
sucesso, que é de todos. Quem sonha junto jamais vai tentar lhe
roubar o sonho, simplesmente porque não se pode roubar algo
que já é seu.

Agora, indo para a parte prática, como fazer para ter quem sonhe
junto com você o mesmo sonho? Esqueça qualquer estratégia que
lhe apresentem e que envolva compartilhar seus sonhos com as
pessoas, o máximo que elas farão é se tornarem simpáticas a ele e
torcer pelo seu sucesso. Tampouco é efetivo procurar ativamente
pessoas de determinado perfil, porque elas não irão encampar o
seu sonho como delas. E não é por qualquer deficiência delas,
mas porque elas têm seus próprios sonhos e buscam, no máximo,
um emprego.

94

Eu só conheço duas maneiras de ter pessoas sonhando o seu
sonho, que também será delas, junto com você.

6.5.1 Construam o sonho desde o início juntas



Construir um sonho juntos não é ter uma ideia juntos. Também
não é fazer planejamento juntos! Muito mais do que tudo isso,
que se faz com qualquer pessoa, construir um sonho juntos é um
processo que começa quando há interesses iguais, vontades iguais
e um mesmo objetivo. Encontrar alguém para construir um sonho
juntos (e depois, quem sabe, até ajudar a realizá-lo) é algo raro,
mas possível. Isso geralmente acontece com pessoas muito
próximas, como pai e filho, marido e esposa etc.

Nesse ponto eu quero que você conheça uma história inspiradora.
O personagem por trás dela é Henry Ford, aquele mesmo, que
acabou praticamente criando a indústria automotiva. Você pode
conhecer a sua biografia facilmente, pois há livros e páginas na
internet às dezenas contando a sua trajetória de vida. Henry Ford
tinha um sonho e não foi fácil realizá-lo, mas ele conseguiu. E ele
tinha alguém sonhando o mesmo sonho que ele, sonhando junto
com ele e que foi essencial para que Henry alcançasse o sucesso:
Clara Bryant.

Clara foi sua esposa e eles estiveram juntos na caminhada o
tempo todo. Ele havia sofrido um fracasso como empreendedor,
que o obrigou a “andar para trás”, se empregando na Edison
Illuminating Company, de Thomas Edison. Enquanto trabalhava
num emprego que exigia praticamente 24 horas de
disponibilidade de segunda a segunda, ele paralelamente se
dedicava ao seu sonho, trabalhando sozinho na sua própria casa.
Em todos os momentos, Clara Bryant forneceu suporte, ânimo,
incentivo e ajuda, mesmo não entendendo os assuntos técnicos
que ele precisava (e, portanto, não podendo “trabalhar” com ele).
95

Ela não fazia isso somente por amor, mas porque ela
efetivamente sonhou junto com ele o mesmo sonho, e foi por isso
que conseguiram realizá-lo.

Quem é a sua “Clara Bryant”? Não é preciso que seja um cônjuge
ou parente, pode ser alguém com quem você tem amizade e até
alguém que você apenas conhece. Basta que sonhem juntos o
mesmo sonho e vão conseguir realizá-lo.

6.5.2 Inspire pessoas a sonhar o seu sonho



Em 28 de agosto de 1963, um discurso realizado no Lincoln
Memorial em Washington (Estados Unidos) entrou para a história.
Mais do que palavras bonitas e bem conectadas, o orador daquele
dia usou suas emoções e conseguiu levar milhares de pessoas a
sonhar. Ainda melhor, ele levou essas pessoas a sonharem o seu
sonho, junto com ele.

Esse orador é uma das figuras mais importantes da história
mundial e lutava contra a discriminação racial que imperava no
sul daquele país. O nome dele: Martin Luther King.

Se você nunca ouviu esse discurso, queria instigá-lo a buscar o
áudio ou o vídeo originais e ter em mãos o discurso transcrito ou
traduzido. Ressalto que é importante ver o vídeo ou ouvir o áudio
original, porque apenas palavras escritas no papel podem não ser
suficientes para você entender o que significa “inspirar os outros”.

A frase que se tornou símbolo desse dia foi “I have a dream”,
repetida várias vezes no discurso e que acabou inspirando várias
músicas nas décadas seguintes. Ao falar do seu sonho, mas não de
forma persuasiva nem proselitista, King conseguiu conquistar
milhares de adeptos à sua causa e de sonhadores para o mesmo
sonho.
96


O discurso de Martin Luther King é, para mim, o melhor exemplo
de como um líder inspira as pessoas a sonharem o seu sonho, a
darem o melhor de si para realizar esse sonho e continuar
sonhando junto mesmo depois de realizar.

Depois que você assistir ao discurso, nada mais será necessário
falar ou escrever nesse tópico do livro.






97

7 Cultivando os relacionamentos certos

Falar em se relacionar somente com as pessoas “certas” hoje em
dia pode parecer algo um tanto preconceituoso, mas a verdade é
que não é. Trata-se de uma estratégia inteligente de otimização,
que, de diversas formas e segundo alguns métodos, aplicamos em
outras situações.

Para tornar tudo mais bonito e aceitável, criou-se o hábito de
tratar esses relacionamentos por um nome estrangeiro pomposo
que está na boca e na cabeça de todos, o famoso networking. É
fato que quem não faz corretamente o networking acaba em
desvantagem no mundo das oportunidades, afinal a indicação
sempre foi o meio mais favorável para conquistar chances de
novos empregos, promoções, empreendedorismo e crescimento.
Nesse ponto, cultivar os relacionamentos certos passa a
responder pelo nome de “fazer o networking do jeito correto” e
passa pelos tópicos expostos neste capítulo, a seguir.

Para melhor entendimento, essas “pessoas certas” serão referidas
aqui pelo nome de “pessoa-modelo”.

7.1 As amizades tóxicas



Quando coisas acontecem sem uma explicação concreta e
material, é comum que as pessoas as atribuam a “seres do além”,
como demônios ou anjos, conforme forem coisas ruins ou boas,
respectivamente. Espíritos bons e maus, entidades, forças ocultas,
santos e deuses, todos acabam sendo responsabilizados por
grande parte daquilo que parece ser “imaterial”.

Eu respeito todos os pontos de vista, pois são baseados em
crenças pessoais e crenças são coisas que não podem ser
98

provadas, ainda que possam ser ensinadas. Independente de
qualquer crença ou religião, fato é que há alguma coisa que acaba
nos prejudicando e que vem de forma imaterial até nós. Alguns
chamam isso de “energias negativas”, eu prefiro chamar de
toxicidade.

Algumas pessoas são realmente “tóxicas” e passam essa
toxicidade para a vida dos outros através de atitudes negativas
como o bullying e a fofoca. Talvez eu devesse chamar esse tipo de
gente tóxica de “inimigos”, porque agem e se postam
intencionalmente para o mal do outro. Mas não é esse o único
tipo de gente tóxica que existe.

Há um outro grupo, mais perigoso e mais difícil de revelar, que
são os amigos tóxicos. Parece um contrasenso, mas não é. Há
pessoas que, apesar de serem e agirem como verdadeiros amigos,
parecem sugar toda a altivez e o positivismo dos outros, mesmo
que de forma não intencional (e até irracional). Nesses casos, não
há qualquer explicação para o que acontece, mas é fato que
acontece. Sabe quando aquele amigo vai na sua casa e você acaba
ficando deprimido, desanimado, sem saber o porquê nem como
se recuperar? Pois é assim que os amigos tóxicos acabam lhe
prejudicando, apenas estando presentes com sua carga de
toxicidade não-intencional.

Nesse ponto sua cabeça já deve ter dado muitas voltas (mais do
que aquela menina do filme “O Exorcista”) e você está se
perguntando como vai fazer para identificar as amizades tóxicas,
não é mesmo? Conseguir isso é tão difícil quanto recompensador,
porque os resultados começam a vir rapidamente, quando tudo
antes estava estagnado.

Você vai precisar prestar muita atenção no que acontece na sua
casa, no seu trabalho e nos seus ambientes de convivência e
99

atentar para aqueles momentos em que todas as coisas dão
errado ou em que todas as dificuldades do mundo aparecem
juntas na sua frente. Quando coisas ruins acontecerem, procure
lembrar quem teve contato (físico ou não) consigo recentemente.
Não exclua ninguém da lista e anote os nomes ordenados por
tempo desde o último contato, para cada evento ruim. Depois de
alguns entreveros, compare as listas e veja quem são as pessoas
que estão sempre ao seu redor quando os reveses chegam.

A partir daí, você pode refinar sua busca pelo “urubulino de
plantão” fazendo trabalho semelhante quando vêm as conquistas
e avanços. Note se aquelas pessoas que aparentemente são
tóxicas estiveram por perto, provavelmente você vai se
surpreender com o resultado.

Eu já identifiquei algumas amizades tóxicas durante os 40 anos da
minha (ainda curta) vida e garanto que elas existem e influenciam
negativamente o seu lado mais fraco. Já tive amigos tóxicos (do
tipo que nem percebe que está fazendo mal) e notei que eles
eram assim justamente quando eles viajaram e, estando
fisicamente longe de mim, tudo na minha vida começou a
deslanchar “misteriosamente”.

Por favor, note que eu não estou orientando você a promover
uma “caça às bruxas”. Tudo o que eu falo sobre esse assunto não
tem comprovação científica, é algo totalmente empírico e cuja
influência varia de pessoa para pessoa. Porém, não é difícil
encontrar o mesmo assunto tratado de forma mais científica pela
Psicologia.

Mas como afastar as amizades tóxicas sem perder as amizades?
Parece difícil, mas a saída é uma e é fácil: evite trazer essas
pessoas para dentro da sua vida, especialmente da sua casa. Quer
socializar no almoço? Vão a um restaurante, em vez de ir para a
100

sua casa. Ver um filme? Pode ir escolhendo o cinema, mas nunca
assista em casa. Evite até mesmo ir na casa deles. Não conte a
ninguém supostamente “tóxico” os seus planos e desejos, pois
eles vão acabar os derrubando.

Mantenha, sim, a amizade, mas com precauções iguais às de
quem lida com material radioativo. Afinal, um Mestre das
Oportunidades não vai querer se contaminar assim.

7.2 Atitudes parasitárias



Você sabe o que define uma relação parasitária? É aquela em que
uma espécie se alimenta às custas de outra espécie, causando-lhe
prejuízos. Se não houvesse prejuízos, a relação seria considerada
saudável e levaria o nome de mutualismo.

O que você, que quer ser um Mestre das Oportunidades, precisa é
de relações mutualísticas com as tais “pessoas certas”. Quando
ambos obtêm vantagens na relação, todos ganham e você vai ter
grandes possibilidades de encontrar, através do relacionamento, a
sua desejada oportunidade.

É preciso que você tenha muito cuidado para não se tornar um
parasita no relacionamento estabelecido, porque o lado fraco da
corda é o seu. Quem mais precisa disso é você, pelo menos até
que alcance os objetivos que determinou. Por isso, cuide do
relacionamento com o mesmo cuidado com que se cuida de um
casamento.

Outro ponto de atenção que destaco, para que você não caia em
armadilhas, é o parasitismo “ao contrário”, ou seja, apesar da sua
pessoa-modelo ter os atributos que a caracterizariam como
hospedeira na relação, pode acontecer de ela se tornar o parasita
sem que você perceba. Favores em excesso, que tenham pouco
101

ou nada a ver com o cerne da relação, podem indicar que ela está
lhe parasitando e sugando o que é vital para você. O prejuízo para
você será gigantesco e, se não houver um fim breve para isso,
você jamais chegará a ser um Mestre das Oportunidades.

7.3 Diga-me com quem andas...



Essa expressão que eu deixei propositalmente incompleta é da
época dos meus avós, pelo menos até onde eu sei. Só que aqui
neste livro, em vez de lhe “dizer quem és”, eu vou lhe dizer o que
você terá de bom ao se aproximar das pessoas certas.

E quem são, afinal, as pessoas certas? São somente empresários
bem sucedidos, milionários ou bilionários, cheios de contatos e
alvo de centenas de abutres em busca do seu dinheiro e
influência? A resposta é não! Há muitos tipos de pessoas que
podem entrar nessa classificação, mas vamos nos ater a 4 deles:

• os que sabem muito mais do que você (conhecimento)
• os que têm resultados muito melhores que o seu
(autoridade e prova social)
• os que já viveram muitas situações de sucesso e de
fracasso (experiência)
• os que têm o estilo de vida que você quer (conquistas)

De forma resumida, ao se aproximar daqueles que estão um ou
vários passos à sua frente, você está permitindo que um
movimento natural aconteça: a transmissão de influência. Ao
estar junto aos melhores, você acaba herdando um pouco da
autoridade e da prova social dessas pessoas, mesmo que você
ainda não tenha construído essas coisas para si próprio. Também
é possível começar o seu caminhar aproveitando pequenas coisas
que são irrelevantes para eles, mas muito valorosas para você. É
102

claro que os ladrões de sonhos vão dizer que você está se
alimentando das migalhas que caem da mesa dos outros, mas a
verdade é que você só vai comer o banquete depois de aproveitar
muitas migalhas. Na verdade, todo mundo faz isso, alguns para
sempre, outros durante o tempo necessário para crescer e
começar a promover seus próprios banquetes.

A boa notícia é que no mundo mais conectado e globalizado que
temos hoje em dia, estar próximo dos melhores ficou muito mais
fácil. Antigamente, você só conseguia estar nesses círculos depois
de alcançar o reconhecimento e se tornar um dos grandes, ou
seja, era praticamente impossível entrar nesses “clubes”
exclusivos antes de ter suas próprias autoridade e prova social.
Hoje em dia, com a internet e as redes sociais, você pode
conquistar o reconhecimento necessário para adentrar esses
círculos sem as máscaras de aparência que eram tão importantes
no passado. As redes sociais “padronizaram” nossa aparência
(desde que você tenha cuidado com o que fala e com as fotos que
publica) e você pode ganhar esse reconhecimento tão somente
através das suas atitudes, publicações e comentários, evitando
pré-julgamentos baseados na sua roupa, no seu carro ou na
marca do seu relógio.

7.3.1 Como me aproximar dos bons



No século passado, quando a internet ainda nem existia e o mais
perto da comunicação móvel que havia era o pager (alguém
lembra disso?), você precisava construir uma imagem semelhante
às imagens dos frequentadores do círculo que você queria entrar.
Se você queria estar próximo aos empresários milionários de
determinado ramo, por exemplo, você teria que usar roupas do
mesmo tipo e das mesmas marcas que eles, frequentar os
mesmos lugares que eles e até adotar a mesma postura que eles.
Era muito comum alguém ganhar um terno de marca famosa dos
103

parentes como forma de “construir a sua imagem”. Esse caminho
era trabalhoso e muito, muito caro.

Algumas dessas coisas não são mais importantes, mas a essência é
a mesma. Portanto, procure entender onde essas pessoas se
relacionam e busque fazer o mesmo. A vantagem dos dias atuais é
que você pode começar a fazer isso mesmo sem dinheiro, usando
a internet e “frequentando” os mesmos sites e blogs que elas
curtem e comentam.

Investigue se as suas pessoas-modelo utilizam redes sociais e de
que forma (página pessoal ou institucional – figura pública etc.).
Acho muito difícil que essas pessoas não tenham perfis em
alguma rede social, desde o Twitter até o LinkedIn. Aliás, pelos
números que o Facebook alcançou, acho quase impossível que
alguém que chegou ao ponto de ser referência não tenha um
perfil no Facebook, seja pessoal ou institucional. Siga essa pessoa
e veja todas as publicações dela, para entender como ela pensa
ou qual o mindset dela. Estude mesmo, para conhecer seus
hábitos e pensamentos. Mesmo que você saiba ou desconfie que
essas publicações são feitas por alguém contratado para isso, um
redator digital ou mesmo um assessor de imprensa, elas são a
expressão fiel dos valores e crenças da pessoa-modelo.

Importante: evite cair na armadilha de curtir e comentar tudo o
que ela publica, porque isso não é comportamento de alguém que
admira o outro, mas sim o de fã ou tiete. Esse tipo de gente não
atrai a atenção dela, apenas alimenta e massageia o ego. Na
verdade, acabarão sendo vistas como fúteis e sem conteúdo, o
que é exatamente o contrário do que você quer. A partir de
determinado momento, comece a fazer alguns comentários nas
publicações que tenham mais a ver com você e com seus
objetivos, mas, repito, não aja como fã em hipótese alguma! Os
comentários que mais vão chamar a atenção, com chance de
104

passarem pelo filtro da equipe de apoio e serem lidos pela própria
pessoa, são aqueles que demonstram conhecimento e
posicionamento. Algumas vezes pode ser até possível discordar,
desde que da maneira correta. Fazendo assim, você vai começar a
ser notado pela pessoa-modelo, pois estará fazendo diferente da
esmagadora maioria que só vai comentar com as frases “puxa-
saco” de sempre (“você é mesmo demais”, “acompanho tudo o
que você publica”, “sempre se superando” etc.). O outro extremo
disso são os críticos constantes, que só fazem comentários
negativos (muitas vezes corrigindo o autor de forma grosseira),
para tentarem ganhar autoridade pela negação da autoridade
original. Esses igualmente serão descartados e vistos sempre
como os “encrenqueiros”.

Lembre-se que “o prego que mais aparece é o que mais leva
marteladas”, então é provável que outros seguidores também
comecem a lhe notar nos comentários e isso pode resultar tanto
em admiração quanto em inveja. Resista à tentação de aproveitar
esses movimentos para capitalizar seguidores em cima da sua
pessoa-modelo, pois uma atitude assim pode acabar passando
uma imagem de oportunista e não de Mestre das Oportunidades.
Mantenha o foco que é se aproximar dos grandes e não fingir ou
tentar se tornar um grande nesse momento.

7.3.2 Do virtual para o real



Uma vez que você já tenha conseguido algumas interações com a
pessoa-modelo, o passo seguinte é conseguir encontrá-la
pessoalmente. Entretanto, não vá a eventos em que ela estará
como foco, como palestras e seminários, porque o tempo dela
será muito raro e ela não vai poder lhe dar qualquer atenção. Ao
contrário, busque momentos exclusivos e, estudando a agenda da
pessoa (que muitas vezes é pública, ainda que fragmentada em
diversas publicações), provoque encontros casuais ou mesmo a
105

convide para tomar um café. Se ela já lhe deu atenção nas redes
sociais de alguma forma um pouco mais consistente, é muito
provável que ela aceite o seu convite, ainda que só disponha de
15 ou 30 minutos para isso.

Quando conseguir isso, tenha em mente qual é o seu objetivo.
Sim, você quer entrar para o círculo dela, mas toda a impressão
positiva que você passou através da rede social pode ser
comprometida se você não souber o que fazer pessoalmente.
Conte um caso de sucesso seu, diga no que o conhecimento que
ela lhe passou (ou a experiência que ela relatou) foi útil e exponha
os seus objetivos e no que ela pode lhe ajudar para os alcançar. Se
já tiver alguns resultados concretos, comente sobre eles também.
Todo mundo (ou pelo menos a maioria) tem o instinto de ajudar
os outros, ainda mais quando há empatia de ideias e histórias, e
você certamente conseguirá ficar ainda mais próximo da pessoa-
modelo e do seu círculo social, profissional ou de influência.

A partir daí, mantendo o foco nos seus objetivos, aplique todo o
resto que você aprendeu nesse livro e aproveite as boas
oportunidades!

7.3.3 Fazendo do jeito certo



Ok, agora você está conectado à pessoa-modelo, tem o seu
respeito e consideração e obviamente quer aproveitar isso em seu
favor, através de oportunidades alinhadas com os seus objetivos.
Missão cumprida? Ainda não, tudo está apenas começando!
Esteja consciente que, algumas vezes, é mais difícil reter uma
conexão do que estabelecê-la inicialmente.

O que coloco aqui poderia ser até chamado de “código de ética
das relações”, mas nossa pretensão é tão somente apontar os
principais erros que as pessoas cometem e que as fazem perder
106

todo esse relacionamento que investiram tempo e paciência para
conquistar.

Começo pelo maior dos erros: o de se confundir com a própria
pessoa-modelo e achar que é seu porta-voz oficial. Isso se traduz
parafraseando a Bíblia: não use o nome da sua pessoa-modelo em
vão. É muito comum que as pessoas utilizem, sem autorização e
de forma errada, a autoridade que a pessoa-modelo possui, como
se fosse a sua própria autoridade. É o famoso “o Fulano disse para
fazer isso e aquilo...” quando o tal “Fulano” nunca falou nada do
gênero. Isso não é só um erro, é uma fraude e um grande mau-
caratismo de quem age assim. Os maus feitos geramente são
descobertos com certa rapidez e o falsário acaba perdendo tudo o
que havia conquistado e eliminando a chance de ter sua própria
autoridade algum dia. Usando termos mais populares, a pessoas
“queima o próprio filme”.

Outro grande erro cometido é o de achar que sua pessoa-modelo
vai lhe passar tudo o que puder e, a partir daí, você não precisa
fazer mais nada. Essa não é uma atitude de quem quer vencer,
muito menos de um Mestre das Oportunidades, mas de um
grande parasita que nunca vai alcançar resultados expressivos.
Pior ainda, há gente assim que acredita que a sua pessoa-modelo
tem a obrigação de fazer isso, quando na verdade tudo não passa
de uma ajuda corretíssima que se dá.

Finalmente (não que haja somente 3 erros), quero falar do erro de
quem tenta parasitar sua pessoa-modelo para depois destroná-la.
Movidas por pura inveja, pessoas assim podem até conseguir o
que planejam em um primeiro momento, mas logo são
desmascaradas e perdem para sempre a credibilidade, a
autoridade e as amizades.

107

“Se malandro soubesse como é bom ser honesto, seria honesto só
por malandragem”. Essa frase, extraída de uma música de Jorge
Benjor, representa com exatidão tudo o que foi dito nesse tópico.
O malandro, nesse caso, estaria se aproximando rapidamente de
se tornar um Mestre das Oportunidades!

7.4 Mantendo a amizade, descartando a futilidade



Quando eu falei sobre amizades tóxicas lá atrás, eu não incluí
naquele grupo as pessoas fúteis, que nada acrescentam à nossa
vida. Isso tem um motivo: não confundir o “não acrescentar” com
o “destruir”. São coisas diferentes e os amigos fúteis podem não
acrescentar coisa alguma, mas também não são prejudiciais como
os amigos tóxicos.

A amizade entre duas pessoas é algo muito mais complexo do que
relações ecológicas como a simbiose e o parasitismo. Ela envolve
fatores subjetivos e emocionais, que, quando verdadeiros,
suplantam diferenças de classe social, gênero, raça ou
inteligência. Por isso, podemos ser amigos de pessoas fúteis sem
que isso seja um problema, porém é preciso que saibamos
conduzir a relação de amizade de forma que não haja prejuízos
para qualquer um que seja.

A crença de que pessoas fúteis podem, sim, ser nossos amigos e
ainda assim não termos prejuízo com isso pode ser corroborada
quando vemos até mesmo casais em que um cônjuge é
completamente diferente do outro nesse aspecto. Não é raro ver
pessoas muito bem sucedidas, referências nas suas atividades,
casadas com cônjuges fúteis, causando um contraste muito
grande entre eles. Porém, são felizes no casamento e isso não
impede que haja sucesso em todos os outros aspectos da vida.

O que isso tem a ver com ser um Mestre das Oportunidades?
108


O Mestre das Oportunidades sabe dosar a atenção e o tempo
gastos com esse tipo de pessoas. Ele também sabe aproveitar
aquilo que elas têm de bom, que pode ser até mesmo somente a
companhia e a boa energia. É interessante notar que pessoas
assim podem ter níveis incríveis de boa energia, contagiando
quem está à sua volta, mesmo sem ter “conteúdo”.

Identifique seus amigos fúteis e procure manter a amizade
estando com eles em momentos de descanso como, por exemplo,
aquele churrasco de domingo que você vai promover em casa. Eu
acredito muito na mudança pelo exemplo, então você pode até
mesmo os ajudar a largar a futilidade e se tornarem expoentes de
algo. E, quem sabe, poderão ser muito úteis no futuro!





109

8 Crie a sua fortaleza!

“Lugar de refúgio ou de defesa” é a definição que o dicionário dá
para “fortaleza”. A palavra remete à ideia de “força”, e era o lugar
onde os exércitos e guerrilhas se refugiavam, algumas vezes para
se prepararem para o ataque, outras para fazer a defesa de
território.

O Mestre das Oportunidades também precisa de uma fortaleza,
onde se refugia e planeja os próximos passos. Na sua fortaleza,
ele consegue se recuperar de derrotas sofridas, treinar para os
próximos passos e ver o mundo com tranquilidade e tempo para
avaliar tudo.

Se nos séculos passados as fortalezas eram construções de grande
porte, idealmente indestrutíveis e intransponíveis, as fortalezas
de hoje são muito mais “virtuais” do que reais, mas
desempenham o mesmo papel de forma ainda mais importante.

Classificamos aqui quatro tipos de fortalezas que o Mestre das
Oportunidades precisa para se manter dominante: física, online,
psicológica e espiritual.

8.1 Fortaleza física



A fortaleza física do Mestre das Oportunidades é aquele local
onde ele organiza a sua vida e planeja os próximos passos. É um
ambiente físico, real, mas que não necessariamente precisa de
paredes e portas para separá-lo do resto do mundo.

No meu caso, eu montei minha fortaleza física no último andar da
minha casa, onde uma confortável mesa de trabalho está sempre
pronta para receber meu notebook, cadernos e outros materiais,
110

sobre os quais me debruço para trabalhar. Ainda que não seja um
lugar isolado de tudo, é onde me sinto forte e confiante para
desenvolver o meu trabalho, avaliar minhas oportunidades e
planejar os meus dias e semanas.

Uma boa fortaleza física precisa ter todos os elementos que você
demanda para trabalhar e absolutamente nenhum elemento que
possa lhe distrair ou fazer procrastinar. Na minha fortaleza, eu
tenho um computador, telefone, impressora, cadernos, canetas,
lápis de cor, canetas hidrográficas, uma mesa ampla e uma
cadeira confortável. Entretanto, não tenho um televisor, porque
seria algo que me atrapalharia de uma forma extremamente
crítica. É muito importante que você siga essa regra à risca:
elimine da sua fortaleza física todos os itens que possam lhe
causar distração ou procrastinação, sem exceção!

Essa fortaleza física também não precisa ser fixa. O advento dos
ambientes de coworking trouxe uma nova alternativa que possui
várias vantagens, entre elas a possibilidade de ficar afastado de
todos os que o distraem sem precisar gastar rios de dinheiro com
o aluguel e a manutenção de um escritório. Por mais incrível que
possa parecer, algumas pessoas “montam” suas fortalezas físicas
em cafés e lanchonetes, pois é onde se sentem confortáveis para
se focar nas atividades importantes. O cuidado na escolha desse
lugar é sempre o mesmo: não se pode ter elementos que causem
distração ou procrastinação!

8.2 Fortaleza online



Além disso, o mundo conectado em que vivemos nos exige ter
uma outra fortaleza, bem menos real mas igualmente importante.
É a sua fortaleza online! Mas tenha muito cuidado para não
misturar “ter uma fortaleza online” com “ter um website ou
111

página”, porque são coisas diferentes. A sua fortaleza online é a
soma da sua presença online, o que explico mais adiante.

Enquanto o objetivo de ter uma página ou website é expor sua
imagem, seu trabalho e suas intenções, o objetivo de ter presença
online é desenvolver o seu senso crítico, além de se manter ligado
às pessoas certas (isso não significa se manter na lista de
seguidores ou mesmo de amigos!). É algo difícil de definir e de
fazer a manutenção, por ser tão intangível, mas que lhe permite
direcionar a maneira como as pessoas lhe enxergam. A fortaleza
online não é para você demonstrar autoridade e influência, mas
para formar sua linha de pensamento e se colocar à prova de
ideias e posicionamentos contrários aos seus.

Para construir a sua fortaleza online, você precisa se fazer
presente, marcando seu espaço nos principais blogs e páginas
com comentários pertinentes e inteligentes. Diferente do que
falei no capítulo anterior, para ter presença online você não
precisa se restringir às suas pessoas-modelo. Busque marcar a
presença em outras publicações e agregue vários assuntos em
uma única publicação na sua página, sempre de forma inteligente
e agregando algum valor seu.

Escolha as publicações que já tenham vários comentários de
outras pessoas e cujo tema não seja unanimidade para comentar.
Evite cair no erro de seguir a maioria e falar algo que seria mais do
mesmo, pois isso não o vai destacar no meio da multidão. Porém,
mais uma vez, peço que você evite aquele outro erro, o de ser
sempre o “do contra”, pois isso vai fazer com que sua imagem
seja a pior possível. A orientação é simples: agregue valor ao post
original, pois é isso que vai fazer com que as pessoas lhe
enxerguem como alguém diferenciado e que merece ser lido e
seguido. E é daí que virão as possibilidades que virarão boas
oportunidades.
112

8.3 Fortaleza psicológica



Estar com a mente saudável é essencial para ser um Mestre das
Oportunidades. Montar uma fortaleza psicológica é, portanto,
uma peça-chave para o sucesso, sem a qual tudo fica muito mais
difícil, se não impossível.

Construir essa fortaleza passa pela manutenção de ambientes
saudáveis em casa, no trabalho, nos círculos de relacionamento e
também na relação com as pessoas desconhecidas. Quando se
vive em lares cheios de brigas, discussões e desrespeito, é comum
que esses problemas acabem tomando conta da mente e não
deixem espaço para tudo o que vimos neste livro. Isso não muda o
mindset, mas impede que ele entre em ação na hora em que é
preciso.

Aliás, preciso esclarecer algo muito importante: sem mudar o seu
mindset, a sua fortaleza psicológica poderá ser construída de
forma errada, o que é muito ruim. É pior do que não ter essa
fortaleza bem estabelecida! Portanto, você precisa estar
avançado no processo de ajuste do mindset para finalmente
construir a sua fortaleza psicológica!

Nem sempre é possível controlar os fatores que causam
problemas como aqueles que falamos mais acima, mas é possível
criar uma “blindagem” que isole as consequências disso no seu
desempenho como Mestre das Oportunidades. Ajuda externa
pode ser necessária, então eu recomendo que seja feito um
trabalho de acompanhamento com uma psicóloga, focado em
criar e manter essa “blindagem”. Converse com a sua psicóloga
sobre isso!

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8.4 Fortaleza espiritual

Espiritualidade é algo muito pessoal e, quando bem usada, é
sempre válida. Inclusive a ausência dela, quando é convicta e
voluntária, pode lhe prover uma fortaleza. É essencial estar em
paz para poder maximizar o desempenho como Mestre das
Oportunidades, pois o espírito atribulado não prospera.

Jamais abra mão de suas convicções e crenças, pelo contrário,
esteja totalmente seguro delas. Aproveite as oportunidades em
consonância com isso e feche os ouvidos para pessoas que só
querem lhe criticar negativamente.

O único requisito para que sua fortaleza espiritual seja construída
e mantida é a coerência. O único que pode derrubar essa
fortaleza é você mesmo, mas se isso acontecer será o fim. Ou
melhor, será um novo começo, obrigatório e mais difícil que a
caminhada anterior interrompida.


114

9 Conclusão

Aproveitar e dominar as oportunidades que existem é coisa para
um verdadeiro Mestre das Oportunidades. Você, que chegou ao
final desse livro, tem agora todas as ferramentas, condições e
dicas para se tornar um deles. A caminhada não é fácil e por isso
mesmo será muito recompensadora no final. Você vai ver que as
oportunidades que você reclamava não existirem estavam por aí o
tempo todo, mas você não as conseguia ver.

Os 7 Passos para se tornar um Mestre das Oportunidades são
apenas o começo da sua história. Eu tenho certeza que, se você
aplicou tudo o que leu aqui da maneira certa, já identificou
algumas oportunidades na sua vida. Talvez ainda haja dúvidas, o
que é perfeitamente normal, e eu tenho algo que pode lhe ajudar
ainda mais (vou falar lá no finalzinho do livro). Entretanto, a
alegria de ver as boas oportunidades na sua frente servirão como
combustível para você seguir em frente.

Talvez o seu processo de mudança do mindset ainda esteja em
curso. Continue esse processo até o final, porque qualquer outra
decisão nesse momento seria muito prejudicial a você. Voltar
atrás não é mais possível, e ficar no meio do caminho significará
ficar incompleto, o que pode se traduzir em conflitos internos e
dúvidas que porão em cheque a sua própria competência. Pior,
tudo isso desnecessariamente.

Lembre-se que todo esse processo começou com a abertura da
sua mente para coisas novas, possibilidades novas e atividades
que você não imaginava antes. Com a cabeça livre também dos
preconceitos que havia, você agora está muito mais adaptável e
até mais sociável que antes. As pessoas à sua volta devem,
inclusive, ter notado alguma diferença nas suas ações e nos seus
valores, não é mesmo?
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Uma pessoa mais arrojada, porém segura do que faz, você agora
tem condições de avaliar as situações com mais confiança e
assertividade. Os horizontes mais amplos e a visão mais do alto o
ajudam muito a entender todas as possibilidades, grandes e
pequenas. Todo o treinamento do olhar resultou numa atitude
vencedora, em que as pequenas e as grandes oportunidades terão
sempre a mesma atenção. Agora muito mais alerta, você sabe que
pode ser apenas a “ ponta do iceberg” a estar visível.

Se antes você acreditava que já tinha conhecimento suficiente,
agora está espantado com a quantidade de coisas novas que
aprendeu e que ainda quer aprender. Uma atitude de humildade
o permite descobrir áreas novas para ampliar o leque de
possibilidades, afinal as oportunidades não são como uma
gangue, que reúne todas as pessoas semelhantes em um lugar só.

Outra notável mudança é que agora a internet é sua amiga de
verdade. Isso porque você entendeu como se faz para eliminar as
várias distrações online, que são tão prejudiciais e alienantes às
pessoas. Agora, você não é mais uma dessas pessoas fúteis,
apesar de ter a sabedoria para manter as amizades com pessoas
assim sem se prejudicar com elas. Aliás, é bem provável que, logo
logo, você comece a se tornar um vetor da mudança no seu meio,
transformando os seus amigos fúteis em pessoas de sucesso
através do seu exemplo de vida.

Eu não posso deixar de destacar a capacidade de planejamento e
organização do tempo que você adquiriu! Cuidando da saúde
mental, essencial para a manutenção da sua fortaleza psicológica,
você conseguiu unir o prazer das atividades de lazer aos bons
resultados do processo produtivo, incluindo mais tempo de
qualidade com a família e até o descanso total do cérebro. São tão
116

poucas pessoas que conseguem isso que eu preciso externar o
grande orgulho que sinto de você.

Agora, é hora de seguir o seu caminho do sucesso, construído a
partir de suas fortalezas e facilitado pelos relacionamentos certos
estabelecidos nos diversos canais. Livre dos ladrões de sonhos,
logo chegará a hora de você ser uma pessoa de referência, a
quem outras pessoas chamarão de “pessoa-modelo”.

Se você ainda não se sente totalmente seguro com os passos que
trilhou, recomendo fortemente que você complemente o
processe com o treinamento online dos 7 Passos, disponível para
compra na internet. Você, que agora sabe da importância de estar
preparado para dominar as oportunidades, sabe também que
investir em si próprio vale muito a pena. Por isso, não hesite em
assistir o treinamento e participar do grupos de discussão, que vai
reunir vários novos Mestres das Oportunidades em torno de um
objetivo só.

Parabéns novamente, lhe dou boas vindas ao time de Mestres das
Oportunidades!






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Referências

Le Bon, Gustave – “Psicologia da I Guerra Mundial III”, Ed.
Teodoro, 2013

Charan, Ram e Bossidy, Larry – “Execução – A disciplina para
atingir resultados”, 17a Edição, Ed. Campus, 2002

Cortella, Mário Sérgio – “Qual é a tua obra?”, 4a edição, Ed. Vozes,
2008

Vários autores – “Bíblia Sagrada - Nova Versão Internacional”, IBS,
1984

Wizard, Carlos – “Prosperidade”, 4o vídeo da série de treinamento
para consultores da empresa Aloha

Rede Bandeirantes – “MasterChef Brasil”, 4a temporada,
programa de televisão exibido em 08/08/2017

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