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INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 2
1. A HIERARQUIA ENTRE RAZÃO E FÉ ...................................................................... 3
1. 1. Vida e feitos de blaise pascal ........................................................................................ 3
1. 2 - Limites da razão .......................................................................................................... 4
1. 3- Verdades filosóficas e teológicas. ................................................................................. 5
1. 4 - Submissão e uso da razão ........................................................................................ 7
1. 5 - Pensamentos diversos sobre a religião ................................................................... 8
CONCLUSÃO .................................................................................................................. 10
REFERÊNCIAS BIOGRÁFICAS .................................................................................... 11
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INTRODUÇÃO
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1. A HIERARQUIA ENTRE RAZÃO E FÉ
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Elementos , do grego Euclides. Está obra é, depois da Bíblia, o livro mais influente de todos os
tempos, o mais reproduzido e estudado na história do mundo ocidental.
Reinventando assim a matemática, por si só e sem consulta a livros relacionados com o
assunto, Pascal reconstruiu o livro Os Elementos, enunciando os teoremas fundamentais da geometria
e a sua demonstração, na mesma ordem estabelecida por Euclides. Por esta época, realizou também
importantes experiências sobre sons que resultaram em um relevante tratado na área da Acústica.
Aos dezesseis anos, em 1640, publicou a obra Essai sur les coniques , formulando um dos
teoremas básicos da Geometria Projetiva, conhecido, desde então, como o Teorema de Pascal. Esta
obra fez avançar um tema que havia permanecido estagnado durante quase dois mil anos, desde a
antiguidade helênica, e que foi considerada como um dos mais criativos trabalhos até então publicados
(Idem, 1981, p. 16).
Aos dezenove anos, em 1643, com o objetivo de auxiliar seu pai, projetou a primeira calculadora,
patenteada como o nome de " La Pascaline ". Étienne Pascal havia obtido de Richelieu um importante
cargo administrativo na cidade de Rouen. O cargo implicava, porém, na execução de muitos cálculos,
longos e difíceis. Blaise decidiu ajudar o pai.
Aos vinte e um anos, em 1645, construiu e vendeu perto de quarenta exemplares de sua
máquina de calcular, que foi considerado o engenho mais extraordinário da época, antigo precursor de
uma geração de máquinas que levariam aos computadores modernos. Mais de um século decorreria,
no entanto, antes que as máquinas de calcular fossem construídas e difundidas em todo o mundo.
1. 2 - Limites da razão
Pascal, porém, não pretende pôr de lado tal defeito apenas para introduzir outro em seu
lugar, isto é, o de achar que o raciocínio é sempre e em toda parte o único valor. Com efeito,
há âimbitos nos quais é obrigatório o recurso ao texto, como, por exemplo, na atestação de
factos históricos e geográficos, e, sobretudo para aquilo que se refere à religão. A realidade é
que os principios da fé "estão acima da natureza e da razão. E a mente humana, como é muito
fraca para nos fazer chegar até lá apenas com seus esforços, so pode alcançar essas sublimes
verdades quando levada a elas por uma força onipotente e sobrenatural".
Na teologia, portanto, o princípio de autoridade - a referência ao texto em que estão
contidas as verdades de fé reveladas legitimo e necessário. Mas, precisa Pascal, isso não é
válido para as matérias que são objceto de experiincia e de raciocínio: "aqui a autoridade é
inutil; so a razão tem condições de conhecé-las. Elas têm os seus direitos separados; 1á, a
autoridade tinha a supremacia; aqui, por seu turno, domina a razão" (PASCAL, 1981, P. 32)
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As verdades teológicas e as verdades que obtemos com o raciocínio e a expericncia
são, portanto, diferentes: eternas as primeiras, progressivas as segundas; dom de Deus as
primeiras, fruto da actividade humana as segundas; encontráveis nos textos sagrados as
primeiras, resultados da engenhosidade humana, de provas racionais e de experimentos as
segundas. Pois bem, a explicitação a diferença existente entre as verdades de fé e as verdades
científicas "deve nos fazer lamentar a cegueira daqueles que, nas ciências fisicas, apresentam
apenas a autoridade como prova ao invés do raciocínio e das experiêcias, e devemos ter horror
pela malícia daqueles que empregam apenas o raciocinio na teologia ao invés da autoridade
das Escrituras e dos Padres. E preciso encorajar aqueles tímidos que não ousam inventar nada
na fisica, e confundir a insolência daqueles temerários que cogitam novidades em teologia".
A razão não é suficiente a si mesma, ela tem limites, e Pascal reconhece esses limites.
Estabelece que a ética, a vida social e a religião é que definem o mundo humano real e esse
mundo real em grande parte foge das possibilidades da razão (REALE, Giovani, 2005, p.
178).
Mas mesmo no mundo natural a razão é limitada, pois os segredos da natureza estão
encobertos na experiência que constantemente aumenta em quantidade, intensidade e valor.
Uma hipótese que busca explicar um acontecimento na natureza pode ser validada, negada ou
permanecer duvidosa, e a experiência permanecendo duvidosa demonstra claramente que a
razão tem seus limites. A razão também demonstra ser limitada quando busca definir as
noções fundamentais de uma área do conhecimento, pois ela não consegue definir os
princípios últimos da própria razão.
Pascal demonstrou grande preocupação com as questões teológicas de sua época,
defendia que as ações humanas não são suficientes para a salvação dos indivíduos, para que as
pessoas se salvem é necessária a interferência, o auxílio de Deus, a salvação dessa forma se
torna mais difícil e não é o resultado direto das acções humanas. São nas nossas acções que
vão aparecer o livre arbítrio e no livre arbítrio aparece a ação de Deus, pois foi ele que nos
concedeu a liberdade de escolher nossos atos (Idem, 2005, p. 180).
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antigos tem supremacia, mas em outras devemos levar em conta os argumentos
contemporâneos. Em teologia o peso dos escritos antigos é definitivo para se descobrir a
verdade, e a razão não tem muito a dizer sobre eles, ou seja, os fundamentos da fé estão acima
da natureza e da razão. Mas sobre a interpretação e a capacidade de conhecimento das
experiências naturais, é a razão que tem a supremacia. É dessa forma que a inteligência e o
conhecimento humano tem a capacidade de se ampliar sem interrupções.
O conhecimento científico é independente dos conhecimentos da fé que são imutáveis, a fé
nos faz dizer creio, e a ciência, sei. O conhecimento científico para ter credibilidade tem que
estar baseado em um método, mas nenhum método é capaz de nos dar uma verdade científica
completa.
Pascal acreditava que uma das prioridades do nosso pensamento é pensar em nós
próprios e não somente nas coisas exteriores a nós. A tarefa principal do homem é conhecer a
si mesmo, mas para cumprir esse empreendimento a razão não nos pode ajudar muito, pois ela
é fraca, desnecessária e imprecisa e cai constantemente na fantasia, no sentimentalismo e no
hábito. Para conhecer-nos o melhor caminho é o do coração.
Nós fazemos parte da natureza e nos localizamos entre dois infinitos dela, o infinitamente
pequeno e o infinitamente grande e somos incapazes de entender ambos. Somos ainda
impossibilitados de entender o nada de onde viemos e entender o infinito onde estamos
imersos. Nós somos alguma coisa, mas não tudo. Nós conhecemos algumas coisas, mas nunca
conheceremos tudo, pois os nossos sentidos não percebem as coisas extremas. Nós estamos
situados entre o ser e o nada.
Além de limitados somos também impotentes diante das misérias humanas como a
morte e a ignorância, para fugir dessas impotências muitos escolhem o não pensar e o não
pensar para Pascal é o divertimento. Divertir-se é uma forma de distrair-se com ocupações
que nos distanciam das misérias que vivemos. Quando não tivermos nada para fazer
sentiremos as nossas misérias, o divertimento é o fazer algo que vai distanciar nossa alma do
vazio e do tédio. A diversão é uma fuga de nós mesmos.
Mas mesmo limitados somos os únicos seres pensantes da natureza. Somos também
um dos seres mais fracos da natureza, mas somos fracos pensantes e é no pensamento que está
nossa dignidade, nossa nobreza e superioridade frente à natureza. Nós somos miseráveis e
mortais, mas sabemos que somos miseráveis e mortais e nisso está nossa grandeza.
Sentenças:
- É mais fácil suportar a morte sem pensar nela.
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- Rir da filosofia é o verdadeiro filosofar.
- É melhor saber um pouco de tudo do que tudo de um pouco.
- Boas palavras escondem um mau caráter.
- A nossa natureza é o movimento; o completo repouso é a morte.
- Nós não buscamos as coisas, mas a busca das coisas.
- Quem se aflige por pouco, se consola com pouco.
- A diversão nos consola das nossas misérias.
- Como não sei de onde venho, não sei para onde vou.
- O silêncio dos espaços infinitos me apavora.
- É incompreensível que Deus exista e também incompreensível que não exista.
- O coração tem razões que a razão desconhece.
- A justiça sem a força é impotente, a força sem justiça é tirania.
- Não é certo que tudo seja incerto.
- Só entendemos as profecias quando elas acontecem.
- O amor não tem idade, está sempre nascendo.
- O homem está disposto a negar o que não entende.
- As ilusões sustentam o homem como as asas sustentam o pássaro.
- O universo é uma esfera cujo centro está em todas as partes e a circunferência em nenhuma.
- Os extremos se tocam.
- Tudo é grande na alma grande.
- Eu só posso aprovar os que procuram gemendo (PASCAL, Blaise, 1981, p. 35, 36).
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A razão, diz Santo Agostinho, nunca se submeteria se não julgasse que há ocasiões em que
deve submeter-se. É, pois, justo que se submeta quando julga que deve submeter-se. A
piedade é diferente da superstição. Sustentar a piedade até à superstição é destruí-la. Os
hereges nos acusam dessa submissão supersticiosa. É fazer aquilo de que nos acusam (exigir
essa submissão nas coisas que não são matéria de submissão).
Não há nada tão conforme à razão como a retratação da razão (nas coisas que são de fé e nada
tão contrário à razão como a retratação da razão nas coisas, que não são de fé). Dois excessos:
excluir a razão, só admitir a razão. Diz bem a fé o que não dizem os sentidos, mas não o
contrário do que vêem estes. Ela está acima e não em oposição.
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O coração tem suas razões, que a razão não conhece: sabe-se isso em mil coisas. Eu
digo que o coração ama o ser universal naturalmente e a si mesmo naturalmente, conforme a
isso se aplique; e se endurece contra um ou outro, à sua escolha. Rejeitastes um e conservastes
o outro: é com razão que amais?
É o coração que sente Deus, e não a razão. Eis o que é a fé: Deus sensível ao coração,
não à razão. O mundo subsiste para exercer misericórdia e julgamento: não como se os
homens nele estivessem saindo das mãos de Deus, mas como inimigos de Deus, aos quais ele
dá por graça bastante luz para voltar se eles querem procurá-lo e segui-lo, mas para puni-los
se recusam procurá-lo ou segui-lo. É bom estar cansado e fatigado pela inútil procura do
verdadeiro bem, a fim de estender os braços ao libertador.
É uma coisa deplorável ver todos os homens não deliberar senão os meios, e não o
fim. Cada qual sonha como cumprirá sua missão; mas, quanto à escolha da condição e da
pátria, a sorte no-la dá. É inútil dizer, é preciso confessar que a religião cristã tem alguma
coisa de assombroso! É porque nascestes nela, dir-se-á. Bem longe disso: eu resisto por essa
razão mesma, de medo que essa prevenção me suborne. Mas, embora eu nela tenha nascido,
não deixo de achá-lo assim.
Há duas maneiras de persuadir as verdades da nossa religião: uma pela força da razão,
outra pela autoridade de quem fala. Não nos servimos da última, mas da primeira. Não
dizemos: É preciso crer nisso pois a Escritura que o diz é divina; mas, dizemos que é preciso
crer por tal e tal razão, que são fracos argumentos, sendo a razão flexível a tudo. Os que
parecem mais contrários à glória da religião não serão por isso inúteis para os outros. Faremos
disso o primeiro argumento, que há alguma coisa de sobrenatural: pois uma cegueira dessa
espécie não é uma coisa natural; e, se sua loucura os torna tão contrários ao próprio bem, ela
servirá para garantir disso os outros pelo horror de um exemplo tão deplorável e de uma
loucura tão digna de compaixão (REALE, Giovanni, 2005, p. 184).
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CONCLUSÃO
Quem não faz assim não entende a força da razão. Há os que pecam contra esses três
princípios, ou afirmando tudo como demonstrativo, não precisando ser conhecido por
demonstrações; ou duvidando de tudo, não precisando saber onde é necessário, submeter-se;
ou submetendo-se a tudo, não precisando saber onde é necessário julgar.
Portanto, para nós não é oportuno procurar a superioridade destes elementos, razão e
fé, mas sim compreendes os diversos capos de atuação de cada um e suas importâncias na
vida do homem.
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REFERÊNCIAS BIOGRÁFICAS
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